Nubank segue os passos de rivais e entra no comércio eletrônico

Seguindo os passos do rival Banco Inter (SA:BIDI11), o Nubank anunciou nesta segunda-feira (23) sua entrada no comércio eletrônico, segmento que tem ajudado a rentabilizar o segmento de serviços financeiros.

Por meio da parceria com marcas de varejo, a fintech brasileira estreou na última segunda-feira uma oferta de e-commerce em seu aplicativo. A plataforma conta com diversas opções de sites e lojas com condições diferenciadas, incluindo varejistas como AliExpress, Dafiti e Magalu. Segundo a empresa, o número de parceiros deverá ser expandido em breve.

“Com esta nova oferta, podemos fornecer ainda mais serviços em muitas outras áreas da vida dos clientes e tornar suas vidas e a experiência geral ainda mais enriquecedora e gratificante “, diz David Vélez, CEO e fundador da Nubank.

O novo serviço junta-se a mais outros do portfólio da empresa, que inclui cartão de crédito, contas digitais pessoais e empresariais, investimentos, empréstimos e seguros. Além disso, desde julho deste ano, o aplicativo do banco digital mostra ofertas de produtos de outras parcerias, com transferências internacionais do Remessa Online e, mais recentemente, financiamento de veículos da Creditas.

“Com os melhores parceiros da categoria, a vertical de comércio eletrônico expandirá a gama de produtos e serviços oferecidos por meio de nosso aplicativo, enquanto continuamos a garantir a excelente qualidade de experiência e serviços que oferecemos aos nossos clientes”, diz Juan Carlos Guillermety, VP e General Gerente de Marketplace na Nubank.

Além desse anúncio, vale lembrar que o Nubank protagonizará uma das mais aguardadas ofertas iniciais de ações do ano. O IPO do banco digital deverá movimentar cerca de US$ 3,385 bilhões se as ações saírem no meio da faixa indicativa de preço, que vai de US$ 10 a US$ 11. Se forem exercidos todos os lotes extras e o preço sair no topo da faixa, a operação pode chegar a US$ 4,89 bilhões.

Cada cliente ativo no Brasil poderá receber, gratuitamente, um BDRs na oferta. “Milhões de clientes serão convidados a se tornarem sócios da empresa, sem nenhum custo, por meio do recebimento de um BDR por pessoa”, diz o Nubank. A expectativa é que o Nubank chegue a mercado valendo mais de US$ 50 bilhões, maior que os grandes bancos brasileiros e de gigantes como a Ambev (SA:ABEV3).

Marketplace do Magalu cresce quase 70% no trimestre

O Magalu (B3:MGLU3), empresa que está digitalizando o varejo brasileiro, divulgou resultados financeiros do terceiro trimestre de 2021.

O destaque do período foi, mais uma vez, o e-commerce. As vendas online do Magalu atingiram R$10 bilhões pela primeira vez em um trimestre, alta de 22% ante o período de 2020. Trata-se de uma expansão acima do mercado brasileiro, que teve alta de 17,9%, segundo a Neotrust, o que representa novo ganho de market share. Na comparação com o terceiro trimestre de 2019 — excluindo-se, portanto, as excepcionalidades da pandemia — as vendas pelos canais digitais do Magalu cresceram 204%, ou seja, mais que triplicaram em dois anos.

Os números do e-commerce refletem o excelente desempenho do SuperApp da companhia, que já conta com 37,9 milhões de usuários ativos por mês. Demonstram também o crescimento contínuo do marketplace do Magalu. Atualmente, 120 000 sellers operam na plataforma digital da empresa. Juntos, esses varejistas venderam R$3,5 bilhões entre os meses de julho e setembro, aumento de 67% na comparação com igual período de 2020 e de 310% em dois anos. Com isso, o marketplace passou a representar 35% das vendas online da companhia.

“Temos convicção de que o Magalu, com seu ecossistema de empresas complementares, sua rede de logística e distribuição, que incluem mais de 1 400 lojas físicas e sua capacidade de desenvolver e oferecer ferramentas digitais, tem vantagens únicas para continuar digitalizando o varejo analógico brasileiro”, diz o CEO, Frederico Trajano. “Estamos trazendo esses sellers para nossa plataforma de forma totalmente legal e formal, com velocidade e escala.”

No terceiro trimestre, as vendas totais do Magalu atingiram R$13,8 bilhões, alta de 12% na comparação anual e o dobro (+103%) em relação ao terceiro trimestre de 2019. Esse indicador foi impactado pela redução de 8% nas vendas das lojas físicas, nas quais a categoria de bens duráveis — sensível às oscilações de renda e à alta dos juros — é representativa.

O lucro líquido ajustado foi de R$22,6 milhões. Considerando os ganhos líquidos não recorrentes, o lucro líquido foi de R$143,5 milhões. Em setembro, a posição total de caixa ajustado era de R$9,1 bilhões.

Novos negócios e categorias

O lançamento do Mundo Moda é exemplo dessa estratégia. Integrada ao SuperApp, a categoria passou a oferecer 300 marcas e 3,5 milhões de itens, de 21 000 varejistas e centenas de fábricas, incorporadas por meio da HubSales, empresa do grupo que conecta indústria ao consumidor final. O Magalu também criou sua marca própria, o Vista Magalu. O segmento de moda no Brasil movimenta R$152 bilhões e conta com 1,5 milhão de lojistas — apenas 73 000 digitalizados. De janeiro a setembro, as vendas de produtos de moda na empresa cresceram 170% no SuperApp do Magalu.

Na categoria de beleza, as vendas da Época Cosméticos mais que triplicaram no terceiro trimestre, quando comparadas aos resultados de 2019. No acumulado até setembro deste ano, as vendas do e-commerce de beleza superaram 500 milhões de reais, o que equivale às vendas de todo o ano de 2020. Em esportes, com a Netshoes, o Magalu ganhou quatro pontos percentuais de participação de mercado no período e cresceu 67% das vendas no SuperApp.

Em julho, o Magalu concluiu a aquisição da Hub Fintech, movimento que deu a robustez regulatória e tecnológica necessária para que acelere os serviços financeiros para clientes e sellers. A fintech do Magalu tem, atualmente, mais de 4 milhões de contas MagaluPay, 6,6 milhões de cartões de crédito emitidos e 15 bilhões de reais em carteira de crédito. Esses números, por si só, colocariam nossa operação financeira na lista dos maiores bancos digitais do Brasil.

C&A lança cartão digital que pode ser contratado em cinco minutos

O C&A Pay deve acelerar compras digitais e facilitar compras no ambiente físico – colaborando com a estratégia da marca de integrar cada vez mais a experiência em ambos os canais.

A C&A vai lançar no mercado brasileiro uma nova solução de pagamentos digital: o C&A Paycartão digital que deve facilitar a adesão de mais clientes à solução de pagamentos da companhia — uma vez que pode ser contratado digitalmente, em menos de cinco minutos, e usado tanto para compras no site quanto para compras na loja física.

A nova solução de pagamentos vem a partir da recompra de direitos de oferecer serviços e produtos financeiros até então explorados de forma exclusiva pelo Grupo Bradesco. Para garantir a oferta de forma 100% independente, a C&A investiu R$ 415 milhões, valor que deverá ser liquidado em janeiro de 2023 e corrigido a partir de 31 de janeiro de 2022 a 112,5% do CDI, como informou a companhia em fato relevante. Ainda segundo o comunicado, haverá uma transição entre os produtos hoje comercializados pelo Bradesco e a C&A, sendo que ambos devem coexistir pelos próximos dois anos.

Em relação à nova solução digital de pagamentos — um ponto cada vez mais valorizado pelo varejo, já que traz margens melhores do que a própria venda de produtos em si — o objetivo inicial é oferecê-la à base de membros do programa de relacionamento C&A&Vc. “Temos 18 milhões de pessoas dentro desse programa e esse é o produto mais próximo a entrar em contato com o novo cartão digital da C&A. Além disso, entram mais de 1 milhão de pessoas na loja todos os dias e todas serão potenciais usuários do C&A Pay”, afirma Paulo Correa, CEO da C&A, à EXAME. A companhia ainda não revela qual é a meta de usuários do novo cartão para 2022.

Para ajudar a convencer usuários a fazerem o novo cartão da loja, a C&A aposta numa experiência simples: conseguir fazer o cartão on-line, em menos de cinco minutos, e poder utilizá-lo nas compras do site (com opções de pagamento diferenciadas em relação aos métodos tradicionais de pagamento) e na loja física, apenas usando o CPF e a senha. Por enquanto, a C&A não dará incentivos como cashback para quem aderir ao cartão digital, mas apenas as vantagens já conhecidas com o cartão físico: 10% de desconto na primeira compra e opções diferenciadas de parcelamento em relação ao crédito tradicional.

“O cartão não tem fatura física, tudo é resolvido no app. Queremos construir essa história primeiro junto ao C&A&Vc, que já engloba pessoas que têm alta afinidade com a marca”, diz Fernando Brossi, vice-presidente da C&A.

 Questionado a respeito de tornar este o primeiro passo para construir uma carteira digital própria da C&A — um passo similar ao do Mercado Livre com o Mercado Pago –, o CEO afirma que a empresa está “muito consciente de tentar entender cada uma dessas oportunidades e que certamente existe potencial para muitos produtos e serviços financeiros”, mas que, nesse primeiro ano, a companhia estará focada no desenvolvimento e no lançamento do C&A Pay.

Motivos para investir no cartão digital, não faltam para a companhia. No segundo trimestre (os dados do 3º tri serão divulgados nesta quarta-feira), a C&A teve receita líquida de R$ 191 milhões na operação de e-commerce, um aumento de 36,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para continuar crescendo, a companhia fez um investimento recorde em plataformas digitais, de R$ 141,6 milhões, valor 212,6% maior do que o registrado no segundo trimestre do ano passado.

Em crédito, a companhia aproveita o bom momento para acelerar: no segundo trimestre, a receita proveniente da parceria com a Bradescard foi de R$ 37,7 milhões, aumento de 137% em relação ao mesmo período do ano passado. E ainda há potencial para crescer, já que o crédito oferecido pelo negócio representava, no trimestre anterior, apenas 15,4% das vendas.

Na esteira do que o Magalu fez em abril deste ano, ao lançar o MagaluPaya C&A mostra que está alinhada às novas estratégias digitais de pagamento do varejo, integrando cada vez mais uma experiência omnicanal. Em termos de concorrência direta, a companhia mostra que está pronta para a competição. Para citar um exemplo, a Renner espalhou totens nas lojas físicas explicando que consumidores podem, agora, pagar compras usando o próprio celular, sem pagar filas.

É o varejo omnicanal dominando o pós-pandemia, uma tendência que só deve crescer ao longo dos próximos anos.

Marketplaces chineses: um exemplo para o sucesso das vendas do e-commerce no Brasil

A China se consolidou como o país que mais fatura no e-commerce no mundo todo. Com o uso de tecnologias de ponta e atualizadas, além de estratégias de venda cada vez mais adaptadas ao consumidor final, foi o primeiro país a apresentar resultados onde as vendas online ultrapassaram a soma de todas as compras realizadas em lojas físicas, segundo mostra o Trade International Administration.

O sucesso do e-commerce chinês está presente no Brasil. Dados da Pitney Bowes mostram que mais da metade dos brasileiros que compram pela internet consulta preços e ofertas em sites chineses, como Aliexpress e Wish. Um levantamento feito pela empresa de carteiras digitais PayPal Brasil e pela consultoria de pesquisas BigData Corp mostra que o mercado de comércio eletrônico cresceu 40,7% entre 2019 e 2020, chegando a 1,3 milhão de lojas virtuais.

Para avançar no marketplace nacional o vendedor precisa evoluir. Acompanhar, entender e aplicar as técnicas e estratégias utilizadas pelos chineses para impulsionar o alcance de suas vendas online. O conceito de marketplace na China está diretamente ligado à variedade de serviços e produtos dentro de uma mesma plataforma como a Amazon oferece. No e-commerce chinês, o varejo digital concentra opções diversas em um único lugar, diferente de alguns sites no Brasil, em que os produtos ainda são segmentados.

Logística e pagamento chineses

Outra facilidade que os marketplaces da China oferecem é a agilidade no prazo de entrega. Enquanto no Brasil, consumidores precisam aguardar em média 11 dias para receberem seus produtos, na China, a entrega é realizada com prazo de até um dia. A parceria com anunciantes pode proporcionar um menor prazo de entrega. Esse investimento afeta diretamente a experiência do consumidor, que aumenta significativamente as chances de fidelizar o comprador à loja. Uma entrega mais rápida também se torna um diferencial importante, capaz de alcançar novos clientes.

Um dos sistemas que tem revolucionado os pagamentos em marketplaces na China é a possibilidade de fazer a transação financeira dentro de aplicativos, o chamado Mobile Payment, a exemplo do AliPay (do Alibaba) e do WeChat Pay, sistema semelhante à funcionalidade do WhatsApp. Com esse software é possível acompanhar desde a pesquisa do produto até a finalização do pagamento, que são realizados dentro da própria plataforma ou uma parceira. Mais de 90% dos pagamentos digitais feitos em aplicativos são realizados pelo WeChat e AliPay.

Com uma variedade enorme de produtos e anunciantes, os marketplaces apresentam alta concorrência de preços e serviços. Com tanta disponibilidade de um mesmo produto, o uso estratégico de promoções e ofertas é o principal fator de atração para se sobressair em meio à concorrência. Nos marketplaces da China, é muito comum a alta frequência de promoções e ofertas nos aplicativos, incentivando a compra do cliente.

Ao vivo nos markeplaces

As chamadas lives commerces, que tiveram início na China, já têm sido uma aposta de e-commerces no Brasil. A estratégia se baseia em realizar vendas por meio de transmissões ao vivo em mídias sociais – que contam com cerca de 150 milhões de usuários no país, segundo o relatório Digital 2021, da WeAreSocial. No Brasil, Americanas, Submarino, Mercado Livre e Magazine Luiza já utilizam essa estratégia.

Nas lojas chinesas, é comum os influenciadores apresentarem lives em shoppings para divulgar produtos e promoções. Além disso, negócios chineses oferecem descontos àqueles que se aproximam de lojas físicas, por meio do envio de mensagens instantâneas, direcionando esses consumidores para a compra online. Há investimento e inovação para atrair cada vez mais compras em marketplaces.

Por fim, para que a venda online acelere no Brasil, é preciso estar preparado para acompanhar a rotatividade dos produtos. No e-commerce, não há tempo para ficar perdido na hora do controle, é necessário ter organização no sistema e na operação. Assim, por mais experiente que o vendedor seja no comércio de balcão, o universo online é bem diferente e é necessário buscar aprendizado e profissionalização no setor.

Marisa lança marketplace para vender roupa, artigos de decoração e cursos online

Varejista vende marcas como Mormaii, Beleza Natural, Forever Liss, Kyly, Passarela e Honey Be.

A varejista Marisa acaba de lançar um marketplace para vender mais do que os produtos de moda e lingerie tradicionalmente encontrados nas lojas da marca. O portfólio do site conta com itens de beleza, cuidados pessoais, casa, decoração e serviços. Os consumidores já podem encontrar produtos de marcas como Mormaii, Beleza Natural, Forever Liss, Kyly, Passarela e Honey Be.

A expectativa é que a plataforma seja responsável por 20% de toda a venda dos canais digitais da Marisa em 2022, com a abertura de novas categorias e funcionalidades.

Segundo a empresa, a meta é se conectar cada vez mais com as consumidoras de forma digital e disponibilizar uma variedade abrangente de produtos, “garantindo que elas encontrem no app e no site outros serviços e novidades que vão além da busca inicial”.

“A Marisa acredita que é necessário oferecer mais do que os já conhecidos itens do guarda-roupa, por isso, passa a oferecer categorias que atendam todas as necessidades da mulher e da família, como itens de decoração, beleza, cuidados pessoais, cursos online, especializações, turismo, entre outros”, diz a empresa, em nota.

Os clientes passam, assim, a ter serviços prestados não somente pela marca, mas também pelos seus parceiros. “Fizemos um trabalho minucioso de seleção dos sellers prezando por marcas reconhecidas pelo mercado, que oferecem serviços e comercializam produtos de qualidade. Além disso, a prerrogativa é que todas estejam conectadas com o perfil da nossa cliente Marisa para que, dessa forma, a variedade seja o principal atrativo das buscas dentro do nosso portal”, declara Marcelo Pimentel, CEO da Marisa.

Dentro do marketplace, as clientes Marisa poderão contar ainda com benefícios como maior facilidade de pagamento com o Mbank, o cartão Marisa, além da possibilidade de adquirir os produtos disponíveis em uma única transação.

A Marisa lançou em setembro a plataforma digital de serviços financeiros Mbank. Em parceria com o Itaú Unibanco, o Mbank conta com cartões de crédito Itaucard Mastercard e private label digital, dedicados às compras realizadas nas lojas da marca. A plataforma também oferece seguros, assistências, empréstimo pessoal, opção de saque e cashback.

A ideia é que a plataforma passe, em 2022, a atuar com serviços como conta digital, pagamentos e recarga de celular.

Governo atinge marca de 1,5 mil serviços digitalizados em 34 meses

Nos últimos 34 meses, o cidadão passou a ter acesso a 1,5 mil serviços públicos federais diretamente do celular ou do computador. A marca de digitalização dos serviços foi atingida nesta semana. 

Segundo a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, a digitalização dos serviços públicos desde janeiro de 2019 gerou economia de R$ 3 bilhões por ano. Desse total, R$ 800 milhões deixaram de ser gastos pelo governo em despesas como impressão de papel e manutenção de prédios e arquivamento físico, e R$ 2,3 bilhões foram economizados pela sociedade, em custos de locomoção e de ausência no trabalho, por exemplo. 

Um dos serviços mais recentes a serem digitalizados foi o registro de pescador profissional, oferecido desde a semana passada no Portal Gov.br. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a emissão eletrônica do documento deve beneficiar 1,2 milhão de profissionais e gerar economia de R$ 83,6 milhões por ano. 

Atualmente, o Portal Gov.br tem 4.811 serviços federais. Desse total, 3.461 (71,9%) são totalmente informatizados; 662 (13,8%) são parcialmente digitalizados, com o cidadão precisando enviar algum documento físico ou cumprir alguma etapa presencial; e 688 (14,3%) não são digitalizados, com o usuário apenas iniciando o serviço pelo portal e concluindo os procedimentos fisicamente.

Em ranking recente divulgado pelo Banco Mundial, o Brasil ocupa a sétima posição em maturidade de serviços públicos digitais, de um total de 198 países. A Estratégia de Governo Digital 2020–2022 prevê a digitalização de 100% dos serviços públicos federais até o fim do próximo ano. 

Consulta pública 

Até o dia 12, está aberta consulta pública para a elaboração de uma portaria que regulamentará e a avaliará a qualidade dos serviços públicos digitais. As sugestões podem ser encaminhadas por meio da Plataforma + Brasil. 

O processo de avaliação ocorrerá de duas formas. Na primeira frente, será aferida a satisfação dos usuários em relação aos serviços acessados. A segunda frente tratará dos critérios e dos padrões de qualidade para serviços públicos digitais, desde a busca por informações até a resposta final. Todo o processo será medido com base em autoavaliação, no qual o usuário dará notas em escala de 1 a 5. 

Entre os serviços federais digitalizados mais usados, estão o pagamento do auxílio emergencial, Pix (sistema de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central), o site e o aplicativo Meu INSS, os pedidos de seguro desemprego e a emissão de carteiras digitais de trânsito e de trabalho. As informações são da Agência Brasil 

Black Friday 2021: cibersegurança deve estar entre ações prioritárias

Oferecer um ambiente on-line seguro para os consumidores é fundamental para o bom desempenho do negócio.

A Black Friday é uma das épocas mais esperadas pelos varejistas e consumidores. Segundo dados da consultoria Ebit|Nielsen, o e-commerce movimentou 3,1 bilhões de reais só no dia 27 de novembro do ano passado. Com as vendas no on-line em alta, dados do relatório da Future Shopper Report 2021, produzido pela Wunderman Thompson em parceria com a Enext, apontam que 55% dos brasileiros pretendem seguir comprando no varejo digital de forma frequente. Com isso, oferecer um ambiente on-line seguro para os consumidores é fundamental para o bom desempenho do negócio.

Segundo a União Internacional das Telecomunicações (UIT), as perdas globais causadas por crimes cibernéticos são estimadas entre US$1 trilhão em 2020 e US$6 trilhões em 2021. Em consequência disso, grandes impactos negativos afetam as empresas, como foi o caso da Lojas Renner, que teve um ataque cibernético em agosto e ficou com seu site e aplicativo fora do ar. Os efeitos que a empresa sofreu foram enormes, além do risco do vazamento de bancos de dados, houve queda de 1,5% na Bolsa.

De acordo com Fabiano Brito, CEO da FC Nuvem, uma dica para as empresas evitarem esses ataques no período da Black Friday é buscar apoio consultivo para uma análise profunda e imparcial dos riscos, com a criação de um plano de ação para atacar rapidamente os pontos levantados, criando as camadas de segurança necessárias. Ele ainda destaca a extrema importância de ter controle e visibilidade do seu ambiente.

Como evitar fraudes
Para o especialista, proteger os dados dos clientes e das empresas, além de garantir o funcionamento da operação, é primordial para o bom desempenho do negócio. É necessário passar confiança para o consumidor e mostrar que a coloca em prática.

Uma outra dica para a empresa se proteger é construir uma arquitetura em camadas que possa gerar barreiras a serem transpostas pelos hackers e com isso não apenas desmotivá-los a continuar com a invasão, mas também proporcionar meios para rastrear e evitar o sucesso do ataque.

A cibersegurança nas empresas nada mais é do que o conjunto de medidas adotadas para proteger computadores, servidores, dispositivos móveis, sistemas eletrônicos, redes e dados contra ataques malignos. Entre as categorias de proteção mais comuns, estão segurança de rede, de aplicativos, segurança de informações, segurança operacional, recuperação de desastres e continuidade dos negócios e educação do usuário final.

Para ter mais segurança contra ataques cibernéticos, algumas soluções podem ajudar na proteção. A infraestrutura em nuvem é um grande facilitador nesse caso, pois possibilita o uso de inúmeros recursos importantes para esse tipo de proteção e remediação de forma mais ágil.

Fraudes em transações sem cartão estão mais sofisticadas

Um relatório feito pela Vesta mostrou que a porcentagem geral de transações globais que seu sistema identificou como potencialmente fraudulentas variou de 13% no primeiro trimestre de 2020 a 11% no mesmo período de 2021. O valor médio de cada transação fraudulenta subiu de US$ 126 para US$ 134 (o trimestre com o maior valor médio de transação fraudulenta foi o quarto trimestre de 2020, com US$ 155 por transação).

As tentativas de fraude, no entanto, não são distribuídas uniformemente: as tentativas fraudulentas contra comerciantes individuais variaram de 0,8% a mais de 30%, dependendo do segmento (vertical) e região geográfica do negócio.
O primeiro trimestre de 2021 viu menos fraudes na comparação com o primeiro trimestre de 2020, mas o valor médio aumentou US$ 8 por transação, sugerindo que a fraude pode se tornar um problema ainda mais caro em 2021 do que em 2020.

Há cinco sistemas operacionais responsáveis pela maioria dos pedidos de comércio eletrônico: Android, iOS, Linux, OS X e Windows. A Vesta descobriu que o Android é o sistema operacional com a maior porcentagem de transações fraudulentas, com até 26% no primeiro trimestre de 2020, mas com o valor médio em dólares mais baixo. O valor das transações fraudulentas é mais alto nos sistemas operacionais OS X e Windows, o que indica que os fraudadores realizam seus ataques mais caros no ambiente de trabalho.

Como lidar com fraude em pagamentos
Outro elemento crítico no relatório da Vesta é uma análise de fraude em transações sem cartão com ligação direta, quando comparadas com aquelas com ligação indireta. A ligação direta significa que há uma conexão comum dentro das transações que os comerciantes podem procurar como sinais de possível fraude.

Por exemplo, se cinco pedidos chegam ao mesmo tempo para o mesmo item e do mesmo endereço de e-mail, é um sinal claro de que as transações podem ser fraudulentas. A ligação indireta significa que as transações são vinculadas por meio de uma rede mais complexa de elementos, geralmente um sinal de fraudadores mais sofisticados tentando encobrir seus rastros, tornando muito difícil para os comerciantes detectá-los.

A única maneira de efetivamente identificar e prevenir fraudes em transações sem cartão com ligações indiretas é com o uso do aprendizado de máquina, e é fundamental usar modelos que tenham sido treinados com base em milhões de transações globais e que possam estabelecer conexões que os humanos simplesmente não conseguem ver, segundo a Vesta.

Crescimento do Pix
O Pix já compete com outras formas de pagamento muito adotadas pelos brasileiros, como o cartão de débito e o dinheiro em espécie. De acordo com uma pesquisa realizada pela Zetta, 81% dos entrevistados já utilizam a nova tecnologia, número bem próximo aos 85% que correspondem ao cartão de débito e 84% do dinheiro. Em sua maioria, são os jovens que mais e com maior escolaridade que usam o Pix.

O número é ainda maior do que o de outro meio de pagamento queridinho dos brasileiros, o cartão de crédito (73%), boleto (53%) e carteira digital (52%). Isso mostra que o Pix já superou até mesmo tecnologias mais recentes e que caiu de vez no gosto da população.

A era Mercado Livre: 1 a cada 4 PMEs tem metade da sua renda na plataforma

No Brasil, 93 mil novas PMEs passaram a integrar o Mercado Livre em 2020; total hoje é de 270 mil empresas.
A importância do e-commerce no país é incontestável. Pelo menos para o Mercado Livre. Metade das pequenas e médias empresas do país afirmam que, sem a gigante do comércio eletrônico, teria sido impossível sobreviver à pandemia em 2020.

A conclusão é da pesquisa “Impactos que Importam”, estudo do Mercado Livre em parceria com a consultoria Euromonitor International, que visa mostrar como a empresa contribui para o impacto positivo no Brasil e América Latina, com foco na geração de emprego, pagamentos e reflexos diretos nas pequenas e médias empresas.

Em 2020, 93.000 novas empresas passaram a vender no Mercado Livre Brasil. Agora, são 270.000, pelos cálculos da Euromonitor. Na América Latina como um todo, foram 174.000 novos vendedores.

O estudo mostra que 25% das PMEs da América Latina têm pelo menos metade de sua renda vinculada ao Mercado Livre. Ou seja, 1 a cada 4 empresas gera entre 51% e 90% da sua renda por meio da empresa.

A pesquisa ouviu 4.000 pessoas do Brasil, Argentina, México, Colômbia e Chile, buscando entender o impacto econômico, social e fiscal do mercado livre nos negócios, dos vendedores aos pagadores. Os cinco grandes eixos da pesquisa foram: impacto, emprego, inclusão, crescimento e transformação.

Outro indicador relevante está relacionado ao impacto da adesão dessas pequenas empresas à plataforma durante a pandemia. Cerca de 84% das PMEs que passaram a vender no Mercado Livre conseguiram expandir a atuação regional da empresa graças a essa integração. “Esse é um indicativo interessante para mostrar como o e-commerce tem ajudado a quebrar barreiras”, diz Julia Rueff, diretora sênior de Marketplace do Mercado Livre no Brasil.

Para Stelleo Tolda, presidente de commerce do Mercado Livre América Latina, os bons resultados evidenciam a missão da empresa de gerar impacto positivo e facilitar a reestruturação econômica no pós-pandemia. “Nosso papel é democratizar o comércio eletrônico e o acesso financeiro no Brasil. Somos líderes na região e acreditamos que continuaremos sendo. Estamos investindo nisso”, disse, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 30.

Do Mercado Livre para a economia
De acordo com a pesquisa, cerca de 900.000 famílias têm no Mercado Livre a sua fonte majoritária ou complementar de renda, enquanto 500.000 pequenas e médias empresas também dependem da plataforma em seu dia a dia de operação. A pesquisa também mostra que 54% destas empresas expandiram suas operações para outras regiões graças à plataforma.

O ecossistema da gigante do e-commerce também inclui 2.000 pequenas e médias empresas como prestadoras de serviço diretos. “O Mercado Livre é um canal para a democratização do comércio no Brasil e região”, diz Tolda.

Na frente de pagamentos, a pesquisa também mostra como o Mercado Livre impacta a inclusão financeira dos pequenos negócios. Os dados mostram que 40% das PMEs receberam sua primeira oferta de crédito pelo braço financeiro da empresa, o Mercado Pago. No Brasil, esse número é de 24%. Na América Latina, 6 em cada 10 empresas tomam crédito para capital de giro.

Segundo o relatório, 7 em cada 10 PMEs que utilizam os serviços financeiros do Mercado Pago aumentaram suas vendas graças à fintech.

Há uma limitação de oferta de crédito para PMEs no país, segundo Tolda. Com a ajuda da plataforma financeira, o Mercado Livre – variam de 30 a 300 mil reais, com prazos de pagamento entre 6 e 12 meses. Para o final do ano, a empresa analisa que haverá uma demanda ainda maior pelo crédito para que PMEs possam sustentar o crescimento também das vendas no período.

A geração de emprego também é um ponto de destaque. A plataforma criou, direta ou indiretamente, cerca de 6 empregos por hora nas economias analisadas ao longo do ano de 2020. “É muito positivo entendermos que somos capazes de gerar impacto positivo, mesmo em um momento de situação de macroeconomia negativa, especificamente entre os pequenos empresários”, diz Tolda.

O crescimento expressivo da empresa diante do novo cenário do e-commerce imposto pela pandemia também motivou a criação de 6.000 empregos internamente, metade deles apenas no setor logístico.

De olho no futuro
Com o fim das restrições mais severas de isolamento social no país — sem esquecer o aumento da concorrência pelas PMEs no ambiente digital — o Mercado Livre projeta crescimento menor do que o de 2020 na base de novos vendedores dentro da plataforma, mas reconhece que há um amplo potencial a ser explorado no varejo digital.

“O potencial do e-commerce é enorme, independente da abertura de lojas, não acreditamos que isso terá um impacto negativo sobre nós. A gente dá opções ao consumidor para retirar produtos em locais físicos, melhoramos muito nossos serviços de logística e queremos continuar crescendo. O salto que demos em 2020 não vai se repetir na mesma proporção, mas ainda assim será um crescimento saudável”, diz Stelleo Tolda, co-fundador do Mercado Livre.

Para continuar crescendo e se mantendo à frente da concorrência, uma das principais apostas da empresa vai continuar sendo o Mercado Pago, linha de negócios voltada ao crédito, que atingiu volume total de pagamentos de US$ 17,5 bilhões, sendo US$ 10,3 bilhões fora da plataforma do Mercado Livre. Vale lembrar que essa linha de negócio corresponde a 34,4% do faturamento do Mercado Livre no Brasil.

“O PIX em particular tem sido uma forma de fazer crescer a adoção mais ampla desse meio de pagamento digital não só no ambiente on-line mas também no físico. A gente tem visto cada vez mais as pessoas com o celular na mão e acreditamos que isso não vai parar”, diz Stelleo.

Tendências para 2040: nômades digitais e tudo omni no consumo

Estudo de Visa e Hyper Island analisa transformações das pessoas e da tecnologia e aponta valorização do bem-estar e novos limites entre conveniência e automação.

Visa celebra cinco anos da criação de seu Innovation Studio, espaço responsável por cocriar novas soluções para o universo de pagamentos ao lado de parceiros, e já está com a cabeça em 2040. Em um evento para a imprensa na última terça-feira, 14, a companhia apresentou uma pesquisa realizada pelo Visa Innovation Center de Miami com a Hyper Island sobre as tendências que devem moldar o futuro do setor daqui a 20 anos.

Na apresentação, Nuno Alves, country manager da Visa, também reforçou reposicionamento pelo qual a companhia passa e o desejo de mostrar sua atuação para o mercado e o público, com a campanha global “Conheça a Visa”. Segundo Nuno, o objetivo é “descartar a percepção que somos plástico, que somos cartão de crédito”, diz. “Assume um papel de ponto de convergência”, acrescenta o executivo.
Nessa rota, o papel do Centro e do Studio de inovação parecem ser decisivos para a empresa que pretende se apresentar como a “rede das redes”. De olho na aceleração das mudanças de hábito e comportamento trazidas pela pandemia, a pesquisa com a Hyper Island pretende traçar futuros possíveis e desejáveis para a companhia. “Não há uma tendência que vai definir o que vem por aí, mas diversas tendências”, explicou Roberta Isfer, diretora de Inovação da Visa América Latina e Caribe, ressaltando que os fatores interagem entre si. O estudo foi dividido em três grandes frentes: pessoas, tecnologia e dinheiro.

Para a companhia, o conceito de humano do futuro será o cerne de todas as transformações. A pesquisa indica um usuário cada vez dividido em uma identidade que é física e também virtual, com o metaverso emergindo. “Como eu me posiciono nesse universo em que posso ser quem eu quiser? ”, provoca Roberta. Essa expansão do ser humano estará cada vez mais relacionada a busca por propósito. Nesse sentido, popularização de comportamentos, como o dos nômades digitais, ressaltam a valorização do bem-estar.

Essas mudanças impactam na maneira como se consome. De acordo com o levantamento, o “tudo omni” deve ser uma realidade nas próximas décadas e as vendas de itens para consumidores digitais, com seus avatares, deve crescer. Os limites entre conveniência e automação também serão testados. Assim, é preciso pensar em que canais e momentos o consumidor deseja maior atenção e contato ou não.
Na seara da tecnologia, descentralização é a palavra de lei, segundo o estudo da Visa. O blockchain deve representar um novo paradigma para as redes, que poderão ser construídas e gerenciadas por um número muito maior de pessoas. A internet das coisas também entra nesse movimento, permitindo que o usuário amplie sua presença em diferentes contextos. A análise também indica um momento de transição em que o homem passa a ver seu corpo como porta de entrada para as informações, processo que teve início com o uso da digital. Com o crescimento dos dados, a discussão sobre sua propriedade só deve crescer.

Por fim, o estudo aborda o impacto das transformações na circulação do dinheiro e prevê valores mais conectados. “Você terá um dinheiro que não só circula mais no digital, mas é muito mais inteligente”, explica a Diretora de Inovação da Visa América Latina e Caribe. A moedas digitais aparecem nesse horizonte. A Visa, inclusive, já trabalha em 50 plataformas de cripto. Os micropagamentos devem romper as barreiras de games e aplicativos e encontrar novas e muitas maneiras de se estabelecer, assim como o open banking permitirá um mercado acirrado para as finanças. Com esse contexto, a pesquisa ainda destaca a investida e a relevância de grandes operações digitais, como Amazon, no ambiente financeiro e um desafio para os governos, que precisarão regular a maneira como esse dinheiro mais digital e conectado vai circular.

‘PIX a prazo’: Mercado Pago se prepara para lançar modalidade

O Pix Garantido, funcionalidade que permite usar o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC) como cartão de crédito, ainda não tem data para estrear. Porém, o Mercado Pago decidiu se antecipar e oferecer a modalidade de “Pix a prazo” antes da estreia oficial, como relatou o Valor Econômico na última quinta-feira (9).

Conforme a publicação, a carteira digital do Mercado Livre disponibilizará a possibilidade de pagar a prazo usando Pix na plataforma antes do lançamento do BC. Empresas dos setores de saúde e vestuário, como Drogaria Pacheco, Drogaria SP, Renner e C&A, serão as primeiras a testar a iniciativa.

Segundo o diretor Rodrigo Furiato, do Mercado Pago, a escolha por esses segmentos se deve ao tíquete médio mais alto registrado nas compras. Dessa forma, o consumidor teria uma maior preferência pelo parcelamento dos valores, facilitando o pagamento.

A novidade vai funcionar de forma parecida ao que já acontece na recarga de celular feita na plataforma e nas compras no Mercado Livre, que podem ser parceladas mesmo que o cliente não tenha cartão de crédito. O pagamento a prazo é ofertado por meio do Mercado Crédito, nesses casos.

Taxa de juros
O pagamento a prazo com Pix no Mercado Pago estará sujeito à cobrança de uma taxa de juros do usuário. Ela vai variar de acordo com alguns fatores a serem analisados pela empresa, como o valor total da compra realizada e também o score de risco do cliente.

Com relação às varejistas, Furiato afirma que a carteira digital irá cobrar “taxas competitivas”, levando em conta também o tamanho do negócio. Já para incentivar a adesão à nova modalidade, tanto pelas grandes redes quanto pequenas e médias empresas, a plataforma tem investido em ações de desconto que levam os consumidores aos sites e apps dos parceiros.