FedEx vai testar entrega de encomendas com startup de robôs Nuro

A FedEx e a companhia de robótica Nuro anunciaram na última terça-feira (15), acordo para teste de veículos autônomos na entrega de encomendas da companhia norte-americana, começando com um programa piloto em Houston.

As companhias vão testar cenários de entrega com os veículos de baixa velocidade e autônomos da Nuro, disse Cosimo Leipold, chefe de parcerias da startup.

“Em vez de enviarmos um motorista para pegar os pacotes, um aparelho como os da Nuro pode ser super útil”, disse Rebecca Yeung, vice-presidente de tecnologias avançadas e inovação da FedEx. Ele considerou a parceria FedEx/Nuro como “muito séria e de longo prazo”.

Os veículos da Nuro já estão fazendo entregas para a rede de supermercados norte-americana Kroger e para a cadeia de pizzarias Domino’s na região de Houston, Texas. A Nuro continua testando sua tecnologia no Estado do Arizona.

A Nuro, cujo robô R2 tem espaço para entrega de carga, mas não para um motorista, levantou no ano passado 500 milhões de dólares em financiamento.

Em um projeto separado, a FedEx está usando um robô menor da Deka Research & Development, chamado de “Roxo”, para entregas de mesmo dia em Plano, no Texas.

Já a rival UPS está centrando esforços de entrega autônoma de encomendas em drones.

A UPS encomendou vans elétricas da britânica Arrival. Estes veículos são equipados com sensores e câmeras que gradualmente permitirão uso de recursos autônomos, mas ainda precisam de motorista humano.

O transporte de pessoas por táxis autônomos tem se mostrado mais difícil e caro do que a entrega de encomendas e comida.

Como resultado, companhias de logística estão explorando formas de lançar a tecnologia em rotas previsíveis e mais simples, incluindo em rodovias.

Marcas usam a realidade aumentada para facilitar a decisão de compra

Com a chegada da pandemia, as empresas aceleraram o processo de digitalização, uma maneira de se conectar com o que foi chamado de “novo normal”. E para manter a boa qualidade da jornada e experiência do cliente em um mundo mais digital, alguns recursos tecnológicos foram implementados ao processo. Um deles, que aparecia de forma tímida nos últimos anos, foi a realidade aumentada (RA).

A Mueller, empresa catarinense de eletrodomésticos, foi uma das que investiu na realidade virtual para incrementar a experiência do cliente. Em junho, lançou a campanha “Fogões mesa de vidro é Mueller – Mais escolher para você”, que faz o uso da ferramenta para que os clientes possam testar como o fogão ficará na cozinha.

Sem compromisso, a marca investiu para que esse recurso fosse acoplado ao Instagram, rede que retém maior parte do público da Mueller. O filtro de realidade aumentada oferece 12 opções de fogões de mesa de vidro nas cores inox, grafite, preto e branco, que podem ser ampliados e reduzidos para o melhor encaixe na cozinha.

“Nós mantivemos a tradição de qualidade e somamos inovação para acompanhar esse crescimento e trazer produtos cada vez melhores aos consumidores “, explica Henrique Fonseca, diretor de Vendas e Marketing da Fogões da Mueller.

A redefinição do lar a partir da realidade aumentada

A realidade aumentada dentro do lar não é uma novidade. Nos últimos anos, empresas voltadas à decoração e mesmo imobiliárias têm usado o recurso para melhorar a experiência do cliente.

No caso da MRV Engenharia, o uso da realidade virtual já é uma realidade que foi bastante acelerada durante a pandemia. Para Eduardo Fischer, CEO da empresa, o uso de tecnologias como a RA são bons fatores de encantamento. “Você tem um espaço no qual a pessoa vai e ela faz uma experiência de imersão 3D a partir de um óculos de realidade aumentada. Assim, ela caminha pelo apartamento, muda acabamentos, muda layouts, pinturas de paredes. Naquele momento, ela personaliza o imóvel dela, coisa que no passado não era possível”, explica em entrevista exclusiva à Consumidor Moderno.

É claro que o digital não substitui o físico, mas ter uma dimensão real do que ocorre por meio da realidade aumentada já é um grande avanço. E cada vez mais as empresas usam a ferramenta para entregar ao cliente um foco de personalização — que é bastante mais simples e palpável pelo digital, vale dizer.

“Essa jornada para o nosso consumidor é muito mais fluida, muito mais digital e com a qualidade até melhor do que acontecia fisicamente, porque existem mais ferramentas para tomar uma decisão importante como a de comprar um imóvel”, explica Eduardo.

A tecnologia a favor da facilidade

Para além da decoração e personalização, a Mueller também destaca que a vinda dos Fogões foi pensada de acordo com a nova realidade imposta pela pandemia. Ou seja, partindo do princípio que as pessoas têm cozinhado mais em casa e que demandam eletrodomésticos mais sofisticados e eficientes.

Assim, a campanha da Mueller tem como objetivo mostrar como os produtos da marca podem ser aliados tanto nesse momento quanto no período pós-pandemia, sobretudo para facilitar o processo.

“A campanha tem o propósito de enaltecer que os nossos consumidores podem saborear melhor o momento da refeição, pois com as facilidades oferecidas pelos nossos produtos, o tempo é melhor aproveitado”, salienta Henrique. “A mesa de vidro é mais prática de limpar, o preparo das refeições também é mais rápido, pois os queimadores são potentes. São mais escolhas para aproveitar os sabores, cozinhar com segurança, relembrar receitas e se encantar pela sua cozinha. Queremos nos conectar com a rotina dos consumidores”, pontua.

Netflix lança e-commerce com produtos exclusivos

Empresa aposta na diversificação de negócios para ampliar a receita, após desaceleração.

Buscando a diversificação de negócios, a gigante do streaming lançou, na quinta-feira (10), um e-commerce, o Netflix.shop. A loja on-line terá objetos colecionáveis e peças de vestuário baseados em produções originais da marca. Entre os itens lançados estão streetwear e bonecos de ação baseados na série de anime Yasuke e Eden, além de itens de vestuário e decoração inspirados em Lupin, projetados e produzidos em colaboração com o museu do Louvre.

Por enquanto, as vendas estão concentradas nos Estados Unidos, mas serão expandidas para outros países ao longo dos próximos meses. “Estamos entusiasmados em oferecer aos fãs uma nova maneira de se conectar com suas histórias favoritas e apresentá-los à próxima onda de artistas e designers que abraçam o poder da narrativa em todas as suas formas”, informou a empresa.

A loja on-line é uma parceria com a empresa de tecnologia Shopify. Segundo o New York Times, o e-commerce é um esforço liderado pelo executivo Josh Simon, que dirige a divisão de produtos de consumo da Netflix.

Simon ingressou na empresa em março de 2020, depois de trabalhar em uma função semelhante na Nike. Sob seu comando, a equipe de produtos de consumo cresceu de 20 para 60 pessoas, e a Netflix fez acordos com Walmart, Sephora, Amazon e Target para vender roupas, brinquedos, kits de beleza e utilidades domésticas, entre outros itens, relacionados à sua série e filmes.

Aumento da concorrência

A iniciativa é vista como uma alternativa de receita para a Netflix após um trimestre em que seu crescimento explosivo mostrou sinais de desaceleração com o aumento da concorrência no streaming, que agora inclui a Disney +.

A diversificação de negócios não deve parar por aí. Segundo o jornal Los Angeles Times, a Netflix está expandindo seus podcasts, recebendo sugestões de produtores externos e procurando um executivo para liderar o projeto. O objetivo é tentar manter a audiência interessada em seus programas e filmes.

Robótica ajuda a impulsionar o comércio eletrônico

O crescimento do e-commerce no Brasil foi de 75% em 2020, comparado ao ano anterior, segundo o indicador Mastercard SpendingPulse. Este número, no entanto, pode ser ainda maior nos próximos anos, como aponta outra pesquisa da Statista, empresa alemã especialista em análise de mercado e consumo, prevendo que as receitas globais com e-commerce devem aumentar mais de 50% nos próximos cinco anos, passando de 1,7 trilhão de euros (cerca de R$ 11,12 trilhões) em 2019 para 2,6 trilhões de euros (aproximadamente R$ 17 trilhões) em 2024.

Diante desse cenário, a automação, a robotização e a inovação possíveis nas atividades logísticas com a redução das etapas com interação humana estão ganhando um forte impulso.

Tecnologias como essas oferecem flexibilidade e produtividade às empresas para atenderem ao desafio de fazer lotes menores de um maior número de produtos específicos em ciclos mais curtos, ao mesmo tempo em que melhoram a qualidade, a eficiência e a confiabilidade das suas operações, tanto em relação à produção, quanto ao prazo de entrega e à confiabilidade no trajeto e entrega – track & trace.

Mais ainda: uma pesquisa do Instituto QualiBest mostra que a quantidade de pessoas que não tinha um aplicativo de entrega instalado no smartphone caiu de 54% em 2018 para 28% em 2020. Nesse período, a modalidade que mais cresceu foi a de pedidos de refeição: 26%. Este número confirma a teoria de que há uma mudança no comportamento das pessoas.

Para tentarmos entender como a tecnologia e a robótica podem ajudar as empresas a suprirem a crescente demanda, tanto no que toca a quantidade de pedidos como na agilidade do processo entre a realização da compra e a entrega, vou usar o exemplo da holandesa Heemskerk que entrega entre 3,5 milhões a 4 milhões de produtos frescos toda semana para lojas e redes de comida em todo o mundo graças ao uso de robôs em sua linha de processamento, embalagem e despacho de mercadorias, processando de 300 a 400 caixas por pedido.

O sistema de robótica ajudou, com apoio ao processo de fabricação e separação de pedidos, possibilitando que 75% dos produtos (processados) da empresa estejam nas lojas no dia seguinte. Ao contrário do processo logístico tradicional, que costuma manusear unidades individualmente na separação do pedido, a solução de robótica permitiu que a companhia holandesa entregasse mais de 60 pedidos de larga escala todos os dias.

Outro ótimo exemplo vem da indústria farmacêutica, os robôs ajudam a aumentar a produtividade da sueca Apotea em 30%. A empresa é a maior do setor de vendas online do país, empacotando mais de 35 mil produtos por dia, ou 170 mil por semana. Cerca de 35.000 pacotes deixam o centro para serem entregues a clientes em todo o país.

Os robôs são equipados com um software de segurança robótica que pode tornar aplicações com robô industrial em aplicações colaborativas, sem a necessidade de grandes fechamentos e barreiras de proteção.

Além destas duas funções específicas, a robótica também permite o manuseio seguro de pacotes desconhecidos com o uso de Inteligência Artificial e Aprendizagem de Máquina, sem que seja necessário “ensinar o robô” a reconhecer todos os tamanhos de pacote, caixas ou embalagens.

Automatização da cadeia de produção já dá celeridade ao processo logístico em muitos países da Europa e se tornou fundamental para a entrega de produtos de maneira eficiente, com toda a flexibilidade requerida. No Brasil, começamos a ver movimentos no mesmo sentido, com estudos e consultas para automatização de processos em centros de distribuição e áreas logísticas.

*Adrian Covi [e gerente de robótica para Bens de Consumo e Logística da ABB Brasil

Meios de pagamento se consolidam como o gamechanger do varejo

A digitalização do varejo, o aumento da competitividade e a formação de grandes marketplaces estão gerando um novo momento para o mercado brasileiro. Conquistar o cliente depende cada vez mais de envolvê-lo em um ecossistema de dados, produtos, serviços e soluções. Quem ainda está tentando disputar o consumidor com base apenas em um produto incrível está em uma disputa desigual.

O novo fator de diferenciação estratégica do varejo são os meios de pagamento. Em 2020, pagamentos sem contato tiveram um crescimento de 374%, impulsionados pela pandemia e pelos esforços das empresas de cartões em apresentar novas modalidades. A maior parte desses pagamentos aconteceu em supermercados, farmácias e redes de fast-food, mostrando que eles já fazem parte do dia a dia dos clientes.

Essa não era uma tecnologia nova, mas a pandemia deu o impulso que faltava para sua adoção. Assim como aconteceu com os pagamentos sem contato, várias outras tecnologias acompanharam a evolução e passaram a alavancar os modelos de negócios do varejo.

Seja no e-commerce, seja em marketplaces, os grandes players têm investido em meios próprios de pagamento. Do cashback à pontuação adicional no programa de fidelidade, quem paga com o meio de pagamento favorito do varejista acaba obtendo vantagens importantes. Um estudo da SBVC indica que 71% das lojas físicas aumentaram sua base de clientes fiéis em mais de 5% com o uso de programas de pontuação, mostrando que esse tipo de ferramenta tem funcionado. É a busca por esse tipo de fidelização que fez o Magazine Luiza, por exemplo, lançar recentemente seu cartão digital, oferecendo cashback como um estímulo à fidelidade.

O varejo vira fintech, a fintech vira varejo

Enquanto no mundo analógico havia uma separação clara entre meios de pagamento e varejistas, no mundo digital isso acabou. Antes da transformação digital dos negócios, mesmo quando um varejista vendia por meio de cartões private label, a gestão do negócio financeiro ficava a cargo de uma instituição financeira. Raras eram as empresas de varejo que tinham seu próprio banco.

Com o avanço das fintechs, tudo isso ficou muito mais nebuloso. Atualmente, existem 742 startups focadas em serviços financeiros, formando um rico ecossistema que elimina as fronteiras entre produtos, serviços e negócios. Isso faz com que uma empresa como o Mercado Livre transforme seu braço financeiro Mercado Pago em um negócio independente que potencializa a operação de varejo, mas também abre caminho para que instituições financeiras como Banco Inter e PicPay criem seus próprios marketplaces.

Nos dois casos, o jogo é o mesmo: a recorrência do cliente. Quanto mais produtos e serviços ele utiliza, maior seu valor e mais rentável ele passa a ser. Tanto fintechs quanto varejistas entenderam que os meios de pagamento são o gamechanger que atrai, retém e fideliza consumidores, ao mesmo tempo em que permite coletar dados com muito mais frequência e com o consentimento expresso do consumidor que deu opt-in ao aceitar os termos de uso da plataforma de pagamento. Como resultado, esses ecossistemas de negócios passam a oferecer produtos, serviços, preços e promoções personalizados, de acordo com o perfil e as preferências de cada cliente.

E muito mais vem por aí

Esse aumento de competição pela atenção do cliente ganha novas possibilidades com a digitalização do comportamento de compras. Em 2021, as empresas precisam estar atentas a oportunidades importantes trazidas pelos meios de pagamento:

Pagamentos instantâneos

Prazos longos de processamento de pagamentos geram custos adicionais para o varejo. Um bom exemplo é o boleto: quando usado no e-commerce, esse meio de pagamento faz com que o lojista precise separar o produto do estoque e deixá-lo parado por alguns dias, aguardando a confirmação do pagamento. Como nem sempre o boleto é pago, parte do estoque fica indisponível por um certo período, impactando o fluxo de caixa.

É por isso que o avanço do Pix é uma boa notícia para o varejo brasileiro. O sistema de pagamentos eletrônicos do Banco Central, lançado em novembro, já conta com mais de 80 milhões de usuários cadastrados e movimentou R$ 787 bilhões em mais de 1 bilhão de transações B2B, B2C e C2C. Como ainda neste ano o Pix deverá contar com novas funcionalidades, como pagamentos em datas futuras e saques, o consumidor terá mais flexibilidade no uso do sistema e as carteiras digitais poderão se integrar mais facilmente ao mundo físico. Não é nenhum exagero dizer que 2021 será o ano do Pix no varejo.

Pagamento pelo WhatsApp

Anunciado no ano passado, e prontamente adiado para análises das autoridades financeiras, o WhatsApp Pay está perto de se tornar uma realidade no mercado brasileiro. Segundo a MasterCard, transações de débito poderão ser feitas a partir do aplicativo, criando mais oportunidades de relacionamento e agilizando transações.

Assim como acontece no mercado chinês, em que plataformas digitais de pagamento (Alipay e WeChat Pay) se tornaram a regra, o Brasil vem acelerando seus esforços de digitalização para aumentar a segurança das transações e evitar o uso de papel moeda. Para o ecommerce, o WhatsApp se tornará um recurso ainda mais importante do que já tem sido durante a pandemia.

Pagamentos invisíveis

O uso de aplicativos e carteiras digitais abre possibilidades importantes de digitalização dos meios de pagamento nas lojas físicas. Os consumidores já podem fazer pagamentos sem contato, pagar por meio de carteiras digitais e escanear QR Codes para pagar com PIX. O próximo passo é tornar o pagamento simplesmente invisível.

Tanto no digital quanto no mundo físico, a etapa de pagamento é a de maior atrito. O digital solucionou a questão com pagamentos com um clique e com serviços de assinatura de produtos. No mundo físico, essa tendência se transforma em lojas sem checkout, em que o cliente se identifica na entrada e a tecnologia embarcada no PDV reconhece, por meio de visão computacional, os produtos que foram retirados da gôndola.

A Amazon popularizou esse conceito no mundo ocidental com sua Amazon Go, e a tecnologia (chamada de “Just Walk Out”) já foi licenciada pela empresa para uso por outros varejistas. Na China, o reconhecimento facial já é usado em algumas lojas para que o cliente não precise nem mesmo levar sua carteira (digital ou física).

Quanto mais os mundos digital e físico se fundem, mais importantes os meios de pagamento se tornam para o varejo. A possibilidade de coleta de informações, a inteligência gerada pelo uso dos dados e a oportunidade de oferecer melhores experiências de consumo fazem com que os meios de pagamento se tornem, cada vez mais, o maior fator de diferenciação estratégica. Um verdadeiro gamechanger.

Governo sanciona marco legal das startups com dois vetos

O Diário Oficial da União desta quarta, 2/6, traz a publicação da agora sancionada Lei Complementar 182/21, mais conhecida como Marco Legal das Startups. Além de conceituar empresas inovadoras, a nova lei prevê regras específicas de financiamento e licitações.

Dessa forma, foi criado um conceito mais específico do que é uma startup, como sendo empresa com menos de 10 anos, com receita bruta de até R$ 16 milhões por ano, que utilize modelos de negócio inovadores ou seja enquadrada no Inova Simples.

A Lei prevê que startups poderão ser objeto de regras específicas, ao apontar para um ambiente regulatório experimental, ou ‘sandbox’ regulatório. Da mesma forma, prevê tratamento especial nas licitações, com uma modalidade de ‘compra pública’, que permite a realização de testes de inovação e posterior contratação direta de soluções.

Entre questões de financiamento, a nova lei permite que o investidor que realizar o aporte de capital sem ingressar no capital social não será considerado sócio, nem terá direito a gerência ou voto, mas por outra não poderá ser responsabilizado por qualquer dívida da empresa inovadora, exceto em caso de conduta ilícita.

Ao sancionar o marco legal das startups, Jair Bolsonaro aplicou dois vetos. O primeiro retira do texto o artigo, incluído no Congresso Nacional, que permitia ao investidor pessoa física compensar os prejuízos da fase de investimento com o lucro apurado na venda de ações obtidas posteriormente mediante o contrato de investimento. Com isso, a tributação sobre o ganho de capital incidiria sobre o lucro líquido e o investidor perdoaria a dívida da startup.

“Ao criar benefícios de natureza tributária, a medida encontra óbice jurídico por acarretar renúncia de receitas sem apresentação da estimativa do impacto orçamentário e financeiro e das medidas compensatórias”, diz a justificativa desse veto, que também menciona a previsão de validade por cinco anos do benefício tributário.

Também foi vetado do texto a previsão de que a Comissão de Valores Mobiliários ‘regulamentaria as condições facilitadas para o acesso de companhias de menor porte ao mercado de capitais’. Para o governo, o dispositivo nada acrescenta ao arcabouço atualmente vigente, quanto à apuração do preço justo em ofertas públicas de aquisição de ações para cancelamento de registro e por aumento de participação. Quanto à revisão de preço, a alteração flexibilizaria o direito dos acionistas minoritários atualmente consolidado”.

Magalu e o caminho para se tornar o principal ecossistema digital do País

A transformação do Magazine Luiza de uma empresa tradicional de varejo em uma empresa digital com pontos físicos levou 15 anos. A implantação de sistema digital foi concluída apenas em 2018. Desde então, a cultura digital do Magalu se tornou seu principal diferencial.

A empresa caminha para se tornar o principal ecossistema digital de compra e venda no País, seguindo os modelos das plataformas digitais da China, como o Alibaba, e dos Estados Unidos, como a Amazon, por meio de um sistema multicanal, com aplicativos, plataforma de logística e expansão em novas categorias.

“A gente quis ser a empresa que digitalizasse o varejo brasileiro, como a Amazon foi nos Estados Unidos. A nossa missão foi ajudar o País a fazer essa transição digital do varejo que foi tão bem-sucedida na China”, afirma o CEO Frederico Trajano em entrevista exclusiva para a Mercado & Consumo.

Segundo Trajano, o varejo é um terreno fértil para a expansão lateral, com ofertas de outros serviços, principalmente os mais digitalizados, como as plataformas digitais, incluindo apps de delivery e bancos digitais. “Eu demorei mais ou menos 15 anos para digitalizar o Magalu e concluir o primeiro ciclo de multicanalidade. Talvez, o modelo de ecossistema não leve tanto tempo, mas ainda estamos no início do ciclo”, afirma.

Cinco aquisições só em 2021

A transformação do Magalu em um Ecossistema de Negócios tem sido feita por meio de novos negócios e aquisições de empresas. Somente em 2021, foram feitas cinco compras – entre elas, do portal de conteúdo Steal The Look, da plataforma GrandChef e do sistema de e-commerce de supermercado VipCommerce,

O Magalu não abre mão de manter uma cultura corporativa única com as empresas que estão se integrando ao ecossistema de negócios. Ao mesmo tempo, há a preocupação em manter a identidade dessas empresas. “Temos nos dedicado a facilitar conexões entre a nave mãe e as satélites, que são as empresas que estão chegando para integrar o ecossistema”, diz Trajano.

Os pilares do Ecossistema de Negócios já estão formados, explica Trajano, com o super app, o crescimento em novas categorias, entrega mais rápida e a parte de prestação de serviços de tecnologia para terceiros.

Para a expansão, foram escolhidos três mercados endereçáveis: retail, que foi divido em três (fashion e beauty, alimentos e bebidas e alimentos prontos); pagamentos; e advertising. “A amplitude de empresas que podem ser compradas é muito grande. Então, antes de sair comprando as empresas, eu detalhei nossa visão ao mercado, o que evitou grandes surpresas.”

Para fomentar o ecossistema em 2021, o Magalu vai investir significativamente em logística, segundo apontou o relatório de resultados do quatro trimestre de 2021. Para isso, a empresa planeja converter suas lojas em pontos de apoio logístico para os sellers, aumentar o número de CDs e cross dockings e automatizar essa infraestrutura.

No varejo, áreas de Novos Negócios e TI caminham lado a lado

Pandemia evidenciou necessidade de integração em favor do negócio.

Você está pronto para falar com a sua geladeira? A provocação, feita pelo especialista em Novos Negócios do Grupo Bittencourt, João Brito, não está no presente do indicativo por acaso. Se ainda não conversa com um eletrodoméstico, você provavelmente já faz isso com outros produtos, como smartphones, TVs e assistentes virtuais. As tecnologias mudaram a forma de os consumidores agirem não só na hora das compras, mas também em casa ou no carro, e a indústria e o varejo se desdobram para atender a esses clientes hiperconectados e ansiosos. As áreas de TI e Novos Negócios nunca precisaram caminhar tão juntas quanto agora, e assim devem continuar seguindo.

“O varejo em tempo real já é uma realidade. A tecnologia está disponível para gerar novas conexões e deve ser aproveitada”, diz João Brito. Líder de uma consultoria que já atendeu a empresas de segmentos dos mais diversos, como Leroy Merlin, Carrefour, Arezzo&Co e Dia, ele cita quatro tendências para o setor: a oferta de serviços, a personalização, o voice commerce (uso da voz para fazer compra on-line) e o live commerce (venda por meio de interação via streaming).

Os cases estão espalhados pelo mundo e podem ser vistos em movimentos como o da canadense Lululemon, que comprou no ano passado a startup americana Mirror, especializada em aulas e equipamentos de ginástica doméstica. A varejista de moda esportiva agora usa tecnologia para entrar na casa do cliente, garantir receita recorrente e fidelização. E não é preciso ir longe para ver que as tendências apontadas por Brito têm sido usadas na prática pelos clientes. Riachuelo, Dengo e Evino são exemplos nacionais de empresas que usam o live commerce para atender, engajar e criar relacionamentos mais íntimos com os consumidores.

“É preciso inovar com velocidade à luz da pandemia, que acelerou a adoção de novas tecnologias”, afirma a gerente-geral da Rimini Street para a América Latina, Edenize Maron. Atender ao cliente sem interação presencial ou toque, por exemplo, deixou de ser diferencial para ser obrigatório. “A mudança no comportamento do consumidor já vinha ocorrendo há muito tempo, mas a pandemia trouxe uma necessidade emergencial de capacitação das pessoas, funcionários e parceiros que atendem aos clientes finais para que as empresas fossem efetivas diante da dificuldade de se adquirir produtos e serviços”, destaca. A Rimini é uma fornecedora global de produtos e serviços de software corporativo, provedora de suporte independente para produtos Oracle e SAP, entre outros.

Ganho de eficiência operacional

Lançar mão de boas tecnologias, no entanto, requer investimento – o que nem sempre é possível em tempos de incertezas econômicas. A vantagem é que, bem-feito, o processo resulta em eficiência operacional. “A área de TI tem um papel importante na governança. Precisa, ao mesmo tempo, otimizar o legado, o custo do suporte e da operação do ERP [sistema integrado de gestão empresarial]”, cita Edenize.

Além da questão do custo, existe também o desafio cultural. A área de TI das empresas precisa, hoje, saber orquestrar o portfólio de novas tecnologias e sistemas para poder dar vazão ao que o negócio precisa. O papel do líder se torna, assim, ainda mais importante. Estar à frente da TI significa, atualmente, muito mais do que destinar orçamento para manter as “luzes acesas”. É preciso pensar, também, em alavancar o negócio.

“Quando você fala em transformação digital, não é só sobre tecnologia. É sobre como eu emprego, de uma maneira estruturada, lógica e correta, toda essa tecnologia com o melhor custo. Nós precisamos entender quais são os movimentos que precisamos entregar para a empresa para que tudo isso funcione da melhor forma possível”, explica o diretor de Tecnologia & Transformação Digital do Grupo DPaschoal, Osvaldo Keller Junior.

Keller Junior fala com propriedade – e paixão – sobre o tema. A tradicional rede de centros automotivos foi eleita, em 2020, uma das três mais inovadoras do varejo brasileiro pela IT Mídia. Ele mesmo, por mais de uma vez, já foi reconhecido como o CIO do ano. “O nosso diferencial não é a tecnologia, mas como eu vejo a aplicação dessa tecnologia no negócio e como ela vai alavancar o resultado e colaborar com todo o ecossistema”, sentencia.

Afinação na transformação digital

A diretora de Tecnologia da Iguatemi Empresa de Shopping Centers, Samantha Martins, reforça que, hoje, todos na empresa precisam estar afinados quando o tema é transformação digital. “A tecnologia está no dia a dia e as áreas de negócios das empresas amadureceram nesse sentido. Da mesma forma, a área de tecnologia evoluiu e a gente se reúne hoje para falar também de processos e projetos”, afirma.

Os ganhos de uma empresa de varejo cujas áreas de TI e Novos Negócios caminham juntas são vários e vão muito além de questões relacionadas a segurança da informação e arquitetura corporativa. “A área de TI quer que o negócio mude de patamar e faça rupturas. Nesse sentido, esse um ano e meio de pandemia foi crucial. Com o fechamento das empresas de varejo, essa proximidade permitiu que se criassem opções e se buscassem novos formatos. Ajudamos muitos lojistas a vender, viabilizando para eles a presença digital.”

Samantha diz que, além da colaboração entre as áreas, essa nova realidade requer que as empresas contem com parceiros mais próximos e flexíveis, que respondam rapidamente às mudanças de comportamento do consumidor.

Mas segundo João Brito, do Grupo Bittencourt, nem todas as empresas estão avançadas nesse quesito como a Iguatemi e a DPaschoal. “As empresas querem a integração do físico com o digital, ou phygital, mas nosso primeiro contato geralmente é com a área de Novos Negócios. Apenas no desenrolar do projeto é que a equipe de TI entra. As áreas precisam estar juntas para fazer a empresa crescer. Uma não consegue avançar sem a outra.”

 

O que são os laboratórios de inovação que tornam o governo mais tecnológico

Entenda o cenário dos i-labs no setor público para fomentar a cultura de inovação e impulsionar a digitalização do Governo.

Os chamados laboratórios de inovação ou “i-labs” estão se tornando cada vez mais conhecidos e presentes, principalmente, no setor público brasileiro.

O termo tem como base a experimentação, sua principal estratégia de atuação na qual atuam equipes de diferentes áreas – cientistas sociais, antropólogos, engenheiros – responsáveis por testar políticas públicas em um ambiente “controlado”, permitindo que seus impactos sejam mensurados e suas estratégias, aprimoradas, antes que a implementação ocorra em larga escala.

Devido ao alto nível de testagem de possíveis soluções, os laboratórios são o ambiente ideal para que surja alguma inovação, tendo em vista a oportunidade do desenvolvimento de metodologias disruptivas, problemas delineados, ideias geradas e protótipos criados e validados.

A ideia é bastante intuitiva: um gestor público que deseja implementar uma nova metodologia de ensino, nunca antes testada, pode conduzir um experimento com um pequeno grupo de estudantes, verificar os resultados obtidos e fazer os ajustes necessários antes de expandi-la para toda a rede educacional, composta por milhares de alunos, professores e outros trabalhadores.

Os experimentos realizados em políticas publicadas possibilitam, além da liberdade para inovar, rapidez para colher resultados e validar hipóteses ou, ao contrário, identificar decisões equivocadas e fazer correções de rota.

De acordo com uma pesquisa lançada pelo BrazilLAB e pela Fundação Brava, a relevância dos laboratórios de inovação para transformação digital pode ir muito além.

As crises sistêmicas demandam uma certa constância por soluções tecnológicas e inovadoras, e consequentemente o papel dos laboratórios de inovação ganham ainda mais relevância.

A tendência é que essa relevância aumente, já que os laboratórios de inovação receberam um capítulo específico na Lei Federal nº 14.129, a chamada Lei de Governo Digital, sancionada no último dia 29 de março e considerada, por muitos especialistas, um grande avanço para a agenda da transformação digital no Brasil.

A utilização de ICT – Instituição de Ciência e Tecnologia, é um excelente instrumento de apoio à inovação e estímulo à competitividade.

A G.A.C. Brasil auxilia empresas privadas com os estudos de viabilidade, proporciona o uso otimizado da Lei do Bem e as melhores opções de funding para PD&I.

 

E-commerce: O que pode o resto do mundo aprender com a China?

A realidade trazida pelos efeitos da pandemia tem sido um dos grandes catalisadores para uma transformação digital à escala global. O mundo é cada vez mais digital e a economia não é exceção.

Por todo o mundo, dos grandes grupos económicos aos pequenos comerciantes, a migração do off-line para o on-line tem sido transversal. No entanto, quando o tema é o comércio eletrônico, a China lidera, muito destacada.

Há cerca de uma década que é o maior mercado de comércio eletrônico do mundo e dados recentemente publicados vieram assinalar ainda mais esta realidade.

Já representava, sozinha, mais de 50% das compras on-line feitas em todo o mundo. Nos primeiros meses de 2021 atingiu uma marca histórica, que muitos poderiam considerar estar ainda bastante distante. A China tornou-se o primeiro país, de sempre, cujas vendas de varejo on-line ultrapassaram o valor agregado das vendas off-line, ou seja, pela primeira vez a maioria das transações aconteceram via comércio eletrônico.

Estes valores podem não chegar com particular surpresa para todos os que conheçam a realidade interna e os hábitos de consumo locais, na verdade poderia facilmente dizer-se que seria apenas uma questão de tempo até as vendas do e-commerce ultrapassarem os 50% das vendas totais de varejo realizadas no país. Ainda assim, não deixam de ser números muito impressionantes, mais ainda se comparados com aquela que ainda é a realidade do resto do mundo. O sucesso do e-commerce da China neste momento é inigualável.

De resto, a expectativa é que estes números continuem a crescer. Por um lado, o crescimento do e-commerce já era uma tendência muito presente antes do período pandêmico e, por outro, este momento de viragem foi sido atingido numa altura em que internamente já se verificavam muito poucos efeitos que pudessem diminuir a possibilidade dos consumidores realizarem as suas compras através das formas mais tradicionais – embora obviamente não possa ser ignorado que os efeitos da pandemia também contribuíram para alterar certos padrões de consumo e acelerar a tendência que já existia.

Não é inconcebível pensar que outros países seguirão os passos do gigante asiático, e poderão até aproximar-se destes valores no futuro. Contudo o estrondoso sucesso do e-commerce chinês resulta também de diversos fatores idiossincráticos e é possível que nenhuma outra região consiga replicar a transformação do país – ou pelo menos não num grau tão extremo.

Por um lado os fatores mais óbvios:

A China tem a maior população on-line do mundo, mais de 900 milhões de utilizadores, e, com o enriquecimento generalizado da população nas últimas décadas, emergência de uma classe média, aumento dos salários e melhoria da qualidade de vida, criou um enorme – e altamente consumista – mercado interno.

Além disso, apesar da dimensão do território, o extraordinário sistema logístico e de infraestrutura existente permite que quase todos os produtos possam ser entregues em todo o país em 24h, ou pouco mais que isso, e com custos adicionais muito reduzidos, independentemente dos valores dos bens ou quantidades adquiridas.

1. Smartphones – Como resultado do desenvolvimento econômico da China e da acessibilidade desde cedo a diversos modelos, a custos muito razoáveis, a maioria dos consumidores chineses entrou na era da internet diretamente através dos dispositivos móveis, saltando os computadores. Com esta proliferação dos smartphones, a inovação e cultura de comércio eletrônico local esteve sempre muito mais orientada para o comércio através destes dispositivos (o m-commerce) o que, pela sua acessibilidade, envolvimento e facilidade de utilização, provou ser um fator essencial para estimular o consumo.

2. Market Places – A emergência do grupo Alibaba e das suas plataformas chinesas de comércio eletrônico, revolucionárias, omnipresentes e extremamente fáceis de usar, como o Taobao, o Tmall ou até o Idle Fish, garantiu aos consumidores acessibilidade a quase todo o tipo de produtos imagináveis, aliando a isso opções de entrega, serviço ao cliente, sistemas de devolução, etc., extremamente favoráveis e convenientes. Várias outras plataformas, como JD.com ou Pinduoduo, surgiram também entretanto, aumentando ainda mais o leque de opções para compradores e vendedores. Quer sejam lojas oficiais das marcas, vendedores em nome individual, aquisição de bens em segunda mão, compras em grupo, revendas, compra e venda de produtos agrícolas ou alimentares, entre tantos outros, existe hoje na China o marketplace apropriado para quase todas as opções imagináveis.

3. Sistemas de pagamentos digitais inovadores – Não há praticamente nenhuma plataforma on-line, aplicação, website, etc., na China, que não incorpore a opção de pagamento através do Alipay (do grupo Alibaba) ou do WeChat Pay (integrado na super aplicação WeChat, do grupo Tencent). Estes sistemas de pagamento estão anos à frente dos seus concorrentes ocidentais em termos de acessibilidade, facilidade de utilização e forma como incorporam as opções de checkout numa compra on-line. Com as informações pré-estabelecidas e diretamente ligados à conta bancária do utilizador, para efetuar o pagamento de uma qualquer transação comercial normalmente pouco mais é necessário do que inserir o código pin, uma impressão digital, ou efetuar o reconhecimento facial do utilizador, tudo isto através do smartphone e dentro da aplicação que estiver a ser usada.

4. Mini Programas do Wechat – Embora a super aplicação chinesa exista há cerca de uma década, e possibilite uma multiplicidade quase infindável de funções e serviços (por vezes descrita como uma combinação entre o sistema de mensagens Whatsapp e a rede social Facebook, na verdade o seu alcance vai muito para além das funcionalidades oferecidas por estes), apenas recentemente o Wechat começou a incluir opções para o comércio eletrônico de terceiros. Os Mini Programas permitem que as empresas aproveitem melhor a base de utilizadores do WeChat e já provaram ser extremamente populares entre comerciantes e consumidores.

5. Experiência social – Enquanto no ocidente as compras on-line são, tipicamente, uma experiência focada na transação em si, na China são muito mais que isso. Muitas das plataformas on-line chinesas misturam hoje características de redes sociais e de vendas, com as mais diversas funcionalidades que promovem o envolvimento dos utilizadores. Além disso, através da pegada digital do consumidor, a interação e interligação entre as diversas plataformas e aplicações, identificam as suas preferências e sugerem constantemente novos produtos, estimulando o consumo. De resto, muito do marketing e campanhas de publicidade desenvolvidas pelas mais diversas marcas acontecem, precisamente, dentro das próprias plataformas on-line e diferentes marketplaces. A promoção de comércio eletrônico ao vivo, através de live streaming, seja através dos gigantes Taobao ou JD.com, ou através de outras plataformas outrora mais dedicadas exclusivamente ao entretenimento, como o Douyin (a versão chinesa do TikToK) ou Kuaishou, é outro fenómeno já bastante popular e em franca ascensão.

A China é, muito possivelmente, o país do mundo que melhor e mais eficientemente coloca as suas infraestruturas, e a sua obsessão por inovação tecnológica, ao serviço dos hábitos de consumo da sua população – e, num ambiente de negócios tão competitivo, assim se espera continue a acontecer nos próximos anos.

Durante muitos anos foi comum ver a China a copiar ideias do Ocidente. Hoje em dia, se há um setor da economia em que poderá fazer sentido praticar o inverso, esse setor pode muito bem ser o do comércio eletrônico.