Shopee completa 6 centros de distribuição para ampliar logística no Brasil

A Shopee anunciou expansão logística e completa seis centros de distribuição no país, além de mini centros para a última milha próximos ao mercado consumidor para melhor atender à demanda de seus mais de 2 milhões de vendedores brasileiros registrados na plataforma.

Os espaços estão localizados em Barueri (SP), São João do Meriti (RJ), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Contagem (MG) e Santana do Parnaíba (SP). Atualmente, são mais de 150 vagas abertas na área de logística da empresa.

Segundo a empresa, os centros de distribuição funcionam na modalidade conhecida como cross-docking. Os parceiros logísticos coletam os produtos que são direcionados a unidade logística mais próxima para serem separados e organizados para as regiões de destino por meio da malha logística da Shopee.

O objetivo com os novos pontos de conexão entre estados é otimizar os processos desde a coleta até a entrega dos produtos de vendedores locais aos consumidores no Brasil.

A empresa possui mais de 10 parceiros logísticos, além dos Correios, com atendimento em todas as cidades brasileiras.

Jamef inaugura segundo hub urbano em São Paulo

A transportadora Jamef inaugurou nesta semana o segundo hub urbano em em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo (SP). Empresas e consumidores poderão fazer coleta, retirada e entrega de mercadorias, realizadas com o apoio de veículos utilitários de pequeno e médio porte, além de motos e bicicletas, modais ágeis para deslocamento na cidade.

O atendimento da unidade “Perto de Você” contemplará oito bairros da região e de parte do centro da cidade. A rede urbana da Jamef foi iniciada em junho deste ano, com a inauguração do hub em Moema, e é parte da estratégia da companhia de conferir eficiência, agilidade e precisão à logística de última milha.

Anteriormente, essa etapa era realizada a partir das centrais logísticas, mais distantes. Os hubs “encurtam” o caminho, uma vez que os pacotes que chegam à cidade já são direcionados para a unidade que está mais próxima do seu endereço de destino. Dessa forma, a empresa possibilita, inclusive, entregas no mesmo dia (same day delivery), uma tendência mundial do mercado de e-commerce.

Os pontos avançados de atendimento da Jamef também oferecem serviços de coleta de encomendas e de locker, no qual o cliente pode retirar seus pacotes pessoalmente.

“Os novos hubs urbanos aproximam ainda mais a Jamef dos seus clientes. Além de Moema, que inauguramos no mês passado, e dessa nova unidade em Pinheiros, temos programada para este ano a chegada de mais sete postos “Perto de Você”, levando praticidade e rapidez para toda a cidade de São Paulo e, em breve, para outros pontos do Brasil.” – Pedro Maniscalco, diretor de operações da Jamef.

Além de Pinheiros, o novo hub atenderá os bairros Consolação, Jardins, Vila Madalena, Perdizes, Vila Romana, Pompéia e Barra Funda. As próximas regiões da capital paulista a receberem um hub urbano “Perto de Você” serão: Centro, Tatuapé, Ipiranga, Vila Mariana, Santo Amaro, Divisa de São Caetano e São Bernardo.

Correios reduz prazo do SEDEX em mais de 17 mil trechos e amplia cobertura da linha Premium

Neste mês de julho, os Correios reduziram o prazo de entrega do SEDEX em 17.358 trechos estaduais e nacionais. Ao total, 717 trajetos passarão a contar com distribuição de SEDEX um dia após a data da postagem — ou seja, D+1.

Empresa também retomou a expansão da oferta dos serviços da linha Premium: ao total, estão sendo habilitados 209 novos trechos, sendo que em 18 deles será ofertado SEDEX 10 e, em 191, o SEDEX 12.

Dentre as rotas abrangidas com entrega no dia seguinte à postagem, estão aquelas que têm se destacado pelo alto fluxo de objetos, tais como as com origem em São Paulo e destino às seguintes cidades:

Itajubá(MG);
João Pessoa (PB);
Natal (RN);
Poços de Caldas(MG);
Ponta Grossa(PR);
Pouso Alegre(MG);
São Gonçalo(RJ);
Três Corações(MG);
e Uberaba(MG).
Outras capitais que passam a contar com D+1 abrangem os trechos Recife (com destino a Fortaleza e Salvador); Belo Horizonte (com destino a Vitória e Recife); bem como Fortaleza x Recife, Salvador x Recife, Rio de Janeiro x Recife, Manaus x São Paulo e Florianópolis x Vitória.

Negócios prioritários dos Correios
Desde 2019, os Correios iniciaram a implementação dos “corredores de negócios prioritários”. Neste caso, visa reduzir os prazos de entrega em trechos estratégicos, aprimorando a experiência dos clientes.

A empresa também retomou a expansão da oferta dos serviços da linha Premium: ao total, estão sendo habilitados 209 novos trechos, sendo que em 18 deles será ofertado SEDEX 10 e, em 191, o SEDEX 12.

O SEDEX 10 garante que as encomendas sejam entregues até as 10h do dia útil seguinte. Por outro lado, o SEDEX 12, com atributos equivalentes, tem entregas até as 12h do próximo dia útil. Por fim, o novo SEDEX Hoje — disponibilizado inicialmente em São Paulo — permite a entrega das encomendas no destino ainda no mesmo dia da postagem.

Consulta e simulação de preços e prazos dos serviços estão disponíveis no site dos Correios, assim como com as equipes de Atendimento Comercial dos Correios.

Mercado Livre dobra número de cidades atendidas e oferece entregas no mesmo dia para 100 municípios

Em mais um passo à frente em sua operação logística, o Mercado Livre anuncia a ampliação da entrega no mesmo dia para 100 cidades brasileiras. A expansão chega para somar às modalidades de entrega em até 1 dia para 2,1 mil cidades, (corresponde a 75% das entregas) e 2 dois dias para 4,7 mil cidades do Brasil (cobrindo 90% das entregas).

A ampliação é parte do resultado do investimento de R$ 17 bilhões no país, divulgado pelo Mercado Livre no primeiro trimestre. Além disso, companhia já anunciou a inauguração de quatro novos centros de distribuição no estado de São Paulo, aumentando para mais de 2 milhões de pacotes a sua capacidade diária de transação logística e ampliando a infraestrutura logística para 1.029 km em operações de fulfillment – em que a empresa é responsável por todo o processo logístico.

“Nossa missão de democratizar o comércio eletrônico passa diretamente pela logística e por oferecer uma entrega mais rápida em todo o Brasil. No primeiro trimestre de 2022, cerca de 54% das entregas da modalidade Full foram realizadas no mesmo dia. Isso nos mostra que o consumidor confia no prazo que nos comprometemos, o que nos motiva a continuar trabalhando no desenvolvimento e inovação de nossos produtos e serviços para aprimorar desde a frota logística e armazenagem, até o maior sortimento e expansão de categorias”, destaca Gustavo Pompeo, diretor de operações Logísticas do Mercado Livre.

Atualmente, a companhia tem uma frota própria de veículos composta por 51 carros elétricos, 3 mil caminhões, 1.100 vans, 3 aviões e 26 carretas movidas a gás e mais de 13 mil veículos atuando na última milha. Além de contar com estrutura logística de 10 centros de distribuição Fulfillment, 1 receiving center, 17 cross dockings, mais de 100 services centers e 3 mil agências Mercado Livre em todo o país.

L’Oréal Brasil inaugura o maior centro de distribuição da empresa no país

Com 62,5 mil m², unidade em Jarinu (SP) deve gerar 400 postos de trabalho; segundo presidente da InvestSP, parceira do projeto, localização é estratégica em termos de logística.

A L’Oréal Brasil inaugurou na última terça-feira (14), o maior centro de distribuição da marca no país. Localizado em Jarinu (70 km de São Paulo), o empreendimento possui 62,5 mil m² e chega com a expectativa de gerar a criação de aproximadamente 400 postos de trabalho.

Com uso de energia 100% renovável (eólica e solar), o CD Gaia chega com a premissa de ser “carbono neutro” e ter uma nova dinâmica de transportes, que permitirá a redução de 28% das emissões de CO2. Outro destaque é que a unidade também foi equipada com a tecnologia necessária para operar carretas movidas a biometano, em alinhamento com a tendência de transporte verde.

Para realizar o projeto, a marca de cosméticos e produtos de beleza contou com o apoio da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP). Segundo o presidente da agência, Antonio Imbassahy, um dos destaques do centro de distribuição é a localização em um uma região que oferece uma série de vantagens em logística.

“[São vantagens logísticas como] fácil acesso à capital [do estado], aos aeroportos de Viracopos e Cumbica e ao porto de Santos, além de rodovias como Bandeirantes, Anhanguera e Dom Pedro, que estão entre as melhores do país. […] Além de trazer mais desenvolvimento, a presença da L’Oréal em São Paulo reafirma o protagonismo do estado na economia do país.” – Antonio Imbassahy, presidente da InvestSP.

O CEO da L’Oréal no Brasil, Marcelo Zimet, destaca que a empresa se dedica à criação da beleza, um objetivo que só é possível por meio de um negócio que cresça de maneira rápida, mas respeitando o meio ambiente e a sociedade. “Reforçamos o nosso compromisso com o país em um movimento que traz impactos positivos não somente para o nosso negócio como também para a cidade de Jarinu e o estado de São Paulo”, diz.

Alibaba ultrapassou 1 bilhão de consumidores ativos anuais na China

A receita do quarto trimestre do Alibaba Group cresceu 9% ano a ano, para US$ 32,19 bilhões. Isso, ainda que os ventos contrários da pandemia arrastaram o crescimento. Para o ano fiscal encerrado em 31 de março, a empresa global de vendas na internet registrou um aumento de 19% em receita em relação ao ano anterior.

Vale lembrar que a atividade econômica da China se contraiu acentuadamente nos últimos meses. Afinal, com o retorno da Covid-19, fábricas foram novamente fechadas, assim como cadeias de suprimentos afetadas e consumo reduzido. Em março, as vendas no varejo da China caíram 3,5%, o primeiro declínio ano a ano desde meados de 2020.

Mantendo o curso

Apesar da interrupção generalizada, a estratégia de crescimento “multimotor” do Alibaba (com seus três pilares de consumo doméstico, globalização e nuvem) permaneceu intacta durante a pandemia.

Imagem de um gráfico
Estratégia de crescimento “multimotor” do Alibaba permaneceu intacta durante a pandemia

Afinal, o Alibaba ultrapassou 1 bilhão de consumidores ativos anuais (AACs) na China durante o trimestre — e o número no exterior cresceu para 305 milhões. O valor bruto global de mercadorias (GMV) atingiu um recorde de mais de US$ 1 trilhão no ano fiscal.

Comércio internacional

Os negócios de varejo de comércio internacional do Alibaba, incluindo Lazada, AliExpress , Trendyol e Daraz, geraram GMV de cerca de US$ 54 bilhões. Além disso, tiveram um crescimento de pedidos combinados de cerca de 34% ano a ano no ano fiscal .

O aumento de pedidos do AliExpress ficou estável devido à remoção da União Europeia da isenção de IVA para encomendas internacionais abaixo de € 22 (que entrou em vigor em julho do ano passado). O mesmo se dá por conta das interrupções na cadeia de suprimentos e logística para encomendas que entram na zona do euro devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia.

Durante o trimestre de março, o crescimento do valor das transações no Alibaba.com diminuiu para 22% ano a ano. Isso se deu principalmente devido à desaceleração do crescimento das exportações na China, bem como interrupções na cadeia de suprimentos como resultado por conta da pandemia.

Festival Alibaba 6.18

O Alibaba revelou seu maior evento de vendas 6.18 (nome do evento) de todos os tempos. Neste caso, apresentou 250 mil marcas e 1,4 milhão de novos produtos em oferta. Ao contrário dos anos anteriores, o festival de compras começou às 20h em vez da meia-noite.

Com transmissão ao vivo, o evento atrai consumidores para assistir seus anfitriões e KOLs (influencers) favoritos. Entre uma apresentação e outra a empresa libera vouchers especiais para usar durante todo o festival de compras. A plataforma também lançou um novo recurso “Tmall List”, guias de compras selecionados para consumidores que buscam inspiração sobre o que comprar. Esses rankings de produtos são pontuados com base em uma série de critérios, como popularidade entre os consumidores, custo-benefício e avaliações de especialistas.

Durante o período de pré-venda, muitos compradores receberam suas compras no dia seguinte. Isso se deve ao serviço de entrega expressa da Cainiao, que permite que 95% de seus pedidos sejam entregues no mesmo dia ou no dia seguinte. Além disso, Cainiao está lançando 5 mil estações de coleta de encomendas em vilarejos e cidades remotas na China. Com os lockers, o Alibaba pretende agilizar as entregas à luz da crescente demanda de cidades pequenas.

Alibaba Health

Recentemente, o Alibaba Health, braço de saúde do Alibaba Group, relatou um rápido crescimento em receita e lucro bruto — aumentou respectivamente 61,7% e 62,1% ano a ano. No caso, a empresa atribuiu o crescimento ao forte desempenho de seus negócios de plataforma de comércio eletrônico e vendas diretas de produtos farmacêuticos.

Além das vendas de medicamentos, o Alibaba Health também está explorando novas maneiras de melhorar a experiência do cliente. Neste caso, destaque para a implantação de serviços de entrega sob demanda 24 horas por dia, 7 dias por semana. Hoje, a Alibaba Health oferece entregas de 30 minutos em cerca de 30 cidades e serviço de entrega de 1 hora em mais de 300 locais na China. Também continua a investir em soluções online para offline, inclusive por meio de seu “Dr. Deer” — trata-se de um assistente que permite ao consumidor pesquisar informações e produtos médicos, marcar consultas e consultar médicos online. No final de março, o Alibaba Health viu uma média de 180 mil consultas online realizadas em suas plataformas por dia.

Ajuda na Ucrânia

A Cainiao e o Correio Nacional da Ucrânia lançaram um serviço gratuito de rastreamento de encomendas. O sistema garante uma entrega melhor e mais segura para todas as encomendas feitas pelo AliExpress. Portanto, a partir desta semana vendedores e consumidores poderão acompanhar o status de todas as encomendas internacionais tratadas pelas duas empresas (sem custos adicionais). A Ucrânia é um mercado importante para o AliExpress, e está entre as 10 principais regiões em termos de receita.

Correios abrem licitação para lojistas que querem abrigar serviço postal

Os Correios lançaram nova licitação para os varejistas que desejam instalar uma unidade do “Correios Aqui – Modular” em seus estabelecimentos. Ao todo são 98 editais para implantação deste canal de atendimento nos estados: Alagoas, Bahia, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e também no Distrito Federal.

As unidades modulares, conhecidas no mercado como store in store (loja dentro de loja), são parte do processo de remodelagem da rede de atendimento da estatal, que ainda prevê a implantação de outros tipos de canais físicos e digitais.

O público-alvo para as parcerias são lojas e estabelecimentos comerciais que possuam atividades comerciais compatíveis e não concorrentes aos Correios, para atuarem em um modelo de atendimento físico, utilizando suas infraestruturas, experiências, recursos humanos e conveniências. Serviços de encomendas (SEDEX, PAC, Mini envios) e mensagens (carta e telegrama) estarão disponíveis nas novas unidades.

De acordo com a estatal, o novo canal tem potencial para trazer inúmeros resultados relevantes aos parceiros dos Correios, como o aumento do fluxo de pessoas em sua loja, remuneração pelos serviços postais prestados e oportunidade de investimentos a custos competitivos. A iniciativa também visa a expansão da rede de canais, mais qualidade no atendimento e na experiência dos clientes.

Para mais informações, basta acessar a página do Correios Aqui – Modular, a Central de Atendimento pelo telefone 3003-0100 ou os perfis oficiais nas redes sociais.

Logtech mexicana Nowports capta US$ 150 milhões e vira unicórnio

A Nowports, logtech mexicana que busca facilitar o dia a dia de empresas que exportam ou importam produtos na América Latina, acaba de anunciar um investimento de US$ 150 milhões que a torna no mais novo unicórnio da região e também na primeira empresa do setor a alcançar o feito no México.

A rodada série C foi liderada pelo fundo SoftBank e com participação de Tiger Global, Foundation Capital, Monashees, Soma Capital, Broadhaven Ventures, Mouro Capital, Tencent e Base10 Partners. Investidores como Daniel Voguel, da Bitso; Ricardo Amper, da Incode; Alex Bouaziz, da Deel e Roger Laughlin, da também mexicana Kavak, também participaram da rodada.

Segundo a empresa, os recursos vêm para expandir a atuação da Nowports em terras brasileiras. A startup chegou ao Brasil em outubro de 2021, após uma captação de US$ 60 milhões que teve, em essência, o propósito de levar a empresa para fora dos mercados onde já atuava. Hoje, a Nowports está também na Colômbia e no Chile. No Brasil, já são mais de 50 funcionários.

Fundada em 2018 pelos empreendedores Alfonso de los Ríos e Maximiliano Casal, a Nowports procura digitalizar toda a cadeia logística para empresas da América Latina, especialmente dos setores de manufatura e varejo, que transportam seus produtos por navios ou aviões. Ela faz isso a partir de um software de gerenciamento que cria, entre outras coisas, rotas inteligentes, gestão de tarifas de importação e exportação e desenvolve relatórios em tempo real para controle das operações.

“Estamos empolgados em ganhar a confiança de grandes fundos de investimento e nos tornarmos o novo unicórnio na América Latina. Isso reforça nosso compromisso de transformar as cadeias produtivas da região com tecnologia e acesso ágil ao financiamento para empresas que importam ou exportam mercadorias. Faremos da Nowports um dos principais impulsionadores de todas as economias emergentes do mundo, não apenas da América Latina”, comenta, em nota, Alfonso de los Ríos, cofundador e CEO da Nowports.

Segundo los Ríos, o investimento será usado para expandir a presença da Nowports nos mercados onde já atua e também para abrir escritório em novas cidades. Uma das primeiras deve ser a cidade de Itajaí, em Santa Catarina.

Os recursos também servirão para acelerar o lançamento de outros produtos, dessa vez financeiros. A Nowports quer expandir ferramentas de financiamento e seguros para seus clientes.

 

Magalu combina marketplace com estratégia física hiperlocal para crescer

Estratégia do Magazine Luiza é crescer e-commerce sem investir em estoque próprio; vendedora busca microempreendedores em bairros afastados e analógicos para a rede.

Magalu combina marketplace com estratégia física hiperlocal para crescer.

Para CEO da empresa, Frederico Trajano, ao dar estrutura para comerciantes venderem em suas plataformas, Magazine Luiza ganha não só volume de vendas, mas capilaridade física.

É nesse sentido que a empresa idealizou no fim do ano passado a Caravana Parceiro Magalu, uma sequência de eventos para capturar vendedores para a plataforma da companhia. A palavra de ordem é a hiperlocalidade, ou seja, ter vendedores tão locais que a entrega digital para um comprador que more na mesma região aconteça de forma rápida e rentável, sem que os produtos precisem viajar de um CD até o endereço.

“Nós estamos montando uma operação de marketplace para dar lucro. Porque, na nossa avaliação, ela está se aproveitando das mesma fortalezas que desenvolvemos no 1P (comércio eletrônico de estoque próprio), que é a multicanalidade e entrega local. Para que aconteça isso no 3P (venda de lojistas) a gente precisa de uma cadeia logística eficiente e barata, regional e multicanal”, disse o empresário.

 

Shein contrata ex-Shopee e começa a montar equipe para operar no Brasil

A gigante de moda chinesa Shein vai mesmo operar no Brasil e contrata Felipe Feistler, ex-diretor da Shopee, para ser o gerente-geral da operação local. E busca, ao menos, mais 14 pessoas para o negócio brasileiro.

No fim do ano passado, o fundador da gigante de moda chinesa Shein, Chris Xu (que também é conhecido como Yangtian Xu), esteve no Brasil para se encontrar com alguns dos principais fornecedores de roupas do varejo de moda brasileiro. Na ocasião, o objetivo do empreendedor era conhecer melhor o mercado brasileiro, entender as questões tributárias e estudar um modelo para começar a operar no Brasil, país na qual já fatura mais de R$ 2 bilhões.

Shein
O mais provável é que a Shein opere no Brasil através de parcerias com fabricantes de roupas. Neste caso, para que as peças sejam produzidas localmente, reduzindo assim o prazo de entrega. (Foto: Divulgação/Shein)

Cinco meses depois dessa visita, a Shein, que produz roupas baratas no modelo fast-fashion, já bateu o martelo. A companhia acaba de contratar Felipe Feistler para ser o gerente-geral da operação brasileira. Feistler estava na Shopee, onde era responsável pelo comércio eletrônico na América Latina.

Além de Feistler, a Shein trouxe também para a operação local Fabiana Merlino Magalhães, que será a head da categoria de moda. Ela estava no Aliexpress, onde ficou apenas sete meses. Antes, trabalhou por mais de nove anos no comércio eletrônico Dafiti.

No LinkendIn, é possível ainda encontrar pelo menos 14 vagas abertas para trabalhar na operação brasileira, localizada em São Paulo. A Shein está recrutando para diversas áreas, desde recursos humanos e tributação, passando por comunicação e logística. Até um intérprete de mandarim, português e inglês está na lista de profissionais que estão sendo requisitados pela gigante de moda chinesa.

Parcerias para fabricação

A razão do intérprete é simples. Um grupo de chineses está lado a lado dos executivos brasileiros que estão sendo contratados para definir como será o modelo de operação do subsidiária brasileira.

O mais provável é operar no Brasil através de parcerias com fabricantes de roupas para que as peças possam ser produzidas localmente, reduzindo o prazo de entrega. Atualmente, a Shein conta com um site em português, mas traz suas peças da China. Portanto, isso pode aumentar muito o tempo de entrega, que pode chegar a 30 dias.

“Esse é um movimento de amadurecimento do negócio”, diz uma fonte do setor de moda. “Primeiro, ela penetra o mercado via cross-border, entende o perfil de consumo, constrói uma base de clientes e, gradualmente, vai criando uma estrutura local e passando a operar com mais proximidade”.

Taxação no cross-border

Essa movimentação da Shein, no entanto, acontece na esteira de uma potencial medida provisória para aumentar a taxação de produtos vendidos em plataformas cross-border, como Shopee, Shein, AliExpress e Wish.

“Caso ela avance, nós vemos as varejistas de moda como as mais beneficiadas. Afinal, o modelo de negócios da Shein é essencialmente baseado em importações com a competitividade de preço como um diferencial importante. Enquanto isso, acreditamos que o Shopee provavelmente aceleraria operações locais (que hoje já ultrapassam de 85% do GMV)”, diz um relatório da XP, sobre o tema.

Hoje, o limite liberado para importação cross-border é de US$ 50. Ou seja, faz com que muitos compradores façam dezenas de compras picadas para escapar da fiscalização. A medida em estudo pelo governo brasileiro é tributar toda compra em 60%, independentemente do limite do preço.

Há também uma pressão de diversos varejistas, na figura do IDV. Isso representa mais de 70 empresas, como Americanas, Riachuelo, Renner, Marisa, Magazine Luiza e Casas Bahia, para que a fiscalização seja aumentada. O IDV estima que apenas 5% das remessas foram fiscalizadas pela aduana em 2020 e que 7% das remessas são efetivamente declaradas.

Ganhando terreno no Brasil

Mesmo sem uma operação local, a Shein vem ganhando tração no mercado brasileiro. Em 2021, o aplicativo da varejista chinesa foi o mais baixado do setor de modas, com 23,8 milhões de downloads, de acordo com relatório do Goldman Sachs, com base em dados da consultoria Sensor Tower.

O desempenho foi três vezes superior ao do segundo colocado na categoria, a Lojas Renner. A Shein esteve à frente também de C&A, Marisa e Arezzo. “Vemos a Shein como uma força crescente no setor de varejo de vestuário brasileiro”, escrevam os analistas do BTG Pactual, Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis, em um relatório.

Mas não é só no Brasil que a Shein tem crescido. Globalmente, estima-se que ela faturou quase US$ 16 bilhões em 2021. Em abril, em uma rodada de investimento de mais de US$ 1 bilhão, que teve a participação do Tiger Global, General Atlantic e Sequoia, foi avaliada em US$ 100 bilhões, mais do que a Indetex, dona da Zara.

Polêmicas por trás da Shein

Ao mesmo tempo que cresce, aumentam as polêmicas que cercam a empresa chinesa, fundada em 2008 por Xu e que começou a evoluir a partir de 2015, quando conquistou os consumidores de 12 anos a 27 anos, a chamada geração Z.

Em abril deste ano, a Shein foi acusada de plagiar peças da Zara — empresa que também, no passado, se envolveu em polêmicas parecidas por conta de ser acusada de copiar peças de estilistas famosos.

Não é a primeira vez que a Shein convive com acusações de que produz peças que são cópias de diversas marcas. Em sua trajetória, a varejista já esteve envolvida com polêmicas que envolvem plágio de roupas desde pequenos fornecedores até de fabricantes maiores, como americana Levi’s.

A empresa chinesa é acusada também de contratar serviço de fornecedores que mantêm trabalhadores em instalações sem condições adequadas de saúde e segurança. Além disso, há o  com jornadas de trabalho de 11 horas por dia e pagamento por peça produzida.

Esse cenário descrito, em novembro do ano passado, em um relatório da ONG Public Eye, registrou depoimentos de trabalhadores terceirizados da Shein na Vila de Nancun, onde existem diversos fornecedores da empresa. Após o relatório, a Shein informou que abriria investigações para apurar as denúncias.