Mercado Livre inaugura no Brasil o 1º Sortation Center da América Latina

O Mercado Livre anunciou na última quinta-feira (4), a implantação do primeiro Centro de Consolidação (Sortation Center) da América Latina. Localizado em Cajamar, em São Paulo, o novo centro logístico deve consolidar cerca de 450 mil pacotes por dia – número que corresponde a cerca de 30% das entregas realizadas no Brasil, conectando suas origens na rede do Mercado Livre com mais de 100 destinos pelo Brasil.

“Trabalhamos continuamente para oferecer a melhor experiência de compra para nossos usuários e isso passa diretamente pelo nosso investimento em inovações que apoiam a eficiência da rede de operações logísticas. Com o Sortation Center, além de ganhar agilidade no dia a dia da operação, também nos antecipamos em desenvolver soluções que mantenham o nosso crescimento na velocidade das entregas durante todo o ano, inclusive em grandes picos de compras e datas promocionais, como a Black Friday. Nesta data teremos potencial para consolidar mais de 450 mil pacotes”, destaca Eduardo de Sá, diretor de transportes do Mercado Livre.

De acordo com a empresa, o sistema funciona como uma grande esteira seletora de pacotes, que conecta todas as origens da rede do Mercado Livre com mais de 100 destinos em 24 estados do Brasil, por meio de tecnologia desenvolvida pela companhia. Além de otimizar a roteirização dos pacotes em transportes, o investimento chega para otimizar ainda mais a eficiência da malha logística do Mercado Livre.

Geração de empregos do Mercado Livre
Atualmente, a operação do consolidador conta com 200 colaboradores e a expectativa é que, até o final do ano, sejam ofertadas mais 200 vagas para complementar o time, acompanhando o plano de investimento do Mercado Livre não só na implementação de inovação e tecnologia, mas na abertura de novas vagas. O time do Sortation é liderado por Ana Flávia Montagnolli, gerente de operações do Centro de Distribuição.

“Estamos muito entusiasmados com essa fase de construção do time para chegarmos ao potencial máximo da nossa operação. Temos oportunidades abertas para diversos perfis, desde o primeiro emprego, para jovens que vão conhecer sobre a operação logística, até especialistas do setor”, enfatiza Ana Flávia.

Empresas chinesas crescem no e-commerce; Mercado Livre ainda lidera ranking de acessos

De maneira geral, o e-commerce brasileiro registrou 2,09 bilhões de acessos em junho, queda de 1,8% em relação ao mês anterior.

Ainda recente no mercado brasileiro de e-commerces, o Shopee registrou crescimento significativo durante 2022. De janeiro a junho, o número de acessos mensais da plataforma cresceu 7%. O crescimento fez com que ela ocupasse a segunda colocação entre os marketplaces mais visitados do País, segundo dados do Relatório Setores do E-commerce de junho elaborado pela Conversion. O Mercado Livre, no entanto, ainda é o maior e-commerce do País.

Bem como o Shopee, outra companhia chinesa vem crescendo mês a mês nessa mesma métrica. A Shein, empresa do segmento de vestuário, viu um crescimento de 51% no número de acessos mensais em suas plataformas digitais. Atualmente na décima colocação do ranking de e-commerces mais acessados, a chinesa já se aproxima da Netshoes, que mantêm a média de 38 milhões de acessos por mês.

De maneira geral, o e-commerce brasileiro registrou 2,09 bilhões de acessos em junho, queda de 1,8% em relação ao mês anterior. Mais da metade dos acessos teve origem em dispositivos móveis (52%) e 22% via app, consolidando a relevância dos smartphones para o e-commerce.

O CEO da Conversion, Diego Ivo, explicou que a chegada dos marketplaces da China ao mercado nacional tem potencial para reestruturar a concorrência entre os grandes players. “Os players asiáticos conseguiram identificar uma grande lacuna no e-commerce global, que é o ticket baixo, criaram muito senso de urgência com suas promoções e construíram uma verdadeira experiência de busca de achados”, destacou Ivo.

Amazon é referência
Apesar do crescimento no número de acessos, as plataformas chinesas ainda estão longe de ameaçar as marcas mais procuradas da internet brasileira. A Conversion utiliza o conceito de Share of Search, que é a participação no volume de buscas que uma marca tem no Google dentre todas as pesquisas no segmento em que ela atua.

A Amazon é a empresa que possui o maior Share of Search do e-commerce brasileiro: 55% de todas as buscas feitas em seu segmento, importados, fazem menção direta a ela. Em seguida, representando 46% das buscas de seu setor, está a Loja do Mecânico, no segmento de ferramentas e acessórios. A Petz ocupa a terceira colocação, com 44% de tudo procurado por usuários relacionados ao e-commerce de pets.

Nessa mesma métrica, o Mercado Livre é tão líder no seu segmento quanto no volume de acessos do e-commerce como um todo. A marca tem 28% do Share of Search entre os marketplaces e está à frente de seu principal concorrente, a Amazon, com 13,5%, e da Shopee, com 11%.

Segundo a Conversion, apesar de a métrica de buscas não representar obrigatoriamente a mesma proporção da divisão de receitas do mercado (Market Share), os estudos apontam cada vez mais que os gráficos andam em paralelo.

“Para crescerem, é preciso que as concorrentes sejam mais buscadas. Isso explica não apenas o porquê de a Amazon permanecer soberana no e-commerce de importados, por exemplo, mas também ajuda a entender como os chineses estão conseguindo ganhar mercado no Brasil”, analisou Ivo.

Esta startup faturou R$ 1,5 milhão em seis meses com app que “entrega de tudo”

Crescimento do delivery e altas taxas cobradas pelo apps tradicionais motivaram a criação do Papa Delivery.
A pandemia acelerou o crescimento do delivery no Brasil. De acordo com um estudo da GS&NPD em parceria com o Instituto Food Service Brasil, os gastos com delivery somaram R$ 40,5 bilhões em 2021, representando 24% a mais que no ano anterior.

Ciro Thiago Nogueira teve sua primeira experiência empreendedora aos 18 anos. Natural de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, ele abiu uma empresa de modalidade de laço em dupla para crianças. O negócio faliu em sete meses.

“Ali eu senti na pele todas as dificuldade de se empreender e, mesmo com a falência, aquilo me fortaleceu”, conta.

Quatro anos depois, Ciro criou o app CompreGados, que conecta compradores e vendedores de gados. O novo negócio deu certo e impulsionou o empreendedor a buscar novos projetos.

Ciro observou que os estabelecimentos, para fugir de altas taxas, começaram a lançar seus próprios apps. Acompanhando a movimentação do mercado, ele decidiu criar o Papa Delivery.

Criado em janeiro de 2022, o aplicativo Papa Delivery “entrega de tudo” e já faturou R$ 1,5 milhão. A marca faz parte da CG Holding, empresa com mais de 300 franquias e licenças em todo Brasil.

Neto pensou no delivery como um modelo de negócios, que funcionasse por meio de licenciamento. Ele investiu cerca de R$ 1 milhão na ferramenta.

Na prática, o app oferece três opções: licenciado, responsável por oferecer o modelo de negócios; investidor, que comercializa os planos da plataforma; e o lojista, que utiliza o app para seu comércio.

Para lojistas, a mensalidade é de R$ 99,00 no plano anual e R$ 109,90 no plano semestral. Ambos não pagam pelo faturamento dentro do app.

O investimento inicial para licenciados é a partir de R$ 19,9 mil e é cobrado 20% do faturamento.

Outra característica da plataforma é o conceito de comprar e vender de tudo: farmácia, pet shops, casa de material de construção, de eletrônicos, restaurantes.

“Notamos que os outros ramos além da alimentação ainda são pouco explorados no delivery”, explica.

Nesse formato, o CEO destaca que é possível também atender cidades pequenas, que no geral estão fora da cobertura dos grandes apps do segmento. Exemplo disso é a atuação do Papa Delivery em Iguape, município do interior paulista com cerca de 30 mil habitantes.

“Em cidades desse porte, o comércio online é pouco explorado. Além de gerar uma fonte de renda, o app ajuda a movimentar a economia local”, acrescenta.

Segundo Neto, atualmente o app já funciona em São Paulo, Goiás, Santa Catarina e Bahia. A projeção é chegar em todos os estados até o fim do ano. Para isso, uma das estratégias foi contratar o empresário Felipe Titto como embaixador da marca. Dessa forma, o fundador estima faturar R$ 6 milhões ainda em 2022.

Extrema, cidade no interior de Minas Gerais, vive “boom”, vira berço do e-commerce e enfrenta déficit habitacional

Polo de centros de distribuição, a cidade mineira a 100 km da capital paulista sente dores do crescimento, que segue acelerado.
Um em cada quatro produtos vendidos no e-commerce brasileiro sai de um centro de distribuição da cidade de Extrema, em Minas Gerais. Nos últimos anos, o município se transformou em expoente para o setor logístico e atraiu centenas de empresas. Por trás desse poder de atração está a combinação de posição geográfica – a meros 100 km da capital paulista, principal polo econômico do País – com tributo estadual mais favorável: a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) é pelo menos 50% inferior à de São Paulo para vendas interestaduais.

No período de pandemia, o e-commerce no Brasil deu salto, o que fez as empresas investirem nos seus centros de distribuição em Extrema. Diante desse cenário, a cidade viu sua população crescer, o que hoje já se reflete em uma crise imobiliária, dado o aumento na procura por casas, apartamentos e até de vagas em hotéis para os trabalhadores que querem se instalar no município.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o município tinha, em 2021, 37 mil habitantes. Contudo, um levantamento feito pela prefeitura de Extrema mapeou aproximadamente 53 mil moradores na cidade, o que representa um crescimento populacional de 43% em dois anos. As informações foram compiladas pela Secretaria Municipal de Saúde para entender a quantidade de vacinas de covid-19 que seriam aplicadas.
Além de o número de moradores ter crescido exponencialmente, a cidade ainda recebe diariamente cerca de 10 mil trabalhadores flutuantes, ou seja, pessoas que trabalham em centros de distribuição locais, mas vivem nos municípios próximos. “As empresas têm um esquema de ônibus fretados que levam para as cidades vizinhas, como Itapeva, Pouso Alegre e Bragança Paulista. Há pessoas que vêm todos os dias de São Paulo para cá”, relata a gerente de desenvolvimento econômico de Extrema, Mônica Vieira.

Extrema, no interior de Minas Gerais, se transformou em expoente para o setor logístico e atraiu centenas de empresas Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Hoje, o município mineiro tem 6 mil CNPJs cadastrados, dos quais 300 são do setor industrial. “No começo, nós batíamos na porta da empresas, convidando-as a se instalar em Extrema. Agora, são elas que nos procuram para montar negócios aqui”, relembra.

Procura-se
Com a vinda de empresas e de novos moradores, encontrar um lugar para residir em Extrema virou uma tarefa difícil. Dono de imobiliária, Ricardo Di Lorenzo conta que a demanda por imóveis vem crescendo. Ele relata que já é quase impossível encontrar opções para locação e venda nas áreas mais cobiçadas da cidade. “Falta casa na cidade para oferecer para os clientes”, diz.

Para tentar suprir a demanda, Extrema vem dialogando com empresas da construção civil com o objetivo de atrair empreendimentos imobiliários. Em 2021, as empresas HM Engenharia e a BRZ empreendimentos anunciaram um investimento de R$ 400 milhões para a construção de 1,3 mil unidades residenciais. Além disso, o município já aprovou a construção de outros 3 mil lotes residenciais. Segundo empresários locais ouvidos pela reportagem, o déficit de moradias varia entre 15 mil e 20 mil unidades.

O crescimento da procura por galpões para centros de distribuição, movimento que se intensificou no início da pandemia, parece não estar perto de acabar. Conforme apurou o Estadão, a próxima gigante que deve abrir um centro de distribuição na cidade é a marca de produtos esportivos italiana Fila. Por enquanto, apesar de ter batido o martelo, a empresa ainda não tem data para a inauguração da operação local.

Quem passa pela cidade vê, além do cenário mineiro de montanhas, diversas obras em andamento de futuros barracões industriais. O presidente da Fulwood Condomínios Logísticos, Gilson Schilis, explica que o modelo mais procurado pelas companhias são os chamados de “big boxes” – terrenos com mais de 50 mil metros quadrados. “Estamos finalizando uma obra de 100 mil metros ainda em 2022. Para o ano que vem, já temos outra de 210 mil metros quadrados, que abrigará a operação de uma empresa multinacional.”

Todos esses investimentos se refletem positivamente no mercado de trabalho. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que, no último ano, foram criados mais de 4,5 mil postos de trabalho em Extrema, o melhor desempenho no Estado. Com a maior parte dessas oportunidades no setor logístico, as companhias que já estão instaladas no município precisam se esforçar para reter os funcionários que vêm sendo assediados pelos concorrentes.

Esse é o caso da gerente de prevenção e perdas do Mercado Livre, Ariana Ribeiro. Depois de trabalhar 12 anos em uma loja online nacional de artigos esportivos, a funcionária recebeu a oferta da gigante argentina de e-commerce. “Com esse mercado aquecendo na pandemia, as empresas precisaram melhorar os salários e os benefícios para competir com os concorrentes. Por isso eu decidi mudar de emprego.”

Desafios à frente
Para Ricardo Taborda, o sócio da 7D – empresa especializada em soluções para logística -, a baixa disponibilidade de imóveis e de terrenos para construção de galpões pode afetar a decisão das companhias de escolher o município mineiro como seu novo endereço logístico. “Extrema é o melhor lugar que temos hoje, mas qualquer coisa que mude em relação a esses dois pontos pode tirar a atração da cidade aos olhos dos investidores”, afirma.

Um em cada quatro produtos vendidos no e-commerce brasileiro sai de um centro de distribuição da cidade.

Na visão de Taborda, a cidade vive um momento decisivo na sua consolidação como um polo nacional de centros de distribuição – e precisará oferecer mão de obra e também estrutura para quem chega ao município. “É uma janela de oportunidade que Extrema tem. Quando a reforma tributária ocorrer, talvez eles não sejam tão atraentes do ponto de vista fiscal, então é o momento de investir para a cidade crescer e se tornar desejada mesmo depois do fim dos incentivos”, avalia.

Uma das preocupações da administração municipal na estratégia de atrair empresas é formar trabalhadores qualificados para o trabalho dentro dos centros de distribuição. Atualmente, a prefeitura de Extrema tem parceria com o Sistema S de ensino, que fica responsável pela qualificação técnica dos futuros funcionários. Além disso, também há programas voltados o aperfeiçoamento de motoristas de caminhão. Com auxílio do Sebrae, Senai e Sicredi, o executivo local organizou a criação de uma cooperativa de transporte, a Cooper Extrema, que conta com 23 caminhoneiros treinados ofertar seus serviços às grandes empresas e realizar o escoamento da produção feita em Extrema.

2% do PIB: setor de operadores logísticos teve receita bruta de R$ 166 bilhões em 2021

Dados são referentes à 5ª edição do “Perfil do Operador Logístico no Brasil”, publicado na Biblioteca do RadarIC, em Pesquisas Externas (link ao final da matéria) e realizado pela ABOL em parceria com o ILOS; 82% dos OLs entrevistados tiveram alta de receita bruta no período.

O setor de operadores logísticos registrou receita bruta de R$ 166 bilhões em 2021, representando aproximadamente 2% do PIB brasileiro no período e ocupando a 4ª colocação no índice de faturamento dos setores de serviço no país. Os insights foram divulgados pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) na 5ª edição do “Perfil do Operador Logístico no Brasil”, estudo que neste ano foi realizado, pela primeira vez, em parceria com o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS).

Ao todo, a pesquisa teve a participação de 117 empresas – dessas, 31 são associadas da ABOL. Entre as companhias entrevistadas, 82% ressaltaram o aumento de receita bruta no período, enquanto 13% mantiveram a receita e 4% registraram queda. Outros destaques do estudo foram o aumento de aumento da capilaridade regional, o índice de custos nas operações e o investimento dos OLs em tecnologia, especialmente atrelado a startups e logtechs.

Segundo o presidente do Conselho Deliberativo da ABOL, Djalma Vilela, o setor de operadores logísticos teve grande importância nos últimos anos por conta da pandemia de Covid-19. No período, transporte e armazenagem tiveram alta para atender à demanda por vacinas e suprimentos de maneira geral.

No entanto, apesar do crescimento em receita bruta, a 5ª edição do “Perfil do Operador Logístico no Brasil” ressaltou que a margem de lucro não acompanhou a alta de receita de forma proporcional. “Nem todos conseguiram repassar os aumentos de custos para os preços oferecidos aos clientes finais”, explica Maria Fernanda Hijjar, sócia-executiva do ILOS. “O preço não acompanhou esse aumento, o que influencia diretamente na taxa de lucro.”

Nas empresas em que a margem de lucro diminuiu, observou-se que o preço do serviço cresceu menos do que o aumento de custos. Já entre os OLs que registraram alta de lucro, a pesquisa apontou que a estratégia de oferecer mais serviços foi usada como forma de distribuir o aumento de custos sem prejudicar a margem de lucro.

“O nosso setor vem batendo recordes de carga transportada e movimentada. Aumentamos substancialmente a receita bruta, mas não conseguimos fazer esse mesmo aumento de resultado. Há uma dificuldade de repassar os aumentos de insumos nos últimos dois, três anos.” – Djalma Vilela, presidente do Conselho Deliberativo da ABOL.

E-COMMERCE E SETORES DE DESTAQUE

De acordo com a pesquisa realizada pela ABOL em parceria com o ILOS, 65% dos OLs têm clientes no setor de cosméticos e personal care, uma alta de 12% em relação a 2020. Segmentos como alimentos processados, eletroeletrônicos, bebidas e o setor automotivo/autopeças também aparecem na cartela de clientes de, respectivamente, 61%, 60%, 57% e 57% empresas respondentes.

Apesar de menos da metade dos respondentes terem clientes no e-commerce, o comércio eletrônico foi o setor em que os OLs mais firmaram novos negócios: de 26% em 2020 para 42% em 2021. A alta acompanhou o crescimento notável do e-commerce no Brasil, que aumentou de R$ 144 bilhões para R$ 183 bilhões em vendas – um salto de 27% –, segundo levantamento da Ebit/Nielsen.

CAPILARIDADE: DESTAQUE PARA O CENTRO-OESTE

Apesar de o Sul e o Sudeste ainda concentrarem grande parte das operações, o que a pesquisa apontou foi o aumento da atuação dos OLs na região Centro-Oeste. Entre 2020 e 2022, a presença dos operadores logísticos na região aumentou 25% – de 37% para 62%. Apesar disso, as regiões Sul e o Sudeste também tiveram alta em termos de presença: 12% e 2%, respectivamente.

Entre as empresas respondentes da pesquisa, 37% atuam nas cinco regiões do país. Já 51% dos OLs participantes têm operações no exterior.

INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA

No caso do investimento em tecnologia, houve um aumento de 86% em relação à 2020. Segundo Beatris Huber, sócia-gerente do ILOS, há uma grande intenção por parte dos OLs de apostar em tecnologias disruptivas. “Nenhum dos respondentes da pesquisa manifestou interesse em diminuir o investimento em qualquer tecnologia, o que mostra que as empresas estão cientes dos benefícios que as tecnologias podem trazer.”

Entre as tecnologias mais utilizadas pelos OLs estão TMS e WMS, com 93% cada, computação em nuvem (72%) e torre de controle (55%). Porém, quando se fala em recursos que ainda são poucos difundidos, o percentual diminui: o uso de drones, realidade aumentada e virtual, veículos autônomos e blockchain já são utilizados por 14%, 12%, 9% e 9% dos operadores logísticos entrevistados, respectivamente.

A diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, ressalta que não existe nenhuma tecnologia disruptiva que seja unanimidade entre os OLs. “Algumas empresas já usam drones para entregas e meio de transporte, e também dentro de um armazém para controle e gestão de estoque. Eles estão investindo em inovação e tecnologia para isso, mas essa ainda não é uma realidade para as empresas menores e médias. Isso também vale para a realidade expandida/aumentada, que também não é um recurso tão estabelecido.”

Apesar disso, a 5ª edição do “Perfil do Operador Logístico no Brasil” aponta uma projeção positiva para o futuro da tecnologia dentro dos OLs. De acordo com os dados levantados, 38% dos respondentes preveem aumento do investimento em drones, por exemplo, até 2024, enquanto 62% planejam manter o valor gasto nesse tipo de tecnologia.

A integração com o cliente foi outra estratégia que se destacou dentro dos OLs: 88% dos entrevistados afirmaram ter tecnologias específicas para isso. Isso se reflete nas ações dedicadas à integração de forma geral, que tiveram alta em 90% dos operadores respondentes da pesquisa.

“A integração com cliente e a digitalização estão quase juntas”, ressalta Marcella Cunha. “Isso acontece porque não há como falar em integração sem pensar em um app ou um serviço personalizado, por exemplo.”
CUSTOS E A ALTA DO DIESEL

A alta acelerada e desproporcional do preço do diesel, que disparou 41,48% entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022, também apareceu na pesquisa. Sem surpresas, 77% dos operadores logísticos entrevistados apontaram que o custo com combustível foi o grande responsável pelo aumento de gastos entre 2020 e 2021.

O preço elevado do diesel é reflexo do conflito no leste europeu e as sanções que a Rússia tem sofrido. Essa crise pode, inclusive, prejudicar o abastecimento de combustível – o que, segundo Maria Fernanda Hijjar, sócia-executiva do ILOS, é uma possibilidade.

“É um risco. Não podemos dizer que isso não vai acontecer porque estamos em um momento de muita instabilidade. Temos alternativas, mas elas não são o suficiente. Se acontecer [o desabastecimento], é como se fosse uma paralisação de transporte e outras operações que usem o diesel.” – Maria Fernanda Hijjar, sócia-executiva do ILOS.

Para Marcella Cunha, a questão do diesel e o risco de desabastecimento são motivos para voltar as atenções para fontes renováveis – como veículos elétricos e movidos a GNV – de forma urgente e racional. “As novas fontes podem resolver a questão e contribuir com a sustentabilidade, que é outra demanda importante”, reforça a diretora executiva.

Atualmente, 26% dos OLs que participaram da 5ª edição do “Perfil do Operador Logístico no Brasil” já usam veículos elétricos e 52% que já estão direcionando investimentos para essa implementação.

Conheça o relatório completo “Perfil do Operador Logístico no Brasil” publicado na Biblioteca do RadarIC em Pesquisas Externas “https://radaric.correios.com.br/3d-flip-book/perfil-dos-operadores-logisticos-2022-abol/”

Amazon vai montar CD last mile no RS para agilizar entregas

A gigante Amazon, que já tem centro de distribuição em Nova Santa Rita, vai trazer ao Rio Grande do Sul outro modelo de ponto de recebimento e envio de produtos ao destino: o consumidor final. A novidade é um CD mais compacto e com um propósito: agilizar a entrega.

A Amazon confirma que terá, em 2023, a primeira estação de entrega no Estado. Será o CD last mile, de última milha, com menor tempo de entrega. No Brasil, só existem cinco estações.

A unidade gaúcha vai ser montada em 3 mil metros quadrados dentro da área que está em ampliação no Park LOG, em Canoas e do grupo Cassol, dono da Cassol Centerlar. A informação é do CEO da Cassol, Rodrigo Seara Cassol.

Como o Park LOG fica na divisa com Porto Alegre, clientes da Amazon na Capital vão receber mais cedo os pedidos.

AliExpress instala mais de 36 mil lockers em países da Europa

Objetivo da gigante de comércio eletrônico é montar mais de 47.500 até o final deste ano na região

O AliExpress, gigante de comércio eletrônico do grupo chinês Alibaba, já instalou mais de 36 mil lockers na na Europa até o final de junho e está a caminho de montar mais de 47.500 até o final deste ano.

A rede de armários dá aos consumidores do AliExpress acesso a um serviço de logística sem contato com horário de coleta flexível. Os compradores podem optar por retirar as encomendas conforme sua conveniência, digitalizando um código QR no locker mais próximo ou inserindo um código digital.

O AliExpress começou a construir sua rede de armários em colaboração com a Cainiao, a rede de logística do Alibaba, e seus parceiros locais em março do ano passado. A rede hoje alcança centros de negócios e pontos turísticos nas principais cidades europeias, incluindo Madri, Barcelona, ​​Paris e Varsóvia.

De acordo com o AliExpress, o uso diário de armários de encomendas na Espanha aumentou 15 vezes de março do ano passado até o final de junho. Na França, o uso diário de armários aumentou três vezes no mesmo período.

Robôs autônomos
Na China, o Alibaba, dono do AliExpress, segue apostando em robôs autônomos, que ultrapassaram a marca de 10 milhões de encomendas entregues em 31 de março, de acordo com o último relatório de ganhos da empresa. Mais de 500 robôs elétricos sem motorista, apelidados de Xiaomanlv, fazem entregas desde setembro de 2020 em campi universitários em toda a China.

Os dispositivos, equipados com tecnologia do Autonomous Driving Lab do instituto de tecnologia e ciência do Alibaba DAMO Academy, podem transportar cerca de 50 pacotes por vez e percorrer 100 quilômetros com uma única carga.

Os robôs do Alibaba podem navegar 99,9% do tempo sem intervenção humana, auxiliados por um algoritmo que encontra as rotas de entrega mais eficientes.

A empresa supervisionou a implantação dos robôs em mais de 200 universidades chinesas, onde entregam encomendas enviadas pelo sistema de correio Cainiao Post.

Smart Lockers: GLP e fundo do Itaú anunciam aporte de R$ 17 milhões na Clique Retire

A GLP se uniu a um dos fundos geridos pelo Itaú Asset para investir na Clique Retire, startup especializada na operação de smart lockers. De acordo com o comunicado, o aporte de R$ 17 milhões foi realizado par fortalecer a expansão da rede de armários inteligentes no Brasil.

Atualmente, a Clique Retire tem quase 1 mil pontos instalados em 19 estados brasileiros. O foco é estar presente em locais de grande fluxo de pessoas como em estações de metrô, de trens, shopping centers e postos de combustíveis.

Segundo o diretor executivo da startup, Gustavo Artuzo, a meta para 2022 é alcançar a marca de 2 mil endereços e ampliar para 15 mil pontos em cinco anos. “Percebemos a crescente utilização pelo público e queremos acelerar a expansão”, afirmou.

Mauro Dias, presidente da GLP Brasil, ressaltou que esse é o terceiro investimento da companhia em uma empresa que traz soluções para o mercado de logística no país. “Como desenvolvedora de instalações logísticas e player atuante no segmento, sabemos que o consumidor de hoje está cada vez mais exigente em relação à facilidade e agilidade das entregas.”

OTIMIZAÇÃO DE LAST MILE E SUSTENTABILIDADE
Atualmente, as soluções desenvolvidas e oferecidas pela Clique Retire são destinadas às operações de last mile no varejo, especialmente em regiões com restrições de CEP. Além disso, os armários inteligentes contribuem para práticas sustentáveis de redução nas emissões de CO2. Co2 no ambiente, por consolidar rotas e evitar tentativas repetidas de entrega.

De acordo com o CFO da Clique, Guilherme Dinali, há uma grande demanda de smart lockers tanto para a retirada comum, como para processos de devolução ou logística reversa. “A conveniência que os lockers oferecem vai ao encontro dessas necessidades”, destacou.

DHL investe em avião próprio para reduzir tempo de entrega no Brasil

No total, empresa de logística está aportando R$ 370 milhões no País.

A multinacional de logística DHL Express agora tem um avião próprio para fazer entregas no Brasil. A aeronave, um Boeing 767 com capacidade de 52 toneladas, faz a rota Miami-Campinas-Bogotá numa frequência de seis vezes na semana, com uma pausa técnica para manutenção, e custou R$ 130 milhões. No total, a DHL está investindo R$ 370 milhões no Brasil para diminuir o tempo de entrega de mercadorias, ampliar a atuação em ações ESG e aumentar a participação de mercado da empresa.

“Queremos aumentar nossa participação no mercado sem deixar a qualidade de lado e inserindo, cada vez mais, ações de sustentabilidade. De 2019 a 2021, foram investidos R$ 90 milhões. De 2022 a 2025, serão outros R$ 280 milhões, incluindo o avião”, destaca a CEO da DHL, Mirele Mautschke. Segundo ela, com o avião próprio a empresa quer dar a garantia de embarque para todos os clientes, independentemente do tamanho da remessa, em qualquer época do ano, sem depender das malhas aéreas comerciais.

A DHL continuará com voos diretos para os principais países da América Latina e Europa, oferecendo, assim, menor tempo de trânsito para as encomendas. Os clientes do Estado de São Paulo serão beneficiados com um dia a menos no tempo de trânsito para alguns tipos de importações.

Investimento em Viracopos
Maior aeroporto de cargas do País, Viracopos, em Campinas, também vai receber parte dos investimentos anunciados. Serão aportados R$ 40 milhões, nos próximos anos, para aumentar a capacidade de operação dos serviços de exportação. O investimento torna a DHL a primeira empresa a ter armazém alfandegário próprio no Brasil, o que permitirá ter o total controle sobre a cadeia logística das remessas no desembaraço da importação formal.

Em 2019, a Receita Federal do Brasil certificou a empresa como Operador Econômico Autorizado (OEA), na função de Agentes de Carga, Transportadora e Depositário Fiel.

A empresa também está investindo quase R$ 3 milhões para abrir ou ampliar lojas da DHL em diversas cidades do País, como Florianópolis (SC) e Vitória (ES). Ainda no Espírito Santo, outros R$ 3,5 milhões foram investidos na ampliação da filial DHL na cidade de Serra, região metropolitana da capital capixaba, para aumentar a capacidade de atendimento. A DHL possui 16 lojas próprias com mais de 450 parceiros e 19 filiais.

A DHL também vai eletrificar a frota de carros e motos, em até 60%, até 2030. Outro destaque é a parceria de R$ 2 milhões com a ONG Sobrasa, que atua na prevenção a afogamentos no mar e em águas doces.

Com expansão, BBM Logística passa a atender todos os estados do nordeste

Foco na região deve ser segmentos como autopeças, cosméticos, farmacêuticos e eletrônicos; de acordo com o grupo, estratégia deverá gerar crescimento de 50% do volume de cargas.

Seguindo uma tendência do segmento no país, a BBM Logística está expandindo as operações no Nordeste. Por meio da divisão de cargas fracionadas Transportes Translovato, a operadora logística anunciou no último dia 12, o início da atuação em Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas.

Com isso, a BBM, que já tem operações no Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia e Sergipe, passa a atender 100% da região. A expressão representa um crescimento de 20% no território coberto pela companhia, que passará a atender 5.329 municípios brasileiros.

“A ação reforça o objetivo da companhia de estar presente em todo o Brasil, com operações personalizadas para atender a diversos segmentos”, destacou Jorcei Chiochetta, diretor de Soluções em Cargas Fracionadas da BBM Logística.

“O Nordeste vem se desenvolvendo rapidamente e não poderíamos deixar de atender a região em sua plenitude. Através da ampliação de nossa malha de transporte fracionado na região, abriremos espaço também para a prestação de novos serviços de entregas diretas (e-commerce), cargas completas e contratos dedicados. Além disso, estaremos muito próximos de cobrir todos os estados do Brasil, considerando nossa próxima expansão para a região Norte.” – André Prado, CEO da BBM Logística.

De acordo com a companhia, a expansão da malha rodoviária refletira em crescimento de aproximadamente 50% em volume de carga e alta de 55% no faturamento de receita no Nordeste. Os segmentos em foco serão autopeças, produtos químicos, cosméticos, farmacêuticos, eletrodomésticos, eletrônicos, confecções, equipamentos e ferramentas.

Atualmente, segundo o estudo IPC Maps 2022, a região registra 18,2% no ranking de consumo nacional, atrás apenas do Sudeste, com 49%.