A Fintechzação do Varejo – Redes Evoluem Serviços Financeiros com Soluções Próprias

Antes oferecidos apenas por bancos e fintechs, os serviços financeiros entraram no radar do varejo há anos e, com a digitalização dos hábitos dos consumidores, ganham cada vez mais força nos negócios. De cartões de crédito a carteiras digitais, os serviços visam permitir que o cliente veja o supermercado não apenas como um local para abastecimento da despensa, mas como um espaço de serviços e conveniência. No Barbosa Supermercados, a gestão própria do “Barbosa Card”, antes operado por parceiros, foi vista como uma oportunidade de crescimento financeiro e captação de informações estratégicas dos clientes. “Temos a meta de dobrar o resultado do cartão em cerca de um ano, mas o desempenho já está acima do que esperávamos”, revela Juliano Kerth, CEO da rede.

Carteiras Crescem 3 Dígitos
Além de Ewally, PicPay e, recentemente, Ame Digital, o Carrefour pretende habilitar novos parceiros para pagamentos digitais em suas lojas. As carteiras digitais transformam dispositivos móveis em métodos de pagamento e também fazem parte das estratégias de varejistas como Grupo Mateus, Grupo Muffato e, em breve, GPA. “Em 2020, esse serviço cresceu três dígitos, na comparação com 2019”, destaca Luis Bressan, Diretor Financeiro do Carrefour. O objetivo, segundo o executivo, é potencializar essa frente de atuação com as soluções do Banco Carrefour. Um dos primeiros frutos do leque financeiro próprio da rede é uma conta digital com crédito, lançada no último mês. “Queremos oferecer mais interação na frente de caixa, como permitir que o cliente saque dinheiro.”

Pix Estimula Pagamento Digital
Atualmente, 22% dos consumidores realizam pagamentos via aplicativo e a opção é oferecida por 54% das empresas, segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). Em 2018, os índices eram de 4% e 13%, respectivamente. A modalidade está em constante crescimento, impulsionada por novos meios de pagamento, como o Pix. As funcionalidades que o sistema receberá podem favorecer ainda mais este cenário. No Carrefour, a participação majoritária nos pagamentos é de cartões de crédito e débito, mas, para Bressan, as carteiras digitais e o Pix vão “incomodar” os outros métodos e podem inserir pessoas desbancarizadas nesse mercado. “Com o Pix, ainda é necessário ter o dinheiro para transferir, mas quando o sistema tiver crédito embarcado, esse panorama vai mudar.”

88% dos brasileiros compram on-line e dão preferência para roupas, alimentos e eletrodomésticos

Em média, 82% das pessoas na América Latina compraram on-line desde o início da pandemia, segundo estudo realizado pelo IDC e encomendado pela Infobip. O Brasil está no topo do ranking, tendo 88% das pessoas comprando on-line atualmente; a Colômbia ocupa o segundo lugar, com 79,5%.

Até o final de 2021, de acordo com as previsões da análise denominada “Comunicação e acompanhamento fazem a diferença na experiência de compra do cliente”, 65% das empresas mudarão para o Digital First, o que mostra que elas estarão bem posicionadas no meio digital e podem aproveitar as oportunidades de relacionamento com os clientes por meio de operações automatizadas e experiências sem contato físico.

Projeta-se também que os clientes vão gastar 25% a mais em empresas que investiram em processos de transformação digital e, se adaptaram rapidamente ao novo contexto dos negócios. De acordo com a Infobip, essa adaptação se reflete na humanização da experiência digital: 70% dos novos aplicativos móveis vão se concentrar nesse processo mais confortável, ágil e personalizado aos consumidores.

“As empresas devem considerar que uma estratégia omnichannel integra os pontos de contato, permitindo ao cliente ter uma experiência semelhante nos mais diversos canais de uma marca, seja na loja física, e-commerce, redes sociais, chatbot, ligação ou nas interações através de aplicativos. Portanto, é necessário integrar os espaços físicos e virtuais para garantir uma melhor experiência ao cliente”, explica Craig Charles Webster, diretor de Marketing da Infobip para a América Latina.

O que os usuários compraram on-line em 2020?
De acordo com o estudo, 28% das pessoas vão aumentar para 2 ou 3 vezes a frequência de suas compras online em comparação com a atualidade. Mais de 1/4 das compras on-line são feitas em aplicativos de loja específicos ou lojas virtuais. E 13% usam as redes sociais para suas compras.

A pesquisa aponta que os produtos mais adquiridos são: Moda/Vestuário/Calçados (74,7%), Alimentos/Supermercados (57,6%), Eletrônicos/Eletrodomésticos (57,2%), Cosméticos/Perfumaria (47,1%), Farmácia/Remédios (42,5%), Móveis/Decoração (37%), e Material de construção (13,4%).

“Os varejistas estão vivendo em uma nova era de hábitos de compra que exigem respostas em tempo real, com interações mais contextuais e personalizadas que afetam as escolhas e a fidelidade dos clientes. É por isso que comunicação e suporte fazem a grande diferença na experiência do cliente”, completa Luciano Ramos, gerente de Pesquisas e Consultoria Empresarial do IDC.

Por que os consumidores recompram on-line?
Segundo a pesquisa, na percepção dos clientes, as melhorias estão relacionadas à usabilidade dos canais digitais e ao monitoramento de suas compras. No entanto, temas como atendimento ao cliente e promoções, programas de fidelidade ou programas de pontos, são os elementos que menos evoluíram.

65% dos entrevistados indicaram que fizeram recompras on-line devido a uma boa experiência, como navegação rápida, facilidade de uso, rastreamento de pedidos e disponibilidade de produtos. Asseguraram ainda que a confiança na loja e nos canais de comunicação são os principais motivos para voltar a comprar na loja virtual, bem como os preços mais atrativos deste canal.

O principal protagonista é o WhatsApp, que se consolidou como uma ferramenta de relacionamento com os clientes. Os consumidores preferem os canais de comunicação mais populares e com os que estão mais familiarizados. 42,1% dos varejistas o utilizam para comunicar ofertas e sugestões de compra personalizadas, e 53% dos usuários para receber informações sobre o acompanhamento de sua compra:

“A cultura de atendimento disponível em tempo real é mais forte nesse cenário. É importante estabelecer alianças e plataformas integradas para otimizar suas operações para oferecer produtos e serviços 24 horas por dia. É preciso melhorar os serviços de assistentes virtuais como chatbot e demonstrar seu valor para o consumidor”, finaliza Craig Webster.

Metodologia
A pesquisa “Comunicação e acompanhamento fazem a diferença na experiência de compra do cliente” foi desenvolvida no Brasil com 1.766 pessoas entrevistadas, entre homens e mulheres. Dos respondentes, 62% têm 18 anos ou mais e possuem ensino médio e superior completo; 59% têm de 25 a 44 anos.

O futuro do e-grocery e seu impacto no varejo brasileiro como um todo

que esperar para os próximos anos do e-grocery? Uma das coisas que sabemos é que os perecíveis foram os últimos a romperem a barreira do digital. De acordo com Fernando Bravo, fundador e CEO da VipCommerce, isso se deu pela complexidade do setor, uma vez que se trata de produtos refrigerados, congelados, com maturação… Com tudo isso teoricamente corrigido, em 2020, 19% dos consumidores compraram na categoria de e-grocery. Apenas como comparativo dessa evolução, em 2018 o e-grocery mal aparecia nos relatórios da Ebit).

Outro número interessante apresentado por Bravo é que 51% das pessoas que compraram vão continuar a adquirir no e-grocery no pós-pandemia. Dentre essas, 32% afirmam que querem comprar até o fim deste ano — segundo uma pesquisa da Social Miner. “Essa fronteira do setor para o digital foi cruzada, com uma mudança no estilo de vida e na cultura de consumo”, afirmou Bravo no palco do The Future of E-Commerce 21 – Enterprise. Mas, diante do atual cenário dos negócios, é impossível falar do e-grocery sem conectar a estratégia omnichannel, parte já essencial à maioria dos negócios varejistas. “O omnichannel é uma ferramenta essencial para me aproximar do consumidor. E nem preciso dizer que a proximidade é o principal motivo de conversão em qualquer classe social, já que o próprio IBGE confirma isso”, falou.

E-grocery na palma da mão

Para isso, varejistas deverão oferecer o melhor dos dois mundos. Ou seja, a conveniência do on-line no off-line, e o mínimo de barreiras nesse fluxo — utilizando, por exemplo, mesmas linguagem, condições e estratégia. “No varejo alimentar, o consumidor sabe o nome da empresa que consome. Ele compra e recebe, compra e retira, tem descontos no celular… Tudo isso deve estar dentro de um aplicativo, onde ele possa pagar com wallet, ter à disposição serviços financeiros, cashback, scan and go (pagar pelo app), serviço de assinaturas… No serviço de assinatura, aliás, eu preciso oferecer realmente o que ele deseja. Afinal, nem sempre ele irá querer comprar o mesmo, e essa alteração de pedidos deve ser simples, sem fricção”.

Outro ponto que o varejista de e-grocery pode aproveitar com o aplicativo, segundo Bravo, é utilizá-lo para atendimento e relacionamento. “Afinal, eu preciso usar essa ferramenta para a comunicação com o meu cliente. Ou seja, uso tanto para comunicar, como para receber feedback dos serviços e dos produtos oferecidos”. Ainda assim, o especialista garante que existe outro universo de possibilidades ao ofertar um app ao cliente do e-grocery, como:

Clubes de vantagens;
Receitas exclusivas;
Sugestão de produtos;
Benefícios.

O conceito do varejo e a indústria
Se antes a indústria produzia, a loja comprava e essa revendia ao consumidor, hoje já não é mais assim. Afinal, o varejista incorporou serviços em seus negócios, como restaurantes, preparo de comida, panificação, rotisserie… “Posso dizer que o varejo presta serviços de tecnologia, como fidelização, banco, conta, saldo, serviços de terceiros. Portanto, é nítido que o futuro do varejo caminha para essa plataforma tecnológica. Aliás, ouso dizer que será o mais importante do varejista. Afinal, isso já é visto nos grandes varejistas brasileiros, que se tornam cada vez mais negócios de tecnologia”.

Para Bravo, o varejista terá um papel primordial com a indústria de trazer feedback e levar insights às indústrias. “Porém, se eu não me transformar em uma empresa de logística também, corro o risco de potencializar o D2C, fazendo a indústria passar por cima de mim como varejista. Sou franco em afirmar que o varejista possui os dados do cliente, e saberá ofertar o produto certo, no momento certo. E, claro, a indústria não terá essa informação, por isso mesmo é preciso ter isso em mente e levar o varejo a outro patamar”.

E, segundo ele mesmo, o varejista de e-grocery tem o privilégio de entender o consumo das pessoas. Por conta disso (e com o auxílio das tecnologias), criarão coisas importantes para impedir o “bypass” da indústria. “O varejo deixará de ser uma commodity e passará a ser algo de valor, tudo graças à tecnologia”, prevê Bravo.

Por Giuliano Gonçalves, da redação do E-Commerce Brasil

Para empresas, super apps e marketplaces ditarão tendências do setor bancário

Pesquisa do Banco BS2 analisou a percepção atual sobre os bancos, tendências para o futuro e impactos da pandemia para o setor. Para entrevistados, bancos digitais modernizaram o setor ao trazer agilidade e menos burocracia .

Levantamento do banco digital BS2 revelou que a maioria das PMEs brasileiras creem que super apps, que reúnem múltiplos serviços em uma mesma plataforma, marketplaces e novos canais de e-commerce serão as tendências do setor bancário. Ao todo, foram ouvidas mais de 400 pessoas, líderes de pequenas e médias empresas de todo o país, entre os dias 24 de junho e 13 de julho de 2021.

De acordo com o levantamento, 8 em cada 10 entrevistados (81%) acreditam que haverá um fortalecimento e crescimento dos super apps, enquanto 80% acham que os marketplaces continuarão crescendo mesmo com fim da pandemia. Já para 78%, o sistema bancário será totalmente integrado, enquanto 77% entendem que os bancos que não se modernizarem em processos operacionais e administrativos terão dificuldades em se manterem competitivos.

Com um mercado cada vez mais exigindo inovação e diversificação dos serviços prestados pelas instituições bancárias, as empresas têm migrado suas contas para os bancos digitais. Segundo o levantamento, entre as companhias que utilizam os novos bancos, mais de dois terços (70%) abriram sua conta há três anos ou menos. Enquanto isso, 62% dos entrevistados que só possuem contas nos bancos tradicionais, afirmaram ter interesse em utilizar os serviços das instituições digitais. Esse percentual chega a 71% na região Nordeste.

Sobre os critérios que fariam as empresas mudarem de banco, os empresários e gestores apontaram menores tarifas, agilidade no atendimento, rentabilidade e fácil utilização de aplicativo ou plataforma.

Modernização do sistema bancário

O levantamento também traz um panorama da visão dos executivos sobre o principal fator para a modernização do sistema bancário. Mais de três quartos (79%) dos entrevistados veem relação entre o avanço das inovações bancárias e surgimento dos bancos digitais. Para 76% deles, a agilidade nos processos bancários também teve influência dos novos bancos. Outros 78% acreditam que inovações como o Pix e Open Banking contribuíram para as transformações no setor.

Oito a cada 10 empresas ouvidas apontaram a rapidez na solução de problemas e no atendimento a qualquer hora do dia como as principais influências do modelo digital, assim como a desburocratização do sistema. Quando questionados sobre os principais avanços das instituições financeiras nos últimos cinco anos, as PMEs apontam: a maior velocidade nas transações financeiras (35%); aplicativos mais rápidos e completos (35%) e maior automação dos processos e melhor atendimento nos canais digitais (29%).

Pandemia

O estudo mostra ainda o reflexo da pandemia da Covid-19 para acelerar esse processo de modernização e digitalização, além do comportamento das empresas em relação aos serviços bancários. Quase metade das PMEs ouvidas (47%) afirmam que sua relação com os bancos mudou nesse período. A região Sul é onde a maioria (57%) das companhias viu esse impacto, enquanto nas regiões Centro Oeste e Norte, o número cai para 42%.

Durante o período, a abertura de conta em bancos digitais pela agilidade e facilidade (43%), além do acesso a outros serviços (40%), foram as principais mudanças relatadas pelas empresas. Outro motivo citado para migração entre bancos foi o valor abusivo das tarifas (28%).

Além da mudança de banco, também houve impacto na utilização de produtos e serviços. Um terço dos entrevistados afirma que a empresa realizou um downgrade no plano de serviços (29%), enquanto outros (22%) realizaram a contratação de mais serviços bancários desde março de 2020.

O que sites estrangeiros oferecem de diferente para os brasileiros?

Em 2020, 57% dos compradores digitais brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior; melhores preços e variedade de produtos são os benefícios mais atraentes.
Shein, Aliexpress, Shopee, Amazon, E-bay, Mercado Livre. Se você nunca comprou um produto importado em sites estrangeiros como estes, certamente, conhece alguém que já se aventurou no universo das compras internacionais.

De acordo com o relatório Comércio Sem Fronteiras 2021 (Borderless Commerce Report), realizado pelo PayPal, 57% dos brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior no último ano. Melhores preços e variedade de produtos são os principais motivos que os levam a gastar dinheiro fora do e-commerce brasileiro.

Entenda, a seguir, qual é o perfil desses consumidores, quais são os itens mais buscados por eles e as alternativas para as empresas nacionais se tornarem mais competitivas e direcionarem parte dessa demanda para seus negócios.

Sites estrangeiros X e-commerce nacional: um panorama do consumo brasileiro
O consumo on-line – nacional e internacional – atingiu números recordes no último ano, impulsionado pela pandemia e pelas regras de isolamento social.

Para se ter uma ideia, um levantamento feito em parceria entre o PayPal Brasil e a BigDataCorp., intitulado Perfil do E-commerce Brasileiro 2021, apontou um crescimento de mais de 22% no número de e-commerces no Brasil nos últimos 12 meses. E, antes disso, na edição do ano passado, o crescimento havia batido os 40%. Em números absolutos, isso representa um aumento de 900 mil lojas online em julho de 2019 para quase 1,6 milhão em julho deste ano.

“Os brasileiros sempre foram muito ativos na internet por meio das redes sociais e, nos últimos anos, vimos isso se refletir também nas compras online, que vêm se tornando um hábito. O avanço dos smartphones, a ampliação de formas de pagamento e a popularização dos apps tornam essa experiência cada vez mais simples e rápida”, avalia Leonardo Sertã, head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.

E para quem está espantado com os números referentes ao crescimento nos últimos anos, saiba que o mercado ainda está em fase embrionária e que há bastante espaço para ampliar essa digitalização: o e-commerce, historicamente, costumava ter uma participação pequena, respondendo por cerca de 4% das vendas totais no País.

“O que vimos no decorrer dos últimos 15 meses, desde o começo da pandemia, foi uma explosão do uso de meios de pagamento online no País. Também acompanhamos um crescimento gigantesco no número de lojistas, sejam eles micros, pequenos, médios ou grandes, investindo no ambiente digital. Isso se deveu, basicamente, ao distanciamento social imposto pela pandemia e à restrição do acesso ao comércio físico”, justifica Leonardo Sertã.

As compras em sites estrangeiros também são cada vez mais frequentes entre os brasileiros. Segundo o relatório Borderless Commerce Report 2021 do PayPal, em 2020, 57% dos compradores digitais brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior.

E mais: esses consumidores gastaram mais do que aqueles que somente compraram no mercado doméstico, apesar das campanhas nacionais e do desejo de ajudar as pequenas empresas e comprar no comércio local, observado em vários países.

O brasileiro é um entusiasta das compras online no exterior e a pandemia acentuou esse gosto.
Em 2020, 57% dos compradores digitais brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior, segundo nosso estudo. Deles, 78% usando smartphone.

“Agora vemos que, o que começou como uma alternativa para minimizar riscos de contágio, ganhou ares de atividade permanente, com o fortalecimento do e-commerce nacional e através das fronteiras. É um mercado que vem se tornando acessível”, avalia o head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.

“Não tem no Brasil, beninas”
A frase que se popularizou na boca de blogueiras brasileiras e virou meme na internet é um dos principais motivos que levam consumidores brasileiros a recorrer a sites estrangeiros na hora da compra.

Segundo o Borderless Commerce Report 2021 do PayPal, 29% das pessoas que compram em sites estrangeiros buscam acesso a produtos indisponíveis, seguido de 32% que querem descobrir produtos novos e interessantes e 62% que buscam melhores preços.

Esses consumidores, têm idade e perfis variados: 29% têm entre 29 e 34 anos de idade; 22% entre 35 e 44 anos, e 21% entre 18 a 24 anos. Eles procuram, principalmente, itens de vestuário (33%), eletrônicos (22%) e cosméticos (19%).

“Os principais países que venderam para brasileiros foram China (com 56% de respostas dos entrevistados), Estados Unidos (com 26%) e Japão (com 7%). A oferta de valor do comércio eletrônico e a confiança nas ferramentas de segurança e nos pagamentos digitais, com o uso de carteiras digitais, contribuem para essa expansão”, avalia Leonardo Sertã.

O PayPal participa bem de perto desse crescimento digital, trazendo toda a expertise de pagamentos para ajudar empresas de todos os tamanhos a expandirem seus negócios no Brasil e no exterior. E vemos essa aceleração se refletindo do nosso lado também: nossa operação por aqui cresceu mais de 25% em número de contas ativas no decorrer do último ano, chegando a 5,5 milhões de usuários da carteira digital.

Estratégias para tornar o e-commerce brasileiro competitivo
Apesar de ter preços mais competitivos e variedade de produtos, sites estrangeiros precisam lidar com a insegurança do consumidor brasileiro e com problemas de logística. Segundo o Borderless Commerce Report 2021, ainda há um déficit de segurança/confiança por parte dos consumidores para que se tornem compradores regulares cross-border.

Outro ponto importante são os longos prazos de entrega, que são um obstáculo adicional às vendas internacionais. Investir nestes aspectos pode ser uma estratégia interessante para o marketplace brasileiro manter-se competitivo no mercado.

“O marketplace brasileiro vem se atualizando de forma impressionante no decorrer dos anos. Estamos vendo um fortalecimento dos grandes players nacionais, puxados por grandes varejistas, com mais robustez tecnológica, experiência do usuário e agilidade na logística. E nesse ponto da velocidade de entrega, a vantagem histórica sempre esteve ao lado das plataformas nacionais, embora os estrangeiros venham, cada vez mais, ampliando sua presença local”, avalia o head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.

Confira, a seguir, 6 estratégias importantes para manter a competitividade dos marketplaces brasileiros.

1 – Invista em pós-venda
Acompanhar a jornada do cliente, buscando conhecer sua satisfação com o item adquirido e fidelizá-lo é um diferencial a ser trabalhado por sites nacionais, que conseguem desenvolver essa relação de proximidade com maior facilidade.

2 – Aposte em variedade de pagamento
“Oferecer diversas opções de pagamento, incluindo as carteiras digitais, que se tornaram essenciais no decorrer do último ano e vieram para ficar, também é importante. No caso do PayPal, nossa plataforma também permite compra online com cartão de débito, o que facilita ainda mais a vida de quem vende e melhora exponencialmente a experiência de compra de quem pagava com boleto, por exemplo”, pontua Leonardo Sertã.

3 – Esteja presente nas redes sociais
Atualmente, mais do que uma forma de passar o tempo, as redes sociais são ferramentas importantes para empresas do mundo todo. Por meio delas é possível – além de vender produtos e serviços – conhecer melhor seus clientes, criar uma relação de proximidade e atender suas dores e desejos.

4 – Sites responsivos
Ter sites responsivos, que proporcionem uma experiência de compra eficiente para diferentes tipos de aparelhos eletrônicos – computadores, tablets e celulares – é fundamental.

“Aliás, a responsividade do site do lojista, ou seja, sua capacidade de se adaptar a qualquer tela, é fundamental em países como o Brasil, em que milhões de potenciais consumidores só acessam a internet via smartphone”, avalia head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.

5 – Entrega rápida
Quem compra de sites estrangeiros sabe que a demora – e até a incerteza – na entrega é, de fato, uma das etapas mais desanimadoras. Por isso, investir em entrega rápida é uma estratégia capaz de tornar sites nacionais ainda mais competitivos.

“Se no quesito “preço”, dependendo do produto, é complicado competir com os marketplaces asiáticos, por outro lado, os players nacionais estão mais bem posicionados e integrados no ecossistema, o que garante entregas mais rápidas. Maior capilaridade nos pontos de distribuição e parcerias para integrar o chamado “last mile” na cadeia também são, hoje, diferenciais para reduzir o tempo de entrega para questão de horas (uma tendência que está se popularizando)”, pontua Leonardo Sertã, que completa: “No mercado brasileiro, isso faz muita diferença, e já estamos vendo o tradicional crediário migrar para o mundo das compras online”.

6 – Conheça seus consumidores
Ninguém entende melhor do Brasil que o brasileiro. Essa frase faz todo sentido quando a intenção é aumentar a competitividade do marketplace nacional em relação ao consumo internacional.

“Os players nacionais saem na frente no conhecimento de seus consumidores, pois têm acesso a mais dados/informações, dada sua integração com varejistas, financeiras, bancos etc. Isso permite segmentar melhor as ofertas e também ajuda as empresas a conceder condições de crédito especiais”, pondera o head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.

Fusões e aquisições: como anda o varejo brasileiro nesse processo?

Até o início de agosto, o mercado de fusões e aquisições movimentou US$ 59,4 bilhões no Brasil. Os dados são da consultoria Dealogic, e mostram que esse valor já supera todo o volume negociado em 2020. Além disso, a cifra desse ano fez com que o país batesse o recorde de 2017, que era de US$ 52,6 bilhões.

Entre os destaques, estão os setores de saúde, financeiro e varejo. No caso do varejo, o setor protagonizou a segunda maior operação do ano, que foi a cisão do GPA (Grupo Pão de Açúcar) e Assaí, no valor de US$ 3,4 bilhões. Mais recentemente, as Lojas Americanas (LAME4) anunciaram negociações preliminares para a compra da Marisa.

De forma geral, analistas se mantêm otimistas com as fusões e aquisições no Brasil, inclusive no próximo ano. Nesse sentido, a liquidez no mercado é um dos principais fatores que motivam as boas perspectivas.

Neste artigo, falaremos especificamente sobre como está o varejo brasileiro nesse processo. Veremos alguns exemplos dessas negociações e, também, quais as estratégias de M&A no varejo. Continue a leitura e confira a seguir.

O que você verá neste artigo:
Fusões e aquisições no varejo: panorama geral
Aproveitando sinergias
Estratégias de M&A no varejo brasileiro
Perspectivas para as fusões e aquisições no varejo brasileiro
Fusões e aquisições no varejo: panorama geral

Para Elias Wiggers, assessor de investimentos da EQI, não foi só a necessidade de transformação digital que os novos hábitos de consumo trouxeram com a pandemia. Com o aumento do e-commerce, os varejistas viram que, para otimizar as suas estruturas, precisavam de produtos complementares.
Um exemplo disso foi a recente aquisição do hortifruti Natural da Terra pela Americanas (AMER3), anunciada em 11 de agosto. Antes disso, a Amazon já tinha apostado no varejo de alimentos com a aquisição da Whole Foods, nos Estados Unidos.

Segundo Wiggers, um dos fatores que motivam aquisições como essas é a subutilização da estrutura do varejo. Com o esvaziamento das lojas físicas na pandemia, precisou-se pensar em novas formas de rentabilizar a atividade.

“Afinal, por que não utilizar a mesma estrutura operacional e de logística para atender também as compras do dia a dia?”, pergunta ele. Ou seja, a mesma transportadora que leva o eletrodoméstico pode perfeitamente entregar itens de consumo básico, por exemplo.

Aproveitando sinergias
Para aproveitar melhor essas sinergias, os grandes players do varejo brasileiro têm ido a mercado em busca de parceiros que possam oferecer essas oportunidades. Nesse sentido, Elias dá o exemplo do IPO da Infracommerce, que ocorreu em abril desse ano.

A Infracommerce atua no modelo de full commerce. Em outras palavras, oferece suporte operacional para empresas que desejam fazer distribuição ou vendas on-line. Para isso, ela tem a hospedagem de site, sistema de pagamentos, controle de estoques, entrega, e assim por diante. Dessa forma, em vez de criar o próprio e-commerce, a empresa pode utilizar a expertise da Infracommerce para a operação.

Desde que fez o IPO, a Infracommerce já realizou duas aquisições. A primeira delas foi a argentina Summa Solutions, em meados de julho, por US$ 9 milhões. Menos de um mês depois, a companhia reforçou a operação com a aquisição da Tatix, empresa que atua no mesmo segmento. Com mais de 500 funcionários, a Tatix possui uma carteira de mais de 40 clientes, entre eles Vivo, Sky, Ambev e Uber e Mondelez. O valor da negociação foi de R$ 124 milhões.

Estratégias de M&A no varejo brasileiro
Segundo Aline Cardoso, gestora de renda variável da EQI, há três tipos de estratégias de M&A no varejo. A primeira delas visa complementar o ecossistema da plataforma com novas categorias. Nesse sentido, a aquisição da Natural da Terra pela Americanas é um bom exemplo.

Por outro lado, há também a estratégia de comprar ativos que sofreram muito na pandemia e ficaram bem mais baratos. Nesse caso, um exemplo é a aquisição da Hering pelo Grupo Soma. A negociação foi realizada em abril desse ano e, em julho, o Grupo Soma anunciou follow-on para levantar R$ 882 milhões.

As ações começaram a ser vendidas na bolsa no dia 22 de julho. Dessa vez, a oferta foi direcionada apenas a investidores profissionais.

Por fim, temos a estratégia de compra de expertise no varejo brasileiro. As aquisições de fintechs e mídia on-line (como Canaltech) por parte da Magalu (MGLU3) são um exemplo.

Perspectivas para as fusões e aquisições no varejo brasileiro
De acordo com Aline, o setor deve continuar aquecido. Nesse sentido, declara a gestora, “a Renner levantou R$ 4 bilhões em oferta nesse ano e ainda não gastou praticamente nada. Além disso, há ativos que estão publicamente à venda, como C&A e Marisa. ”

No entanto, ela acredita que as companhias listadas darão preferência a aquisições menores. Ou seja, empresas que complementem e fortaleçam seus portfólios de produtos e serviços.

Por fim, Aline declara que “o grande nome do jogo é melhorar e fortalecer os ecossistemas. Para isso, será preciso melhorar os serviços, o engajamento do usuário e a monetização dos sites e apps.

Riachuelo aumenta aposta em financeira para conhecer jornada do consumidor

Numa ação inusitada promovida há alguns dias, 14 lojas da Riachuelo amanheceram com uma fachada diferente, onde lia-se o nome Midway. Ao mesmo tempo, o avatar do perfil da varejista de moda no Instagram também foi trocado pelo logo da financeira. O objetivo era mostrar que a Midway faz parte do mesmo conglomerado que a Riachuelo, o Grupo Guararapes. Com mais de 33 milhões de clientes em sua base, a financeira é a maior emissora de cartões private label do Brasil, mas quer ampliar a oferta de serviços para os consumidores.

“O cliente conhece a Midway por meio do cartão Riachuelo. Quando decidimos fazer a migração para um banco digital, passamos a oferecer outros serviços financeiros. A conta, assim, substitui o cartão como grande integradora desses serviços”, diz Paulo Mendes, diretor-executivo de serviços financeiros da Riachuelo e Midway, em entrevista ao portal Mercado&Consumo.

A plataforma agora disponibiliza empréstimos, sorteios e rendimentos diários indexados ao CDI na conta remunerada. Também oferece saques em bancos 24 horas, pagamentos, transferências para outros bancos, depósitos, contratação de seguros e assistências. Em breve, oferecerá aos clientes solução Open Banking e Pix.

“A conta tem vantagem sobre o cartão porque não depende de aprovação, o que vai ao encontro do nosso objetivo de democratizar o acesso à moda”, afirma Mendes. “Além disso, oferecemos crédito num ambiente que o cliente conhece, que é o da moda, fora da zona fria dos bancos.”

O aprofundamento da relação com os consumidores é, também, um foco da empresa. Por meio da conta digital, a Riachuelo amplia o conhecimento que tem do cliente. “A conta é mais um elemento de relacionamento conosco, permitindo um atendimento mais completo e o entendimento de quais são as jornadas o que cliente faz conosco”, complementa o diretor-executivo de Canais e Marketing da Riachuelo, Elio Silva.

Carter’s, Casa Riachuelo e marketplace
O ecossistema ao qual Silva se refere vem ganhando força nos últimos meses, apesar da pandemia de Covid-19 e dos impactos causados por ela no varejo. O Grupo Guararapes abriu no ano passado as primeiras lojas da Carter’s, marca de moda infantil americana licenciada, e da Casa Riachuelo, especializada em itens de casa, mesa e banho, que acaba de ganhar sua maior unidade no Midway Mall, operação de shopping center da companhia.

Em tempos de omnicanalidade, a aposta no digital também é intensa. Inaugurado há dois meses, o marketplace da Riachuelo já conta com cerca de 100 lojistas (sellers) e permitiu um grande aumento de sortimento de itens que complementam a jornada do consumidor.

“Na loja física, oferecemos uma experiência sensorial mais forte e adequada ao timing daquele cliente que decidiu ir até lá. Mas o colaborador também passa a contar com uma prateleira infinita. O cliente pode comprar uma moto elétrica ou uma TV de 60 polegadas e usar nossa ferramenta de crédito para parcelar em 10 ou 15 vezes. Nossos produtos financeiros permitem que ele navegue entre vários canais”, explica Elio Silva.

Para ele, apesar de o consumidor ter se acostumado a usar mais serviços digitais ultimamente, ele não vai deixar de ir na loja física – mas também vai querer ter experiências digitais nelas. “No ano passado, todo mundo deixou de ter e-commerce e passou a ter um sistema de venda digital. Existe o e-commerce, o WhatsApp é integrado à loja, o live commerce e outros meios de relacionamento digital diferentes daquele da jornada pré-pandemia.”

A loja da Casa Riachuelo do Midway Mall, por exemplo, tem um espaço dedicado ao e-commerce de vinhos TodoVino. Nele, o consumidor pode ver todos os rótulos à venda no site, fazer a escolha a partir de uma conversa com um sommelier e pagar por meio do uso de um QR Code – o vinho é entregue em casa. Boa parte dos vinhos vendidos ali não estava nem disponível na cidade de Natal (RN), onde fica o shopping.

Com o consumidor escolhendo o meio, o tempo e a forma de se relacionar com as empresas, o varejista que não tiver os canais certos perderá relevância, afirma o diretor-executivo de Canais e Marketing da Riachuelo. O cliente nunca teve tantas possibilidades. A boa notícia é que as empresas também nunca estiveram tão preparadas para terem uma relação longa com eles como agora.

AliExpress abre o marketplace para vendedores brasileiros

Companhia baixou comissões cobradas e vai oferecer frete gratuito para compras acima de R$ 50.
O AliExpress, serviço de vendas internacionais do grupo Alibaba, abriu seu marketplace para todos os vendedores brasileiros sem nenhum custo mensal, baixou as comissões cobradas e vai oferecer frete gratuito nas compras acima de R$ 50, caso o produto enviado não tenha peso excessivo.

Lojistas pagarão valores entre 5% e 8% (os percentuais variam conforme a categoria dos produtos vendidos) de seu faturamento à plataforma.

“Agora, poderemos não apenas atender os consumidores brasileiros, mas também colaborar com nossa tecnologia para o crescimento de pequenos e médios negócios no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento e a digitalização da economia brasileira”, afirma Yaman , porta-voz do AliExpress.

O envio de produtos dentro do território nacional será coordenado pela Cainiao, empresa de logística do grupo Alibaba, que já possui operação no Brasil. Segundo a companhia, o serviço de vendas locais do AliExpress assegurará aos lojistas brasileiros um fluxo de repasses financeiros mais rápido que a média do mercado e a possibilidade de realizarem saques, sem custos, diariamente.

Os vendedores poderão se beneficiar também de ferramentas de marketing para melhorar a conversão de vendas e da Universidade AliExpress, que conta com cursos técnicos de marketing digital.

Conferência para interessados
No dia 1º de setembro, a Alibaba fará um evento on-line para que os vendedores brasileiros conversem diretamente com executivos e técnicos do AliExpress no Brasil e no exterior.

Batizado de “Sellers Conference”, o evento é aberto a qualquer interessado em explorar o canal de vendas. As inscrições devem ser feitas no site.

Inicialmente, só serão autorizadas as entradas de vendedores que possuam um cadastro CNPJ. O ingresso de lojistas na plataforma é sujeito à aprovação do AliExpress e tão logo seu cadastro seja liberado, o vendedor pode registrar produtos em sua loja e iniciar as vendas onine imediatamente

Magazine Luiza lança 3 versões de maquininhas de pagamento para vendedores do marketplace

O Magazine Luiza (MGLU3) lançou nesta terça-feira (17) três modelos de maquininhas de pagamento com cartão aos vendedores que fazem parte do seu marketplace.
A companhia já tinha anunciado que entraria com um pacote de soluções financeiras na semana passada. O lançamento ocorreu no evento anual do Magazine Luiza, o Expo Magalu.
Chamadas de Magalupay, as maquininhas de pagamento foram idealizadas para diferentes perfis de vendedor. Uma é voltada ao microempreendedor, outra a estabelecimentos mais robustos e a terceira, batizada de Smart, funciona como um sistema de gestão do negócio, pois, além da função de pagamento, a maquininha gerencia o estoque após as vendas on-line e off-line.

As três versões de maquininhas contam com a funcionalidade do pagamento com cartão por aproximação e funcionam sem bobina de papel. Os aparelhos não têm cobrança de aluguel, e os três modelos estão disponíveis para CPF e CNPJ. O sistema é integrado com a conta PJ gratuita, outro lançamento do Magazine Luiza que permite realizar PIX ilimitados, TEDs, pagamentos de boletos e depósito dos recebíveis. O sistema é totalmente integrado à plataforma da companhia. Os usuários recebem um cartão de crédito que também pode ser usado fora do ecossistema da companhia.
Outra novidade anunciada hoje foi o sistema de crédito para alavancar os negócios dos parceiros. Com ele, os vendedores poderão realizar empréstimo para investir no negócio, como aumentar a produção ou estoque.
“Criamos um produto fácil, ágil, atrativo e com muitas vantagens”, afirma Robson Dantas, diretor de Fintech do Magazine Luiza.
A contratação de crédito pode ser realizada de forma 100% digital. O serviço não tem pedido de garantia, as taxas de juros são competitivas e a primeira parcela pode ser paga em 60 dias. Durante uma semana, a taxa de juros para quem tem crédito pré-aprovado terá 30% de desconto com parcelamento em até 18 meses.

Resultados
O Magazine Luiza reverteu o prejuízo e lucrou no segundo trimestre, impulsionada pelas vendas nas lojas físicas com a flexibilização das medidas restritivas. O montante atingiu R$ 89 milhões.
As vendas totais do grupo saltaram 60,5%, para R$ 13,7 bilhões, reflexo do aumento de 46,4% no e-commerce e de 111,6% nas lojas físicas.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado cresceu 209% no comparativo anual, com avanço de 2,5 pontos percentuais na margem.
Além dos resultados trimestrais, a companhia disse que pretende dobrar sua área de logística de entregas até 2023 para 2 milhões de m², com 450 centros de distribuição e a inauguração de mais 341 lojas.
No prazo de dois anos, a empresa prevê elevar de 185 para 450 os hubs logísticos e centros de distribuição.

E-commerce: O maior Dia dos Pais de todos os tempos

O faturamento no mercado digital superou R$ 6,2 bilhões e mostra como o hábito do brasileiro continua mudando.

Será que o e-commerce vai matar o comércio físico?
Em uma análise do Dia dos Pais 2021 no e-commerce brasileiro o me que chamou mais a atenção, logo ao receber os dados da Neotrust referente à data, foi o quanto o hábito do brasileiro continua mudando. Na verdade, tive a confirmação do que já vinha acontecendo desde o começo da pandemia, com a consolidação das compras no digital. Segundo o consórcio de veículos de imprensa, a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, 51% de toda população brasileira já foi vacinada pelo menos com uma dose contra covid-19. Aqui em São Paulo, lojas e shoppings já estão funcionando em horário normal, mas mesmo assim, o e-commerce não para de crescer.
O Dia dos Pais no e-commerce foi o maior de todos os tempos aqui no Brasil. O faturamento superou os R$ 6,2 bilhões, número 15,99% maior que na mesma data em 2020. O aumento nos números também aparece no ticket médio (R$ 449,14 , 11,24% maior que o ano anterior) e no número de pedidos (+4,28%, alcançando 13,9 milhões).
E mais uma constatação muito interessante: a maioria dessas compras aconteceram por meio de um smartphone. Duas em cada três visitas em sites de compras são feitas por celulares, segundo números da SimilarWeb.
Olhando para o mercado tenho visto duas formas de atuar no e-commerce. A primeira (e na minha opinião, a opção a não ser seguida) separa as operações e vê o estabelecimento físico em uma ponta e o e-commerce em outra. Estoques que não conversam, metas que não se complementam e, muitas vezes, estratégias dissonantes.
Existem as empresas que olham para o usuário, e buscam dar a ele uma experiência maravilhosa independente se ele está no e-commerce, na loja física ou ziguezagueando por ambos. Essas companhias não estão só um passo à frente, estão, na minha opinião, quilômetros adiante.
Vejo como um bom exemplo a Amaro, que só efetua as suas vendas no digital mas abre showrooms em pontos estratégicos. Ela entende que o ponto físico pode servir de catapulta para as vendas digitais. Inclusive, se você quiser fazer suas compras no showroom, é só abrir um dos monitores disponíveis e seu pedido será entregue diretamente no endereço que escolher. Nem precisa carregar sacolas.
Falar em omnicanalidade no e-commerce já é redundante. Subir para cima, descer para baixo, hemorragia de sangue, ataque cardíaco do coração.
Os corredores dos shoppings podem ser comparados ao Google e aos marketplaces. Antes, se você não achava um presente em determinada loja, dava uma voltinha até encontrar, ou ter que escolher alguma outra opção. Hoje os dilemas mudaram: qual é o frete? O presente vai chegar a tempo? A entrega é feita na cidade do meu pai? E se ele precisar trocar? Fiz essa pergunta quando estava escolhendo o presente que meu filho deu para o pai dele. Tentei comprar um Lego no site oficial da marca, mas vi que não chegaria a tempo. Dei uma voltinha (digital), encontrei o mesmo produto com frete grátis e rapidinho. Compra feita!
Voltando aos dados, eles comprovam que isso é algo realmente importante, não só para mim. Houve aumento da participação do frete grátis, e diminuição de R$ 1,89 no preço médio do frete, que é de 17 reais e 86 centavos. 50,3% das compras tiveram frete grátis.
Entrando no detalhe dos produtos que cresceram suas vendas neste Dia dos Pais, comparado ao ano anterior, produtos de Beleza e Perfumaria (principalmente para a barba e perfumes), Chopeira, Kit Caipirinha e Coqueteleira são destaque.
As categorias mais procuradas são Moda e Acessórios (9,9% de share); Beleza, Perfumaria e Saúde; Artigos para Casa; Entretenimento; Móveis, Construção e Decoração.
Na hora de escolher a forma de pagamento, o brasileiro seguiu optando preferencialmente pelo cartão de crédito, seguido do boleto — mas os dois têm perdido espaço por conta do aumento expressivo do Pix e Wallets.
A região sudeste, que representa 42% da população brasileira, concentrou 61,7% dos pedidos e 56,7% do faturamento. As Mulheres tiveram maior participação no faturamento (51,4 %) e também no número de pedidos (59%), comportamento também observado em outras datas comemorativas. Consumidores entre 26 a 50 anos representaram 67,3% dos pedidos e 68,5% do faturamento.
Voltando a minha pergunta inicial, a TV e o rádio não morreram porque conseguiram ressignificar sua função na vida das pessoas. O varejo físico, para se manter relevante, precisa fazer o mesmo urgentemente. O e-commerce é o maior aliado que as lojas físicas podem ter — e essa é uma estrada de mão dupla.
*Andrea Fernandes é CEO do T.Group