Por que Magalu se espelha nos chineses

Para a varejista brasileira que quer digitalizar o País, Alibaba e Tencent são mais importantes que Amazon e Ebay.

Quando Frederico Trajano, presidente da varejista Magazine Luiza, comprou o AiQFome, a maior plataforma de entrega de comida do interior do país, não estava só de olho no mercado disputado por iFood e Rappi. No horizonte, estavam Jack Ma e Pony Ma, os bilionários que revolucionaram a cena digital chinesa com Alibaba e Tencent.

Na China, as duas gigantes duelam pelo negócio de entregas a domicílio a partir da Ele.me – adquirida pelo Alibaba em 2018, por US$ 9,8 bilhões -, e da Meituan, firma listada na bolsa de Hong Kong que levantou US$ 10 bilhões recentemente numa operação que aumentou a participação da Tencent para quase 20%.2 de 2

A entrega de comida ainda é um negócio custoso, mas Jack Ma e Pony Ma entenderam muito antes dos demais que o nome do jogo digital é trazer tráfego, o que se traduz em mais compras. Essa é a lógica por trás do sucesso dos superaplicativos chineses como o WeChat – estratégia que vem sendo adaptada pela Magazine Luiza.

Não à toa, a inspiração chinesa é cada vez mais citada por Frederico Trajano, num contraste com Amazon e eBay – há seis anos, quando estava construindo o marketplace (o shopping center virtual) da Magalu, era mais comum que Trajano citasse as companhias fundadas por Jeff Bezos e Pierre Omidyar.

Em entrevista ao Pipeline, Trajano explicou porque prefere a visão dos chineses, que dá abrangência aos supperapps, em vez da tendência “category killer” dos americanos, concentrando a atuação em áreas nas quais tenham vantagens competitivas quase insuperáveis.

“Os chineses ajudaram tanto os consumidores quanto os empreendedores a se digitalizar. Jack Ma está mais preocupado com os sellers [varejistas que operam no marketplace] do que Bezos, o que bate mais com o que penso. Quero digitalizar o Brasil, e não o mundo”, diz Trajano.

A força dos sellers para a Magalu pode ser vista nos resultados. Desde 2018, a companhia olha para o GMV – valor total de vendas, incluindo o marketplace -, e não só para a receita líquida. No ano passado, foram R$ 43,5 bilhões. O e-commerce já representa 65,6% das vendas totais.

As incursões em conteúdo, com a compra de Canaltech, Jovem Nerd e Steal the Look, fortalece o negócio de venda de publicidade on-line para os sellers. “A Amazon fatura mais de US$ 10 bi com ads [anúncios]. O Alibaba não cobra take rate [comissão] e toda a receita é em ads”, compara Trajano.

A estratégia da Magalu, que fez 17 aquisições desde o início do ano passado – ingressando não só em delivery de comida, mas reforçando a logística e a oferta de serviços aos sellers, -, também está mais próxima dos chineses por características históricas do varejo no Brasil.

O brasileiro de renda mais baixa, historicamente, precisa de crédito do varejo para consumir. “Renner, C&A, Pernambucanas e Magalu sempre tiveram uma operação financeira”, diz Trajano. Na Magalu, a Luizacred é uma joint venture com o Itaú, de 20 anos.

A particularidade brasileira torna mais natural o investimento de varejistas em serviços financeiros – no mundo digital, ninguém fez isso melhor do que os chineses. “O AliPay, plataforma de pagamentos com carteira digital e crédito, foi uma ferramenta fundamental para o Alibaba. E até hoje isso não é relevante para a Amazon”, observa o consultor Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail.

Na Magalu, os serviços financeiros digitais devem crescer. No superapp, a conta digital desenvolvida pelo time de tecnologia da empresa já conta com três milhões de clientes.

A companhia também aguarda o aval do Banco Central para concluir a aquisição da Hub, que vai viabilizar a oferta direta de serviços como o Pix a consumidores e sellers – a fintech conta com mais de 4 milhões de contas ativas e processa mais de R$ 6,5 bilhões em pagamentos por ano.

“Existe uma bela oportunidade para caminhar em fintech”, diz o presidente da Magazine Luiza.

Numa tentativa de se diferenciar da concorrência – uma miríade de companhias também almeja ser um superapp à moda chinesa -, Trajano argumenta que as estratégias levam muitos anos para se consolidar.

Em serviço de entrega de comida, por exemplo, o AiQFome vai primeiro desbravar as cidades fora das capitais – o número de municípios atendidos já é de 700 e deve chegar a 2 mil. “A Magalu demorou várias décadas para entrar na capital”, compara – as lojas físicas só chegaram a São Paulo em 2008.

“Me preocupa quando todo mundo começa a falar [de superapp]. Não pode ser voluntarismo para jogar para o investidor”, disse ele, que visitou a China em 2018 para desenhar o novo ciclo estratégico da Magalu.

Trajano reforça a aposta no longo prazo ao lembrar do modelo escolhido para a companhia. A multicanalidade, integrando os canais físico e digital, levou 15 anos para fazer a fama de varejista de sucesso – a Magalu lançou seu e-commerce em 2000. O modelo foi criado em casa, sem inspirações americanas ou chinesas.

“Os investidores foram por uma década e meia contra minha visão de multicanalidade e agora, como teve sucesso, todo mundo fala”, diz, citando que é o único player de e-commerce que deu lucro – a B2W, que vai entrar na era da multicanalidade com a união com a Lojas Americanas, teve prejuízo de R$ 203 milhões no ano passado. O Mercado Livre reportou prejuízo de US$ 707 mil.

Por muitos anos, a Magazine Luiza não foi a queridinha do mercado – as ações chegaram a valer pouquíssimos centavos até 2015, para só depois engatar uma impressionante disparada. A Magalu, que acaba de completar dez anos desde o IPO, vale R$ 130 bilhões. Em 2021, os papéis caíram quase 20% (muitos investidores realizaram lucro e outros migraram para ativos que podem ganhar com o pós-vacina)

 

 

Whatsapp Pay começa a ser implementado no Brasil

Nova função de pagamentos é liberada contribuindo para a aceleração do processo de digitalização e democratização do acesso aos meios de pagamento.

O WhatsApp anunciou que desde a última terça-feira (4), seus usuários podem transferir dinheiro entre si por meio do aplicativo sem o pagamento de taxas.

O serviço ainda não está disponível para todos e será habilitado de forma gradual pela empresa nas próximas semanas. É preciso atualizar os aplicativos na loja de apps, independentemente se o sistema operacional do smartphone é Android ou iPhone.

Por enquanto somente as transferências entre pessoas físicas estarão disponíveis. Os pagamentos para empresas ainda estão sob análise do Banco Central. De acordo com o WhatsApp, que pertence ao Facebook, a empresa continua trabalhando com a autoridade monetária para disponibilizar essa função.

Neste início de funcionamento, somente conseguirão usar o serviço os usuários que tenham cartões de débito com bandeiras Visa ou Mastercard, pré-pagos ou combos dos seguintes bancos ou instituições:

  • Banco do Brasil,
  • Banco Inter
  • Bradesco
  • Itaú
  • Mercado Pago
  • Next
  • Nubank
  • Sicredi
  • Woop Sicredi

Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Next e Mercado Pago informaram que seus clientes poderão efetuar transferências de dinheiro usando o aplicativo de troca de mensagens WhatsApp nas próximas semanas.

Limite de R$ 1 mil por transação

Cartões de crédito não estão habilitados. O WhatsApp estabeleceu limites de valores e número de transações. Um usuário poderá enviar até R$ 1 mil por transação e receber até 20 pagamentos por dia, com um limite de R$ 5 mil no mês. Os bancos parceiros da empresa poderão estabelecer um limite menor, se for o caso.

Para fazer transferências, é necessário ter um número de celular do Brasil. Só serão permitidas transações dentro do país e em real.

Zuckerberg diz que transações são seguras

Em um vídeo divulgado junto com o lançamento, o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que a função é segura e privada. Ele também ressaltou que será possível usar as mesmas informações de pagamento do WhatsApp no Facebook e no Instagram.

— O serviço de pagamentos já está sendo disponibilizado na última versão do WhatsApp.  Enquanto começamos, se você já configurou seu serviço no seu WhatsApp você pode enviar um pagamento para seus amigos ou familiares para desbloquear esse serviço para eles. Você só precisa adicionar um cartão de um banco participante e configurar tudo rapidinho — disse em vídeo gravado.

Pagamento vai aparecer na conversa

As pessoas que já estão com o serviço ativo poderão convidar outros usuários para fazer pagamentos também. Uma conta habilita o serviço em outra automaticamente ao enviar um valor. O pagamento aparecerá na conversa entre os dois.

De acordo com a empresa, os pagamentos funcionarão por meio do Facebook Pay, serviço de pagamentos do grupo, e são protegidos por “várias camadas de segurança”, como o PIN e a biometria em dispositivos compatíveis.

‘Token’ aumentará segurança

Em nota, a Visa ressaltou a segurança do processo e explicou que os pagamentos via WhatsApp serão protegidos por um identificador digital — o token.

“Tanto emissores quanto estabelecimentos comerciais reconhecem os muitos benefícios da tokenização para proteger os pagamentos, sendo o principal o fato de que as credenciais do cartão pessoal nunca são expostas durante o processo de compra, permanecendo completamente protegidas”.

Já a Cielo, que vai operar os pagamentos, ressaltou que a iniciativa é inédita e que será possível fazer transferências 24 horas por dia em todos os dias da semana, assim como o Pix.

“Todas as transações contam com a robusta estrutura de segurança da Cielo. O cartão também precisa ser validado pelos emissores participantes da iniciativa antes de o usuário do WhatsApp poder utilizar o serviço, o que torna as transações ainda mais protegidas” — disse a empresa em nota.

O que dizem os bancos e fintechs

No Bradesco, o serviço inicialmente estará disponível aos correntistas que possuem o cartão de débito Bradesco Visa e a versão do aplicativo com o serviço será liberada nas próximas semanas.

“O novo serviço no WhatsApp acelera o processo de digitalização e democratiza ainda mais o acesso aos meios de pagamento”, afirmou, em nota, o diretor do Bradesco Cartões, Marcos Valério Tescarolo.

Segundo o banco, as transferências pelo aplicativo são seguras, pois contam com o PIN criado no momento do pagamento, que funciona como se fosse uma senha.

O Itaú também vai liberar a nova funcionalidade aos clientes pelo cartão de débito, informou o banco, que já preparou uma campanha de orientação aos correntistas. O banco começará a enviar o convite nas próximas semanas para o uso do recurso.

“A parceria com o WhatsApp complementa nossas opções de pagamentos digitais, em um dos canais com maior frequência de uso dos nossos clientes, e fortalece nosso compromisso em inovar e entregar o que há de mais atual no mercado de meios de pagamento, com conveniência e segurança”, disse, em nota, Rubens Fogli, diretor do Itaú Unibanco.

Pela manhã do dia 4, em teleconferência para apresentação dos resultados do primeiro trimestre, o presidente do Itaú, Milton Maluhy, disse que o banco avalia todas as alternativas para trazer a melhor experiência aos clientes.

– Somos pró-competição e queremos avaliar todas as alternativas – afirmou Maluhy.

No Mercado Pago, para utilizar a nova função, os 4 milhões de usuários devem vincular o cartão Mercado Pago Visa ao WhatsApp.

“Estar entre as primeiras fintechs que fazem parte do projeto de pagamentos no WhatsApp reforça mais uma vez o compromisso do Mercado Pago de levar inclusão financeira para milhões de brasileiros”, disse Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago.

O Banco do Brasil também vai oferecer a ferramenta de transferências via WhatsApp a seus clientes. A função será disponibilizada gradualmente nas próximas semanas em todo o país.

O serviço estará inicialmente disponível para clientes com cartões Ourocard Visa múltiplos que possuam a função débito ativa.

“Pela aceitação do brasileiro por esse canal de comunicação, não temos dúvida de que, muito rapidamente, o WhatsApp vai assumir um forte protagonismo como meio de pagamento”, afirmou em nota Edson Costa, diretor de meios de pagamento e serviços do Banco do Brasil.

No Next, o serviço será disponibilizado gradualmente nas próximas semanas. Segundo a fintech, quando a função de pagamentos estiver habilitada para aquele cliente, ele só precisa cadastrar o cartão de débito next no aplicativo do WhatsApp na área de “Pagamentos”. Para garantir a segurança, as transações são confirmadas pelos clientes por PIN ou biometria no celular.

Varejo amplia adesão ao Pix e pagamentos para empresas crescem 340%

Os pagamentos com Pix de pessoas físicas para empresas demoraram para decolar. Quando o sistema foi lançado, em novembro passado, o varejo estava no meio da Black Friday, o período mais importante de vendas do setor. Por isso, poucas empresas quiseram adaptar seus sistemas – era mais importante vender e manter o app no ar do que oferecer um meio novo e desconhecido de pagamento.

Aos poucos, é verdade, esse cenário começa a mudar. Números do Banco Central mostram que o total de transações de pessoas físicas para empresas cresceu 340% de dezembro para abril – passando de 7,958 milhões para 35,048 milhões de operações. O valor transacionado subiu 242% no mesmo período, evoluindo de R$ 6,284 bilhões para R$ 21,512 bilhões.

A adesão de grandes varejistas ao Pix é um indicador dessa transformação. Redes como o GPA, dono do Pão de Açúcar, começaram a usar o Pix pelas lojas físicas. Mas a expectativa é que o novo sistema deslanche mesmo por meio do e-commerce.

A primeira a oferecer o Pix em seus canais digitais foi a B2W, controladora da Americanas.com, em dezembro. Em abril, foi a vez do Mercado Livre aderir. Na Via (nome nome da Via Varejo), o sistema entra no ar em maio. No Magalu, o Pix está disponível para usuários da carteira digital e será incorporada em breve ao app da varejista. Nos sites do Pão de Açúcar e Clube Extra, do GPA, a função será oferecida daqui a alguns meses.

Nas lojas físicas da Americanas, o Pix ainda vai ser colocado no ar. “A empresa realiza testes e adequações para que em breve os clientes possam pagar com Pix nas mais de 1.700 unidades da Americanas em todo o país. ”

Será o fim do boleto? A expectativa do e-commerce é substituir o boleto pelo Pix. “Acreditamos que o Pix poderá substituir o boleto como meio de pagamento. O Pix traz mais agilidade e a melhor experiência de compra para aqueles clientes que pagam suas compras à vista. Aqueles que usarem o Pix também poderão ter acesso a campanhas especiais, incluindo cashback”, diz Robson Dantas, diretor de fintech do Magalu.

O Mercado Livre diz que registrou “um crescimento progressivo na adesão do Pix no e-commerce, com avanço de 20% no volume de vendas a cada semana e uma conversão de vendas superior ao do boleto”.

O que o cliente ganha pagando com o Pix? O Pix funciona, por enquanto, como uma venda à vista no débito. Por isso, ele é uma alternativa de pagamento on-line para clientes que não têm cartão de crédito. Hoje, a maioria dos sites e apps aceita apenas pagamentos com cartão de crédito e boleto – o débito praticamente não existe.

Para clientes que fazem compras on-line no fim de semana, a confirmação do pagamento com Pix acontece na mesma hora, o que pode significar redução no prazo de entrega. Com boleto, a confirmação é mais demorada. Por outro lado, o consumidor precisa ter o dinheiro na conta, já que o pagamento é instantâneo: comprou, saiu do banco.

O que o varejista ganha com o Pix? O pagamento com boleto é um transtorno para o e-commerce. É comum que os clientes “comprem” com boleto, mas desistam da compra e não paguem a conta. O varejista só fica sabendo depois de esperar dias pelo pagamento. Isso representa um custo operacional.

“O boleto sempre foi um desafio – além do tempo de processamento e de compensação, que pode levar dias, muitos pedidos acabam não sendo pagos e seguram o nosso estoque – milhões de reais que ficam parados todos os dias”, afirma Dantas, do Magalu.

Com o Pix, a confirmação de pagamento é imediata, eliminando a incerteza do boleto. Com isso, o varejista consegue ser mais eficiente na entrega, reduzindo prazos e melhorando seu índice de satisfação entre a clientela.

“Umas das principais vantagens do Pix para a empresa, assim como para o consumidor, é a rapidez da operação. A empresa recebe o pagamento em segundos, facilitando o controle de caixa e tendo acesso em tempo real às informações de vendas”, diz Frederico Alonso, diretor de tesouraria do GPA.

 

O saque no comércio vai ampliar uso do Pix…

O CEO da Matera, Carlos Netto, disse compara a adesão do Pix no varejo com um carro em movimento. “No e-commerce, o carro já está andando. No varejo físico, vai engatar a segunda marcha agora”, afirma ele que acompanhou de perto a evolução do novo sistema.

Segundo Netto, o Pix é muito mais vantajoso para o e-commerce do que para a loja física, onde compete com o cartão de débito. “Para o e-commerce, é só vantagem: é mais barato, não tem a fraude que tem no cartão, amplia a base de compradores, já que pessoas sem conta em banco conseguem pagar com Pix. ”

Ele diz que o varejo físico vai receber incentivos para aderir ao Pix. “Primeiro, há uma oferta grande de soluções para ela, seja da empresa de maquininha, da fintech que cuida da caixa registradora ou do seu banco. ”

Outro impulsionador vai ser a agenda do Banco Central de expansão do Pix, que prevê a implantação do saque no comércio com o novo sistema. “Imagina que o cara da loja vai poder escoar o dinheiro do caixa, economizando tempo de ir ao banco ou de pagar transportadora de valor, gasto com segurança. E vai atrair cliente para seu negócio”, diz Netto.

Para ele, outras funções do Pix, como pagamento por aproximação sem internet, vão dar o empurrão que falta para aceitação da tecnologia. “O cara que não tem um plano de dados, que não tem conta em banco, vai poder pagar com Pix. Ele só precisará de uma conta em carteira digital. ”

… Participação ainda é pequena hoje

Apesar do aumento do número de pagamentos com Pix encher os olhos à primeira vista, o fato é que ele ainda representa muito pouco do total de operações realizadas com o novo sistema.

“Por enquanto, com pouco mais de seis meses de operação, o Pix ainda tem pouco representatividade no universo de formas de pagamento nas lojas. Mas existe um grande potencial de crescimento nesta modalidade de pagamento. Acreditamos que haverá um aumento da participação e uma grande possibilidade de o Pix substituir boa parte dos pagamentos que hoje são realizados com dinheiro e cartão de débito, afirma Alonso, do GPA.

Em março, por exemplo, foram realizadas 328,269 milhões de transações com Pix, a maioria delas entre pessoas físicas (253,271 milhões, ou seja, 77% do total).

Em valores, a participação é ainda menor. Dos R$ 237,4 bilhões movimentados via Pix, apenas R$ 21,512 milhões (9,06%) foram em transações P2B (pessoas para empresas). O grosso ainda é entre pessoas: R$ 101,849 bilhões, seguido por entre empresas, R$ 85,728 bilhões.

Muito além do varejo: como os analistas avaliam a nova Via (VVAR3)

Uma das principais caras do e-commerce na Bolsa deixou o varejo para trás para alçar voos maiores: a partir da última segunda-feira (26), a Via Varejo se tornou apenas ‘Via’ (VVAR3). A companhia anunciou que pretende seguir uma estratégia mais ampla e se tornar a principal via de compras dos brasileiros, como o próprio nome sugere.

“Os resultados da companhia, apresentados ao mercado em março, mostram que a Via não é mais uma empresa de varejo. Que já está indo além”, afirmou a companhia, em comunicado. “No último ano, a empresa se reinventou, rompeu e unificou as barreiras físicas e digitais das lojas, sites e aplicativos, também se associou a startups que deram ainda mais velocidade ao sistema logístico e tecnológico, rejuvenesceu a marca Casas Bahia e mudou toda a plataforma de marketplace.”

Na sexta-feira (23), outra marca que pertence à Via também anunciou mudanças no posicionamento. A septuagenária Pontofrio virou ‘Ponto’. “Demos um grande salto. A marca ficou mais jovem, moderna e inovadora. E também trouxe mais protagonismo a uma personalidade descontraída, divertida, bem-humorada e focada no digital”, afirma Ilca Sierra, diretora de marketing e marca da Via Varejo.

A alteração de rota da companhia veio atrelado ao anúncio de metas para 2025. A primeira delas é aumentar em duas vezes a base de clientes, de 22 milhões para 44 milhões, além de conseguir uma fatia de 20% do mercado de e-commerce brasileiro.

Preços atrativos, metas agressivas

A reestruturação já era trabalhada há algum tempo e está no preço dos papéis, que chegaram a subir após o anúncio das novidades, mas cederam ao longo da sessão da segunda-feira (26). As ações terminaram o dia em baixa de 2,06%, cotadas a R$ 12,85.

“Esse é um movimento interno que vem desde meados de 2019. Percebemos que a principal bandeira era de focar no digital, uma vez que existia um espaço muito grande refletido no valor de mercado entre a então Via Varejo e sua principal concorrente, Magazine Luiza (MGLU3)”, afirma Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.

A pandemia acelerou esse processo, que teve que direcionar ainda mais esforços para o digital. “A Via Varejo teve que se reinventar. Aliás, o mercado foi se reinventando e agora veio a nova marca. Mas é algo que o mercado já esperava e vinha acompanhando”, afirma Carvalo. “A questão de ir muito além do varejo é poder entrar em outros segmentos, de tecnologia e pagamentos, por exemplo.”

Essa diversificação de segmentos ficou clara no último domingo (25). Em comunicado, a Via anunciou a compra da Celer, empresa de pagamentos, que oferece o serviço de Bank-as-a-Service (BaaS). Por meio dessa tecnologia, é possível que fintechs disponibilizem contas digitais completas aos clientes.

“Precisamos acompanhar de perto essas projeções futuras para 2025”, diz Carvalho. “A nossa visão para a Via é que ela está muito barata, atrativa e mantemos nosso preço-alvo de R$ 29, com recomendação de compra. Entendemos que a transformação da Via aconteceu de forma muito importante.”

O preço-alvo de R$ 29 representa um potencial de valorização de 125% em relação ao preço do fechamento de segunda-feira (26). É importante lembrar que a empresa já acumula um salto de 100% nos últimos 12 meses. Para a Ágora Investimentos, entretanto, as novas metas apresentadas pela Via são bastante agressivas.

“Ele pressupõe um mercado de comércio eletrônico de R$ 500 bilhões em 2025, enquanto nossa previsão está próxima de R$ 350 bilhões. A Via tem como meta R$ 100 bilhões de Gross Merchandise Volume (GMV) de vendas de comércio eletrônico até 2025, contra a nossa estimativa de R$ 40 bilhõe”, afirmam Richard Cathcart e Flavia Meireles, em relatório.

Na visão dos analistas da Ágora, as melhores apostas do setor estão em nichos menores, como a Enjoei (ENJU3) e a Mobly (MBLY3). “Achamos que a orientação é negativa para os outros grandes nomes do comércio eletrônico, Mercadolibre, Magalu e B2W”, dizem Cathcart e Meireles. “Se a Via quiser atingir sua meta de GMV, acreditamos que a concorrência ficará muito mais agressiva.”

A jornada da transformação digital financeira e o comércio

O  sistema financeiro brasileiro passou por uma grande evolução no final de 2020 com a implementação do Pix pelo Banco Central (BC). Cada vez mais utilizado pela população, ele é cada vez mais importante como meio de pagamento.

A maior segurança dos usuários quanto aos pagamentos eletrônicos e as novas funcionalidades propostas ainda para 2021 imprimem tendência favorável na cultura de utilização do Pix. O open banking, ou sistema bancário aberto, expandirá ainda mais as fronteiras da tecnologia financeira, na jornada da transformação digital.

Na agenda de aprimoramento do Pix em 2021 está a possibilidade de saques em moeda, em que os estabelecimentos do varejo poderão oferecer o serviço de saques de valores aos consumidores. Espera-se com isso não só uma gestão mais eficiente de numerário, mas também a enorme ampliação dos pontos de saques pelo país, uma vez que o comércio, vale ressaltar, é um dos ramos da atividade econômica de maior capilaridade no território nacional. Além disso, a nova funcionalidade ampliará a inclusão financeira no Brasil.

Mas a grande vantagem da modalidade saque Pix ao varejo é a capacidade de atração de novos clientes aos pontos de venda. Para as lojas de micro e pequeno porte, os estabelecimentos de bairro, o saque Pix traz uma boa oportunidade ao negócio.

A pandemia provocou a restrição da mobilidade, e as pessoas passaram a demandar mais moeda em papel. Esse fenômeno curioso ocorre em todo mundo, como apontado pelos bancos centrais. O medo da crise sanitária fez crescer a busca por moeda, seja para pagamentos das transações de troca ou monetárias, seja para poupança ou guarda de valores.

Embora esse comportamento de certa forma contrarie o processo de modernização nos meios de pagamento, no Brasil ele segue evoluindo: o BC lançou a 1ª fase do open banking em 1º de fevereiro. A partir daí, as instituições financeiras participantes devem compartilhar os dados públicos da base de clientes, pontapé inicial do que podemos chamar de portabilidade bancária.

Na próxima etapa, os clientes passarão a escolher se desejam ou não que seus dados cadastrais e transacionais sejam compartilhados entre as instituições. Na 3ª fase será permitido o compartilhamento de serviços, como pagamentos e oferta de crédito, por exemplo. Tudo isso tem de estar de acordo com as diretrizes estabelecidas na LGPD.

open banking deve estar totalmente em funcionamento a partir de 15 de dezembro, quando se inicia a 4ª e última fase, dando às instituições financeiras acesso aos dados de demais serviços, como investimentos, seguros, dentre outros.

Todas essas importantes transformações estão conferindo agilidade nas operações bancárias e financeiras, eficiência nos serviços, e redução de custos. O consumidor é um dos maiores beneficiados com o aumento da concorrência entre os bancos, que culmina na redução dos preços dos serviços prestados. Além disso, com o perfil do indivíduo amplamente conhecido, será possível personalizar novos serviços específicos para cada necessidade.

As instituições financeiras também ganham, pois toda essa agenda culminará em menores custos de se relacionar com os clientes e na democratização no acesso à informação. Aumentará a possibilidade de entrada de novos empreendimentos no mercado, trazendo ganhos à economia como um todo.

Os objetivos do Banco Central com esses esforços são, além de seguir as tendências internacionais de sucesso, democratizar o sistema bancário, digitalizar informações e operações, aumentar a inclusão financeira, desburocratizar o acesso ao sistema financeiro, e, com isso, promover a desmonetização no país.

Entretanto, mesmo com todas as vantagens à sociedade, o open banking por exemplo só alcançará os objetivos se for realmente adotado pelos consumidores, ou seja, caso eles permitam o compartilhamento dos seus dados. Para que isso ocorra, as informações precisam ser claras e amplamente divulgadas, além do ambiente de compartilhamento de dados ser considerado seguro.

O BC tem se concentrado na disseminação das informações sobre o open banking ao lançar alguns manuais importantes: 1) manual de Interface de Programação de Aplicativos (APIs, sigla em inglês); 2) manual de serviços prestados pela estrutura responsável pela governança do open banking; 3) manual de escopo de dados e serviços; 4) manual de segurança e 5) manual de experiência do cliente.

Para aumentar o engajamento da população e comunicar a importância dessas novas ferramentas, o Banco Central poderia criar convênios e utilizar as estruturas das confederações nacionais, como a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e até mesmo o Sebrae.

As instituições possuem grande capilaridade em todos os estados do Brasil por meio de suas Federações. Assim como todo o Sistema S, com o Sesc, Senac, e Sesi e Senai, por exemplo, pode ajudar bastante a propagar informação e conhecimento sobre as novas tecnologias financeiras.

Com essas medidas, o BC pode ganhar credibilidade e ampliar suas chances de sucesso na jornada da transformação digital e inclusão financeira. Apesar de todos os esforços do banco em oferecer um sistema bancário moderno e transparente, é primordial transmitir confiança para que os consumidores se arrisquem nesse novo mundo financeiro, e, nesse aspecto, o Sistema S pode ser um valioso aliado.

*Carlos Thadeu de Freitas Gomes, é economista-chefe da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

5 meses de pix no e-commerce: lojas vendem mais e economizam até 80% em taxas

O Pix, novo meio de pagamento desenvolvido pelo Banco Central para permitir transações mais simples, rápidas e seguras, já começa a mostrar resultados positivos no e-commerce. Em três semanas desde o lançamento do Pix Transparente, ferramenta de pagamento do Mercado Pago disponível apenas nas lojas virtuais da Nuvemshop, mil lojistas já venderam R$ 1,5 milhão, com valor recebido na hora. A economia é de até 80% em taxas na comparação com as tarifas cobradas pela emissão de boleto e de cartão de crédito.

Um dos principais benefícios do pagamento via Pix é a confirmação imediata do pagamento que dispensa a necessidade do lojista reservar o produto no estoque durante os dias. Além disso, o proprietário recebe o valor da venda na hora, sem necessidade de aguardar de três a 30 dias para que o valor seja debitado na conta. Na outra ponta, com a agilidade do processo, o cliente também recebe o produto em menor tempo.

Para o lojista, o custo da transação também é menor: em uma venda de R$ 100, ele paga uma taxa de 0,99%, valor reduzido quando comparado a vendas com boleto e cartão.

De acordo com Luiz Figueira, diretor de Desenvolvimento de Plataforma e Ecossistema da Nuvemshop, essas vendas têm sido vistas como um incremento, sem afetar as vendas dos demais métodos. “Percebemos que o Pix está atraindo um novo público para o e-commerce, de pessoas que não estavam habituadas a comprar on-line e passaram a fazê-lo por conta da facilidade e da segurança”, afirma.

Para Daniel Davanço, head de Pagamentos On-line do Mercado Pago, a chegada do Pix como novo meio de pagamento nas lojas on-line contribui para a melhora da experiência de compra e venda no e-commerce e traz novas oportunidades de negócio: “A chegada do Pix tem um enorme potencial para incluir no comércio eletrônico pessoas que antes não compravam on-line. O Pix será uma importante ferramenta para auxiliar no avanço do setor, além de contribuir para a rentabilidade desses empreendedores”, afirma.

Crescimento do número de usuários e lojistas

Davanço ressalta ainda que o Pix no e-commerce vem ganhando força e hoje já se observa um crescimento de 20% no volume de vendas a cada semana entre as lojas que vendem com Mercado Pago.

Para que o Pix ganhe maior aderência, os especialistas apontam que há a necessidade de incentivar a aceitação do Pix, fomentando a educação financeira dos vendedores. A expectativa da Nuvemshop é de que mais de 50% dos lojistas adotem o PIX até o final de 2021.

Pix traz inúmeras vantagens aos lojistas

• Praticidade: todas as maquininhas, códigos QR e soluções para pagamentos on-line do mercado estão integrados ao Pix e oferecem uma forma prática para os clientes pagarem, usando qualquer aplicativo ou banco. Além disso, caso os consumidores já estejam habituados a entrar em contato com a loja por telefone, o empreendedor pode usar essa informação como forma de pagamento e receber pela venda antes mesmo da entrega do produto ou serviço.

• Agilidade: receber o dinheiro em segundos – mesmo em vendas feitas fora do horário bancário, nos finais de semana ou feriados – permite ao pequeno empreendedor comprar mais matéria-prima, pagar fornecedores e investir mais rápido no crescimento do seu negócio.

• Redução de custo: é uma alternativa mais barata que outros meios de pagamento, como cartões e boletos, além de muito mais prática do que dinheiro, que requer troco.

• Organização: todas as vendas ficam registradas e identificadas, assim, a gestão financeira do negócio fica muito mais simples.

Panorama Mercado&Consumo: o que esperar da economia nos próximos dias

Perspectivas positivas nos Estados Unidos e inflação preocupante no Brasil.

As perspectivas continuam positivas nos Estados Unidos diante do avanço da vacinação contra a Covid-19, mas a diminuição da velocidade do crescimento na China preocupa. No Brasil, a inflação também gera apreensões, embora a expectativa seja de que ela caia no segundo semestre. Esses e outros temas são tratados no “Panorama Mercado&Consumo” desta semana, produzido pelo time da Gouvêa Analytics, integrante da Gouvêa Ecosystem. Confira, a seguir, os principais pontos de atenção nos próximos dias na economia.

Cenário econômico internacional

Os Estados Unidos continuam com uma perspectiva muito positiva. Os números estão muito bons e ainda há muito incentivo para entrar na economia (US$ 1,9 trilhão de dólares). Ainda pode haver um novo pacote de infraestrutura. O que preocupa o Banco Central Americano (FED) ainda é o mercado de trabalho para pessoas de mais baixa renda, que sofreram demais na crise. Incentivos fiscais, monetários e vacina em ritmo acelerado devem garantir um ano excelente. O mercado tem, no entanto, um ponto de preocupação: a inflação.

Por outro lado, a diminuição da velocidade do crescimento na China também gera apreensão. Apesar do crescimento de 18,3% do trimestre em relação ao trimestre anterior, a variação positiva em relação ao último trimestre do ano passado foi de apenas 0,6%. O mercado de trabalho, principalmente para jovens, está muito fraco, e auxílios fiscais e monetários do governo são limitados por restrições macroeconômicas. O alívio veio com o crescimento forte das vendas do varejo (32%), que estavam muito deprimidas nos últimos meses. O país deve crescer bem neste ano – o que preocupa é a intensidade deste crescimento.

Cenário econômico no Brasil

O panorama mostra, ainda, que a resolução que o governo federal deu ao Orçamento foi “pegar o caminho mais fácil”. Alguns programas foram deixados fora do teto de gastos, como o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, o BEm, e o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o Pronampe. Ou seja: eles foram retirados e estão livres de limite.

Na análise da Gouvêa Analytics, o melhor caminho a ser seguido para a economia era manter o orçamento de calamidade por mais algum tempo, tendo como pano de fundo o recrudescimento da pandemia e a necessidade de mais recursos para salvar empresas e auxiliar a camada mais pobre da população. Para a unidade da Gouvêa Ecosystem, deixar alguns programas fora do controle do teto é perigoso e dá ao governo uma discricionariedade que não é desejável – mercado e companhias de administração de risco questionam e criticam a saída.

A inflação ainda preocupa, segundo o “Panorama Mercado&Consumo”, mas é inflação “importada”. O mundo já começou a crescer pós-pandemia e levantou os preços em dólar das commodities. Mas as incertezas políticas e no Orçamento, juntamente com os juros baixos, fizeram com que o dólar subisse demais aqui. Assim, os preços das commodities, principalmente petróleo, soja e milho, subiram excessivamente em real. A expectativa da Gouvêa Analytics é chegar a algo entre 7% e 7,5% no IPCA em doze meses em junho. O índice deve arrefecer no segundo semestre e fechar próximo a 5%. Essa alta já motivou o início de um ciclo de alta de juros que deve fechar o ano entre 5% e 5,5%.

Por outro lado, o IBC-BR, índice do Banco Central que é um indicador de antecedente do PIB, subiu fortemente em fevereiro em relação a janeiro (1,7%). Isso praticamente garantiu que o Brasil não terá queda na economia no primeiro trimestre e afastou a possibilidade de recessão técnica em 2021 (dois trimestres seguidos de queda do PIB). O mês de março deve mostrar uma queda na margem, mas não deve levar o trimestre para negativo, pois, para isso, seria necessária uma queda de mais de 8%, dessazonalizado. O País deve registrar um arrefecimento do crescimento por conta das novas restrições da pandemia.

O câmbio continua muito dependente do ambiente político-econômico interno, aponta o panorama quinzenal. As condições macroeconômicas, com subida de juros do Banco Central, apontam para valorização, mas o ambiente interno tenso não permite essa folga. A tendência é que ele não mude muito no curto prazo.

Gouvêa Analytics é a unidade de mapeamento de tendências econômicas da Gouvêa Ecosystem.

 

Magazine Luiza lança cartão de crédito digital sem anuidade e com cashback

O Magazine Luiza lançou na última segunda-feira (19), por meio da Luizacred, seu cartão de crédito digital. Integrado ao aplicativo da companhia, o Cartão Magalu é sem anuidade e conta com cashback na conta digital MagaluPay.

Os clientes receberão de volta 2% do valor de suas compras em todos os canais de venda do Magazine Luiza. Para o lançamento, o varejista está oferecendo cashback em dobro – ou seja, 4% do valor das compras – por um ano aos consumidores que solicitarem o cartão até 31 de maio.

O dinheiro devolvido será creditado na conta digital, que possui atualmente cerca de 3 milhões de contas abertas.

Robson Dantas, diretor de fintech do Magazine Luiza, afirmou ao Money Times que o cartão deve aumentar o volume de transações do MagaluPay. “O Cartão Magalu será a ligação do mundo físico com o digital do superaplicativo. Ele fará a ponte com o MagaluPay”, afirma. “A existência do cartão vai aumentar o uso de nosso aplicativo e fidelizar, ainda mais, o cliente”, disse, segundo a publicação.

O cartão está habilitado para pagamentos e transferências, inclusive via Pix. Com bandeira Visa e benefícios de um cartão Platinum, o Cartão Magalu também conta com tecnologia de pagamento por aproximação.

Empresa ajuda startups a se consolidarem no mercado

Chamada de fábrica de startups, negócio ajuda empreendedores da área de tecnologia com conhecimento e investimento financeiro.

No setor de tecnologia é comum a presença de investidores que colocam dinheiro em startups com o objetivo de lucrar quando a empresa fizer sucesso no mercado. Agora, tem um tipo de investidor um pouco diferente: a fábrica de startups.

Renata Costa e dois sócios são donos de uma startup do setor de varejo. Eles desenvolveram uma tecnologia que usa o escaneamento de códigos de barra de produtos para fazer o pagamento móvel.

Em 2020, a empresa viu que precisava de capital para crescer. Recebeu ajuda de quase 50 investidores. Um deles, uma venture builder, uma fábrica de startups.

As ventures builders são criadas por empresários de sucesso, que colocam à disposição da startup conhecimento, tecnologia e sua rede de contatos, além do tão sonhado investimento. Muito mais do que dar recurso, elas ajudam a construir o negócio junto com os empreendedores.

“A venture builder pega empresas em estágios diferentes, não precisa ser um estágio evoluído, pode ser um estágio bem no começo, e ajuda a transformar essa ideia num negócio perene e lucrativo”, explica Roberto Pina, fundador de uma venture builder.

Roberto, depois que saiu do mercado financeiro, decidiu ajudar outras empresas a crescer com a fábrica de startups.

Há cinco meses, a startup da Renata passa por um método criado pelo Roberto, com as seguintes etapas:
  1. Entender se tem um “fit”, um encaixe entre as empresas;
  2. Bussines view (visão de negócios);
  3. Planejamento estratégico;
  4. Aprofundamento em dados;
  5. Finanças;
  6. Crescimento da empresa;
  7. Governança.

“Tem também a preparação DA empresa para o empreendedor estar sempre apto a falar com o investidor”, explica Roberto.

Renata está na fase três, de planejamento estratégico, e já sentiu mudanças. Ela tem a tecnologia em cerca de 30 lojas espalhadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do país e espera crescer 10% este ano.

O objetivo final da venture builder é deixar a startup pronta para faturar, e aí ganhar um percentual disso. Roberto ajuda, atualmente, 20 startups e está selecionando outras.

Mercado Pago agora oferece Pix com taxa zero para pequenos negócios

Para o Mercado Pago, isenção de taxa no Pix vale para autônomos, MEI e lojistas que não fazem parte de redes ou grande varejo.

O Mercado Pago anunciou na última segunda-feira (12) a isenção da taxa cobrada a pequenos negócios, quando a venda é concretizada com pagamento via Pix. A novidade vale tanto para lojistas em estabelecimentos que recebem de seus clientes por QR code em um placa, como para as maquininhas de cartão tradicionais da empresa e que são chamadas de Point.