O impacto do PIX no e-commerce

Em 19 de fevereiro de 2020, o Banco Central do Brasil anunciou em São Paulo o lançamento oficial da marca PIX, que permitirá os Pagamentos Instantâneos em todo o Brasil a partir de novembro de 2020.

Disponibilidade em todos os dias do ano, velocidade, conveniência, segurança, ambiente aberto, multiplicidade de casos de uso, informações agregadas.

E qual será o impacto do PIX no e-commerce? Como aproveitar essa nova forma de se realizar pagamentos e aumentar as vendas no varejo online?

Os pagamentos instantâneos e os maiores usuários no mundo

Há no mundo, atualmente, 54 países que realizam Pagamentos Instantâneos (PI), e o principal fator dessa escalada são os programas lançados na Ásia e a expansão no sistema europeu das chamadas Transferências a Crédito Instantâneas do SEPA (Área Única de Pagamentos em Euro, ou Single Euro Payments Area).

A China, sem dúvida, é o pais que mais escalou os pagamentos instantâneos através das Mobile Payment Platforms, como Alipay e Tencent-backed WeChat Pay da Alibaba que geraram 81 trilhões de yuans em transações ($12,8 trilhões) no ano de 2018.

Segundo o report anual da FIS (Fidelity National Information Services, Inc.), que criou o ranking de programas de pagamentos em tempo real — classificando os países que utilizam PI com base em características inovadoras, disponibilidade de fundos e aplicação no mercado — a Índia hoje é o líder global em usabilidade do PI. Ela é seguida por mais seis países, que se mostram grandes adeptos do PI, sendo eles: Austrália, Dinamarca, Polônia, Romênia, Singapura e Suécia. Os Estados Unidos e o Reino Unido estão entre 31 outros países ou regiões com seus esquemas de pagamentos instantâneos.

PIX do BCB

Desde a publicação do Relatório de Vigilância do Sistema de Pagamentos Brasileiro 2013, o BC vem incentivando o desenvolvimento de um arranjo de pagamentos, de amplo acesso, que possibilite a realização de pagamentos instantâneos. Em 2018, o BC decidiu liderar essa construção.

Pagamentos instantâneos são as transferências monetárias eletrônicas na qual a transmissão da ordem de pagamento e a disponibilidade de fundos para o usuário recebedor (EC) ocorre em tempo real e cujo serviço está disponível durante 24 horas por dia, sete dias por semana e em todos os dias no ano.

As transferências ocorrem diretamente da conta do usuário pagador (comprador) para a conta do usuário recebedor (EC), sem a necessidade de intermediários, o que propicia custos de transação menores.

O BC está liderando o processo de implantação do ecossistema de pagamentos instantâneos brasileiro, que está sendo construído de forma participativa, envolvendo a interlocução com diversos agentes do mercado.

O principal objetivo do BC com essa ação é aumentar a eficiência e a competitividade do mercado de pagamentos de varejo no Brasil, por meio da criação de um novo meio de pagamento que ajudará no processo de eletronização do mercado brasileiro.

O ecossistema de pagamentos instantâneos brasileiro será formado:

  • pelo arranjo aberto instituído pelo BC (PIX);
  • pelos prestadores de serviços de pagamento participantes do arranjo (instituições financeiras e instituições de pagamento);
  • pela plataforma única que fará a liquidação das transações realizadas entre diferentes instituições participantes (SPI); e
  • pelo diretório de identificadores de contas transacionais que armazenará as informações das chaves ou apelidos que servem para identificar as contas dos usuários recebedores (DICT).

O SPI, à semelhança de plataformas de outras jurisdições, terá arquitetura centralizada, com comunicação via mensageria, que será baseada no padrão internacional ISO 20022.

O BC estabeleceu, por intermédio Circular n° 3.985, 18/2/2020, os critérios e modalidades de participação no PIX, na plataforma de liquidação financeira do PIX (SPI) e no diretório de contas transacionais para endereçamento de pagamentos (DICT).

E também trouxe na Carta Circular n° 4.006, 20/2/2020, a forma de cadastro dos participantes para o processo de adesão ao arranjo de pagamentos instantâneos (Pix) e ao Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI).

Basicamente, todas as instituições financeiras e instituições de pagamento com mais de 500 mil contas de clientes ativas, considerando as contas de depósito à vista, as contas de depósito de poupança e as contas de pagamento pré-pagas, serão obrigadas a participar do PIX.

As demais instituições financeiras e de pagamento, mesmo aquelas que ainda não atingiram os limites para requerer autorização de funcionamento como instituição de pagamento, poderão, de forma facultativa, participar do PIX desde o seu lançamento.

Os benefícios do PIX

Os pagamentos instantâneos estão sendo desenhados com diversos objetivos, dentre eles o de aprimorar a experiência de pagamento dos usuários, tanto Compradores quanto ECs. Com a implantação do PIX, o país ganha mais uma alternativa para efetuar transações, além dos modelos tradicionais já existentes, como TED, DOC, boleto, cheque e cartões.

Com o surgimento de novas tecnologias de pagamento desenvolvidas tanto por bancos como por prestadores de serviços de pagamento não bancários (PSP), os Compradores e os ECs dispõem agora de uma vasta gama de instrumentos de pagamento à sua escolha.

Os pagamentos instantâneos podem ser utilizados para transferências:

  • entre pessoas (transações P2P, person to person);
  • entre pessoas e estabelecimentos comerciais (EC)s, incluindo comércio eletrônico (transações P2B, person to business);
  • entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedores, por exemplo (transações B2B, business to business);
  • para transferências envolvendo entes governamentais, como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, person to government e business to government);
  • pagamentos de salários e benefícios sociais (transações G2P, government to person) e de convênios e serviços (transações G2B, government to business).

Do ponto de vista dos compradores, o objetivo é construir soluções que permitam que a realização de um pagamento instantâneo seja tão fácil, simples, intuitiva e rápida quanto realizar um pagamento com dinheiro em espécie. Para tanto, os compradores poderão iniciar pagamentos por pelo menos três formas diferentes:

  • por meio da utilização de chaves ou apelidos para a identificação da conta transacional, como o número do telefone celular, o CPF, o CNPJ ou um endereço de e-mail;
  • por meio de QR Code (estático – uso em múltiplas transações, ou dinâmico – uso exclusivo a cada transação ); ou
  • por meio de tecnologias que permitam a troca de informações por aproximação, como a tecnologia near-field communication (NFC).

Do ponto de vista dos ECs, espera-se que a diminuição do número de intermediários na cadeia de pagamentos leve a um custo de aceitação menor que os demais meios eletrônicos. Além do menor custo, a disponibilização imediata dos recursos otimizará a gestão do fluxo de caixa dos ECs, o que tenderá a reduzir sua necessidade de crédito. Outro benefício é a facilidade de automatização e de conciliação dos pagamentos, e rapidez de checkout.

Para usar o PIX, será preciso que o Comprador e o EC tenham conta em um banco, em uma instituição de pagamento ou em uma fintech; não necessariamente uma conta corrente, as transações também poderão ser feitas usando uma conta de pagamento ou poupança.

O dia e a hora da transação não importarão, nem se o Comprador e o EC da operação possuem relacionamento com o mesmo banco ou instituição. A liquidação será imediata, ou seja, o EC terá em poucos segundos os recursos disponíveis em sua conta.

E para o PIX, os benefícios são:

  • eletronização dos meios de pagamento (consequentemente, melhor controle de LD/FT e redução do uso de cédulas, que são instrumentos socialmente mais custosos);
  • maior competição entre prestadores de serviços de pagamento (tende a gerar serviços com maior qualidade e menor custo);
  • facilita a entrada de novos atores;
  • maior potencial de inclusão financeira (custos menores de iniciação e de aceitação e ambiente com mais agentes ofertantes);
  • aumento de benefícios, preservada a segurança.

Os impactos do PIX no e-commerce:

Imagine uma situação em que o comprador está navegando pelo seu site, no note, computador, tablete ou smartphone e se depara com um produto ou serviço de imediata atração, então ele realiza o processo de compra e, quando finaliza o checkout, surge a seguinte tela:

  • Formas de Pagamento: PIX, Cartão de Crédito, Cartão de Débito, One Click Buy, Boleto;
  • O Comprador escolhe a opção de pagamento instantâneo PIX;
  • Após a confirmação dos dados do EC, o Comprador insere valor e senha ou autenticação biométrica/facial, e confirma a ação;
  • As informações da transação são confirmadas;
  • Voilà!

O PIX vem compor o portfólio de meios de pagamentos, se tornando mais uma opção de compra e venda entre os Compradores e ECs. Em uma avaliação mais superficial, ele não irá concorrer com as modalidades de cartão de crédito à vista ou parcelado, que possuem prazos de pagamentos próprios e favoráveis, do ponto de vista do comprador (essa ainda é uma questão cultural muito forte do consumidor brasileiro).

Então onde o PIX se torna atrativo aos ECs donos de sites de e-commerce?

De acordo com os dados da ABECs (estudo finalizado será apresentado no CMEP 2020), o mercado de cartões de crédito, débito e pré-pago, estima ter fechado o ano de 2019 com um volume financeiro transacionado no Brasil de mais de R$ 1,8 Trilhão, um pouco a mais do que os 17% de crescimento projetados para o ano. Desses pouco mais de R$ 1,8 Trilhão, o share do crédito e parcelado é de pouco mais de 60% em compras, contra uma participação de aproximadamente 37% no débito (o restante é pré-pago).

Quando transportamos isso para o mundo online, temos o seguinte cenário (dados de 2018):

  • Compras não presenciais já representam 20,5% do total movimentado pelo cartão de crédito;
  • Crescimento de mais de 18,5% de um ano para o outro;
  • 80% dos usuários usam o cartão de crédito nas compras online;
  • Via celular 63%, via desktop 35%, via notebook 33%, via tablet 3%.

Somando a esses fatores, temos dois grandes paradigmas que ainda não foram quebrados: os custos das transações via boleto e a morosidade, resistência e falta de usabilidade amigável das transações no cartão de débito em transações online.

Mesmo com o novo Protocolo 3DS 2.0, o crescimento das transações de débito no e-commerce é insignificante perante as demais formas de pagamentos online.

E nesse sentido, o PIX será um grande divisor de águas na indústria online, sendo uma forma de pagamento mais amigável, sem atritos na experiência de compras do Consumidor, sem mudanças de telas no checkout, funcional e transparente para todos os tipos de devices, além de não ter custos abusivos aos ECs.

Talvez agora, o e-commerce brasileiro efetivamente aumente suas vendas com segurança e velocidade, recebendo os valores à vista, através do PIX, powered by Banco Central.

Fim do dinheiro em espécie? Como os pagamentos instantâneos mudarão o mercado

O Banco Central lançou o sistema dos pagamentos instantâneos, que chegarão em novembro com transferências 24h por dia, 7 dias por semana e a promessa de revolucionar o mercado financeiro.

Até o final deste ano, será possível realizar transferências de dinheiro entre pessoas e estabelecimentos em segundos, 24h por dia, em qualquer dia da semana. Os pagamentos instantâneos estão chegando para mudar a relação que possuímos com o dinheiro hoje, oferecendo uma alternativa mais ágil para as TEDs e DOCs. A previsão é que eles tenham início em novembro.

As ferramentas escolhidas para transferir e receber dinheiro em segundos foram os QR Codes ou “chaves”, como CPF e número de celular. Não importará em qual instituição financeira o recebedor possui conta – a transferência será possível inclusive com a ausência dessas informações. A expectativa é que o custo das transações seja reduzido.

Nesta quarta-feira (19), o Banco Central anunciou um grande passo para tornar os pagamentos instantâneos uma realidade no Brasil. O órgão regulador do mercado financeiro no país lançou o PIX, o sistema dos pagamentos instantâneos. Ele será integrado aos aplicativos de bancos, fintechs e instituições financeiras.

O Banco Central atuará como um intermediador que contém as informações de contas dos usuários, tornando possível que as transferências sejam feitas apenas com o número de celular, por exemplo. Além das transações entre pessoas, os pagamentos instantâneos poderão ser utilizados nas compras em estabelecimentos, substituindo o dinheiro em espécie e os cartões.

“O pagamento instantâneo será uma rede no Brasil inteiro. Será quase que uma bandeira – teremos a Visa, Master, Elo e o Banco Central. Eu brinco que será uma bandeira open source, um “Linux”, que irá conectar todo mundo à preço de custo”, contou Carlos Netto, CEO e fundador da Matera, no episódio do MVP, podcast da StartSe, sobre meio de pagamentos.

O potencial do QR Code

O pagamento instantâneo poderá ser realizado com QR Code, que serão divididos entre estáticos e dinâmicos. Os estáticos poderão ser utilizados em diferentes transações, concentrando valores fixos. Já os dinâmicos serão pessoalmente criados para cada necessidade e permitirá, inclusive, a adição de informações.

A novidade pode acelerar ainda mais a adoção do QR Code no Brasil, que segue em uma curva crescente. De acordo com o Estadão, este meio de pagamento cresce mais de 30% por mês. A Cielo atingiu 2 milhões de transações realizadas dessa forma – a primeira foi realizada no fim de 2018. Na China, essa se tornou a principal forma de pagar, impulsionada pelos super aplicativos WeChat e AliPay.

O QR Code é uma tecnologia democrática pois é compatível com celulares de diferentes valores, inclusive com os que não são smartphones. Em um segundo bloco de lançamentos do BC, previsto para 2021, a expectativa é de utilizá-los mesmo quando o usuário não possui internet, em um sistema em que cada celular (e conta de pagamento) gera um código específico e é validado usando a internet do próprio estabelecimento recebedor, por exemplo.

O fim do dinheiro em espécie?

Carlos Netto descreve os pagamentos instantâneos como “uma transação digital do dinheiro”. Essa foi a proposta dos cartões quando eles foram lançados, mas os próprios carregam intermediários. Eles dependem das bandeiras e possuem a barreira física do plástico.

Ao mesmo tempo, a possibilidade de integrar todo o mercado financeiro de pagamentos – desde o salário até empréstimos, pagamento de contas e compras – poderá diminuir a circulação do dinheiro em espécie pelo país. Na prática, há a diminuição de preocupação com o troco, custos de transporte, carros-forte e segurança física. No entanto, cresce a preocupação com a segurança digital.

De acordo com o especialista, a mudança é positiva inclusive para quem é desbancarizado. “Se olharmos estudos de como pagamentos instantâneos cresceram em outros países, em geral o aumento é em locais muito desbancarizados. Há a questão cultural, há muitos analfabetos, o medo de bancos, e essa é uma alternativa mais barata para receber o salário”.

O impacto nas fintechs e empresas convencionais

O PIX terá um impacto do mercado financeiro ao varejo, desde a rotina das pessoas à liquidez das empresas. Ao utilizar essa forma de pagamento, as compras serão feitas muito mais rapidamente – o que pode ser uma solução para eventuais filas e para acelerar a compensação dos valores em comparação a um cartão comum.

Independente se é um banco tradicional ou uma fintech, surge a necessidade geral de se preparar para receber a novidade, pois as transações poderão ser realizadas dentro dos aplicativos. Alguns players do mercado estão participando de fóruns de discussão do BC de planejamento. Davi Vélez, fundador do Nubank, já falou em entrevistas que a fintech está investindo na nova tecnologia.

“A nova infraestrutura de pagamentos instantâneos representa uma grande oportunidade para as fintechs, que poderão criar produtos em que o ato de pagar se tornará quase que invisível. Esta regulamentação representa um marco no sistema financeiro nacional, colocando o Brasil mais uma vez na vanguarda global, da mesma forma que aconteceu quando implementamos o SPB, há quase 20 anos atrás”, conta Guilherme Horn, conselheiro da Associação Brasileira de Fintechs.

Já para as empresas tradicionais, especialmente aquelas com uma grande cadeia de clientes, como o varejo, a mudança também poderá reduzir os intermediários. “O pagamento estará tão barato que se um grande varejista abrir uma instituição de pagamento, ele não irá receber dinheiro em sua conta de algum banco, mas em uma conta própria”, conta Carlos Netto, CEO da Matera. “Irá ler o QR Code e o dinheiro irá cair na conta dele. Não tem nenhum risco do banco dele quebrar, pois virou dono de sua própria instituição de pagamento”.

Banco Central lança o PIX, sistema de pagamento instantâneo no Brasil

O Banco Central lançou nesta quarta-feira (19), na capital paulista, um sistema de pagamentos e transferências instantâneos que poderão ser feitos pelo usuário de forma rápida e segura, em qualquer dia do ano, sem limite de horário, e com o dinheiro imediatamente disponível ao recebedor. Batizado de PIX, o sistema estará disponível para toda a população a partir de novembro.

Segundo o chefe adjunto no Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC (Decem), Carlos Eduardo Brandt, com o PIX será possível enviar e receber quantias instantaneamente a partir de diversos meios, inclusive aplicativos em smartphones. Ou seja, ao efetuar um pagamento ou transferência, o dinheiro já entrará imediatamente na conta do recebedor. “Além das funcionalidades que estarão disponíveis em novembro, já estão no radar evoluções importantes como o pagamento por aproximação”, disse.

De acordo com o Banco Central, o objetivo é facilitar e agilizar os pagamentos e transferências entre pessoas, empresas e entes governamentais. Com a implantação do PIX, o país ganha mais uma alternativa para efetuar transações, além dos modelos tradicionais já existentes, como TED, DOC, boleto, cheque e cartões. As transações poderão ser feitas por meio de QR Code ou a partir da inserção de informações simples como número de celular, e-mail, CPF ou CNPJ.

Para usar o PIX, será preciso que pagador e recebedor tenham conta em banco, em uma instituição de pagamento ou em uma fintech. A conta não precisa ser apenas corrente, já que as transações poderão ser feitas usando uma conta de pagamento ou de poupança.

O dia e a hora da transação não terão importância, nem se o solicitante e o recebedor da operação têm relacionamento com o mesmo banco ou instituição. A liquidação será imediata, ou seja, o recebedor terá em poucos segundos os recursos disponíveis em sua conta.

QR Code

Serão definidos dois tipos de QR Code para as transações. O primeiro é o estático, que poderá ser usado em múltiplas transações, permitindo a definição de um valor fixo para um produto ou a inserção do valor pelo pagador. Poderá ser usado para uma transferência entre duas pessoas, por exemplo.

O QR Code dinâmico será de uso exclusivo para cada transação e permitirá a inserção de informações adicionais, o que facilita a conciliação e automação comercial. Ele servirá para o pagamento de uma compra em um supermercado ou em um restaurante, entre outras possibilidades.

Competição de mercado

De acordo com o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, além da rapidez e praticidade dos pagamentos instantâneos, o PIX provocará maior competição no mercado de pagamentos, com a redução dos custos e melhoria na qualidade dos serviços.

“Além disso, essa iniciativa, em linha com a revolução tecnológica em curso, possibilita a inovação e o surgimento de novos modelos de negócio e promove a eletronização dos pagamentos, reduzindo o risco operacional e as dificuldades relacionadas ao uso do dinheiro em espécie”, ressaltou.

O chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC destacou ainda que o BC não está colocando restrições para a cobrança de tarifas para as transações e disse que PIX está sendo estruturado de forma aberta a fim de estimular a competição, e que a disputa de mercado resulte em uma boa formação de preços para o usuário final.

“Há liberdade para que os agentes econômicos, que precisam ter seus negócios viabilizados, cobrem dos seus clientes naquilo que agregar valor. Se houver qualquer tipo de situação em que a formação de preço seja distorcida ou não bem realizada, nada impede que o BC, com seu papel de regulador, interfira nessa falha de mercado específica”, disse Brandt.

Instrumento seguro

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que este é um dos projetos mais importantes da instituição para este ano. Ele disse que a ideia partiu de uma demanda das pessoas, que vem sendo bastante discutida pelos bancos centrais como instrumento de pagamento barato, rápido, transparente e seguro.

“O projeto vai ser o embrião do que eu acredito que seja uma transformação total na intermediação financeira futura do país e vai unir o que a gente entende como a nova forma de meios de pagamento, com a nova indústria de fintech e com o open banking. É ter um sistema totalmente interoperável e que vai se encontrar com um sistema que permite que todo mundo consiga abrir seus dados e sua conta para serviços financeiros específicos “, disse Campos Neto.

Neto destacou que o sistema vai baratear o custo das transferências financeiras e vai eliminar a necessidade de as pessoas portarem dinheiro físico, o que representa um custo, principalmente para as empresas. “Acreditamos que a intermediação financeira vai transformar o mundo de pagamentos no Brasil e, com esse sistema, junto com outros que estão por vir, se unificando ao longo de 2021, vamos ter uma diferenciação na forma de fazer as transações financeiras no país.”

E os bancos?

E nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que apoia e colabora com o Banco Central, juntamente com os bancos, para o desenho do sistema de pagamentos instantâneos.

“A Federação é favorável a medidas que reduzam a necessidade de circulação de dinheiro em espécie, que somente de custo de logística totalizam cerca de R$ 10 bilhões ao ano em gastos. Também apoia a iniciativa que irá aumentar a inclusão financeira no país, estimular a competitividade e aprimorar a eficiência no mercado de pagamentos”, diz a nota.

“A FEBRABAN vê o PIX como uma inovação que trará mais segurança e conveniência ao consumidor em suas transações financeiras”, afirma Leandro Vilain, diretor de Negócios e Operações da Febraban. “Essa medida é condizente com os investimentos que o setor bancário vem fazendo em modernização tecnológica, de aproximadamente R$ 19,5 bilhões anuais.”

Ainda segundo a instituição, para aderir ao PIX, os bancos brasileiros irão investir recursos adicionais em infraestrutura, tecnologia e segurança para padronizar e organizar um sistema dentro um ambiente de comodidade e confiabilidade para o cliente. Cada instituição irá definir suas tarifas, de acordo com sua política de negócios.

“Os provedores de serviços de pagamento estão trabalhando com o Banco Central para que as transações tenham o menor custo possível para o consumidor”, afirma Vilain.

Mercado Livre quer diminuir tempo de entregas no Brasil em 2020

Até o final do ano, o Mercado Livre planeja investir R$ 4 bilhões no Brasil para escalar o seu comércio eletrônico e serviços financeiros do Mercado Pago. A informação, publicada na Reuters, foi citada por Stelleo Tolda, vice-presidente-executivo da empresa na América Latina.

Segundo Tolda, o valor ajudará o Mercado Livre a ampliar a eficiência logística, o que deve resultar em prazos de entrega de encomendas mais curtos, além de ampliar as ofertas em serviços financeiros.

O valor divulgado representa um aumento de mais de 30% em relação aos investimentos de R$ 3 bilhões da empresa em 2019. Segundo o executivo, o foco agora é na rentabilidade para fechar o ano de 2020 com lucro. “Não estamos dispostos a investir a qualquer preço, com margens negativas”, afirmou o executivo.

Na América Latina, o Mercado Livre fechou o quarto trimestre com receita líquida de US$ 674,3 milhões, além de atingir US$ 3,9 bilhões em volume de vendas. No mesmo período, a companhia obteve crescimento de 26,7% na quantidade de compradores únicos; no terceiro trimestre, o crescimento foi de 25,7%.

Já o Mercado Pago, vertente de serviços financeiros, atingiu US$ 8,7 bilhões em volume total de pagamentos. A base de usuários da plataforma atingiu 7,9 milhões de pagadores ativos, registrando 29,4% de crescimento.

Apesar dos números expressivos, a empresa vem enfrentando forte concorrência no mercado. O prejuízo líquido da companhia cresceu mais de 20 vezes no último trimestre, fechando em US$ 72 milhões no acumulado de 2019.

Parte da estratégia envolveu mais despesas de marketing. Segundo Tolda, estas não deverão ser tão elevadas no próximo trimestre quanto foram no último semestre. A empresa também estima reduzir a concessão de subsídios, passando a cobrar, por exemplo, tarifas de lojistas na Argentina.

Pagamento via WhatsApp chega ainda este ano ao Brasil

A ferramenta de transferência de dinheiro via chat do WhatsApp Pay também será lançada na Índia (em definitivo), México e Indonésia, de acordo com Mark Zuckerberg.

Pagamentos via chat do WhatsApp serão uma realidade no Brasil, Índia, México e Indonésia ainda em 2020, garantiu o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg. A declaração foi feita pelo executivo durante a apresentação dos resultados financeiros da empresa nesta quinta-feira (30).

O WhatsApp Pay já foi testado em 2018 na Índia, onde, uma semana após a liberação, foi imediatamente usado por um milhão de pessoas. Depois de passar o ano de 2019 adaptando a ferramenta para cumprir as leis de cada país, Zuckerberg espera que o WhatsApp Pay “comece a se espalhar em vários países nos próximos seis meses”.

A plataforma rodará dentro do ecossistema de pagamentos Facebook Pay, que já funciona no Messenger e no Marketplace.  “Você só precisa inserir seu cartão de crédito uma vez e, em seguida, pode usá-lo para ter uma experiência de pagamento mais rápida nos outros aplicativos”, explicou o executivo.

O WhatsApp utiliza uma tecnologia local batizada de Unified Payment Interface (UPI), ou “Interface Unificada de Pagamentos”, em tradução livre. Basta o usuário conectar o aplicativo de mensagens à sua conta bancária para conseguir enviar ou receber pagamentos de seus contatos. O aplicativo em si serve apenas como um meio de transferência, sem armazenar nenhum dinheiro do usuário.

Com a medida, o Facebook tira o foco da experiência malsucedida com a criptomoeda Libra, especialmente após o retrocesso dos principais apoiadores – PayPal, Stripe, eBay, Visa, Mastercard e Vodafone. Zuckerberg fez questão de salientar na apresentação que WhatsApp Pay e Libra não terão relação, e funcionarão independentes.

Linx adquire PinPag, especializado em soluções de parcelamento no varejo

Movimento fortalece a estratégia de cross selling de produtos e serviços da companhia e expande a atuação de sua fintech Linx Pay Hub.

A Linx anuncia a aquisição da PinPag, especializada em soluções personalizadas e disruptivas de parcelamento para o varejo de serviços, com forte presença entre despachantes e autoescolas. A aquisição é mais um passo da Linx para reforçar a estratégia de cross selling de produtos e serviços da sua fintech Linx Pay Hub. O movimento da companhia também traz novos clientes para a Linx, entre varejistas, oficinais mecânicas e autoescolas.

Para a Linx, a chegada da PinPag também fortalece a fintech Linx Pay Hub, que terá expansão direcionada principalmente para o ramo de serviços. Esse movimento também trará 17 mil novos clientes para a Linx. Em breve, as soluções inovadoras de parcelamento da PinPag estarão disponíveis para toda a base de clientes da Linx”, comemora Alberto Menache, diretor-presidente da Linx.

Pela aquisição, a Linx pagará o total de R$ 135 milhões à vista e, adicionalmente, sujeito ao atingimento de metas financeiras e operacionais, para os anos entre 2021 a 2022, pagará o valor de até R$ 65 milhões.

Fundada em 2006, a PinPag conta hoje com 90 funcionários diretos em São Caetano do Sul e uma filial em Porto Alegre. Os termos do contrato de aquisição não foram divulgados.

Mercado Pago prevê superar PagSeguro e ter adquirência integral em 2020

O Mercado Pago planeja superar a rival PagSeguro e ter uma operação integral de adquirência de cartões em 2020, enquanto avança para se tornar o principal motor de crescimento da empresa de comércio eletrônico Mercado Livre. As informações são da Reuters.

Operando como subadquirente no Brasil desde 2015, o Mercado Pago tinha uma base de cerca de 3,3 milhões de terminais ativos em setembro passado, último número disponível, considerando toda a América Latina. A rival PagSeguro fechou o terceiro trimestre de 2019 com 5 milhões de dispositivos ativos.

“É minha meta para esse ano”, disse na sexta-feira a diretora de pagamentos do Mercado Pago, Gabriela Szprinc, sobre a expectativa de superar a base de maquininhas do PagSeguro. “Existem várias regiões no Brasil que ainda estão subatendidas.”

Consultado, o PagSeguro não pode se manifestar de imediato sobre os comentários do Mercado Pago.

Maior portal de comércio eletrônico da América Latina, o Mercado Livre vem nos últimos anos ampliando a aposta no Mercado Pago como principal vetor de crescimento do grupo.

Com cerca de 8 milhões de contas de pagamentos, a empresa lançou há pouco mais de dois anos uma operação de crédito, tendo já emprestado 1,4 bilhão de reais a vendedores e 350 milhões de reais a consumidores.

No ano passado, o Mercado Pago lançou uma central de descontos em parceria com lojistas, incluindo marcas como McDonald’s e Drogasil, dentro dos esforços para dar escala ao uso de seu aplicativo, num mercado em que as operações de bancos digitais e ecommerce estão rapidamente se integrando e ampliando o número de concorrentes.

Atualmente, há mais de 100 instituições de pagamentos em atividade no Brasil, segundo dados do Banco Central.

Entre os próximos passos previstos do Mercado Pago para 2020 estão obter as licenças de instituição financeira e para operação integral de adquirente de cartões.

Com isso “podemos passar a fazer coisas que hoje só podemos fazer por meio de parceiros”, disse o vice-presidente do Mercado Pago, Tulio Oliveira.

 

Fedex express investe US$ 2 mi em armazém de Viracopos e dobra capacidade

A FedEx Express concluiu seu investimento de US$ 2 milhões em seu armazém no aeroporto de Viracopos, em Campinas, interior de São Paulo. Com o aporte, a empresa mais do que dobrou a capacidade do local, que alcançou 10 mil m². Os investimentos contemplaram aquisição de novos equipamentos e a expansão da área alfandegada do armazém. Viracopos é a principal base de importação e exportação da empresa no País.

Expectativa do empresariado para negócios no Brasil é positiva, diz pesquisa

Fim de ano é época de fazer balanços, checar se todas as metas foram cumpridas e começar a planejar o ano futuro. Para medir o nível de expectativa sobre o ambiente de negócios do Brasil para o próximo ano, a Delloite lançou a pesquisa Agenda 2020: Expectativas do empresariado para o Brasil e os seus negócios. O levantamento traz respostas de representantes de empresas que, juntas, faturam o equivalente à metade da riqueza gerada no Brasil.

De acordo com a pesquisa, 70% dos entrevistados esperam que 2020 seja um ano positivo para os negócios. No entanto, a criação de um ambiente mais favorável para o crescimento depende da manutenção e da ampliação de investimentos estratégicos por parte das organizações, e de políticas públicas consistentes que estimulem a atividade empresarial, diz o estudo.

Inovação e qualificação

O investimento em tecnologia, inovação e qualificação de pessoas são as prioridades de 2020 para as empresas pesquisadas.

Independentemente do cenário econômico e de negócios, 58% das empresas afirmam que vão ampliar ou criar ações de Pesquisa & Desenvolvimento. Se o cenário econômico e de negócios melhorar, o número de empresas salta para 80%.

A adoção de novas tecnologias também está no plano da maioria destas companhias. Se não houver mudança no cenário econômico, 74% afirmam que irão trabalhar com novas tecnologias. Em caso de melhora do ambiente econômico, o número salta para 94%.

Apesar do otimismo, a abertura de novas unidades de produção ainda não está nos planos das empresas pesquisadas. Apenas 13% disseram que pretendem abrir novas unidades, independentemente da economia. Se a economia melhorar, esse índice sobe para 34%.

No entanto, a substituição ou aquisição de novos equipamentos está no radar de 72% das empresas em um cenário econômico positivo.

Geração e manutenção de empregos

Com o desemprego em alta, uma das grandes preocupações da população brasileira é se o ano de 2020 terá um aumento do nível de contratações. Segundo a pesquisa, 20% das empresas estão dispostas a contratar novos funcionários, independentemente do cenário econômico.

Se a economia for melhor do que em 2019, a parcela de empresas dispostas a aumentar o quadro de funcionários chega a 58%. Porém, se a economia piorar, 64% das empresas devem realizar demissões.

O desenvolvimento dos funcionários, por meio de treinamentos e capacitações, também será uma das prioridades do empresariado, de acordo com a pesquisa. Pelo menos 73% das empresas pretendem ampliar ou criar treinamentos para seus funcionários. Se a economia melhorar, 93% irão investir na qualificação do quadro.

Esta é a quarta edição da pesquisa publicada pela Delloite. Foram entrevistados representantes de 1.377 empresas, com uma soma de receitas de R$ 3,5 trilhões no ano.

A distribuição geográfica da pesquisa coloca o Estado de São Paulo em primeiro lugar, com 57% das empresas entrevistadas, seguido por Sudeste (sem São Paulo), com 16%, Sul (15%), Nordeste (9%) e Centro-Oeste/Norte (4%).

O big bang financeiro que vem por aí em 2020

A combinação virtuosa e explosiva de elementos em transformação no mercado financeiro nos próximos meses vai produzir efeitos ainda não total e corretamente avaliados em todos os negócios, em especial no varejo e no consumo.

A gestão de negócios em ambiente de taxa real de juros próxima à zero, combinada com a regulamentação do open banking, mais a disseminação dos pagamentos instantâneos, estáticos e dinâmicos, e ainda a implantação do cadastro positivo e a prevista entrada em vigor da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), tudo no mesmo ano, pode gerar o que, provocativamente, nominamos como um Big Bang Financeiro em 2020.

Cada um desses elementos, isoladamente, já exigiria planejamento e revisão de estratégias por conta de seu impacto, em maior ou menor escala, na gestão de investimentos e negócios de toda natureza. Combinados num período curto de tempo, suas consequências serão ainda muito maiores. Talvez de fato, um Big Bang Financeiro.

  1. Taxa Real de Juros próxima a zero – Na história recente do Brasil nunca tivemos uma situação onde a taxa real de juros se aproximasse de um patamar tão baixo como o que começamos a viver recentemente o que determina a necessidade de revisão das estratégias de investimento, financiamentos e gestão do caixa. Sem esquecer que em algumas outras economias as taxas reais são negativas e que existe uma oferta relevante de recursos financeiros no mundo.

Pela bem articulada condução da política econômica e a gestão visionária do Banco Central temos hoje a taxa Selic nos menores patamares de sua história, o que já provocou uma migração de investimentos do mercado financeiro para a economia real, reconfigurando o ambiente financeiro e criando um cenário de maior abertura ao risco em busca de melhores taxas de retorno de investimentos.

Os executivos à frente de negócios no Brasil que não tiveram a oportunidade de atuar profissionalmente no exterior, em economias com taxas reais de juros civilizadas, precisam repensar suas estratégias e modelos de gestão dentro dessa nova realidade que está sendo construída, já que essa redução das taxas Selic ainda não tiveram impacto de igual intensidade nos financiamentos e taxas praticadas na economia real, especialmente aquela ligada ao consumo.

A redução já afetou como seria de se imaginar, em tempo compatível, a remuneração dos investimentos, mas teima em se manter muito alta quando envolve outras áreas, o que, no limite obrigou o próprio Banco Central, de espírito liberal, fixar o teto das taxas de juros praticadas no cheque especial.

Essa nova realidade deverá fazer ressurgir o interesse do varejo pela retomada de suas próprias operações de financiamento ao consumidor final, seus clientes, porém agora em realidade totalmente diferente do que foi no passado em especial também pelo advento do open banking;

  1. Open Banking – O tema é global, pressionado pelo protagonismo dos temas digital e o impacto das novas tecnologias, e no Brasil o assunto também está caminhando muito rápido. Segundo a agenda proposta pelo Banco Central o sistema deverá estar implantado no segundo semestre de 2020, ampliando a competitividade bancária, pressionando a concorrência nas taxas de juros e aumentando a base de clientes e pagamentos envolvidos.

De alguma maneira pode-se falar, figurativamente, num marketplace de serviços financeiros, criando uma plataforma regulamentada e aberta de compartilhamento de dados e contratação de serviços financeiros.

Importante lembrar que já existem hoje no Brasil perto de 600 fintechs que, de alguma forma, começaram a pressionar a concentração bancária e o surgimento dessas startups focadas em serviços financeiros foi saudado pelas próprias autoridades financeiras pois criaram alternativas para levar adiante a desconcentração, algo que apesar de algo desejável por toda a sociedade, não caminhava pelo poder de fogo e convencimentos dos players envolvidos.

  1. Pagamentos Instantâneos – Esse é o conceito amplo que envolve os pagamentos estáticos e dinâmicos feitos com uso de tecnologia, em complementação a todas as outras formas existentes. Não imaginamos que teremos no Brasil, nos próximos anos, algo similar ao que ocorre na China, onde perto de 80% dos pagamentos são feitos pelo celular e 94% deles concentrados em apenas duas plataformas, o Alipay e o WeChat Pay.

A forte presença dos cartões de débito e crédito e as plataformas já instaladas conspiram, contra ou a favor, dependendo do ponto de vista, para uma não tão rápida difusão e o protagonismo das novas plataformas digitais de pagamentos. Mas o uso intenso do celular e sua penetração, especialmente nas novas gerações, definitivamente conspiram a favor.

E a disposição de Apple, Samsung, Americanas, Magalu, Pão de Açúcar, Via Varejo, iFood, Uber, 99 e Rappi, só para nominar alguns poucos dos muitos que estão trabalhando no tema, é que essa disseminação ocorra rapidamente, embutindo promoções, relacionamento, fidelidade e muito mais.

Pagamentos e certificações feitos com QRCode e reconhecimento facial se complementam sob o ponto de vista tecnológico tornando essas operações mais seguras, rápidas, convenientes e com potencial adicional de serem muito mais seguras sob o ponto de vista de prevenção às fraudes.

  1. Cadastro Positivo – Finalmente aprovado e agora em implantação, o Cadastro Positivo, prevê-se, poderá reduzir o custo do crédito pela melhoraria dos níveis de inadimplência, além de facilitar e tornar mais fácil e conveniente todo o processo de análise e concessão de crédito aos consumidores que concordarem com seu uso. Foi uma longa discussão e muitas propostas até que pudesse ser aprovado e seus benefícios potenciais começarão a ser percebidos já no primeiro semestre do próximo ano.

Mas muito do que será necessário ser feito ainda é desconhecido, além de seus reais benefícios em termos práticos, o que estará sendo aprendido nos próximos meses.

  1. Lei Geral de Proteção de Dados – Tem vigência prevista para agosto de 2020, mas muitos já discutem a sua eventual prorrogação. Mas especialmente os escritórios de advocacia já se puseram a campo para sensibilizar, para não dizer, aterrorizar, sobre o quanto as formas de tratamento de dados e relacionamento digital terão que ser alterados por conta da LGPD. Gostemos ou não, ela tem um efeito positivo, disciplinador e modernizante nas relações de consumo e obrigarão a profundas mudanças como empresas, marcas e negócios têm usado as redes sociais e a tecnologia de forma geral no relacionamento com seus clientes e prospects.

Como comentamos cada um desses elementos, isoladamente, já geraria impactos não desprezíveis no ambiente de negócios.

Combinados, seus efeitos são exponenciados e geram oportunidades e ameaças que devem ser identificados, mensurados e avaliados na busca de caminhos para um convívio harmonioso e com melhores resultados a partir de agora.

Bem-vindos ao Big Bang Financeiro de 2020.