Faturamento cresceu 28% em 2021, aponta estudo sobre comportamento do consumidor

Olhar e avaliar o comportamento do consumidor no ano passado traz grandes insights para o varejo aproveitar em suas estratégias em 2022. A começar pelo aumento do número de cadastros em março e novembro, o que não é coincidência, já que os meses são marcados, respectivamente, pela primeira data comercial do ano, o Dia do Consumidor, e o mais famoso de todos os eventos do varejo, a Black Friday.

O mesmo vale para visitas e vendas, que também se destacam nos períodos, com um acréscimo de agosto, momento em que o Dia dos Pais se sobrepõe e avisa ao mercado que é uma sazonalidade digna de nota para este ano.

Sobre relacionamento

O que 2021 trouxe de bom para alguns canais, não se aplica para outros. Enquanto WhatsApp vem crescendo há alguns anos como meio mais buscado para atendimento, e-mails e chats despencam cada vez mais na preferência dos consumidores, indicando que praticidade é o forte não só durante as vendas, mas também no pós-compra — afinal, o celular está sempre a mão, assim como o serviço de atendimento ao cliente também deve estar. Ainda assim, os chats tiveram um leve crescimento no segundo semestre do ano, ao contrário do e-mail, que teve sua queda crescente mês a mês.

Na entrega

Sabe mais do que os clientes gostam? Frete grátis. O varejo segue de olho nas preferências dos consumidores, já que desde 2019 é possível visualizar uma queda no valor do frete e um aumento nas promoções de entrega grátis.

E falando em entrega, é bom quando um pedido chega na porta de casa, né? Pois a seção especial de delivery do relatório apontou que as datas que registraram mais pedidos desse serviço foram Dia dos Namorados, Dia do Chocolate e Black Friday, além do que, a famosa pizza, que todo mundo ama, ganhou como a mais pedida no ano, mas quando olhamos o faturamento, comida japonesa ocupou o primeiro lugar no pódio.

Vamos falar de números?

Mesmo com as adversidades em um período de pandemia, o comércio se reinventou e mostrou que as vendas não pararam. O faturamento ficou em cerca de R$161 bilhões, contando com 353 milhões de pedidos. Além disso, a categoria de Celulares foi a campeã em receita, seguida de Eletrodomésticos e Eletrônicos.

Quanto ao pagamento, o cartão de crédito continua sendo o preferido do público. Mas, para 24,4%, o boleto foi a opção mais garantida, e a modalidade teve um crescimento de 17% no ticket médio em relação ao ano passado, o que pode apontar que o desconto em pedidos à vista tem deixado os consumidores com mais confiança para fechar pedidos de maior valor pelo meio.

O que podemos concluir, no fim, é que os cadastros tem funcionado bastante para conquistar clientes e o crescimento dessa tendência já no início do ano mostra a grande oportunidade de trabalhar sua base com antecedência e aproveitar seu engajamento nas sazonalidades que estão por vir.

E pra aprender um pouco mais e acompanhar todo o estudo sobre o comportamento do consumidor, é só acessar o almanaque do varejo de All iN | Social Miner e garantir seus insights. Boas estratégias!

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/faturamento-cresceu-2021/

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Especialistas em logística apostam em proximidade com o cliente para gerar entregas mais baratas e rápidas

Uma das principais engrenagens para que o andamento de uma operação de e-commerce seja considerada de sucesso, sem dúvidas é a logística. Nesse âmbito, seja do ponto de vista do cliente ou do lojista, o frete é sempre um ponto delicado. Afinal, é ele o responsável pelos maiores custos logísticos de uma operação e também um fator de peso na hora do checkout para o consumidor.

Para diminuir os problemas, grandes players têm investido bilhões em frotas próprias e parcerias com operações de fullfilment e esse foi um dos principais assuntos abordados pelos especialistas no setor logístico quando falaram com a redação do E-Commerce Brasil, em entrevista para o Prêmio ECBR 2021. Acompanhe os melhores momentos das conversas com os finalistas da categoria Logística.

Como unir entrega rápida e frete gratuito

Luis Kfouri, diretor de logística e fullfilment no Magazine Luiza, acredita que o grande desafio existente na logística é “conseguir fazer uma entrega rápida, que você cumpra o prazo prometido, com direito a rastreamento desses pedidos, tudo pelo menor custo possível”.

Indagado sobre como diminuir o frete e entregar rápido, o co-Founder da NextMiles, Marcelo Vieira, brincou dizendo que “só com milagre”. “Mas, falando sério, quanto mais a gente conhece nosso produto, quanto mais a gente conhece o nosso cliente, mais fácil é de nós conseguirmos esse custo mais baixo e atender o que o cliente quer”, pontua ele.

Vieira justifica a resposta: “Se eu conheço esse cliente, conheço as características desse cliente, o local em que estou entregando, as características do meu produto, eu consigo ter parceiros nas entregas e consigo selecionar esses parceiros de uma forma muito melhor, para que ele tenha menor custo e, consequentemente, me cobre menos.”

Kfouri complementa reforçando que é preciso estar próximo ao consumidor. “Como eu uso toda essa malha logística? Eu costumo dizer que hoje é impossível fazer uma logística de qualidade sem ter muita tecnologia”, afirma. Dentre essas tecnologias, ele ressalta que é importante: “Minerar muitos dados, já que a gente fala tanto do data mining, usar algorítmos de machine learning e inteligência artificial para cruzar todo o universo logístico.”

Proximidade com o cliente

Quando pensamos em Brasil, com dimensões continentais, o desafio fica ainda mais complicado, mas não impossível, segundo Luiz Vergueiro, Diretor de Operações no Mercado Livre. “Com a pandemia, a gente precisou chegar em regiões muito distantes com uma condição de velocidade que a gente só entrega na região sul e sudeste.”

Para ele, o interessante não é conseguir entregar rápido na “[Avenida Brigadeiro] Faria Lima, em São Paulo. A gente quer entregar rápido, sei lá, no Chuí, no interior da Bahia, no interior de Minas [Gerais”. “Esse consumidor tem o mesmo direito de ter uma experiência positiva, rápida de entrega, de boa logística, que o consumidor que está em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte tem.”

Vergueiro defende que o grande ponto para a logística se tornar mais barata e mais rápida é volume, densidade. “Conforme a penetração do e-commerce vem avançando, a gente naturalmente vai conseguir isso”, diz.

A oportunidade de sinergia é a resposta para esse desafio. “Os negócios não são só digitais e não são só reais e físicos. Por isso, ainda existem muitas oportunidades de sinergias nas cadeias logísticas. Lógico, elas não podem concorrer entre si, mas aproveitar a sinergia dos diversos negócios. Aproveitar a sinergia dos negócios diferentes, de canais diferentes, para poder conseguir se apropriar dessa escala e dessa velocidade”, complementa.

Logística que mira na satisfação do cliente

Com a aceleração do e-commerce na pandemia, a entrega rápida ganhou importância a cada trimestre de 2020. No primeiro, 43% das pessoas afirmaram que o frete era a razão principal na hora de fechar uma compra online. Esse número subiu para 46%, 47%, 48%, 49% e chegou a 51% no segundo trimestre de 2021.

“A gente está tendo hoje de fato entregas extremamente rápidas, o que é bom, mas a gente está tendo também aquela preocupação de olhar para esse cliente e entender um pouquinho do que esse cliente precisa. Então se é uma entrega rápida eu vou fazer uma entrega rápida, mas se ele precisa de uma entrega agendada, se ele precisa de um cuidado diferente com aquele produto, a gente está conseguindo olhar para isso – coisas que até pouco tempo não eram prioridade no nosso negócio”, reconhece Vieira.

Como prova disso, Suellen Bellinassi, Fullfillment Mananger do Mercado Livre, conta que “índices recentes de 2021 mostraram que o setor fechou com 48% a mais de receita de faturamento, 35% a mais de volume de vendas, comparado a 2020, que já foi um ano de muita alavancagem do e-commerce”.

Na “receita para o sucesso” ela acrescentaria alguns ingredientes que chegou a implementar no Mercado Livre. “Para ofertar uma entrega mais agressiva, acho que ter um caminho de logística própria – do nosso lado aqui como marketplace, isso foi um movimento super importante, para garantirmos que isso aconteça. A estratégia de fullfilment, de ter o estoque nas nossas mãos, também garante sortimento, garante disponibilidade de produto, e isso abrevia algumas etapas para sermos mais agressivos em entrega”.

No Magazine Luíza, Kfouri conta que também conseguiu avançar com as categorias de mercado, de bens de consumo, porque a empresa percebeu que o varejo alimentar para e-commerce era muito defasado. “A gente saiu de 200 lojas para 1.000 lojas, trabalhando com o conceito de dark store. Então, quando o cliente compra o produto, a gente, por geolocalização, oferece o produto mais próximo desse cliente para ele receber no raio de 7 km a 10 km”.

Todo esse investimento foi sentido pelo consumidor, que se acostumou a um novo padrão de entregas e essa será a nova “régua” para as próximas entregas. “O futuro do e-commerce é a gente entregar além do que o consumidor ou o vendedor deseja. Em níveis de excelência. Esse é o padrão. Acho que todas as empresas devem caminhar olhando para frente e pensando “Como eu posso surpreender?”, finaliza Bellinassi. O desafio está lançado!

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/logistica-proximidade-entrega-barata/

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‘Corrida maluca’ na logística: quem vai entregar mais rápido?

Uma semana? Um dia? Na mesma hora? Todos os consumidores querem receber o produto o mais rápido possível. E todo lojista quer proporcionar a melhor experiência a seus clientes. O boom de vendas no e-commerce vivenciado no último ano abriu os olhos de muitas companhias para a necessidade de serem reconhecidas como “a mais rápida de todas” ao entregar. Quem se beneficia dessa corrida é o consumidor. Se alguns anos atrás a “guerra” travada por e-commerces era a de quem mais conseguia oferecer o frete grátis, agora ostenta aquele que entregar mais rápido.

A entrega mais rápida, no entanto, é um assunto complexo e delicado, que depende não só da determinação e do investimento das empresas, mas também de uma infraestrutura robusta e bem organizada.

A disputa ficou tão acirrada que em julho deste ano o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) mandou Mercado Livre e Magazine Luiza provarem quem tinha a entrega mais rápida. Ambos os varejistas fizeram propagandas com o slogan. Ao final, o órgão entendeu que o Magalu tinha o direito da glória.

“Sempre que falarmos de logística, vamos nos basear em três pilares principais e que fazem toda a diferença para os clientes: entrega rápida, no prazo prometido (o que é qualidade de serviço) e com o menor custo. E uma coisa é fato: para se fazer logística rápida e barata, é preciso estar próximo ao consumidor. Por isso, transformamos as nossas mais de 1.300 lojas em minicentros de distribuição. É isso que significa oferecer a experiência multicanal para o cliente”, explica Luís Fernando Kfouri, Diretor de Logística do Magalu.

As estratégias da varejista de Franca não ficaram apenas na utilização de lojas físicas como centros de distribuição. A companhia investiu pesado em aquisições desde 2020. Para as entregas ultrarrápidas, o Magazine Luiza venceu a disputa com concorrentes e comprou a Sode (Soldados da Entrega) em julho deste ano, ampliando a sua malha logística com milhares de motos.

Mercado Livre também se movimenta

Não é porque o Conar avaliou que o Magazine Luiza tem direito a se posicionar como o varejista com a entrega mais rápida que o Mercado Livre, maior marketplace da América Latina, cruzou os braços.

O player segue com sua estratégia de investir alto em logística, com inaugurações de novos centros de distribuição e tecnologia de ponta. “Receber o produto em casa, de forma rápida, é um diferencial importantíssimo para a experiência de compra dos consumidores. Por isso, investimos fortemente na ampliação da nossa malha logística e no desenvolvimento de tecnologias próprias para cada vez mais melhorar os prazos dos envios e a experiência dos nossos milhões de usuários”, conta Luiz Vergueiro, Diretor de Logística do Mercado Livre.

Vergueiro explica como funciona o processo para que o produto chegue o quanto antes na porta da casa do consumidor. Atualmente, as entregas no mesmo dia estão dentro do modelo fulfillment, em que os produtos ficam armazenados em nossos centros de distribuição, e nós somos responsáveis por todo o processo logístico dos nossos vendedores, desde o estoque até a entrega ao consumidor final. Os nossos armazéns fulfillment comportam um grande sortimento de produtos, com mais de dez milhões de itens disponíveis. E toda essa estrutura é gerenciada por nós através de tecnologias desenvolvidas internamente, o que nos dá o controle de cada etapa do processo”.

O marketplace já realiza entregas no mesmo dia da compra em 50 cidades brasileiras, em até um dia para 2.100 cidades e no máximo em dois dias em 4.700 municípios do país. Ou seja, mais de 90% das entregas do Mercado Livre acontecem em até 48 horas.

Agora o normal é entregar no mesmo dia

No fim de julho, a Americanas entrou para o rol das empresas que podem afirmar que dispõem de uma entrega ultrarrápida. A companhia lançou o Americanas Delivery, que permite entregar uma seleção específica de produtos do marketplace em até 30 minutos.

A ação ainda é limitada por algumas categorias – como supermercados, farmácias, restaurantes, presentes, petshops – e cidades do Espírito Santo – Vitória, Serra, Vila Velha e Guarapari – além de Niterói, no Rio de Janeiro, mas tem uma proposta promissora. O desenvolvimento de uma entrega tão rápida só foi possível por causa da Shipp, plataforma de entregas rápidas com a qual a B2W firmou contrato.

A Amazon anunciou no começo de agosto que os membros da assinatura Prime em 50 cidades seriam beneficiados com a entrega no mesmo dia, independentemente do valor da compra. São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco e também o Distrito Federal foram os locais beneficiados.

A novidade chegou em um momento em que a fama da Amazon de entregas rápidas começou a ser ofuscada pela aproximação de outros grandes marketplaces que atuam no Brasil, como Mercado Livre, Magazine Luiza e Americanas. Hoje, os quatro dominam a dianteira nas entregas em boa parte do país.

A entrega Prime gratuita em dois dias já é realidade para 700 cidades brasileiras há algum tempo. A falta de dark stores, ou seja, lojas ou estabelecimentos que funcionem como pequenos centros de distribuição, não parece perturbar a paz da companhia.

Para Mariana Roth, líder da Amazon Prime para o Brasil, que se manifestou na época da divulgação, o essencial é garantir que o anúncio da entrega rápida só seja feito em condições em que o marketplace consiga garantir os prazos prometidos, estratégia que visa à satisfação e melhor experiência do consumidor. Entregar antes do prometido também é visto como uma surpresa bem-vinda pela companhia.

Dark Stores e agências logísticas

Outra ferramenta da entrega rápida que beneficia muito os lojistas que se aproximam da linha de chegada é a dark store. Mesmo não sendo uma regra, o uso de estabelecimentos comerciais ou pequenos centros de distribuição mais próximos do consumidor tem garantido uma experiência mais satisfatória.

Quem usa tal estratégia com êxito é a Magazine Luiza, que utiliza o conceito como um pilar da estratégia omnichannel. Luís Fernando Kfouri, Diretor de Logística do Magalu, explica que é uma forma de oferecer uma experiência mais barata ao consumidor.

“Uma dark store pode funcionar em determinadas regiões para entregar mais rápido, mas, olhando o conjunto todo, não terá a mesma eficiência de uma loja física com conceito multicanal”, alerta, no entanto, o executivo. Segundo ele, para funcionar, a dark store precisa ter sinergia com o resto da operação.

Parte dessa sinergia foi construída pela Magazine Luiza com pesados investimentos em parceiros especializados em entregas. A aquisição da Sode possibilitou à empresa usar inteligência logística para eliminar etapas do processo de acordo com as estruturas de estoque mais próximas, entre elas as dark stores, beneficiando-se também do modelo ship from store.

Já para Luiz Vergueiro, Diretor de Logística do Mercado Livre, as agências logísticas, chamadas de Agências Mercado Livre, ajudam a compor a capilaridade necessária para as entregas mais rápidas longe dos grandes centros de distribuição. Mesmo sem dark stores, o marketplace hoje realiza entregas no mesmo dia para 50 cidades. Quando o assunto é frota própria, as duas empresas parecem ter um posicionamento parecido, sendo que ambas contam com investimentos em transporte próprio e de parceiros.

Kfouri explicou que “é possível ter entregas no mesmo dia sem ter frota própria, só existe o desafio de conseguir equilibrar os três pilares fundamentais e também conseguir escalar para o país todo com qualidade”. Já Vergueiro complementou que “não é necessário ter uma frota própria para realizar entregas no mesmo dia, mas é fundamental contar com parceiros competentes no Brasil inteiro”.

Aplicativos acelerando tudo

Quem também está de olho no crescimento das vendas do e-commerce (e na corrida para as entregas ultrarrápidas) é o GPA. Para tanto, o grupo irá ampliar sua estratégia de estar onde o cliente estiver a fim de reduzir os prazos de entrega. De acordo com um documento apresentado, o cliente que fizer sua compra pelo Clique e Retire poderá retirar seus produtos uma hora após a realização do pedido nas lojas do Extra ou do Pão de Açúcar. No caso da modalidade Express, a entrega é realizada em até duas horas após a confirmação do pagamento. Nos dois casos, além da diminuição do tempo previsto para entrega e retirada, a operação foi ampliada para os domingos.

“Ao longo do segundo trimestre, fizemos significativos avanços na modalidade de entrega rápida, que já representa 33% do total de vendas online no período. Esse sólido desempenho é impulsionado pelas novas parcerias iniciadas no primeiro trimestre deste ano”, completa o documento. Isso foi possível após a ampliação da rede com a inclusão de iFood e B2W/Americanas, em adição a Rappi e Cornershop – esses últimos já operam com o GPA desde o trimestre passado.

O superapp Rappi anunciou o serviço de entregas “Rappi Turbo”. Como o nome sugere, a modalidade promete enviar produtos em até dez minutos. Para cumprir com as entregas, a Rappi hoje opera com 61 dark stores, espalhadas em bairros de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Campinas e Niterói. Até o final do ano, porém, o plano da empresa é chegar a 150 dark stores – tudo para ampliar a cobertura das entregas ultrarrápidas.

O Mercado Livre nunca teve uma ideia central de superapp, mas tem o objetivo de avançar com o propósito de democratizar o comércio e os serviços financeiros por meio do aplicativo. Aproveitando o app e toda a malha logística, o marketplace segue com a premissa de democratizar as entregas – nesse caso, utilizando-se dos envios rápidos (e precisos) para o maior número de cidades do Brasil, e não apenas para os grandes centros. Luiz Vergueiro, Diretor de Logística da empresa no Brasil, afirma que “o objetivo é oferecer, continuamente, produtos e serviços que façam parte da jornada e do dia a dia dos nossos clientes, e atuar no momento certo da compra”.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/corrida-entregar-mais-rapido/

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AliExpress amplia logística com voos fretados para acelerar fretes na Black Friday

A Black Friday está chegando e a AliExpress já começou a se preparar para alta demanda do período. A empresa chinesa anunciou nesta semana a ampliação do número de voos semanais fretados com mercadorias vindas da China para o Brasil. Agora serão seis voos contra cinco realizados antes da mudança.

Yan Di, presidente da divisão de Marketplace no Brasil, disse que atualmente a empresa opera cerca de 80 voos fretados para todo o mundo semanalmente, transportando compras para mais de 220 países.

O AliExpress, controlada pelo grupo Alibaba, também disse que está reforçando as parcerias locais. A finalidade é contar com um sistema de logística integrada voltado aos vendedores do Brasil.

Essa medida é encarada como primordial pelo mercado, levando em conta  o lançamento do Marketplace da AliExpress no Brasil, que concorre diretamente com a Shopee. As  operações com lojistas brasileiros que se iniciaram no mês de agosto, “superaram as expectativas”, segundo Di.

Yan informou que os destaques de venda no marketplace brasileiro foram as categorias de casa, beleza, vestuário e eletrônicos. Ele acredita que alguns dos diferenciais do marketplace da empresa no Brasil têm sido o frete grátis para “grande parte das encomendas”, descontos nas mercadorias e a opção de devolução local de produtos comprados.

Comissões de 5% a 8% para vendedores brasileiros 

A diretora comercial do AliExpress no Brasil, Viviane Almeida, disse que a comissão cobrada dos vendedores brasileiros está entre 5 e 8%, valor que tem atraído mais interesse, de acordo com a executiva.

Os vendedores além de poderem acessar a base de clientes da plataforma, podem utilizar a malha logística oferecida pela Cainiao para a entrega de produtos pelo país.

“O serviço de entregas do AliExpress permite frete gratuito para todo o território nacional nas vendas de lojistas brasileiros para consumidores localizados no Brasil. O frete não terá custo sempre que o valor da compra for de pelo menos R$50 e caso o produto enviado não tenha peso excessivo”, disse a empresa.

A companhia afirmou também que os pagamentos dentro do marketplace do AliExpress serão mais velozes do que a média do mercado e que os lojistas vão conseguir sacar o dinheiro de suas vendas todos os dias e sem custo adicional.

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Regras de plataformas de e-commerce afetam lojistas e viram alvo de críticas

Vendedores lidam com dificuldades em se adaptar às regras de relevância no ambiente digital e questionam práticas como a exigência de frete grátis e de uso de serviço próprio de logística.

Empreendedores de todo o Brasil encontraram nas plataformas de comércio eletrônico um meio de iniciar ou manter suas atividades digitalmente enquanto as lojas físicas estavam fechadas na pandemia. Enquanto os chamados marketplaces cresceram em número de vendas e de lojistas virtuais, os vendedores agora lidam com as dificuldades em se adaptar às regras de relevância no ambiente digital e questionam práticas das plataformas que impactam o retorno financeiro sobre os seus negócios, como a exigência de frete grátis e de uso de serviço próprio de logística.

A política de ranqueamento dos anúncios de cada vendedor em plataformas como o Mercado Livre, Magazine Luiza e Lojas Americanas é calculada por algoritmos que levam em conta fatores como as buscas mais recorrentes por clientes. Em geral, quem entrega rápido e não cobra a mais por isso é priorizado. Acontece, porém, que oferecer isso aos clientes sem aderir aos serviços dos próprios shoppings virtuais pode ser inviável, e os vendedores acabam tendo de pagar uma porcentagem maior sobre suas vendas. A escolha passa a ser entre abrir mão de margem de lucro para vender ou praticar preços mais altos, o que acaba impactando os volumes.

A imposição de uso de serviços e práticas adotadas pelas plataformas tem gerado críticas na comunidade de vendedores e foram relatadas à reportagem em entrevistas feitas pelo Estadão/Broadcast com lojistas que usam esses serviços.

Uma comerciante de Curitiba (PR) passou a vender tecidos no Mercado Livre durante a pandemia, depois de perder o emprego. Tornou-se Microempreendedora Individual (MEI) e, com esforço, “ativou o termômetro” do Mercado Livre, ou seja, conseguiu que a plataforma indicasse aos clientes que ela tinha uma boa reputação, depois de vender e entregar dentro do prazo suas 10 primeiras encomendas.

As entregas até então vinham sendo feitas pelos Correios, mas depois de ampliar o volume de vendas, chegando a uma média de duas encomendas por semana, ela recebeu um e-mail que dizia: “Ative seus envios nas agências do Mercado Livre antes de 26 de julho para que seus anúncios não sejam pausados”. Isso aconteceu porque a plataforma exige que os vendedores usem a logística própria do grupo ao atingir um determinado patamar de vendas – a empresa não informa qual é esse volume.

A exigência trouxe um problema burocrático e financeiro para a vendedora. Como no Estado do Paraná o MEI não tem uma inscrição estadual exigida pela plataforma para emissão de nota fiscal por meio do sistema do Mercado Livre, ela teve de mudar a categoria de sua empresa e passar a arcar com os custos mensais de um contador. Depois de fazer todas as mudanças e ter de repassar custos para o preço de seus produtos, suas vendas estão paradas. “Faz 10 dias que não vendo nada”, diz. Desanimada, ela pensa em desistir da plataforma e seguir com seu site próprio e em outros marketplaces.

A Secretaria da Fazenda (Sefaz) do Paraná esclareceu à reportagem que os MEIs são dispensados de inscrição estadual no Paraná. “Eles conseguem emitir Nota Fiscal Avulsa eletrônica, pelo site da Receita Estadual (Receita/PR). Porém, alguns marketplaces disponibilizam plataformas integradas e automatizadas nas vendas realizadas em seu site, como é o caso do Mercado Livre”. O órgão explica que, nesse caso, como o próprio software do marketplace emite a nota fiscal para o vendedor, é necessário que o lojista virtual tenha inscrição no seu estado, o que, hoje, não é possível para os MEIs do Paraná. Por essa razão, a vendedora de Curitiba teve de passar a arcar com os custos de uma microempresa para usar a logística própria do marketplace.

Segundo o Mercado Livre, a imposição de uso de sua logística pelos vendedores que têm vendas recorrentes tem como objetivo garantir a emissão de notas fiscais dos produtos vendidos.

“Não temos barreiras para começar a vender na plataforma entregando pelos Correios. Quando o vendedor já é um profissional, já não é mais um vendedor eventual, ele precisa ter empresa aberta e emitir notas fiscais. Como a gente garante isso? Com ele usando a nossa logística”, afirma Ricardo Lagreca, diretor jurídico do Mercado Livre. “Quando percebemos que ele já é profissional, ele tem de ingressar na nossa logística”.

As queixas de alguns lojistas sobre esse tema foram parar na Justiça, e o Mercado Livre alega que a jurisprudência tem sido favorável à empresa. “O Mercado Livre tem o direito de exigir (a migração para sua logística própria), para garantir uma melhor experiência para o usuário e o recolhimento dos tributos. Acreditamos que estamos fazendo isso dentro do nosso direito”, afirma Lagreca. “O recolhimento de tributos é o grande motivo de resistência para alguns vendedores fazerem essa migração.”

Alcance
O executivo sustenta que a adesão à logística própria, como parte do processo de profissionalização, resulta em mais vendas. Segundo ele, o incremento médio foi de 176% no volume nas mudanças registradas nos últimos seis meses. “Ou seja, mais do que dobra a venda quando ele usa a nossa logística”, afirma.

No Brasil, a penetração da rede logística própria do Mercado Livre encerrou o primeiro trimestre deste ano com 90% do total das entregas, o que, segundo a companhia, permite que 1.800 cidades recebam encomendas em até dois dias.

A contratação desse serviço, porém, tem custos. Lagreca diz que esse valor é compensado pela qualidade das entregas e demais benefícios. De fato, a eficiência da logística é elogiada pelos comerciantes da plataforma, mas a precificação dela esbarra na política de frete grátis da companhia. De modo geral, os lojistas pagam R$ 5 por produto despachado, quando a compra é de até R$ 78. Depois disso, os vendedores são obrigados a bancar o frete grátis garantido ao cliente. Segundo o Mercado Livre, o valor pago pelo lojista é subsidiado pela plataforma.

O benefício de fazer parte desse circuito é conseguir entregar rapidamente, ter o selo de frete grátis e, assim, aparecer mais para o cliente. Os produtos, porém, ficam mais caros. “Um produto que eu poderia vender por R$ 10, eu tenho que vender por aproximadamente R$ 35”, diz uma vendedora de utilidades domésticas da capital paulista. “No meu site, vendo 0,5 metro de tecido por R$ 12,90. No Mercado Livre, vendo por R$ 21,90.”, diz a vendedora de Curitiba (PR).

Há quem questione também a independência de atuação na plataforma. “A política de frete grátis limita a liberdade de precificação do vendedor, principalmente de baixo ticket”, diz um vendedor de livros, instrumentos musicais e caixas de som de Taubaté (SP). Os lojistas ouvidos pediram para não se identificar, já que, mesmo com críticas, ainda contam com a plataforma para seus negócios.

Em fóruns de discussão de vendedores das plataformas as críticas também são comuns. As reclamações e questionamentos alcançam outros marketplaces além do Mercado Livre e vão desde a falta de clareza sobre a cobrança de frete até a utilidade ou não de comprar anúncios para movimentar as vendas.

Competição
O repasse dos custos extras ao preço final diminui a competitividade dos comerciantes menores, já que aqueles que têm capacidade financeira para fazer compras de estoques maiores e ganhar no volume de vendas conseguem praticar preços mais baixos. Além disso, os vendedores descrevem uma “competição desleal” com os produtos da loja própria do Mercado Livre. Eles alegam não conseguir praticar preços tão baixos quanto os oferecidos pela empresa em seu estoque.

O Mercado Livre afirma que “as modalidades de venda direta e de marcas próprias têm um sortimento restrito e foram criadas com o objetivo de suprir a demanda existente por sortimento e preço, preenchendo espaços que hoje estão vazios ou ocupados por e-commerces concorrentes”. A empresa diz ainda que os produtos são precificados de modo a garantir um cenário equilibrado e uma competição saudável dentro da plataforma.

“Outras varejistas conseguem comprar quantidades enormes de determinados produtos com descontos. Nosso vendedor menor não consegue ter essas negociações. A gente entra pontualmente nisso, para trazer clientes para a plataforma. O cliente que vem para cá e fica, compra de outros vendedores”, afirma Lagreca.

Para os vendedores, porém, o oferecimento de produtos mais baratos que os seus pela loja própria da plataforma, em um patamar de preço que eles não conseguem atingir, é visto como um limitador de suas vendas. Ainda mais quando uma parte da precificação envolve taxas de serviços da própria plataforma.

Fonte : https://www.terra.com.br/noticias/tecnologia/regras-de-plataformas-de-e-commerce-afetam-lojistas-e-viram-alvo-de-criticas,2c1cbe8b6d9eac50b26a2df6b3c82b13e8vz7l67.html