Fim dos caminhões no Japão? O projeto ambicioso para revolucionar a logística do país

País tem investido em soluções ambiciosas de tecnologia e infraestrutura para driblar o choque demográfico.

Até 2030, o Japão tende a perder até 34% de seus motoristas de caminhão, de acordo com o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo japonês (MLIT). O motivo é simples: as pessoas têm se aposentado.

O país tem passado por desafios demográficos motivados pelas baixas taxas de natalidade e pelo envelhecimento populacional crescente — um bom sinal de longevidade, mas um problema para a economia.

Por isso, o Japão tem investido em soluções ambiciosas de tecnologia e infraestrutura capazes de compensar o choque demográfico e modernizar setores estratégicos, como o de transportes.

O país, já conhecido por seus hotéis e carros cápsula, agora quer desenvolver também “cápsulas autônomas” para o transporte de cargas, uma substituição para os caminhões — e, de quebra, para os caminhoneiros.

O projeto consiste em desenvolver uma faixa de rodovia exclusiva para automóveis-cápsula que funcionariam de maneira autônoma no transporte de cargas.

Essas cápsulas, que devem ser capazes de transportar mercadorias de até 1,8 m e altura, devem ter suas faixas dispostas ao longo do acostamento ou dos canteiros centrais das pistas, na superfície ou em construções subterrâneas, como a de um metrô, de forma que não atrapalhem o tráfego de carros comuns.

Também deve ser instalada, para “cobrir” as faixas de trânsito das cápsulas, uma redoma toda feita de vidro, a fim de manter as pistas protegidas e de evitar “interferências externas” que possam resultar em danos (ou em roubos) das cargas.

De acordo com o governo japonês, as cápsulas podem substituir até 17 mil pessoas e tirar 25.000 caminhões de carga das estradas, e o projeto deve começar com a instalação de faixas entre as cidades de Tóquio e Osaka, num perímetro de aproximadamente 500 km.

O início das operações, por sua vez, está previsto para 2027, e o governo agora busca por parcerias com empresas de engenharia e infraestrutura que queiram colaborar no desenvolvimento do projeto.

Economia de recursos

Um dos “efeitos colaterais” desse projeto pode ser a economia de luz.

O movimento dos veículos autônomos poderia, a longo prazo, eliminar a necessidade de iluminação nas ruas, caso os veículos usem LiDAR (tecnologia para detecção e alcance por luz) como mecanismo de visão computacional. Com um sistema de transporte autônomo, portanto, seria possível dispensar a iluminação das estradas.

Além disso, a implementação de veículos autônomos programados para operar à noite pode significar um custo operacional mais baixo.

Fonte: “Fim dos caminhões no Japão? O projeto ambicioso para revolucionar a logística do país | Revista Fórum

 

Base da transformação digital nas empresas está na infraestrutura de TI

A transformação digital é um tema central no mundo corporativo atual, sendo vista não apenas como uma tendência, mas como uma necessidade para a sobrevivência e o crescimento das empresas.

No coração dessa revolução está a infraestrutura de TI, que serve como a espinha dorsal sobre a qual se constroem as estratégias digitais mais eficazes. Sem uma base tecnológica sólida, qualquer tentativa de digitalização corre o risco de ser superficial e insuficiente.

A implementação de uma infraestrutura de TI robusta exige um planejamento cuidadoso, investimento significativo e uma visão clara dos objetivos de negócios.

Uma das principais vantagens de uma infraestrutura de TI bem estabelecida é a capacidade de promover a agilidade empresarial. Em um ambiente de negócios em constante mudança, a capacidade de responder rapidamente às novas demandas do mercado é crucial. Sistemas de TI flexíveis permitem que as empresas adaptem suas operações, lancem novos produtos e serviços e respondam aos feedbacks dos clientes com mais rapidez do que nunca.

Outro aspecto crítico é a segurança da informação. Com o aumento das ameaças cibernéticas, garantir a proteção dos dados corporativos e dos clientes é mais importante do que nunca. Uma infraestrutura de TI moderna inclui sistemas de segurança avançados que protegem contra ataques e violação de dados, ao mesmo tempo que garantem a conformidade com regulamentos e normas de privacidade.

A eficiência operacional é outro benefício significativo. Automação, inteligência artificial e análise de dados são apenas algumas das tecnologias que dependem de uma infraestrutura de TI robusta para funcionar corretamente. Essas tecnologias ajudam a otimizar processos, reduzir custos e melhorar a produtividade, permitindo que as empresas façam mais com menos recursos.

No contexto da transformação digital, a experiência do cliente também é profundamente impactada pela qualidade da infraestrutura de TI. Plataformas digitais, aplicativos móveis e serviços online são vitais para atender às expectativas dos clientes modernos, que demandam conveniência, rapidez e personalização. Sem uma infraestrutura de TI eficiente, oferecer uma experiência de cliente superior torna-se um desafio.

A colaboração interna também é facilitada por uma boa infraestrutura de TI. Ferramentas de comunicação e colaboração, como videoconferências, sistemas de gestão de projetos e plataformas de trabalho em equipe, dependem de uma infraestrutura tecnológica sólida para funcionar sem problemas. Isso é particularmente relevante em um cenário onde o trabalho remoto e híbrido se tornaram a norma.

A escalabilidade é um fator crucial para empresas em crescimento. À medida que uma empresa expande suas operações, sua infraestrutura de TI deve ser capaz de acompanhar esse crescimento. Soluções de nuvem, por exemplo, oferecem uma escalabilidade praticamente ilimitada, permitindo que as empresas aumentem ou diminuam sua capacidade de TI conforme necessário, sem a necessidade de grandes investimentos em hardware.

Empresas com infraestrutura de TI moderna relatam um aumento de 20% na agilidade para lançar novos produtos e serviços, segundo a IDC, traduzindo-se em ganhos de mercado e fidelização de clientes.

A segurança da informação é crítica e a infraestrutura robusta é essencial, resultando em 57% menos violações de dados, conforme o Ponemon Institute. A otimização dos processos, por meio da automação e análise de dados, reduz custos operacionais em 30%, segundo a Forrester, permitindo investimentos estratégicos.

Além disso, empresas com infraestrutura robusta são duas vezes mais propensas a desenvolver produtos inovadores, conforme o BCG, e são três vezes mais propensas a superar concorrentes em crescimento e lucratividade, segundo a Accenture.

O papel da infraestrutura de TI na inovação não pode ser subestimado. Tecnologias emergentes, como Internet das Coisas (IoT), blockchain e computação quântica, dependem de uma base tecnológica forte para serem implementadas e exploradas com sucesso. As empresas que investem em uma infraestrutura de TI avançada estão mais bem posicionadas para adotar essas inovações e ganhar uma vantagem competitiva significativa.

Além disso, a sustentabilidade também entra em jogo. A infraestrutura de TI moderna pode ajudar as empresas a reduzir seu impacto ambiental, por meio de soluções mais eficientes em termos de energia e operações mais sustentáveis. Data centers ecológicos, por exemplo, utilizam tecnologias de resfriamento avançadas e fontes de energia renováveis para minimizar o consumo de energia e as emissões de carbono.

A transformação digital é, em última análise, uma jornada contínua. À medida que novas tecnologias surgem e as necessidades dos negócios evoluem, a infraestrutura de TI deve ser continuamente atualizada e melhorada. Isso requer uma abordagem proativa e um compromisso com a inovação e a melhoria contínua.

Investir em uma infraestrutura de TI robusta não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica. As empresas que reconhecem a importância dessa base tecnológica estão mais bem equipadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades da era digital. A infraestrutura de TI é, sem dúvida, o alicerce sobre o qual se constrói a transformação digital, impulsionando a inovação, eficiência e competitividade no mercado global.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/base-da-transformacao-digital-nas-empresas-esta-na-infraestrutura-de-ti”

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O que as Olimpíadas têm a ensinar sobre logística?

Garantir a mobilidade, a segurança e o abastecimento de milhares de atletas e turistas, além de gerenciar grandes volumes de equipamentos e alimentos, não é tarefa simples.

Uma operação logística é sempre complexa, independentemente do porte da empresa, do tipo de carga e do modal escolhido. Em alguns casos, no entanto, é ainda mais desafiadora, como a logística militar, humanitária ou de grandes eventos, como as Olimpíadas.

Os jogos olímpicos são um exemplo claro da importância da colaboração, da integração e do planejamento logístico. Garantir a mobilidade, a segurança e o abastecimento de milhares de atletas e turistas, além de gerenciar grandes volumes de equipamentos e alimentos, não é tarefa simples.

Por mais trabalhoso que seja, é possível garantir o sucesso de eventos desse porte. Basta utilizar a tecnologia disponível para otimizar processos logísticos, integrar sistemas, compartilhar dados e melhorar a visibilidade, o controle e o monitoramento.

IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA LOGÍSTICA

São mais de 10,5 mil atletas de várias partes do mundo, dirigentes, treinadores, chefes de estado e mais de 15 milhões de turistas visitando Paris em menos de um mês. Esse é o número de pessoas que, de uma forma ou outra, saíram de casa para as Olimpíadas 2024 e vão precisar de transporte, hospedagem, suprimentos, atendimento médico ou farmacêutico, hospedagem, segurança, alimentação, etc.

Muito mais do que garantir que os atletas e visitantes circulem em Paris e cheguem a tempo nos locais de prova, as Olimpíadas exigem um esforço logístico gigantesco do país-sede e de todas as delegações participantes.

Ao todo, 205 delegações participam das competições em Paris, incluindo o Brasil. E ainda que não esteja entre as maiores delegações, a logística demandada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) é um exemplo claro da complexidade de eventos como esse.

COMO O BRASIL FEZ O PLANEJAMENTO LOGÍSTICO PARA AS OLIMPÍADAS 2024?

O COB fez uma verdadeira “operação de guerra” para garantir a infraestrutura necessária aos mais de 270 atletas brasileiros classificados para os Jogos de Paris.

Ao todo foram transportadas mais de 20 toneladas de equipamentos eletrônicos, itens para treinos de força e condicionamento, insumos médicos e farmacêuticos, materiais esportivos e de marketing, uniformes, mobiliários, 23 embarcações para as competições, etc.

Antes de atravessar o oceano, o COB trabalhou, durante mais de dois anos, em um planejamento rigoroso. Para entregar na França todo o necessário, o Brasil utilizou três modais de transporte: terrestre, aéreo e marítimo. Cerca de 10 contêineres viajaram carregados.

A carga saiu de sete países diferentes (China, Paquistão, Suécia, República Checa, Portugal, Itália e Brasil) com destino a Paris, na França, onde o COB alugou um armazém de 800 m2, por cerca de três meses.

No local foi centralizado todo o material destinado à Vila Olímpica, à Saint-Ouen (base do COB), às instalações dos atletas e à Casa Brasil. A movimentação na cidade-sede dos jogos envolveu 60 caminhões.

Isso tudo diz respeito apenas à logística da delegação brasileira. Agora, multiplique por outras 205 delegações. Os números são grandiosos e, sem uma logística eficiente, seria praticamente impossível fazer um gerenciamento bem-sucedido.

PRINCIPAIS DESAFIOS DA LOGÍSTICA EM OLIMPÍADAS

A logística das Olimpíadas envolve a coordenação de uma infinidade de detalhes para garantir o fluxo adequado dos materiais e equipamentos. Os aspectos que tornam a tarefa tão complexa são:

  • Escala: a magnitude dos jogos olímpicos exige um planejamento meticuloso e a coordenação de inúmeros recursos, desde a construção de estádios e alojamentos até o transporte de equipamentos e alimentação dos atletas.
  • Tempo: a organização de um evento como as Olimpíadas requer anos de planejamento e preparação, com prazos apertados e a necessidade de lidar com imprevistos.
  • Grande volume de pessoas: a presença de milhares de atletas, oficiais, jornalistas e espectadores gera uma demanda enorme por transporte, hospedagem, alimentação e segurança.
  • Infraestrutura: a construção e adaptação de infraestruturas, como estádios, vilas olímpicas e sistemas de transporte, representam um desafio logístico significativo.
  • Segurança: a proteção de atletas, espectadores e instalações é uma prioridade máxima, exigindo um planejamento rigoroso de segurança e a coordenação de diversos órgãos.
  • Sustentabilidade: a preocupação com o meio ambiente e com a sustentabilidade tem se tornado cada vez mais importante em grandes eventos, exigindo soluções logísticas que minimizem o impacto ambiental.
  • Transporte: a movimentação de atletas, espectadores, equipamentos e materiais esportivos requer um planejamento eficiente para o transporte de cargas e de passageiros.
  • Alimentação: a alimentação de todos os participantes passa pela distribuição de grandes quantidades de alimentos – um tipo de carga com diversas particularidades.
  • Gestão de estoque e inventário: a logística de suprimentos inclui o transporte e armazenamento de equipamentos esportivos, alimentos e bebidas, materiais promocionais, entre outros. Fazer o inventário evita desperdícios e garante a disponibilidade.

COMO MELHORAR A EFICIÊNCIA LOGÍSTICA EM GRANDES EVENTOS E OPERAÇÕES COMPLEXAS

Sem dúvidas, o sucesso de eventos como as Olimpíadas passa pela logística de excelência, em especial nas etapas de armazenagem, gestão de estoque e controle de inventário, gestão de frotas e de pátios, transporte e entrega.

Mas como garantir que o planejamento seja bem executado, que as operações estejam visíveis do início ao fim, que as cargas sejam monitoradas e as entregas rastreadas, que a roteirização seja bem-feita, que os sistemas logísticos estejam integrados e que todos os elos da cadeia logística entendam a importância da colaboração?

A resposta está no uso de tecnologia e de soluções especializadas para otimizar a logística. É isso o que vai garantir o gerenciamento eficiente de todos os recursos.

Sistemas de gestão de inventário

As plataformas avançadas de gestão de empresas, de armazéns, de estoques e inventários, como ERP e WMS, permitem o rastreamento e o gerenciamento dos materiais em tempo real. Essas ferramentas ajudam a monitorar níveis de estoque, prever necessidades futuras e evitar excessos ou faltas.

Etiquetagem RFID e código de barras

As tecnologias de identificação, como RFID e códigos de barras, facilitam o rastreamento e a gestão de materiais. Elas permitem a identificação rápida e precisa de itens, além de agilizar processos de recebimento, armazenagem e distribuição.

IoT (Internet das Coisas)

Sensores IoT podem ser usados para monitorar condições ambientais (como temperatura e umidade) de cargas sensíveis (como alimentos, por exemplo), garantir a segurança de itens de alto valor e fornecer dados em tempo real sobre a localização e o status dos produtos.

Plataformas de planejamento de recursos empresariais

Sistemas integrados gerenciam diversos aspectos da logística de materiais, desde o pedido até a entrega, facilitando a coordenação entre diferentes departamentos e fornecedores. Na logística, soluções como ERP, TMS, WMS e YMS se tornam imprescindíveis.

Automação de armazéns

Tecnologias de automação podem acelerar e tornar mais eficiente a movimentação de materiais dentro dos armazéns, reduzir o tempo de processamento, diminuir o headcount necessário às atividades e evitar prejuízos e retrabalhos causados por erros humanos.

Software de roteirização e otimização de transporte

Ferramentas de roteirização ajudam a planejar rotas de transporte mais eficientes, o que resulta em economia de tempo e de custos. Além disso, sistemas de otimização e consolidação de cargas garantem a utilização máxima do espaço disponível nos veículos de transporte.

Análise de dados e Machine Learning

Análises avançadas e algoritmos de Machine Learning podem prever demandas futuras com base em dados históricos e tendências, ajudando a planejar melhor o abastecimento e a distribuição de recursos.

Blockchain

A tecnologia blockchain pode ser utilizada para criar um registro imutável e transparente de transações e movimentos de materiais, aumentando a confiança e a segurança na cadeia de suprimentos.

Sistemas de gestão de fornecedores

Plataformas para gestão de fornecedores facilitam a comunicação e a coordenação com múltiplos fornecedores, garantindo a entrega pontual das cargas e permitindo a avaliação contínua do desempenho dos fornecedores.

Aplicativos móveis

Apps logísticos específicos permitem o acesso a informações em tempo real sobre inventário, status de pedidos, transporte e entrega, facilitando ainda a comunicação e a resolução de problemas.

Realidade Aumentada (AR)

Tecnologias de AR podem ser usadas para treinar trabalhadores em procedimentos logísticos, auxiliar na montagem e organização de materiais em armazéns e fornecer instruções visuais em tempo real.

A integração eficiente de tecnologia, comunicação eficaz, visibilidade integral da cadeia logística, flexibilidade, colaboração e capacidade de adaptação rápida as mudanças são essenciais. Algumas das principais “lições olímpicas” para quem atua na logística são: fazer um planejamento estratégico eficiente, garantir coordenação e colaboração entre os stakeholders, uso de tecnologia avançada, fazer gestão de riscos, garantir eficiência operacional, sustentabilidade, flexibilidade e adaptabilidade, promover engajamento e treinamento de equipes e inovação com melhorias contínuas.

Ao aprender e implementar as lições deixadas pelas Olimpíadas, as empresas brasileiras podem aperfeiçoar significativamente suas operações logísticas.

Fonte: “O que as Olimpíadas têm a ensinar sobre logística? (mundologistica.com.br)

Infraestrutura logística no Brasil e as perspectivas para o próximo ano

Aumentar a eficiência da infraestrutura não tem efeito somente na economia, mas na vida de cada cidadão.

A infraestrutura logística no Brasil adquiriu, ao longo dos anos, um protagonismo cada vez maior, dado seu potencial de indução do crescimento e melhoria da produtividade e competitividade do país.

Esse protagonismo é de suma importância, considerando que, dentre as 20 principais economias do mundo, o Brasil é a única que não mantém uma posição no quartil superior das que mais investem em infraestrutura na relação com o PIB. Pelo contrário, sua taxa média de investimento em infraestrutura de transportes tem sido, ao longo dos últimos 30 anos, em torno de 0,8% do PIB/ano, ao passo que concorrentes diretos realizaram mais de 2,5%.

Fonte: “Infraestrutura logística no Brasil e as perspectivas para o próximo ano | Colunas | Época NEGÓCIOS (globo.com)

 

Cinco tendências de tecnologia para a logística

Com o fortalecimento da economia brasileira, a projeção de crescimento do PIB para 2024 será de 2% de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Esse desempenho econômico será capaz de acelerar diversos setores, entre eles, o de logística, que é um dos que mais cresce no país e no mundo.

Não à toa, segundo outra projeção da Transparency Market Research, o eixo logístico mundial deve alcançar US$ 15,273 bilhões até 2027. No Brasil, as previsões também são excelentes. De acordo com um levantamento feito pela MCC-ENET, para este ano, o setor pode crescer mais 50%.

Sem dúvidas, estamos diante de um cenário promissor para o segmento. No entanto, ainda é preciso chamar atenção para os desafios enfrentados pelo segmento. Isso é, mesmo diante da era da digitalização, muitas organizações ainda enfrentam a baixa maturidade digital, que impacta no gerenciamento ineficiente do volume de dados gerados.

Além dos problemas do ponto de vista interno, o setor de logística ainda tem desafios externos de infraestrutura. Ou seja, tendo em vista que o Brasil é um país de tamanho continental, torna-se um obstáculo garantir a eficiência desde o planejamento até a distribuição, bem como executar o rastreamento e controle de entregas. Ademais, a logística também precisou acrescentar mais um desafio: estar preparada para os impactos das mudanças climáticas.

Um exemplo recente disso foram as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. A imensa destruição do estado impactou o transporte aéreo e bloqueou estradas, o que acarretou imensos prejuízos e atrasos. Tal situação reforçou a importância de o setor diversificar suas abordagens e métodos de atuação. E, sem dúvidas, o melhor caminho para colocar essa estratégia em prática é investir no uso da tecnologia.

Por isso, destaco aqui cinco tendências para o setor logístico garantir ainda mais sua eficiência e desempenho para os próximos anos:

#1 Inteligência Artificial (IA): não há como falar de tecnologias sem destacar a tendência que está revolucionando o mercado: a Inteligência Artificial. Para o setor de logística, sua aplicação é extremamente vantajosa, pois permite desde a execução de análises preditivas, otimização de rotas, até a previsão de demandas. Com o uso da IA, é possível garantir sua eficiência e produtividade, mesmo em meio a um cenário em que tudo pode mudar.

#2 Internet das Coisas (IoT): se, por um lado, a IA auxilia na maior confiança da gestão, com o fornecimento de dados e informações confiáveis, a IoT facilita o monitoramento. Isso é, por meio deste recurso, é possível acompanhar em tempo real veículos, mercadorias e toda a infraestrutura através de sensores, tornando mais ágil rastrear a localização e garantir o cuidado e controle da qualidade dos produtos – incluindo, ainda, a temperatura das cargas que pode ser gerenciada.

#3 Drones: como destacado anteriormente, nosso país possui uma vasta extensão territorial e, consequentemente, áreas de difícil acesso. Sendo assim, com a utilização de drones, é possível, além de garantir a agilidade, também obter o acesso a diversos pontos garantindo sua segurança, visto que o condutor não precisa ficar exposto a riscos.

#4 Big Data: todas as tecnologias descritas acima têm em comum a geração de dados que precisam ser analisados. Neste aspecto, o Big Data entra como um importante auxiliador, visto que a ferramenta ajuda nessa análise, identificando padrões e otimizando operações, a fim de ajudar em tomadas de decisões estratégicas.

#5 Blockchain: mais do que garantir as informações, é preciso assegurar a transparência em toda cadeia produtiva. Essa é a função do blockchain, com o qual é garantida a autenticidade e segurança dos dados, ajudando a eliminar fraudes e garantindo o melhor controle dos produtos, desde a produção até a entrega.

Na prática, a combinação de todos esses elementos é o que irá ajudar a garantir sua confiabilidade, relevância e responsabilidade. O setor de logística tem um grande potencial de crescimento e desenvolvimento, desde que utilize a tecnologia como sua principal aliada e mude a atual realidade.

Como prova disso, de acordo com o estudo Own Your Transformation, do IMB IBV (Institute for Business Value), 67% dos líderes brasileiros de supply chain consideram a infraestrutura tecnológica como o principal desafio nos próximos dois a três anos – o percentual é o maior entre os 35 países que participaram da pesquisa.

Sendo assim, é importante que este setor busque, o quanto antes, mudar esse panorama. Atualmente, já existem ferramentas voltadas para auxiliar nesta demanda, no entanto, é essencial que sejam aderidos sistemas que tenham integração com a IA e diversos recursos, bem como a garantia dos seus resultados. A logística brasileira ainda tem um longo caminho pela frente, mas seu sucesso estará garantido desde que use os elementos certos nessa jornada.

Fonte: “Cinco tendências de tecnologia para a logística – Móveis de Valor (moveisdevalor.com.br)

 

Desafios e oportunidades do e-commerce no Brasil: uma visão do mercado atual e futuro

Mesmo com menos de três décadas no Brasil, o e-commerce já detém grande parte do mercado brasileiro.

Com fatores fundamentais para o consumidor atual, como praticidade e variedade em produtos, cada vez mais o comércio eletrônico vem conquistando o público, desde os mais novos até os mais velhos.

Claro que, com o período da Covid-19, tivemos uma crescente necessidade de realizar pedidos online, mas o movimento do setor não é tão recente e já passou por mudanças significativas durante os anos.

Com a vinda da internet discada de 14 kps na década de 90, ainda não possuíamos a cultura de comprar algo virtualmente, mas foi em 1995, a partir da livraria Booknet, que as mudanças começaram a acontecer.

Ao longo dos anos, grandes players apareceram no e-commerce, como Americanas e Mercado Livre, além de sites como Buscapé, os quais auxiliaram o consumidor a comparar preços e na descentralização do comércio eletrônico que estava nessas grandes marcas.

Nos anos 2000, o faturamento do setor já movimentava milhões de reais por ano, mas foi a partir de 2010, quando tivemos a ascensão do mobile, das redes sociais e do Google que o e-commerce tomou outros ares.

A partir disso, tivemos a necessidade da aprimoração da experiência do consumidor e do usuário, com sites cada vez mais responsivos, métodos de pagamentos mais seguros e transparentes, processos logísticos cada vez mais rápidos, entre outras demandas.

Neste artigo, iremos abordar parte desses elementos e trazer uma visão sobre o que podemos esperar do e-commerce e das áreas que o afetam para os próximos anos, tendo em mente o que já presenciamos no Brasil e no mundo.

Infraestrutura e logística no Brasil: um caminho que ainda precisa ser melhorado

De início, é preciso falar sobre a logística e os meios de transporte no Brasil, que afetam diretamente no impacto das compras online para os consumidores.

A infraestrutura logística no país ainda precisa de muitas melhorias e cuidados, já que o Brasil é um país muito extenso e, devido à sua diversidade geográfica, as necessidades de aprimoramento dos modais de transporte são grandes para que possa atender bem às demandas de cada região.

Como 60% do transporte de cargas do Brasil estão concentrados no modal rodoviário – dados da CNT, Confederação Nacional de Transportes -, ainda falta estrutura nas estradas para que esse transporte seja feito de maneira mais eficiente, ágil e seguro, sem contar com a necessidade de melhorias em ferrovias e hidrovias, que poderiam garantir maior agilidade entre os estados e municípios.

Além da qualidade das rodovias serem baixas e necessitarem de constante investimento para a manutenção e conservação, o preço dos combustíveis utilizados é caro e constantemente muda de valor, o que aumenta os custos logísticos.

De acordo também com a CNT, aproximadamente 25% dos custos operacionais poderiam ser reduzidos se o Brasil tivesse uma melhor estrutura logística, o que poderia diminuir igualmente custos e o tempo de entrega, tanto de fornecedores a empreendedores quanto para os consumidores finais.

A infraestrutura e logística do país ainda são um desafio para que todas as entregas sejam feitas de maneira eficiente, mesmo em locais mais afastados.

Isso pode igualmente significar uma oportunidade de maior crescimento do e-commerce em diferentes regiões ao longo dos anos, à medida que o investimento nos meios de transporte seja feito, o que pode ser alcançado a partir dos órgãos responsáveis ou de próprios marketplaces/grandes empresas, que investem em serviços fulfillment, por exemplo, para seus lojistas parceiros.

Regulação e legislação

Com o crescimento do e-commerce, a insegurança também permeia o ambiente digital. Afinal, tanto o consumidor quanto o empreendedor devem colocar seus dados para realizar as compras e/ou vendas, o que gera desconfiança sobre a segurança e a veracidade de produtos, dados, entre outros fatores.

No entanto, para garantir um ambiente seguro e confiável, a regulação e a legislação desempenham um papel crucial.

O cumprimento das regulamentações, como o Código de Defesa do Consumidor e o Marco Civil da Internet, é essencial para estabelecer relações comerciais transparentes e éticas. Além disso, a complexidade dos impostos incidentes em vendas interestaduais requer estratégias eficientes para garantir a conformidade fiscal sem prejudicar a competitividade das empresas.

A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) marcou uma revolução na forma como as empresas devem lidar com informações pessoais.

No e-commerce, isso significa garantir a segurança e a privacidade dos dados dos clientes. Empresas devem adaptar suas políticas de privacidade, implementar medidas de segurança cibernética e obter consentimento explícito para o tratamento das informações pessoais, protegendo, assim, tanto os consumidores quanto a própria organização.

O uso de certificados SSL e outras tecnologias de criptografia é essencial para garantir que as informações sensíveis permaneçam confidenciais e que as transações sejam protegidas contra fraudes.

Afinal, a proteção ao consumidor não pode ser negligenciada no e-commerce, e ele precisa ter a mesma segurança e confiança ao fazer compras online que tem ao adquirir produtos em lojas físicas.

A oferta de informações claras sobre produtos, prazos de entrega, política de trocas e devoluções é fundamental para criar uma experiência positiva de compra. Além de, claro, as empresas terem que estar prontas para resolver eventuais problemas e garantir a satisfação do cliente de maneira transparente e rápida.

Porém, em épocas como a Black Friday, os casos de fraudes ainda são recorrentes, e é preciso que o consumidor fique atento às práticas e atividades suspeitas, assim como os empreendedores devem educar e comunicar seus clientes sobre as melhores medidas de segurança, proporcionando-lhe mais confiança.

Veículos como Serasa, Sebrae e mesmo a mídia em geral promovem conteúdos a esse respeito anualmente, e é interessante acompanhar as estatísticas e medidas que devem ser tomadas.

Diversidade de métodos de pagamento

Ao falar-se sobre segurança, temos que levar em conta métodos de pagamento como Pix, que foi implementado em 2020, mas continua em uma constante crescente nas vendas online – isso por conta de sua praticidade e por descontos que o deixam mais atrativo.

A tendência é de que o método continue a crescer. De acordo com estudo da Opinion Box, 77% dos entrevistados acreditam que o Pix mudou a forma de realizar pagamentos no dia a dia. Em contrapartida, daqueles que não o utilizam, 55% não o acham confiável.

O cartão de crédito ainda domina a preferência dos consumidores brasileiros – 57% utilizam tal método, de acordo com a CNDL.

Além disso, temos outras formas, como através de intermediários, boletos e depósitos bancários.

Comportamento do consumidor

O comportamento do consumidor que consome online está em constante mudança, mas o fato é que, após a pandemia, a necessidade por entregas cada vez mais rápidas é certa. Afinal, com a volta de estabelecimentos físicos, a possibilidade de retirar em loja ou simplesmente comprar fisicamente retornou.

Porém, o e-commerce ainda possui vantagens como: preço, praticidade e mais promoções.

Em uma pesquisa realizada pela Opinion Box, em 2023, sobre as tendências do e-commerce, sete em cada dez consumidores disseram que aumentaram a frequência de compras online nesse último ano e, ainda, 55% desses afirmaram que a frequência irá aumentar mais em 2023.

As categorias de produtos mais procurados nos últimos seis meses de 2022 foram roupas (60%), eletrônicos (49%) e calçados (47%). Parte disso pode explicar a ascensão de e-commerces como Shein, que tem como principal segmento o mercado de moda e que, além de possuir preços mais acessíveis, apresenta diversas promoções a seus consumidores.

Vindo com essas mudanças, não podemos ignorar também a ascensão de compra pelos dispositivos móveis: 73% das compras online são feitas a partir do mobile.

Além disso, a pesquisa realizada pela Opinion Box perguntou aos entrevistados quais são os canais de vendas pelos quais normalmente realizam suas compras, sendo os marketplaces e as lojas virtuais a preferência do público:

Fonte e reprodução: Opinion Box

Há ainda muito a se analisar sobre o comportamento do consumidor, mas, de maneira breve, podemos visualizar como canais de vendas que transparecem segurança como marketplaces são sua preferência, além da facilidade de comprar nesses ambientes a partir de seus dispositivos móveis. Assim, podemos concluir que a experiência do consumidor e do usuário antes, durante e depois da compra é essencial para garantir sua preferência.

Tais hábitos ainda podem ter alterações ao longo dos anos, à medida que as compras online penetraram em todas as regiões do Brasil, como norte e nordeste.

O papel das redes sociais e influenciadores

Diante do comportamento da sociedade perante o e-commerce, as redes sociais também são um espelho de tendências, busca por produtos, serviços e o chamariz para conferir comentários positivos ou negativos de uma empresa, trazendo entusiastas da marca ou clientes insatisfeitos.

Na mesma pesquisa que trouxemos, da Opinion Box “E-commerce Trends 2023” em parceria com a Octadesk, foi igualmente perguntado para os entrevistados se eles pesquisam produtos nas redes sociais e, se sim, quais as que utilizam:

Fonte e reprodução: Opinion Box

Além disso, os influenciadores digitais moldam a maneira como os consumidores realizam suas compras. 41% dos entrevistados informaram que já compraram algum produto indicado por influencers.

As redes sociais dão oportunidades para que muitos empreendedores, que estão iniciando suas vendas, possam fazer ações de marketing digital de maneira mais barata, assim como, à medida que crescem, é possível utilizar anúncios pagos ou fazer parcerias com nanoinfluenciadores, por exemplo.

O desafio está em criar conteúdos relevantes e constantes, sendo necessário estudar as preferências de sua persona e acompanhar as mudanças que tais plataformas realizam frequentemente.

Marketplaces, concorrência e diferenciação

Assim como visto, os marketplaces estão no topo quando o assunto diz respeito à preferência de canais de vendas.

Devido a uma série de fatores que permitem aos consumidores se sentirem mais seguros em comprar em tais plataformas, os marketplaces igualmente atraem muitos vendedores que desejam crescer seu empreendimento.

Contudo, devido a esse movimento, há também uma grande concorrência dentro de cada marketplace, com milhares de sellers vendendo determinado produto, e cada vez mais a diferenciação se torna uma obrigação, mesmo nesses canais de venda que limitam essa característica.

O ponto é que, ao longo dos anos que tivemos uma evolução do mercado de comércio eletrônico no Brasil, tivemos sim uma descentralização de lojas virtuais. Todavia, ao se falar de marketplaces, há um afunilamento dessas plataformas, e somente os grandes players que priorizarem a experiência do consumidor irão permanecer.

Assim como em outros países, como nos EUA – onde a Amazon lidera com grande parcela do mercado -, no Brasil já temos os dez maiores e-commerce tendo 48,8% de market share.

Fonte: Relatório de e-commerce de junho de 2023 da Conversion

O caso é que há um chamado Darwinismo Digital, no qual podemos esperar que empreendedores que não se adaptarem às demandas dos consumidores e não estiverem no canais de vendas corretos estarão fadados a perder faturamento e mercado. Nesse sentido, apenas os melhores continuarão, tornando a entrada de novos players cada vez mais difícil.

Tecnologia e inovação no e-commerce

Não podemos falar sobre oportunidades para o e-commerce sem falar sobre tecnologia e a inovação que ela transmite para o setor.

A cada dia, novas soluções tecnológicas surgem, transformando a forma como os empreendimentos operam e os consumidores interagem com as vendas online.

Primeiro, podemos falar das inteligências artificiais que podem auxiliar na criação de conteúdos para redes sociais, roteiros para vídeos, no atendimento ao cliente e na personalização das experiências de compra.

Os chatbots, alimentados por IA, estão se tornando cada vez mais comuns em lojas virtuais para responder a perguntas frequentes dos clientes e auxiliar em suas decisões de compra. Essa tecnologia permite um atendimento ágil e eficiente, melhorando a satisfação do consumidor e aumentando as chances de conversões.

Já a realidade aumentada (AR) e a realidade virtual (VR) têm grande potencial para revolucionar a maneira como os consumidores realizam suas compras.

Com a AR, os clientes podem visualizar produtos em seus ambientes antes de fazer uma compra, como experimentar móveis em suas casas ou testar roupas virtualmente. Já a VR oferece oportunidades de criação de lojas virtuais totalmente imersivas, permitindo aos consumidores explorar ambientes virtuais e interagir com produtos como se estivessem em uma loja física.

A Internet das Coisas também tem potencial para transformar o e-commerce ao conectar dispositivos inteligentes e permitir que os consumidores façam compras de forma mais conveniente. Por exemplo, geladeiras inteligentes podem identificar a falta de determinados produtos e enviá-los automaticamente para reposição.

Agora, no âmbito da operação de empreendedores e lojistas, como já dito anteriormente, a inovação na logística é um dos principais desafios para o e-commerce no Brasil.

É ainda preciso constante investimento para que cada vez mais a tecnologia auxilie na eficiência da gestão de estoque, distribuição de produtos etc.

automação de processos também é cada vez mais necessária para que ocorram menos erros em uma operação e para que os gestores e sua equipe possam focar em aprimorar a empresa, deixando tarefas manuais para softwares que as façam automaticamente, o que gera oportunidades de crescimento e de uma melhor gestão de seu empreendimento.

Projeções para o crescimento do setor nos próximos anos

O e-commerce é um grande propulsor para a economia nacional e mundial, e todas as informações que foram trazidas aqui comprovam que ainda há desafios e oportunidades para crescer.

Só em 2023, a projeção, feita pela ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), é de que o setor faturará R$ 185,7 bilhões – e de que, para próximos anos, esses números só cresçam, com perspectiva de que em 2027 eles cheguem a R$ 273 bilhões.

Contudo, é preciso destacar que empreendedores que estejam em múltiplos canais de vendas ou sejam omnichannel estarão na frente dos demais.

Os consumidores querem realizar suas compras da maneira que for mais conveniente, mas que isso seja feito através de canais interligados, nos quais eles possam experimentar uma roupa pessoalmente e pedir para entregarem em casa, por exemplo, sem muitas burocracias.

Um dos maiores desafios para empreendedores e novos entrantes nesse mercado é o grande número de concorrentes, e fatores como logística e investimento em tecnologias os farão mostrar a eficiência e a diferenciação aos consumidores.

Outros fatores como sustentabilidade, empresas mais conscientes de seus impactos sociais e ambientais serão pontos a se considerar pelos consumidores, o que faz cada vez mais necessário que o empreendedorismo molde como a nossa economia e sociedade irão seguir, sendo o e-commerce uma área fundamental nessa jornada.

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Além do impacto no frete, escalada do combustível pode limitar expansão de setores

Diante da escalada contínua dos preços do combustível no mercado internacional, o diesel vai seguir pressionando as empresas de logística, em especial transportadoras e motoristas autônomos, que estão sem capacidade de repasse integral — e imediato — das altas do petróleo. O problema deve afetar o frete e até limitar o crescimento de setores demandantes.

Segundo levantamento do Instituto Ilos, especializado em logística, no ano passado o diesel representou aproximadamente 30% dos custos do transporte rodoviário de carga no Brasil. Para 2022, a estimativa é que esse número atinja em média 36%, recorde da última década. “Muitas vezes, a empresa transportadora consegue repassar parcialmente a alta de custo, mas com atraso. As negociações, que costumavam ser feitas uma vez ao ano, passaram a ser mensais, rotineiras”, afirma o sócio-diretor Maurício Lima.

Em setores como o agronegócio, por exemplo, cujo perfil do frete é de longas distâncias, o diesel chega a representar até 55% do custo do transporte rodoviário. Nas empresas de última milha (“last mile”) do varejo, essa fatia costuma girar em torno de 10% (em distâncias curtas) até 30% (nas mais longas), segundo a Ilos.

“No agro, temos algumas culturas que já estão se deparando com problemas no transporte. A construção civil, que também segue em expansão, já começa a ter problemas. O crescimento da produção desses setores pode enfrentar desafios de logística”, diz Lima.

Na avaliação do diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, o aumento do diesel na bomba não significa necessariamente um gatilho no contrato para reajuste do frete. De acordo com o especialista, os transportadores são os maiores afetados no contexto atual, principalmente motoristas autônomos, que não podem parar de rodar.

“É difícil mensurar o impacto que esses aumentos causam, muitas vezes não há retorno sobre o frete. Vai chegar um momento em que será impraticável para o caminhoneiro autônomo sair de casa. Quantos têm capital de giro e linhas de crédito? Endividamento tem limite”, opina.

Nas negociações sobre frete com os clientes, principalmente grandes embarcadores, o autônomo deve ser o primeiro a perder. “O próximo são os transportadores, que já estão há algum tempo sem reajustar. O problema é que essa situação vai começar a chegar em quem contrata o frete. Já há dificuldades de se fazer orçamento”, observa Lima. “Quem contrata o frete é mais forte que o transportador, mas há uma preocupação em não quebrar essas empresas”, acrescenta.

Quintella ressalta que o risco de desabastecimento de diesel no país é mais um agravante para o setor de logística. “O mundo todo está sofrendo hoje com a alta dos combustíveis. O Brasil ainda é muito dependente das importações e, em caso de escassez, os preços vão subir mais ainda, e no final das contas é sempre o consumidor que vai pagar mais.”

Custo Brasil
Segundo o diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, a escalada recente do petróleo só evidencia o grave problema de falta de investimentos em infraestrutura que o Brasil enfrenta há décadas.

“Nossa infraestrutura não é condizente com a pujança da nossa economia, sem isso não há crescimento. Poderíamos ser muito mais competitivos no setor de grãos, por exemplo, se não dependêssemos tanto do transporte rodoviário”, afirma.

Para o especialista, é preciso um investimento massivo na integração dos modais. “Caminhão é fundamental no País, mas não pode fazer o papel das ferrovias e hidrovias. Isso impacta o crescimento econômico, resultando em um custo logístico altíssimo. O produto vai chegar mais caro na ponta.”

Em sua visão, não há uma solução de curto e médio prazo para esse problema, e os investimentos não devem se restringir à iniciativa privada. “Infraestrutura não se constrói em apenas um mandato, depende de planejamento de longo prazo. Os governos têm que ser responsáveis pela infraestrutura, a iniciativa privada é complementar, até porque as empresas só vão investir no que for de seu interesse”, diz Quintella.

O sócio do Ilos destaca que o aumento da taxa de juros impacta os investimentos em eficiência logística, o que agrava o problema para o futuro. Segundo Lima, com os transportadores investindo menos em capacidade, haverá um desequilíbrio entre oferta e demanda e as empresas vão buscar quem paga o maior frete. “O cenário é de grandes incertezas.”

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/impacto-frete-escalada-comsbustivel/

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