Mercado Pago anuncia estratégia para 2021 com novos serviços na conta digital

A plataforma de tecnologia para pagamentos e serviços financeiros Mercado Pago anunciou na última quinta-feira (28), lançamentos em diferentes linhas de negócios como parte de sua estratégia para 2021, que busca o contínuo fomento do empreendedorismo e da democratização do acesso ao comércio e ao dinheiro.

O braço financeiro que integra o ecossistema do Mercado Livre encerrou 2020 com 10 milhões de vendedores ativos, de pequenos negócios a grandes redes. Até o terceiro trimestre do ano passado, foram contabilizados mais de 20 milhões de usuários ativos no aplicativo da fintech. A pandemia também foi responsável por um outro movimento na plataforma: mais de 7 milhões de brasileiros experimentaram, pela primeira vez, uma conta digital.

“Ao longo do ano, a conta Mercado Pago facilitou o acesso da população ao auxílio emergencial e ao saque emergencial do FGTS, além de se consolidar na adoção do PIX. Em um esforço de melhoria contínua, aprimoramos muito a usabilidade dos nossos produtos, o que permitiu um enorme crescimento não só de usuários novos, como também no engajamento de todos os clientes com a plataforma”, disse Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago.

O executivo revelou estar confiante na performance da companhia ao longo de 2021, motivado, entre outros fatores, pelo open banking. “Estamos participando da interlocução para que o sistema seja amplamente implementado em toda a sua potencialidade. Eliminar as barreiras das transações bancárias será transformador”, disse.

Outro pilar da estratégia da companhia está relacionado ao novo sistema de pagamentos instantâneos. Oliveira revelou que a rede de fast food Burger King e a varejista C&A são as primeiras parceiras do Mercado Pago para integração do PIX. No caso da primeira, cuja parceria vem desde 2019 e contempla 656 lojas e 183 franqueados, o novo modelo de pagamento vai valer, ainda no primeiro trimestre, nas lojas do BK e do Popeyes. “As grandes varejistas começam a avançar no uso do PIX e já enxergam valor em um modelo de pagamento ainda mais acessível para a população e que gera benefícios para negócios de todos os tamanhos”, diz o executivo.

Outra novidade é que, a partir de agora, usuários do Cartão Mercado Pago Visa têm a opção de pagamento por aproximação em todas as 41 estações do metrô e nas linhas de ônibus do Metrô na Superfície da concessionária Metrô Rio, nos trens e nas barcas (estações Araribóia e Praça XV) da cidade do Rio de Janeiro. Atualmente, o dispositivo também é aceito em 200 linhas de ônibus da cidade de São Paulo que foram adaptadas com a tecnologia NFC.

De acordo com Oliveira, este é só o começo. A empresa acompanha, de perto, a entrada em vigor da norma sobre recebíveis, prevista para 17 de fevereiro, e a evolução do WhatsApp Pay, e garante estar aberta para qualquer integração capaz de aumentar as opções para o ecossistema da plataforma. “Estamos prevendo mais investimentos, mais crédito, novas soluções seguras de processamento de pagamentos on-line, novos produtos para empreendedores e novidades em contas digitais. Estamos trabalhando para empoderar a população brasileira e tudo isso está no nosso radar. ”

 

Tudo caminha para WhatsApp Pay vir integrado ao Pix, diz Cielo

O WhatsApp Pay deve receber autorização para funcionar no Brasil no primeiro semestre deste ano. A expectativa é do presidente da Cielo, Paulo Caffarelli.

“Está muito próximo da autorização. Isso deve acontecer no primeiro semestre ainda. Não falo em primeiro trimestre, mas no primeiro semestre. Todos os requisitos solicitados pelo Banco Central às bandeiras foram prestados”, afirmou ele.

Entre as exigências do BC estava a de que o WhatsApp Pay se credenciasse como iniciador de pagamentos. “Respeito essa condição, porque é importante rastrear o fluxo de pagamento. Até porque a expectativa é que tenha uma participação expressiva [nos pagamentos]”, afirmou o presidente da Cielo.

Segundo ele, o novo meio de pagamento deve vir integrado ao Pix. “Tudo caminha para isso.”

Aculturamento

E por que o Pix ainda não pegou como meio de pagamento? Caffarelli disse que isso é uma questão de cultura e que leva tempo mesmo. Ele citou como exemplo os pagamentos com NFC (por aproximação), que ganharam escala durante a pandemia.

Influência do PIX no varejo e no e-commerce; entenda

A população do Brasil está se tornando cada vez mais centrada no celular, dentro do conceito mobile first.No varejo, gradativamente ganhará espaço para o e-commerce no futuro.

Os usuários esperam cada vez mais um processo de checkout simples com uma experiência sem atrito.

O mercado de mobile banking cresceu quase 20% em 2019. Em 2020, com a pandemia e chegada de inovações como os pagamentos instantâneos, estima-se que esse número seja muito maior.

Além disso, com a chegada do Pix, o celular consegue trazer para dentro do sistema uma parte da população que antes não tinha acesso a serviços bancários, por exemplo, pequenos comerciantes, diaristas e uma legião de trabalhadores da gig economy que agora podem receber o pagamento por seus produtos e serviços sem a necessidade de trabalhar com dinheiro ou de pagar taxas altas para adquirentes e demais intermediadores de meio de pagamento on-line.

Do lado do pagador, o Pix tem o mesmo efeito de aumento da rapidez, segurança e praticidade no momento do pagamento: o cliente não precisa mais carregar dinheiro em espécie ou mesmo seu cartão de débito, é necessário apenas desbloquear o celular e fazer o pagamento em segundos.

O Pix facilita o checkout tanto no mundo físico quanto no virtual.

Em ambos consegue dar maior velocidade ao processo, fidelizando os clientes e trazendo obviamente uma melhor experiência.

Do lado do lojista, também conseguimos enxergar inúmeras vantagens, como a possível diminuição nas filas no mundo físico e a redução do número de abandono de carrinhos no mundo virtual, já que o cliente acaba tendo uma facilidade muito maior para completar a compra em relação a outros tipos de meios de pagamento.

Além disso, o recebimento instantâneo do valor da compra pelo lojista pode melhorar significativamente seu fluxo de caixa; sem contar a diminuição drástica das taxas, já que é possível prever a substituição das maquininhas e as altas taxas dos adquirentes, por esse meio de pagamento rápido, prático e padronizado.

Por Gustavo Siuves, Diretor de Novos Negócios no Acesso Bank 

 

Bancos digitais querem competir com varejistas e até com apps de entrega

Vai longe o tempo em que a competição no setor financeiro se limitava a uma disputa entre bancos e fintechs. Agora, envolve também varejistas, aplicativos de entrega, operadoras de telefonia e qualquer outro segmento que tenha uma base expressiva de clientes para a qual se possa oferecer produtos financeiros. Como resposta, as instituições financeiras também se mexem e procuram ir além do mundo das finanças, turbinando seus aplicativos e lançando marketplaces (espaço virtual em que vários lojistas se reúnem para vender seus produtos) – tudo para conquistar aquilo que se tornou o bem mais precioso nesse mercado cada vez mais diverso: o tempo do cliente.

O movimento mais recente foi o anúncio da parceria entre o BTG Pactual e a Mosaico, empresa dona do Zoom e do Buscapé, que, entre outros projetos, vai desenvolver um marketplace. Outros bancos digitais, contudo, já estão nessa há mais tempo, como o Inter, que desde o ano passado oferece no aplicativo o que eles preferem chamar de shopping, onde as pessoas podem comprar produtos diversos de 272 lojas.

“Há dois ou três anos, ser um banco digital era algo revolucionário. Hoje já está velho. Queremos ser um aplicativo que também oferece serviços não financeiros, um superaplicativo, que passa pelo conceito do banco não como um fim, mas como um meio”, afirma o CEO do Inter, João Vitor Menin, que tem trabalhado para lançar no primeiro semestre de 2021 um serviço de telefonia e outro de delivery, tudo no mesmo APP.

Na disputa pelo tempo, contudo, as varejistas começaram antes. O Mercado Livre tem a conta digital Mercado Pago; o Magazine Luiza, o sistema de pagamentos MagaluPay; a Via Varejo tem o Banqi; e a B2W, a Ame Digital. Tudo isso para garantir que o consumidor não precise sair do aplicativo para encontrar soluções, além de conseguir ainda mais dados de hábito de compras destes clientes. Assim, fica mais fácil oferecer produtos. Além disso, é mais barato alcançar com publicidade os clientes que têm diversos pontos de contato com a empresa.

Os aplicativos de entrega também estão atentos. O Rappi criou o RappiBank, e o iFood lançou uma conta digital gratuita para donos de restaurantes. “Os aplicativos de entrega vão conseguir ter uma profundidade maior de análise dos clientes, conhecendo volume de pedidos, sazonalidades. Podem até oferecer uma taxa de juros menor baseada em recebimentos futuros. É um grau de profundidade que os bancos não têm”, afirma o consultor Bruno Diniz, líder na América Latina pela Financial Data and Technology Association (FDATA) e cofundador da consultoria especializada em inovação para o mercado financeiro Spiralem.

Para Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), com o advento do Pix e do open banking (sistema no qual as instituições financeiras podem compartilhar informações dos clientes), é possível que os superaplicativos das varejistas cheguem – de fato – a incomodar os grandes bancos. “Quando se olha para a China, os marketplaces engoliram serviços de pagamento e crédito. Daqui a cinco anos, se essas plataformas ficarem mais robustas, é possível que elas façam disrupção nessas áreas. Como os bancos podem lidar com isso? Reembaralhando o jogo”, diz.

A base atualizada e ativa de clientes e a presença de seus aplicativos nos celulares dos brasileiros são as principais armas dos bancos na tentativa de criar seus espaços de compras. Sabendo quanto o cliente gasta e quanto ele ganha, além de ter acesso a esse cliente por meio de notificação nos telefones, são vantagens importantes para traçar essa espécie de caminho inverso de acesso ao consumidor.

“Não sei se eles (os bancos) vão ter sucesso, mas eles têm muito insumo para ter sucesso”, afirma Gustavo Chapchap, líder do Comitê de E-Commerce da Associação Brasileira de Agentes Digitais e diretor da Jet/ZapCommerce. Ele explica que a origem desse movimento é antiga e vem dos sistemas de recuperação de pontos de cartões de crédito.

Para o C6 Bank, que lançou um marketplace em outubro do ano passado, o caminho dos bancos é mais fácil do que o das varejistas. “O varejo quer ser banco, mas precisa montar algo mais regulado. É mais complexo. Mas para o banco ser varejo é mais simples”, afirma Maxnaun Gutierrez, responsável pela área de produtos e pessoa física do banco.

Ele não vê, contudo, que haja uma concorrência com os varejistas. “Se eu vendo produtos das Casas Bahia no meu marketplace, e o cliente acha mais interessante comprar comigo, porque tem cashback, não faz diferença para a Casas Bahia, porque ela quer vender, não importa o canal. Ela até economiza em marketing”, explica.

 

Mercado Livre vai financiar entregadores para compra de veículos elétricos

O Mercado Livre, maior portal de comércio eletrônico da América Latina, vai começar a oferecer aos seus entregadores no Brasil financiamento para comprar veículos elétricos.

O plano vem a público após a companhia com sede na Argentina ter captado na semana passada 1,1 bilhão de dólares em bônus, sendo 400 milhões de dólares em notas atreladas a iniciativas de boas práticas socioambientais, reforçando a crescente demanda do mercado pelo assunto que tem se popularizado pela sigla ESG.

Com 10 mil veículos e 600 carretas no Brasil, frota quase toda operada por terceiros, muitos com contratos de exclusividade, o Mercado Livre já tem 50 vans próprias movidas a eletricidade em operação no país.

Agora, a exemplo do que já começou a fazer recentemente no México, onde já financia a compra de veículos das montadoras Renault e Mercedes, o Mercado Livre quer ampliar sua frota movida a eletricidade no Brasil, seu maior mercado.

Segundo o vice-presidente de estratégia, novos negócios e relações com investidores do Mercado Livre, André Chaves, a iniciativa segue o esforço global para reduzir emissões de carbono, mas é uma ponte para que seus entregadores reduzam seus custos no médio prazo, dado que as despesas de manutenção são menores nos carros elétricos do que nos movidos a combustão.

“É um investimento que se paga no tempo”, disse o executivo.

Ele não revelou qual a expansão prevista para a frota de veículos movidos a eletricidade no Brasil, nem o investimento previsto na iniciativa, que envolverá também a instalação de pontos de recarga em centros logísticos da empresa.

Em novembro, o Mercado Livre anunciou a abertura de cinco novos centros logísticos no Brasil, para um total de 8, enquanto reforça sua estrutura após um salto do comércio eletrônico no país na esteira da pandemia da Covid-19.

Com os recursos captados por meio dos bônus sustentáveis, a companhia também planeja ampliar a oferta de crédito para micro e pequenos empreendedores, negócio no qual entrou há três anos e que ganhou impulso no ano passado com o isolamento social para conter a pandemia da Covid-19, que levou vários lojistas a ter um canal de vendas pela internet para manter os negócios ativos.

“Temos conseguido manter números de inadimplência iguais ou menores do que os dos grandes bancos, então entendemos que podemos dar maior escala a esse negócio”, disse Chaves.

A companhia oferta crédito por meio de seu braço financeiro Mercado Pago na Argentina, Brasil e no México, com uma carteira total superior a 1 bilhão de dólares, alcançando cerca de 600 mil vendedores.

Novos Players no Setor- Bancos Digitais Aumentam Participação no Brasil

Os novos hábitos adquiridos pela população durante o isolamento social aceleraram a participação dos bancos digitais no Brasil.

Um levantamento da consultoria UBS Evidence Lab mostra que, em 2020, pela primeira vez, a parcela de downloads de aplicativos dos novos players ultrapassou a de instituições consideradas tradicionais.

Em 2019, a participação dos bancos era de 52% e dos novos, de 48%. No ano passado, essa posição se inverteu, com os bancos digitais alcançando 52%. Segundo o estudo, o país tem mais de 60 milhões de contas digitais, sem considerar os números do Caixa Tem (aplicativo utilizado para o pagamento do auxílio emergencial).

Os próximos passos dos meios de pagamento digitais

A entrada em funcionamento do Pix, em novembro de 2020, trouxe um novo ar de modernidade para os meios de pagamento utilizados no Brasil.

Criado pelo Banco Central, o sistema de pagamentos instantâneos tornou mais rápidas e seguras as operações de transferência e pagamento, permitindo que o usuário possa movimentar valores 24 horas por dia, todos os dias do ano, até mesmo nos finais de semana e feriados.

O Pix também pode ser usado para pagamentos de impostos e contas de água e luz e possibilita que compras feitas em lojas, restaurantes e todos os tipos de estabelecimentos comerciais sejam pagas através de um QR Code.

Por que a chegada do Pix é tão importante?

Para as empresas, a capacidade de fazer transferências com toda segurança e os custos menores das transações trazem agilidade e alavancam a competitividade e eficiência no mercado.

Já para o consumidor, além da facilidade, o uso do Pix é gratuito e permite que mesmo pessoas sem uma conta bancária realizem operações financeiras. Ou seja, ele promove inclusão e coloca mais gente pronta para consumir no mercado.

O brasileiro adotou a tecnologia rapidamente. No final de novembro, o Banco Central já registrava o cadastramento de mais de 83 milhões de chaves, o número que o usuário precisa cadastrar em seu banco para usar o Pix.

O que deve vir depois? Que outros meios de pagamento digitais podemos esperar para o futuro?

Pandemia impulsiona o uso da tecnologia

O uso de papel moeda vem caindo ano a ano no Brasil. O mais antigo método de pagamento ainda em uso pelo homem perde espaço para os cartões de débito e crédito no país. Pelos números do Banco Central, existem mais de 225 milhões de cartões ativos, somadas as duas funções.

Por outro lado, ainda vivemos no país do cheque pré-datado e do carnê de prestações e o uso desses meios de pagamento varia de acordo com as regiões e o nível econômico da população.

A pandemia de Covid-19 impulsionou o uso da tecnologia para o pagamento de compras e serviços. Fechada em casa, não restou alternativa à população a não ser fazer compras on-line em sites e aplicativos.

De acordo com dados do Instituto Locomotiva, divulgados pela Agência Brasil, as compras feitas por aplicativos cresceram 30% no país durante a crise provocada pelo coronavírus. O mesmo levantamento aponta que 49% dos entrevistados pretendem ampliar o uso dos aplicativos para pagar as compras mesmo após o fim da pandemia.

Novos meios de pagamento digitais

Hoje, além dos métodos tradicionais, de totens e autoatendimento e do Pix, outros meios de pagamento ganham espaço no mercado e conquistam a confiança dos consumidores.

O pagamento contactless (ou por aproximação), no qual a pessoa aproxima o cartão ou uma carteira digital de um sensor, é um modelo que tende a crescer na medida em que os bancos e empresas substituam os cartões antigos por outros com a nova tecnologia – que também é segura do ponto de vista da saúde, uma vez que evita o contato físico.

O mesmo acontece com o QR Code. Aos poucos o mercado está disponibilizando o método, que não é novo, mas precisava ser incorporado à cultura do consumidor. Hoje, muitos estabelecimentos comerciais colocam próximo ao caixa uma plaquinha com o código para que o cliente faça a leitura com o seu smartphone na hora de pagar.

As contas digitais também facilitaram o processo de pagamento. Mesmo disponibilizando cartões físicos, bancos como o Nubank ou o Inter, entre outros, oferecem versões digitais dos mesmos com as mesmas funções e que ainda podem ser colocadas em carteiras virtuais nos smartphones.

Em breve, o WhatsApp Pay, método de transferência de valores do aplicativo, deve entrar em uso no país. A empresa, que pertence ao Facebook, solicitou autorização do Banco Central em junho de 2020, mas até o final do ano não havia obtido a licença para colocar o serviço em funcionamento.

Em novembro, durante uma entrevista sobre o Pix, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou que o WhatsApp Pay começaria com transações entre pessoas – P2P (person to person), para depois chegar os P2M (person to merchan), entre consumidores e empresas.

O aplicativo permitirá tanto transferências quanto pagamentos e será um grande impulsionador de pequenos negócios, uma vez que o WhatsApp é muito utilizado por vendedores autônomos em todo Brasil.

O que vem por aí?

Olhar mercados mais evoluídos da Europa, Ásia e América do Norte sempre nos oferece a chance de vislumbrar como pode ser nosso futuro próximo.

A China, o país que inventou o papel moeda, foi o primeiro a reduzir drasticamente o seu uso e – diferente do Ocidente – não adotou os cartões de crédito, mas deu um salto direto para o digital. Hoje no país asiático o smartphone faz a função de carteira e a leitura de QR codes é corriqueira até para a compra de peixes na feira.

Talvez por uma questão cultural, o Brasil seguiu o modelo norte-americano de uso de cartões e é provável que adote também o uso de serviços como o Apple Pay ou Google Pay que estão em alta por lá, principalmente após o início da pandemia. O cliente vincula um cartão de crédito à plataforma e pode realizar pagamentos sem nenhum contato físico. Outras empresas, como a Samsung e o Walmart, também criaram serviços similares.

Enquanto isso na Europa, a moda são os wearables, dispositivos “vestíveis” como relógios, anéis e pulseiras, entre outros, que possuem chips e podem ser usados para efetuar as transações por aproximação. Dos dez países do mundo que mais utilizam esse tipo de sistema, nove estão no continente.

O aumento do uso de pulseiras inteligentes e smartwatchs no mundo todo, inclusive por aqui, pode estimular essa modalidade, mas é bem possível, em um país de grandes dimensões e diferenças sociais como o Brasil, que vários meios de pagamento sejam adotados e ofereçam ao consumidor cada vez mais comodidade e segurança.

 

No varejo, a moda é ser fintech. Não é mesmo, Ame?

A Ame, controlada por B2W e Lojas Americanas, compra em apenas 22 dias duas empresas da área financeira: a Bit Capital e a Parati Crédito. Com isso, acelera seus serviços de banco digital, em uma estratégia adotada também por Magazine Luiza e Via Varejo.

Em 7 de dezembro deste ano, a Ame, fintech da B2W e da Lojas Americanas, anunciou a compra da Bit Capital, uma pequena startup financeira que atua com blockchain e open banking. Na última terça-feira, 29 de dezembro, ela adquiriu outra empresa de serviços financeiros: a Parati Crédito, por R$ 34 milhões.

O que poucos sabem é que a compra de Bit Capital e Parati Crédito, separadas por 22 dias, estão interligadas. A primeira empresa é dona de uma solução que permite criar conta digital, ter cartão, realizar TED, emitir boletos e fazer transferências via PIX.

Mas a Bit Capital não tinha licença do Banco Central para operar esses serviços. Para isso, a startup contava com uma parceria com a Parati Crédito para realizar essas transações para os seus clientes – entre eles, a Ame.

Com as duas companhias debaixo de seu guarda-chuva, a Ame reforça seus produtos financeiros e abre o espaço para acelerar os serviços de banco digital. A transação precisa ainda ser aprovada pelas autoridades reguladoras.

De acordo com comunicado divulgado ao mercado por B2W e Lojas Americanas, a Parati possui acesso direto ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SBP) e ao Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI). Ela atua ainda como bank as a service e como Regtech, integrando fintechs ao sistema bancário.

Bit Capital e Parati Crédito devem agora se concentrar apenas nos serviços da própria Ame, deixando de lado outros clientes, segundo apurou o NeoFeed. “A Ame tem apenas dois anos, está em um crescimento acelerado e nem começou os investimentos pesados na plataforma”, diz uma fonte.

A transação faz parte de uma estratégia que todos os principais varejistas on-line e off-line brasileiros estão adotando. Além de atrair clientes aos seus sites e lojas físicas, essas companhias estão aumentando a oferta de serviços financeiros tanto aos seus consumidores, como aos vendedores de seus marketplaces.

A Ame, por exemplo, conta com mais de 15 milhões de clientes pessoas físicas e mais de 2,8 milhões de estabelecimentos comerciais conectados à sua plataforma, que poderão contar com conta digital, cartão de crédito, cartão pré-pagos, empréstimos e integração com o PIX, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. Em novembro, a Ame movimentou R$ 2,7 bilhões em transações.

Os rivais de B2W e Lojas Americanas, que controlam a Ame, tem estratégias semelhantes. Na semana passada, o Magazine Luiza comprou por R$ 290 milhões a Hub Fintech e passou a ser dono de uma operação com 4 milhões de contas digitais e cartões pré-pagos ativos, que movimentaram R$ 7 bilhões nos últimos 12 meses.

“A aquisição da Hub adianta em vários anos a jornada de desenvolvimento da nossa plataforma de pagamentos, tanto para pessoas jurídicas quanto para pessoas físicas”, disse Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, em comunicado divulgado ao mercado.

A Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Extra, atua nessa área com o banQi, um banco on-line que tem potencial de ser um unicórnio, como são chamadas as empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.

No terceiro trimestre de 2020, o banQi contava com 1,1 milhão de contas digitais e contabilizava R$ 1,2 bilhão de crediários digitais sob gestão. O volume total de pagamentos estava na casa de R$ 120 milhões.

O Mercado Livre, por sua vez, conta com o Mercado Pago, que teve um volume de transação de US$ 14,5 bilhões no terceiro trimestre de 2020, um avanço de 91,7% na comparação com o mesmo período do ano passado.

 

Magazine Luiza compra fintech de pagamentos por R$ 290 milhões

Magazine Luiza anunciou a compra da fintech de pagamentos Hub Prepaid por R$ 290 milhões, ampliando oferta de produtos financeiros para os clientes de sua plataforma.

A companhia afirmou que a Hub desenvolveu toda a estrutura bancária para oferta de produtos financeiros via conta digital e que possui 4 milhões de contas deste tipo, além de cartões pré-pagos, ativos que movimentaram R$ 6,6 bilhões nos últimos 12 meses. Esse fluxo de transações gerou receita bruta não auditada de US$ 159 milhões.

A rede de varejo afirmou que os clientes de sua plataforma passarão a ter um cartão pré-pago que refletirá o saldo da conta digital, permitindo também transações no mundo físico.

A Hub começou a operar em 2021 e é regulada pelo Banco Central como instituição de pagamentos, além de ser integrada ao Pix, sistema de transferências e pagamentos instantâneos lançado recentemente pelo BC.

JD.com se torna a 1ª plataforma on-line a aceitar a moeda digital da China

A empresa de comércio eletrônico chinesa JD.com afirmou ter se tornado a primeira plataforma virtual do país a aceitar a moeda digital local de Pequim, na China.

JD Digits, braço de fintech da empresa, aceitará yuan digital como pagamento por alguns produtos em seu shopping on-line, como parte de uma oferta experimental de yuan digital para cidadãos de Suzhou, perto de Xangai, de acordo com uma postagem na conta oficial da empresa no WeChat.

O yuan digital da China é uma das iniciativas de “moeda digital do banco central” mais avançadas do mundo, à medida que as autoridades respondem globalmente às ameaças de moedas privadas, como bitcoin e Libra do Facebook.

Investimento na moeda digital

De acordo com o programa de Suzhou, o governo municipal e o Banco Popular da China (PBOC) emitirão “envelopes vermelhos” de 200 yuans digitais para 100 mil consumidores selecionados por sorteio.

O esquema de Suzhou é o segundo tipo de loteria digital, depois que o PBOC emitiu 10 milhões de yuans em moeda digital para 50 mil consumidores selecionados aleatoriamente na cidade de Shenzhen, no sul.

O governador do PBOC, Yi Gang, disse no mês passado que mais de 2 bilhões de yuans (US$ 3 milhões) foram gastos usando a moeda digital da China até agora em 4 milhões de transações separadas.