Os clientes não querem mais pensar

As expectativas dos clientes estão mudando tão rapidamente que ultrapassam os serviços e tecnologias disponíveis no varejo. Os consumidores simplesmente não querem mais pensar ou então se preocupar com más experiências de pagamento, transportes demorados e com altos custos, benefícios que não sejam do seu interesse ou filas longas. Eles querem apenas focar no produto ou no serviço – e desejam isso imediatamente, sem distrações.

É fato que nenhum setor está imune a essas mudanças tão dinâmicas. Embora o varejo tenha visto as maiores transformações de todos os tempos, em diversos ângulos e modelos de negócios, os supermercados estão enfrentando uma certa urgência em relação à simplificação dos meios de pagamentos, checkouts móveis, pedidos automatizados e por voz, logísticas inteligentes, personalização de ofertas e benefícios, entre outros fatores que afetam a experiência de compra dos clientes.

Evolução do ponto de venda

Os clientes não querem esperar nas filas. Na verdade, desejam apenas escolher, pagar seus produtos rapidamente e ir embora. E não é novidade que fazer compras ainda dá trabalho: selecionar os produtos, colocá-los no carrinho, registrá-los no caixa, empacotá-los, colocá-los e retirá-los do meio de transporte e, finalmente, organizá-los em casa. Nesse sentido, o varejo alimentar oferece experiências que podem ser muitas vezes desgastantes, já que o modelo de checkout não evolui há muito tempo e a maior parte dos problemas acontece no caixa.

Ademais, algumas alternativas estão surgindo para facilitar essa experiência durante a jornada e processo de decisão e vêm ganhando força nos pontos de venda físicos, tais como: os pedidos on-line combinados com a retirada na loja, em lockers inteligentes ou no sistema de drive-thru, bem como os pagamentos móveis com tecnologias do tipo scan & go, por meio do uso de um aplicativo no próprio celular para escanear produtos e pagá-los utilizando o cartão de crédito ou ainda pelo reconhecimento facial.

Compra on-line e entrega

Na maioria dos casos, os clientes que fazem transações on-line desejam uma compra eficiente, além de uma entrega rápida, gratuita ou então a custos baixos.

Desse modo, a logística já não é mais um problema de bastidores, mas sim um item importante quando falamos das experiências e expectativas com relação ao serviço oferecido. De tempos para cá, o last mile – em português, a última milha – vem sendo disputado por inúmeras possibilidades que o varejo tem de fazer com que seu produto chegue ao seu cliente final num menor espaço de tempo ou a um custo mais baixo: super aplicativos, drones ou same day delivery (entrega no mesmo dia) em parceria com os centros de distribuição. As assinaturas de frete também são uma realidade quando falamos sobre manter os consumidores fiéis à marca, já que essa modalidade favorece facilidade de compra, redução de custos, agilidade e, é claro, aumento da taxa de conversão.

Além disso, frequentemente, pensamos sobre machine learning puramente no âmbito do marketing. Porém, a Inteligência Artificial já pode estar presente na geração de listas de compras recorrentes e automatizadas ou então feitas simplesmente por comandos de voz. Da mesma maneira, as entregas podem se tornar cada vez mais preditivas, tendo em vista a otimização e velocidade da logística do serviço.

Vale lembrar também que, ao passo que os pacotes de produtos por assinatura vêm ganhando força e representatividade no mercado brasileiro, passam a se tornar um modelo de negócio direcionado à comercialização de itens de maneira recorrente e de forma simples. Não há dúvida de que esse formato contempla benefícios tanto às pessoas quanto para as marcas. Vantagens como o conforto e comodidade de receber as compras em casa; produtos exclusivos ou em primeira mão; praticidade em relação ao pagamento, além de um melhor custo-benefício. Já as marcas conseguem manter a rentabilidade, porque o pagamento do serviço ou produto contratado é recorrente, o que gera estabilidade em relação ao fluxo de caixa e até mesmo a fidelização facilitada dos consumidores.

Experiências personalizadas

Tratar cada cliente como sendo único é, sem dúvida, um caminho sem volta. Nota-se que o consumidor brasileiro está cada vez mais digital e conectado, em busca de experiências ágeis e seguras – desde que elas sejam personalizadas para as suas necessidades individuais.

Por meio das diversas tecnologias disponíveis nos dias de hoje, torna-se cada vez mais possível oferecer essa experiência singular e de qualidade do começo ao fim, reunindo dados e informações em tempo real sobre o consumidor. Uma pesquisa recente da McKinsey mostrou que os clientes desejam receber recomendações automatizadas e individualizadas de produtos relacionados aos que eles compraram, pesquisaram ou que são simplesmente relevantes, a fim de economizarem tempo e recursos durante cada momento da sua jornada. E saber o melhor timing, ou então, a hora certa ou o melhor canal para enviar uma mensagem é tão importante quanto cuidar do conteúdo da mesma.

Certamente, os consumidores estão dispostos a abrir mão da sua privacidade para receberem uma experiência ainda mais significativa na interação com as marcas e dão preferência para adquirir produtos e serviços em empresas que ofereçam uma experiência personalizada e uma solução de compra mais completa.

Fernanda Dalben é diretora de marketing da rede de Supermercados Dalben.

Consumidor está mais tecnológico e consciente

Estudo “Trends: Comportamento do Consumidor 2021” destaca temas como empatia tecnológica, futuro do trabalho, entretenimento e protagonismo individual.

Em 2020, a pandemia foi decisiva na moldagem do comportamento dos indivíduos. As mudanças acarretadas pela crise e pelas medidas de isolamento social transformaram o modo com o qual as pessoas se relacionam entre si, com o trabalho e com as empresas. O estudo “Trends: Comportamento do Consumidor 2021”, realizado pela agência SA365, analisou o cenário do consumo para este ano e o destaque vai para consumidores com mais afinidade tecnológica em diversos aspectos e preocupados com um futuro consciente e responsável.

As tendências foram estipuladas com base em quatro grandes temas: empatia tecnológica, escritório híbrido, entretenimento remoto e o “eu” protagonista. Os resultados foram calculados com base em dados coletados através do BuzzMonitor e no cruzamento com compilados fornecidos pelos principais reports de trends do mercado. Uma das mudanças mais significativas foi a da aceleração da era digital, com o boom do e-commerce e o uso intenso de redes sociais.

Com mais tempo em casa, as pessoas passaram a explorar as plataformas digitais não só para trabalho, mas também para uso pessoal. Por isso, a apreciação por tecnologias bem desenhadas aumentou. O relatório indica que, de acordo com a pesquisa Deloitte Global Marketing Trends Consumer Pulse, 63% dos entrevistados acreditam que usarão mais plataformas digitais após a pandemia. Além disso, 66% concordam que o período fez com que as plataformas preocupadas com design fossem encaradas com mais apreço.

A busca por acessibilidade digital também entrou em pauta. Segundo o estudo Trends 2021, o aumento da digitalização deixa ainda mais evidente a necessidade de tecnologias acessíveis – termo que registrou aumento de 170% em buscas no Google Trends – a pessoas com deficiência.

Uma vez que o deslocamento e compras presenciais foram minimizados, as empresas buscaram se reinventar para alcançar o consumidor através da Internet. Foi o caso da Shopify, que viu suas conversões aumentarem em 250% com um provador virtual aos clientes. Companhias como Ikea e Sephora foram algumas das que disponibilizaram aplicativos para que os consumidores possam experimentar os produtos que desejam comprar através da realidade aumentada, gerando entretenimento e brand experience.

No comércio, os QR codes dominaram as buscas. Houve um disparo de 170% nas buscas por “leitor de QR code”. O uso da tecnologia vai desde acesso a sites em live streamings até o acesso de cardápios virtuais. Também, 48% dos brasileiros já realizaram pagamentos utilizando o recurso. O uso foi impulsionado pela preferência à segurança e higiene durante a pandemia. A SA365 acredita que a tendência irá se manter para 2021, adicionada a um estilo de computação que prioriza a melhoria de serviços, maior liberdade de entrega em customização e a intensificação de questões de privacidade de dados.

Tecnologia, isolamento e diversão

As incertezas quanto à imunização no País e a instabilidade financeira das famílias fizeram com que a busca por entretenimento dentro de casa fosse maior. Os serviços de streaming registraram o segundo maior Ibope do Brasil, ficando atrás da Rede Globo, apenas. O interesse em TV on-line e gratuita aumentou, enquanto o acompanhamento da cobertura jornalística apresentou queda de 11 pontos percentuais entre março e julho do ano passado – passando de 67% para 56%. Na contramão, grandes eventos como o Big Brother Brasil, Oscar e Copa América geraram expectativas no público.

A SA365 registrou aumento de 80% e 22% nas buscas por aluguel de carros e automóveis usados, respectivamente. Ao mesmo tempo, o adiamento de planos pôde ser visto no crescimento da procura por feriados, especialmente o Carnaval.

O futuro do trabalho híbrido

Um dos focos do levantamento foi a questão da hibridização dos escritórios. O home office passou a ser o principal estilo de trabalho de boa parte da população mundial e resultados revelam que o modelo remoto deve ser mantido no futuro. Pesquisa acerca do tema realizada pelo Capgemini Research Institute com 500 executivos mostrou que antes do surgimento da Covid-19, 60% dos entrevistados declararam que menos de 10% dos funcionários trabalhavam de casa. Para o pós-pandemia, essa parcela cai para 7%.

Os dados chamam a atenção para a criação de regimes híbridos de trabalho no futuro, além da criação de células independentes que não estejam necessariamente ligadas a empresas.

Uma das consequências do trabalho remoto é a descentralização da mão de obra das capitais. A procura por moradias no interior foi três vezes maior em 2020 do que no ano anterior. Nesse sentido, mais pessoas buscaram por vagas destinadas exclusivamente ao home office – até o final de 2020, o número foi dez vezes maior do que no início do ano. O Trends 2021 também pontuou que o trabalho híbrido proporciona maior priorização de cursos online gratuitos que contribuam para a formação do indivíduo.

“Eu protagonista”

A pandemia despertou novas necessidades nos consumidores. O interesse por resenhas de produtos para cabelos, pele e unhas disparou em 143%. Além disso, a cultura dos criadores de conteúdo também fez com que as pessoas buscassem mais protagonismo no que fazem, propiciando o surgimento de creators de “classe média” que gerem mais identificação com o público. As comunidades digitais para troca de informações também ganharam mais relevância. No primeiro semestre do ano passado, grupos de pais de crianças em idade escolar, jardinagem, ensino em casa, programas de TV, dicas e receitas no Facebook registraram aumento de membros.

A saúde mental também esteve em pauta entre os brasileiros. De acordo com o Google Trends, em 2019 a busca por atendimento psicológico era de 63%, número que pulou para 90% em 2020. O relatório aponta que a procura foi impulsionada pelo medo e preocupação com o futuro. No Mercado Livre, as vendas da categoria “Fitness e Musculação” subiram 132%, dado que evidencia que a saúde física também foi pauta entre a população.

Cresceu também a preocupação com causas sociais e conscientização do meio ambiente. Tópicos como a diminuição da emissão de gás carbônico, papel de empresas perante à crise, confiança do consumidor em instituições e maior participação em estratégias de marketing são alguns pontos que deverão moldar o futuro do consumo em 2021.

Como a Elo transformou a experiência do cliente nos últimos anos

A empresa de pagamentos Elo completa 10 anos em 2021 e, desde 2017, tem investido em uma reestruturação do negócio voltado à experiência do cliente. À frente desse processo, Bruna Chianca, Head de CX da companhia, explicou um pouco como essa transformação vem se desenvolvendo nos últimos meses. Para um negócio que tinha o foco principal em negócios B2B, hoje o cenário é outro e as equipes atuam juntas para levar a melhor experiência ao consumidor final.

Um dos primeiros passos da Elo foi mostrar aos colaboradores, inclusive (e principalmente) terceirizados, a importância do conjunto na experiência final do cliente. “Era importante construir uma mudança de mindset nos times e identificar qual deles estava em maior concordância com o que buscávamos, com melhores iniciativas. Com esse exemplo passamos a mostrar e explicar paulatinamente aos demais como aquilo influenciaria na experiência do cliente”.

Estrutura colaborativa

Atuar em colaboração com outros times era importante para a Elo, principalmente para otimizar a visão do negócio e suportar os processos. Afinal, conectar as áreas e disciplinas era fundamental, também, para elevar a experiência do cliente. “Definimos premissas e divulgamos pela empresa, pois não aquela transformação não poderia ser feita por uma pessoa, mas por todos”.

A primeira delas, segundo Chianca, era a que seria adequada a cada usuário, e não a um único perfil. Nesse tópico entravam pesquisa e entendimento de hábitos e comportamento, consumos e necessidades. Tudo para desenhar a jornada de acordo com cada perfil. “Algum micro momento talvez não fosse o mesmo entre as pessoas, por isso a questão da personalização”, ponderou.

Comunicação

Uma comunicação confusa, segundo Chianca, pode gerar falta de confiança por parte do consumidor. Por isso, os times da Elo trataram a transparência e a simplicidade como quesitos fundamentais para gerar a conexão e trazer a pessoa para perto da marca. Outro ponto levantado foi a redução de tarefas e elementos que pudessem forçar a cognição das pessoas. Afinal, quanto mais etapas eliminadas ao longo do processo, melhor — formulários menores, assim como a eliminação de perguntas repetitivas são partes deste processo.

Efeito do bom design na experiência do cliente

A qualidade visual tem total valor atrelado à solução. Por isso mesmo, a Elo entendeu que somente a tecnologia de ponta não seria suficiente para “segurar” o consumidor durante a navegação. “Investimos tanto no design como em uma experiência unificada. Por conta disso, consigo uma plataforma funcional e intuitiva para todos os usuários”.

Parte dessa estratégia é fruto do design system, processo que contribui para diminuir o esforço cognitivo. “Isso traz alguns benefícios como a escala de produtos, pois o desenvolvedor sabe quais informações precisa para a nova página, e tempo de lançamento reduzido”, concluiu Chianca.

O E-Commerce Big Solutions – Customer Experience é um evento on-line promovido pelo E-Commerce Brasil em parceria com seus mantenedores. São 48 palestras divididas em três dias. 

Como melhorar a experiência do cliente usando tecnologia

A transformação digital nas empresas veio para oferecer insights de como melhorar a experiência do cliente e melhorar a competitividade.

A digitalização de diversos processos dentro das empresas veio para oferecer novos insights de como melhorar a experiência do cliente. Também chamado de Customer Experience, um novo conceito emergiu com o objetivo de colocar o cliente no centro da estratégia de negócios – e ele tem se tornado cada vez mais pertinente nos últimos meses de pandemia.

Com mercados cada vez mais concorridos e disponíveis a um clique, é natural que, quando o consumidor não tem uma boa experiência com a aquisição de um produto ou serviço, ele busque pela concorrência. O contrário também acontece: a maioria das pessoas está disposta a pagar mais em troca de uma boa experiência, de acordo com estudo da Zendesk. Nesse sentido, proporcionar uma jornada de experiência positiva deixou de ser um diferencial para as empresas e se tornou algo essencial.

Isso porque, em 2021, o grande desafio das empresas será vender mais para o mesmo cliente. Ao promover uma boa experiência, essas organizações conseguem transformar clientes ativos em verdadeiros embaixadores de um serviço ou produto e, assim, aumentar organicamente o alcance da marca. Para isso, a adoção de tecnologia está sendo feita em longa escala. Os setores mais propensos a se modernizarem são o de telecomunicações, o financeiro e o varejo.

A tecnologia na experiência

Experiência do cliente é a interação com uma empresa por meio dos pontos de contato que essa marca oferece para que o consumidor chegue até ela. O processo começa com a descoberta dessa marca, a visitação dos canais, as interações e vai além da compra finalizada, com o pós-venda. Hoje, graças ao uso de ferramentas e soluções digitais é possível proporcionar melhores experiências para quem consome.

Estar presente em redes sociais, oferecer suporte pelo site ou por WhatsApp e estabelecer um relacionamento com o usuário são alguns exemplos básicos, mas que fazem a diferença na jornada do cliente. Mesmo as empresas que não atuam diretamente com tecnologia precisam se fazer presentes em vários canais digitais e facilitar a conexão com o público. Do contrário, a concorrência leva a melhor.

O relatório anual de Excelência de Experiência do Cliente Global da KPMG, mostrou que 80% dos CEOs dizem que COVID-19 acelerou a transformação digital. A pesquisa ainda aponta um passo a passo interessante de como obter sucesso na jornada e experiência do cliente nessa nova realidade.

A pesquisa foi realizada com mais de 100.000 consumidores em 27 países, regiões e jurisdições, com mais de 800.000 avaliações de marcas individuais. Nela existem várias considerações importantes que podem ajudar as organizações a progredir mais rapidamente nesse cenário. Algumas são:

  • Fique perto do que seus clientes desejam: a capacidade de pensar “de fora para dentro” é a chave para construir um negócio centrado no cliente.
  • Faça as coisas de forma ágil: tornar-se uma empresa conectada é uma transformação — mas isso não significa que a empresa precisa se revolucionar da noite para o dia. Sendo assim, divida as mudanças em etapas específicas, sequências, e, então, implemente.
  • Crie resiliência: 67% dos CEOs relataram que tiveram que repensar sua abordagem da cadeia de abastecimento global devido ao impacto do COVID-19. Dessa forma, acabou impulsionado pelo desejo de se tornar mais ágil em resposta às mudanças nas necessidades dos clientes.
  • Mantenha-se humano: embora a incorporação de novas tecnologias — como a IA  —,  é preciso manter uma experiência mais humana.
  • Faça uso de novas tecnologias: certifique-se de observar continuamente quais são as novas tecnologias que estão se tornando disponíveis e que podem ajudar a atender melhor os clientes ou conectar os negócios de maneira mais integrada.

Além desses fatos apresentados pelo relatório, é notável que, com a pandemia e a maior preocupação com o futuro financeiro, os clientes buscam soluções práticas e suporte eficiente, seja para tirar dúvidas ou contratar novos serviços. Do lado das empresas, as soluções tecnológicas, além de facilitar e melhorar a experiência do cliente, otimizam recursos e custos.

Impacto da digitalização

Além de ajudar a melhorar a experiência do cliente, a transformação digital pode melhorar uma série de outros processos organizacionais. A estratégia de negócios e a gestão estão entre os principais setores impactados positivamente.

De acordo com uma  pesquisa conduzida pela Coleman Parkes Research, cerca de 37% dos ganhos com novos negócios se deve ao uso de novas tecnologias para vendas. Com a melhora das ofertas, a capacidade de chegar ao cliente com assertividade chega a mais de 76%.

Com ferramentas já disponíveis no mercado é possível fazer um mapeamento das etapas da jornada do cliente para entender o caminho que ele percorreu até finalizar a compra de seu produto e, a partir disso, definir abordagens. Geralmente, esse tipo de estudo será útil para observar diversos pontos importantes para a estratégia de customer experience:

  • Determinar o contexto em que seu cliente se insere;
  • Fazer com que as informações cheguem até ele de maneira eficiente;
  • Trabalhar em cima da personalização;
  • Eliminar etapas desnecessárias e ações repetitivas;
  • Melhorar a privacidade e a segurança das informações;
  • Reduzir o tempo de espera.

Analisar esses fatores e solucionar possíveis erros é o primeiro passo para tornar a experiência do cliente positiva. Outra ferramenta que pode ajudar nesse sentido é a Net Promoter Score (NPS).

Ao acompanhar as notas que estão sendo dadas para a empresa em tempo real, é possível tomar decisões de forma ágil com foco em melhorias. Isso só é possível com o uso de inteligência artificial, machine learning e big data.

Times alinhados e motivados

É sempre importante lembrar que os colaboradores da empresa também fazem parte do seu público. Dessa forma, eles também precisam ter uma boa experiência, possuindo sistemas mais otimizados para se manterem produtivos, engajados e motivados. Não há dúvidas de que um relacionamento bem-sucedido começa “dentro de casa”.

Ao implementar soluções operacionais para este público, precisam ser observados os mesmos pontos das ferramentas para os clientes. Tendo isso em mente, você ajuda a  garantir a eficiência, agilidade e satisfação das equipes.

Com isso, o alinhamento entre todos os setores da empresa se torna mais assertivo e todas as equipes passam a trabalhar juntas pela melhor experiência.

Por que é necessário humanizar a experiência digital do consumidor?

Muito se fala sobre os benefícios dos ambientes digitais. Além de cortar custos, a adoção desses canais oferece mais agilidade e praticidade para o consumidor. Entretanto, problemas também podem surgir. Um deles é o distanciamento entre os negócios e os clientes – fator que pode dificultar o processo de fidelização pela falta de cuidado com a experiência digital. Esse foi o tema da discussão Beyond E-Commerce: Como Personificar a Experiência Digital do Consumidor, organizado pela consultoria Boston Consulting Group (BCG).

De acordo com Fernando Lunardini, diretor executivo da BCG Brasil, a adoção em massa do e-commerce trouxe novos desafios para as empresas: “Até pouco tempo, os e-commerces eram apenas um lugar para realizar transações unidirecionais. Agora, precisamos aprender a usar essas plataformas para iniciar uma conversa com nossos clientes”.

Em um primeiro momento, essa afirmação pode parecer um pouco contraditória. Sabemos que os ambientes digitais, junto com a adoção do big data e marketing direcionado, trouxeram a oportunidade de oferecer uma experiência mais personalizada para os clientes. Essa personalização à primeira vista pode parecer o suficiente para garantir uma experiência superior. Mas a realidade não é bem assim.

É isso que afirma Ana Lu McLaren, sócia-fundadora do Enjoei, empresa brasileira de comércio eletrônico focada no consumo colaborativo. Segundo a executiva, não é porque uma experiência é personalizada que ela se torna pessoal. Afinal, muitas vezes, ao explorar esses ambientes, o consumidor pode sentir que está se comunicando apenas com uma máquina. Isso acarreta na perda de vínculo afetivo entre o cliente e a marca. Coisa que, quando consideramos a facilidade de acesso que a internet oferece e a variedade de negócios que estão on-line, se torna decisiva.

O que garante que aquele indivíduo vai voltar a consumir com sua marca?

Novos modelos para cativar seus clientes

O e-commerce não precisa ser o “elo final” na cadeia de inovação de uma empresa. A partir dessa plataforma, diversos novos modelos complementares surgem para cativar os clientes. É o caso do Conversational Commerce e o Social Commerce, que podem contribuir em todas as etapas da jornada de compra – desde a descoberta do serviço até a entrega dos produtos.

Mas como fazer isso? Para Ana Lu McLaren, o uso de novas tecnologias é essencial para garantir que esse processo ocorra de forma efetiva e cativante. “Na etapa de inspiração e descoberta da empresa, podemos colocar um processo de diligência mais pessoal, seja com a ajuda de bots ou de humanos, contribuindo para um entendimento mais profundo do produto pelo consumidor.” Estabelecer esse contato pode ajudar não apenas na efetivação da compra, mas também na descoberta de novas demandas que muitas não foram percebidas.

Essa atenção mais individualizada e humana deve se estender até o processo de pós-compra. Pode ser interessante que alguém acompanhe o processo de entrega, certifique a satisfação do consumidor com o produto e peça feedbacks.

Esse é um momento em que a maioria dos negócios tendem a se distanciar, sob o falso pretexto de que “seu papel está cumprido”. Aqueles que fazem diferente mostram se importar com a experiência do cliente – e eles percebem isso, contribuindo para a criação de um vínculo de confiança. “Um pós-venda mais pessoal aumenta o engajamento e a recompra dos clientes”, afirma McLaren.

Essa estratégia não é útil apenas para transações online. De acordo com um levantamento realizado pela BCG, os modelos híbridos (onde o cliente descobre o produto na rede e efetiva a compra presencialmente) são os que estão apresentando maior índice de crescimento. No setor de moda, embarcado pela pesquisa, a expectativa é que esse tipo de transação represente até 60% do mercado até 2022.

Qual é o futuro do e-commerce?

relatório Hábitos de Consumo, divulgado pelo Itaú, já apontava para a tendência dos modelos de negócios híbridos no pós-pandemia. Essa perspectiva é reforçada por André Sabioni, head de Indústria do Facebook Brasil. De acordo com o executivo, mesclar o físico com o digital é a melhor forma de garantir o “melhor dos dois mundos” para o cliente.

E, quando falamos disso, não estamos nos referindo a experiências diferentes. Muito pelo contrário, ambos formatos devem ser complementares para a mesma jornada de consumo. Isso acontece porque cada um supre as deficiências do outro. Por um lado, a venda física traz os atrativos de maior variedade de preços, capacidade de negociação e o contato direto com um vendedor (que pode esclarecer dúvidas). Mas sua variedade de produtos é bem menor e o esforço necessário para conduzir a transação também cresce.

Por outro lado, os meios digitais oferecem mais variedade, comodidade e a conveniência de poder comprar a qualquer momento. Mas sofre por conta da dificuldade de acesso que alguns usuários podem ter, a incapacidade de tocar no produto antes de realizar a compra e o já mencionado distanciamento entre o negócio e o cliente.

Mas é possível unir os pontos positivos de cada um dos modelos? Para Sabioni, é para essa direção que o futuro do e-commerce está caminhando. A forma de alcançar esse “modelo ideal” seria por meio da omnicalinalidade. “Ainda mais em um período de isolamento, o cliente pode sentir falta da experiência de um ambiente físico. A comunicação, o esclarecimento de dúvidas. Mas isso pode ser feito por meio de aplicativos de mensagens, por exemplo.”

Atrair um cliente por meio de ambientes digitais não significa que as vendas devam se limitar às essas plataformas. Principalmente para o setor de moda, cuja preferência pelo consumo físico ainda é forte, essas ferramentas podem realizar um papel de conversão. A atração e pós-vendas podem ser realizadas pela internet, mas o consumidor ainda pode buscar o físico para fechar a transação.


Entenda o que é Business of Experience, a evolução do CX

Empresas que entregam uma experiência excepcional e centrada em um propósito têm muito mais chances de conseguir alcançar crescimento sustentável.

A pandemia mudou completamente a forma como as pessoas compram, trabalham e interagem. E diante de tantas mudanças, o consumidor não é mais o mesmo. Ele exige e espera cada vez mais das marcas. “As empresas vão ter de dar um passo para trás e se aprofundar no conhecimento do consumidor”, afirma Cristiano Dencker, líder da Accenture Interactive Latam, divisão de experiências digitais da consultoria que desenvolve soluções de interseção de propósito e inovação aos clientes.

Segundo o executivo, as pessoas não comparam mais suas experiências entre companhias de um mesmo setor. É comum que o cliente de uma empresa de telefonia espere que a sua experiência seja tão fluida quanto a que teve com uma companhia de streaming ou de hospedagem on-line, por exemplo. “Líderes de negócios, na maioria, olham para o que está acontecendo em relação aos concorrentes diretos e, com isso, perdem a oportunidade de dar um salto quântico em comparação com a concorrência”, diz Dencker.

Business of Experience

Diante do desafio de encantar o consumidor e, ao mesmo tempo, obter crescimento sustentável, as empresas começam a ir além da filosofia do Customer Experience (CX). Isso significa que, mais do que entregar uma experiência excepcional, elas se concentram na busca contínua para identificar novas necessidades de seus clientes. É o que os especialistas chamam de Business of Experience (BX).

Uma pesquisa com 1.550 executivos de 21 países feita recentemente pela Accenture, uma das consultorias líderes do mundo, mostra que organizações que adotaram e reorientaram suas práticas a partir do BX aumentaram em pelo menos seis vezes seus lucros ano a ano em relação aos concorrentes.

E sabe por que isso acontece? “Quando bem executados, os investimentos em CX têm rendido bons resultados: mais clientes, vendas e fidelização. Sua importância não está desaparecendo, mas sua proposta de valor perde força porque muitos dos fundamentos do CX agora são comuns”, explicam Lisa De Bonis, diretora-geral da Accenture Interactive, e Flaviano Faleiro, Growth Markets Lead da Accenture Interactive.

“Designers em todos os lugares têm feito melhorias incrementais nos pontos de contato por mais de 25 anos, e as normas foram estabelecidas”, dizem os especialistas. Ou seja, experiências simples, rápidas, claras e intuitivas já viraram praxe e são fáceis de serem copiadas. Portanto, elas deixam de ser vistas como diferenciais competitivos. “Ao conectar profundos insights humanos e empresariais com as possibilidades da tecnologia, nós projetamos, construímos, comunicamos e executamos experiências que tornam a vida mais fácil, produtiva e recompensadora para as pessoas”, resume Dencker.

E sabe por que isso acontece? “Quando bem executados, os investimentos em CX têm rendido bons resultados: mais clientes, vendas e fidelização. Sua importância não está desaparecendo, mas sua proposta de valor perde força porque muitos dos fundamentos do CX agora são comuns”, explicam Lisa De Bonis, diretora-geral da Accenture Interactive, e Flaviano Faleiro, Growth Markets Lead da Accenture Interactive.

“Designers em todos os lugares têm feito melhorias incrementais nos pontos de contato por mais de 25 anos, e as normas foram estabelecidas”, dizem os especialistas. Ou seja, experiências simples, rápidas, claras e intuitivas já viraram praxe e são fáceis de serem copiadas. Portanto, elas deixam de ser vistas como diferenciais competitivos. “Ao conectar profundos insights humanos e empresariais com as possibilidades da tecnologia, nós projetamos, construímos, comunicamos e executamos experiências que tornam a vida mais fácil, produtiva e recompensadora para as pessoas”, resume Dencker.

 (Arte/Exame)

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 (Arte/Exame)

Sociabilize – e faça de um jeito “fun”

Para entregar uma boa experiência, Dencker destaca ainda a necessidade de resolver de forma concreta o problema do cliente. E diz mais. “Não basta ser funcional; é preciso que as empresas entreguem também um aspecto emocional associado, algo lúdico”, diz ele. Exemplo disso são os bombons que os usuários do Waze conquistam conforme seus percursos, ou os avatares que os usuários da Netflix podem montar em seus perfis.

Outro elemento importante na visão de Dencker é a sociabilização. “Quando as pessoas têm uma experiência encantadora, elas querem dividir. Portanto, incentivar isso via redes sociais e permitir que usuários se ajudem, como faz a Amazon, ou estimular que elas contribuam com avaliações, são formas de estimular a sociabilização”.

Para ajudar os seus clientes a transformar seus negócios em experiências incríveis, que tragam ganhos para os seus negócios, a Accenture Interactive criou um modelo de serviços dividido em quatro times: um especializado em reimaginar experiências; outro composto de experts em tecnologias que ajudem a transformar as experiências em realidade; uma terceira área dedicada a encontrar caminhos criativos para comunicar e diferenciar as experiências e; por fim, um quarto time com a missão de montar modelos de negócios e operações para otimizar as experiências.

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Experiências de compra ruins geram perdas de US$ 2,5 trilhões por ano

Estar no lugar em que o consumidor está no momento que ele quer. Essa regra básica da omnicanalidade, intensificada depois do surgimento da pandemia de Covid-19, nem sempre basta para gerar boas experiências aos consumidores. Algumas outras demandas ainda não foram totalmente atendidas por grande parte do varejo: tornar o momento do pagamento e o acúmulo de pontos dos programas de fidelidade livres de atritos.

Dados da plataforma de pagamentos Adyen mostram que experiências de compras ruins geram mais de US$ 2,5 trilhões de perdas às empresas. Desse total, US$ 481 bilhões são resultado de produtos fora de estoque; US$ 370 bilhões, de filas longas; e US$ 251 bilhões, de falta de opções cross-channel.  Entre as empresas atendidas pela Adyen no Brasil, estão Amaro, MadeiraMadeira, Uber, 99, Magazine Luiza e Via Varejo.

Os varejistas vêm se esforçando, há muito tempo, para criar pontos de contato com os clientes: loja física, loja on-line, aplicativo. Mas o advento das compras digitais levou muitos clientes que só compravam na loja física a comprar na loja on-line, e a experiência de pagamento da loja física ainda tem muito atrito”, afirma o lead de Produtos para Varejo da Adyen para a América Latina, Rodrygo Moço.

Ou seja: por causa das facilidades do mundo on-line, os clientes estão mais exigentes também no físico. “O omnichannel está na moda há muito tempo, mas muitos varejistas entendem isso apenas como: ‘tínhamos só loja física e agora precisamos outro canal de contato’. Eles se esquecem de integrar os pagamentos, que influenciam bastante no funil de conversão e na experiência. E, se na hora do pagamento o cliente tiver uma experiência ruim, ele não volta mais. ”

Programas de fidelidade

Outro desafio que ainda não foi vencido diz respeito aos programas de fidelidade. Mais uma vez, a fluidez no mundo on-line, nesse caso, é bem maior. É só fazer uma compra pelo aplicativo da loja ou do prestador de serviços e ver os pontos se acumulando, por exemplo.

“Mas, se a pessoa vai a um restaurante e lá não existe essa interação entre o ambiente físico e o on-line, se ela precisa por exemplo dar o número do CPF ou outro dado pessoal para que isso aconteça, isso causa uma fricção na experiência”, exemplifica Rodrygo Moço.

Um outro estudo feito pela Adyen aqui no Brasil mostra que 79% dos entrevistados concordam com a frase: “os varejistas precisam melhorar a forma como me recompensam por comprar com eles”. Além disso, 80% afirmam que teriam “mais chances de comprar de um varejista se seu programa de fidelidade funcionasse automaticamente por meio” do cartão. Além disso, 64% consideram que os programas de fidelidade “demandam muito tempo”.

A proposta da Adyen para casos assim é que o cartão do cliente seja usado como ponto de reconhecimento, seja qual for o canal de vendas. “O cliente baixa o aplicativo, e inscreve e ganha pontos quando faz a compra pelo app ou pela maquininha. Esse é um conceito que agrada muito aos consumidores, tanto, no Brasil quanto em outros países. A tendência é de acabar com a jornada de longo prazo. ”

Para o gerente de produtos da Adyen para a América Latina, o fato é que o consumidor tinha um nível de exigência antes da pandemia e deve sair dela com outro. “Não sabemos como todos vão sair, mas fomos expostos a muitas formas de comprar diferentes. ”

 

Sucesso nos negócios dependerá de experiências excepcionais ao cliente, alerta estudo

Relatório anual mostra que exigências e altos níveis de expectativas dos consumidores serão desafios ainda maiores para as empresas em 2021.

A Covid-19 acelerou a adoção de tecnologias em diferentes áreas e em vários setores no mundo todo, à medida que o comportamento dos consumidores também mudava com o avanço da pandemia. Dessa forma, a experiência do cliente se torna cada vez mais crucial para o sucesso dos negócios. De acordo com o Relatório Global de Tendências de Experiência do Cliente (CX) 2021, da Zendesk, as empresas mais bem-sucedidas adotam novas tecnologias em velocidade recorde.

Com uma perspectiva global, o estudo identificou que a adoção rápida de novas tecnologias se tornou especialmente importante na América Latina, que apresentou aumento de 44% no número de chamados de suporte desde o início da pandemia – acima de qualquer outra região no mundo.

O relatório anual das principais tendências na experiência do cliente combina a análise do Zendesk Benchmark, um índice de dados sobre como mais de 90.000 empresas usam suas soluções de suporte, com os resultados de pesquisas medindo as atitudes de mais de 8.000 consumidores, agentes de atendimento ao cliente e gerentes e compradores de tecnologia em 15 países, incluindo o Brasil.

Nos novos dados divulgados, entre os tomadores de decisão de tecnologia na América Latina, 84% deles dizem que a Covid-19 acelerou a adoção tecnológica em suas empresas, especialmente para agilizar a operação (94%), para oferecer ao cliente múltiplos canais (94%) e para gerenciar uma operação data-driven (93%).

No Brasil, 76% dos clientes afirmam que a experiência foi mais importante para eles em 2020 do que no ano anterior. Enquanto isso, para as empresas brasileiras, 88% concordam que a CX se tornou ainda mais importante, representando números bem acima da média global – 50% e 63%, respectivamente.

“No cenário de 2020, frente às mudanças vertiginosas, as empresas se adaptaram de maneiras que nunca imaginaram ser possível. Com a experiência do cliente como prioridade, ter as estratégias certas para atendê-los onde eles estão pode realizar ou falhar o sucesso de um negócio”, disse Shawna Wolverton, Vice-Presidente Executiva de Produtos da Zendesk. “Os fundamentos do negócio permanecem os mesmos, mas a necessidade de atendimento conversacional e direcionado pelo relacionamento com o cliente acelerou a um ritmo sem precedentes”.

Roteiro de navegação no CX

Desde as mudanças em curso no comportamento até a adoção de novos canais e a reinvenção da força de trabalho, o Relatório Zendesk CX Trends 2021 oferece às empresas um roteiro para navegar neste novo cenário de CX, para que possam liderar um bom atendimento ao cliente em cada oportunidade.

Fique à frente da curva digital

As empresas estão adotando a tecnologia na velocidade da luz, e a regra é adaptar-se ou ficar para trás. Das 9 em cada 10 empresas latinoamericanas que dizem que a pandemia acelerou a adoção de tecnologia, 70% dizem que ela acelerou nos últimos 1-3 anos, número que cresceu em 100% em relação à mesma consulta feita em 2020. Conforme as organizações investem no cliente, elas priorizam o serviço omnicanal fluído, melhor segurança de TI, tecnologia ágil, ferramentas de colaboração e o local de trabalho digital.

Faça parte de um mundo mais conversacional

Conforme os clientes adotam novos comportamentos, a crescente popularidade dos aplicativos de mensagens abre as portas para experiências conversacionais mais dinâmicas. No Brasil, 84% dos clientes experimentaram novos canais para contactar o serviço de atendimento ao cliente no ano passado, o que em 46% dos casos foram canais de mensageria para solicitações de suporte, a exemplos de aplicativos como WhatsApp e Facebook Messenger. A adoção destes canais de conversas aumentou significativamente no país durante a pandemia, especialmente para os atendimentos via mídias sociais (+151%), Chat (+133%) e WhatsApp (+118%).

Perceba o poder da experiência interna

Em um mundo cada vez mais distribuído, as empresas devem repensar como trabalham de forma mais inteligente entre as equipes. Muitos funcionários ainda não sentem que têm as ferramentas certas para ter sucesso neste ambiente novo e muitas vezes distribuído, seja acompanhando seus indicadores de desempenho, mantendo-se conectados com seus colegas ou sentindo-se apoiados por suas empresas.

No Brasil, no entanto, a evolução parece ser maior. Apesar de que, globalmente, 40% dos gerentes dizem que não têm as ferramentas de análise certas para medir o sucesso de equipes remotas. No Brasil, apenas 16% fizeram a mesma constatação. Porém, para os agentes de atendimento o número se mantém alto (35%) em relação a não ter as ferramentas certas para trabalhar de casa com sucesso.

Prepare as equipes para o sucesso ao enfatizar a agilidade

Enfrentando a volatilidade contínua, as organizações de serviços e suporte devem encontrar maneiras de acompanhar seus clientes. Na América Latina, tanto os líderes como os agentes em experiência do cliente, citaram como o maior desafio em 2020, e prioridade daqui para frente, a capacidade de adaptação rápida às necessidades em evolução dos clientes.

Facilite para os clientes com foco em CX

Sem precedentes em velocidade e escala, o aumento recente de acesso nos canais digitais pressiona as empresas a atender às expectativas crescentes, à medida que a experiência do cliente assume o papel central. Oito em cada dez dos clientes brasileiros (82%) afirmam que gastariam mais com uma empresa pelo fato de ela oferecer uma boa experiência, especialmente se isto significar uma experiência on-line rápida e simples (82%).

Do mesmo modo que uma boa experiência gera fidelidade, para a maioria dos brasileiros basta uma única experiência ruim (74%) ou mais de uma (83%) para deixarem a marca – número que permanece consistente ano a ano.

Conheça os segredos das empresas que se destacam em experiência do cliente

Oferecer uma boa experiência para o cliente se tornou prioridade para as empresas que buscam se destacar no mercado.

Os últimos meses não foram fáceis para as empresas. Com a pandemia, foi necessário reestruturar os processos, discutir o futuro dos locais de trabalho e ainda estabelecer novas referências quanto aos desejos dos clientes. Isso porque, no período de forte digitalização, os consumidores se tornaram mais exigentes, buscando por velocidade, conveniência, empatia e comprometimento por parte das organizações. Nesse sentido, oferecer uma boa experiência ao cliente se tornou crucial.

O desafio é grande, mas as empresas que souberem se adaptar para atender às expectativas estarão mais prontas para enfrentar as adversidades. O relatório “Tendências da Experiência do Cliente 2021”, da Zendesk, produzido a partir de pesquisas e análises de dados de mais de 90 mil empresas em 175 países, lista o que separa as empresas que se destacam em experiência do cliente de todas as outras. Confira.

1. Experiência como estratégia

Mais online e informados do que nunca, os consumidores esperam que todas as empresas correspondam aos padrões estabelecidos por outras digitalmente experientes e que investem constantemente em inovação e experiência. 49% dos clientes deram a melhor nota para o atendimento da Amazon.

Exatamente por isso, a experiência saltou para o primeiro lugar na estratégia de negócios das empresas. Os gestores sabem que a maioria dos consumidores estão dispostos a gastar mais para comprar de empresas que proporcionam uma boa experiência.

Vale ressaltar que atendimento rápido não é o suficiente, é preciso mostrar empatia e refletir os valores dos clientes. As empresas com melhor desempenho nas principais métricas de experiência do cliente, além de focar nesses pontos, apresentam maior probabilidade de ter adotado suporte omnichannel.

2. Troca de mensagens

Durante a pandemia, 64% dos clientes passaram a usar novos canais. As gerações Y e Z migraram para os canais de mensagem e as solicitações de suporte por canais como o WhatsApp aumentaram consideravelmente. Ao usarem essas ferramentas na comunicação com os clientes, as empresas entenderam que a opção é conveniente, conversacional e pessoal, possibilitando um diálogo contínuo e uma aproximação com o cliente.

Segundo os dados da Zendesk, empresas que apresentam tempos de resolução mais rápidos e as maiores pontuações de satisfação têm maior probabilidade de trocar mensagens com seus clientes. Setores como comércio eletrônico e jogos saíram na frente nesse sentido.

3. Agilidade é fundamental

Para os líderes em experiência do cliente, a maior deficiência em 2020 foi a capacidade de adaptação rápida às emergentes necessidades dos clientes. Isso se torna uma prioridade daqui para frente. Em busca da agilidade, as empresas querem escalar rapidamente as operações das equipes de suporte, otimizar os fluxos de trabalho entre as equipes e encontrar oportunidades para reduzir as demandas dos agentes.

Segundo o relatório, as equipes de suporte que apresentaram melhor desempenho usaram mais ferramentas de gerenciamento de fluxo de trabalho. Porém, mesmo com um maior uso de chatbots, por exemplo, a inteligência artificial continua sendo subutilizada e a maioria dos agentes não tem acesso aos tipos mais comuns de dados dos clientes. As empresas que saírem na frente nesse quesito terão destaque.

4. O novo trabalho

Nos últimos meses as formas de trabalho tradicionais sofreram grandes alterações e o modelo remoto prevaleceu. Os profissionais tiveram que se adaptar, mas muitos acreditam que não possuem as ferramentas certas para obter os melhores resultados, seja para acompanhar indicadores ou se manter conectados. A busca das empresas agora é por descobrir como organizar e apoiar suas equipes.

“À medida que as empresas perceberem que a produtividade não é afetada negativamente e que existem benefícios, inclusive de economia de custos, na existência de uma força de trabalho distribuída e em colocar os funcionários em primeiro lugar ao garantir a implementação de ferramentas, tecnologia e políticas certas para eles, haverá melhores experiências para os clientes também”, afirma Annette Franz, fundadora e CEO da CX Journey Inc. ao relatório.

5. Corrida digital

Planejar os avanços digitais com prazos de mais de ano deixou de ser realidade. A hora de agir é agora e quem não o fizer ficará para trás. Soluções técnicas e inovadoras devem ser usadas por todas as equipes das empresas, que precisam aumentar os investimentos em tecnologia.

De acordo com a Zendesk, as organizações mais adiantadas no quesito jornada de experiência do cliente têm sete vezes mais probabilidade de aumentar significativamente seus investimentos em experiência no próximo ano, em comparação com seus pares no estágio inicial. Ao fazer isso, elas têm seis vezes mais chances de exceder suas metas de retenção de clientes.


O que é necessário para construir uma jornada de experiência eficaz

Times multidisciplinares podem ajudar a entender dores do consumidor e a construir soluções com foco no cliente.

A pandemia do novo coronavírus transformou o papel e a importância das experiências digitais na vida dos clientes. Hoje, mais do que nunca, o consumidor espera ter à sua disposição ferramentas intuitivas e fáceis de usar para realizar suas compras, e as marcas que já são capazes de oferecer essa conveniência saem à frente na disputa pela clientela. Mas como tornar essa jornada de experiência mais fluida e se destacar nesse segmento?

Pilares básicos para construir uma boa jornada

Construir fluidez na jornada de consumo só é possível com uma mentalidade de inovação contínua e entrega rápida. Antes de tudo, as marcas precisam ter claro que proporcionar uma visão integrada e em tempo real de todos os momentos de interação entre consumidor e empresa é fundamental para melhorar a experiência do usuário na ponta.

“Tendo acesso a essas informações, as empresas conseguem endereçar as principais dores que seu público encontra nessa jornada, resultando em uma maior satisfação e engajamento do cliente com seus canais digitais e, consequentemente, melhorando sua eficiência operacional”, diz Hilton Ramos, Business Director da CI&T.

Segundo Ramos, para proporcionar uma experiência fluida para o usuário, é preciso ainda que as empresas tenham agilidade para entregar uma experiência digital de impacto. Isso pode ser feito por meio da construção de times multidisciplinares e autônomos, também conhecidos como squads. “Isso permitirá a criação de valor, com um ambiente aberto ao compartilhamento no processo de ideação. ”

Hilton explica que a cocriação serve para apoiar a sustentação das ideias. “Com informação dos clientes, a partir de dados precisos e suas dores, inicia-se o processo de validar ideias e hipóteses de forma constante, com total abertura para erros, acertos e aprendizados rápidos. Com isso, diferentes soluções que apareceram são testadas por meio de ciclos curtos de entrega. ”

Importância dos líderes

Ramos destaca ainda que a alta liderança precisa estar presente nos momentos de reforçar os direcionadores estratégicos e garantir a autonomia das squads, sendo tolerante às falhas e focando nos aprendizados que levam a melhoria contínua.

Foi o que aconteceu com a ConectCar. A empresa de meio de pagamento automático de mobilidade trabalhou para reformular toda a jornada de experiência de seu consumidor dentro do aplicativo. Foram revisitados todos os momentos de interação entre cliente e marca via app, e, a partir disso, foram aperfeiçoados os principais pontos de ganhos para o usuário dentro da sua jornada de mobilidade.

“Revisitamos a jornada do cliente – desde o processo inicial de cadastro até o momento de uso do produto. Identificamos oportunidades de melhoria que contemplaram upgrades sistêmicos, simplificação de jornada e implementação de uma interface mais amigável, intuitiva e explicativa”, conta o CIO e CPO da ConectCar, Eduardo Vasconcelos.

No processo, 12 squads passaram a trabalhar simultaneamente em melhorias contínuas para os clientes, como o lançamento de novas funcionalidades e benefícios. Baseadas na transparência e na simplicidade, as mudanças geraram mais autonomia e economia de tempo para o consumidor, como redução de 62% de chamadas na central de atendimento; redução de mais de 100% no CAC (custo de aquisição de cliente); e aumento de mais de 200% na taxa de ativação do serviço de pagamento digital de pedágios e estacionamentos.

Para Ramos, os benefícios de se investir em melhorias na jornada do consumidor são imediatos. “A partir do momento que se promove uma experiência de impacto para o cliente, será ele o principal norteador das estratégias da companhia. Tendo a capacidade de transformar de forma profunda e sustentável o negócio, o cliente passa a estar no centro das decisões, trazendo resultados de impacto para ambas as partes”, diz. “Agir a partir da voz do cliente é crucial. Precisamos sentir sua ‘dor’, acompanhar e entender suas necessidades para alcançar um processo evolutivo contínuo na entrega de uma experiência impecável”, complementa Vasconcelos.