Startup de logística Everlog recebe aporte de R$ 1,5 mi e investirá em plataforma de compra de fretes

Com foco em atender indústria, varejo e e-commerce com sistemas TMS, a logtech comemora o investimento e projeta dobrar de tamanho.
A startup paulista Everlog, que atua com gestão de frete com foco na redução de custos por meio de sistemas TMS, anunciou nesta semana um aporte multifundos de R$ 1,5 milhão, liderados pela Cedro Capital e tendo a participação da 100 Open Angels e da Artesian. Os recursos serão aplicados na criação de uma plataforma de compra de fretes que fornece aos embarcadores acesso direto aos transportadores e aos principais aplicativos de carga do mercado.

Segundo o sócio-fundador da Everlog, Rodrigo Fávero, a startup está contratando profissionais de tecnologia da informação (TI) e projeta dobrar de tamanho nos próximos meses. “Estamos criando um produto ainda mais inovador e que atende uma dor muito grande das indústrias, que é a contratação dos fretes”, destaca.

Desde 2016, quando foi criada, e a partir do fornecimento ao mercado de monitoramento logístico das entregas e auditoria dos fretes contratados pelos embarcadores, a Everlog constatou a grande dificuldade que a indústria tem em realizar a contratação on-line de fretes.

“Encontrar novos parceiros e com processos manuais não é uma tarefa fácil, fazendo as empresas perderem tempo e dinheiro. Sem contar que os processos de BID [Biding Process] não são fáceis e restringem as opções de preços, convidando apenas uma fração das transportadoras disponíveis. A plataforma realizará a conexão com os ‘players’, isto é, as transportadoras e aplicativos de cargas, de modo a oferecer aos embarcadores, nossos clientes, um leque de opções, as melhores para suas reais necessidades.” – Rodrigo Fávero, sócio-fundador da Everlog.

DESEMPENHO
Com foco no desenvolvimento de soluções inovadoras e projetando o olhar para a logística 4.0, tais como blockchain e inteligência artificial, a Everlog tem ampliado a busca por profissionais capazes de construir uma jornada de transformação digital para o universo dos transportes. Com a expansão projetada, a expectativa é a de superar os resultados, já positivos, obtidos em 2020. Mesmo com a pandemia de Covid-19 e os impactos nas atividades econômicas, a empresa viu seu faturamento aumentar 30% ano passado, em relação a 2019, alcançando R$ 1,2 milhão, de acordo com o diretor de Marketing, Danilo Forti.

A startup também tem se destacado em rankings e premiações que destacam empreendimentos tecnológicos. A Everlog foi finalista do prêmio “China-Brazil 2020 Inovation Week”, figurou no “Ranking 100 Open Startups 2020”, que traz os empreendimentos mais atraentes para o mercado, e ainda foi destaque na “Liga Insights AutoTech 2020”. “Temos participado de rodadas de negócios e investimentos, e de imersões, inclusive no exterior. Já estivemos no Vale do Silício, Portugal, China, Espanha, Emirados Árabes… Temos esse ‘pezinho’ lá fora”, ressalta Fávero.

Números também dão a dimensão do trabalho desenvolvido durante os dez anos de trajetória. São mais de 181 mil entregas monitoradas, R$ 430 milhões em valor de fretes conferidos, mais de 163 mil ocorrências tratadas e mais de R$ 9,5 milhões de recursos salvos (montante que os clientes gastariam desnecessariamente). Segundo Fávaro, no Brasil, 12% dos gastos com logística são consumidos por ineficiência. “As soluções fornecidas pela Everlog evitam que o setor produtivo jogue seu dinheiro no ralo.”

O sócio-diretor da Cedro Capital, Alessandro Machado, atesta as qualidades e a inovação que despontam da startup, características decisivas para a definição do aporte.

“[A proposta da] Everlog endereça algumas soluções importantes para a cadeia logística, em especial para os embarcadores terem mais eficiência na gestão e contratação de transportadoras. Nos últimos anos temos visto uma evolução importante na adoção de novas tecnologias voltadas à gestão logística, e entendemos que a Everlog pode contribuir com inovações para o setor.” – Alessandro Machado, sócio-diretor da Cedro Capital.

PRÓXIMOS PASSOS
O próximo passo da empresa é entrar no mercado goiano, grande polo logístico nacional. O estado passou a concentrar recentemente o maior centro de distribuição de mercadorias da América Latina, empreendimento da Agência Empresarial dos Correios.

Americanas lança loja com itens da Amazônia em marketplace social

Plataforma Americanas Social reúne produtos de instituições sociais com todo o lucro revertido para as causas.
A AmazoniAtiva inaugurou na última quinta-feira (2) uma loja na Americanas Social, plataforma de marketplace social da Americanas que reúne produtos de instituições sociais no site e app da marca, com todo o lucro revertido para as causas. A AmazoniAtiva é uma plataforma de produtos e ativos da Amazônia Brasileira e foi idealizada como um dos mecanismos de mercado para reduzir o desmatamento.

Criada em 2019, a AmazoniAtiva foi projetada como parte da estratégia de governança climática para o estado de Rondônia e cresce para se tornar um hub digital de soluções em comercialização, logística, planejamento e gestão da bioeconomia. Atualmente, reúne cerca de 70 parceiros e já beneficia mais de seis mil pessoas nos nove estados que compõem a Amazônia.

Para a estreia na Americanas, foram eleitos sete parceiros: Acre Biojóias; Cacau River; Coomflona; Ekilibre; Saboaria Rondônia; Farofa da Amazônia e Gaia Artesanato. São produtores de cafés, farofas, chocolates, cosméticos, biojóias e artesanatos em madeira certificada. Os protagonistas da AmazoniAtiva são os povos indígenas, quilombolas, extrativistas, pequenos e médios empreendedores, agricultores familiares e lideranças femininas, que representam a diversidade da Amazônia brasileira.

“O propósito da AmazoniAtiva é promover o desenvolvimento da bioeconomia, criando uma conexão entre empreendedores locais, investidores e consumidores. Orientada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a iniciativa valoriza o manejo florestal, a criatividade e a capacidade de produção das comunidades extrativistas”, destaca o diretor de Florestas e Políticas Públicas da BVRio, Beto Mesquita. “Um dos critérios da curadoria é o compromisso do parceiro com um modelo de produção inclusivo e responsável, que promova o respeito à diversidade cultural e à sustentabilidade na região”, conclui Renato Castro, gerente de Design e Madeira da BVRio.

Geração de renda e inclusão
Segundo documento publicado pelo Governo do Amazonas, a bioeconomia se refere a estruturas de mercado pautadas em produtos e processos que partem de quatro princípios norteadores: conservação da biodiversidade; ciência e tecnologia voltadas ao uso sustentável da sociobiodiversidade; diminuição das desigualdades sociais e territoriais; expansão das áreas florestadas biodiversas e sustentáveis. “Valorizar as redes de conhecimento produtivo na região e promovê-las na Americanas dará ainda mais visibilidade para acelerar o fomento da economia dos nove estados da Amazônia Legal”, complementa Beto Mesquita.

Ampliando esta visibilidade de causas e trabalhos de ONGs parcerias, como a AmazôniAtiva, o marketplace social da Americanas dá protagonismo a micro e pequenos empreendedores, promovendo a geração de renda, a inclusão e redução das desigualdades. “O objetivo da Americanas Social é utilizar a nossa robusta plataforma de marketplace e a inteligência em logística para conectar, com qualidade e confiança, produtores de todo o Brasil a um mercado gigante, com uma base ativa de 49 milhões de clientes”, explica Jean Lessa, diretor de marketplace da Americanas S.A..

Na Americanas Social, 100% do lucro é revertido para as instituições. “Estamos incluindo estes artesões e comunidades no mapa do e-commerce, com uma gama de conteúdos, soluções e tecnologias que contribuem para o desenvolvimento dos seus negócios. Com isso, fortalecemos também o nosso propósito de somar o que o mundo tem de bom para melhorar a vida das pessoas”, comenta Jean Lessa.

Sellers aggregators e o seu impacto no varejo digital

Já ouviu falar de empresas como Thrasio, Perch, Berlin Brands e Heyday? Elas lideram o emergente mercado de empresas agregadoras de marcas que operam por meio de marketplaces. Já foram mapeadas mais de 70 empresas como essas pelo mundo e que levantaram recentemente mais de US$ 7 bilhões em capital de risco para acelerar sua expansão.

O que é um agregador de sellers
Tais empresas agregadoras têm como modelo de negócio fazer a aquisição de diversas marcas pequenas e independentes que operam/vendem por meio de grandes marketplaces e que, suportadas pela infraestrutura da agregadora, podem multiplicar as suas vendas.

Para tornar realidade essa multiplicação dos resultados, as empresas agregadoras valem-se de uma robusta infraestrutura que passa a gerir as marcas de forma centralizada, oferecendo economia de escala na produção dos produtos, escala no marketing digital, ferramentas de gestão, infraestrutura financeira e uma equipe especializada em diversas práticas como SEO, CRM, comunicação e marketing, criação, logística, etc.

As agregadoras buscam adquirir marcas ainda em estágio de amadurecimento, mas que já possuem produtos sólidos e desenvolvidos. Marcas fortes e um público consumidor fiel (e muitas vezes nichado).

O recurso financeiro para fazer essas aquisições é decorrente das altas cifras de capital de risco levantadas com investidores. Tal configuração possibilita que grandes investidores possam alocar seu capital de forma estruturada em negócios pequenos e que podem apresentar um altíssimo potencial de crescimento, mas que usualmente estariam fora do radar desses fundos pelo seu pequeno porte.

Quem são eles
A maior parte dos agregadores está operando no mercado norte-americano e, por consequência, dedica-se integralmente a alavancar vendas no marketplace da Amazon. Cada agregador possui uma filosofia/visão de negócios diferente. Alguns focam em comprar muitas marcas pequenas (dezenas, centenas), já outros preferem comprar poucas marcas, porém mais desenvolvidas, com vendas mais consolidadas e uma base de clientes já estabelecida, assim como cada uma dessas empresas está montando uma plataforma/infraestrutura de alavancagem de vendas diferente e com enfoques distintos.

A maior e mais conhecida agregadora é a norte-americana Thrasio (nome inspirado em um guerreiro amazônico da mitologia grega), que levantou US$ 1,7 bilhões com investidores renomados como a Oaktree Capital, dando um valor de mercado para a empresa de US$ 4 bilhões. Desde sua fundação, em 2018, a Thrassio já comprou mais de 120 marcas que vendem mais de 15.000 produtos. Sua plataforma de alavancagem de vendas está principalmente baseada em serviços como suporte estratégico, laboratório de inovação, desenvolvimento de produtos, gerenciamento de reviews de consumidores, SEO, precificação, growth marketing, análise de performance, análise de dados, financeiro, supply chain, operação, gerenciamento de projetos, entre outros.

Outra empresa liderando esse mercado é a também norte-americana Perch. Com um posicionamento e uma infraestrutura similares ao da Thrassio, a empresa levantou US$ 900 milhões em capital de risco para sua estruturação e aquisições e deixa bastante claro no site qual o tipo de negócio/marca eles estão interessados em adquirir: empresas que vendem a maior parte dos seus produtos por meio do marketplace e da infraestrutura da Amazon (FBA – Fullfillment by Amazon), portfólio de produtos vencedores (alta demanda e alto giro), operando em categorias consolidadas e que já faturem US$ 1 milhão anualmente.

Os marketplaces evoluíram e amadureceram nos último dez anos e, como todos os mercados no mundo, quanto mais desenvolvidos, mais concentrados e mais competitivos eles se tornam. Os principais marketplaces globais, principalmente em mercados mais desenvolvidos como Estados Unidos, Europa Ocidental e Ásia, se tornaram ambientes de altíssima competição. Em mercados como esses, é esperado que se surja um movimento de concentração na busca de mais musculatura para tentar abrir vantagem frente à concorrência acirrada.

Amadurecimento e aumento da competição
Os marketplaces evoluíram e amadureceram nos último 10 anos e, como todos os mercados no mundo, quanto mais desenvolvidos mais concentrados e mais competitivos eles se tornam. Os principais marketplaces globais, principalmente em mercados mais desenvolvidos como Estados Unidos, Europa Ocidental e Ásia, se tornaram ambientes de altíssima competição. Em mercados como esses é esperado que surja um movimento de concentração na busca por mais musculatura para tentar abrir vantagem frente à concorrência acirrada.

Já do lado dos proprietários das marcas, integrar-se a um agregador faz sentido para elevar o seu negócio para novos patamares, assim como também é uma interessante porta de saída e de monetização do equity que foi construído.

Vale lembrar também que muitos agregadores oferecem seus serviços sem necessariamente comprar as marcas, permitindo a contratação dos seus serviços, como o acesso à sua plataforma, softwares, equipe, apoio para levantar capital, etc., permitindo uma aceleração e amadurecimento de um número de sellers ainda maior.

Dados esses movimentos, podemos antever que a conjuntura desses fatores só irá acelerar o crescimento da competição e da consolidação nesses ambientes de negócio.

No fundo, os agregadores fazem agora no ambiente on-line o conhecido e usual movimento de consolidação do varejo tradicional, mesma estratégia também usada por grandes indústrias de bens de consumo há muitas décadas.

E no Brasil?
O surgimento de grandes agregadores deve seguir o ritmo do próprio amadurecimento e desenvolvimento dos mercados digitais pelo mundo, ou seja, quanto mais maduro é um mercado, maior o número e influência dos agregadores nele.

Além disso, o modelo ainda é muito novo, está sendo testado no mercado norte-americano e precisa ser comprovado. Outro fator crucial para o seu desenvolvimento é existir um volume abundante de capital de risco no mercado (o que não necessariamente é o caso do Brasil).

Entendo que o mercado brasileiro ainda está em estágio de amadurecimento e que levará algum tempo para que tenhamos o surgimento de agregadores relevantes no País, mas claro que tudo pode mudar conforme os movimentos do mercado. Se por acaso surgir um investidor que entre no País com esse modelo ou quem sabe um dos grandes marketplaces passe a investir nesse modelo, essas ações aumentariam o awareness e poderia antecipar seu surgimento aqui em alguns anos.

Em contrapartida, mesmo com o necessário amadurecimento do digital no País, não podemos esquecer de que a transformação digital acelera rápido e foi impulsionada ainda mais pela pandemia, sendo imperativo que fiquemos à frente dos grandes movimentos de mercado para nos mantermos relevantes.

Opções de entrega, previsibilidade e prazo curto são fatores mais importantes no e-commerce

É o que aponta uma pesquisa feita pela empresa de transporte Jadlog e pela E-commerce Brasil.
A possibilidade de oferecer opções diversificadas de entregas, poder prever o momento da entrega da encomenda e reduzir e cumprir os prazos são os atributos mais valorizados pelos varejistas que atuam no e-commerce. É o que aponta uma pesquisa feita pela empresa de transporte Jadlog em parceria com a plataforma E-commerce Brasil.

Para 84,1% dos entrevistados, ofertar diferentes opções de entrega é considerado um diferencial competitivo, sendo que, para 85,4%, prever a entrega de uma encomenda é muito importante. Pensando apenas na qualidade das entregas, os prazos precisam ser melhorados para 45%, seguido de melhorias no rastreamento, aspecto importante na opinião de 31,7%, e da previsão de entrega, apontada por 19,5% dos participantes.

“A pesquisa reforçou a nossa percepção de que oferecer cada vez mais opções de entrega com qualidade, bem como interação, comunicação e transparência com os clientes, são os fatores mais valorizados na logística e que realmente contribuem positivamente com a experiência do consumidor, fazendo com que ele mantenha uma rotina de compras pela internet”, afirma o CEO da Jadlog, Bruno Tortorello.

Qualidade da entrega
Na opinião dos entrevistados, a principal vantagem para o consumidor no recebimento da sua encomenda é a qualidade da entrega (produto em perfeito estado), segundo 47,6% deles, seguido de rastreamento eficiente, aspecto relevante para 32,9% dos embarcadores; aviso de entrega da encomenda, apontado por 13,4% deles, e contar com vários pontos de retirada, indicado por 6,1% dos entrevistados.

Sobre a tratativa com os embarcadores, as transportadoras devem priorizar as entregas com qualidade, na opinião de 34,1% dos entrevistados; ter preço competitivo, segundo 29,3% deles, e capacidade para enviar as encomendas para locais mais distantes, segundo 14,6% dos entrevistados.

Ainda de acordo com a pesquisa, as principais dúvidas dos embarcadores sobre a logística, considerando experiências recentes, referem-se ao atendimento da transportadora em todas as regiões do Brasil (56,1%), frete grátis (23,2%) e quais são as embalagens permitidas (12,2%). No geral, 72% avaliaram a jornada logística do negócio como boa, e 14,6% como ótima.

Soluções verdes
Sobre as formas mais frequentes de envio dos produtos, 31,7% afirmaram utilizar os Correios; 30,5%, as transportadoras privadas; 19,5%, os serviços de despacho do marketplace, e 18,3%, as plataformas on-line de gestão de frete. Quando perguntados se levavam em consideração as soluções verdes ou ecológicas na hora de escolher a transportadora, 43,9% responderam que levam esse aspecto muito em consideração, enquanto 35,4% levam um pouco, e 14,6% são indiferentes.

Por fim, a pesquisa revelou quais são as redes sociais mais consumidas pelos embarcadores na hora de buscar informações sobre as operadoras logísticas, e o Instagram foi a mais citada por 47,6%, seguida pelo Facebook (28%), Linkedin (24%), Youtube (22%) e Twitter (3,7%). E 29,3% dos participantes disseram que não usam redes sociais para este fim.

Grupo Boticário fará entregas com veículos elétricos da DHL Supply Chain em SP

DHL Supply Chain, líder global em armazenagem e distribuição, fechou uma parceria com o Grupo Boticário para zerar as emissões das entregas da varejista de beleza em suas lojas na capital paulista.

O projeto faz parte do objetivo do Grupo Boticário de que 100% das entregas sejam feitas por veículos elétricos até 2025 nas capitais. A DHL Supply Chain, por sua vez, tem a meta de zerar suas emissões até 2050. Com a parceria, estima-se que mais de 48 toneladas de gases deixarão de ser emitidas por ano a partir de 2022.

“Já estamos fazendo entregas com nossas vans elétricas e, em breve, também colocaremos caminhões modelo VUC para atender a 40% das lojas localizadas na cidade de São Paulo a partir de agosto”, afirma Gabriela Guimarães, vice-presidente de Retail, E-commerce e Services Logistics da DHL Supply Chain, que complementa que a implantação da nova propulsão nas entregas será realizada em fases.

Neste projeto, que teve início em janeiro de 2021, a DHL Supply Chain transporta os produtos de beleza de um Centro de Distribuição em São Gonçalo dos Campos (BA) para um hub de transportes da DHL na Grande São Paulo. De lá, são realizadas as entregas para as cerca de 280 lojas em quase todos os bairros da cidade de São Paulo.

Para este projeto, a DHL Supply Chain utilizará uma frota dedicada elétrica inicial de 14 veículos. Atualmente, o Grupo Boticário é o maior varejista de beleza e a rede de franquias com maior número de unidades no país. O grupo é dono das marcas O Boticário, Eudora, Quem Disse, Berenice?, BeautyBox, Multi B, Vult, Beleza na Web e O.u.i, que serão transportadas pelos veículos elétricos.

“Estamos muito felizes com esse projeto por vários motivos, mas o que tem nos motivado de verdade é o fato da união de duas empresas com valores muito parecidos. Sustentabilidade, diversidade, excelência e inovação são alguns deles. Além disso, o uso de veículos elétricos traz muitas vantagens, como é o caso da menor geração de ruído, liberação de restrições de circulação e, claro, a não emissão de gases, reduzindo assim a pegada de carbono das organizações”, ressalta Gabriela Guimarães.

“Esse movimento é um passo importante que reforça o trabalho de longa data que realizamos em ESG, especialmente na frente ambiental. Avançamos nesta agenda, mas sabemos que ainda há muito a ser feito para preservação dos recursos naturais”, afirma Fernando Modé, CEO do Grupo Boticário.

“Planos verdes” do Grupo Boticário
A iniciativa faz parte dos planos do Grupo Boticário de ampliar seu impacto positivo para a sociedade até 2030. Em abril, a companhia assumiu 16 compromissos socioambientais reunidos na plataforma “Uma Beleza de Futuro”, que incluem “neutralizar o impacto ambiental de emissões de GEE, água e energia de 100% da operação direta” e “reduzir em 50% o impacto ambiental de emissões de GEE, água e energia dos nossos fornecedores críticos”.

Outro aspecto da parceria é a diversidade. A DHL Supply Chain está com um programa para formar motoristas femininas para realizar estas entregas.

Atualmente, a DHL Supply Chain dispõe de uma frota elétrica de mais de 60 veículos no Brasil, entre vans e um caminhão elétrico, realizando entregas verdes nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. A operadora logística utiliza também bicicletas para entregas urbanas de baixo volume e dispõe de um Centro de Distribuição com uma usina solar no teto que gera quase toda a energia que consome.

Nos próximos doze meses, a companhia planeja adquirir cerca de 200 veículos elétricos no Brasil, a fim de expandir ainda mais suas soluções logísticas verdes, hoje mais focadas nos mercados de varejo, moda, eletroeletrônicos e medicamentos.

Shopee lança página dedicada a grandes marcas no Brasil

Nivea, Reserva, Empório Nestlé, Free Fire e Philips, entre outras, já têm espaço no marketplace.
A plataforma de comércio eletrônico Shopee agora possui uma página dedicada a grandes marcas no Brasil. A Shopee Oficial já conta com mais de 30 empresas, como Nivea, Reserva, Empório Nestlé, Free Fire, Faber-Castell, Duracell, Mundo Danone, Everlast, Philips, Huawei, Realme e Black&Decker, que oferecem mais de 15 mil produtos em diversas categorias com o selo vermelho “Oficial” e preços diferenciados.

“Além de mais exposição e visibilidade no marketplace da Shopee com uma página dedicada para marcas e conexão com consumidores online, esses parceiros ainda podem contar com outras vantagens, como cupons de frete grátis aos consumidores. Já os nossos usuários conseguirão encontrar os produtos de suas marcas favoritas de forma ainda mais fácil com os melhores preços, segurança e garantia de autenticidade”, destaca o responsável pelo marketing da Shopee Brasil, Felipe Piringer.

A Shopee Oficial possui um botão de acesso na página principal da plataforma, tanto do aplicativo no celular quanto no computador. Os consumidores podem visualizar as marcas em destaque, as favoritas, todas juntas ou selecionar por categorias: “Para a família”, “Moda”, “Lar e Decoração” e “Eletrônicos e Automotivo”.

Liquida Lojas Oficiais
Durante a campanha 9.9 Super Shopping Day – que começou essa semana e irá até 9 de setembro (com R$ 3 milhões de cupons de desconto), as marcas da Shopee Oficial também terão promoções exclusivas. A Liquida Lojas Oficiais será no dia 30 de agosto e terá produtos com até 50% de desconto, além de cupons de 10% de desconto nas compras acima de R$ 40, válido para todos os itens com o selo Oficial. Já no dia 8 de setembro, da 0h às 20h, a Shopee promove a Batalha de Descontos com grandes marcas em que três produtos serão colocados para votação e o mais votado será vendido por R$ 9,99 no dia seguinte (9 de setembro).

Para comprar das marcas participantes da Shopee Oficial, é preciso baixar o aplicativo na App Store ou na Google Play Store e se cadastrar. A plataforma aceita pagamentos via boleto bancário e cartão de crédito com parcelamento em até seis vezes sem juros. A plataforma conta com a Garantia Shopee, uma ferramenta que retém o pagamento do produto até que o usuário receba o que comprou em perfeitas condições.

Para empresas, super apps e marketplaces ditarão tendências do setor bancário

Pesquisa do Banco BS2 analisou a percepção atual sobre os bancos, tendências para o futuro e impactos da pandemia para o setor. Para entrevistados, bancos digitais modernizaram o setor ao trazer agilidade e menos burocracia .

Levantamento do banco digital BS2 revelou que a maioria das PMEs brasileiras creem que super apps, que reúnem múltiplos serviços em uma mesma plataforma, marketplaces e novos canais de e-commerce serão as tendências do setor bancário. Ao todo, foram ouvidas mais de 400 pessoas, líderes de pequenas e médias empresas de todo o país, entre os dias 24 de junho e 13 de julho de 2021.

De acordo com o levantamento, 8 em cada 10 entrevistados (81%) acreditam que haverá um fortalecimento e crescimento dos super apps, enquanto 80% acham que os marketplaces continuarão crescendo mesmo com fim da pandemia. Já para 78%, o sistema bancário será totalmente integrado, enquanto 77% entendem que os bancos que não se modernizarem em processos operacionais e administrativos terão dificuldades em se manterem competitivos.

Com um mercado cada vez mais exigindo inovação e diversificação dos serviços prestados pelas instituições bancárias, as empresas têm migrado suas contas para os bancos digitais. Segundo o levantamento, entre as companhias que utilizam os novos bancos, mais de dois terços (70%) abriram sua conta há três anos ou menos. Enquanto isso, 62% dos entrevistados que só possuem contas nos bancos tradicionais, afirmaram ter interesse em utilizar os serviços das instituições digitais. Esse percentual chega a 71% na região Nordeste.

Sobre os critérios que fariam as empresas mudarem de banco, os empresários e gestores apontaram menores tarifas, agilidade no atendimento, rentabilidade e fácil utilização de aplicativo ou plataforma.

Modernização do sistema bancário

O levantamento também traz um panorama da visão dos executivos sobre o principal fator para a modernização do sistema bancário. Mais de três quartos (79%) dos entrevistados veem relação entre o avanço das inovações bancárias e surgimento dos bancos digitais. Para 76% deles, a agilidade nos processos bancários também teve influência dos novos bancos. Outros 78% acreditam que inovações como o Pix e Open Banking contribuíram para as transformações no setor.

Oito a cada 10 empresas ouvidas apontaram a rapidez na solução de problemas e no atendimento a qualquer hora do dia como as principais influências do modelo digital, assim como a desburocratização do sistema. Quando questionados sobre os principais avanços das instituições financeiras nos últimos cinco anos, as PMEs apontam: a maior velocidade nas transações financeiras (35%); aplicativos mais rápidos e completos (35%) e maior automação dos processos e melhor atendimento nos canais digitais (29%).

Pandemia

O estudo mostra ainda o reflexo da pandemia da Covid-19 para acelerar esse processo de modernização e digitalização, além do comportamento das empresas em relação aos serviços bancários. Quase metade das PMEs ouvidas (47%) afirmam que sua relação com os bancos mudou nesse período. A região Sul é onde a maioria (57%) das companhias viu esse impacto, enquanto nas regiões Centro Oeste e Norte, o número cai para 42%.

Durante o período, a abertura de conta em bancos digitais pela agilidade e facilidade (43%), além do acesso a outros serviços (40%), foram as principais mudanças relatadas pelas empresas. Outro motivo citado para migração entre bancos foi o valor abusivo das tarifas (28%).

Além da mudança de banco, também houve impacto na utilização de produtos e serviços. Um terço dos entrevistados afirma que a empresa realizou um downgrade no plano de serviços (29%), enquanto outros (22%) realizaram a contratação de mais serviços bancários desde março de 2020.

Mercado Livre anuncia compra da empresa de operação logística Kangu

Empresa conecta vendedores de e-commerce à sua rede de lojas de bairro parceiras.
O Mercado Livre adquiriu a Kangu, companhia brasileira de serviços logísticos com operação no Brasil, Colômbia e México. Assim, o Mercado Livre, que já atuava como parceiro estratégico, ampliou sua participação com a aquisição da totalidade da empresa. Este movimento vai ao encontro da estratégia da plataforma, que investe cada vez mais em sua malha logística para garantir eficiência aos vendedores e entrega mais rápida aos clientes.

Atualmente, mais de 40 mil vendedores usam a rede da Kangu, nos três mercados onde a empresa atua, que somam mais de 5 mil pontos de coleta e entrega, mais da metade deles no Brasil. A empresa, que presta serviço para diversas companhias, dentre elas o Mercado Livre, conecta vendedores de e-commerce à sua rede de lojas de bairro parceiras, como petshops, papelarias dentre outros pequenos comércios. Estas lojas atuam como uma rede altamente capilarizada de pontos de coleta, onde os vendedores podem deixar os seus produtos para envio ao consumidor, ou pontos de entrega, onde compradores podem buscar suas encomendas.

“A Kangu já exerce um papel importante em nosso ecossistema, conectando compradores e vendedores do Mercado Livre em mais de 5 mil pontos. A transação vai trazer ainda mais eficiência e capilaridade à nossa operação, que trabalha diariamente para levar a entrega mais rápida ao consumidor brasileiro”, destaca Renato Pereira, diretor de Novos Negócios do Mercado Livre. “Durante a pandemia, quando o volume de pedidos aumentou, a rede auxiliar fornecida pela Kangu foi muito importante para complementar a eficiência da nossa entrega”, completa Renato.

Redução do tempo de entrega
Atualmente, o Mercado Livre realiza entregas em até um dia para 2,1 mil cidades do Brasil, assim como faz entregas no mesmo dia para dezenas de localidades. “Desenvolvemos soluções internamente, ao mesmo tempo em que buscamos parceiros e oportunidades para democratizar o comércio eletrônico e reduzir ainda mais o tempo das nossas entregas”, afirma Leandro Bassoi, vice-presidente de Logística do Mercado Livre para a América Latina. “Além da sinergia logística, a Kangu aporta ainda mais sustentabilidade à operação, oferecendo alternativas que reduzem o tráfego de veículos e as emissões, assim como amplia nosso impacto social, gerando renda para pequenos lojistas que integram sua rede.”

Em 2020, a receita da Kangu cresceu mais de 100 vezes na comparação com o ano anterior. O modelo de negócio da empresa inclui, além dos serviços de pontos de coleta e entrega, o transporte de produtos com o apoio de parceiros externos e a logística reversa. O investimento tecnológico, sobretudo na gestão inteligente de dados, permitiu à Kangu otimizar as entregas e oferecer serviços complementares.

“A parceria com o Mercado Livre impulsionou o rápido desenvolvimento da nossa operação nos últimos anos, que seguirá crescendo ainda mais para atender nossos atuais e futuros clientes”, ressalta Marcelo Guarnieri, co-CEO e fundador da Kangu. “Somente no Brasil, onde já operamos 2,6 mil pontos e cinco cross dockings próprios, devemos saltar para 3,5 mil pontos e 13 cross dockings da Kangu até dezembro.”

Gestão independente
A gestão da Kangu continuará de forma independente, sob a liderança dos atuais co-CEOs, seguindo sua estratégia para conquistar novos vendedores de e-commerce, que demandam soluções para coleta, entrega e logística reversa. “O crescimento do market share da Kangu é resultado, sobretudo, do impacto positivo que geramos na cadeia. Seguiremos atendendo o Mercado Livre e outras empresas, assim como desenvolvendo novos serviços para o mercado”, enfatiza Ricardo Araújo, co-CEO e fundador da Kangu.

A aquisição da Kangu reforça o ecossistema de negócios do Mercado Livre, em linha com a estratégia da plataforma, que conta com a prestação de serviços de empresas de logística terceiras, reduzindo prazos de entrega e expandindo a capacidade do Mercado Envios, seu braço logístico. No segundo trimestre, esta unidade de negócios enviou mais de 230,5 milhões de itens, aumento de 46,4% em relação ao mesmo período de 2020.

A conclusão da operação aguarda a aprovação das autoridades de defesa da concorrência.

Alibaba investe em robôs para o delivery de comércio eletrônico na China

Somente neste ano, a empresa implantou 1.000 bots de entrega em campi universitários chineses e áreas urbanas.
Robôs que falam com porteiros, sobem elevadores e tocam campainhas. Esse é o futuro do delivery de comércio eletrônico na gigante chinesa Alibaba. A empresa acredita que robôs são rápidos, confiáveis e relativamente baratos, podendo atender à crescente demanda por compras online na China.

Prova disso é que, somente este ano, o Alibaba está implantando 1.000 bots de entrega em campi universitários chineses e áreas urbanas. Chamados de Xiaomanlv, ou “burro pequeno” em mandarim, os robôs podem entregar cerca de 50 pacotes por vez e até 500 caixas em um dia, cobrindo até 100 quilômetros com uma única carga.

Os bots recolhem os pacotes em um posto de correio e seguem para o local de entrega, rodando em calçadas e nas ciclovias. Eles ainda não conseguem subir lances de escadas, mas no futuro poderão até substituir empilhadeiras nas fábricas, descartar lixo hospitalar em hospitais e transportar bagagens nos aeroportos.

Direção autônoma
A ideia é que os bots “aprendam” a ultrapassar obstáculos com segurança em estradas menores de baixa velocidade e becos sem saída. No futuro, eles podem substituir empilhadeiras em fábricas, descartar resíduos médicos em hospitais e até mesmo mover bagagem ao redor dos aeroportos.

A Academia Damo, centro de pesquisa científica do Alibaba, analisará os insights coletados desses primeiros modelos e atualizará os bots para serem seguros para manobrar mesmo em vias públicas. “Em três a cinco anos, esperamos progredir na direção autônoma em cenários de velocidade mais rápida e fazer entregas em distâncias mais longas”, disse Wang Gang, chefe do Laboratório de Direção Autônoma da Damo.

O mercado de comércio eletrônico da China é o maior do mundo e seu crescimento estimulou o rápido desenvolvimento da logística para atender aos pedidos dos clientes. As entregas de pacotes ultrapassaram 830 bilhões na China continental em 2020, nove vezes o volume de 2013, segundo os Correios da China.

Falta de mão de obra
A pandemia de coronavírus também acelerou a mudança no consumo de offline para online e aumentou a demanda dos clientes por entrega sem contato. Ao mesmo tempo, a quantidade de profissionais para realizar entregas cai no país conforme a população envelhece. A Organização Mundial da Saúde espera que a porcentagem de pessoas com mais de 60 anos na China chegue a 28% até 2040.

“Não temos mão de obra suficiente para entregar tantos pacotes aos consumidores. É impossível sem tecnologias automatizadas. Então, é por isso que Xiaomanlv é muito importante”, disse Wang Gang. “Espero construir produtos de IA que possam ter aplicação prática e um grande impacto social, em vez de impacto acadêmico.”

Empresas globais de entrega, como FedEx e UPS, ainda lidam com a maioria dos pacotes manualmente. No entanto, alguns varejistas estão explorando soluções mais modernas, como entregas de drones. Ainda assim, há relativamente poucos drones em circulação, dado o alto nível de autorização regulatória necessária. Os robôs de entrega, ou bots, por outro lado, são mais promissores em termos de implantação em massa.

Mais protagonista, plural e digital. Eis o varejo do presente e do futuro pós-pandemia.

O varejo global e principalmente local que emerge da pandemia se tornou ainda mais protagonista, assim entendida sua importância econômica, política e social, além de mais diversificado e plural em sua atuação e muito mais digital. Talvez seja esse o extrato da síntese da visão do varejo do presente e do futuro.

A dimensão digital de toda a transformação está expressa para muito além do relevante crescimento da participação das vendas pelo e-commerce no total das vendas do varejo em todos os mercados – que, na maioria dos mercados, como no Brasil, dobrou por conta a pandemia.

A correta análise dessa dimensão deve incluir toda a transformação precipitada pelo crescimento de tudo que envolve tecnologia nos negócios do varejo e seus fornecedores de insumos, produtos, serviços e soluções em todos os canais, modalidades e formatos de lojas.

Deve incluir o aumento significativo de investimentos e foco para permitir às empresas monitorarem comportamentos e usar essas informações para fins preditivos. Assim como tudo que envolve a gestão dos negócios e o empoderamento das equipes pela tecnologia para torná-las mais conectadas, atualizadas, eficientes e produtivas. Tomem como exemplo o que Natura, Via, Renner, O Boticário e outros têm feito para colocar mais recursos nas mãos de suas equipes.

Envolve também os fundamentais avanços na gestão dos estoques, na logística e na busca de diferenciais competitivos nas entregas para oferecerem mais conveniência e nível de serviço, num cenário em que a disputa pela preferência se tornou muito mais crítica exatamente porque os recursos disponíveis, em especial a própria tecnologia, se tornaram de acesso mais amplo e disseminado. Criar e manter vantagem competitiva por algum tempo é o desafio crescente e permanente. Vejam o que tem sido feito nas questões de prazos de entrega envolvendo, por exemplo, Magalu, Americanas e Mercado Livre.

Sem falar nas preocupações ligadas à segurança de dados e os investimentos necessários para tentar blindar sistemas em momentos em que as invasões de bases e pedidos de resgate se tornam mais frequentes exatamente pela expansão das portas de entrada possíveis, como aconteceu com Cosan no passado, JBS nos Estados Unidos (EUA) e nesta semana com Renner.

A evolução e o peso do digital se tornaram quase que o KPI fundamental para análise da maturidade e potencial futuro de uma organização, em especial do varejo.

Mas o varejo que emerge e sua visão do futuro estão também muito impactados por sua pluralidade, assim entendida sua capacidade de usar dados e informações de seus consumidores, dentro das regras da LGPD, para expandir suas fronteiras. A visão histórica do varejo de lojas é uma visão absolutamente superada.

O varejo atual e futuro é muito mais plural nos formatos de lojas que opera, nos canais, de lojas à venda direta, WhatsApp e live commerce, e nas regiões e mercados nos quais opera, física e virtualmente, e o cross border torna tudo isso mais claro. Também incorpora serviços e soluções, para além de produtos em sua oferta.

Avança célere para ocupar cada vez mais espaço nos serviços e alternativas financeiras, no extremo gerando meios de pagamentos próprios. Basta acompanhar um pouco do que Magalu, O Boticário, Mercado Livre, Via, Americanas e Vivo, entre outros, estão fazendo por aqui, seguindo os passos de Amazon, Alibaba, Tencent e outros fora do Brasil.

Tudo isso só fez, faz e fará crescer o protagonismo econômico, político e social do varejo.

Num ambiente muito mais competitivo gerado pelo acesso mais disseminado à tecnologia, ao digital e recursos financeiros, alavancado pelo aumento do valor das empresas do setor que se redefinem como Ecossistemas de Negócios, em que as fronteiras de atuação se tornam menos nítidas, quem tem informação recorrente, constante, atualizada e tratada sobre o consumidor se torna protagonista em outra dimensão em relação ao passado.

O foco no consumidor, que sempre foi o mantra do Marketing, é parte do DNA do varejo. Para a indústria, de fato, o foco era produto. Para os bancos, os recursos financeiros. Para a agricultura, a produção. E daí para frente.

O único setor que genuína e naturalmente focava sua atuação no conhecer, entender e atender consumidores sempre foi o varejo. E isso faz toda a diferença agora e cada vez mais no futuro.

Enquanto outros setores têm que se reposicionar e transformar sua cultura para esse novo enfoque, para o varejo tudo isso é natural e sempre foi fundamental.

Por conta disso, seu protagonismo atual e futuro está assegurado ao usar mais tecnologia, recursos financeiros mais facilmente acessíveis, mais diversificação, mais pluralidade e se reestruturando como Ecossistemas de Negócios pela inspiração disseminada a partir da China. O varejo tem sido privilegiado pela escalada de valorização que se observa no mercado brasileiro.

Isso terá impactos para além do próprio setor, envolvendo concentração, globalização, polarização e pressão competitiva, sem falar nas relações de poder nas cadeias de valor, locais e globais.

Se em um tema tão complexo é possível alguma ambiciosa simplificação para condensar a visão presente e futura do varejo que emerge desse período sombrio da História da Humanidade, talvez seja essa: simplesmente mais protagonista, plural e digital, ajudando a transformar tudo o que conhecíamos sobre o tema.

Nota: Durante o Latam Retail Show virtual, de 14 a 16 de setembro, ocorrerá ampla discussão sobre as transformações que a realidade global e local vivenciam pós-pandemia e seus impactos nos negócios, no mercado, no consumo e no varejo potencializado pelas mudanças que ocorrem no cenário mais amplo que envolve a emergente Sociedade 5.0, macro tema do evento deste ano. Serão 205 palestrantes, 82 horas de conteúdo, 5 palcos simultâneos e mais 3 pesquisas inéditas e exclusivas. Uma imersão da realidade do presente e na visão do futuro.

Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.