Do fracasso do Facebook ao ano do superapps no ocidente: as previsões de Scott Galloway

Escritor, empreendedor, professor da universidade de Nova York, guru do vale do silício, Scott Galloway divulga suas já famosas previsões em tecnologia e negócios para 2022, confira suas principais apostas.

Todos os anos, nessa época, o americano reforça essa fama ao divulgar a sua já famosa lista de previsões para o mundo dos negócios nos 12 meses seguintes. Dono de um estilo irreverente, ele não hesita em disparar seus palpites, por mais arriscados que, a princípio, eles possam parecer. Em 2021, o saldo foi positivo. Com muitos acertos e alguns pitacos parcialmente concretizados, seu único erro, de fato, foi a previsão de que a Apple compraria a Paloton, empresa que combina bikes e esteiras ergométricas tecnológicas com aulas de fitness transmitidas ao vivo via streaming. Em compensação, ele previu, por exemplo, que a cotação do Bitcoin superaria a marca de US$50 mil no decorrer do ano, o que se realizou em fevereiro. Dois meses antes, quando Galloway fez sua “profecia”, a criptomoeda valia cerca de US$27 mil. Foi também em fevereiro que outra das suas previsões tornou-se realidade. A ação do Twitter ultrapassou o patamar de US$60 e chegou a US$77, seu pico no ano. Como ele também havia cravado, em novembro, Jack Dorsey, cofundador da empresa, deixou o posto de CEO da operação.
Na noite de terça-feira, 4 de janeiro, Galloway prometeu uma transmissão online e voltou a colocar sua bola de cristal -e sua língua afiada- para trabalhar, ao fazer uma série de prognósticos para 2022. E o Neofeed selecionou as principais previsões feitas pelo guru. Confira:

1- O metaverso de Mark Zuckerberg será o grande fracasso tecnológico em 2022

Em outubro de 2021 o Facebook passou a se chamar Meta, dentro do plano da empresa de ir além da rede social pela qual ficou conhecida e fincar os pés em um novo campo: o metaverso, que mescla realidade aumentada e virtual para estabelecer uma interação digital e imersiva entre as pessoas.
“O metaverso é a próxima fronteira para conectar pessoas, assim como as redes sociais eram quando começamos. E ele afetará todos os produtos que construímos”, destacou Mark Zuckerberg, fundador e CEO da companhia, na época.
Na avaliação de Galloway, porém, a guinada da empresa será maior fracasso tecnológico de 2022. “A noção de que passaremos mais tempo online sacrificando nossas atividades offline é assustadora. Mas qual é a boa notícia? Não vai funcionar. Simplesmente não faz sentido”, afirmou.
Ele ressaltou que a habilidade demonstrada pelo Facebook em aquisições não se repete em boa parte de seus projetos internos. E citou como exemplo o desenvolvimento do seu óculos de realidade virtual, fruto da compra da Oculos, em 2014, e sua grande aposta para ganhar escala no metaverso.
” O Oculos é o calcanhar de Aquiles aqui”, disse. “E a razão é que ninguém quer usar esta coisa e pouquíssimas pessoas estão comprando. Eles venderam 3,5 milhões de unidades em 2020. Só para dar uma ideia de escala, foram 70 milhões de pares de Crocs vendidos no mesmo período.
Em contrapartida, Galloway entende que a Apple é a empresa mais bem posicionada para construir o verdadeiro metaverso. “Eles têm dispositivos onipresentes, a confiança dos usuários, mais capital do que qualquer outra empresa no mundo e já provaram serem incrivelmente hábeis com tecnologia”.

2-O ano dos superapps, com o Twitter e o Pinterest novamente no radar de aquisições

Para Galloway, o conceito de superapp ganhará, definitivamente, escala além da China e essa será a palavra de ordem 2022. Ele entende que haverá uma corrida para consolidar uma operação desse porte no mundo ocidental e isso recolocará dois ativos, em particular, como alvo de aquisições.
“Um componente-chave de um superapp é algum tipo de mídia social isso faz com que o Twitter e o Pinterest sejam bem atrativos para uma aquisição”, afirmou. Ele destacou que o Pinterest está valorizado, mas que o preço de suas ações está recuando, o que já aconteceu com Twitter.
Galloway enxerga boas chances de uma nova proposta da Salesforce para comprar o Twitter, repetindo o movimento feito há pouco mais de 5 anos. Um atalho para um eventual acordo seria o fato de que, agora, as duas companhias compartilham um executivo: Bret Taylor.
Em novembro do ano passado, Taylor foi nomeado presidente do Conselho de Administração do Twitter. Poucos dias depois, o executivo, que atuava como diretor de operações da Salesforce, foi apontado como coCEO da companhia.
“O Twitter ficou muito mais barato porque as suas ações não chegaram a lugar nenhum”, disse Galloway, sobre o desempenho das ações da companhia desde a primeira investida da Salesforce.  “Agora, a empresa está 60% abaixo do que estava quando eles pensaram em comprá-la”.

Avaliado em US$ 20 bilhões, o Pinterest, por sua vez, esteve no centro de uma oferta de US$ 45 milhões do PayPal, em outubro de 2021. E já tinha atraído o interesse da Microsoft, entre o fim de 2020 e o início do ano passado.
“O PayPal teve a ideia certa indo atrás do Pinterest e acho que ainda pode acontecer um acordo”, disse Galloway. “Veremos muitas aquisições de empresas de mídia e de conteúdo, por conta do seu engajamento por fintechs, que podem rentabilizar melhor esses ativos”.

3- O choque de realidade para fabricantes de carros elétricos

Sob a direção do bilionário Elon Musk, a Tesla se firmou em 2021, no posto de montadora mais valiosa do mundo e hoje está avaliada em US$ 1,15 bilhão. Também no decorrer do ano passado, outros nomes, como Lucid Motors e Rivian, pegaram carona no rali dos carros elétricos.
Depois de estrear na Nasdaq em julho, por meio de uma fusão com a SPAC Churchill Capital, a Lucid está avaliada em US$ 64,8 milhões. Já a Rivian, que abriu capital em novembro, vale US$ 89,5 bilhões. Com um detalhe: seus primeiros veículos devem começar a serem entregues apenas neste ano.
Entretanto, de acordo com a bola de cristal de Galloway, o setor não terá pista livre em 2022. “Penso que o mercado de carros elétricos será cortado pela metade”, afirmou ele. “Há uma grande chance de a Tesla cair 80%. Ainda assim, a empresa valerá mais do que a Ford e a General Motors.” Na visão de Galloway, a razão por trás desse recurso está no fato de que o mercado irá frear as eventuais super valorizações dos ativos e passar a priorizar os aspectos técnicos e os fundamentos por trás dessas operações.

4- Na corrida bilionária do turismo espacial, a Virgin Galactic pode ficar pelo caminho

O ano de 2021 também foi marcado por uma corrida bilionária pela conquista do espaço, capitaneada pelas aeronaves das empresas comandadas por um trio de endinheirados:  Elon Musk, com a SpaceX, Jeff Bezos, com a Blue Origin, e Richard Branson, com a Virgin Galactic.
Galloway vai na contramão do entusiasmo em torno do turismo espacial. “É desanimador. Acho isso niilista e simplesmente deprimente”, afirmou. E suas previsões pessimistas recaem, em particular, sobre uma dessas empresas.
“A Virgin Galactic pode ir à falência ou ser vendida por sua propriedade intelectual”, ressaltou. “Não creio que existam tantas pessoas dispostas a pagar US$ 400 mil para subir 60 milhas e flutuar por 8 minutos. E sua capacidade é limitada. Eles terão 1,6 mil assentos em 2025.”
Ao mesmo tempo, embora não tem errado em detalhes, Galloway disse que a SpaceX irá valer mais do que a Tesla em 2025. Ele se mostrou mais animado, porém, com outro projeto de Musk: a The Boring Company, empresa de túneis subterrâneos para serem usados em transportes de alta velocidade.

As 10 tendências do e-commerce na China em 2022, segundo o Alibaba

Entre elas, estão sustentabilidade, compra de produtos de segunda mão e robôs para fazer entregas.

O portal Alizila, que pertence ao grupo gigante chinês, fez uma lista de dez hábitos, tendências e tipos de consumidor que devem chamar atenção no Ano Novo. Confira a seguir.

  1. Emissões de carbono
    O Alibaba se comprometeu a reduzir as emissões de carbono em 1,5 gigatonelada em seu ecossistema digital até 2035, tornando-se a primeira grande operadora a estabelecer essa meta.
  2. Sustentabilidade e inclusão
    O maior festival de compras da China, o Singles’ Day (11.11), confirmou como o Alibaba está expandindo suas métricas de sucesso, que deixaram de ser apenas de GMV (volume bruto de mercadoria) para incluir sustentabilidade e inclusão.
  3. Segunda mão
    A Idle fish, plataforma de comércio de segunda mão do Grupo Alibaba, está aproveitando a onda do comércio de segunda mão enquanto os consumidores chineses organizam suas casas.
  4. Logística
    Ao longo do ano, as pendências da cadeia de abastecimento atrasaram as entregas. Muitas marcas estão atendendo à demanda na China entrando em contato com a rede de logística da Cainiao.
  5. Museus virtuais
    O Museu Britânico fez parceria com a Fliggy, a plataforma de serviços de viagens do Alibaba, para transmitir eventos históricos diretamente para as salas de estar das pessoas.
  6. Mercado de luxo
    A China provavelmente será o maior mercado de luxo do planeta em 2025. O grupo italiano de luxo Tod’s está se encaixando na vida da classe média emergente do país, criando uma experiência omnicanal para os compradores.
  7. Consumo dos jovens
    Os jovens ricos da Geração Z e da Geração Millenium da China estão moldando o futuro do mercado de consumo daquele país. O que eles querem hoje será o mercado de massa amanhã.
  8. Robôs autônomos
    O Alibaba começou a usar uma frota de robôs autônomos desenvolvidos pela DAMO Academy. O objetivo é que eles resolvam o problema da última milha do e-commerce.
  9. Áreas rurais
    A China tinha 286 milhões de trabalhadores migrantes rurais em abril e muitos estão recorrendo a aplicativos de comércio eletrônico para comprar produtos de qualidade com seus recursos. Prova disso é a popularidade do Taobao Deals.
  10. Cidades menores
    As cidades de menor porte da China abrigam mais de 930 milhões de pessoas, quase três vezes a população dos Estados Unidos. O Taocaicai, o mercado virtual de mercearia do grupo, está transformando pequenas lojas em pontos de coleta.

O novo papel do visual merchandising no varejo físico

Muito se discute sobre o “novo normal” e o comportamento das pessoas com a reabertura do comércio físico no momento pós-pandemia. Diante dos desdobramentos e severas restrições causados pela disseminação da covid-19, ao passo que houve o fechamento das portas do varejo físico, as vendas do comércio digital aumentaram significativamente.

As marcas voltaram a atenção para o universo online e as compras pela internet foram usadas de forma intensa nos últimos tempos, acompanhadas de processos de melhorias nas diversas plataformas de e-commerce. Muito do que está sendo feito hoje para otimizar as compras online vem de estratégias do varejo físico no que se refere à construção de jornadas envolventes, que despertam o desejo e aproximam o consumidor do universo da marca.

Com a retomada gradual das lojas físicas nota-se que surgiram novos papéis e responsabilidades para o visual merchandising. Por muito tempo, chamar a atenção das pessoas, potencializar e organizar os produtos nos espaços de forma inteligente e estratégica, além de focar no encantamento dos clientes, foram as principais funções do VM, que sempre buscou envolver o cliente durante sua jornada de compra.

No entanto, diante de cenário pós-pandemia, as lojas físicas agora carregam novos desafios e preocupações em relação à saúde e o bem estar do cliente. É também necessário repensar o layout da loja, aumentar os espaços entre um mobiliário e outro para que haja livre circulação e menos risco de aglomeração ou então contaminação de pessoas e, finalmente, criar alternativas para reter atenção, encantar e engajar.

E, diante de tudo isso, a crescente digitalização pode ser uma grande aliada como meio para facilitar a jornada do consumidor, aprimorando as suas experiências nos pontos de venda. Por meio dessa tecnologia é possível dar ainda mais visibilidade nas lojas físicas, uma vez que a indústria e o varejo passam a contar com uma poderosa ferramenta para alcançar os consumidores no momento correto e de uma forma mais assertiva. A combinação e utilização de telas digitais, painéis de LED e totens interativos, ou então do digital signage, aumentam as oportunidades de comunicação e relacionamento de forma mais promissora com o cliente no PDV com relação às tradicionais mídias impressas e analógicas. Interatividade é a palavra da vez e uma grande tendência no visual merchandising, uma vez que cada vez mais as pessoas buscam maneiras de se conectar com as marcas.

Ademais, o visual merchandising digital permite ampliar o alcance e a relevância da mensagem por meio da personalização por loja, segmentação do público, localização, temperatura e horário. Isto posto, ao interagir com o VM, o cliente pode fornecer seus dados, que são importantes ativos para as empresas. Vale destacar também que, a partir dessas informações capturadas, há inúmeras possibilidades de gerar métricas para mensuração dos resultados das ações, a fim de melhorar o desempenho e maximizar o retorno dos investimentos.

O visual merchandising também assume o papel de contar histórias, nas quais o ponto-chave é atrair e reter atenção por meio dos detalhes e elementos do ambiente com foco nos sonhos e emoções dos clientes. Sendo assim, a técnica do storytelling que já é muito utilizada no marketing, ao ser combinada com o VM, pode ser uma grande aliada nas estratégias de comunicação integrada, porque é no ponto de venda – um espaço tridimensional – que as promessas feitas pela comunicação se concretizam.

Portanto, mais do que nunca, o varejo precisa ter consciência da sua responsabilidade social e procurar facilitar sempre a jornada do consumidor. Dessa maneira, dentre as importantes missões do “novo” visual merchandising, tais como: facilitar a experiência de compra, valorizar o tempo dos clientes, tornar o ambiente seguro e receptivo, sem abrir mão do encantamento e interatividade, pode ser um grande diferencial.

Fernanda Dalben é diretora de marketing da rede de Supermercados Dalben.

Canais físicos são predominantes entre 7 a cada 10 microempreendedores

Estudo da SumUp mostra que a digitalização ainda não chegou aos negócios da base da pirâmide

De acordo com a pesquisa, 67,3% dos microempreendedores e informais fazem vendas predominantemente por canais físicos, ou seja, têm mais de 50% de suas receitas oriundas de transações presenciais. Além disso, 10,4% dos participantes do estudo têm vendas predominantemente digitais, enquanto 22,4% afirmaram que suas receitas são 50% vindas do ambiente físico e 50% do digital. “Isso mostra que ainda há muito espaço para o crescimento das vendas digitais entre os microempreendedores da base da pirâmide”, afirma Meliza Pedroso, líder de Marketing e Comunicação da SumUp.

Apesar das vendas dos micronegócios serem em sua maioria em canais físicos, um bom sinal é que a maioria das pessoas consultadas pela pesquisa entende que a transformação é importante, inclusive, entre quem tem 100% das vendas realizadas no ambiente presencial: 58,4% deste público planejam faturar mais com vendas online no ano que vem.

Digitalização é benéfica para os negócios

O levantamento da fintech também mostra que a adoção das vendas digitais é benéfica para os micronegócios brasileiros – e os ajudou a enfrentar os desafios da pandemia com mais tranquilidade. Por exemplo, 25,2% dos microempreendedores que realizam algum tipo de venda online estão faturando mais hoje do que em março de 2020. Entre os negócios que atuam apenas com canais físicos, esse porcentual é de apenas 16,7%.

A gestão dos microempreendedores e autônomos é, sobretudo, rudimentar ou inexistente. Segundo o estudo, 37,5% usam cadernos e folhas de papel para controlar as finanças, 7,4% dos respondentes controlam tudo “de cabeça”, sem ferramenta alguma, enquanto 7,1% não fazem nenhum tipo de controle financeiro. Entre as ferramentas digitais de gestão, destacam-se os apps de celular, usados por 24,4% dos negócios da base da pirâmide.

A pesquisa também aponta que o WhatsApp é a principal ferramenta digital dos microempreendedores e informais brasileiros. O uso do app chega, por exemplo, a 88,3% dos negócios do setor de revendas. O serviço também é o mais usado no Marketing: mais de 60% dos negócios usam o WhatsApp para promover seus negócios.

Já a região mais digitalizada, e com menos microempreendedores que vendem somente em canais físicos – 41,8% – é a Nordeste. A região que mais depende do presencial é a Norte, onde 56,4% dos microempreendedores fazem vendas 100% físicas.

A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 10 de novembro de 2021, com 1.652 microempreendedores e profissionais autônomos de todo o Brasil.

Volume de vendas não acompanha aumento de circulação no comércio e serviços

Circulação em restaurantes, cafés, shopping centers, parques temáticos, museus, bibliotecas e cinemas cresceu 12% entre junho e setembro.

Fortemente atingidos pela pandemia de covid-19, os setores de comércio e serviços já demonstram tendência de recuperação da circulação de pessoas aos níveis pré-pandêmicos, mas a atividade econômica e o volume de vendas não estão acompanhando o crescimento nos indicadores de mobilidade.

Segundo o relatório Mercado de Pagamentos em Dados, do Instituto Propague, em parceria com a área Economic Research da Stone, a média móvel de circulação em restaurantes, cafés, shopping centers, parques temáticos, museus, bibliotecas e cinemas passou de -20%, em junho deste ano, para -8,14% no final do terceiro trimestre. O estudo usou dados do Google para mostrar essa evolução e comparou os números com fevereiro de 2020, momento exato do início da pandemia.

“Apesar da melhora representativa nos medidores de mobilidade, o estudo apontou que a atividade econômica não retomou os patamares pré-pandemia. Entre os segundo e terceiro trimestres de 2021, houve uma queda de cerca de -0,4% no volume mensal médio transacionado no trimestre, com redução ainda maior na comparação com o mesmo trimestre de 2020, que ficou em -1,6%”, afirma Bernardo Piquet, diretor do Instituto Propague.

Supermercados e hipermercados registraram retração no volume de vendas de 0,9% entre os segundo e terceiro trimestres de 2021. O setor de combustíveis e lubrificantes apresentou queda ainda maior totalizando 1,5% a menos de vendas no terceiro trimestre de 2021.

Uma das quedas mais significativas no setor de comércio foi no setor de móveis e eletrodomésticos, com retração de 4,5% no volume de vendas.

O estudo mostra também que o setor de livros, jornais, revistas e papelaria chegou a setembro de 2021 com valores 35% menores do que os de fevereiro de 2020, mesmo com a mobilidade tendo aumentado significativamente.

Taxas positivas

No comércio, apenas o segmento de tecidos, vestuário e calçados apresentou taxa positiva, com crescimento de cerca de 5,8%.

Em setores relacionados a serviços, o estudo mostra que o volume de vendas cresceu cerca de 3% no comparativo entre a média mensal do segundo e o terceiro trimestres de 2021. Quando comparado com o mesmo trimestre de 2020, o crescimento foi de mais de 15%, mostrando uma recuperação mais expressiva do que aquela apresentada no comércio.

O setor de alojamento e alimentação cresceu cerca de 18,6% desde o segundo trimestre de 2021, ainda que siga operando em níveis aquém daqueles alcançados pré-pandemia: em setembro de 2021, o valor em sua média móvel anual seguia 20% menor do que o valor registrado em fevereiro de 2020.

Um outro setor de serviços que apresentou crescimento com o aumento de circulação das pessoas foi o de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, atingindo um patamar cerca de 7% maior daquele observado em fevereiro de 2020, com um expressivo aumento de mais de 18% na média mensal entre o terceiro trimestre de 2020 e o de 2021.

Recuperação lenta

O estudo mostra, no entanto, que apesar do expressivo aumento da mobilidade em locais importantes para o comércio e o serviço, de forma geral os setores estão se recuperando de forma lenta. Entre os fatores que explicam a lentidão do retorno da atividade econômica estão a inflação e a alta nos juros.

Mercado de cosméticos: indústria da beleza aposta na IA para aprimorar a experiência do cliente

A necessidade de produtos apoiados em IA está crescendo na indústria da beleza, principalmente pela facilidade com que é possível ter acesso a recursos baseados em ciência e em realidade aumentada

Mercado de cosméticos: indústria da beleza aposta na IA para aprimorar a experiência do cliente

Se vivemos a era da personalização no consumo, a indústria cosmética já está no caminho da hiperpersonalização. Claro que com a ajuda da IA, ou inteligência artificial, que torna possível esse atendimento exclusivo, mas ao mesmo tempo escalável. 

Imagine, por exemplo, a seguinte situação: uma consumidora quer adquirir uma maquiagem, e ela sabe mais ou menos o seu tom de pele. Mas, quando entra no e-commerce, a marca disponibiliza mais de 63 tonalidades, com tom e subtom. Como decidir?

E a abundância de produtos não se restringe à maquiagem: os dermocosméticos também inundam as prateleiras de farmácias e lojas virtuais, onde a indústria assiste ao incremento nas vendas ano após ano.

De acordo com o Painel de Dados de Mercado da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o setor teve uma alta de 5,7% em vendas no primeiro quadrimestre de 2021, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Sendo assim, diante do anseio por consumo, aliado à oferta de produtos cada vez mais personalizados, a indústria da beleza aposta em um elemento que está mudando o peso da balança a favor da experiência do cliente (e das marcas também, afinal, esses aprimoramentos se convertem em vendas), e esse elemento é a inteligência artificial.

Quando a IA resolve dúvidas e promove vendas

Voltando ao nosso exemplo de maquiagem, a marca global de maquiagem Make-up Art Cosmetics, mais conhecida como M·A·C, criou um novo mecanismo que promete ajudar a decidir a cor perfeita para o tom de pele de seus clientes.

A ferramenta, chamada de Studio Virtual Try-On, além de disponibilizar dicas de como encontrar o melhor tom para a base da marca, acessa a câmera do celular do consumidor, onde verifica a iluminação, olhar e posição do rosto.

Com esses três fatores bem posicionados, a ferramenta encontra o melhor tom para a pele detectada na câmera ao vivo. Além disso, também é possível rolar para a direita ou para a esquerda e checar tons mais claros, escuros, rosados ou dourados. E, por fim, também é possível experimentar as cores de batons e sombras por realidade aumentada, através do celular ou da câmera ao vivo do desktop.

Startups também promovem as mudanças

Apostando na inovação, a startup de beleza norte-americana Proven utiliza a inteligência artificial para oferecer um tratamento de beleza personalizado para seus consumidores.

Para conseguir uma fórmula exclusiva, basta preencher um questionário a respeito da sua pele, o que leva em torno de 5 minutos. São questões relacionadas ao tipo de pele, mas também à rotina, como a quantidade de água que a pessoa ingere, e que tipo de alimento mantém na sua dieta.

Após completar as questões, o algoritmo leva alguns segundos para finalizar a fórmula personalizada. Para isso, os computadores avaliam cuidadosamente as informações da mesma forma que uma pessoa faria, tirando conclusões lógicas e selecionando detalhes relevantes.

Mas, por serem máquinas, podem processar uma quantidade ilimitada de informações em muito pouco tempo. Ao final, o produto é oferecido por US$ 129,99, mas a marca é incisiva ao prometer o fim da perda de tempo e dinheiro experimentando produtos que podem ou não funcionar.

Segundo a própria empresa, a ferramenta da marca, batizada de The Skin Genome Project pode analisar:

  • A eficácia de mais de 20 mil ingredientes de cuidados com a pele;
    ● Mais de 8 milhões de depoimentos de pessoas reais;
    ● Mais de 4 mil publicações científicas;
    ● A dureza da água, nível de umidade e índice de UV onde o cliente mora.

Aqui no Brasil, outra beautytech que aposta na IA é a Beyoung: uma marca online de dermocosméticos e maquiagens que lançou no último mês uma inteligência artificial própria para análise de pele, chamada Skin Id.

Em desenvolvimento há mais de 4 anos com a parceria entre dermatologistas e profissionais de tecnologia, o Skin Id analisa cada ponto da pele do rosto do cliente, identificando suas principais características e perfis de pele para recomendar produtos e rotinas de cuidados específicos.

Disponível apenas na versão mobile, a ferramenta, assim como o algoritmo da Proven, também funciona através de um questionário, que faz perguntas a respeito do tipo de pele, idade, principal queixa, entre outros. Ao final, o aplicativo tira uma foto e faz a análise da pele, que ao final sugere determinados produtos da marca.

Ciência e tecnologia promovem mais confiança

A precisão de produtos recomendados a partir da IA está crescendo na indústria da beleza, e, em conjunto, construindo a confiança dos consumidores nas formulações de produtos apoiadas pela ciência, antecipando a validação de nível médico para seus serviços.

Sendo assim, tudo indica que o uso da tecnologia na indústria da beleza tende a crescer ainda mais, principalmente com a facilidade com que é possível ter acesso a recursos baseados em realidade aumentada e inteligência artificial hoje.

Dados e tendências no mercado de cosméticos no Brasil

    • O faturamento do mercado de beleza no Brasil cresce ano a ano, atingindo a marca de 29,62 bilhões de dólares em 2019, conforme dados da Euromonitor, que também revela que o país é o quarto mercado mundial de cosméticos, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão.
    • Dados da Nielsenmostram que a sustentabilidade já é uma das três maiores preocupações para 32% dos brasileiros na hora de comprar, o que afeta, também, o mercado de beleza no Brasil.
    • Ainda de acordo com o estudo da Nielsen, o segmento de ingredientes naturais é o que registrou o maior crescimento, com uma taxa de 124% e, além da embalagem, foi o critério mais reconhecido pelo consumidor como sendo sustentável.
    • O segmento de crueltyfreerepresenta 11% do mercado de cosméticos, e tem taxa de crescimento 61% maior que produtos classificados como não sustentáveis.
  • Já o grupo de produtos veganos, apesar de representar 3% do faturamento, tem aumentado as vendas no mesmo ritmo de crueltyfree.

Correios recebe prêmio na categoria tecnologia com o Correios Packet

O serviço Correios Packet, dos Correios, venceu o 8º Prêmio BBM Projeto de Logística 2021. O prêmio, realizado pela revista Mundo Logística, valoriza os projetos de logística e supply chain (cadeia logística) que se destacaram pela inovação e pelos resultados que são obtidos.

O Correios Packet foi lançado em 2019 para dar celeridade na entrega de importações no Brasil em função da integração tecnológica entre o serviço postal, as autoridades aduaneiras, operadores logísticos internacionais e marketplaces. O objetivo é melhorar a experiência de compra no e-commerce internacional para os brasileiros.

O serviço utiliza a troca digital de informações, para que o processo de desembaraço aduaneiro ocorra de forma mais rápida e todos os dados sobre os pacotes sejam transmitidos diretamente aos órgãos fiscalizadores, tornando o processo menos burocrático, desde o envio da carga no país de origem até a entrega ao importador brasileiro.

Neste sistema, os custos do suporte ao desembaraço aduaneiro estão inclusos no preço do frete, sem necessidade do pagamento do Despacho Postal pelo destinatário no Brasil, o que acelera o prazo de entrega. Mais de 39 milhões de encomendas já foram enviadas pelo Correios Packet.

Gollog expande pontos coleta para encomendas de pequeno porte

Unidade de soluções logísticas da Gol inicia período de testes do serviço “Pontos Chegol” em centros urbanos; Curitiba é a primeira cidade a receber a inovação

A Gollog iniciou no último mês a expansão do “Pontos Chegol”, um projeto formado por locais de coleta para envio de encomendas de pequeno porte. Segundo a empresa, a estratégia tem como objetivo facilitar o despacho de pequenas encomendas.

Com o “Pontos Chegol”, a empresa visa credenciar estabelecimentos comerciais em todo o país com a marca Gollog e facilitar o serviço a clientes e lojistas. O processo de contratação é feito 100% on-line: basta acessar o site da Gollog, clicar no botão “Cotação & Compra”, informar o CEP da residência e o site indicara o ponto parceiro mais próximo do local.

A experiência começou a ser testada em dois pontos na cidade de Curitiba (PR) em outubro, nas unidades Rebouças, próxima ao centro da cidade, e Aeroporto, em São José dos Pinhais. A ação foi uma parceria com a Espaço A+ Self Storage.

Segundo o coordenador de Mercado e Produtos da Gollog, Daniel Bassi, a empresa busca criar alternativas e facilidades aos clientes. “Nosso objetivo é crescer nos próximos dois anos com pelo menos 2 mil novos pontos próprios e parceiros espalhados pelo Brasil”, diz.

Atualmente, a Gollog atende 4,1 mil cidades no Brasil e 12 no exterior, por meio de uma rede de 98 unidades de franquia. Saúde, roupas e indústria automotiva são os principais segmentos que utilizam os serviços da empresa e correspondem à maior parte das 89 mil toneladas transportadas por ano.

Em 2019, o braço de logística da Gol transportou mais de 80 mil toneladas, com 112 mil clientes atendidos – 66 mil novos clientes, um crescimento de 59%. Ao todo, foram 2,4 milhões de atendimentos.

Conheça a nova megaloja da Casas Bahia, criada para ser um laboratório de inovações do varejo

O estabelecimento fica na Marginal Tietê, na zona norte da capital paulista, e servirá para testar e oferecer experiências aos consumidores.

A Via inaugura nesta sexta-feira (19) uma megaloja das Casas Bahia em São Paulo. Com mais de 9 mil m² de área útil, a loja também funcionará como laboratório de inovações em estratégias, planos e soluções para o varejo.

O estabelecimento fica na Marginal Tietê, zona norte da capital paulista, onde durante muito tempo funcionou uma loja do Ponto (à época, Ponto Frio). Agora, a Via acredita que seja o momento para utilizar o espaço, remodelado por dentro e por fora, para testar e oferecer experiências aos consumidores.

“Tudo que nós colocamos aqui de novidade e entendermos que o consumidor gostou, a gente pode estender para toda as outras lojas da rede”, comentou Roberto Fulcherberguer, CEO da Via, dona das redes Casas Bahia e Ponto.

Questionado sobre a possibilidade de abrir outras lojas nesse estilo, Fulcherberguer afirmou que não existem planos por enquanto. Entretanto, ele anunciou que a Casas Bahia ainda pretende abrir mais algumas lojas ainda neste ano. “A gente segue inaugurando; fecharemos o ano com 110 novas lojas. Depois da inauguração de hoje, teremos mais 50”, complementou.

A loja conta com um espaço para os sellers do marketplace exporem seus produtos. Dez sellers foram escolhidos e já estão expondo seus itens no local. A ideia é testar o tempo os sellers ficarão na loja e se a estratégia será rotativa.

Por conta da Black Friday, a megaloja da Casas Bahia terá um horário especial e ficará aberta 24 horas. O horário alternativo valerá do dia 25 de novembro até o dia 26.

Phygital e omnicanalidade

Desde a entrada na loja já é perceptível a integração existente entre o ambiente físico e o digital. As etiquetas contam com QR code com informações sobre o produto e o rating do item de acordo com as avaliações de outros clientes.

Outra novidade da megaloja da Casas Bahia é a possibilidade de finalização das compras pelos próprios vendedores. Assim, o cliente não tem a necessidade de ir ao caixa. Ao escolher essa opção, o cliente também recebe todo o acompanhamento do vendedor no meio digital.

“Essa loja é o que tem de mais phygital no mercado brasileiro hoje. É essa grande mistura que estamos buscando. Cada vez mais aproximamos o digital do físico, sempre com uma experiência humanizada e embarcada”, destacou Fulcherberguer.

O executivo também comentou que no terceiro trimestre os vendedores online foram responsáveis por R$ 2 bilhões de GMV (volume bruto de mercadoria). “Daqui a pouco vamos parar de falar em vendas físicas ou digitais; iremos falar de GMV na companhia”, complementou.

A nova loja da Casas Bahia conta, ainda, com a função de lockers para retirada de pedidos dos sellers soluções de logística reversa. O cliente também pode optar pela retirada de itens via drive-thru.

Store in store

Parte da megaloja também funciona com o modelo “store in store”, pelo qual outras marcas são convidadas para terem espaços dentro do ambiente principal. A Casas Bahia conta com a presença das empresas Wine, Soneda, Casas Bauducco e Tress&Co. Cada uma delas também irá proporcionar uma nova experiência ao cliente.

No caso da Soneda, por exemplo, o cliente que comprar algum produto na loja tem à sua disposição um studio onde a aplicação pode ser feita de forma gratuita. Na Wine, o cliente pode beber um vinho e consumir alguns pratos que estarão no cardápio.

“Nossos parceiros foram selecionados com muito cuidado. Eles representam o sonho do cliente Casas Bahia. São marcas queridas pelos brasileiros, estão em sintonia com nossa loja e vão trazer uma experiência de compra incomum ao consumidor”, destaca o CEO da Via.

Minoru Kamachi, diretor da Soneda, complementou: “A Casas Bahia tem capilaridade e estamos prontos para crescer nesse ecossistema de inovação e varejo. Ficamos lisonjeados com o convite.”

A megaloja

No primeiro andar da megaloja da Casas Bahia está o maior espaço de experiências para os clientes. Logo na entrada, é possível baixar um mapa digital da loja e fazer a busca do que se está procurando. O mapa, por sua vez, irá guiar o cliente até ele chegar na sessão desejada

A loja também tem uma parte destinada para games e tecnologia. Uma pequena arena com dez computadores foi montada no local para simular o clima de uma competição oficial de esportes eletrônicos, ou eSports. Além disso, dois telões com arquibancadas também estão disponíveis para transmissão de campeonatos de games ou para jogar.

O ambiente também conta com a simulação do que seria um quarto “gamer” e máquinas de fliperama ao lado. Nessa mesma região, a Casas Bahia vai disponibilizar 5 gurus tecnológicos que vão auxiliar os consumidores a configurar e usar seus aparelhos.

Ainda no primeiro andar da megaloja da Casas Bahia, na parte de televisores, existe um pequeno cinema, assim como um balcão com tipos de pipoca para se servir e assistir à programação. Um pouco mais ao lado fica uma área que funciona como estúdio para lives e um exemplo do que seria uma casa totalmente conectada.

Mais ao fundo da loja, uma região é destinada as crianças. No local, elas podem brincar com jogos mais lúdicos ou com alguns aparelhos mais digitais. O ambiente também conta com um grande escorredor para elas aproveitarem.

No segundo andar está a parte mais “tradicional” da megaloja, com camas, cadeiras e outros móveis. Mesmo esse espaço, entretanto, tem um diferencial: existe um espaço exclusivo destinado a arquitetos que querem encontrar com os clientes e já discutir projetos e produtos.

A megaloja da Casas Bahia também é pet friendly.

Amazon abre 3 centros de estoque no país em 2 meses para entregas rápidas

A Amazon, gigante americana de comércio eletrônico, abriu três centros de distribuição no Brasil em dois meses (setembro e outubro). O investimento em logística é para tentar atender a pressa dos novos consumidores de produtos online. Eles querem receber as compras no mesmo dia. A Amazon promete entregas entre um e três dias. Atraso em entregas é uma das principais reclamações de consumidores contra a empresa.

O centro de distribuição mais recente é o de Itaitinga (CE), inaugurado no fim de outubro. É o 12º centro da Amazon no país. No início do mesmo mês, a empresa abriu um centro em Cabo de Santo Agostinho (PE), com 41 mil m² e que emprega 860 pessoas. Os dois centros logísticos ampliam a aposta da empresa no Nordeste.

Antes disso, a empresa havia inaugurado outro centro no início de setembro, em São João de Meriti (RJ).

No ano passado, foram inaugurados quatro centros de distribuição, um deles com mais de 100 mil metros quadrados. A empresa não abre os valores que foram investidos nos centros de distribuição.

Concorrentes também investem em distribuição

A Amazon fica atrás de concorrentes no Brasil com relação à logística. Outras empresas também têm investido em centros de distribuição.

O Magazine Luiza tem 185 centros de distribuição e pequenos pontos de estoque pelo Brasil com 2 milhões de metros quadrados. As Lojas Americanas têm planos de chegar a 28 centros até o final do ano.

O Mercado Livre não informou seus dados.

Entregas mais rápidas

O objetivo dos investimentos nos centros de distribuição é tornar as entregas no país cada vez mais rápidas, diz Ricardo Pagani, diretor de operações da Amazon no Brasil.

“Analisamos onde está o nosso cliente, para posicionar nossos centros e produtos mais próximos a eles e conseguir entregar em até dois dias”, diz Pagani.

Além de realizar as próprias entregas, a Amazon também investe em oferecer esse serviço para vendedores parceiros, o chamado marketplace. Ou seja, esses vendedores podem usar os centros de distribuição e a estrutura de entrega da Amazon por um pagamento.

A empresa não revela a porcentagem de vendas de terceiros que já são entregues a partir desse serviço.

A Amazon também não informa quantas vendas são entregues em até dois dias, mas diz que mais de 700 cidades contam com entrega Prime gratuita em dois dias.

A entrega grátis em um dia, sem valor mínimo de compra, está disponível só para assinantes Prime em cerca de 50 cidades. Em outras regiões, a entrega Prime gratuita demora a partir de três dias. Assinantes Prime têm direito a frete grátis para certos produtos, entregas mais rápidas e acesso a streaming de filmes e músicas, por R$ 9,90 mensais.

Entrega no porta-malas de carros

A Amazon busca outras soluções de entrega e logística, com inspiração vinda de outros países. “A Amazon já se expandiu muito pelo mundo. Vários países têm complexidades similares ao Brasil. A Índia, por exemplo, é um país mais complicado que o Brasil”, afirma Pagani.

Entre as ideias que podem ser aplicadas no Brasil, estão pontos de coleta e armários inteligentes, nos quais os consumidores podem recolher suas compras.

“Nos Estados Unidos e na Europa, deixam as compras até no porta-malas dos carros”, diz. O serviço de entregas no porta-malas funciona em alguns carros e em poucas cidades.

Consumidores com um carro conectado a um sistema e estacionado em lugar público e acessível podem receber suas encomendas diretamente no porta-malas.

“O bom é que não é preciso reinventar a roda, podemos trazer de forma eficiente essas soluções para o Brasil.”

Empregos

Hoje a Amazon emprega mais de 6.300 pessoas diretamente em sua área de Operações e espera gerar milhares de vagas temporárias para a época de Black Friday e Natal. Neste ano, foram abertas 2.400 vagas fixas na divisão de operações.

A gigante tem sofrido críticas em outros países pelas condições de trabalho nos depósitos e serviços de entrega. Em setembro, ela aumentou o salário inicial para US$ 18 por hora para contratar mais de 125 mil trabalhadores para atuar com depósito e transporte nos Estados Unidos.

No Brasil, Pagani diz que, desde o início da pandemia, a empresa realizou 150 mudanças nas operações para melhorar as condições dos profissionais, como higienização dos centros de distribuição e horários de trabalho flexíveis para os funcionários do escritório.

Consumidor quer receber no mesmo dia

“O mercado brasileiro de comércio eletrônico mudou muito nos últimos dois, três anos. Primeiro pelo crescimento acelerado na pandemia, mas principalmente porque o consumidor mudou, passou a ter consciência de produtos, marcas e canais disponíveis”, diz Marcos Gouvêa de Souza, especialista em varejo e diretor-geral e fundador da consultoria GS&Gouvêa de Souza.

De acordo com ele, o consumidor aprendeu a comprar pela internet e ficou bem mais exigente com o nível de serviço oferecido pelas empresas.

“Antes da pandemia, o consumidor ficava feliz se entregassem o produto. Hoje já escolhe onde comprar ao buscar plataformas que entregam no mesmo dia. Isso já é um fator crítico”, afirma.

De acordo com Gouvêa de Souza, a Amazon estava atrasada na logística em relação a suas concorrentes locais. “Agora, ela está de fato acelerando para poder se equiparar com o nível de serviço oferecido pelas líderes locais.”

Embora o mercado de comércio eletrônico ainda esteja concentrado nas regiões Sul e Sudeste, outros centros começam a crescer e a chamar a atenção das plataformas de comércio.

É o caso do Nordeste e do Centro-Oeste. “A chegada de concorrentes em uma região melhora o nível de serviço oferecido e levanta as expectativas do consumidor”, diz o especialista.

Principais reclamações

A Amazon tem nota de 7,89 no site Reclame Aqui, maior que de concorrentes como o Mercado Livre (6,09) e Magazine Luiza (7,70).

A empresa norte-americana sofreu 35,6 mil reclamações nos últimos seis meses, enquanto o Mercado Livre teve 57,7 mil e o Magazine, 58,5 mil.

Os principais problemas relatados pelos consumidores da Amazon no Reclame Aqui são de produto não recebido, atraso na entrega e estorno do valor pago.

Para o Mercado Livre, as maiores queixas são estorno do valor pago, atraso na entrega e propaganda enganosa, enquanto no Magazine Luiza as reclamações são de atraso na entrega, produto não recebido e estorno do valor pago.

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/11/18/para-entregar-mais-rapido-amazon-chega-a-11-centros-logisticos-no-brasil.htm#:~:text=Amazon%20abre%203%20centros%20de,2%20meses%20para%20entregas%20r%C3%A1pidas&text=A%20Amazon%2C%20gigante%20americana%20de,novos%20consumidores%20de%20produtos%20online.