Correios buscam expandir serviço de entregas voltado ao e-commerce em Feira de Santana e região

De acordo com a superintendente dos Correios no estado da Bahia, a empresa possui atualmente muitos clientes cadastrados no Log + e explicou como funciona esse serviço.

Feira de Santana é um grande polo comercial de entrega de encomendas. E com a proximidade de datas importantes como a Black Friday e os festejos de final de ano, aumenta ainda a circulação de mercadorias.

No município, é cada vez maior também a procura pelo serviço de e-commerce por empresas que desejam ampliar as suas vendas e dar maior comodidade aos consumidores. Atento a este movimento, os Correios têm buscado aumentar sua cartela de clientes cadastrados no serviço de entregas Log +.
O serviço Log + dos Correios visa dar todo o apoio operacional e logístico aos estabelecimentos que comercializam seus produtos por meio da internet, atendendo tanto ao mercado local quanto empresas que realizam entregas a nível nacional e internacional.

De acordo com a superintendente dos Correios no estado da Bahia, Simone Barreto, a empresa possui atualmente muitos clientes cadastrados no Log + e explicou como funciona esse serviço.

“Quem tem uma loja e tem esse desejo, pode entrar em contato com a superintendência, e a nossa gerência de vendas, e nós vamos encaminhar um assistente comercial para fazer essa venda e informar o trâmite. Porque hoje a gente tem um serviço que a gente cuida do armazém do cliente. Ele só cuida da página dele na internet, e a gente faz esse armazém pra ele. A gente coloca a etiqueta e encaminha para o cliente dele. Eles passam o arquivo pra gente, informando para quem vendeu, dão o endereço, e a encomenda já está em nossa posse e fazemos a entrega”, informou Simone Barreto.

Ela destacou que Feira de Santana é um grande polo de entrega de encomendas dos Correios, como também de empresas concorrentes.

“A gente não sabe dizer exatamente o que é do e-commerce e o que não é, porque dentro do fluxo operacional as encomendas têm o mesmo tratamento, elas não recebem tratamento diferenciado, a não ser deste tipo de cliente do Log + dos Correios, que a gente consegue identificar, insere no fluxo e eles saltam algumas etapas do processo de postagem e encaminhamento da carga. Quem tiver em Feira de Santana o interesse de conhecer melhor esse serviço, a gente vai ter um Fórum para divulgar. É só entrar em contato com a gerente de vendas ou assistente comercial dos Correios”, explicou.

A superintendente destacou que durante os períodos festivos, quando há maior fluxo de entregas de encomendas, os Correios precisam contratar mais colaboradores para conseguir dar conta do serviço, além de estender o horário de funcionamento.

Ela ressaltou ainda o papel social que os Correios possui em relação às localidades mais distantes, cidades pequenas, onde outras empresas não têm o interesse de realizar entregas por não ser algo tão rentável.

“Os Correios é o maior operador logístico do Brasil, e também faz um papel social, porque os Correios vão em localidades onde outras empresas não têm interesse de ir, devido ao custo para entrega de encomendas. Então os Correios fazem esse papel social. As empresas privadas têm interesse em uma cidade como Feira de Santana, porque é um polo grande, e fácil de entregar. Mas em áreas periféricas em cidades próximas a Feira, que são menores, esses operadores não vão. O operador que vai é os Correios, porque não é rentável para eles entregar nestes locais”, observou.

No Dia dos Solteiros, Alibaba entrega mais de 200 milhões de pacotes apesar das restrições

O tão famoso Festival 11.11 do Grupo Alibaba (ou Dia dos Solteiros, para os brasileiros) deu muito o que falar. Segundo a Cainiao, divisão logística da empresa chinesa, as entregas de encomendas ultrapassaram os 200 milhões de pacotes. Porém, esses dados poderiam ser muito maiores, uma vez que 15% das áreas da China tiveram a logística interrompida por conta do controle da Covid.

Para os pedidos gerados na primeira janela de vendas do dia 11/11, a Cainiao encurtou o tempo entre o pagamento e o atendimento em mais de 3 horas em comparação com o ano passado. O período entre o envio do produto pelos vendedores e a conclusão da entrega também diminuiu em quase cinco horas.

Desafio chinês devido a pandemia
Por conta da tensão que ainda ocorre na China em relação às restrições da pandemia, a empresa afirma que houve muitos empecilhos na logística da última milha, o que reduziu as entregas diárias.

Como comparativo ao ano anterior, as empresas de logística doméstica movimentaram uma média diária de 389 milhões de encomendas neste Dia dos Solteiros. Por outro lado, em 2021 esse número foi de cerca de 425 milhões por dia durante o festival de compras, segundo dados do Ministério dos Transportes da China.

Machine learning para otimização logística
Mesmo com toda a complexidade logística, o Grupo Alibaba afirma que em muitos casos conseguiu reduzir os prazos de entrega internacional. Seus serviços de entrega acelerada atenderam 80% dos pedidos espalhados em cerca de 40 mil marcas internacionais no mercado B2C este ano.

O segredo da eficiência logística para o Dia dos Solteiros, segundo a empresa, foi o planejamento antecipado, aliado à assistência do machine learning. Neste caso, a plataforma se preparou para o festival analisando padrões de compras e outras entradas com aprendizado de máquina, a fim de identificar produtos populares e garantir estoque suficiente.

Mais de 80% dos pedidos do Dia dos Solteiros foram pré-agrupados, pré-embalados e pré-despachados para armazéns já na pré-venda, com o intuito de melhorar a velocidade de entrega e reduzir os custos.

Robôs para as entregas de última milha
Outra curiosidade do Alibaba para o festival de vendas foi o incremento do seu exército de robôs utilizados na logística. De acordo com o marketplace, eles “cobriram” o trabalho humano de última milha em cerca de 400 campus universitários na China durante 11/11/2011.

Robô de entrega “Xiaomanlv” em um campus universitário durante 11.11. Crédito da foto: Grupo Alibaba
A frota de 700 veículos autônomos Xiaomanlv dobrou de tamanho em relação ao festival do ano passado. E, dessa vez, recebeu suporte de uma rede de estações de coleta para atender clientes em áreas de difícil acesso.

Logística muito além dos robôs
O braço logístico do Alibaba contratou 100 mil trabalhadores adicionais para a logística do Dia dos Solteiros. Para garantir a velocidade e pontualidade das entregas, a maioria dessas pessoas foi alocada em postos de entrega estratégicos.

A adição de colaboradores, segundo o Grupo Alibaba, contribuiu na pesagem das mercadorias e, consequentemente, aumentou as vendas dos lojistas e a fidelização dos consumidores.

Poder logístico otimizado
Este ano, a Cainiao usou mais de 400 rotas de carga para enviar mercadorias do Alibaba da China para o mundo. Para tanto, utilizou-se desde voos fretados e fretes marítimos até expressos ferroviários.

Além disso, preparou quatro milhões de metros quadrados de espaço extra de armazenamento em 20 cidades chinesas. Por conta do combate à pandemia feito pelo governo chinês, o espaço extra permite aos lojistas reservarem uma área no CD do Grupo Alibaba caso o armazém próprio seja fechado.

Amazon contrata Azul Cargo para aumentar capacidade de entrega na região norte

A Amazon e a Azul Linhas Aéreas Brasileiras firmaram parceria para reforçar a capacidade de entregas de e-commerce na região Norte do Brasil. O projeto usa linhas aéreas que transportarão os pacotes do centro de distribuição da Amazon, em Cajamar (SP), para as cidades da região Norte.

De acordo com o estudo realizado pela empresa de consultoria imobiliária Cushman & Wakefield, uma das tendências para o mercado logístico brasileiro nos próximos meses é o foco na entrega no menor prazo e custo. Por isso, a Amazon passou a usar da amplitude e conectividade de malhas aéreas para otimizar ainda mais as entregas no país. Além disso, as sete aeronaves próprias da Azul Cargo cobrem rotas nacionais de maior demanda com toda a segurança e a rapidez que o mercado exige.

“Na Amazon, buscamos proporcionar a melhor experiência de compra aos clientes do Norte ao Sul do país, preservando a segurança e o bem-estar de todas as pessoas envolvidas na operação e entrega dos pacotes”, explicou o líder de Transportes Aéreos da Amazon no Brasil, Alex Cristiano de Paula. “Estes são valores importantes também para a Azul, e entendemos que, contar com os serviços da companhia com maior número de voos do Brasil, é mais um passo importante em nossa estratégia de negócios, e para garantir entregas com o melhor desempenho e prazo possíveis.”

Os clientes Amazon de Manaus (AM) e Belém (PA) passam a receber os pedidos em aviões da Azul em um prazo de dois dias. Já os de Macapá (AP), em até três.

Atualmente a Amazon atende 100% dos municípios no Brasil, usando a combinação de operações próprias e transportadoras terceiras. A Azul Cargo referência no setor de transporte do Brasil é uma delas agora, abrangendo 300 rotas para mais de 150 destinos brasileiros a partir de uma frota de cerca de 160 aeronaves.

“A Azul é a companhia aérea mais pontual do mundo, e vamos trabalhar com essa mesma eficiência para entregar os pacotes da Amazon na região Norte do país, alinhando agilidade, qualidade e baixo custo”, destacou Izabel Reis, diretora da Azul Cargo.

Vai Fácil, de logística de última milha, negocia fazer entregas para Renner, Reserva e Nike na Rocinha

A startup fechou parceria com a Carteiro Amigo, que opera há 20 anos na favela carioca.

Marcas como Renner, Reserva, Centauro e Nike podem estar a um passo de terem seus produtos entregues na Rocinha, no Rio de Janeiro, diz Humberto Bahia, fundador e CEO da Vai Fácil. Todas essas marcas são clientes da startup carioca de logística carbono neutro de última milha, que fechou parceria com a Carteiro Amigo. Ela atua na mesma área da Vai Fácil, mas focada em favelas.

Pelo acordo, a Rocinha passa a contar com um CEP virtual, que indica um hub de entrega logística para a Vai Fácil. De lá, a rede parceira distribui os pedidos. Só na Rocinha — ela atua também em Rio das Pedras — a Carteiro Amigo atende a 1,2 mil residências, com 300 entregas por dia.

— Temos esse serviço em Paraisópolis (SP). Como empresas apoiaram lá, vimos que faria sentido repetir em outras favelas. Vamos ajudar a levar cidadania, gerar emprego e renda —diz.

Ele destaca que a Carteiro Amigo opera há 20 anos, tendo criado algoritmos próprios.

— Estamos conversando com diversas empresas. E já pensamos em, na sequência, expandir para Rio das Pedras e, depois, Complexo do Alemão. A previsão é gerar mais de 50 mil entregas por mês em 21 favelas do Rio a partir do segundo semestre de 2023. Vai ajudar a entender o perfil de consumo — avalia ele.

Pela parceria, a Vai Fácil terá exclusividade na entrega de artigos de vestuário, calçados, perfumaria e cosméticos. A startup deve mais que dobrar a receita este ano, ante a 2021. E já estima repetir o desempenho em 2023.

Correios se preparam para a Black Friday; veja o que vai mudar para você

*Estatal planeja implementar diversas inovações que vão modernizar as entregas;
*Correios irá dar mais autonomia para o consumidor;
*Black Friday de 2022 terá um aumento de 30% no volume de entregas em comparação ao ano passado.

A Black Friday só irá acontecer em aproximadamente dois meses, mas o Correios já está se preparando para lidar com o período intenso de compras online. Na última quarta-feira (05) a estatal lançou em sua sede em São Paulo a Black de Milhões, campanha deste ano que irá trazer inovações nas entregas para os brasileiros.

Segundo a empresa, no último ano o fluxo de encomendas na época da Black Friday atingiu um recorde de 19 milhões de remessas recebidas, sendo 3,4 milhões em um único dia de vendas promocionais. O número é 40% maior do que o volume visto normalmente pelos Correios.

Para este ano, segundo Diego Smorigo, Consultor de Negócios Sênior do Sebrae, o volume de entregas da estatal deverá ser 30% maior do que no ano passado. Para o consultor, a pandemia forçou muitos consumidores a experimentarem pela primeira vez as compras online, fazendo com que boa parte da população perdesse o medo do e-commerce.

Para se destacar ainda mais no período, os Correios planejam implementar diversas inovações no período. Confira:

Entrega Interativa
A Entrega Interativa vem para aplacar as dores de todos aqueles cansados de não estarem em casa quando o carteiro passa com as encomendas. Com ela será possível criar uma comunicação entre o destinatário e o trabalhador, possibilitando agendar o horário da entrega, ou autorizar a entrega a um vizinho.

Clique e Retire
Com o Clique e Retire os consumidores brasileiros poderão utilizar o CEP de uma agência dos Correios como destinatário de uma encomenda e fazer a retirada no local.

Logística Reversa
A Logística Reversa traz para os Correios uma prática presente em apenas algumas empresas, facilitando a vida do consumidor brasileiro. Com ela será possível devolver encomendas diretamente nas agência dos Correios ou nas residências

Lockers
Também presente como método de retirada de algumas empresas, os Correios irão implementar armários inteligentes de autoatendimento em diferentes pontos de cidades brasileiras, de modo a facilitar o recebimento de uma encomenda por um cliente que, por exemplo, poderá pegar seu pacote durante a volta do trabalho.

Web Service
Web Service é a integração de todos esses serviços na plataforma online dos Correios, como o aplicativo, permitindo ao usuário fazer escolhas e ter autonomia no processo de entrega de seus pacotes.

Dia Mundial dos Correios: serviços postais mostram recuperação pós-pandemia e incentivam proteção ambiental

Entregas globais de pequenos pacotes e encomendas pelos Correios aumentaram em todo o mundo.

*Dia Mundial dos Correios celebrado em 9 de outubro;
*Relatório da União Postal Universal mostra que setor teve melhoria nas qualidades;
*Adolescente turco de 13 anos venceu concurso internacional de cartas.

A União Postal Universal, UPU, acaba de divulgar um novo relatório mostrando que a qualidade dos serviços postais em todo o mundo melhorou desde o auge da pandemia de Covid-19.

A notícia foi divulgada às vésperas do Dia Mundial dos Correios, marcado neste domingo, 9 de outubro. O tema deste ano é “Cartas pelo planeta”, reconhecendo as muitas maneiras pelas quais os serviços postais estão encontrando meios mais limpos e ecológicos para chegar a cada dia às portas dos usuários.

Guterres disse que o setor postal é um parceiro fundamental no esforço para cumprir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

Impacto no clima
Em mensagem, o secretário-geral da ONU disse que o tema é também um chamado à ação para que o setor postal possa conectar governos, empresas e pessoas e assumir um papel de liderança na luta contra as mudanças climáticas.

António Guterres disse que o setor postal é um parceiro fundamental no esforço para cumprir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Ele agradeceu à União Postal Universal por liderar este apelo à ação.

O relatório da UPU traz dados de 172 países, apresentando um índice comparativo em quatro dimensões: confiabilidade, alcance, relevância e resiliência dos serviços postais.

O índice é uma ferramenta de última geração para a UPU e seus países membros, que se esforçam para garantir o acesso universal a serviços modernos e de alta qualidade, incluindo logística para comércio eletrônico, por meio dos Correios.

De acordo com o documento, as redes postais da Áustria, China, França, Alemanha, Japão e Suíça atingiram o nível superior, alcançando excelência postal.

Melhorias nos serviços em alguns países
A edição de 2022 do relatório também observou que vários países fizeram avanços significativos. Isso inclui Armênia, Egito e Estônia, que alcançaram as pontuações mais altas em comparação com o ano anterior. Camarões, Colômbia e Arábia Saudita foram reconhecidos como líderes regionais no índice de 2022.

Outros dados mostram que o declínio nos volumes de correspondência doméstica desacelerou pela primeira vez em uma década. Hoje, a maior parte do negócio postal é o mercado de logística e encomendas.

O relatório também faz conexões entre as reduções na pegada de carbono postal e o desenvolvimento postal bem-sucedido, destacando como podem fornecer ideias para a preparação de planos de mitigação para evitar impactos ambientais negativos das atividades postais.

Vencedor de concurso internacional
Como parte das comemorações do Dia Mundial dos Correios, um adolescente turco de 13 anos foi o vencedor do 51º Concurso Internacional de Redação de Cartas para Jovens da União Postal Universal. Esra Sümeyye Öz recebeu o prêmio na sexta-feira em Berna, na Suíça.

A edição 2022 da competição pediu a jovens entre 9 e 15 anos que escrevessem uma carta a uma pessoa influente sobre como e por que agir contra as mudanças climáticas.

Esra escreveu: “Meu professor me pediu para escrever uma carta a uma pessoa influente para chamar a atenção para a crise climática. Acho que as mães são as pessoas mais influentes do mundo. Uma mãe molda o mundo, cria gerações, muda sociedades.”

Vice-campeões e menções especiais
Nisal Nasser Salem Al Rawahiyah, de Omã, recebeu a medalha de prata por sua carta ao Ministro da Agricultura, Pescas e Recursos Hídricos de Omã.

Em terceiro lugar ficou Bryaneliza Latchman, da Guiana, que dirigiu sua carta ao presidente do país com várias medidas acionáveis para combater a crise climática.

Jovens escritores da Argélia, Chipre, Geórgia, Sri Lanka e Vietnã receberam menções especiais no concurso por suas cartas.

O tema do Concurso Internacional de Redação de Cartas para Jovens de 2023 será anunciado em breve.

E-commerce: estacionamentos e fábricas fechadas viram depósitos para acelerar entregas em São Paulo

Empresas como Goodstorage e Unlog crescem junto com a explosão do comércio eletrônico, aliada à falta de espaços perto da capital paulista, que fez com que os preços dos espaços para armazenamento disparasse em São Paulo.

A corrida do varejo online e das indústrias de bens de consumo para entregar rapidamente seus produtos ao consumidor tem provocado uma disputa acirrada por espaços de armazenagem na cidade de São Paulo, o principal mercado do País. Por conta disso, espaços como estacionamentos ociosos ou fábricas abandonadas, por exemplo, têm se transformado em depósitos para atender especificamente ao e-commerce.

A maior procura por áreas vagas vai do miolo da capital paulista até áreas a 30 km do centro. Nessas regiões, faltam terrenos para erguer condomínios logísticos e imóveis adequados para serem transformados em galpões “last mile” (última milha), no jargão do mercado de logística. Esses armazéns servem como ponto de apoio para o despacho final das mercadorias, a parte mais onerosa das entregas.

A escassez de terrenos para a instalação de novos empreendimentos logísticos levou o mercado imobiliário a um estado de ebulição. Os reflexos aparecem na alta dos aluguéis dos galpões, na queda da vacância e também na adaptação de imóveis vagos para virarem armazéns.

Não é raro hoje encontrar galpões logísticos em áreas onde até pouco tempo atrás funcionavam indústrias. Um exemplo dessa transformação foi a compra da fábrica de trens da Alstom, na Lapa, bairro da zona Oeste da cidade, pela Goodstorage. Com a ida da empresa francesa para Taubaté (SP), ficou vago um terreno de 80 mil metros quadrados, com 65 mil metros quadrados de galpões.

“Estamos reformando esses galpões, que vão dar origem a um parque logístico no coração da Lapa”, conta Thiago Cordeiro, CEO da Goodstorage. O empreendimento começa a funcionar em fevereiro e já tem uma parte pré-locada.

A empresa, que começou em 2013 como um guarda-móveis, hoje se posiciona como uma companhia de logística urbana, incluindo tanto a armazenagem para pessoas físicas (selfestorage) como para empresas. Tem sete parques logísticos urbanos, que somam uma área de 150 mil metros quadrados e investimentos de US$ 150 milhões. Quatro já estão em operação, com 90% de ocupação. Todos os condomínios estão para dentro das Marginais e têm localização estratégica para atender entregas rápidas.

De olho nesse novo filão, a armazenagem urbana, a Unlog, que há dois anos começou como uma espécie de “airbnb” de vagas de estacionamentos, foi outra que mudou de posicionamento.

Diante da baixa rentabilidade do aluguel de vagas de estacionamento, o foco da empresa passou a ser criar infraestrutura de armazenagem para o abastecimento de varejo tradicional, do e-commerce e da indústria. Foram abertos pequenos galpões urbanos de armazenagem, com 200 a 1 mil metros quadrados, espalhados por bairros dentro de grandes cidades.

“Miramos numa formiguinha e acertamos num elefante”, afirma Michele D’Ippolito, sócio-diretor. Com a mudança, a empresa conseguiu conquistar clientes importantes, como Ambev, Mercado Livre, Americanas e outras gigantes, interessadas em locar hubs de armazenagem.

O empresário explica que “granularização” da armazenagem dentro dos grandes centros é a nova tendência da logística para agilizar as entregas. Com isso, passaram a ser aproveitados espaços mais variados: de lojas desativadas a galpões e também parte de estacionamentos ociosos. “Somos bem ecléticos e o nosso modelo é bem híbrido”, diz. Ao aproveitar espaços tão diversos para armazenagem, ele frisa que não se trata de improvisação.

Na rua 25 de Março, importante polo de comércio popular no centro da capital, por exemplo, a empresa ocupa parte de um estacionamento. A área alugada foi transformada em ponto de armazenagem em contêineres e também é aproveitada para o transbordo e retirada de mercadorias.

Na Vila Olímpia, zona Sul da cidade, a companhia tem uma área de armazenagem de 400 metros quadrados, dividida em pequenos hubs logísticos. Eles são alugados pelo varejo online, como Amaro, Riachuelo, e empresas como a Infracommerce, voltada para a parte de implementação de e-commerce para as indústrias. Aliás, indústrias de bens de consumo, como Philip Morris e Canon, que estão na unidade da Vila Olímpia, são os principais clientes dos hubs urbanos da companhia.

“Para a gente, a pandemia foi mágica”, afirma o empresário, que no meio da covid-19 viu o seu o negócio dar um salto. “Em 2021, crescemos o faturamento em 1.600%.” O negócio deu tão certo que foi criada uma divisão específica de armazéns, batizada de Undock. Neste ano, a empresa continua em ritmo acelerado, mas ele não revela quanto está crescendo.

De grandes terrenos a ‘terreninhos’
Para atender o mercado de entregas rápidas, o sócio-diretor da consultoria imobiliária Binswanger Brazil, Nilton Molina Neto, diz que empresas de desenvolvimento imobiliário têm buscado não só grandes terrenos na Região Metropolitana de São Paulo para erguer condomínios logísticos, mas também “terreninhos” menores, com 5 mil a 10 mil metros quadrados, para montar operações específicas de logística dentro da cidade de São Paulo.

A tendência é confirmada por Simone Santos, presidente da SDS Properties, imobiliária especializada em galpões, e coordenadora do Comitê de Real Estate da Associação Brasileira de Logística (Abralog). Na sua empresa, há demandas diárias por pelo menos 1 mil metros quadrados de galpões dentro da cidade de São Paulo. “No entanto, não existe infraestrutura suficientemente adequada para suprir essa demanda.” Os principais interessados são os e-commerces, mas também há fabricantes de bebidas, cigarros, produtos farmacêuticos.

Marina Cury, CEO da Newmark no Brasil, consultoria do setor imobiliário, conta que existe uma demanda gigantesca por áreas logísticas, especialmente as que ficam até 15 quilômetros do centro de São Paulo. Quem procura são desenvolvedores de logística e empresas que querem alugar galpões. “É um casamento quase perfeito”, afirma, não fosse a falta de oferta.

Vacância em baixa e aluguel em alta
Por causa da oferta apertada de galpões, a vacância está pressionada. No segundo trimestre deste ano, por exemplo, o espaço vago nos galpões em condomínios logísticos localizados num raio de até 30 quilômetros do centro de São Paulo era de 8,7%, enquanto, no restante do Estado de São Paulo, a vacância média atingia quase o dobro (17,2%), aponta pesquisa da Binswanger.

A mínima histórica de espaços vazios nos galpões mais próximos da capital, de 5,5%, foi registrada no terceiro trimestre de 2021. Por causa das entregas de novos condomínios logísticos, houve um alívio. “Mas 8,7% é uma vacância muito baixa”, afirma Molina Neto. O equilíbrio de mercado ocorre quando a ociosidade dos galpões oscila entre 13% e 15%.

A falta de galpões para locação é ainda mais crítica nos empreendimentos mais próximos do centro, até 20 quilômetros da Praça da Sé, o marco zero da capital paulista. Entre abril e junho, a vacância dos galpões logísticos nessas áreas estava em 1,7%, de acordo com a Newmark. É menos da metade da ociosidade registrada no primeiro trimestre (4,08%).

Ao que tudo indica, o aperto deve continuar. Nas contas de Mariana Hanania, diretora de pesquisa da Newmark, está prevista a entrega de 94 mil m² de novos galpões na capital até o final deste ano. Para 2023, serão mais 78,7 mil metros quadrados. “Um inquilino só poderá levar todo esse novo espaço”, alerta. Por isso, a perspectiva é de que o estoque de galpões na capital, atualmente de 600 mil metros quadrados, continue insuficiente.

Outro termômetro do aquecimento é comportamento do aluguel de galpões em condomínios logísticos até 30 quilômetros do centro. O valor pedido tem crescido a cada trimestre desde o início de 2021. Chegou a R$ 27 por metro quadrado no segundo trimestre deste ano, com alta de 28% nos últimos 12 meses, aponta a Binswanger. Foi um avanço bem mais expressivo do que o registrado para a média das demais áreas do Estado de São Paulo, que subiu 11% no mesmo período.

Mudança de perfil
A grande procura por áreas de armazenagem na cidade de São Paulo para garantir entregas em questão de horas começa também a mudar o perfil de algumas regiões. Simone, da Abralog, observa que em regiões onde o zoneamento é mais restritivo para o uso residencial, isto é, na Zona Predominantemente Industrial (ZPI), há imóveis sendo aproveitados para uso logístico. Até são permitidos nessas zonas empreendimentos residenciais, mas normalmente para baixa renda. Por conta disso, a disputa de grandes incorporadoras imobiliárias por terrenos é bem menor e a pressão sobre custos menos intensa, o que acaba viabilizando a implantação de galpões logísticos nesses zonas da cidade.

Mas essa não era a lógica que vigorava no passado. Segundo consultores, o destino de um grande terreno ou de um galpão industrial vago na capital paulista era virar prédio residencial, de escritórios ou shopping center. A logística não estava no radar para o aproveitamento dessas áreas, porque a maioria das empresas não tinha e-commerce. Outro obstáculo é que o uso para logística não fechava a conta, não era rentável, aponta Molina Neto.

Hoje, porém, depois de toda a aceleração nas vendas digitais provocada pela pandemia, a logística ganhou relevância para os empreendedores imobiliários e a conta começa a fechar. Uma reflexo desse movimento já apareceu na rentabilidade. Nos últimos 12 meses, fundos imobiliários com papéis atrelados a empreendimentos logísticos pagaram, em média, dividendos anuais de 8,64% , enquanto os fundos de lajes corporativas tiveram rentabilidade menor, de 7,88% em igual período.

Na no bairro da Vila Olímpia, zona sul da capital, a Undock tem condomínio urbano de pequenos galpões que ocupam 400 metros quadrados, que é muito procurado por empresas de comércio online e indústrias de bens de consumo
Na no bairro da Vila Olímpia, zona sul da capital, a Undock tem condomínio urbano de pequenos galpões que ocupam 400 metros quadrados, que é muito procurado por empresas de comércio online e indústrias de bens de consumo Foto: Werther Santana/Estadão
Novo desafio: o ‘pré-sal’ da armazenagem
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O plano da Goodstorage, segundo Cordeiro, é em cinco anos ter 500 mil metros quadrados de galpões logísticos na cidade de São Paulo. Para isso, serão investidos mais US$ 250 milhões. “A despeito do juro alto não ser favorável ao investimento imobiliário, continuaremos investindo e bastante, porque há carência de infraestrutura.”

D’Ippolito, diz que a meta da Undock é ter 700 unidades em seis anos. Hoje, são 28 unidades que somam cerca 20 mil metros quadrados de área de armazenagem. Elas estão distribuídas em mais de 20 cidades, acima de 300 mil habitantes, espalhadas pelo País. São Paulo responde pela maior parte da área total, entre a 3 mil a 4 mil metros quadrados.

A próxima fronteira a ser explorada para a armazenagem é o “pré-sal”, brinca o empresário. São as áreas subterrâneas das grandes cidades que estão ociosas e necessitam de muita tecnologia para serem exploradas. “Esse é o próximo passo que a gente enxerga como sendo o metro quadrado com grande potencial de ser ressignificado para a logística.”

Procurada, a Americanas S/A informou, por meio de comunicado, que “dispõe de mais de 200 hubs em localização estratégica para potencializar o foco na entrega cada vez mais rápida ao cliente. Além disso, as 1.800 lojas funcionam também como hubs”.

A Loggi, por meio de sua assessoria, informou que “as suas instalações nos centros urbanos fazem parte da nossa estratégia para conectar o Brasil, garantindo que todas as pessoas tenham acesso a uma entrega rápida e eficaz. Nesse sentido, a empresa já ocupou diversos espaços, seja de forma temporária ou permanentemente”.

Startups criam logística para entrega de varejistas em favelas

Mercado de pessoas que não têm acesso a entregas a domicílio é estimado em 36 milhões.

De olho em um mercado de 36 milhões de pessoas que não têm acesso a entregas a domicílio, startups estão desenvolvendo rotas para inserir essa população ao mercado de delivery e de compras online. Muitas vezes esses consumidores nem têm CEP para serem localizados, o que impõe grandes desafios para a chamada last mile, entregas da última milha até a porta do cliente.

Um levantamento feito pelo Data Favela em parceria com o Instituto Locomotiva revelou que as favelas brasileiras, se formassem um Estado, estariam em quarto lugar entre os maiores do País. São 7 mil favelas, com um total de 17,1 milhões de moradores, que movimentam mais de R$ 180 bilhões por ano. Somando a outros moradores de regiões periféricas, o número de habitantes sobe para 36,2 milhões.

Quase 90% dessas pessoas são bancarizadas e conectadas à internet, mas 67% já deixaram de comprar online por não ter entrega disponível em seu endereço. É para ocupar esse vácuo no mercado que algumas startups estão apostando no last mile, como a naPorta, que cuida de toda a logística de entrega até a casa dos moradores de comunidades no Rio de Janeiro e em São Paulo. O sócio-fundador da empresa, Leo Medeiros, conta que era gerente de contas da Amazon quando começou a debater a sementinha da ideia com o cliente Sanderson Pajeú, hoje seu sócio na empreitada.

Operação
No modelo criado, cada região atendida conta com um ponto de apoio para processamento e roteirização das encomendas, que chegam de grandes empresas, como Renner, Riachuelo, Americanas, Mercado Livre e iFood. Já o caminho do posto até o consumidor final é feito pelos entregadores da startup, que são recrutados na própria comunidade.

“O ponto fica perto das áreas das comunidades, mas fora das zonas de risco, para que as transportadoras consigam chegar até nós ou para que possamos recolher nas lojas”, diz Medeiros, contando que quem organiza a logística entre o posto e o destino final é um líder operacional também da comunidade, responsável pela conexão da startup com moradores.

Outra que aposta nesse segmento é a Favela Llog, uma parceria da gigante de logística Luft Solutions e a Favela Holding, grupo de 24 empresas de diversos segmentos, que movimentam cerca de R$ 63 bilhões por ano. A startup usa a capilaridade da Central Única das Favelas (Cufa) e o know-how de mercado da Luft para destravar endereços, fazendo a última milha para as principais empresas do e-commerce nacional.

De acordo com o CEO Thales Athayde, a empresa já existia desde 2014, sob o nome de Favela Log, mas não tinha expertise e sistema de logística para expandir. Foi depois da covid-19 que o empresário Luciano Luft entrou com o segundo “L” – e como principal acionista – para resolver o problema. “Quando veio a pandemia, a Cufa tinha de fazer muitas entregas de doações. Luciano é um antigo amigo nosso e veio somar para fazer o transporte das doações em todo o País”, diz Athayde.

Fundada em Bogotá em 2020, a plataforma de social commerce Muni também nasceu com o propósito de dar acesso ao comércio digital às classes C, D e E.

Segundo Thomas Endler, diretor comercial da empresa, os dois diferenciais do modelo estão no fato de a própria Muni ser um varejo online que compra mercadorias da indústria, o que encurta a cadeia e possibilita praticar preços até 40% mais baixos para o cliente final, sem taxa de entrega.

Sábados agora são considerados dias úteis para entregas de Sedex

Segundo os Correios, objetivo é agregar diferencial ao e-commerce e às micro e pequenas empresas.

As postagens de Sedex, Sedex 10 e Sedex12 agora têm o sábado considerado como dia útil para o cálculo da data de entrega nos principais corredores de negócios do País. Segundo os Correios, a novidade tem o foco nas necessidades do mercado e visa oferecer mais agilidade e conveniência aos clientes, além de agregar diferencial ao e-commerce e às micro e pequenas empresas.

A inovação está em vigor desde o último sábado, dia 1º de outubro, nas seguintes capitais: Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e São Paulo (SP). Além disso, também vale para os municípios paulistas de Campinas, Franca, Jundiaí, Ribeirão Preto, Diadema, Guarulhos, Osasco, Santo André e São Bernardo do Campo.

Os Correios também passaram a disponibilizar o Sedex Hoje em mais duas novas cidades: Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG). O serviço possibilita a entrega de documentos e mercadorias no mesmo dia da postagem, contanto que essa postagem tenha sido feita nas agências até as 15h. A solução está disponível para clientes com e sem contrato. A relação de agências habilitadas e as regiões de entrega estão disponíveis para consulta no site dos Correios.

Além de acompanhamento em tempo real e interação entre destinatário e entregador, o Sedex Hoje garante a entrega até as 23h, inclusive aos sábados, domingos e feriados, nas unidades que estiverem em funcionamento nesses dias.

Para clientes de contrato com os Correios, especialmente aqueles que demandam entregas recorrentes de Sedex Hoje, a empresa oferece condições especiais, como horário estendido de postagem até 20h, redutores de preços e coleta gratuita.

Fretebras: Volume de frete rodoviário na região sudeste cresce 43,5% no 1º semestre

O volume de fretes rodoviários na Região Sudeste no primeiro semestre aumentou 43,5% na comparação com igual período de 2021, o que mostra que a região está cada vez mais digitalizada no transporte de cargas. A avaliação é da Fretebras, maior plataforma online de transporte de cargas da América Latina, que acaba de lançar a 8ª edição do “Relatório Fretebras – O Transporte Rodoviário de Cargas”, com base na análise de 4,7 milhões de fretes publicados no primeiro semestre de 2022.

Segundo o estudo, Minas Gerais registrou a maior alta no volume de fretes no período na região, 57,3%, na plataforma da Fretebras. O estado assumiu a segunda posição, com aumento de 2 pontos porcentuais (17,8%) em representatividade, impulsionado pelo setor da construção. São Paulo, que lidera o ranking em quantidade de cargas transportadas (21,3%), obteve um aumento de 35,8% no primeiro semestre deste ano em comparação com o do ano passado.

O diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad, disse em comunicado que “a digitalização dos fretes já é uma realidade e podemos ver isso com o grande crescimento no volume de fretes no Sudeste, uma das regiões com maior representatividade em nossa plataforma”.

Em todo o Brasil, o aumento do volume de fretes na plataforma no primeiro semestre de 2022 foi de 38%. As regiões Centro-Oeste e Sul (com altas de 67,4% e 19,4%, respectivamente) ajudaram a puxar esse crescimento, com a região Sudeste, pela representatividade dos fretes movimentados nessas localidades. Ao todo foram movimentados R$ 49 bilhões em fretes de janeiro a junho de 2022.