Polarização no varejo revista e ampliada

A visão histórica da polarização no varejo, que considerava os dois polos extremos valor e emoção, deve ser revista e repensada para destacar o terceiro e cada vez mais relevante polo da conveniência, que cresceu de importância no período recente de restrições de deslocamento e uso mais intenso dos canais e opções digitais.

No cenário histórico, os dois polos dominantes sempre foram o valor, aquele focado em oferecer mais por menos, e o da emoção, aquele que privilegiava a experiência e as gratificações emocionais.

Os sucessivos períodos de crises e a expansão da vertente racional do comportamento dos consumidores faziam crescer aquelas alternativas que eram focadas em racionalizar, simplificar, atingir maiores volumes, despojar a loja ou o canal, incorporar alternativas para embarcar mais tecnologia e substituir mão de obra, aumentar a participação das marcas próprias e tudo o que fosse viável para reduzir investimentos e custos operacionais e, com isso, poder vender por menores preços.

No mercado internacional e no brasileiro, os formatos e canais que foram beneficiados foram os wharehouse clubs (Costco, BJ’s, Leader Price, Sam’s Club, Atacadão, Assaí, Roldão, etc.), os hard discounters (Aldi, Lidl, Trader Joe’s, etc.), os supercenters e hipermercados (Walmart, E.Leclerc, Mercadorama), os category killers, os especialistas de valor (Uniqlo, Paragon, Primark, etc.), as lojas de saldos de marcas (Nike, Puma, Adidas e muitas mais) e outras opções.

Desenvolveram-se inclusive centros comerciais planejados para atender a esse segmento, como os outlet centers e power centers.

Nesse polo, o modelo de negócio é reduzir investimentos, alcançar grande escala de compra e limitar de forma dramática o custo operacional para poder operar com margens brutas menores e mais agressivas.

Antes da pandemia, já era o polo que mais crescia por conta do aumento da competitividade e o apelo do preço baixo num cenário de menor expansão do emprego e baixo crescimento da renda, em particular no Brasil. No período mais dramático da pandemia, com a exacerbação do comportamento racional de consumo, o atacarejo foi o formato que melhor desempenho teve, com crescimento superior a 20% em relação ao ano anterior, seguido dos hipermercados, home centers e farmácias.

No polo da emoção, no qual o varejo tradicional sofre a concorrência das marcas operando canais diretos, como Gucci, Louis Vuitton e Ralph Lauren, dominado pelas marcas de luxo e propostas que privilegiam a experiência e elementos de gratificação emocional, as margens brutas são significativamente maiores, mas os investimentos e custos operacionais podem reduzir a margem líquida final.

O terceiro polo que já vinha crescendo de importância e deu um salto quântico é o da conveniência. Das redes de lojas de conveniência que se multiplicam, buscando estar cada vez mais próximas do consumidor, às lojas autônomas e até ao e-commerce com entregas em horas, como se tornou o novo patamar de competição no mundo mais maduro e inclusive no Brasil.

Tudo indica que, na disputa acirrada pelo protagonismo dos maiores jogadores do competitivo canal de e-commerce, será oferecido cada vez mais em termos de serviços e conveniência para conquistar a preferência dos consumidores. Mesmo que com sacrifício de margens e rentabilidade e reeducando consumidores com respeito ao que têm direito.

A pandemia só acelerou a percepção dos benefícios e diferenciais dessas alternativas, seja pelas questões que envolvem limitações de deslocamento, seja porque o consumidor tem cada vez menos tempo e tem sido “educado” para comparar as ofertas e propostas que a concorrência crescente desenvolveu.

É a mesma lógica pela qual as drugstores nos Estados Unidos se converteram em lojas de conveniência que até vendem remédios, estratégia que alguns players no Brasil, como Drogarias Araújo, a partir de Minas Gerais, ou Pague Menos, no Nordeste, têm adotado.

O segmento de foodservice pode ser analisado na mesma perspectiva de conveniência, ao combinar serviço e conveniência com produtos para entregar solução. Esse setor antes da pandemia já crescia muito mais em relação à compra de alimentos para preparo em casa e aproximava o Brasil dos patamares de países mais desenvolvidos, nos quais chegava a representar próximo de 50% dos dispêndios com alimentos.

Na fase mais aguda da pandemia, o delivery, expressão maior da conveniência no foodservice, foi o segmento que maior crescimento apresentou. E a expansão quase que contingencial da demanda combinada com a ampliação e melhoria da oferta de opções assegurou um outro patamar de participação no negócio de alimentos e reconfigurou de forma marcante o setor, porém, com super e hipermercados demorando para se reposicionarem para não perderem participação no todo dos negócios de alimentos.

Na busca de seu reposicionamento como Ecossistemas de Negócios, as maiores redes de super e hipermercados estão perdendo participação no segmento de alimentos, de um lado por causa do crescimento do varejo de valor dos atacarejos e, de outro, para os operadores novos ou tradicionais de foodservice, com suas mais amplas alternativas, especialmente pela opção do delivery com multiplicação da oferta.

O crescimento da importância do polo da conveniência no mapa da polarização do varejo é mais um dos aspectos acelerados pela pandemia e que reconfigura a realidade de mercado para além do que temos enxergado como processo transitório e circunstancial. E, como sempre, criando novas oportunidades e algumas ameaças sobre as quais vale a pena refletir, projetar e agir.

Nota: Durante o Latam Retail Show virtual, de 14 a 16 de setembro, ocorrerá ampla discussão sobre as transformações que a realidade vivencia pós-pandemia e seus impactos nos negócios, no mercado, no consumo e no varejo potencializadas pelas mudanças que ocorrem no cenário mais amplo que envolve a emergente Sociedade 5.0, macro tema do evento deste ano.

Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.

Pesquisa sobre marketplace reúne dados de comércio eletrônico

De acordo com o G1, o comércio eletrônico cresceu 47% apenas em 2020, a maior alta nos últimos 20 anos. Esse é apenas um dos impactos da pandemia de Covid-19 no segmento, que também causou o crescimento de 40,7% do número de lojas virtuais no mesmo período.

Com o aumento das vendas on-line, realizar um levantamento de dados sobre o fenômeno é fundamental para que lojistas e empreendedores programem suas ações. Por isso, o ANYMARKET, em parceria com o E-Commerce Brasil, realizou uma pesquisa sobre marketplace, loja virtual, loja física e outros assuntos que permeiam esse universo.

Com os dados sobre vendas on-line reunidos, é possível tirar insights para sua gestão, prevenir erros, aprender sobre dores do segmento e muito mais.

Dessa forma, reunimos as principais informações adquiridas no levantamento de dados e na pesquisa para que você se mantenha atualizado.

Dados sobre fonte de informações
A busca por informações e a atualização constante são habilidades extremamente necessárias na hora de realizar as vendas em marketplace, em e-commerce e na internet como um todo. Portanto, é fundamental compreender quais são os maiores canais de informação utilizados pelos lojistas.

De acordo com o levantamento, o Instagram é a principal rede social utilizada pelos entrevistados para consumir conteúdos relacionados a e-commerce e a marketplace (69% das pessoas usam a plataforma).

Em seguida, aparecem o YouTube (54%), o LinkedIn (52%) e o Facebook (48%). O Tik Tok possui uma parcela pequena de uso pelos entrevistados, registrando 8%. Por fim, O Twitter também é citado (4% usam a plataforma), ao mesmo tempo em que 4% das pessoas não possuem redes sociais.

Quando questionados sobre as principais fontes de informações quando precisam se atualizar sobre o mercado de e-commerce, as newsletters de conteúdo conquistaram primeiro lugar no ranking, com 69% dos votos.

A segunda colocação foram as redes sociais (56%), seguidas do YouTube (52%). Logo após estão os portais de notícias, com 50% dos votos, e os eventos on-line, como webinars e lives, com 42%. Por fim, revistas somam apenas 6%.

Os dados acima são importantes para compreender exatamente onde buscar suas informações. É válido checar, sempre, as fontes e o nível de confiança dos dados, para não consumir notícias errôneas.

Sobre canais de vendas
A pesquisa do E-Commerce Brasil e do ANYMARKET também jogaram luz sobre os canais de vendas mais utilizados entre os entrevistados, a fim de entender o cenário de comerciantes atualmente.

Segundo a análise, 35% dos entrevistados possuam atuação com loja virtual e marketplace. Em seguida, 23% deles possuem loja física e marketplace, e outro 23% estabelecimento físico e e-commerce.

A maior parte dos entrevistados utilizam o marketplace como canal de vendas, ao lado de um segundo.

Há, ainda, 19% atuando apenas com loja virtual, 10% em estabelecimento presencial e 8% apenas em marketplaces.

Os segmentos dos lojistas são bastante variados, com destaque para moda e acessórios (19%), informática (10%) e móveis e decoração (10%). O restante se distribui em outras categorias, como alimentação e bebidas, artigos esportivos, peças automotivas, eletrônicos e eletrodoméstico, entre outros.

Analisando os dados acima, é interessante notar como o marketplace é um canal de vendas citado para lojistas em diferentes momentos, por mais que, sozinho, tenha pouco visibilidade.

Logo, podemos concluir que diferentes segmentos de comércio já notaram que os marketplaces são uma ótima oportunidade para ver seus produtos vendendo e seus resultados aumentando.

Sobre as dores dos negócios
Identificar as dores dos lojistas é fundamental para pensar em soluções prévias, evitando, assim, sustos inesperados em seu próprio processo. Por isso, analisamos as principais dificuldades dos entrevistados.

Entender as dores de quem vender on-line ajuda a prevenir possíveis problemas.

Quando questionados sobre a principal barreira para digitalizar a operação – passo extremamente necessário para otimizar a gestão e os resultados da empresa –, 42% das pessoas elencaram o fator preço.

Em segundo lugar veio a dificuldade de interação com as plataformas de vendas de produtos (35%), seguida da falta de conhecimento com tecnologia (29%) e de escassez de assessoria na implementação da ferramenta (29%).

Complexidade das ferramentas disponíveis no mercado, dúvidas referentes às novas tecnologias e falta de infraestrutura robusta também foram razões levantadas entre os entrevistados.

Podemos concluir, portanto, que a maior parte das dificuldades em digitalizar a operação se encaminham para questões de conhecimento, de forma que inteirar-se sobre a melhor forma de usar as tecnologias é passo fundamental para se destacar no mercado.

Além disso, contar com equipes de atendimento capacitadas – inclusive por parte das plataformas – é importante para que o processo ocorra de forma menos dolorosa dentro do seu negócio.

Outra dor levantada foi relacionada aos principais desafios de operação o e-commerce dos entrevistados enfrenta atualmente. O primeiro lugar, com 58% das respostas, foi construção de marca.

A construção de marca on-line é uma das grandes dificuldades entre os lojistas.

Logo após, veio processo logístico (46%), concorrência com distribuidores (27%) e logística reversa (19%).

Por fim, os entrevistados também responderam quais desafios da operação teriam mais investimento de recursos, a fim de trabalhar melhorias. Os resultados apontam que 44% deles pretendem trabalhar a análise de dados e a tomada de decisão.

Em seguida, 31% pretendem investir em anúncios. Cadastro de produtos, gestão de estoque e de precificação, integração de canais on-line e off-line e logística interna apresentam, cada um, 27% dos votos.

Também foram citados desafios como conciliação de recebíveis, gestão de múltiplos CDs, de operação fulfillment, de tributária e operação crossborder.

Sobre marketplaces
Por fim, tratando-se da especialidade do ANYMARKET, questões sobre marketplaces foram levantadas, para entender a realidade dos lojistas e a relação deles com esses canais de vendas.

Quando questionados sobre as maiores vantagens em migrar a operação – ou parte dela – para um marketplace, 69% dos entrevistados disseram que o canal traz maior visibilidade para a marca e, consequentemente, mais vendas.

O aumento da visibilidade é, segundo os entrevistados, a maior vantagem dos marketplaces.

Já 33% afirmam que os marketplaces aproximam a loja do cliente final, 29% dizem que o canal contribui para o crescimento como indústria 4.0, 23% apontam que as vendas se tornam mais rentáveis e, por fim, 13% salientam os dados estratégicos de venda e de produto.

Já quando a pesquisa se direcionou para os critérios analisados para entrar no marketplace, 58% observam se o canal é relevante para o nicho e para o público-alvo foco. 50% salientam o valor da comissão, 48% citam visibilidade do canal e outros 48% apontam os serviços oferecidos.

A presença da concorrência e a aptidão para cumprir com o SLA do marketplace também foram pontos levantados pelos entrevistados.

Os dados levantados pela sobre marketplace e comércio on-line são fundamentais para estruturar seu processo e tomar decisões assertivas, analisando diferentes cenários.

Baixe o infográfico do ANYMARKET acessando a fonte matéria abaixo.
https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/pesquisa-sobre-marketplace-reune-dados-de-comercio-eletronico/

Via quer encerrar 2021 com 120 novas lojas físicas

Investimento principal será nas regiões Norte e Nordeste, com 90 unidades.

Dona da Casas Bahia, Pontofrio e Extra.com.br, a Via pretende chegar até o fim de 2021 com cerca de 120 novas lojas físicas, uma média de 20 inaugurações por mês até novembro. Em comunicado ao mercado, com alguns números e projeções, a companhia diz que destas novas lojas, 90 estarão nas regiões Norte e Nordeste. Apenas no Pará, onde possui cerca de 2,6 milhões de metros quadrados de lojas, a previsão é inaugurar 50 nos próximos dois meses, das quais 48 já estão com as locações contratadas.

Para o Sul serão 19 novas lojas; 12 no Centro-Oeste e sete no Sudeste, com destaque para a loja conceito da Casas Bahia em São Paulo no segundo semestre. Consta ainda que a varejista conta com 55 mil lojistas no marketplace da Via, ante 26 mil em março. A previsão é somar 70 mil a 90 mil lojistas até o final de 2021.

Via já se prepara para Black Friday e Natal

A venda total on-line, da própria empresa e dos lojistas no marketplace teve de janeiro a março alta de 123%, ainda segundo o comunicado, ao passo que nas lojas físicas caiu 9,6% em comparação ao mesmo período de 2020. O resultado do segundo trimestre representou crescimento substancial, em cima de uma alta base do e-commerce”, diz o informe, “completando que nos próximos trimestres, o cliente ainda estará voltando para loja”.

“O tráfego de loja ainda não é o mesmo, mas espera-se que a conversão em vendas seja mais alta. Espera-se que o terceiro trimestre seja forte em comparação com o mesmo período de 2019, período pré-pandemia.”

A Via informa também que os pedidos de Black Friday e Natal já foram colocados para a indústria, “equivalentes a cerca de 40% a 45% a produção, a depender da indústria e do produto.” Outro dado apresentado é sobre carnês, que representaram cerca de 13% das vendas no primeiro trimestre, ante 11% no mesmo período do ano anterior.

Quer comprar dos EUA? Mercado Livre faz acordo para vender itens gringos no Brasil, México e Chile

O Mercado Livre anunciou uma parceria com a BigCommerce Holdings, empresa que vende software para varejistas, com o objetivo de impulsionar as vendas na América Latina. A parceria vai focar, inicialmente, no México, Colômbia, Chile e Brasil.

“Nós adoramos ter vários parceiros que conseguem atender as diferentes necessidades dos vendedores. O que estamos fazendo com o Mercado Livre é diminuir a complexidade para vender fora dos Estados Unidos”, afirma Russell Klein, diretor comercial da BigCommerce.

A BigCommerce, que já trabalha com marcas como Skullcandy para ajudar na venda pelo e-commerce e nas redes sociais, vai oferecer aos seus 60 mil vendedores acesso ao Mercado Livre, o que vai auxiliar nos esforços para expandir a atuação internacional.

Em fevereiro, a BigCommerce fez um acordo com o Walmart para permitir que os vendedores façam suas negociações pelo marketplace. Também anunciaram uma parceria com a Amazon. A companhia abriu o capital em agosto e, desde então, o valor das ações mais do que dobraram.

Hoje, o Mercado Livre já representa dois terços de todo o faturamento do e-commerce e um terço dos serviços financeiros, principalmente impulsionados pela pandemia na América Latina. As compras on-
line representavam 5% de todas as vendas de varejo antes da pandemia e podem saltar para 25% até a próxima década, segundo o HSBC.

A companhia normalmente conecta vendedores com compradores que são da mesma região, como no Brasil, o país onde há a maior operação do Mercado Livre. Pedro Arnt, CFO da empresa, diz que está buscando criar centros de distribuição em zonas de livre comércio para entregar as importações mais rapidamente.

Como parte do acordo, o Mercado Livre está abrindo um escritório em Miami.

‘Só não vamos vender o que não é permitido por lei’, diz presidente do Mercado Livre

Empresa quer oferecer na sua plataforma investimentos, inclusive de terceiros, e planeja vender produtos frescos e congelados, revela Stelleo Tolda.

De hortaliças ao carro zero, o Mercado Livre pretende negociar tudo. “Só não vamos vender o que não é permitido por lei”, diz o CEO da empresa, Stelleo Tolda. Nos planos da plataforma de marketplace para os próximos meses, está oferecer produtos frescos e congelados de supermercados, o que exigirá uma adaptação de sua logística. E, ainda, distribuir novos serviços financeiros, como fundos de investimentos, inclusive de terceiros, e uma gama maior de seguros.
Para isso, está no radar pedir uma autorização para a Susep, órgão regulador do mercado segurador – a empresa já tem hoje duas licenças do Banco Central e opera como instituição financeira. O objetivo é ampliar o leque de comodidades a clientes e lojistas e, assim, engajar mais usuários em sua plataforma.
Após forte expansão durante a pandemia, a próxima fronteira do comércio eletrônico, diz Steleo, é encurtar o tempo de entrega dos produtos. Isso vai exigir ainda mais investimentos em logística.
O Mercado Livre hoje vende quase tudo, praticamente de alface, ou itens de supermercado, a carro novo. Tem alguma coisa que vocês não vão vender nunca?
Só aquilo que não é permitido por lei. Somos um canal, uma vitrine muito grande. Vamos fazer 22 anos em agosto e surgimos com essa ideia de que a internet pode democratizar o comércio. Lançar uma categoria nova envolve desafios, de ter oferta e boa qualidade de produtos. Você falou alface e isso representa um segmento muito importante que é o de produtos frescos dentro da categoria supermercado. Esse é um objetivo nosso e vamos lançar (a categoria de produtos frescos, a empresa já atua no segmento supermercado). É um passo grande de trabalhar com produtos frios, frescos e congelados. É algo que hoje não temos e estamos desenvolvendo a cadeia logística que dá suporte a isso. É uma nova fronteira.
Mas concorrentes como as Americanas e a Magazine Luiza já oferecem produtos frescos…
Eles compraram empresas para fazer isso. Americanas comprou o Supermercado Now. Magalu fez aquisições nesse sentido também. Nós estamos desenvolvendo soluções internas. Por isso, estamos demorando mais do que os outros, mas é uma categoria que promete muito. Essa categoria tem uma penetração baixa. Antes da pandemia já tínhamos decidido entrar na categoria de supermercado, por ter uma frequência maior e pouco explorada no e-commerce. A pandemia acelerou esses planos.
O movimento de entrar nesses novos segmentos vem acompanhado de loja própria?
Não é o nosso plano ter loja do Mercado Livre. Trabalhamos com parceiros e entendemos que com eles a gente consegue atingir nosso objetivo de atender aos consumidores. Mas nossa logística precisa se adaptar a essa demanda. Hoje ela não está preparada para isso. E não só com a cadeia de frio, como ter locais nos centros de distribuição para armazenar produtos congelados, mas também à velocidade de entrega. Quem compra quer receber em poucas horas e às vezes em poucos minutos. Isso pressupõe ter uma rede logística que inclui locais mais próximos ao consumidor. Mas esses locais não precisam ser com as portas abertas ao consumidor. Mas precisamos adaptar nossa rede logística se quisermos ser relevantes nessa categoria.
Aquisição faz parte da estratégia?

Estamos abertos, mas não é nossa prioridade. Costumamos desenvolver nossa tecnologia dentro de casa.
O Mercado Livre tem investido muito em soluções financeiras para lojistas e consumidores. Está no radar oferecer serviços financeiros para o usuário final através do Mercado Pago? A empresa já oferece investimentos em CDBs, poderá atuar também com fundos de investimentos?
Já atuamos em pagamento, em investimentos, em crédito e começamos a atuar em seguros. Temos duas licenças no Banco Central. A de instituição de pagamento permite ter uma conta digital, fazendo PIX de um banco para a conta no Mercado Pago e assim o cliente usar os recursos. Além do consumidor final, há serviços para os lojistas do marketplace, como soluções de pagamento, como as maquininhas (de cartão de crédito). Temos uma oferta de crédito voltado tanto para pessoa jurídica, como capital de giro, como empréstimo pessoal voltado para pessoa física, que está integrado no checkout do marketplace. É uma forma de pagamento que o usuário que não tem cartão de crédito pode usufruir. Nós também temos cartão de crédito próprio, somos emissores. Temos uma segunda licença do BC, que é de instituição financeira, não como banco, mas como financeira. Isso nos permite emprestar aos nossos consumidores e lojistas e permite captar no sistema financeiro. O CDB é parte da nossa estratégia de captação. Temos linhas com outras instituições. Temos FDICs (fundos de investimentos em títulos de crédito) onde temos captado também. E o CDB voltado também para o público de varejo.
Mas os FDICs e os CDBs do Mercado Livre hoje são distribuídos por corretoras, não é uma distribuição direta do Mercado Livre. Há planos de oferecer esses investimentos diretamente na sua plataforma?
Por enquanto são corretoras que às vezes encarteiram (ou seja, deixam os CDBs da empresa na carteira própria de investimentos das corretoras) ou que oferecem aos seus clientes. Temos o intuito, por sermos uma plataforma com a possibilidade de acessar o cliente pessoa física e de distribuição, de poder fazer isso no próprio Mercado Pago. Hoje, que tem dinheiro no Mercado Pago pode deixar o dinheiro rendendo e o produto que temos para isso é uma conta remuneradora simples que rende CDI. Mas queremos permitir que seja possível acessar outros produtos como o CDB do Mercado Pago e, eventualmente, até produtos de terceiros, é algo que não descartamos. Conforme o volume de recursos aumente e se sofistique a base de usuários, a gente cogita disponibilizar outros produtos e ser eventualmente uma distribuidora desses produtos (fundos e outros investimentos) de outras empresas e não só do Mercado Pago.
Há planos também para ampliar a oferta de seguros?
Seguros é um outro capítulo, começamos mais recentemente com seguro contra roubo e dano de produtos eletrônicos. E temos oferecido garantia estendida na venda de eletroeletrônicos. Foi a nossa primeira entrada neste segmento. Mas vemos com bons olhos a nossa plataforma de distribuição para outras categorias de seguros.
Mas faz sentido nos seus planos oferecer seguros que não são vinculados exatamente a consumo ou a produto? Faz sentido oferecer seguros de vida ou previdência, por exemplo?
A gente acredita que sim. Hoje os produtos são mais aderentes ao que já fazemos, por exemplo, você compra um tablet no mercado livre e no checkout a gente oferece a possibilidade da garantia estendida, é muito orgânico isso. Outros produtos não são tão integrados no fluxo de compra, mas podem fazer sentido dentro da oferta do Mercado Pago. Uma categoria que a gente explora ainda pouco é o segmento tanto de crédito como de seguros automotivos. Hoje não oferecemos isso. E entendemos que há uma demanda do crédito para aquisição de veículos, hoje oferecemos através de terceiros. Queremos fazer isso pelo próprio Mercado Livre futuramente. E o seguro automotivo faz todo o sentido para criar um vínculo com o consumidor que adquiriu o veículo na nossa plataforma, que contratou um empréstimo na nossa plataforma e que também na sequência pode contratar um seguro conosco.
Mas é preciso pedir autorização para isso. Está nos planos ir à Susep (órgão regulador do mercado de seguros)?
Está dentro das nossas possibilidades. Mas não tem como precisar datas. É algo que vai acontecer em pouco tempo.
Qual horizonte de prazo para essas novidades, para atuar em produtos frescos de supermercado e oferecer mais serviços financeiros?
São projetos para os próximos trimestres. Será dentro do prazo de um ano no máximo.

O uso de inteligência de dados sobre os clientes (lojistas e consumidores) facilita a oferta de produtos mais acessíveis ou permite, por exemplo, uma melhor avaliação do risco de crédito desses clientes? Esse é um diferencial que o Mercado Livre, por ser um marketplace de varejo, tem em relação a outros players do setor financeiro?
Sim, e te dou um exemplo concreto. Quando começamos a oferecer empréstimos para nossos vendedores, fizemos primeiro uma avaliação de risco da nossa base de vendedores, a partir de informações disponíveis em birôs de crédito, dados externos. Mas também acessamos as informações desses vendedores na nossa plataforma, das vendas, histórico, reputação. Com base nessas informações externas e internas criamos este score (avaliação) de risco, e passamos a oferecer empréstimos a taxas muito competitivas, que eles não conseguiriam em outras instituições financeiras. E com uma facilidade muito grande da interface do Mercado Pago. O crédito também era sem garantia, algo que muitas vezes complicava a vida de quem queria contratar um empréstimo. E tudo isso só é possível graças às informações que a gente tinha desses vendedores. E os empréstimos têm essa intenção, de que o vendedor continue a vender conosco.
Qual é o peso da receita com serviços financeiros dentro dos resultados do grupo?
O maior volume de nossa receita vem do comércio, mas a parte financeira é relevante. (No primeiro trimestre deste ano, o Mercado Pago teve receita de US$ 277 milhões, um quinto da receita total do Mercado Livre no período, que foi de US$ 1,4 bilhões)
O Mercado Livre é uma empresa argentina com forte presença na América Latina. Como vê os impactos da pandemia na região?
A pandemia tem um impacto grande na economia. A América Latina foi a região mais afetada do mundo, se olharmos o número de casos e de mortes por milhão. Estamos entre os “Top 15” com Brasil, Peru, Argentina e Colômbia, ao menos. A região foi fortemente afetada e ainda está. Até o Chile está sofrendo com a pandemia, apesar da vacinação lá estar mais adiantada. Aliás, não é só a pandemia. Há questões políticas, de mudanças de regime, de constituinte como no Chile. É uma região que passa por suas turbulências. Mas, do ponto de vista do comércio eletrônico, de serviços financeiros e de digitalização, ainda é uma região onde a penetração ainda é muito baixa. O potencial de crescimento tanto do comércio eletrônico como dos serviços financeiros é enorme. A pandemia gerou uma demanda crescente por esses serviços, por ter o comércio de rua fechado em diferentes momentos. E também pelo fato de os governos usarem a carteiras digitais para pagar benefícios sociais para combater os efeitos econômicos da pandemia. Não foi só no Brasil, mas em outros países. E indiretamente esse pagamento de benefícios fez acelerar o uso de carteiras digitais.
Quem usou carteira digital além do Brasil?
Praticamente todos os países da região tiveram algum tipo de auxílio e, em alguns casos, ele foi disponível em carteira eletrônica. Além do Brasil, teve a Argentina. O pagamento do auxílio impulsionou o comércio eletrônico. Quando são pagos, há impulso. O Chile é um caso emblemático, pois é o que ainda cresce a três dígitos (no Mercado Livre) e se torna mais relevante.
O Mercado Livre cresceu muito na pandemia. E com o crescimento vieram queixas, como a de alguns vendedores que reclamam, por exemplo, de concorrência desleal com a plataforma e de ficarem “dependentes” do Mercado Livre.
A gente nasceu com visão de marketplace e de democratizar o acesso ao comércio a empreendedores que viram no canal on-line uma opção para vender. Somos uma plataforma aberta e democrática e que inclui muitos vendedores. Trabalhamos com uma oferta muito ampla que não está concentrada apenas nas grandes marcas, no grande varejo. Dito isso, a gente tem visto um crescimento na concorrência. Hoje o Mercado de Livre está longe de ser a única opção caso o vendedor decida vender on-line. Ele tem várias opções. Estamos procurando cativar os vendedores através de uma oferta de serviços maior. Por isso, lançamos o Mercado Pago, que é de 2004. Depois, lançamos o Mercado Envios, por conta de nossa atuação na área logística, também permitindo ao vendedor se concentrar no que ele faz melhor, que é o relacionamento com fornecedores e a descoberta de produtos, deixando essa parte operacional com o Mercado Livre. Temos investido muito na logística, inclusive tirando o volume que no passado dependíamos dos Correios para fazer isso dentro de casa. É dessa forma que queremos cativar nossos vendedores, não é através de tarifas nem de exclusividade, que não é prática neste mercado, é através de melhores serviços. E os vendedores têm opções, então é difícil falar em práticas anticompetitivas quando há vários outros canais à disposição.
Alguma chance de o Mercado Livre se interessar pela privatização dos Correios?
Zero chance. Nos últimos três anos, investimos fortemente para desenvolver nossa rede logística própria, com centros de distribuição, rede de transporte com transportadoras espalhadas pelo Brasil, inclusive vans, carretas próprias e até mesmo aviões. A gente deixou de ter uma dependência dos Correios. Em dezembro de 2017, 90% do nosso volume iam através dos Correios. E hoje esse volume é menos de 10% pelos Correios, e os outros 90% são através de nossa rede logística. Como cidadão, tenho interesse em ver os Correios melhorarem seus serviços. Acredito que a privatização é bom caminho para isso. Mas a nossa participação na privatização vai se limitar a ser um cliente. Espero que quem ganhe essa privatização consiga tornar a operação dos Correios mais amigável para o mercado.
Qual será o próximo passo do comércio on-line nesse gradativo retorno à normalidade? Será a entrega mais rápida, como até virou alvo de disputa entre Mercado Livre, Americanas e Magalu no Conar (conselho de autorregulamentação de publicidade)?
Todo mundo está usando (o lema “entrega mais rápida”). O Conar ficou ali em cima do muro, pois cada um apresentou seu estudo. No fim das contas, o consumidor é que sabe quem é mais rápido e em quem deve confiar mais. O consumidor também tem escolha. A logística só evolui. Antes a nossa métrica era um percentual de entregas que ocorriam em até 48 horas, que é de 80% do total. Já estamos trabalhando com a métrica de entrega que é feita em 24 horas e também o percentual entregue no mesmo dia. E queremos crescer esses percentuais, com mais produto entregues no mesmo dia. Então a próxima fronteira é sim evoluir nessa logística. A expectativa do consumidor é crescente. Antes da pandemia, a penetração do e-commerce era de 6% e hoje já supera 10%. E esse crescimento só ocorreu porque o consumidor estava satisfeito. E vai continuar crescendo.
O Mercado Livre tem feito parcerias com empresas de streaming, como Disney+. Alguns concorrentes, como a Amazon, têm seu próprio serviço. O Mercado Livre pensa em atuar também em streaming?
Temos o nosso programa de fidelidade, da empresa Mercado Livre, não só do negócio de comércio ou do negócio de pagamentos, e da empresa como um todo, no qual a gente oferece benefícios a partir da frequência de usos nas duas plataformas, de comércio e de pagamentos. E a parte do conteúdo é muito relevante nessa oferta. Queremos trazer mais benefícios para nossos usuários mais leais e parte disso se traduz em melhor acesso, acesso mais barato ou até mesmo gratuito, a conteúdo. Não temos a intenção de desenvolver conteúdo próprio, entendemos que esse não é a nossa expertise. Temos sim investido em trazer mais conteúdo, como HBOMax, DisneyPlus e Deezer. A nossa ideia é trabalhar mais parcerias para fidelizar ainda mais nossos usuários. Mas não só conteúdo, tem o nosso cartão de crédito no mercado pago, tudo faz parte da estratégia de gerar mais engajamento do nosso cliente.
A empresa tem a estratégia de atuar ainda mais como vendedor diretamente, usando a marca Mercado Livre?

O Mercado Livre surgiu como marketplace mas vê a necessidade de atuar em determinados segmentos nos quais a oferta de nossos vendedores é limitada como vendedor direto, ou adquirindo produtos para revendas, de marcas conhecidas, ou com a estratégia de marca própria. Ainda é incipiente, mas vemos com potencial. A gente se viu limitado em determinados momentos em que a demanda cresce muito, como Black Friday. Se a gente depender, como dependíamos até então, simplesmente dos nossos vendedores, não tínhamos acesso a bons produtos a bons preços. É uma estratégia que veio para ficar, mas a venda direta será uma atuação complementar.

DHL Express investirá $ 360 milhões na infraestrutura das Américas

A DHL Express disse no último dia 07, que está investindo mais de US $ 360 milhões em instalações e nova capacidade aérea para a região das Américas até 2022 para apoiar o crescimento de pacotes alimentado pela demanda por transações de comércio eletrônico.

A nova infraestrutura, que inclui tecnologias para melhorar a eficiência operacional, aumentará a capacidade da rede na América do Norte e do Sul em quase 30%, disse a DHL. Mais capacidade significa processamento de remessa mais rápido e entregas antecipadas para os clientes.

As empresas de entrega expressa experimentaram um crescimento fenomenal no volume de encomendas durante os últimos 18 meses, à medida que as compras on-line cresceram em popularidade. A DHL disse que processou 33% mais remessas por dia no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado por causa de pedidos de e-commerce business-to-business e business-to-consumer. Somente para os EUA, os volumes de embarque cresceram 41% no primeiro trimestre.

“Com um número cada vez maior de consumidores mudando suas atividades de compras online e o forte aumento de empresas que vendem seus produtos no mercado global, precisamos continuar os investimentos críticos em nossa infraestrutura de rede para atender às demandas de crescimento do comércio eletrônico internacional e comércio global ”, disse Mike Parra, presidente-executivo da DHL Express Americas, em um comunicado.

A transportadora expressa acrescentou algumas lojas de varejo pop-up nos EUA e alguns veículos elétricos desde 2020, mas a maioria dos investimentos programados para um período de três anos ainda estão por vir, disseram as autoridades.

Muitos dos investimentos são para novas instalações ou para expandir as existentes. Já estão em andamento as obras de ampliação do moderno hub da DHL em Miami, que serve como ponto de transferência de e para a América Latina e outras regiões, e deve ser concluído este ano, disse a porta-voz Pamela Duque.

No mês passado, a DHL realocou sua operação em Kansas City, Missouri, para um novo prédio que é mais do que o dobro do tamanho do local anterior. A instalação de US $ 5 milhões fica perto do Aeroporto Internacional de Kansas City.

Um novo hub automatizado de 244.000 pés quadrados em Hamilton, Ontário, também está planejado. Depois de concluído, terá quatro vezes o tamanho das instalações atuais.

A DHL Express disse que também adicionará novos centros de serviços e atualizará outros para dar suporte às operações de coleta e entrega nas Américas. Gateways que gerenciam importações e exportações receberão melhorias e irão expandir sua presença no varejo nos principais mercados da América do Sul.

No México, investimentos significativos apoiarão o serviço doméstico com prazo definido, disse a DHL Express. Para dar suporte ao processamento de remessas, 105 quiosques de autoatendimento serão instalados nos balcões de varejo para a conveniência do cliente este ano. Hubs e gateways serão atualizados com recursos de classificação automatizada na Cidade do México, Guadalajara e Monterrey. Os centros de serviço também serão expandidos nos principais mercados do país.

No Brasil, o Viracops Gateway, em Campinas, será atualizado para agilizar o processamento dos embarques internacionais. Expansões também estão ocorrendo em outros países da América do Sul, incluindo novas localizações de pontos de serviço de varejo no Chile e na Colômbia, e um portal expandido em Lima, Peru.

A DHL Express também está introduzindo voos mais diretos e adicionando aeronaves à sua frota para manter a fluidez da rede. A divisão expressa da Deutsche Post DHL (DIX: DPW ) está recebendo quatro novos cargueiros 777 da Boeing (NYSE: BA ) este ano, concluindo um pedido de 14 aeronaves. As aeronaves são utilizadas em todo o mundo, inclusive nas Américas. A DHL no início deste ano fez um pedido de oito cargueiros 777 adicionais.

A empresa também aumentou seu transporte aéreo de terceiros servindo as Américas, bem como arrendando aeronaves adicionais diretamente, algumas das quais serão implantadas em companhias aéreas parceiras nos EUA. A renovação dos acordos de arrendamento de aeronaves existentes e trazendo novos operadores nas Américas ajudam a manter altos níveis de serviço, disse a DHL.

A Cargojet do Canadá (TSX: CJT ) nos últimos meses construiu três cargueiros Boeing 767 convertidos para transportar mais pacotes para a DHL. No ano passado, a DHL contratou a MasAir Cargo para fornecer serviços entre Los Angeles e o México. Outras companhias aéreas que voam na rede DHL Express nas Américas incluem 21 Air , ABX Air e a operadora regional baseada em Phoenix Mesa Airlines (NASDAQ: MESA ).

Em maio, a DHL concordou em alugar quatro cargueiros Boeing 767-300 convertidos adicionais do braço de leasing do Grupo de Serviços de Transporte Aéreo (NASDAQ: ATSG ). Os arrendamentos têm prazo de sete anos e três das quatro aeronaves estão programadas para serem entregues no segundo semestre de 2021, com a quarta entrega prevista para o início do próximo ano. ABX Air é uma subsidiária da ATSG.

Os novos investimentos abrirão novas oportunidades de emprego, com a DHL esperando preencher mais de 2.600 vagas apenas nos EUA este ano. Esses novos empregos incluirão 1.100 novos cargos no hub da DHL Americas em Cincinnati / Northern Kentucky Airport e quase 200 no hub expandido em Miami, Flórida.

O comércio eletrônico está estimulando a expansão da DHL Express em todo o mundo. Em maio, a empresa acrescentou mais voos diretos e fez upgaug de aeronaves no Sudeste Asiático . Também está criando uma nova companhia aérea de carga na Áustria e expandindo as rotas de longo curso operadas por meio de seu hub no Reino Unido.

A FedEx Express (NYSE: FDX ) anunciou recentemente planos para comprar 20 novos cargueiros Boeing 767 devido à forte demanda em remessas de e-commerce.

O anúncio de investimento da DHL veio no mesmo dia em que a controladora disse que estava elevando as projeções para 2021, após divulgar os resultados preliminares do segundo trimestre, que mostraram um lucro operacional recorde de mais de US $ 2,3 bilhões. O lucro antes dos impostos na divisão Express atingiu US $ 1,3 bilhão, em comparação com US $ 633 milhões no mesmo trimestre do ano anterior.

Alibaba desafia Amazon com promessa de envio global rápido

Com preço mais baixo que a concorrente americana, a empresa quer entregar produtos em 72 horas.

A gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba está desafiando a Amazon com a promessa de entregas rápidas da China para qualquer lugar do mundo. Segundo reportagem do Wall Street Journal, com preço mais baixo que a concorrente americana, a empresa quer entregar produtos em 72 horas para ampliar participação no mercado – os produtos de comércio eletrônico da Alibaba são mais baratos do que os da Amazon devido ao seu acesso direto às fábricas e comerciantes chineses.

As duas gigantes estão tentando conquistar o mercado global de comércio eletrônico, estimado em US $ 1,4 trilhão até 2025.

Para cumprir a promessa, a Alibaba depende de vários parceiros de transporte para economizar a manutenção de sua frota, ao contrário da Amazon. O serviço mais rápido da Amazon está disponível apenas em 21 países e envolve um plano de assinatura anual, que varia de US$ 13 na Índia a US$ 130 no Reino Unido.

Já a Alibaba entrega produtos em 190 países, e apenas alguns produtos estão disponíveis no prazo de 72 horas sem nenhuma taxa de envio. Para expandir o serviço para uma gama mais abrangente de produtos, a empresa precisa cobrar US$ 3 como taxa de assinatura.

Armazém automotizado
A entrega rápida do Alibaba está ganhando destaque nas cidades europeias. A companhia investiu em uma rede de transporte diferente, com 800 robôs em seu maior depósito na China. A empresa também está testando a entrega robótica para a última etapa da jornada para reduzir custos e tempo. A Amazon também está experimentando a entrega de drones.

Magalu compra startup para otimização de conversão de vendas para e-commerce

O Magalu acaba de fazer mais uma aquisição: a Juni, startup de tecnologia especializada na otimização da taxa de conversão de vendas (Conversion Rate Optimization, ou CRO) para e-commerce. Com a compra, o Luizalabs, laboratório de Tecnologia e Inovação da empresa, vai ganhar sua área interna de CRO, que será formada pelo time da Juni.

Com tecnologia proprietária, a Juni tem especialistas capazes de mapear e analisar diferentes comportamentos do cliente durante todas as etapas de uma compra on-line. As novas ferramentas também ajudarão os mais de 56 mil sellers do Magalu que hoje operam no marketplace a aumentar suas vendas.

Após a aquisição, o Superapp Magalu contará com novas ferramentas baseadas em análise de dados para aprimorar a experiência do cliente, melhorar a conversão e promover o crescimento de vendas do e-commerce.

Nona aquisição em sete meses
A Juni é a nona empresa comprada pelo Magalu em sete meses. Confira, abaixo, as empresas adquiridas neste ano.

Steal The Look: Plataforma de conteúdo especializado em moda, beleza, cultura e comportamento, foi acessada por 6 milhões de usuários únicos no ano passado e é acompanhada por mais 2,5 milhões de seguidores nas suas redes sociais.

Jovem Nerd: Maior plataforma multimídia voltada para o público nerd e geek do País. Produz conteúdo sobre diversos temas da cultura nerd, entre eles cinema, séries, games, história e ciência, e que vai ao ar em seus programas NerdCast, NerdOffice, NerdBunker, NerdPlayer e Nerdologia.

ToNoLucro: Aplicativo de delivery com forte atuação em Goiás, Pará e Tocantins, presente em mais de 40 cidades e com 5 mil restaurantes cadastrados, além de cerca de 2 mil entregadores ativos. A plataforma conta com uma rede de entregadores e também gerencia pagamentos dos pedidos.

GrandChef: Por meio de aplicativos para celular e sistemas para desktop, a GrandChef possibilita a gestão completa da operação do restaurante, incluindo o controle de pedidos online e offline e a integração com plataformas de delivery, além da gestão financeira e controle de estoque.

Plus Delivery: Plataforma especializada no delivery de diversos tipos de comida, está presente em mais de 30 cidades e é uma das líderes de entregas de comida no Estado do Espírito Santo. Processa, por mês, aproximadamente, 250 mil pedidos.

VipCommerce: Plataforma de e-commerce com foco no varejo de alimentos, cria lojas digitais para desktop, celular e aplicativos para supermercados, e oferece ainda tecnologia de gestão de estoques. Ao todo, a empresa oferece tecnologia para mais de 100 redes de supermercados.

SmartHint: Empresa de busca inteligente e de recomendação de compra para e-commerce que desenvolve tecnologia que eleva a experiência de compra online e auxilia o cliente a encontrar o que precisa, aumentando a conversão de vendas no e-commerce.

Bit55: Plataforma de tecnologia para processamento de cartões de crédito e débito na nuvem do Banco BS2, possibilita que cartões sejam emitidos e disponibilizados para uso em minutos. A compra foi aprovada nesta semana pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Ecossistemas invadem o varejo tradicional

Conheça o modelo de negócio que já opera em 1,3 milhão de lojas na China.
Muitos ainda se perguntam se as lojas independentes terão espaço entre os gigantes e faz sentido a dúvida, uma vez que esse formato de negócio fica pressionado pelos gigantes do setor com maior poder negociação, musculatura, produtividade e infraestrutura.

Na visão de Ecossistemas de Negócios da gigante Alibaba, essas lojas fazem parte da sua estratégia para ampliação do seu espaço no setor de consumo e varejo. A empresa lançou em 2018 uma iniciativa batizada de Ling Shou Tong (LST, em uma tradução livre “varejo integrado”). Trata-se de um conjunto de soluções desenhado para que varejistas pequenos e independentes – chamados também de lojas Mom & Pop – possam ser rapidamente digitalizados, ganhem infraestrutura dos gigantes varejistas e possam competir de igual para igual com tais empresas.

Nesse primeiro momento, a iniciativa está focada nos mais de 6 milhões de lojas de conveniência independentes espalhados por todo o país. Desde o lançamento do LST, o Alibaba já alcançou a marca de 1,3 milhão de lojas usando seu sistema, o que representa um sexto do mercado, aproximadamente.

O conjunto de soluções, também apelidado de Digitalization in a Box (digitalização em uma caixa), é uma plataforma na nuvem (desenvolvida nos últimos dez anos e testada na sua rede de supermercados Hema) na qual os varejistas tradicionais podem utilizar os sistemas do Alibaba para gerir integral ou parcialmente seus negócios. Dessa forma, eles passam a ter acesso a toda a infraestrutura e podem equiparar forças com os gigantes do varejo.

Ao adotar o LST, essas lojas independentes passam a ter as seguintes competências ao seu dispor:

Dados e inteligência: a plataforma permite que os proprietários de lojas tenham acesso a relatórios completos de gestão, sugestão de ações e retorno esperado por elas. Uma dessas funções é a sugestão de sortimento de acordo com o perfil da loja e da população do seu entorno.
Omnicanalidade: a loja passa a ter integração completa com as soluções digitais do Alibaba, como identificação do consumidor usando o mesmo app e login do Alibaba, acesso aos meios de pagamento e pagamento com um clique, programas de fidelidade, e-commerce, acesso à rede logística para entrega na casa do consumidor, visibilidade na internet, etc.
Experiência do consumidor: o consumidor pode usar a sua conta/app do Alibaba (praticamente todos os chineses com um smartphone no bolso têm uma conta na empresa) para interagir com a loja, podendo receber ofertas customizadas 1:1, cupons e sugestões de compras. A loja, por sua vez, tem acesso a um sistema de CRM para se comunicar com esses consumidores, customizar e fazer o push de ofertas.
Pricing: o sistema também faz uma sugestão de estratégia de preço por categoria e orientações de oportunidades de mudança de preço por SKU para maximizar a maior venda/margem.
Gestão: a plataforma e nuvem oferece um sistema completo de gestão da loja com funções para o back e frontoffice.
Compras: o Alibaba possui um enorme poder de negociação com os fornecedores, não apenas pelo volume de compras que fazem, mas também pelo domínio dos dados e do canal de acesso aos consumidores. Consegue, assim, preços imbatíveis e muito mais competitivos que as lojas independentes, que não têm poder de negociação e precisam se abastecer em distribuidores locais ou em atacados. Em vez de ter de lidar com algumas dezenas de fornecedores, as lojas podem fazer suas compras diretamente na LST e o Alibaba usa toda a sua infraestrutura logística para entregar as mercadorias compradas diretamente nas lojas independentes em D+1 para itens de giro mais rápido e de D+2 para itens de giro menor. Esse acesso de compra de mercadorias a um preço muito mais baixo é um dos principais fatores de atração para converter as lojas independentes.
Abastecimento: a gestão do estoque e abastecimento é uma atividade que toma muito tempo das lojas independentes, portanto a LST oferece um sistema de monitoramento do estoque, sugestão de reabastecimento, opção de abastecimento automático e previsão de sazonalidade futura.

O acesso e uso da plataforma é gratuito para as lojas e o Alibaba usa uma estrutura de parceiros regionais que cuidam da captação de novas lojas clientes, da instalação, treinamento e manutenção dos sistemas, em contrapartida esses parceiros recebem uma comissão das compras que as lojas realizarem dento da LST. O Alibaba alega que em média o aumento de vendas das lojas é de 30%.

As indústrias também veem valor nessa operação, uma vez que agora podem estar conectadas com essas lojas antes inacessíveis e que não eram atendidas diretamente por elas nem por seus distribuidores diretos por causa do seu baixo volume de vendas. Com o LST, a indústria passa a ter um canal de comunicação direto com elas, o que possibilita o desenvolvimento de campanhas coordenadas e pulverizadas em todo o país. Além disso, o LST permite que a indústria identifique pontos de venda que tenham sinergia com suas marcas e produtos, mas que ainda não os vendem ou que têm venda inferior ao esperado. Já são mais de 3.500 fornecedores integrados no LST.

É uma estratégia ambiciosa e ousada do Alibaba que permite aumentar o volume de negócios dentro da sua plataforma, impulsiona a venda dos inúmeros serviços do seu ecossistema (serviços financeiros, por exemplo), garante presença da empresa no varejo físico e em regiões/cidades que estavam fora do seu alcance. Além disso, é existe o volume enorme de dados que passam a ser de propriedade da empresa e que permitem entender e rastrear o comportamento do consumidor online e agora também off-line, assim como a massa de novos clientes que passam a usar a plataforma.

E no Brasil?
A Nestlé é uma das indústrias que usa o LST na estratégia de comunicação e distribuição.
Os principais Ecossistemas de Negócios em operação no mercado brasileiro já caminham com iniciativas convergentes com o tema deste artigo, ou seja, estão desenvolvendo uma robusta estrutura de tecnologia, know-how e infraestrutura que possibilita a conexão de outros varejistas no seu ecossistema.

O Magalu, por exemplo, anunciou há pouco tempo que ambiciona ser o “sistema operacional do varejo brasileiro”, ou seja, a visão é não ser apenas um varejista ou um marketplace, mas sim atuar provendo soluções digitais e físicas para todo e qualquer varejista no Brasil. A empresa investiu pesado nos últimos cinco a dez anos estruturando sua tecnologia, desenvolvendo sua infraestrutura, sua logística, digitalizando seus processos, estruturando seus dados, construindo APIs para poder se abrir ao mercado e aos demais varejistas.

A Via (antes Via Varejo) também segue na mesma linha e recentemente anunciou que irá oferecer/vender serviços de logística para empresas concorrentes. O Mercado Livre, por sua vez, também se abre cada vez mais para parceiros de varejo se conectarem no seu ecossistema e anunciou, em junho, a parceria logística com o GPA.

Outro exemplo marcante é o da Amazon Brasil e Global, que se destaca por investir mais em tecnologia do que todos os seus concorrentes diretos somados. A empresa passou a disponibilizar e vender parte da sua infraestrutura para o mercado e para concorrentes. O serviço de processamento em nuvem que foi criado para suportar o marketplace da empresa, por exemplo, se abriu para o mercado e hoje a internet global roda dentro da Amazon e serviços como Netflix rodam inteiramente na AWS, que globalmente representa algo como 15% das receitas da empresa (mas já contribui com mais de 60% do lucro da companhia).

Impactos nas dinâmicas de consumo e varejo
É indiscutível que o mercado está passando por profundas transformações com a rápida mudança de hábitos dos consumidores e o aumento exponencial da concorrência em um mercado onde não existem mais barreiras da competição e todos competem com todos. Os gigantes claramente travam uma guerra pelo primeiro lugar e para garantir seu protagonismo em uma nova corrida do ouro digital. Já os independentes nunca estiveram tão pressionados pelo contexto e mercado e pela crescente concorrência. Por outro lado, o acesso a ferramentas de gestão está mais acessível do que nunca. Suportada pelos movimentos recentes no Brasil e no mundo, nossa visão é que é inexorável que os ecossistemas no Brasil também irão acelerar a integração do varejo independente em seus negócios, agregando e recebendo valor desses players, na visão de que o real poder não está em se fechar, mas sim em se abrir ao mercado.

Nuvemshop investe R$ 55 mi para expandir operações na América Latina

A Nuvemshop irá investir R$ 55 milhões para expandir os seus negócios na América Latina. Com o montante, a empresa irá ampliar a sua operação no México — iniciada este ano — e abrir novos escritórios na Colômbia, ainda este ano, e no Chile e no Peru em 2022. A iniciativa faz parte do plano de crescimento da companhia após receber o aporte de R$ 500 milhões em março deste ano.

Segundo a empresa, a expansão consiste não apenas em lançar a plataforma e inaugurar escritórios nesses países, mas em estudar cada mercado para criar uma operação 100% local, contratando profissionais nativos de todas as áreas (como tecnologia, produto, vendas e marketing).

A iniciativa faz parte do plano de crescimento da companhia.
O objetivo é entender a fundo o contexto e a necessidade de cada um deles, construindo uma conexão e uma proposta de valor para a empresa de acordo com cada localidade. Isso passa por compreender profundamente questões sociais e macroeconômicas, entender o perfil dos lojistas e fazer conexões com parceiros locais para ampliar o ecossistema (desde empresas de logística a meios de pagamento e agências especializadas em e-commerce).

“Por meio da nossa rede com mais de 85 mil lojistas, nós impactamos milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil e na Argentina. Agora, com esse investimento de R$ 55 milhões, queremos incentivar ainda mais o empreendedorismo nesses outros países, conectando os comércios diretamente com os seus consumidores e aquecendo a economia num momento de grande necessidade”, comenta Luiz Piovesana, CMO da Nuvemshop. “Assim, seguimos com o propósito de transformar sonhos em histórias que transcendem”, completa o executivo.

De acordo com a empresa, a expansão na América Latina acontecerá em etapas. Hoje, no México, a Nuvemshop tem 20 profissionais locais. O objetivo é mais do que dobrar a operação até o fim deste ano e contratar 100 novos funcionários até dezembro de 2022. “O México tem um potencial de crescimento para o e-commerce muito próximo ao Brasil, por ter a segunda maior economia da região e ser considerado o segundo país mais populoso”, diz Piovesana.

O investimento também fará a empresa chegar na Colômbia durante o segundo semestre de 2021 e contratar profissionais locais. O país tem uma economia forte e é considerado o quarto mais populoso da região com características semelhantes à Argentina, como amplo potencial de penetração do e-commerce e perfil de lojistas.

“Em mercados onde o e-commerce ainda se desenvolve, o nosso papel é garantir que os empreendedores tenham acesso à tecnologia de ponta e custos reduzidos por meio de economia de escala que, até então, estavam disponíveis apenas para os gigantes do varejo. Além disso, vamos entregar uma solução desenvolvida para cada país, onde os custos serão na moeda local e os lojistas poderão usufruir das vantagens de ter um negócio on-line próprio: conexão direta com o consumidor e menor custo operacional em comparação aos marketplaces”, completa Piovesana.