Amazon mira expansão em logística e número de vendedores; Prime Day 2025 é confirmado para julho

A Amazon reforçou o compromisso com o mercado brasileiro durante o Amazon Conecta 2025, evento que reuniu vendedores e especialistas do setor nesta terça-feira.

Juliana Sztrajtman, presidente da Amazon Brasil, apresentou os principais números da operação local e destacou a estratégia de expansão logística e de incentivo a pequenas e médias empresas (PMEs) no marketplace.

Atualmente, a empresa atende todos os 5.570 municípios do país, com mais de 1,3 mil cidades cobertas por entregas em até dois dias e mais de 200 com entregas em um dia. A malha logística conta com 150 polos e 12 centros de distribuição (CDs), sendo o mais recente o GRU9, inaugurado em São Paulo, que é considerado o mais tecnológico da operação brasileira. Com 70 mil m², o CD tem capacidade para separar até 9,5 mil pacotes por hora. A empresa prevê a abertura de novas unidades ainda em 2025.

Segundo dados da NielsenIQ, a Amazon figura entre as primeiras posições em intenção de compra e lembrança de marca no Brasil. Juliana destacou que a companhia vem acompanhando de perto o comportamento do consumidor, com foco em ampliar a seleção de produtos e tornar as entregas mais seguras e rápidas.

Atualmente, são ofertados 150 milhões de produtos em 50 categorias no marketplace. Membros Prime compram, em média, sete vezes mais que usuários comuns. Embora o número de assinantes no país não tenha sido divulgado, o Brasil é o mercado onde o programa Prime mais cresceu globalmente.

Números regionais

As vendas realizadas por vendedores parceiros da Amazon apresentaram crescimento expressivo em todas as regiões do Brasil entre 2023 e 2024. O levantamento feito pela empresa revela expansão acima de dois dígitos em todos os estados com relação a novos sellers.

Os destaques foram o Sudeste, que manteve a liderança na chegada de vendedores, e o Norte, que registrou o maior avanço percentual. Veja:

  • Sudeste

Com um crescimento geral de 36%, a Região Sudeste segue como o principal polo de negócios para os parceiros da Amazon. O maior avanço foi registrado no Rio de Janeiro, com aumento de 76% — de 8.783 para 15.477 de novos vendedores, um acréscimo de mais de 6,6 mil. São Paulo também se destacou, com alta de 30% e mais de 11,5 mil vendedores em 2024. Espírito Santo e Minas Gerais registraram crescimentos de 27% e 25%, respectivamente.

  • Norte

A Região Norte teve o maior crescimento percentual do país, com expansão superior a 55% na base de vendedores parceiros. Roraima (68%) e Pará (67%) lideraram o avanço, seguidos por Amazonas (59%), Tocantins (47%), Amapá (45%), Acre (41%) e Rondônia (40%). O Pará se destaca ainda como o estado com maior número absoluto de parceiros, superando os 600 vendedores.

Além do crescimento comercial, a região também recebeu projetos logísticos inovadores. Um piloto de entregas foi implementado na comunidade do Catalão, zona rural de Iranduba, a 27 km de Manaus. A ação permite que 86 famílias ribeirinhas recebam produtos da Amazon.com.br em até dois dias, por meio de voadeiras que partem do Porto da Ceasa, na zona sul da capital amazonense.

  • Nordeste

O Nordeste registrou um crescimento geral de 33% no mesmo índice e se consolidou como uma das áreas de maior expansão. O Maranhão liderou o crescimento regional com alta de 61%, enquanto Alagoas (41%) e Ceará (34%) também se destacaram. Bahia, Pernambuco e Paraíba mantiveram trajetória positiva, com mais de 1.000 novas operações somadas. Sergipe e Piauí cresceram 21% cada.

  • Centro-Oeste

Com aumento médio de 33%, o Centro-Oeste manteve ritmo semelhante ao do Nordeste. Goiás teve o melhor desempenho da região, com alta de 41% nas vendas, seguido por Mato Grosso (43%), Mato Grosso do Sul (32%) e Distrito Federal (22%).

  • Sul

A Região Sul registrou crescimento médio de 24%, impulsionado principalmente por Santa Catarina, com alta de 27%. Paraná cresceu 24% e o Rio Grande do Sul, 21%. Os três estados somaram mais de 3 mil novos sellers no ano.

Marketplace com foco em PMEs

De acordo com Virginia Pavin, diretora de Marketplace da Amazon Brasil, a empresa encerrou 2024 com 100 mil vendedores ativos, crescimento de 30% em relação ao ano anterior. Desse total, 99% são pequenas e médias empresas.

“As vendas no marketplace somaram R$ 11,3 bilhões em 2024, com 78% dos pedidos feitos para fora da localidade do vendedor, refletindo o alcance nacional da plataforma. Além disso, mais de 3 mil vendedores brasileiros já comercializam seus produtos em outros países por meio da Amazon”, disse.

A executiva também anunciou novas ferramentas com apoio de inteligência artificial para simplificar o processo de entrada de lojistas na plataforma. Em 2025, a empresa contará com um Registration Hub, que oferece suporte especializado para o cadastro de novos vendedores, e o Listing Hub, com profissionais dedicados à criação de listagens. As soluções de IA permitirão a geração automática de páginas de produto a partir de uma breve descrição, imagem e URL do site.

A comunicação com os vendedores também passará a ser feita via WhatsApp, em mais uma iniciativa para aproximar a Amazon dos lojistas.

Logística e novas categorias

O programa Fulfillment by Amazon (FBA), que atualmente opera apenas para vendedores registrados em São Paulo, será expandido ao longo do ano. A empresa também reconhece que estados com maior incentivo fiscal seguem à frente na atração de novos polos logísticos.

Entre as prioridades do marketplace para 2025 está o aumento da variedade de produtos em categorias como automotivo e moda, com campanhas de incentivo a lojistas para ampliar o sortimento.

Prime Day e perspectivas

A edição de 2025 do Prime Day está confirmada para julho. Em 2024, a data promocional registrou crescimento de 71% em relação ao ano anterior, com 9 bilhões de entregas feitas no mesmo dia ou no seguinte.

Segundo os executivos, o evento Amazon Conecta reflete a estratégia da companhia de estar mais próxima da base de vendedores brasileiros, considerada peça-chave para o crescimento da operação local.

Fonte:  https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/amazon-mira-expansao-em-logistica-e-numero-de-vendedores-prime-day-2025-e-confirmado-para-julho

A disputa entre Shopee e Mercado Livre pelos galpões logísticos brasileiros

E-commerce em alta no Brasil: uma análise do crescimento logístico das gigantes Shopee e Mercado Livre, revelando a corrida por domínio nos galpões logísticos.

Em um Brasil cada vez mais digital, Shopee e Mercado Livre estão travando uma batalha pela preferência dos consumidores e, consequentemente, pela ocupação de galpões logísticos do país. Enquanto elas disputam cada metro quadrado disponível para instalar ou expandir suas operações, oferecem um espetáculo de crescimento e transformação no cenário do e-commerce brasileiro.

Para se ter ideia dessa acentuada expansão, com apenas cinco anos de estrada por aqui, a Shopee expandiu sua ocupação de maneira impressionante. Seu crescimento de 5.000% em espaços logísticos é digno da atenção dos concorrentes (Mercado Livre, Amazon, Magazine Luiza e outros). De acordo com dados da Buildings, a Shopee aluga atualmente espaços que perfazem 717 mil m² em todo o Brasil. Esses espaços estão distribuídos em 68 ocupações em condomínios. Em atividade, 622 mil m² estão em operação (dados do 4 trimestre de 2024, segundo a Buildings).

Religiosamente, a Shopee ampliou seu território de forma constante, adicionando novos endereços no último trimestre, como os galpões de Itajaí, Guarulhos e Caxias, até chegar ao Distrito Federal já neste início de 2025.

Outro dado interessante: a Shopee alcançou números que impressionam e desafiam outras gigantes do e-commerce, ao deter cerca de 40% das vendas do setor logístico no Brasil, segundo a Exame.

Mercado Livre: o mestre dos galpões

Por outro lado, o Mercado Livre atua como um veterano robusto. Desde que começou a operar os centros logísticos no Brasil, em 2018, a gigante argentina expandiu sua presença para a impressionante marca de 2,4 milhões de m² de área locada total. Eles estão distribuídos em 74 ocupações industriais, espalhadas em diversas regiões. Isso representa um crescimento de 4.700% em menos de sete anos.

Para se ter ideia, apenas no quarto trimestre de 2024, expandiram sua atuação em quatro condomínios: GRID F SA, Armazena 1, Log II e CL SP Dutra. Além disso, ainda possuem 14 mil m² de ocupação em escritórios.

Um olhar mais amplo: o crescimento logístico mapeado pela Buildings

Este crescimento logístico não está limitado às duas gigantes citadas. O panorama do setor logístico brasileiro revela 920 condomínios prontos para uso, representando um estoque de 39,3 milhões de m², segundo dados da Buildings. E o mercado continua a ferver; a construção de novos projetos segue a todo vapor, com vacância em baixa histórica, marcando apenas 8,10% no último trimestre de 2024.

De 2020 para cá, houve 12,7 milhões de m² de novo estoque entregue. Além disso, o novo estoque logístico alcançou marcas impressionantes, superiores 1 milhão de m² em alguns trimestres. Isso ocorreu em dois deles: 1,1 milhão de m² no 4T de 2021 e 1,2 milhão de m² no 3T de 2022. Além disso, ultrapassou a casa de 900 mil m² entregues em dois trimestres: no 4T de 2022 e no 3T de 2023.

O que se verá a seguir é uma continuação dessa eletrizante corrida por domínio – com a Shopee expandindo sua presença em novos mercados (a exemplo das últimas notícias) e o Mercado Livre defendendo seu território de líder no e-commerce, ainda com bastante distância à frente.

Por fim, vale destacar também a atuação da Amazon em terras brasileiras. Segundo dados do Buildings CRE Tool, a gigante americana começou sua atuação logística no terceiro trimestre de 2018, ocupando uma área de 48 mil m². De lá para cá, já são 565 mil m² de locação, distribuídos em 17 ocupações industriais.

Fato é que estas empresas são protagonistas de um capítulo incrível da história logística do Brasil, redefinindo como os produtos chegam aos consumidores. E, com esse movimento, a transformação do mercado está apenas começando!

Fonte: https://revista.buildings.com.br/shopee-e-mercado-livre-no-brasil/

Grupo Boticário apresenta crescimento de 19% em vendas em 2024

As vendas totais do Grupo Boticário atingiram a marca de R$ 35,7 bilhões em 2024, o que corresponde a um crescimento de 19% em relação ao ano anterior. O desempenho foi marcado pela evolução da estratégia de ecossistema de beleza multimarca e multicanal, centralidade no cliente, investimentos em inovação e ampliação da operação fabril e logística em todo o país, segundo a companhia. Cerca de 27% das vendas totais (GMV) do Grupo Boticário foram provenientes de produtos lançados há menos de um ano. As categorias de maior destaque em 2024 foram perfumaria, cabelos e cuidados pessoais.

“O resultado de 2024 reflete a trajetória de evolução consistente e crescente do grupo nos últimos anos. Realizamos movimentos estratégicos com a entrada em novos canais e evolução daqueles que somos referência, com a consolidação das nossas marcas e evoluções importantes no redesenho organizacional”, afirma Fernando Modé, CEO do Grupo Boticário.

Expansão

Para impulsionar a estratégia de futuro, a companhia dá continuidade ao projeto de expansão das operações fabril e logística anunciado em 2024. Com um investimento total de R$ 4,14 bilhões – o maior da história do grupo – o projeto contempla a construção da quarta fábrica em Pouso Alegre (MG), expansão das unidades fabris no Paraná e na Bahia e da operação logística em todo o território nacional.

Fonte: https://gironews.com/farma-cosmeticos/grupo-boticario-apresenta-crescimento-de-19-em-vendas-em-2024/

Conheça a cidade onde robôs fazem entregas no lugar dos entregadores

Imagine pedir um lanche ou uma encomenda e receber o pedido não das mãos de um entregador, mas de um pequeno robô independente que chega rodandoque chega rodando pela calçada.

Em Milton Keynes, uma cidade planejada no Reino Unido, isso já é realidade. A cidade se tornou pioneira ao adotar robôs de entrega como parte do cotidiano urbano, transformando a logística de última milha com eficiência e inovação.

Como funcionam os robôs de entrega em Milton Keynes?

A cidade abriga centenas de robôs autônomos desenvolvidos pela empresa Starship Technologies , que circula pelas ruas fazendo entregas de alimentos, compras de mercado e até pacotes pequenos.

Os robôs:

*Tem 6 rodas, sensores e câmeras para navegar de forma segura pelas calçadas para navegar de forma segura pelas calçadas.
*Evita obstáculos e atravesse ruas sozinhas, com monitoramento remoto se necessário.
*São trancados eletronicamente e só o cliente pode abrir a tampa por meio de um aplicativo.
*Operam em um raio de 5 km, fazendo pedidos em menos de 30 minutos.

O cliente acompanha o robô em tempo real pelo celular e recebe uma notificação assim que chega.

Por que Milton Keynes projetou robôs de entrega?

Milton Keynes é conhecido por sua infraestrutura moderna e acessibilidade urbana, sendo uma cidade ideal para testes tecnológicos. A decisão de usar robôs teve como base:

*Redução de custos com entrega
*Diminuição do tráfego e da emissão de substâncias poluentes
*Inovação no serviço público, especialmente durante uma pandemia, quando os robôs ajudaram a entregar medicamentos e alimentos para idosos isolados

Hoje, os robôs fazem milhares de entregas por semana, e já fazem parte da paisagem local.

Curiosidades sobre Milton Keynes e os robôs da Starship

*Milton Keynes tem ciclovias e calçadas largas, perfeitas para os robôs circulares com segurança.
*Os robôs emitem sons simpáticos, piscam luzes e até interagem com pedestres para evitar sustos.
*A taxa de sucesso das entregas autônomas ultrapassa 99%.
*Os robôs podem operar sob chuva, neve e até no escuro.
*Outras cidades como Cambridge e Northampton já iniciaram testes semelhantes, inspirados por Milton Keynes.

Milton Keynes mostra que o futuro das entregas já chegou — e ele tem rodas, sensores e muita eficiência.

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/cbradar/conheca-a-cidade-onde-robos-fazem-entregas-no-lugar-dos-entregadores/

Gigantes da Logística: A operação do Mercado Livre em números

Destaque da nova reportagem da série “Gigantes da Logística”, companhia aposta em uma robusta malha operacional para manter liderança no e-commerce brasileiro.

Na nova reportagem da série “Gigantes da Logística”, o destaque é uma das líderes do e-commerce brasileiro: Mercado Livre — que, a título de informação, registrou 345,5 milhões de acessos entre maio e outubro do ano passado, segundo dados da Conversion repercutidos pelo E-Commerce Brasil. Para isso, a companhia dispõe de uma das maiores operações logísticas do Brasil, com infraestrutura tecnológica avançada e significativos investimentos para atender à demanda crescente do comércio eletrônico.

Em entrevista à MundoLogística, o diretor-sênior de Operações Logísticas do Mercado Livre, Luiz Vergueiro destacou a logística como um dos principais atributos da companhia. Hoje, mais de 90% das compras realizadas no marketplace são processadas diretamente pela rede logística própria do Mercado Livre.

Atualmente, são 14 centros de distribuição (CDs) Fulfillment espalhados por estados como Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, com planos de ampliar para 21 CDs até o final de 2024. “A ampliação representa mais que o dobro do que tínhamos no início de 2023”, destacou o diretor.

Essa expansão é estratégica e visa sobretudo acelerar a entrega. “Quase metade das entregas (49%) chega ao consumidor no mesmo dia ou no dia seguinte. Essa agilidade é um fator decisivo para o consumidor digital, pois ele sabe que receberá seu produto com rapidez e segurança”, afirmou Vergueiro.

PRINCIPAIS CENTROS E DESCENTRALIZAÇÃO
Entre os principais CDs está Cajamar (SP), o maior da América Latina, responsável por aproximadamente 30% das entregas realizadas no Brasil. “Cajamar é um ponto-chave, graças à sua estrutura avançada e proximidade com grandes centros urbanos”, explicou o executivo.

Outros importantes CDs estão em Louveira (SP), Pernambuco (Recife), Bahia, Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e Distrito Federal.

O Mercado Livre também opera 23 centros cross-docking e 107 service centers, ampliando sua capacidade logística e a capilaridade das entregas. Vergueiro ressaltou que a regionalização é central, pontuando que “63% das novas operações estão fora de São Paulo, reforçando nosso compromisso com o desenvolvimento socioeconômico do país”.

TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE
Um dos diferenciais do Mercado Livre é a inovação tecnológica. A empresa utiliza mais de 340 robôs autônomos em Cajamar, que movimentam diariamente cerca de 2.500 prateleiras e preparam 20 mil pedidos por dia. “A tecnologia Robotics já reduz o tempo de processamento dos pedidos em até 20%, aumentando nossa eficiência e permitindo uma maior utilização do espaço, o que otimiza a capacidade de armazenamento”, detalhou Vergueiro. O tema já foi destaque em entrevista exclusiva da MundoLogística.

Além disso, sistemas avançados de Inteligência Artificial são empregados para prever demanda, organizar estoques e assegurar que produtos de alta procura estejam disponíveis nos CDs mais próximos aos consumidores.

Outro ponto importante na operação logística é a sustentabilidade. Desde 2020, a empresa investe em veículos de combustíveis alternativos e energia renovável. “Hoje, somos a empresa com a maior frota elétrica do Brasil, com 69% das nossas operações abastecidas por fontes renováveis”, afirmou Vergueiro. Todas as embalagens utilizadas também são recicláveis ou reutilizáveis, reforçando o compromisso ambiental.

INVESTIMENTOS E SAZONALIDADE
Para 2024, o Mercado Livre prevê movimentar cerca de 1,5 bilhão de itens e planeja investir R$ 23 bilhões na expansão e melhoria de sua infraestrutura logística. A operação emprega mais de 19 mil colaboradores somente nos CDs Fulfillment e atende mais de 100 milhões de consumidores únicos.

“Esperamos alcançar receita líquida de R$ 21 bilhões em 2024, um crescimento de 38% sobre o ano anterior”, ressaltou o executivo.

Vergueiro reconheceu o desafio de lidar com períodos de alta demanda, como promoções e datas comemorativas. Na última Black Friday, por exemplo, o Mercado Livre entregou 80% dos produtos vendidos via serviço Fulfillment em até três dias.

“Nossa infraestrutura robusta e inteligência logística permitem ajustar rapidamente a operação às variações de demanda, garantindo eficiência e qualidade nas entregas mesmo em momentos de pico”, explicou.

INDICADORES E EFICIÊNCIA OPERACIONAL
O Mercado Livre mede a eficácia da sua operação por meio de indicadores como prazo de entrega, capacidade operacional dos CDs e custo de frete. “Conseguimos aumentar em 40% o número de cidades atendidas com entregas no mesmo dia, reduzindo custos operacionais e tornando o e-commerce mais acessível”, afirmou Vergueiro.

Tecnologias como a solução “Shelves to Person” trouxeram ganhos significativos, como a redução de 20% no tempo de processamento de pedidos e uma otimização de 15% no espaço operacional.

Esses resultados influenciam diretamente as estratégias adotadas pelo Mercado Livre, reforçando a posição da companhia no mercado brasileiro e possibilitando um crescimento consistente e sustentável. “Nosso objetivo é sempre aprimorar a experiência de compra do cliente, utilizando tecnologia e inovação para ampliar nossa eficiência e alcance no Brasil”, disse o executivo.

Fonte: https://mundologistica.com.br/noticias/gigantes-da-logistica-operacao-mercado-livre-em-numeros

Mercado Livre fica entre os 10 apps mais baixados no mundo

Em um ranking feito pela Adjust em parceria com a SensorTower, o Mercado Livre ficou entre os 10 aplicativos de e-commerce com mais downloads no mundo em 2024.

Com a 10ª colocação, o player latino-americano cresceu em 2024 e, neste ano, projeta novos investimentos em moda e supermercados, principalmente.

O ranking completo:

1. Temu
2. SHEIN
3. Meesho
4. Amazon
5. Shopee
6. Flipkart
7. Alibaba.com
8. AliExpress
9. Shopsy
10. Mercado Livre

Entre as companhias citadas, temos a presença de mais da metade — sem contar o Mercado Livre — dentro do ecossistema brasileiro de e-commerce. Representantes asiáticos, como Temu e SHEIN, por exemplo, enxergam grandes oportunidades com o consumidor nacional.

Além destes, Amazon e Shopee também colocam o Brasil em alta estima, bem como o AliExpress, que no ano passado firmou uma parceria comercial com a Magalu.

Aplicativos na América Latina e Brasil
No recorte Mobile Trends 2025, pesquisa da Adjust, alguns dados sobre aplicativos globalmente também chamam a atenção. É o caso de uma projeção de US$ 2,5 trilhões em receita em mobile commerce em 2025, alta de 213% na comparação com 2024. Até o momento, a categoria representa 73% das vendas globais em e-commerce, que até 2027 devem ultrapassar US$ 8 trilhões, de acordo com a pesquisa.

Na América Latina, os aplicativos de e-commerce cresceram 43% em instalações e 14% no número de sessões. Os números superam a média global, que teve altas de 17% nas instalações e 34% nas sessões.

O levantamento também aponta que o Brasil se destacou no cenário mobile, ficando em terceiro lugar mundial no número de downloads de aplicativos, com mais de 9,4 bilhões de instalações. Em termos de faturamento, o país ocupou a 11ª posição, arrecadando aproximadamente US$ 1,6 bilhão.

Dados gerais
A duração média das sessões em aplicativos de e-commerce caiu levemente, de 10,3 minutos para 10,23 minutos, com a Europa liderando o ranking com 11,33 minutos. A América Latina foi a única região a apresentar crescimento nesse indicador, passando de 8,44 para 8,57 minutos.

Nos EUA, as compras por ativação por voz devem alcançar um valor de mercado de US$ 34 bilhões até 2034.

Fonte: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/mercado-livre-fica-entre-os-10-apps-mais-baixados-no-mundo-veja-a-lista

SHEIN expande marketplace para mais cinco estados brasileiros

Com cerca de 30 mil vendedores brasileiros ativos e 60% das vendas via marketplace, a SHEIN, varejista global de moda, beleza e lifestyle, anuncia plano de expansão da plataforma para mais cinco Estados em 2025.

Segundo a companhia, a estratégia reforça o compromisso da marca com o Brasil, que foi escolhido para a implantação do projeto-piloto em 2022 e o lançamento do modelo no ano seguinte, em abril.

Felipe Feistler, country manager da marca no país, afirma que o marketplace nacional da companhia já é uma referência global para a SHEIN, que atua em mais de 150 países. Segundo o executivo, adicionalmente, o mercado brasileiro tem uma forte cultura em marketplace e um ecossistema digital altamente desenvolvido, “o que favorece modelos de negócio escaláveis”, avalia.

Além disso, a empresa aposta na força da indústria da moda no país. “Esse cenário favorece modelos de negócios escaláveis”, explica o executivo. Em complemento, a SHEIN confia na força da indústria da moda brasileira para consolidar seu marketplace como um ambiente estratégico e especializado. “Nosso objetivo vai além de ampliar a oferta: queremos ajudar os vendedores a estruturar suas próprias marcas de moda, oferecendo suporte para que cresçam com boas receitas e margens de lucro”, complementa.

Goiás, Espírito Santo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram os selecionados para essa expansão em 2025, sendo o último deles um dos principais focos no primeiro trimestre. Ainda de acordo com a companhia, hoje, 75% dos produtos disponíveis no marketplace são produzidos localmente e 85% dos itens de vestuário feminino, masculino e calçados disponíveis para os consumidores são fabricados no Brasil.

“A indústria da moda brasileira é robusta, com um parque fabril expressivo e empreendedores de diversos portes, o que se alinha ao propósito da SHEIN de conectar vendedores locais a milhões de consumidores”, diz Feistler. Até o fim de março, a SHEIN espera atingir mil comerciantes no Estado catarinense, com foco inicial nas cidades de Blumenau, Joinville, Florianópolis, Brusque e Itajaí.

“Nossa expansão tem como objetivo tornar a SHEIN cada vez mais brasileira”
Felipe Feistler, country manager da SHEIN no Brasil

Sucesso nas vendas

Atualmente, a plataforma oferece produtos em mais de 20 categorias, com destaque para roupas, calçados e artigos para casa. Os planos incluem também a implantação de duas novas frentes em 2025: livros e alimentos.

A possibilidade do rápido crescimento nas vendas é um dos atrativos para os novos vendedores. A marca fluminense Mapolla Intense, de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, é um dos exemplos disso. De acordo com dados da SHEIN, a empresa entrou na plataforma em novembro de 2023 e, em apenas três meses, teve o marketplace da varejista como responsável por 80% da receita. O faturamento que era de R$ 40 mil saltou 750%, chegando a R$ 300 mil por mês em fevereiro do ano posterior à entrada no e-commerce. E, em janeiro de 2025, chegou a R$ 600 mil por mês.

Outro destaque é a varejista de moda infantil Miguxos e Miguxas. A empresa, que tem a SHEIN como única plataforma de marketplace, recebe atualmente mil pedidos por mês e tem uma receita mensal de R$ 120 mil. Em dezembro do ano passado, a marca faturou R$ 207 mil, um salto de 64% na comparação com os ganhos do mesmo período de 2023.

“A SHEIN oferece suporte completo aos vendedores, com um ecossistema estruturado para facilitar a entrada e o crescimento dentro da plataforma”, esclarece Feistler. Isenção de comissão nos primeiros 30 dias, acesso ao ecossistema logístico da marca, treinamento e orientação contínua, além de exposição e campanhas promocionais, estão entre as estratégias da companhia para atrair e reter os comerciantes.

Feistler avalia que os bons resultados alcançados pelas marcas que estão no marketplace se devem ao fato de a SHEIN ter transformado a forma como os brasileiros compram moda e lifestyle, a partir de uma “experiência de consumo inovadora, acessível e altamente personalizada”.

As empresas que desejam fazer parte da plataforma de vendas da SHEIN devem efetuar um cadastro online e, posteriormente, passam por uma avaliação. Entre os requisitos avaliados para a certificação, estão a obrigatoriedade de comprovar um CNPJ ativo, estar em conformidade com a legislação tributária brasileira e ter produtos verificados que não foram diretamente associados a marcas registradas, garantindo sua qualidade e autenticidade.

Planos ambiciosos

Os planos de crescimento do marketplace seguem para os próximos anos. A meta da empresa é atingir 85% de vendas locais até o final de 2026, combinando negócios do marketplace e da produção nacional, unindo dois pilares principais: a expansão da plataforma e o fomento ao empreendedorismo por meio de capacitação e infraestrutura.

Fonte: https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/economia/shein-expande-marketplace-para-mais-cinco-estados-brasileiros/

Gigante dos condomínios logísticos investe R$ 370 milhões e se expande no Ceará

LOG CP já desenvolveu três empreendimentos onde estão instalados Centros de Distribuição de grandes empresas, como a Amazon, e tem apetite para mais.

A LOG CP, maior empresa do segmento de condomínios logísticos no Brasil, continua olhando para o mercado de Fortaleza com muito apetite.

A companhia mineira, que nasceu da MRV, chegou ao Ceará em 2012, com a implantação do LOG Fortaleza 1, em Maracanaú, com 110 mil metros quadrados de área e, desde então, vem ampliando significativamente sua presença.

Investimentos chegam a R$ 820 milhões

Hoje, a empresa conta com três empreendimentos na Região Metropolitana (RMF). O mais recente, chamado de LOG Fortaleza 3, fica em Itaitinga e está passando pela última etapa de expansão, um projeto de mais de R$ 370 milhões em investimento total.

O condomínio será o maior empreendimento da LOG no Ceará, com uma área bruta locável (ABL) de 123 mil metros quadrados.

Com esse incremento, a LOG atingirá aproximadamente 400 mil metros quadrados de área locável na região, o equivalente a mais de 50 campos de futebol. Somando os 3 projetos, o montante investido supera R$ 820 milhões.

“A previsão é que o Fortaleza 3 esteja totalmente concluído até o terceiro trimestre deste ano”, afirmou Márcio Siqueira, diretor-executivo de operações da LOG CP, em entrevista a esta Coluna.

O empreendimento já conta com alta taxa de ocupação antes mesmo da conclusão das obras. “Temos conseguido entregar nossos empreendimentos com taxas de ocupação entre 70% e 90%”, destaca Siqueira.

Galpões vão da Amazon até remédios e material didático

Com seus mega Centros de Distribuição, Amazon e Mercado Livre estão entre os maiores ocupantes dos condomínios, mas os setores presentes são variados, incluindo alimentício, de bebidas, farmacêutico e até educacional (grandes players como a cearense Arco Educação precisam dessas estruturas para distribuir seus produtos).

No caso do CD do Mercado Livre, o início da operação estava previsto para o 1º trimestre deste ano. Até a publicação desta matéria, o Mercado Livre não confirmou o início do funcionamento. A LOG CP, por sua vez, não comenta sobre empresas clientes.

Modelo de negócio

O modelo de negócio da LOG CP combina desenvolvimento dos empreendimentos e venda de ativos para fundos imobiliários.

Segundo Siqueira, a empresa já desenvolveu cerca de 2,7 milhões de metros quadrados em condomínios logísticos no Brasil, sendo que a estratégia inclui a reciclagem de ativos para financiar novas expansões.

“Vendemos parte dos empreendimentos e reinvestimos para continuar crescendo. A cada metro quadrado vendido, conseguimos construir cerca de 1,5 metro quadrado novo”, explica.

No caso do Ceará, a companhia já vendeu os empreendimentos LOG Fortaleza 2 e as duas primeiras etapas do LOG Fortaleza 3.

Mercado prioritário no Nordeste

A LOG CP tem um plano de expansão agressivo, denominado “LOG 2 Milhões”, que prevê a construção de mais 2 milhões de metros quadrados de área locável até 2028.

A Região Metropolitana de Fortaleza, que já é a maior praça do Nordeste para a empresa, tem papel central nesse planejamento. “A região tem se mostrado um polo estratégico para nós, devido à demanda crescente e à infraestrutura logística favorável”, ressalta Siqueira, que já fala em LOG 4 e 5 para a região.

Itaitinga na rota do crescimento

Neste contexto, ganha destaque Itaitinga, cidade que tem atraído uma série de investimentos e pode abrigar futuras expansões da LOG CP. O município, estratégico para a logística de grandes empresas, já detém dois terços da área da LOG no Ceará.

“Itaitinga hoje se consolidou como um dos maiores hubs logísticos do Nordeste, atraindo cada vez mais investimentos estratégicos. Nossa infraestrutura e incentivos ao setor fazem da cidade um ponto de referência para grandes empreendimentos. Com certeza, a expansão desse novo empreendimento fortalece ainda mais nossa economia, gerando empregos diretos e indiretos, impulsionando a renda da população e movimentando diversos setores locais”, comenta Marquinhos Tavares, prefeito de Itaitinga.

Gestão de condomínios

A LOG CP também executa um modelo de gestão dos condomínios, que mantém padrões de construção e operação uniformes em todas as unidades. Além da construção e locação, a empresa também atua na administração dos empreendimentos, em serviços como manutenção, segurança e infraestrutura de qualidade.

“Temos um custo operacional reduzido devido à nossa escala e expertise, o que nos permite oferecer um serviço competitivo tanto para investidores quanto para locatários”, explica o executivo.

Com presença em 36 cidades e 16 estados, a LOG CP se consolidou como líder no setor de condomínios logísticos de abrangência nacional. “Nenhuma outra empresa opera com o nosso modelo de negócio em tantas regiões do Brasil”, afirma Siqueira.

Fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/colunistas/victor-ximenes/gigante-dos-condominios-logisticos-investe-r-370-milhoes-e-se-expande-no-ceara-1.3624202

Nova varejista chinesa se inspira na Shein e mira abertura de lojas físicas

Com a abertura de mercado conquistada pela Shein no varejo de moda mundial, outras companhias chinesas estão explorando oportunidades, principalmente nos EUA e da Europa. Uma delas é a Urban Reivo, que pretende ultrapassar a marca de 100 lojas físicas fora da China.

Com mais lojas na China do que a Zara e H&M, a empresa vive um momento de expansão no Sudeste Asiático, incluindo mercados como Tailândia, Cingapura, Filipinas e Vietnã. Com sede em Guangzhou, ela já conta com um projeto confirmado de unidade nos EUA, localizado no bairro de Soho, em Nova York.

A previsão, de acordo com informações da Bloomberg, é de que 25 lojas sejam inauguradas fora da China ainda em 2025. Outros destinos que devem receber estas unidades são Londres (2), Japão (diversas lojas) e países do Oriente Médio, mas sem especificação.

Segundo Leo Li, fundador da Urban Revivo, caso a estratégia seja bem-sucedida, o ritmo de aberturas pode ser ainda maior em 2025. O objetivo principal é atingir 100 lojas no exterior.

Produção e cadeia de suprimentos global

Para driblar gargalos da cadeia de suprimentos e retaliações de governos com operações cross border, a estratégia da Urban Revivo passa não só por estabelecimentos físicos. A construção de fábricas próximas aos mercados onde pretende atuar ativamente é vista como a peça principal neste quebra-cabeça.

Com este setor fora da China, a ideia é que, no mínimo, metade das roupas vendidas fora da China sejam fabricadas da mesma forma. Até o momento, conforme aponta a reportagem, a companhia estuda parcerias com fabricantes locais dos EUA e pretende iniciar sua produção na Turquia ainda este ano, visando a demanda europeia.

“Nossa incursão no Sudeste Asiático começou em 2016, mas a verdadeira globalização da moda acontece com a entrada nos mercados dos EUA e da Europa. A meta da Urban Revivo ainda é ambiciosa tendo em vista nossa movimentação financeira de cerca de US$ 1 bilhão em vendas anuais, uma fração do faturamento da Zara, H&M e Shein. No entanto, o sucesso global da última citada demonstra que empresas chinesas do setor podem conquistar espaço nas principais capitais da moda ocidental”, afirma o executivo.

Embora os preços da Urban Revivo sejam quatro a cinco vezes superiores aos da Shein, Li acredita que a produção mais próxima dos mercados-alvo ajudará a reduzir custos logísticos e tarifas. A ideia é que fornecedores locais fabriquem itens de alta rotatividade, enquanto a produção na China se volta às peças mais atemporais.
Perspectivas

A expectativa de Li é que cerca de 30% das vendas totais da Urban Revivo venham de fora da China, levando em consideração um possível sucessos na expansão internacional. Atualmente, a marca conta com a maior parte da receita proveniente dos consumidores chineses, além de parcela das lojas no Sudeste Asiático.

“O plano para enfrentar gigantes como Zara e H&M nos mercados ocidentais é baseado no modelo que funcionou na China: uma cadeia de suprimentos ágil e experiência em e-commerce para acompanhar rapidamente as tendências dos consumidores”, pontua.

Fonte: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/nova-varejista-chinesa-se-inspira-na-shein-e-mira-abertura-de-lojas-fisicas

Boticário e Natura traçam rotas distintas para crescer em 2025

As perspectivas para o mercado de cosméticos indicam crescimento, embora seja esperada uma desaceleração em razão da forte base de comparação de 2024.

A indústria de beleza brasileira deve alcançar US$ 40 bilhões (cerca de R$ 250 bilhões) até 2027, de acordo com estimativas da consultoria de fusões e aquisições Redirection International, considerando a demanda contínua e ainda crescente. Para os dois maiores nomes do setor nacionalmente – Grupo Boticário e Natura &Co -, porém, as estratégias e prioridades para 2025 não seguem o mesmo caminho.

O Grupo Boticário acaba de anunciar um aporte bilionário para ampliar sua capacidade de produção a partir de uma nova fábrica, que atenderá à marca homônima e outras empresas do grupo. Já a gigante Natura &Co vendeu recentemente importantes ativos internacionais (The Body Shop e Aesop) e pretende concluir a simplificação do seu portfólio em 2025, quando encaminhar o dilema da Avon Internacional. A ideia da companhia, que também realizou mais de R$ 1 bilhão em investimentos em 2024, é acelerar o crescimento das marcas líderes Natura e Avon no Brasil, enquanto as operações internacionais perdem espaço na estratégia.
As perspectivas para o mercado de cosméticos em 2025 indicam crescimento, embora seja esperada uma desaceleração em razão da forte base de comparação no ano passado. A Redirection International estima que, até 2027, a taxa média de crescimento do setor seja de 7,2% ao ano.

O Grupo Boticário aponta que o faturamento nos últimos anos foi de duplo dígito, tendência que deve continuar – apesar de uma desaceleração em relação a 2024. O vice-presidente de operações da companhia, Sérgio Sampaio, afirmou no mês passado que o volume bruto de mercadoria (GMV) do grupo deve avançar 12% a 15% em 2025. O indicador adotado pela empresa é comum às atividades de e- commerce e considera a participação da Beleza na Web, marketplace adquirido em 2019. A holding brasileira acelerou as aquisições nos últimos anos, incluindo o e-commerce, a marca de maquiagem Vult e a Truss, marca profissional de produtos para cabelos.

O portfólio também cresceu com a compra de outros ativos estratégicos operacionalmente, como a empresa de tecnologia para varejo Casa Magalhães. O grupo também é fundador da marca Quem Disse Berenice, com forte atuação na categoria de maquiagem, e da Eudora, marca nascida no canal de vendas diretas e que se destacava no segmento de perfumaria – hoje, um dos destaques é a linha de cuidados para cabelos Eudora Siáge.

Parte do crescimento da companhia nos próximos anos deve ser sustentada pela inauguração de uma nova fábrica, em Pouso Alegre (MG), cujos investimentos iniciais somam R$ 1,8 bilhão. A inauguração da unidade, prevista para 2028, deve elevar em 50% a produção do grupo como um todo, com 24 a 26 linhas de produção de todas as categorias – exceto maquiagem, que segue com produção exclusiva da matriz em São José dos Pinhais (PR). De capital fechado, a companhia não divulga trimestralmente números detalhados ou participação das marcas no mix de faturamento.

A Natura &Co também mira o mercado nacional, mas trilhou uma trajetória diferente da concorrente nos últimos anos. As duas maiores aquisições realizadas foram desfeitas, levando a um enxugamento do portfólio recém-expandido, para focar esforços na atuação de Avon e Natura na América Latina, especialmente no Brasil. Dados da consultoria Kantar relativos ao período entre janeiro e setembro de 2024 apontam que a marca Natura é líder de perfumaria no mercado nacional, com cerca de 44,5% da participação de mercado. A Avon é a campeã na categoria de maquiagem, com 17,9% de “market share”.

No período pós-pandemia, a primeira venda da holding foi da marca de luxo Aesop, adquirida em 2013. À época, o negócio de US$ 1 bilhão firmado com a francesa L’Oréal contribuiu para reduzir o endividamento da Natura &Co e trouxe fôlego extra para o caixa da companhia. A operação foi descrita como positiva pela diretoria e bem avaliada pelo mercado.

Meses depois, a companhia também anunciou a venda da The Body Shop, adquirida em 2017. O ativo, porém, foi vendido à gestora Aurelius por cerca de 207 milhões de libras, um quinto do que a Natura &Co havia investido.

A Natura &Co, agora, terá de lidar com uma das maiores incertezas da holding: qual o papel da Avon Internacional e se os ativos permanecerão ou não no portfólio. A Natura &Co concluiu a compra da então concorrente no canal de vendas diretas no início de 2020.

À época, as operações da Avon nos Estados Unidos já não integravam mais a empresa e eram administradas pelo fundo Cerberus. A estratégia da Natura &Co também foi de segmentar os negócios da gigante americana: os mercados na América Latina, incluindo o Brasil, iniciaram um processo de integração com a marca Natura. A ideia era unificar a logística, desde centros de distribuição até o envio de pedidos conjuntos das duas marcas, e criar uma base comum das chamadas consultoras de beleza, que faziam a venda à comunidade a partir de pedidos pelas revistas das marcas – hoje, as consultoras operam plataformas on-line próprias e disputam a clientela em redes sociais como Instagram.

A companhia avalia que a integração tem sido exitosa. O vice-presidente de negócios, Agenor Leão, destaca que a companhia inaugurou no país, em 2023, o Centro Global de Inovação da Avon, em parceria com a Natura, evidenciando o bom momento das marcas no mercado nacional. “Esse [2024] foi o primeiro ano das duas operações consolidadas e isso tem trazido um crescimento importante, a partir do crescimento de produtividade das consultoras e da expansão dos negócios no varejo”, afirmou ao Valor.

Em dezembro, os produtos Avon começaram a ser vendidos na rede Bel Cosméticos, quatro meses após a marca estrear no varejo físico em uma parceria com a perfumaria Soneda. Agenor Leão destaca a complementariedade da estratégia, considerando a forte presença das perfumarias Soneda em São Paulo, enquanto a Bel Cosméticos se destaca nas regiões Norte e Nordeste, especialmente na Bahia. “O olhar é que a marca esteja presente em várias ocasiões de compra. Quando há mais conhecimento de marca e experimentação nos pontos de venda parceiros, isso também fortalece o negócio das nossas consultoras”, afirmou Leão.

A companhia também apostou em diferentes canais de vendas ao inaugurar uma loja própria da Avon no Mercado Livre em dezembro, dois meses após a estreia da Natura na plataforma. Em nível de América Latina, as novidades do quarto trimestre de 2024 incluem ainda a estrea da Natura no Equador, movimento que reforça a integração regional entre as marcas.

Já os ativos da Avon Internacional, que registraram sucessivos trimestres de queda de receita e perda de rentabilidade, vêm tendo uma trajetória mais conturbada. Em fevereiro, a companhia anunciou que estava fazendo estudos para uma eventual cisão dos negócios, com possibilidade de listagem à parte em bolsa de valores. O processo foi atravessado por um pedido de proteção contra credores (“Chapter 11”) na Justiça de Delaware, nos Estados Unidos, em agosto.

A Avon Internacional entrou na linha de operações descontinuadas no balanço do terceiro trimestre e, após um leilão judicial sem concorrentes, a Natura &Co arrematou de volta os ativos. Com isso, a Avon Internacional voltará a constar no balanço dos próximos trimestres.

Apesar das incertezas quanto à Avon Internacional, a avaliação da diretoria é que o caminho da Natura &Co está livre para voltar a investir e crescer, especialmente no Brasil. “Todas as possibilidades de separação estão na mesa. O fundamental era concluir [o “Chapter 11”] e, agora retomaremos a gestão, com o objetivo de separar [a operação] da forma que fizer mais sentido”, afirmou o CEO da Natura &Co América Latina, João Paulo Ferreira, durante evento de fim de ano, em 12 de dezembro.