Shopee x Mercado Livre: análise dos maiores marketplaces do Brasil

Em apenas três anos no mercado nacional, a Shopee chegou à vice-liderança dos e-commerces brasileiros. Mesmo na segunda posição, o site de vendas de Singapura tem prejuízo de US$ 1,52 por compra no país em 2022, mas indica uma melhoria de 45% em um ano.

A perda tem um bom motivo: ganhar uma boa fatia do segmento em um primeiro momento. Tanto que, no início de 2022, a nova queridinha das compras online diminuiu o número de cupons para minimizar as perdas e houve alterações nas taxas para vendedores que utilizam CPF em vez de CNPJ.

No entanto, o Mercado Livre (ML) ainda lidera os rankings dos marketplaces. Mas será que o Meli já está consolidado no país, por isso os dados se estabilizaram, ou será que a Shopee vai ameaçá-lo?

Neste artigo, aprofundaremos esses dados e, o mais importante, saberemos quais são as diferenças e as semelhanças entre os dois marketplaces. O foco é como as políticas e as características desses sites podem afetar o seller.

Afinal, qual o maior marketplace atualmente?
Quem é maior: Shopee ou Mercado Livre?

Somados os acessos de aplicativos e desktops, o Mercado Livre, até julho de 2022, liderava o ranking do e-commerce no Brasil. Mas a tendência de crescimento é maior para o marketplace Shopee.

Como os dados da Conversion mostram, o Mercado Livre apresenta oscilações de visitas desde janeiro. O número no início do ano era maior do que em julho.

Já a Shopee vive um momento de crescimento. Os acessos são menores que os do maior concorrente, mas, em relação ao início de 2022, as visitas estão crescendo.

Acesso por aplicativos nos marketplaces
Nos aplicativos próprios, a Shopee lidera os acessos com larga vantagem. Os dois e-commerces estão crescendo nos apps de marketplace, mas a empresa singapuriana supera os acessos do Meli em mais de 40 mil acessos.

Líder em satisfação do cliente
Dados do Bank of America Merrill Lynch (BofA) mostram que a Shopee está se tornando a favorita dos brasileiros. A empresa é líder em satisfação do cliente, com três pontos de vantagem sobre o Mercado Livre. O Net Promoter Score (NPS) da singapurense é 64, enquanto o do Mercado Livre é 61.

Preços
A mesma pesquisa mostrou liderança de preços baixos da Shopee, o que confirma a impressão de que o marketplace asiático é um site para quem procura por produtos com baixo valor.

Porém, a própria Shopee divulgou que investirá em eventos do setor de luxo. Assim, mercadorias com ticket médio maior podem ter mais relevância no marketplace daqui a um tempo.

Tendência de crescimento
Os dados indicam uma forte tendência de crescimento da Shopee e consolidação do Mercado Livre. O Brasil é o grande objetivo da empresa asiática, e a estimativa é de que a performance do país supere até mesmo os resultados na terra de origem da plataforma.

Outra característica relevante é a preocupação da Shopee em entender a cultura local para se adaptar. Em todos os mercados em que o e-commerce entra, há bastante investimento para criar estratégias compatíveis com a região em que está inserido.

Como o player asiático está mudando algumas políticas, o indicado é que o seller continue a analisar os dados, pois pode haver uma estabilização, e até mesmo queda, a depender da resposta do consumidor às alterações. A tendência é uma diminuição das políticas agressivas à medida que o público brasileiro se habitua a comprar na Shopee.

É fundamental acompanhar as estatísticas dos marketplaces. Os dados vão mostrar as expectativas de crescimento e, principalmente, as preferências dos consumidores. Porém, tão importante quanto isso é entender qual a política com os vendedores e o perfil dos e-commerces para traçar estratégias de negócios.

A seguir serão mostrados dados que interferem diretamente na margem de lucro do seller e estratégias para vender nos dois maiores marketplaces do momento.

Perfil de compra
É preciso entender o perfil de compra dos consumidores de cada marketplace.
O perfil de compra para cada marketplace difere. Cada consumidor possui objetivos e comportamentos diferentes, e por conta desses fatores, é essencial entender como atuar em cada um, se compensa empreender sua loja na plataforma e aplicar diferentes estratégias.

Shopee
Como a pesquisa do BofA mostrou, os clientes percebem a asiática como uma plataforma de compras mais baratas. Dessa forma, eles buscam menor preço e ofertas no marketplace. Um estudo interno da Shopee reforça esse dado. O perfil predominante de compradores é o que eles chamam de antenado em ofertas e representa 57%.

Esse é o motivo pelo qual há uma grande variedade de produtos de baixo ticket médio no marketplace que ficam em destaque na aba de “ofertas relâmpagos” como: utensílios de casa e cozinha, maquiagens, acessórios etc.

A precificação na Shopee é um fator decisivo para os consumidores, e eles buscam melhores preços que sejam possíveis utilizar cupons, promoções e frete gratuito.

Porém, é questão de sobrevivência para um negócio calcular o impacto de todos esses descontos na sua margem de lucro, entender como a comissão de vendas da Shopee funciona e aplicar preços que não atinjam seu faturamento.

Mercado Livre
O ainda maior marketplace do Brasil se assemelha a um catálogo no qual os consumidores não avaliam apenas preço. Um estudo do próprio Mercado Livre Ads, área dedicada à publicidade da empresa, mostra o quanto o cliente do e-commerce é analítico. Os visitantes passam 17% a mais de tempo no marketplace antes de realizar uma compra.

É comum a análise do custo-benefício, ao ver comentários, reputação do vendedor, características mais específicas de uma determinada mercadoria etc.

A plataforma também não consegue acompanhar a cultura de preços baixos da Shopee, que utiliza da estratégia que foi citado no início deste artigo, mas possui grande reputação no Brasil por sua qualidade de atendimento.

Podemos utilizar o comparativo de que, atualmente, a Shopee funcionaria como um ambiente comercial semelhante a pequenos shoppings com baixos preços e até poder de barganha por parte do consumidor, que tem à sua disposição muitos cupons, enquanto o Mercado Livre se torna um grande shopping com entregas de pedidos rápidos através de seu Mercado Envios Full que garante entregas até no mesmo dia a seu consumidor.

Comissão nos marketplaces
Quem não analisa bem as taxas avalia a Shopee como melhor no quesito comissão. O desconto será de no máximo 18%, caso o vendedor opte por oferecer frete grátis extra e trabalhe com CNPJ.

No Mercado Livre, a taxa varia de acordo com a categoria do produto e ainda há o desconto pela entrega gratuita. Dessa forma, é preciso uma análise mais aprofundada para entender o impacto no seu faturamento e estratégias.

Existe a vantagem, por parte do Meli, de descontar apenas R$5 em produtos de até R$79. Para quem vende produtos de baixo ticket, é uma vantagem. Ao mesmo tempo, a Shopee tem sido vista como o lugar para itens de menor valor.

Assim, é preciso analisar para entender qual é mais vantajoso para o negócio. Um produto muito barato pode ter um desconto maior na Shopee do que no Mercado Livre.

Um item de R$80, por exemplo, tem taxa de R$5 no líder dos e-commerces hoje. Na Shopee, R$9,60 ficam para o marketplace asiático. Porém, nesse exemplo, não foi considerado o frete grátis e nem anúncios diferenciados.

O Mercado Livre tem uma página com as comissões para todas as categorias de produtos para o seller consultar quando for necessário.

Já a Shopee, na data de fechamento deste texto, possui uma política de comissão mais enxuta, como você pode ver na ilustração abaixo, que considera o seu programa de frete grátis e a quantidade mensal de cupons pagos pela plataforma.

Taxas de comissão da Shopee.

Contudo, há ferramentas no mercado, como hubs de integração, que fazem o cálculo automático para o seller e ainda mostram qual a precificação ideal para preservar a margem de acordo com as taxas da Shopee e Mercado Livre, por exemplo.

Como funciona o frete grátis na Shopee?

Programa de frete grátis da Shopee e exemplos.
A Shopee possui muitos materiais visuais para simplificar o entendimento de seu programa de frete grátis a seus lojistas, como o gráfico acima, que exemplifica o limite máximo de comissão de R$100 da plataforma.

O seu programa de frete grátis se baseia em compras acima de R$29,90; ao utilizar o aplicativo, recebem o benefício. Para os vendedores, significa que será cobrado 6% a mais na comissão, mas respeitando a cobrança máxima de R$100.

Dessa maneira, produtos com ticket médio mais altos garantem mais faturamento ao lojista, que pode utilizar estratégias para atrair mais clientes.

Como funciona o custeio do frete grátis no Mercado Livre?
A contribuição do Mercado Livre com o custeio do frete está totalmente relacionada à reputação do vendedor. Assim, quanto melhor for o desempenho do seller, maiores serão as vantagens para ele. Além da contribuição do marketplace no frete, opções como utilizar seu programa de fulfilment atrairão mais compradores a sua loja.

Reputação verde
A melhor reputação no ML é conquistada para quem cumpre os seguintes requisitos:

Reclamações de até 4% do total de vendas.
Tempo de envio igual ou inferior a 15% do total de vendas.
Taxa de cancelamento inferior ou igual a 2%.
Reputação amarela
Vendedores na reputação amarela, têm três pré-requisitos. São eles:

Reclamações de até 7% do total de vendas.
Envio limitado a 20% do total de vendas.
Taxa de cancelamento em até 7% das vendas.
Reputação laranja
Se enquadram na reputação laranja:

Vendedores com até 12% de reclamações do total de vendas.
Tempo de envio que não ultrapassa 30% do total de vendas.
Taxa de cancelamento em até 10% das suas vendas.
Vendas por CPF
Muitos lojistas começam o processo de vendas no marketplaces através do CPF.
As vendas por CPF são como muitos lojistas iniciam seus negócios online com o objetivo de evitar, de início, encargos e burocracias ao criar um CNPJ.

O Mercado Livre e a Shopee são dois marketplaces que permitem as vendas por pessoa física, principalmente para aqueles que querem simplesmente vender itens usados, veículos etc. Porém, não é indicado para o seller permanecer com seu negócio online com CPF. Afinal, há muitas limitações, e as plataformas estão cada vez mais priorizando vendedores com CNPJ.

O empreendedor pode até iniciar como pessoa física, mas à medida que cresce é preciso se formalizar. Afinal, ao ultrapassar o limite imposto, são solicitados dados fiscais e ele poderá ter problemas com a Receita Federal.

O vendedor pode começar como Microempreendedor Individual (MEI), que permite venda e geração de nota fiscal para quem tem um faturamento de até R$80 mil anuais e, ao crescer mais, torna-se uma empresa de pequeno porte com até R$4,8 milhões anuais e continuar a utilizar o Simples Nacional.

Taxas para vender com CPF na Shopee

No início de junho de 2022, a Shopee realizou uma revisão nas políticas para vendedores que utilizam CPF no marketplace. Além da taxa padrão de 12%, é cobrado um acréscimo de R$5 por item vendido e, para itens com valores abaixo de R$10, será cobrado metade do valor do item.

Um dos objetivos do e-commerce com essas novas políticas foi motivar a formalização dos sellers. Confira abaixo na tabela:

Gráfico de comissão por CPF da Shopee.
Vender com o CNPJ, além de ter uma menor cobrança em sua comissão, oferece mais benefícios na plataforma como:

Equipe da Shopee com maior suporte ao seller;
Acesso ao Programa Vendedores Indicados da Shopee, que dá mais destaque ao seller;
Selo exclusivo do seu programa de frete grátis;
Oferecer mais cupons de desconto a seu cliente.
Venda com CPF no Mercado Livre
O Mercado Livre, assim como a Shopee, está cada vez migrando para que seus vendedores se formalizam através de políticas que favorecem pessoas jurídicas, para que, dessa maneira, pessoas físicas utilizem sua plataforma apenas para vendas casuais, como produtos que não utilizam mais.

As vendas no Meli com CPF têm restrições, como o limite de R$12 mil por vendedor, e também não é possível usufruir dos programas de entrega, como Mercado Coletas, já que as transportadoras exigem nota fiscal.

Emissão de nota fiscal no Mercado Livre e na Shopee
Os dois e-commerces têm sistema de emissão de nota fiscal integrado às plataformas. Nos dois, o seller precisa de um certificado digital do tipo A1 para gerar a NF. Dessa forma, mesmo sem um hub de integração ou ERP, o empreendedor pode gerar o documento, que é pré-requisito para ser um vendedor com grandes volumes de venda na Shopee ou no Mercado Livre.

Afinal, devo vender no Mercado Livre ou na Shopee?
Os dois canais de venda são portas de entrada para vendedores que estão iniciando seu negócio online, e se limitar a somente um deles pode fazê-lo perder potenciais vendas.

Então, estar presente nos dois marketplaces pode lhe garantir mais alcance. Afinal, um é líder em acessos e o outro possui um crescimento acelerado e promete ser promissor no território brasileiro, mesmo não sendo uma empresa nacional.

Não somente nos dois, mas o lojista deve analisar seu negócio e buscar se expandir em marketplaces que façam sentido para seu e-commerce através de estratégias assertivas e que o façam escalar, sempre pensando em fatores internos e externos, e preparando-se para períodos com muita demanda, como Dia das Mães, Black Friday, entre outros.

AliExpress estreia frete único para vendedores brasileiros e eleva número de itens com frete grátis

O AliExpress, app de varejo internacional do grupo Alibaba, estreou o serviço “Tarifa Simples Especial” no Brasil, que permite a todos os vendedores brasileiros saber, com antecedência, quais serão seus custos ao enviar um produto para compradores de diversas partes do país. A nova solução leva em conta apenas o peso e as dimensões do pacote para calcular o frete, que é sempre o mesmo, independentemente de seu destino.

Assim, ao anunciar um produto, o vendedor sabe antecipadamente que o custo do envio de seu item para, por exemplo, Fortaleza, no Nordeste, Goiânia, no centro do Brasil ou Uruguaiana, no extremo Sul, será sempre o mesmo. Isto permite aos vendedores planejar melhor seus gastos e, se desejarem, oferecer frete gratuito a seus consumidores.

De acordo com Yusuf Ibili, diretor de operações do AliExpress no Brasil, a “Tarifa Simples Especial” dará maior agilidade e competitividade aos vendedores que utilizam o marketplace. “Nós trabalhamos, ao longo dos últimos meses, em parceria com os vendedores brasileiros e, a partir de suas sugestões, criamos uma solução que simplifica o processo de vendas e lhes permite aumentar as ofertas de itens com frete gratuito, característica muito valorizada pelos consumidores”, diz Yusuf.

Inicialmente, não serão contemplados destinos na região Norte do Brasil, como Amazonas e Pará. Segundo Yusuf, no entanto, o AliExpress trabalha em novas soluções para assegurar aos consumidores desta região do Brasil igual acesso a itens isentos de frete.

De acordo com Rodrigo Rezende, diretor comercial do AliExpress no Brasil, a nova solução logística melhora não apenas os custos de envio, mas também o prazo necessário para entregas. “A Tarifa Simples Especial estreia ao mesmo tempo em que integramos as principais transportadoras comerciais ao nosso sistema logístico, o que reduz o prazo de entregas para até três dias no estado de São Paulo e até sete dias nas localidades mais distantes do país”, afirma Rezende.

Nesta etapa, apenas vendedores baseados na região metropolitana de São Paulo e alguns municípios do interior paulista podem se beneficiar da Tarifa Simples. Os sellers cadastrados no AliExpress podem checar todas as cidades inicialmente contempladas para participar do programa no site para sellers do AliExpress.

Segundo a empresa, o número de localidades de onde o vendedor pode se beneficiar da nova solução será gradualmente ampliado para outras áreas do país e, para incentivar mais vendedores a testar a nova modalidade de tarifa, durante um período promocional, cada pacote poderá receber algum grau de subsídio, pago pelo AliExpress.

Em todas as vendas, é obrigatória a emissão de nota fiscal, que deve acompanhar o pedido até sua entrega, ao consumidor final.

Shopee vs Mercado Livre: análise dos maiores marketplaces do Brasil.

Em apenas três anos no mercado nacional, a Shopee chegou à vice-liderança dos e-commerces brasileiros. Mesmo na segunda posição, o site de vendas de Singapura tem prejuízo de US$ 1,52 por compra no país em 2022, mas indica uma melhoria de 45% em um ano.

A perda tem um bom motivo: ganhar uma boa fatia do segmento em um primeiro momento. Tanto que, no início de 2022, a nova queridinha das compras online diminuiu o número de cupons para minimizar as perdas e houve alterações nas taxas para vendedores que utilizam CPF em vez de CNPJ.

No entanto, o Mercado Livre (ML) ainda lidera os rankings dos marketplaces. Mas será que o Meli já está consolidado no país, por isso os dados se estabilizaram, ou será que a Shopee vai ameaçá-lo?

Neste artigo, aprofundaremos esses dados e, o mais importante, saberemos quais são as diferenças e as semelhanças entre os dois marketplaces. O foco é como as políticas e as características desses sites podem afetar o seller.

Afinal, qual o maior marketplace atualmente?
Quem é maior: Shopee ou Mercado Livre?

Somados os acessos de aplicativos e desktops, o Mercado Livre, até julho de 2022, liderava o ranking do e-commerce no Brasil. Mas a tendência de crescimento é maior para o marketplace Shopee.

Como os dados da Conversion mostram, o Mercado Livre apresenta oscilações de visitas desde janeiro. O número no início do ano era maior do que em julho.

Já a Shopee vive um momento de crescimento. Os acessos são menores que os do maior concorrente, mas, em relação ao início de 2022, as visitas estão crescendo.

Acesso por aplicativos nos marketplaces
Nos aplicativos próprios, a Shopee lidera os acessos com larga vantagem. Os dois e-commerces estão crescendo nos apps de marketplace, mas a empresa singapuriana supera os acessos do Meli em mais de 40 mil acessos.

Líder em satisfação do cliente
Dados do Bank of America Merrill Lynch (BofA) mostram que a Shopee está se tornando a favorita dos brasileiros. A empresa é líder em satisfação do cliente, com três pontos de vantagem sobre o Mercado Livre. O Net Promoter Score (NPS) da singapurense é 64, enquanto o do Mercado Livre é 61.

Preços
A mesma pesquisa mostrou liderança de preços baixos da Shopee, o que confirma a impressão de que o marketplace asiático é um site para quem procura por produtos com baixo valor.

Porém, a própria Shopee divulgou que investirá em eventos do setor de luxo. Assim, mercadorias com ticket médio maior podem ter mais relevância no marketplace daqui a um tempo.

Tendência de crescimento
Os dados indicam uma forte tendência de crescimento da Shopee e consolidação do Mercado Livre. O Brasil é o grande objetivo da empresa asiática, e a estimativa é de que a performance do país supere até mesmo os resultados na terra de origem da plataforma.

Outra característica relevante é a preocupação da Shopee em entender a cultura local para se adaptar. Em todos os mercados em que o e-commerce entra, há bastante investimento para criar estratégias compatíveis com a região em que está inserido.

Como o player asiático está mudando algumas políticas, o indicado é que o seller continue a analisar os dados, pois pode haver uma estabilização, e até mesmo queda, a depender da resposta do consumidor às alterações. A tendência é uma diminuição das políticas agressivas à medida que o público brasileiro se habitua a comprar na Shopee.

É fundamental acompanhar as estatísticas dos marketplaces. Os dados vão mostrar as expectativas de crescimento e, principalmente, as preferências dos consumidores. Porém, tão importante quanto isso é entender qual a política com os vendedores e o perfil dos e-commerces para traçar estratégias de negócios.

A seguir serão mostrados dados que interferem diretamente na margem de lucro do seller e estratégias para vender nos dois maiores marketplaces do momento.

Perfil de compra
É preciso entender o perfil de compra dos consumidores de cada marketplace.
O perfil de compra para cada marketplace difere. Cada consumidor possui objetivos e comportamentos diferentes, e por conta desses fatores, é essencial entender como atuar em cada um, se compensa empreender sua loja na plataforma e aplicar diferentes estratégias.

Shopee
Como a pesquisa do BofA mostrou, os clientes percebem a asiática como uma plataforma de compras mais baratas. Dessa forma, eles buscam menor preço e ofertas no marketplace. Um estudo interno da Shopee reforça esse dado. O perfil predominante de compradores é o que eles chamam de antenado em ofertas e representa 57%.

Esse é o motivo pelo qual há uma grande variedade de produtos de baixo ticket médio no marketplace que ficam em destaque na aba de “ofertas relâmpagos” como: utensílios de casa e cozinha, maquiagens, acessórios etc.

A precificação na Shopee é um fator decisivo para os consumidores, e eles buscam melhores preços que sejam possíveis utilizar cupons, promoções e frete gratuito.

Porém, é questão de sobrevivência para um negócio calcular o impacto de todos esses descontos na sua margem de lucro, entender como a comissão de vendas da Shopee funciona e aplicar preços que não atinjam seu faturamento.

Mercado Livre
O ainda maior marketplace do Brasil se assemelha a um catálogo no qual os consumidores não avaliam apenas preço. Um estudo do próprio Mercado Livre Ads, área dedicada à publicidade da empresa, mostra o quanto o cliente do e-commerce é analítico. Os visitantes passam 17% a mais de tempo no marketplace antes de realizar uma compra.

É comum a análise do custo-benefício, ao ver comentários, reputação do vendedor, características mais específicas de uma determinada mercadoria etc.

A plataforma também não consegue acompanhar a cultura de preços baixos da Shopee, que utiliza da estratégia que foi citado no início deste artigo, mas possui grande reputação no Brasil por sua qualidade de atendimento.

Podemos utilizar o comparativo de que, atualmente, a Shopee funcionaria como um ambiente comercial semelhante a pequenos shoppings com baixos preços e até poder de barganha por parte do consumidor, que tem à sua disposição muitos cupons, enquanto o Mercado Livre se torna um grande shopping com entregas de pedidos rápidos através de seu Mercado Envios Full que garante entregas até no mesmo dia a seu consumidor.

Comissão nos marketplaces
Quem não analisa bem as taxas avalia a Shopee como melhor no quesito comissão. O desconto será de no máximo 18%, caso o vendedor opte por oferecer frete grátis extra e trabalhe com CNPJ.

No Mercado Livre, a taxa varia de acordo com a categoria do produto e ainda há o desconto pela entrega gratuita. Dessa forma, é preciso uma análise mais aprofundada para entender o impacto no seu faturamento e estratégias.

Existe a vantagem, por parte do Meli, de descontar apenas R$5 em produtos de até R$79. Para quem vende produtos de baixo ticket, é uma vantagem. Ao mesmo tempo, a Shopee tem sido vista como o lugar para itens de menor valor.

Assim, é preciso analisar para entender qual é mais vantajoso para o negócio. Um produto muito barato pode ter um desconto maior na Shopee do que no Mercado Livre.

Um item de R$80, por exemplo, tem taxa de R$5 no líder dos e-commerces hoje. Na Shopee, R$9,60 ficam para o marketplace asiático. Porém, nesse exemplo, não foi considerado o frete grátis e nem anúncios diferenciados.

O Mercado Livre tem uma página com as comissões para todas as categorias de produtos para o seller consultar quando for necessário.

Já a Shopee, na data de fechamento deste texto, possui uma política de comissão mais enxuta, como você pode ver na ilustração abaixo, que considera o seu programa de frete grátis e a quantidade mensal de cupons pagos pela plataforma.

Taxas de comissão da Shopee.

Contudo, há ferramentas no mercado, como hubs de integração, que fazem o cálculo automático para o seller e ainda mostram qual a precificação ideal para preservar a margem de acordo com as taxas da Shopee e Mercado Livre, por exemplo.

Como funciona o frete grátis na Shopee?

Programa de frete grátis da Shopee e exemplos.
A Shopee possui muitos materiais visuais para simplificar o entendimento de seu programa de frete grátis a seus lojistas, como o gráfico acima, que exemplifica o limite máximo de comissão de R$100 da plataforma.

O seu programa de frete grátis se baseia em compras acima de R$29,90; ao utilizar o aplicativo, recebem o benefício. Para os vendedores, significa que será cobrado 6% a mais na comissão, mas respeitando a cobrança máxima de R$100.

Dessa maneira, produtos com ticket médio mais altos garantem mais faturamento ao lojista, que pode utilizar estratégias para atrair mais clientes.

Como funciona o custeio do frete grátis no Mercado Livre?
A contribuição do Mercado Livre com o custeio do frete está totalmente relacionada à reputação do vendedor. Assim, quanto melhor for o desempenho do seller, maiores serão as vantagens para ele. Além da contribuição do marketplace no frete, opções como utilizar seu programa de fulfilment atrairão mais compradores a sua loja.

Reputação verde
A melhor reputação no ML é conquistada para quem cumpre os seguintes requisitos:

Reclamações de até 4% do total de vendas.
Tempo de envio igual ou inferior a 15% do total de vendas.
Taxa de cancelamento inferior ou igual a 2%.
Reputação amarela
Vendedores na reputação amarela, têm três pré-requisitos. São eles:

Reclamações de até 7% do total de vendas.
Envio limitado a 20% do total de vendas.
Taxa de cancelamento em até 7% das vendas.
Reputação laranja
Se enquadram na reputação laranja:

Vendedores com até 12% de reclamações do total de vendas.
Tempo de envio que não ultrapassa 30% do total de vendas.
Taxa de cancelamento em até 10% das suas vendas.
Vendas por CPF
Muitos lojistas começam o processo de vendas no marketplaces através do CPF.
As vendas por CPF são como muitos lojistas iniciam seus negócios online com o objetivo de evitar, de início, encargos e burocracias ao criar um CNPJ.

O Mercado Livre e a Shopee são dois marketplaces que permitem as vendas por pessoa física, principalmente para aqueles que querem simplesmente vender itens usados, veículos etc. Porém, não é indicado para o seller permanecer com seu negócio online com CPF. Afinal, há muitas limitações, e as plataformas estão cada vez mais priorizando vendedores com CNPJ.

O empreendedor pode até iniciar como pessoa física, mas à medida que cresce é preciso se formalizar. Afinal, ao ultrapassar o limite imposto, são solicitados dados fiscais e ele poderá ter problemas com a Receita Federal.

O vendedor pode começar como Microempreendedor Individual (MEI), que permite venda e geração de nota fiscal para quem tem um faturamento de até R$80 mil anuais e, ao crescer mais, torna-se uma empresa de pequeno porte com até R$4,8 milhões anuais e continuar a utilizar o Simples Nacional.

Taxas para vender com CPF na Shopee

No início de junho de 2022, a Shopee realizou uma revisão nas políticas para vendedores que utilizam CPF no marketplace. Além da taxa padrão de 12%, é cobrado um acréscimo de R$5 por item vendido e, para itens com valores abaixo de R$10, será cobrado metade do valor do item.

Um dos objetivos do e-commerce com essas novas políticas foi motivar a formalização dos sellers. Confira abaixo na tabela:

Gráfico de comissão por CPF da Shopee.
Vender com o CNPJ, além de ter uma menor cobrança em sua comissão, oferece mais benefícios na plataforma como:

Equipe da Shopee com maior suporte ao seller;
Acesso ao Programa Vendedores Indicados da Shopee, que dá mais destaque ao seller;
Selo exclusivo do seu programa de frete grátis;
Oferecer mais cupons de desconto a seu cliente.
Venda com CPF no Mercado Livre
O Mercado Livre, assim como a Shopee, está cada vez migrando para que seus vendedores se formalizam através de políticas que favorecem pessoas jurídicas, para que, dessa maneira, pessoas físicas utilizem sua plataforma apenas para vendas casuais, como produtos que não utilizam mais.

As vendas no Meli com CPF têm restrições, como o limite de R$12 mil por vendedor, e também não é possível usufruir dos programas de entrega, como Mercado Coletas, já que as transportadoras exigem nota fiscal.

Emissão de nota fiscal no Mercado Livre e na Shopee
Os dois e-commerces têm sistema de emissão de nota fiscal integrado às plataformas. Nos dois, o seller precisa de um certificado digital do tipo A1 para gerar a NF. Dessa forma, mesmo sem um hub de integração ou ERP, o empreendedor pode gerar o documento, que é pré-requisito para ser um vendedor com grandes volumes de venda na Shopee ou no Mercado Livre.

Afinal, devo vender no Mercado Livre ou na Shopee?
Os dois canais de venda são portas de entrada para vendedores que estão iniciando seu negócio online, e se limitar a somente um deles pode fazê-lo perder potenciais vendas.

Então, estar presente nos dois marketplaces pode lhe garantir mais alcance. Afinal, um é líder em acessos e o outro possui um crescimento acelerado e promete ser promissor no território brasileiro, mesmo não sendo uma empresa nacional.

Não somente nos dois, mas o lojista deve analisar seu negócio e buscar se expandir em marketplaces que façam sentido para seu e-commerce através de estratégias assertivas e que o façam escalar, sempre pensando em fatores internos e externos, e preparando-se para períodos com muita demanda, como Dia das Mães, Black Friday, entre outros.

Promoção Dia dos Pais Kangu: o presente vai, o cashback vem!

No ano passado, o Dia dos Pais movimentou cerca de R$ 22 bilhões no comércio e aproximadamente 67% dos brasileiros investiu em um presente para o pai, com ticket médio de R$ 207,52. Os dados são da pesquisa “Intenção de Compras no Dia dos Pais”, realizada no ano passado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

A Kangu, plataforma que conecta uma rede colaborativa de vendedores, transportadoras e pontos de coleta preparou condições para os clientes a fim de diminuir os preços e aumentar os benefícios dos seus fretes.

Funciona assim: como o período que antecede o Dia dos Pais é movimentado e sabemos que você vai despachar muitas mercadorias, a cada encomenda postada no Ponto Kangu, você acumula uma pontuação. É simples: se, em um carrinho, você contratar 5 fretes da Kangu, são 5 pontos registrados na sua conta!

Quando acumular 30 pontos – ou seja, efetuar 30 envios usando a Kangu –, você automaticamente ganha 20% de cashback e também um envio surpresa! Tudo isso para lembrar da importância do seu papel nesse dia especial, em que as pessoas compartilham momentos especiais.

Deutsche Post DHL confirma metas para 2022 após 2º trimestre superar expectativas

Companhia alemã do setor de frete e logística informou que seu lucro subiu de 1,29 bilhão de euros para 1,46 bilhão de euros no período, e as receitas avançaram 23%, a 24,03 bilhões de euros.

O Deutsche Post DHL divulgou no último dia 5, que seus lucros cresceram no segundo trimestre, superando expectativas, e reiterou as metas para o ano.

A companhia alemã do setor de frete e logística disse que seu lucro subiu de 1,29 bilhão de euros para 1,46 bilhão de euros no período. Analistas tinham projeção de 1,23 bilhão de euros, de acordo com consenso do mercado.
As receitas subiram 23%, a 24,03 bilhões de euros, enquanto o lucro antes de juros e impostos (Ebit) subiu 12%, a 2,34 bilhões de euros. Analistas esperavam receitas de 21,7 bilhões de euros e Ebit de 2,01 bilhões de euros.
A superação das expectativas foi sustentada pelos negócios entre empresas nas unidade de frete, logística, entrega expressa e entregas globais, disse a companhia.
Para o ano, o Deutsche Post DHL confirmou sua meta de Ebit em 8 bilhões de euros, com margem de erro de 5% para mais ou para menos. Em uma situação de rápida desaceleração econômica mundial, o Ebit ficaria na parte de baixo da meta.
“Sem mudanças radicais no sentimento da economia global, o grupo considera um Ebit de mais de 8,4 bilhões de euro como alcançável”, afirma a empresa.

Indústria de consumo sobe preços, perde vendas e prevê mais reajustes

Cenário de custos em alta exige gestão mais rápida para não ficar fora do mercado.

“Foi preciso desligar o piloto automático dois anos atrás e ligar a direção manual […]. Você tem que ficar o mais ágil possível porque não sabe o que pode acontecer. É o desconhecido que me mantém mais preocupado, em estar pronto para reagir”, disse Mark Schneider, CEO da Nestlé, ao ser questionado por um analista, dias atrás, o que o afligia antes de dormir, num ambiente de inflação disseminada. “Hoje não é uma discussão simples tratar de preços, em alguns casos é uma discussão dura”, dizia a investidores o CEO da Danone, Antoine de Saint-Affrique, um dia antes da fala de Schneider. “E há uma combinação certa e sofisticada [na definição de reajustes], para que não fiquemos fora do mercado”.
O que se viu nos últimos dias, por horas a fio, em teleconferências de resultados das maiores indústrias de consumo do mundo foi um esforço em tentar mostrar reação ao difícil quadro atual. Os CEOs precisaram se posicionar, em parte, porque analistas colocaram a política de preços e a gestão de custo no centro da discussão.
A crise da pandemia e a guerra no Leste Europeu expuseram a necessidade de as empresas enfrentarem algo que as gestões atuais não haviam encarado até então: uma escalada inflacionária em mercados consumidores muito diferentes, em termos de estruturas de custos, de hábitos, de tolerância a reajustes, e num quadro de estagflação já beirando o risco de recessão. “A inflação não foi um fator complicador em todas as crise recentes. Mas ela é hoje, com tensões convergindo entre o segundo semestre de 2022 e de 2023”, escreveu num artigo na semana passada, Austin Kimson, vice-presidente da consultoria Bain & Company.
Em comum à maioria dos grupos, cujos balanços de abril a junho e do semestre foram publicados em julho, há aumentos de preço nos últimos meses de até dois dígitos (20%), no mundo e na América Latina, para compensar a alta em custos da cadeia de produção – o volume de vendas caiu.
O Brasil foi afetado pelas políticas de reajustes e é citado nas teleconferências pelos executivos de quatro das oito companhias que publicaram resultados. Estão nesse grupo Unilever, P&G, Kimberly-Clark, Nestlé, Danone, Coca-Cola, Whirlpool e Electrolux.

No mundo, cinco das oito companhias subiram preços e venderam quantidades menores de abril a junho, o que tende a reduzir alavancagem operacional e eficiência – apenas Coca-Cola, Nestlé e Danone reajustaram sem perder volume. Em junho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a pedir que comércio e indústria dessem “um freio na alta de preços” e sugeriu atualizar as tabelas só em 2023. Na época, em conversas reservadas, executivos da indústria e do varejo descartaram a hipótese – é preciso recompor venda líquida e margem de lucro.
Analistas, ao comentar a dose dos reajustes, observam que as empresas estão dentro de um cálculo de perda “aceitável” de volume. E reconhecem que a inflação avançou mais do que previam. Ações comerciais têm sido revisitadas em espaço mais curto de tempo, inclusive com mudanças de rotas. Há um visível esforço por parte das indústrias de se agarrarem ao “valor” de suas marcas para sustentar suas estratégias.
Para Marcos Gouvêa, diretor-geral da consultoria Gouvêa Ecosystem, “empresas brasileiras navegam bem por esse cenário, porque é um ambiente que conhecem, mas não é regra”. Observa que “os CEOs, pelo mundo, estão tendo que avaliar mais, testar mais, rever rápido o que não funciona, num ambiente em que consumidor de várias partes do mundo está muito ressabiado e buscando o essencial pelo menor valor possível. E com muito mais opções de marcas”.
A expectativa é que os custos continuem pressionados e os repasses se estendendo pelo restante do ano, de forma disseminada no mundo. O Brasil que chega a representar metade das vendas dos grandes grupos, não deve ficar fora desse cenário.
Na Unilever, por exemplo, o CEO Alan Jope disse a investidores, no fim de julho, que a companhia repassou, até agora, 70% dos aumentos de custos sentidos na América Latina após a pandemia.
Houve aumento de 21,7% nos preços nos países latinos e o volume caiu 4%, com vendas crescendo 17%. Foi o maior reajuste para um trimestre desde 2017 na região. De janeiro a março, os preços já haviam subido 16,4% e o volume encolheu 5,7%. Jope diz que a perda em volume está “muito em linha com as expectativas” e ainda conta que foi preciso fazer esses reajustes na região “para proteger a capacidade de investir nas marcas” – o que também pode ser interpretado como forma de evitar baque maior em rentabilidade, que caiu no trimestre na América Latina.
A decisão de reajustar preços, em um cenário com risco de recessão, também foi citada pelo comando da Coca-Cola a analistas no fim de julho. James Quincey, seu CEO, diz que no mundo a empresa vem tentando não perder o “timing” dos repasses. No Brasil, dados do IPCA/IBGE mostram que refrigerantes e águas subiram quase 11% em 12 meses, até junho. Só em abril, subiram 2%.
“Nós temos hedge [proteção] para as commodities, mas temos visto inflação bem mais ampla no restante. E assim que eles repassam, nós passamos. E já repassamos um bocado. E continuaremos passando em cada país, porque eles são muito diferentes entre si”, disse o CEO da Coca.
É um ajuste fino, cujo risco maior é errar a mão e acabar perdendo mercado. “A maior dificuldade hoje é decidir quando e quanto aumentar preço porque há risco de repassar muito rápido e perder ‘share’ ”, disse Richard Pelz, sócio da Bain na Alemanha, numa apresentação na semana passada sobre os desafios da indústria.
Nos países latinos, de abril a junho houve alta de 12% nos preços do portfólio da Coca-Cola e no valor do “mix” vendido (com efeito da hiperinflação da Argentina), e o volume cresceu 9%. De janeiro a março, já haviam repassado 19%.
Quincey disse que nos países latinos decidiu “alavancar campanhas de marketing atraentes”, depois da companhia ter perdido participação de mercado no início do ano. Após as ações, “as perdas melhoraram”.

Na busca por soluções de efeito rápido, a estratégia de investir mais em marketing vem sendo repetida por outras companhias, como a P&G, dona de marcas como Ariel e Pantene. Sua direção falou recentemente a analistas sobre ventos contrários “significativos” ao longo do ano, mas também citou a “superioridade irresistível” de seus produtos para mostrar “valor” aos compradores. A P&G aumentou preços no mundo em 8% de abril a junho e perdeu 1% em volume de vendas.
“Explorar a marca é uma forma de driblar a desconfiança, criar uma conexão com o consumidor. Mas é difícil saber se isso será bem-vindo num mercado tão pragmático e com marcas próprias mais maduras”, diz Gouvêa. “Uma das questões agora é como proteger o valor da marca e mostrar realmente diferenciação para as marcas de menor preço”, afirma Pelz.
Sobre isso, Schneider, da Nestlé, fez uma ressalva em sua conversa com analistas. Disse que “as cadeias de suprimentos de marca própria também estão sentindo o aperto e alguns deles ainda estão enfrentando problemas para se recuperar”. Para Schneider, tudo “está se movendo muito rapidamente” em relação a preços, hábitos, seguido dos problemas de inflação e da crise da cadeia de suprimentos – ou seja, muitas variáveis juntas ao mesmo tempo. “Geralmente os sistemas de uma grande empresa não estão prontos para isso”.
“Quero dizer, estávamos preparados como todo mundo para uma evolução mais suave”, ressaltando que outros reajustes devem ser feitos no segundo semestre.
Dentro dessa necessidade de saber a hora certa de se movimentar, a Kimberly-Clark, dona das marcas Neve e Intimus, fez ajustes na rota. A investidores, dias atrás, o comando disse que busca trabalhar a questão de forma “ponderada”, mas conta que houve “alguns atrasos dos concorrentes [no repasse] de preço nos países em desenvolvimento e nos emergentes, e com isso a participação de mercado enfraqueceu um pouco”. Isso foi feito com a intenção de priorizar a recuperação de margens de lucro.
“Reconhecemos que avançamos mais rápido do que alguns concorrentes […] E nossas diferenças de preços para eles estão aumentando um pouco”, disse o CEO Mike Hsu. “Estamos mantendo muita atenção a isso agora”. Nos países emergentes e em desenvolvimento, os preços subiram 12% de abril a junho (acima dos 9% geral), enquanto os volumes caíram 6%.
Saint-Affrique, da Danone, disse a analistas que em países como Rússia e Brasil há uma “enorme” elasticidade de volume e preços. Nesses casos, aumentos podem levar uma marca a perder vendas facilmente. “Lugares como EUA ou França há limitada a nenhuma elasticidade […]. Para ser honesto, é um pouco desconhecido o espectro dessa reação”, disse o CEO. A Danone diz que se “prepara para o pior”, olhando a força da marca, do portfólio e a sensibilidade dos clientes. “Isso é para ter certeza de que temos um portfólio pronto caso as coisas fiquem mais difíceis”.
Procuradas pelo Valor para falar dos resultados no Brasil, Danone, Nestlé, P&G, Unilever e Coca, não se pronunciaram. A Kimberly-Clark diz que não comenta dados segmentados e que os resultados do segundo trimestre refletem “os esforços de suas equipes em um ambiente desafiador e dinâmico”.

Entendendo o papel da logística na experiência de compra do consumidor

O processo de compra é uma experiência que deve ser muito positiva para o cliente.
Segundo pesquisa realizada pela Opinion Box, em parceria com o Digitalks, 76% das pessoas desistem da compra quando o frete é muito alto e 53% desistem da compra devido ao prazo de entrega ser muito longo. Como é possível perceber, ambos os fatores correspondem a logística e, claro, impactam na experiência de compra do consumidor.

Portanto, é importante enfatizar que logística e experiência de compra caminham juntas. Isso porque ambas possuem uma relação fundamental e que faz toda a diferença na decisão de compra do consumidor.

Ainda é muito comum vermos empresas se preocuparem apenas com o número de vendas, deixando de lado a experiência do cliente na jornada de compra – até mesmo pensando que a jornada de compra se encerra na efetivação da compra, sem se preocupar com o pós venda. Infelizmente nem toda marca tem a preocupação de manter um relacionamento mais próximo com o consumidor durante e após sua jornada de compra.

O consumidor de hoje em dia quer muito mais do que o produto final. Ele busca por conveniência, personalização e valorização, elementos que compõem uma experiência completa e fluida. É importante ter em mente que variedade de produtos ou serviços não são os únicos diferenciais ou os mais importantes, afinal a internet está repleta de e-commerces que certamente vendem produtos similares ao seu, portanto, proporcionar uma jornada de compra completa, incluindo uma logística eficaz, é parte fundamental para o sucesso da marca.

A este respeito, é indispensável o uso de recursos tecnológicos, pois estes refletem diretamente na forma como a experiência de compra e a logística são vistas atualmente.

Assim, para que você compreenda o papel da logística na experiência de compra do cliente, destaco a seguir alguns fatores importantes a serem considerados para uma experiência completa e fluida.

Entrega rápida

Conforme levantado na pesquisa Opinion Box citada no começo, 53% desistem da compra devido ao prazo de entrega ser muito longo. É certo que o crescimento do mercado de e-commerce, ocasionado pela pandemia, permitiu que muitas empresas expandissem o campo de distribuição, logo, o desafio da logística também aumentou.

Neste sentido, é preciso focar em um processo logístico fluido e eficaz, fazer uso da tecnologia com acompanhamento das entregas em tempo real, com a aplicação de toras automatizadas, o que é fundamental para uma logística ágil e que prioriza a qualidade do serviço.

Preço da entrega

Esta é outra questão que faz com que o cliente desista de uma compra. Ainda segundo a pesquisa Opinion Box e Digitalks, 76% das pessoas desistem da compra devido ao valor do frete ser muito alto. Além disso, em muitos casos, o valor da entrega acaba não compensando a compra do produto, por isso acontece a desistência.

Entender que é importante apresentar valores de transporte competitivos é indispensável. Portanto, oferecer um único serviço de entrega não é interessante, o ideal é disponibilizar para o cliente diferentes serviços de entrega [transportadoras], pois isso torna o serviço mais competitivo e com mais opções para o cliente.

Qualidade da entrega

O processo de compra é uma experiência que deve ser muito positiva para o cliente, do início ao fim. Quando o consumidor efetua a compra de algo que ele tanto quer ou precisa, aguarda ansioso pelo recebimento do produto, portanto, disponibilizar ferramentas que garantam tranquilidade e transparência é essencial.

Assim, opções de rastreamento são ferramentas indispensáveis para que o cliente possa acompanhar o status da sua compra. Porém, é importante que as informações deste processo sejam claras, mostrando cada movimentação da encomenda. Existem sistemas integrados em que o cliente recebe alertas em tempo real sobre a movimentação da entrega. Isso é bom até mesmo para a empresa, que reduz o número de devoluções, pois o cliente, ao ser notificado do percurso da entrega, pode se preparar para o recebimento.

Facilidade de resolução de problemas

Não há dúvidas de que a satisfação do consumidor depende de uma entrega de qualidade. Sabemos que complicações podem surgir neste processo, mas, mesmo no pior dos cenários, é muito importante que o cliente se sinta parte do processo. Dar atenção e satisfação é o mínimo, afinal, ainda que problemas ocorram, é extremamente importante prezar pela troca de informações entre os entregadores e a central. Assim, será possível solucionar problemas de forma rápida e, o mais importante, prezando por uma experiência bem sucedida.

Melhor Envio lança modalidade de frete para clientes do Melhor Ponto

Se você vende pela internet e ainda não trabalha com nenhuma plataforma de intermediação logística, provavelmente deve estar perdendo dinheiro e vendas. Com o Melhor Envio, por exemplo, lojistas de todos os portes e segmentos possuem acesso a fretes com condições especiais, podendo trabalhar simultaneamente com diversas transportadoras.

Além disso, é possível utilizar gratuitamente todas as ferramentas e serviços da empresa, como o Melhor Ponto, que são unidades de coleta onde os vendedores podem deixar pacotes com etiquetas de várias transportadoras parceiras do Melhor Envio no mesmo local. Isso acaba gerando uma economia significativa ao final do mês, pois não é necessário se deslocar até as agências de postagem para realizar os envios, basta levar as os produtos devidamente embalados ao Melhor Ponto.

Mas, em se tratando do Melhor Envio, “tudo que é bom pode ficar ainda melhor”. Por isso, além da praticidade e economia já garantidas pelo Melhor Ponto, a empresa está lançando uma modalidade de frete exclusiva para clientes que utilizam os pontos de coleta, levando ainda mais vantagens para os clientes da plataforma.

A seguir, confira como o “.Package Centralizado” funciona e como ele pode ajudar a reduzir os custos com envios da sua loja online.

Como funciona o Package Centralizado?
O Package Centralizado é disponibilizado pela Jadlog e pode ser visualizado na Calculadora de Fretes do Melhor Envio. Após a cotação, a nova modalidade vai aparecer na tela, entre as demais opções.

Depois é só selecionar o “.Package Centralizado”, gerar a etiqueta de frete e deixar a encomenda em alguma unidade do Melhor Ponto.

A seguir, separamos algumas informações que você precisa saber antes de contratar o Package Centralizado:

1-não é possível postar pacotes com etiquetas do “.Package Centralizado” no balcão da Jadlog, a nova modalidade só é aceita no Melhor Ponto. Portanto, antes de escolher essa opção de frete, confira se tem alguma unidade do Melhor Ponto próxima do seu endereço.
2-você pode ganhar até 10% a mais de descontos nas postagens feitas com o Package Centralizado, o que permite oferecer melhores condições para seus clientes.
3-o desconto já vem aplicado automaticamente na Calculadora de Fretes do Melhor Envio.

Tem mais novidades chegando
Além das unidades que estão em pleno funcionamento na capital paulista, o Melhor Ponto vai chegar a outras regiões de São Paulo. Em breve, lojistas do interior terão a comodidade de despachar suas encomendas com rapidez e economia.

Mas as novidades não param por aí. A partir de agosto, outras modalidades de frete serão inseridas na Calculadora de Fretes do Melhor Envio, com descontos exclusivos para clientes que utilizam o Melhor Ponto.

Fim do frete grátis? Aumento dos custos logísticos colocam em risco benefícios aos consumidores

A política dos e-commerces de oferecer fretes grátis para compras acima de determinados valores pode estar com os dias contados graças ao custo das operações logísticas, que não param de aumentar.

De acordo com um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o custo médio do transporte marítimo de um contêiner permaneceu próximo a US$ 10 mil nos últimos meses. O valor é sete vezes maior do que o registrado antes da pandemia.

Os preços chegaram a US$ 13 mil no final do ano passado e deram uma aliviada nos primeiros meses de 2022, especialmente o custo médio de importação com origem na Ásia para o Brasil. A queda indica uma acomodação entre a demanda e a oferta de capacidade de transporte na rota.

O problema é que a China voltou a aplicar medidas restritivas para controlar o avanço do coronavírus. Os efeitos do lockdown em portos chineses, especialmente o de Xangai, e a piora nas condições do mercado de navegação global reverteram esse movimento de queda nos custos.

E não é apenas a rota Brasil-China que está mais cara. O custo de transporte de um contêiner de 40 pés do Brasil para portos dos Estados Unidos, por exemplo, está próximo a US $10 mil – valor oito vezes superior ao de antes da pandemia.

Além disso, as empresas viram o preço do óleo diesel disparar e, por consequência, encarecer o frete.

Dados da plataforma de transporte de cargas Fretebras mostram que o custo do transporte por eixo do quilômetro rodado subiu 3,79% entre maio deste ano e maio de 2021. Essa variação nem considera o reajuste de preços anunciado pela Petrobras (PETR3; PETR4) em junho, quando o litro do diesel avançou 14,26% nas refinarias da estatal.

Por mais que a tendência, a médio prazo, seja de uma estabilização dos preços, alguns varejistas já estão limitando o benefício. No mês passado, a Shoppe eliminou a opção de frete grátis sem valor mínimo – o consumidor agora precisa consumir, no mínimo, R$ 29. Outra que está seguindo na mesma linha é o Mercado Livre (MELI34). A varejista aumentou o valor mínimo necessário para o frete grátis de R$ 79 para R$ 199.

Com foco no e-commerce, Jadlog amplia leque de soluções para integração logística

Infraestrutura tecnológica da transportadora contempla serviços como cotação de frete, checagem de situação da encomenda e confirmação da entrega.

A integração logística é uma das estratégias em evidência no segmento. Focando na ampliação da infraestrutura tecnológica, a Jadlog oferece aos embarcadores serviços que contemplam a cotação do frete, a checagem da situação da encomenda e a confirmação da entrega.

O fluxo de comunicação disponibilizado pela transportadora inicia o processo da retirada à entrega da encomenda, além de gerar faturas e cobranças.

“A plataforma da Jadlog traz facilidade e simplicidade para as integrações logísticas com os embarcadores, de diferentes maneiras. Oferecemos todo o suporte necessário para que a comunicação entre sistemas de qualquer empresa com o da Jadlog seja ágil e de maneira totalmente descomplicada.” – Bruno Tortorello, CEO da Jadlog.

A integração logística com a Jadlog pode ser feita por arquivos, e-mail, plugin ou por um sistema Embarcador API. Por arquivos, as trocas de informações ocorrem por meio de arquivos textuais estruturados, com formatos bem definidos, de forma manual (o usuário realiza as tarefas no sistema) ou automatizada (quando são utilizados robôs ou programas em todas as etapas).

Via e-mail, o embarcador envia um conjunto de arquivos XML compactados correspondente às suas Notas Fiscais Eletrônicas, para que a Jadlog processe automaticamente as notas. “Neste modelo, a Jadlog processa os e-mails que chegam já gerando os pedidos no nosso sistema de logística de cargas fracionadas”, explicou Tortorello.

A forma plugin permite que diferentes soluções de e-commerce interajam diretamente com o sistema da Jadlog. O uso dessa modalidade facilita o processo para os embarcadores que já possuem suas próprias lojas digitais. A Jadlog disponibiliza módulos de extensão e plugins para diversas plataformas de e-commerce como Vtex, Nuvemshop, Woo Comerce, Magento e Intelipost.

Já na integração via API (Interface de Programação de Aplicações), o sistema do embarcador interage diretamente com o sistema da Jadlog na internet. A transportadora criou um site explicativo sobre as integrações logísticas.

Ao realizar a integração com a Jadlog, o embarcador, além de usufruir das funcionalidades da plataforma, também passa a ter acesso às diversas soluções da transportadora, que inclui o Predict, serviço inovador que envia mensagens via SMS avisando o e-shopper sobre o horário de entrega de sua encomenda, com acuracidade de até uma hora do informado. Esse tipo de notificação avançada está elevando a taxa de sucesso da primeira tentativa de entrega e melhorando a jornada de compra online.

Mais uma solução é o Pickup, implementado de forma pioneira pela Jadlog no Brasil, que são pontos comerciais parceiros nos quais os consumidores podem retirar encomendas ou mesmo depositar produtos para troca ou devolução.