A estratégia de crescimento da Amazon faz sentido?

Entenda o que faz a empresa ser um dos maiores players de diversos segmentos do mercado.

Varejo, streaming, games, saúde, tecnologia, mídia e até estúdio cinematográfico: a Amazon (AMZO34) está em todos esses negócios. Por isso, analisar sua estratégia não é fácil.

Além de ser dona do leitor de livros Kindle, do alto-falante sem fio Echo com comando de voz pela Alexa, e da central multimídia Fire TV, em 2021 a Amazon oficializou o lançamento de sua própria Smart TV e que estará integrada com a funcionalidade da Alexa, o que resultará em dura concorrência a gigantes do setor como Samsung, LG e Sony.

Além disso, ela concorre com empresas de tecnologia como IBM (IBMB34) e Microsoft (MSFT34) – e aqui um parêntese: o mercado financeiro sugeriu, por anos, que a Amazon estava errada ao investir na Amazon Web Service, a AWS, plataforma de nuvem que oferece mais de 200 serviços de tecnologia e centrais de processamento de dados.

No entanto, Jeff Bezzos não deu ouvidos. Ele percebeu que estava oferecendo melhores tecnologias para as lojas independentes da sua plataforma – sellers – que, no fim do dia, poderiam entregar uma melhor experiência ao cliente, criando também uma nova fonte de receita para a Amazon.

Atualmente, a AWS contribui com a maior parte dos lucros da Amazon. Só no primeiro semestre de 2021, representou uma fatia de mais de 50% dos rendimentos.

A Amazon ainda oferece uma plataforma de streaming concorrente da Netflix (NFLX34), HBO, Globoplay e canais televisivos na TV aberta e fechada. Também produz seus próprios filmes, premiados no Oscar e no Emy.

E não para por aí: em maio de 2021, a Amazon anunciou a compra do MGM, um dos mais prestigiados estúdios de Hollywood, por quase US$ 9 bilhões, tornando-se dona de um acervo com milhares de produções clássicas. Ela ainda poderá usar a estrutura do estúdio para diluir seus custos de produção dos conteúdos próprios da sua plataforma.

Vale destacar que seu competidor nessa área, a Netflix, apesar de ter reportado lucro, ainda tem queimado muito caixa por causa dos altos custos de produção de conteúdo próprio.

Em meio a tudo isso, a Amazon tem quebrado o conhecimento tradicional sobre estratégia, tem também desafiado as perspectivas de alguns analistas do mercado financeiro.

Desde quando abriu capital, em 1997, reportou prejuízo por oito anos e muitos investidores questionavam o seu modelo de negócios. No início de 2000, em meio à bolha da internet, sua ação despencou e ela quase quebrou. Mesmo assim, nesse período, Jeff Bezos praticamente dobrou o número de clientes e lançou o marketplace, a plataforma da Amazon para outros sellers venderem seus produtos.

Essa estratégia permitiu otimizar custos de estoque e ter novas fontes de receita de comissões que, aliadas com o AWS em 2006, ajudaram a empresa a aumentar suas margens. Em 2021, a Amazon teve lucro líquido de US$ 7,8 bilhões, isso só no segundo trimestre. Em seguida, no terceiro trimestre do ano, ela apresentou lucro de US$ 3,2 bilhões, fluxo de caixa livre positivo e aumento de vendas.

Princípios tradicionais de estratégia apontam que a vantagem competitiva pode ser obtida ao focar naquilo que a empresa sabe fazer bem, replicando seu negócio para crescer em novos mercados e produtos relacionados. No entanto, o exemplo da Amazon mostra uma outra lógica e a sinergia de todas essas estratégias é uma só: o cliente.

A Amazon vendia livros online e o cliente precisava de um dispositivo para ler, então, fez o Kindle. Depois, o cliente passou a assistir aos conteúdos que ela também faz em seus estúdios ou oferece no Amazon Music. Então, criou a Alexa, o Fire TV e sua própria Smart TV.

Na parte logística, como precisa entregar os produtos o mais rápido possível ao cliente, fundou a Amazon Air em 2016 e já tem uma frota de aviões para agilizar as remessas, reduzindo a dependência de transportadoras terceirizadas. Já os sellers precisam de tecnologia para vender online e melhorar a experiência do cliente, por isso, criou a AWS.

Tudo está conectado e, aos poucos, a Amazon vai dominando todas as atividades da chamada cadeia de valor dos clientes, um princípio moderno de estratégia.

Ela entrou até mesmo no setor da saúde, quando comprou, em 2018, a Pillpack, farmácia online que entrega medicamentos em domicílio nos Estados Unidos. Como quem precisa de medicamento também precisa de consulta, passou a oferecer telemedicina pelo Amazon Care.

A empresa comercializa ainda kits de testes que são enviados às casas das pessoas. Para atuar em mais uma frente, a Amazon tem trabalhado junto com médicos e hospitais para que sua tecnologia e dispositivos de assistente de voz sejam também assistentes dos médicos, ouvindo o paciente na consulta para gerar registros e ajudar a oferecer opções de tratamentos.

A cada inovação como essa, ela conhece mais sobre o comportamento do consumidor. Isso levará a Amazon a estar passos à frente dos seus concorrentes para atualizar a experiência do cliente para o futuro e, quem sabe, destravar ainda mais seu valor de mercado.

Por isso, é preciso estar de olho na estratégia das empresas que estão investindo para analisar quem está preparado para coexistir, ou competir, com a Amazon.

*Leandro Guissoni é Ph.D., professor de estratégia no Brasil e Estados Unidos, empresário, palestrante e autor de livros, artigos e casos de empresas por Harvard. Assessora grandes empresas em inovação digital e analytics. 

Conheça a nova megaloja da Casas Bahia, criada para ser um laboratório de inovações do varejo

O estabelecimento fica na Marginal Tietê, na zona norte da capital paulista, e servirá para testar e oferecer experiências aos consumidores.

A Via inaugura nesta sexta-feira (19) uma megaloja das Casas Bahia em São Paulo. Com mais de 9 mil m² de área útil, a loja também funcionará como laboratório de inovações em estratégias, planos e soluções para o varejo.

O estabelecimento fica na Marginal Tietê, zona norte da capital paulista, onde durante muito tempo funcionou uma loja do Ponto (à época, Ponto Frio). Agora, a Via acredita que seja o momento para utilizar o espaço, remodelado por dentro e por fora, para testar e oferecer experiências aos consumidores.

“Tudo que nós colocamos aqui de novidade e entendermos que o consumidor gostou, a gente pode estender para toda as outras lojas da rede”, comentou Roberto Fulcherberguer, CEO da Via, dona das redes Casas Bahia e Ponto.

Questionado sobre a possibilidade de abrir outras lojas nesse estilo, Fulcherberguer afirmou que não existem planos por enquanto. Entretanto, ele anunciou que a Casas Bahia ainda pretende abrir mais algumas lojas ainda neste ano. “A gente segue inaugurando; fecharemos o ano com 110 novas lojas. Depois da inauguração de hoje, teremos mais 50”, complementou.

A loja conta com um espaço para os sellers do marketplace exporem seus produtos. Dez sellers foram escolhidos e já estão expondo seus itens no local. A ideia é testar o tempo os sellers ficarão na loja e se a estratégia será rotativa.

Por conta da Black Friday, a megaloja da Casas Bahia terá um horário especial e ficará aberta 24 horas. O horário alternativo valerá do dia 25 de novembro até o dia 26.

Phygital e omnicanalidade

Desde a entrada na loja já é perceptível a integração existente entre o ambiente físico e o digital. As etiquetas contam com QR code com informações sobre o produto e o rating do item de acordo com as avaliações de outros clientes.

Outra novidade da megaloja da Casas Bahia é a possibilidade de finalização das compras pelos próprios vendedores. Assim, o cliente não tem a necessidade de ir ao caixa. Ao escolher essa opção, o cliente também recebe todo o acompanhamento do vendedor no meio digital.

“Essa loja é o que tem de mais phygital no mercado brasileiro hoje. É essa grande mistura que estamos buscando. Cada vez mais aproximamos o digital do físico, sempre com uma experiência humanizada e embarcada”, destacou Fulcherberguer.

O executivo também comentou que no terceiro trimestre os vendedores online foram responsáveis por R$ 2 bilhões de GMV (volume bruto de mercadoria). “Daqui a pouco vamos parar de falar em vendas físicas ou digitais; iremos falar de GMV na companhia”, complementou.

A nova loja da Casas Bahia conta, ainda, com a função de lockers para retirada de pedidos dos sellers soluções de logística reversa. O cliente também pode optar pela retirada de itens via drive-thru.

Store in store

Parte da megaloja também funciona com o modelo “store in store”, pelo qual outras marcas são convidadas para terem espaços dentro do ambiente principal. A Casas Bahia conta com a presença das empresas Wine, Soneda, Casas Bauducco e Tress&Co. Cada uma delas também irá proporcionar uma nova experiência ao cliente.

No caso da Soneda, por exemplo, o cliente que comprar algum produto na loja tem à sua disposição um studio onde a aplicação pode ser feita de forma gratuita. Na Wine, o cliente pode beber um vinho e consumir alguns pratos que estarão no cardápio.

“Nossos parceiros foram selecionados com muito cuidado. Eles representam o sonho do cliente Casas Bahia. São marcas queridas pelos brasileiros, estão em sintonia com nossa loja e vão trazer uma experiência de compra incomum ao consumidor”, destaca o CEO da Via.

Minoru Kamachi, diretor da Soneda, complementou: “A Casas Bahia tem capilaridade e estamos prontos para crescer nesse ecossistema de inovação e varejo. Ficamos lisonjeados com o convite.”

A megaloja

No primeiro andar da megaloja da Casas Bahia está o maior espaço de experiências para os clientes. Logo na entrada, é possível baixar um mapa digital da loja e fazer a busca do que se está procurando. O mapa, por sua vez, irá guiar o cliente até ele chegar na sessão desejada

A loja também tem uma parte destinada para games e tecnologia. Uma pequena arena com dez computadores foi montada no local para simular o clima de uma competição oficial de esportes eletrônicos, ou eSports. Além disso, dois telões com arquibancadas também estão disponíveis para transmissão de campeonatos de games ou para jogar.

O ambiente também conta com a simulação do que seria um quarto “gamer” e máquinas de fliperama ao lado. Nessa mesma região, a Casas Bahia vai disponibilizar 5 gurus tecnológicos que vão auxiliar os consumidores a configurar e usar seus aparelhos.

Ainda no primeiro andar da megaloja da Casas Bahia, na parte de televisores, existe um pequeno cinema, assim como um balcão com tipos de pipoca para se servir e assistir à programação. Um pouco mais ao lado fica uma área que funciona como estúdio para lives e um exemplo do que seria uma casa totalmente conectada.

Mais ao fundo da loja, uma região é destinada as crianças. No local, elas podem brincar com jogos mais lúdicos ou com alguns aparelhos mais digitais. O ambiente também conta com um grande escorredor para elas aproveitarem.

No segundo andar está a parte mais “tradicional” da megaloja, com camas, cadeiras e outros móveis. Mesmo esse espaço, entretanto, tem um diferencial: existe um espaço exclusivo destinado a arquitetos que querem encontrar com os clientes e já discutir projetos e produtos.

A megaloja da Casas Bahia também é pet friendly.

Como a Kangu engaja comércios de bairro para formar uma rede de logística privada e competir de frente com os Correios

Uma papelaria que aproveita o espaço do estoque para armazenar encomendas. Uma padaria que nas tardes de pouco movimento recebe produtos de uma loja de roupas online. Um chaveiro que separa algumas horas da rotina para entregar pacotes pela vizinhança.

Os exemplos acima são parte dos mais de 5 mil pontos da rede de logística privada da Kangu. Marcelo Guarnieri, 35, CEO e cofundador, resume a proposta de valor da startup:

“A gente fornece tecnologia para que qualquer negócio consiga operar logística de forma simples. Com isso, conseguimos ter uma capilaridade para executar tudo muito rápido — e estar muito perto dos consumidores” 

A Kangu começou a operar em 2019. Em apenas dois anos de atividade, saiu do zero para 8 milhões de entregas mensais, expandiu sua operação para México — e, em agosto de 2021, foi adquirida pelo Mercado Livre por um valor não revelado.

Veteranos da Logística, os três sócios testemunharam as transformações do setor

O paulistano Marcelo é um veterano de logística, com experiência em empresas como a Rapidão Cometa e a FedEx. Foi durante essas passagens que conheceu os demais cofundadores: Ricardo Araújo, 58, e Celso Queiroz, 67.

Juntos, os três testemunharam, ao longo dos anos, as transformações provocadas pela tecnologia no setor.

“Há 12 anos, a gente entregava mercadorias no shopping com carretas. Elas eram preparadas para ir em grandes armazéns fora da cidade, pegar grandes quantidades de carga e fazer grandes entregas”, diz Marcelo. “Hoje, porém, em alguns shoppings nem existem mais vagas para carretas…”

A maioria das empresas de logística tradicionais, afirma o empreendedor, teve dificuldade para se adaptar às mudanças.

“Se antes tínhamos grandes varejos e indústrias vendendo, hoje com a dinâmica das mídias sociais, qualquer pessoa consegue vender. E os lotes [de entregas] que eram grandes viraram pequenos.”

O advento das redes sociais e ferramentas de mensageria, portanto, ajudou a alavancar as vendas online de pequenos negócios. Em paralelo, nesse novo cenário, a logística ia se tornando mais complexa.

À FRENTE DE UMA CONSULTORIA, ELES ENTENDERAM QUAL ERA O CALCANHAR DE AQUILES DO E-COMMERCE NO BRASIL

Em 2014, já atentos à nova dinâmica, os três se uniram para montar a própria consultoria em logística, a RC Sollis.

Não demorou para que percebessem o calcanhar de aquiles que prejudicava o desenvolvimento do e-commerce no Brasil: a inexistência de um serviço que atendesse pequenos vendedores, fazendo coletas e entregas pulverizadas.

“Se as empresas de transporte tinham dificuldade para entregar pulverizado, imagina coletar pulverizado e entregar pulverizado? Não havia ninguém atendendo a esse mercado, só os Correios. E toda vez que temos um único player atuando, isso vira um problema. A falta de concorrência é ruim”

Mas como fazer frente a uma empresa com a capilaridade dos Correios? A solução foi apostar no modelo de economia compartilhada para aproveitar a ociosidade de tempo, espaço e mão de obra de pequenos comércios de bairro — transformando-os em pontos de postagem, retirada, devolução e entrega de encomendas.

A PARTICIPAÇÃO EM UM CONGRESSO NOS EUA CONVENCEU OS SÓCIOS SOBRE A VIABILIDADE DA PROPOSTA

Mas nem eles acreditavam que funcionaria até apresentarem a ideia a um professor dos Estados Unidos com quem tinham uma parceria.

O professor não só se interessou pelo projeto, como os convidou para apresentá-lo no congresso “Internet Edge Supply Chain Lab”, na Arizona State University. “O Ricardo falou: esse cara está louco”, lembra Marcelo…

Mesmo assim, em outubro de 2017 eles embarcaram para os Estados Unidos.

“Saímos de lá em choque. As 80 ou 100 pessoas presentes, todas fundadoras de empresas ou CEOs de tecnologia e logística, adoraram [o projeto]”

Se na ida para o congresso eles ainda estavam titubeando sobre montar ou não uma startup, no voo de volta o trio estava decidido sobre mergulhar fundo na ideia.

O ano era 2018. Ricardo e Celso continuaram tocando a consultoria, para garantir o sustento dos sócios. Enquanto isso, Marcelo ficou encarregado de dar os primeiros passos da Kangu.

QUANDO O SUCESSO DEPENDE DO FUNCIONAMENTO PERFEITO DE UM APP, É MELHOR NÃO CORRER RISCOS

Um especialista em tecnologia foi contratado para ajudar no desenvolvimento de um sistema intuitivo o bastante para que qualquer pessoa, em qualquer lugar, pudesse operar os serviços de logística da Kangu.

“Movimentamos muitos dados. No regime de economia compartilhada, o treinamento e a reciclagem de quem trabalha com o aplicativo precisa ser mais intuitivo, tudo deve funcionar redondinho”, reforça o CEO. “Imagine se o nosso app tiver um erro durante 15 minutos em 5 mil pontos em 3 países?”

O ajuste fino da tecnologia demandou quase um ano de testes. Nesse tempo, os empreendedores gastaram a sola dos sapatos visitando pessoalmente os pequenos comerciantes e enviando pacotes para si mesmos para entender como o fluxo funcionaria. Marcelo explica:

“Enquanto Kangu, a gente não quer que a papelaria deixe de ser papelaria e se torne um armazém. Queremos que ele continue sendo papelaria — e que, em parte do tempo, trabalhe para a gente e cuide do seu entorno”

O primeiro ponto ativo da rede da Kangu permitiu colocar o conceito à prova: uma papelaria do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, cujos donos, idosos, mal sabiam mexer em smartphones.

“Eles continuam ativos até hoje — e até dão pitacos e sugestões do que podemos melhorar”, afirma Marcelo, orgulhoso.

FOI PRECISO CONVENCER O MERCADO DE QUE NEGÓCIOS DE BAIRRO PODEM SER INCORPORADOS À CADEIA LOGÍSTICA

Veio, então, o segundo desafio: como provar para o mercado que comerciantes à frente de papelarias, padarias — enfim, pequenos negócios de bairro — estariam habilitados a realizar serviços de logística?

“Uma das coisas que mais ouvimos foi que uma papelaria iria perder pacotes”, diz Marcelo.

Aos poucos, essa desconfiança foi sendo demolida:

“A percepção de qualidade é grande. Não tem fila, o atendimento é personalizado… Há casos em que o dono do ponto é até amigo de quem vai entregar ou retirar um objeto. Existe uma relação de confiança de bairro que é diferente, tira um pouco o estresse de tudo”

Os empreendedores dedicaram um tempo testando o modelo, para garantir que essa rede estaria bem azeitada. Não foi um período fácil do ponto de vista financeiro: até ali, todo o investimento na Kangu tinha saído do bolso dos sócios.

“Estávamos quebrados…”, diz Marcelo. “Mas tínhamos certeza que o modelo poderia escalar muito rápido e fácil. Como o segmento não estava sendo atendido, sabíamos que na hora que acertássemos o canal de venda, iríamos explodir.”

COM O PRIMEIRO APORTE E A DEMANDA GERADA PELA PANDEMIA, A KANGU DEU UM SALTO DECISIVO

A espera valeu a pena. Lançada oficialmente no início de 2019, a Kangu fechou aquele ano com parcerias com as gigantes do e-commerce Dafiti e Mercado Livre, realizando 200 mil entregas por mês.

No começo de 2020, os sócios levantaram 6 milhões de reais com fundos de investimento. Além desse primeiro aporte, a pandemia (que chegou ao país em março daquele ano) impulsionou o setor de vendas online e turbinou de vez o negócio.

“Queremos ser a melhor solução quando é necessário ter capilaridade. E hoje talvez só os Correios tenham mais capilaridade que a gente, porque chegam a pontos remotos… Mas, dentro das cidades, temos mais capilaridade que os Correios”

O crescimento da operação da Kangu surpreendeu os próprios sócios. O número de funcionários contratados saltou de 20 para 380. Hoje, a rede de parceiros inclui quase 15 mil pessoas. Só em São Paulo são 600 pontos. comerciais engajados como prestadores de serviços logísticos da startup.

NA CONCORRÊNCIA COM OS CORREIOS, O PREÇO COMPETITIVO É UM DOS DIFERENCIAIS DA STARTUP

A Kangu atende três principais públicos: o Mercado Livre, que oferece a solução para seus vendedores, grandes varejistas e clientes que contratam a startup diretamente.

Os preços são atrativos, afirma Marcelo. O desconto pode ser um diferencial relevante para pequenos empresários que desejam se posicionar no mercado de e-commerce.

“Um dos maiores fatores de decisão em uma compra online é o frete. Não é à toa que no Brasil vemos estratégias muito fortes de frete grátis. Só que não é grátis: alguém está pagando. É por isso que é essencial que o custo do frete seja baixo. Quanto mais barato, mais fácil vai ser para o vendedor”

Na outra ponta, os comerciantes podem exercer serviços de postagem (receber e remeter as encomendas dos vendedores), entrega (feitas a pé ou no formato de retirada pelos compradores) e recebimento de devoluções de mercadoria.

Cada ponto escolhe o tipo e quantidade de serviços oferecidos — e recebem pagamentos por operação.

VENDER O NEGÓCIO NÃO ESTAVA NOS PLANOS. MAS AÍ VEIO A PROPOSTA DO MERCADO LIVRE…

Diante do crescimento exponencial, a Kangu se preparava para uma nova rodada de captação em 2021, para alavancar ainda mais o negócio.

Porém, antes que os empreendedores chegassem a captar o novo aporte, surgiu a proposta de aquisição do Mercado Livre.

“Não tínhamos a intenção de vender a empresa, não nesse período. Mas tivemos um crescimento absurdo, acabamos virando uma empresa de um porte muito maior do que o esperado… E sempre tivemos uma cultura muito parecida com a do Mercado Livre, um propósito de querer democratizar e olhar para o pequeno”

Os sócios Marcelo e Ricardo seguem à frente da startup, mas agora se reportando ao conselho do Mercado Livre em vez de um grupo de investidores. A Kangu continuará funcionando como uma empresa apartada da nova controladora, prestando serviços a parceiros externos e mantendo as estratégias de crescimento.

As metas de expansão, por sinal, não mudaram. O objetivo dos empreendedores? Encerrar o ano com 3 500 pontos no Brasil.

DRAFT CARD

Draft Card Logo

  • Projeto: Kangu
  • O que faz: Transforma pequenos comércios em pontos logísticos para e-commerce
  • Sócio(s): Marcelo Guarnieri, Ricardo Araújo, Celso Queiroz e Mercado Livre
  • Funcionários: 380
  • Sede: São Paulo
  • Início das atividades: 2019
  • Investimento inicial: R$ 6 milhões

AliExpress amplia logística com voos fretados para acelerar fretes na Black Friday

A Black Friday está chegando e a AliExpress já começou a se preparar para alta demanda do período. A empresa chinesa anunciou nesta semana a ampliação do número de voos semanais fretados com mercadorias vindas da China para o Brasil. Agora serão seis voos contra cinco realizados antes da mudança.

Yan Di, presidente da divisão de Marketplace no Brasil, disse que atualmente a empresa opera cerca de 80 voos fretados para todo o mundo semanalmente, transportando compras para mais de 220 países.

O AliExpress, controlada pelo grupo Alibaba, também disse que está reforçando as parcerias locais. A finalidade é contar com um sistema de logística integrada voltado aos vendedores do Brasil.

Essa medida é encarada como primordial pelo mercado, levando em conta  o lançamento do Marketplace da AliExpress no Brasil, que concorre diretamente com a Shopee. As  operações com lojistas brasileiros que se iniciaram no mês de agosto, “superaram as expectativas”, segundo Di.

Yan informou que os destaques de venda no marketplace brasileiro foram as categorias de casa, beleza, vestuário e eletrônicos. Ele acredita que alguns dos diferenciais do marketplace da empresa no Brasil têm sido o frete grátis para “grande parte das encomendas”, descontos nas mercadorias e a opção de devolução local de produtos comprados.

Comissões de 5% a 8% para vendedores brasileiros 

A diretora comercial do AliExpress no Brasil, Viviane Almeida, disse que a comissão cobrada dos vendedores brasileiros está entre 5 e 8%, valor que tem atraído mais interesse, de acordo com a executiva.

Os vendedores além de poderem acessar a base de clientes da plataforma, podem utilizar a malha logística oferecida pela Cainiao para a entrega de produtos pelo país.

“O serviço de entregas do AliExpress permite frete gratuito para todo o território nacional nas vendas de lojistas brasileiros para consumidores localizados no Brasil. O frete não terá custo sempre que o valor da compra for de pelo menos R$50 e caso o produto enviado não tenha peso excessivo”, disse a empresa.

A companhia afirmou também que os pagamentos dentro do marketplace do AliExpress serão mais velozes do que a média do mercado e que os lojistas vão conseguir sacar o dinheiro de suas vendas todos os dias e sem custo adicional.

O marketplace global da AliExpress: a expansão, a logística e o choque cultural no Brasil.

O head de comunicação da AliExpress no Brasil, Felipe Zmoginski, fala do modelo de gestão e ações socioambientais do Grupo: “temos o desafio de diminuir o impacto no transporte internacional de produtos”.

Zmoginski trouxe detalhes sobre as operações da companhia chinesa, uma das maiores do mundo no setor de varejo e-commerce. Na entrevista com Sonia Racy, o executivo fez comparativos com o passado e destacou que atualmente a empresa está mais ágil no sistema de entrega de mercadorias, isso graças a investimentos no setor logístico e visão estratégica. O head também revela que o consumidor brasileiro tem perfil exigente. Na conversa, ainda avalia choques culturais e faz uma importante consideração ao afirmar que, apesar dos eventos problemáticos, a pandemia acelerou a digitalização do consumidor, sendo esse um ponto positivo para o marketplace digital, onde a plataforma chinesa está inserida. Confira a entrevista completa no programa Show Business.


Tanto o Alibaba e o Aliexpress cresceram bem nos últimos 20 anos. Quais vantagens vocês oferecem para consumidores e clientes para alcançar bons resultados?

O Aliexpress é uma das empresas que pertencem ao Alibaba, sendo um grande player de e-commerce, que engloba outras várias empresas de diversos setores. E uma delas está o Aliexpress, que promove uma conexão entre pessoas que desejam vender suas mercadorias para pessoas que querem comprar em qualquer lugar do mundo por preços atrativos.

Qual é a diferença entre o Alibaba e Aliexpress?

O Alibaba é basicamente o endereço onde que as pessoas na China utilizam para fazer compras pelo e-commerce. A forma mais correta de explicar o Aliexpress é que ele permite a venda internacional, onde o comprador faz a aquisição de um produto em uma outra nação. Mas nosso serviço também pode funcionar como atacado. Aqui, inclusive, há muitos brasileiros que seguem essa linha, em função do Aliexpress conectar as pessoas com os fabricantes e distribuidores (diretos do país de origem). Os preços são muito competitivos. Então, muitas pessoas que compram em grande volume, legalmente pelo Aliexpress, revendem as mercadorias em outros marketplaces de e-commerce, ou às vezes, no setor varejista off-line. A logística e o método mais simples estão nos serviços que o Express oferta. Pois, opera cinco voos semanais, conectado a China e o Brasil, Funcionando da seguinte maneira: caso o cliente compre um produto hoje, ele tem a garantia de recebê-lo daqui a sete dias no Brasil, via voos fretados.

E quais são os itens mais comprados pelos brasileiros?

Os campeões de vendas são os itens eletrônicos e não é difícil explicar o motivo. Porque são produtos com custo elevado no Brasil. Por isso é vantajoso adquiri-los pelo AliExpress. Mesmo enquanto pessoa física, você comprar qualquer produto para uso pessoal, isento de taxas, caso custem até U$50. Segundo mais vendido são roupas, depois, aparecem os produtos para mamãe e bebê fazerem o enxoval. Neste último ano, notamos uma mudança muito significativa no perfil do consumidor, vendo que muitos deles passaram a comprar itens para casa, como almofadas e outras mercadorias decorativas; ou do segmento de construção, a fim de fazer reformas. Ambos os casos tiveram um boom enorme em procura durante a pandemia. Provavelmente pelo fato de as pessoas estarem mais em casa. Juntamente a isso, as webcams também tiveram uma explosão de vendas no mercado brasileiro, saltando para 37 mil% a mais no número vendas. Neste caso, a justificativa foi devido ao aumento de aulas e reuniões on-line. Nem todo mundo estava preparado para isso. Observamos que a pandemia da covid-19 mudou comportamentos de compra e aumentou muito a presença do consumidor brasileiro no comércio eletrônico.

Anos atrás, os produtos chineses eram sinônimos de baixa qualidade, o que mudou nos últimos tempos?

Houve sofisticação no modelo de produção da indústria chinesa. Nos anos de 1990, havia um fenômeno copycat, em que se apelidavam pejorativamente de xing ling o que era fabricado naquele país. Depois, vimos a mudança no padrão de qualidade dos produtos, com o surgimento de marcas conceituadas no mercado. É o caso das empresas Xiaomi, Huawei e outras. Há ainda patentes chinesas de 5G, indústria de carros elétricos e não para por aí. Obviamente que teve um tempo para que esse processo melhorasse e para que as pessoas percebessem isso. E, no de correr disso, ocorreu o trabalho de construção de branding. No caso do Aliexpress, hoje somos conhecidos como um marketplace global, pois você não encontra apenas produtos feitos na China. Incluo nesse rol de transformações, os produtos desenvolvidos na Europa, nos EUA, e que estão dentro desse marketplace. Incluindo grandes marcas como Apple, Disney e Samsung que estão presentes nas nossas operações, até muitos dos produtos dessas marcas são fabricadas na China mesmo, porque há um método de eficiência e produtividade melhor.

Então posso comprar algo do Japão, Rússia no Aliexpress, por exemplo? 

Pode sim. A empresa possui, hoje, 212 países cadastrados na rota, tanto para receber ou vender produtos. Concentramos mais números do que os inscritos nas Nações Unidas (risos). Portanto, nem todos os mercados funcionam como exportador, mas é um processo que está acontecendo. E nosso objetivo final é realizarmos esse desejo de criar um grande espaço para comprar qualquer coisa de vários lugares e pessoas ao redor do mundo.

Quanto tempo vocês levam para inserir e distribuir um produto aqui no Brasil, pois convenhamos que é uma logística complexa.

Tempos atrás, nos deparávamos com transporte de mercadorias transborder que era feito por navios, o que demorava cerca de um mês para os produtos chegarem de um país a outro. Visando ganhar tempo, passamos a ter presença em voos fretados, conectando os fornecedores as suas mercadorias.  Por exemplo, neste momento em que conversamos, temos cinco aviões se organizando para  semanalmente estarem à nossa disposição. Operamos cinco voos por semana e estamos em negociação para conseguir mais uma opção de transporte na nossa frota comercial. Diretamente, o cliente que fizer o pedido em nossa plataforma, que em até 7 dias ele vai desembarcar no aeroporto internacional aqui no Brasil. Depois, o pedido passando naturalmente pela alfândega, em seguida vai para trânsito doméstico, por meio de empresas parceiras para a entrega final. Esse processo pode demorar até uns 12 dias, calculo eu.

Como está estruturado modelo de gestão da Aliexpress?

Com o uso de tecnologia de data e inteligência artificial, é possível gerenciar as demandas dos negócios. Temos basicamente o marktplace principal é a mesma tecnologia que atendem vários países. Vendedores de cada uma dessas nações montam suas lojas no site, vamos supor que alguém queira comercializar mobílias.  É possível incluir compradores do meu país ou do exterior no radar de clientes que desejam comprar minha mercadoria. Há ainda um sistema altamente sofisticado de traduções automáticas, que permitem traduzir as descrições em dezenas de idiomas. Isso garante que consumidores leiam a descrição de acordo com a língua de seu país e conheçam mais sobre o item. Quando a compra é feita, existe uma empresa própria para fazer o serviço de logística, chamada de Shop sign out, e que faz toda a operação de recolher na distribuidora ou fabricante e, em seguida, faz a distribuição para os mais de 210 territórios que abrangemos.

Quantos funcionários o Alibaba e o Aliexpress têm no geral?

O grupo Alibaba são 70 mil funcionários, já o Aliexpress não fornece os dados de cada divisão.

Mas nos EUA não exigem maior abertura dos dados para ter ações em bolsa?

São critérios interessantes, porque o Alibaba cumpre os mesmos critérios de transparência e governança corporativa que qualquer outra empresa listada na Nasdaq ou na The New York Stock Exchange. É claro que algumas informações como o número de funcionários são preservadas como forma estratégica diante dos competidores.

Como a imagem do Alibaba está atrelada à imagem do JackMa?

Ele é uma figura muito midiática, entretanto, é importante frisar que ele deixou completamente a companhia, há mais ou menos dois anos, não fazendo parte do boardig de conselheiros. Mas ainda possui 4% de ações do Alibaba. Atualmente, o CEO da empresa é o executivo Daniel Zhang, que desde a saída do Ma, vem tocando os desafios do grupo.

Vocês têm algum pleito junto ao governo brasileiro para fazer suas importações? Há alguma coisa poderia ser feito para melhorar as transações nas operações da empresa?

Nós brasileiros temos a ideia de que há espaço de ineficiência do ponto de vista da gestão pública que poderia ser melhorada. Não é o caso que verificamos no comércio crossborder. Hoje, a entrada e saída de pacotes é totalmente informatizada, os serviços da receita são muito eficientes, algumas liberações de produtos, por exemplo, acontecem enquanto o avião está no ar, prestes a pousar no país. Ainda da aeronave, são levadas informações dos valores e das características das mercadorias.  Não há problemas nesse fluxo. Claro que quando chega em território nacional, há uma análise minuciosa, o produto passa por raio-x…  Mas é algo normal e bastante eficiente. Diria que o nosso principal desafio está relacionado à exigência do consumidor local. Inclusive, em comparação a outros compradores pelo mundo. Porque o brasileiro é considerado o mais exigente, pois almeja mercadoria de mais qualidade. E faz questão de valer seus direitos e, se houver porventura  sinais de avarias, vai desejar a troca do produto sem custos.

E é possível trocar sem custos?

É sim, Sonia. Garantimos essa praticidade. Existem categorias em que o cliente não arca com as taxas de correio para enviar o produto de volta ao país de origem. O novo consumidor brasileiro, que passou a utilizar as plataformas de e-commerce, é bastante exigente no aspecto qualidade. É um desafio permanente oferecer a melhor experiência de compra para agradar esse perfil.

Atualmente, quem é o maior competidor do Aliexpress?

São os comércios off-line, competição para nós e todas as outras empresas que utilizam as plataformas de e-commerce pelo país. Todavia, a disputa nesse setor é muito saudável e tende a beneficiar o conjunto do mercado. Baseando-me em números, o varejo antes da pandemia, 95 %das compras aconteciam em pontos físicos (off-line) e apenas 5% em ambientes on-line. Com a pandemia esse número melhorou bastante, hoje, temos 10% no digital e 90% no off. Mas, se observamos os mercados mais avançados, como por exemplo Reino Unido e Coreia do Sul, nesses países cerca de 30% do varejo já está no canal digital. Na china, a presença é mais elevada, chegando ao patamar de 51%. Ainda há um enorme desafio para alcançarmos a digitalização.

E como pretendem ampliar esse mercado aqui no Brasil?

Um dos nossos métodos foi usar ferramentas de comunicação e de marketing. Acabamos de realizar uma ação com a Ivete Sangalo, em conjunto com o programa Criança Esperança, patrocinamos reality shows da televisão e tivemos outras iniciativas na mídia de massa, esse é um método. Há um ambiente macro, que envolve as pessoas terem meios de pagamento facilmente acessíveis. A oferta de internet de qualidade em residências, fora dos grandes centros urbanos, ainda é um desafio. Observamos essa dificuldade quanto ao acesso quando crianças tiveram problemas para acompanhar as aulas on-line, pois vivem em comunidades ou cidades que ficam longe de regiões privilegiadas.

Por outro lado, pandemia certamente continua sendo uma tragédia para nossa sociedade, mas foi um evento que acelerou o processo de digitalização do consumidor e das empresas, o que acaba beneficiando o e-commerce.

Em termos de gestão socioambiental, como vocês aplicam isso aqui no Brasil?

Um dos desafios que temos é o de diminuir o impacto que há no transporte internacional de produtos. O mundo é globalizado, quase tudo que consumimos é feito em outros países. Uma das tecnologias que implementamos, Aliderect, permitiu por meio de ferramentas de bigdata, identificar os vários pedidos que as pessoas fazem em diferentes marketplaces, juntá-los em um único pacote e mandá-lo como uma única remessa. Isso diminui o número de deslocamentos e viagens. Tanto em termos de custos e menor emissão de poluentes, isso teve um efeito significativo. Outro ponto é a seleção dos vendedores, que devem cumprir critérios desde respeito à legitimidade das marcas, tudo isso agrega às regras estabelecidas pelo conceito de governança, presente no ESG. Essa triagem é feita permanentemente em todos os mercados, por uma equipe ativa, e via avaliação dos comentários dos usuários da plataforma, feita há 10 anos.

Como é feita a diferenciação e controle de um produto poluente ?

Qualquer produto que é vendido no Aliexpress precisa ser autorizado a entrar em cada um dos países. Então, um serviço atuante em 200 países deve se adaptar às 200 legislações. Como no caso da Europa, onde existem restrições com produtos que emitam poluentes. Aqui no Brasil tem uma legislação bastante moderna, mas mais recentemente, houve um relaxamento em algumas medidas. Apesar disso, o país tem leis ambientais consideradas mais atuais. A mercadoria deve ser autorizada antes de ser comercializada, depois, isso passa pelo processo de seleção e avaliação antes de ter essa atualização de operar dentro do marketplace da empresa. Esse é um processo permanente, não quer dizer que após aprovado não terá análise sobre sua comercialização.

Felipe, você passou por treinamentos ou teve vivência na China antes de assumir o cargo?

Tenho uma história com a China que remota minha adolescência. Estou com 40 anos, e lembro-me de quando tinha 12, durante o período governo Collor, meu pai era um pioneiro nas importações. Fazia inglês naquele tempo e meu pai se tornou tradutor, porque eu ajudava a traduzir as conversas com empresários chineses, no intuito de comprar produtos para vender aqui no Brasil. Depois de adulto, fui estudar chinês e vivi na China. Tive oportunidade de trabalhar cinco anos no Baidu, que equivale ao buscador Google, mas lá no país asiático. Em seguida, vinha trabalhando com uma empresa de consultoria, quando finalmente recebi o convite para participar dessa operação do Aliexpress que estava se expandindo no país. No cenário ideal, eu faria um treinamento como todos os contratados, mas devido à pandemia, não conseguimos desembarcar lá. Então, todo o curso foi feito on-line. Mas, em termos pessoais, posso afirmar que a relação que estabeleci com a China foi a melhor coisa que me aconteceu, nos sentidos de pontualidade e foco em resultados, essas foram, com certeza, algumas das contribuições que a cultura chinesa teve na minha formação profissional.

Como ocorreu o processo de adaptação entre culturas tão diferentes? Quem teve a iniciativa de querer se moldar à determinado padrão de comportamento: você ou os chineses?

Responder sua pergunta é fazer um comparativo com o filme American Factory, longa que conta a história de uma fábrica americana de vidros para automóveis, depois comprada por empresários chineses. Passei por esse conflito cultural, assim como existiu na história do filme. No início da minha experiência, há oito anos, estava preocupado com a adaptação às regras ao método de trabalho das pessoas do país asiático. As corporações de lá são muito juvenis, sendo recentes no processo de internacionalização. Muitos dos gestores ainda têm pouca experiência em lidar com o subordinado ou colegas estrangeiros. Mas houve uma mudança. Recentemente, percebo um nível de preparo muito diferente do passado. Hoje, são executivos mais preocupados com as culturas locais, têm jovens que foram fazer vivência no exterior, que retornam para casa com outra visão de mundo. Analiso que temos uma liderança chinesa mais globalizada e mais moderna no nosso ponto de vista. Não quer dizer que de uma hora para outra houve mudança de paradigmas e ausência de choques culturais, porque são questões que continuam existindo. A comunicação ainda é uma dificuldade, no modo geral, o chinês quando pergunta quer saber se há engajamento da equipe, e não promover um debate – algo que nós brasileiros estamos habituados em reuniões corporativas.

Quantos funcionários brasileiros compõe o time do Aliexpress?

A equipe tem um volume grande de brasileiros, chineses e de outras nacionalidades também, como Índia e Turquia, difícil de mensurar um número exato. Posso fazer um acréscimo sobre a pandemia, que em função disso, esses funcionários passaram a trabalhar de maneira remota.

Felipe, diante da sua experiência, é possível fazer uma previsão de como estarão o mundo e a AliExpress daqui a 10 anos?

Dá sim, por meio dos objetivos que traçamos. Temos a meta beneficiar mais de 2 milhões de consumidores, até 2030, para que possam se conectar em qualquer lugar do mundo e encontrar mercadorias com o melhor preço. Além disso, temos o intuito de ajudar a gerar mais de 30 milhões de empregos, ligados às diferentes lojas e atividades conectadas ao e-commerce. Há uma transformação no mercado de trabalho e poder criar lojas on-line para vender serviços que beneficiem várias pessoas ao redor do mundo, é uma tendência inevitável. Esperamos colocar nossa tecnologia a serviço dessa transformação.

Você consegue deixar um panorama de como a pandemia afetou as operações da companhia?  

A pandemia teve efeito positivo sobre as nossas vendas. Por exemplo, há uma data comercial da empresa, que é o 11 de novembro, que, em 2020, registrou faturamento muito maior que o ano anterior (pré-pandemia). Esse período foi complicado, acabou fechando vários varejos, mas também fez com que as pessoas recorressem ao e-commerce. A própria dificuldade econômica obriga que o usuário faça mais pesquisas de preços. E a média dos valores dos nossos produtos, geralmente está 30% mais baixa, então, isso teve um movimento positivo.

Mas eventos como a fala do ex-presidente americano, Donald Trump, que fez acusações de que a China é culpada pelo vírus, afetou o volume de vendas da empresa nos EUA?

Não registramos esse movimento por lá. Talvez tenha havido alguma baixa, se houver análise mais ampla e considerando o comércio off-line, mesmo assim penso que não. Porém, se olharmos a balança comercial dos Estados Unidos e compará-la com a China, apesar de todo o barulho que Trump fez, o déficit americano com os chineses continua igual. Isso se reproduziu no Brasil, quando o governo teve uma retórica mais ‘quente’, mas isso alterou nossa balança e as negociações entre os dois países.


CargoX: com aporte de R$1,1 bi, nasce o unicórnio Grupo Frete.com

A empresa que une CargoX, Fretebras e FretePago passa a valer mais de US$ 1 bilhão com o novo investimento, liderado por SoftBank e Tencent.

Fundada em 2013 pelo empreendedor argentino Federico Vega, a CargoX se une com a Fretebras e a FretePago para formar o Grupo Frete.com. O movimento acontece em conjunto com o recebimento de um aporte de R$ 1,14 bilhão (US$ 220 milhões), liderado pelo fundo japonês SoftBank Latin Fund e pela empresa chinesa de tecnologia Tencent. Com o novo investimento, o Grupo Frete.com rompe a marca de US$ 1 bilhão de avaliação ou R$ 5,7 bilhões, e passa a integrar o seleto grupo de unicórnios brasileiros.

O novo aporte será usado para ampliar a presença da companhia no mercado brasileiro e para expandir a equipe, que deve passar de 1.300 funcionários hoje para 3.500 no ano que vem. Também participam do investimento na empresa o banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME), o conglomerado Pattac, as empresas OIKOS e PIPO, o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID Invest), Jeb Bush (ex-governador da Flórida e irmão do ex-presidente americano George W. Bush) e os empreendedores americanos do setor financeiro Henry Kravis e Reid Hoffman.

Segundo dados da própria empresa, o valor transacionado por ano em frete rodoviário é de R$ 100 bilhões. Com a nova organização, a companhia visa eficiência operacional, de acordo com Vega, que agora é CEO do Grupo Frete.com.

“Com frentes para intermediação financeira (FretePago), para encontrar cargas (Fretebras) e para digitalizar as operações (CargoX), seremos mais eficientes. Desde 2019, nosso foco está nas transportadoras. Se elas estiverem mais digitalizadas, haverá um impacto positivo para esse mercado”, diz o Vega, em entrevista para EXAME IN. “Com a pandemia, o caminhoneiro precisou de uma parada digital única onde ele possa não só encontrar cargas para não viajar de caçamba vazia, mas também para encontrar tudo que precisa para operar, como produtos financeiros. Foi isso que construímos.”

Por vezes, a CargoX foi chamada de Uber dos caminhões, uma vez que surgiu com a missão de conectar motoristas a cargas e havia um sistema de avaliação de caminhoneiros e transportadoras. Na nova organização da empresa, a lógica se mantém, mas fica na unidade da Fretebras. Mais de 80 mil empresas anunciam cargas na plataforma digital da startup.

Para lidar com a alta no preço dos combustíveis, a estratégia da startup é continuar a melhorar sua tecnologia de conexão de cargas com caminhoneiros, algo que tirou 20 milhões de toneladas de emissões de poluentes, segundo estimativa da própria companhia.

Novas estradas

A expansão internacional, a partir do segundo semestre, já está nos planos da empresa, que mira em países da América Latina para manter um ritmo forte de crescimento.

Ainda assim, o mercado nacional será prioritário para a empresa, que é o Grupo Frete.com vai expandir seu quadro de funcionários.

“O Brasil é o terceiro maior mercado de transportes do mundo. Sempre acreditei que seria possível criar uma empresa de 100 bilhões de dólares, e é por isso que estou aqui”, diz Vega.

Futuro dos transportes

Para o Grupo Frete.com, novas tecnologias para o futuro do segmento de logística, para além do uso de plataformas digitais que conectam motoristas e empresas, estão ligadas com veículos elétricos e condução autônoma. Mas essas revoluções ainda devem levar alguns anos para acontecer.

“A tecnologia semi-assistida, que ajuda a reduzir a acidentes, já começou a chegar — apesar de que pode demorar um pouco mais para chegar ao Brasil. A tecnologia que existe hoje nos carros da Tesla é um exemplo disso. Em estradas, ela já funciona muito bem, e pode se aplicar aos caminhões, que pegam muitas rodovias”, diz Vega.

Já sobre veículos elétricos, o executivo vê que a tendência está mais ligada a questões de infraestrutura do que de maturidade da tecnologia. “Na medida em que conseguirmos desenvolver postos de recarga, teremos caminhões elétricos. Esse tipo de mudança deve levar ainda cerca de dez anos para começar a ocorrer”, afirma Vega.

Mercado Livre estreia plataforma de live commerce com 100 marcas

O novo recurso Mercado Live terá programas ao vivo e diários dentro do aplicativo do Mercado Livre.

O Mercado Livre anunciou na última sexta-feira (5), sua entrada no modelo de vendas de produtos em transmissões ao vivo, o live commerce. A estratégia foi adotada recentemente por varejistas como a rede Casas Bahia, que estreou as vendas ao vivo na plataforma de vídeos Kwai, em meados de outubro, e a C&A, que iniciou “live shops” em seu aplicativo, em setembro.

O projeto tem início com 100 marcas selecionadas em cinco áreas prioritárias: beleza e cuidado pessoal, casa e móveis, moda, ofertas e tecnologia. A produção ficará a cargo de um time próprio de criadores de conteúdo formado por influenciadores, vendedores e colaboradores da própria companhia.

Futuramente, segundo o Mercado Livre, “a ferramenta estará disponível para que qualquer pessoa possa vender seus produtos ao vivo utilizando essa nova experiência de live streaming”.

As transmissões serão feitas em cinco estúdios de filmagens construídos na sede do Mercado Livre, em Osasco (SP), e nas casas dos influenciadores selecionados.

No terceiro trimestre, o Mercado Livre alcançou uma receita de US$ 1,06 bilhão, no país, representando um avanço de 74%, em dólar, ante o mesmo período do ano passado, conforme o balanço divulgado ontem pela empresa. O Brasil é um dos principais mercados da companhia de origem argentina, respondendo por 57% da receita total. A empresa opera em 18 países da América Latina.

A receita consolidada do grupo foi 66,5% maior em dólar, alcançando US$ 1,9 bilhão entre julho e setembro. O lucro líquido, de US$ 95,2 milhões, foi mais de cinco vezes superior ao do mesmo período de 2020.

A entrada de empresas de e-commerce e varejistas no live commerce mira um mercado que movimenta bilhões de dólares no mercado chinês.

A estratégia de live commerce da Kuaishou, desenvolvedora do Kwai, gerou um volume bruto de mercadorias transacionadas (GMV) de cerca de US$ 50 bilhões na China, em mais de 1,7 bilhão de sessões de streaming ao vivo, em 2020.

 

AliExpress projeta quantidade recorde de vendedores para o festival do Single’s Day

A data comemorada no dia 11 de novembro é a que mais movimenta o e-commerce mundial.

Tendo como objetivo expandir seus negócios no Brasil, o marketplace chinês AliExpress planejou uma série de estratégias para o mercado brasileiro durante o festival 11.11. De acordo com a própria empresa, a projeção é de um volume recorde de vendedores participantes no festival.

A data comemorada no dia 11 de novembro, chamado de 11.11 informalmente, é conhecido como a comemoração do “Single’s Day” (Dia dos Solteiros). O festival foi criado originalmente na China pelo grupo Alibaba e atualmente é a data do e-commerce mundial que mais movimenta dinheiro. Na última edição, o grupo vendeu US$ 74,1 bilhões durante o período comemorativo.

Esse volume, se comparado ao do e-commerce brasileiro, é o equivalente a 4 anos e 5 meses de todo o e-commerce do Brasil, que no ano passado movimentou US$ 16,6 bilhões, de acordo com dados do Ebit. Já a Black Friday nos Estados Unidos, segundo relatório da Adobe Analytics, gerou US$ 9 bilhões, valor oito vezes menos do que o do Dia dos Solteiros.

Durante o festival deste ano serão oferecidos descontos que chegam até 80% em produtos de marcas famosas. O AliExpress também pretende realizar outras ações promocionais por meio de transmissões ao vivo e ações de entretenimento.

A presença de influenciadores brasileiros em ações para promoção do festival é considerada pelo grupo, mas nenhum nome ainda foi revelado.

Brasil como foco

A edição deste ano será a primeira em que vendedores brasileiros poderão oferecer os seus produtos para todo o território brasileiro. Os lojistas, independentemente do tamanho da empresa, terão à sua disponibilidade o marketplace chinês e as ferramentas que existem nele.

O Brasil se tornou o primeiro país das Américas a ter vendedores locais podendo participar do festival. Os vendedores brasileiros também terão disponíveis a opção por oferecer a entrega com frete grátis na plataforma que, de acordo com a empresa,

Para parte de logística em encomendas internacionais, o grupo Alibaba garantiu que disponibilizará 80 voos fretados para melhorar a velocidade da entrega.  No caso das cidades grandes brasileiras, o tempo estimado para a chegada de um produto internacional é de 7 dias no máximo. O aumento no número de voos é parte da estratégia recente de investimentos em logísticas por parte do grupo chinês.

“A realização do festival 11.11, no Brasil, em 2021, deve contribuir para a maior digitalização do varejo nacional e para melhorar a competitividade do e-commerce e a experiência de compra dos brasileiros, que se tornaram mais digitais e exigentes no último ano”, comenta Yan Di, country-manager do AliExpress no Brasil.

 

Mercado Livre vai vender produtos frescos do Mambo em São Paulo

Parceria faz parte da expansão omnichannel da rede, que pretende triplicar o número de lojas físicas.

Em parceria com a rede de supermercados Mambo, o Mercado Livre passará a oferecer na capital paulista produtos frescos. Serão vendidos, dentre outros, itens perecíveis de açougue, hortifrúti, laticínios e congelados. Disponível inicialmente aos consumidores da zona oeste de São Paulo, a estratégia poderá ser ampliada para toda capital e Grande São Paulo.

“Hoje damos mais um importante passo na nossa jornada de seguir encantando cada vez mais os nossos clientes em tudo o que desejam comprar. Estamos anunciando a entrada em itens perecíveis de supermercado. Não poderíamos estar mais satisfeitos, pois além da comodidade e rapidez na entrega, estamos também entregando a qualidade e o sortimento do Mambo”, comenta Fernando Yunes, vice-presidente sênior e líder do Mercado Livre no Brasil.

As entregas serão feitas de forma híbrida. Os itens que estão inseridos no modelo fulfillment – em que a companhia é responsável por todo o processo logístico do vendedor, desde o estoque até a entrega ao consumidor final – continuarão sendo enviados pela logística do Mercado Livre. Já os itens do Mambo serão entregues pela própria rede.

“A parceria com o Mambo não mudará a forma com que o consumidor faz as suas compras em nossa plataforma. Pelo contrário, vai ampliar ainda mais o nosso sortimento. A única diferença é que os produtos do Mambo serão entregues pela própria companhia. Já os demais itens de supermercado ofertados no Mercado Livre continuarão sendo entregues pela nossa logística própria”, diz Maria Eduarda Cyreno, diretora de Marketplace do Mercado Livre no Brasil.

Segundo ela, o consumidor poderá fazer sua compra completa em um único carrinho e com um único frete. Inclusive, compras a partir de R$ 79 podem ter o envio gratuito.

Plano de expansão
Luciano Kleiman, COO do supermercados Mambo, diz que a parceria com o Mercado Livre faz parte da expansão omnichannel da rede, que pretende triplicar o número de lojas físicas. “A venda de perecíveis é a última fronteira na operação do e-commerce, pela alta complexidade em aspectos como temperatura, manuseio, embalagem, pesagem e processamento. Estamos orgulhosos por termos sido a primeira rede a oferecer perecíveis no Mercado Livre e levaremos nossa eficiência e qualidade aos detalhes à casa de cada um de nossos clientes”, diz.

O executivo destaca que objetivo é atender rapidamente a toda a Grande São Paulo, o que acontecerá de forma faseada nos próximos meses.

Via Realiza Campanha ‘ADS Premiado’ e Distribui Bônus de R$ 1 mi Para Lojistas

A Via, empresa detentora das marcas Casas Bahia, Ponto e Extra.com, anunciou recentemente o lançamento da campanha ‘ADS Premiado’.

A iniciativa pretende bonificar vendedores dos marketplaces do grupo com um prêmio que totaliza R$ 1 milhão. A ação vai ser realizada entre os dias 7 de outubro e 11 de novembro deste ano.

2 mil Lojistas Vão Poder Ganhar R$ 500
A Via pretende bonificar até 2 mil lojistas com R$ 500 de saldo, o que totaliza R$ 1 milhão em bônus. A campanha vai acontecer no Via ADS, plataforma de anúncios de seu marketplace.

Dessa forma, o lojista que deseja concorrer deve acessar o Portal do Lojista e clicar no banner da campanha para ser direcionado ao Via Ads. Porém, vale mencionar que só podem participar os vendedores que acessarem o Via Ads durante o período de campanha e que nunca tenham criado um anúncio na plataforma.

Além disso, a Via garante que a ferramenta é de uso simples e eficaz para auxiliar o empreendedor na criação de campanha, bem como no fornecimento de informações e dicas para acompanhar o progresso de toda a ação de marketing.

A varejista também informa que os vendedores que aderirem à campanha ganharão um treinamento totalmente gratuito para impulsionar ainda mais os resultados nas vendas.

Contudo, é importante ressaltar que nada disso é à toa. Como toda iniciativa das gigantes do setor, esta nova também tem motivos específicos para acontecer.

Via Deseja Aumentar Fluxo de Lojistas no Marketplace
A varejista recentemente atingiu a marca de 100 mil sellers e 33 milhões de produtos em seu marketplace. E agora o foco é expandir ainda mais esses números.

Logo, o objetivo principal da campanha ‘ADS Premiado’ é estimular os lojistas a conhecerem as facilidades e benefícios que a plataforma apresenta, assim como investirem na propaganda de seus produtos por lá.

Segundo Fernanda Winck, diretora de Operações do Marketplace da Via, a empresa prioriza a boa experiência dos vendedores na plataforma:

“Este é o ano do marketplace na Via. Chegamos a 100 mil lojistas e cuidar da experiência desses parceiros em autosserviço em nossa plataforma é uma prioridade para nossos times. Com o Via Ads podemos ajudar desde o pequeno empreendedor até o grande varejista a colocarem seus produtos em evidência para acelerar as vendas”, afirma.

Além disso, vale mencionar que a Via visa investir em serviços para aprimorar a jornada dos vendedores. Treinamentos, serviços de fulfillment, ofertas de crédito para os sellers e seus clientes, receitas de ads e soluções financeiras são alguns dos serviços que a empresa pretende oferecer até o 4º trimestre deste ano.

E mais do que isso
Logo após anunciar investimentos em 3 startups, a Via também mencionou que pretende aplicar até R$ 200 milhões em outras empresas desse tipo até 2026.

Diante de todas essas iniciativas, a Via deixa claro que não vai poupar esforços e recursos na hora de investir em boas estratégias para disputar a liderança entre os principais marketplaces no Brasil, como o Mercado Livre, Americanas e Magazine Luiza.

Aliás, o Magalu também atingiu a marca de 100 mil vendedores em sua plataforma recentemente. Algo que deixa a competitividade entre as varejistas ainda mais acirrada.