Como a IA pode aumentar a capacidade humana de criar experiências do cliente

Tecnologia tem futuro e possui diversas aplicações.

Exames com diagnósticos sofisticados, rastreamento de veículos e games. O que tudo isso tem em comum? O uso da inteligência artificial (IA) como tecnologia-mãe de seus sistemas. Apesar de o nome poder assustar, a ferramenta já faz parte do cotidiano há tempos enquanto aliada para implementar a capacidade humana – e não como substituta. E agora, ela está sendo utilizada como meio para gerar inovação ao mercado e um novo conceito de experiência do cliente.

IA é realidade entre a empresas

A ideia de que os robôs não são capazes de compreender a voz e a linguagem humana, e dar um significado para conseguir responder é um exemplo claro de que certos estigmas ficaram no passado: muito mais do que isso, assistentes virtuais e bots já estão inseridos no cotidiano das pessoas e se tornaram queridinhos dos brasileiros.

Alexa está aí como um dos principais exemplos de customer voice experience (CVX). Por isso, à medida que a tecnologia evolui, é possível explorar diferentes horizontes, que antes pareciam impossíveis.

Maximiliano Marco da Luz, sócio de customer strategy & Applied design da Deloitte Digital, diz que o metaverso é a prova disso: era algo distante até que os gigantes da tecnologia começassem a falar sobre. Agora, o apelo é grande mesmo sem saber onde é ou o que isso de fato significa.

“A inteligência artificial permite o cultivo de novos campos de interação e experiência em tempo real com base nas preferências e dados dos usuários. São interações que somente uma IA pode fazer, justamente pela capacidade analítica em tempo real sem comparações à capacidade humana. Uma análise humana é o que chamamos de feeling/percepção, algo muito sutil e que não funciona em todas as interações e muito menos com todas as pessoas”, afirma.

Desse modo, segundo o especialista, há ao menos duas maneiras iniciais em que a IA pode aumentar a capacidade humana de criar experiências diferenciadas ou ampliadas: assistente do atendente humano, munindo-o de informações relevantes sobre aquele cliente e direcionando a conversa, ou seja, ofertando produtos e serviços que mais lhe agradam, conforme as análises da IA; e realizando o atendimento no lugar do humano, como hoje, de forma ainda básica, os bots vêm fazendo.

De acordo com isso está Alexandre Marquesi, professor dos cursos de pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/SP), que relembra que a IA funciona, inicialmente, com o input de informações. A partir disso, o sistema vai se multiplicando e criando um grande banco de dados.

“É preciso dizer quem é o cliente, como ele pensa e depois a IA amplia essa jornada e faz a interferência no momento certo. É fundamental usar a análise de dados para atuar de forma proativa na oferta de produtos”, completa.

Iniciativa tecnológica positiva, mas que requer trabalho

Dado o potencial que a inteligência artificial tem apresentado ao otimizar processos, aglutinar informações e usá-las estrategicamente, é natural que os players do mercado invistam no segmento.

Além disso, o docente da ESPM/SP lembra que ao inserir essa tecnologia em sistemas omnichannel, de forma a compreender o comportamento do cliente, torna-se viável construir o perfil de cada usuário conforme a sua navegação. “Com uma inteligência estratégica de dados bem feita, tudo irá se retroalimentar”, explica Alexandre Marquesi.

Já o executivo da Deloitte Digital deve a evolução da IA e sua utilização nas jornadas de compra ao aprimoramento da capacidade cognitiva dos motores. Entretanto, ele alerta que é primordial levar em consideração que a língua portuguesa é uma das mais ricas e complexas, trazendo mais desafios para o cenário.

“Tendo o cliente sempre no centro (customer centric), podemos dizer que os novos modelos de jornada fluída estão na utilização de múltiplos motores e fontes de dados que, além de listados, são orquestrados de forma que reúna tudo isso modelando a experiência de acordo com o momento de cada cliente”, reforça Maximiliano Marco da Luz.

Para compreender tudo isso de modo mais lúdico, o especialista exemplifica: pense em um corpo, cada membro é um motor cognitivo e a IA é o cérebro. O indivíduo irá usar as pernas para correr e as mãos para pegar, porque esses membros foram construídos para esses fins. O cérebro (IA) está orquestrando tudo isso, só que o que vem ocorrendo até hoje é que se tem apenas um motor para fazer todas as funções (as pernas).

Logo, irá correr bem, mas não vai pegar um objeto. É nesse caminho que os motores cognitivos estão e precisam evoluir para que a IA possa ajudar a jornada a ser realmente fluída.

Principais tendências

Como foi observado, ainda há alguns impasses envolvendo o máximo proveito que se pode extrair da IA. Contudo, assim como certas ferramentas eram inimagináveis até poucos anos atrás, nada impede que haja uma rápida evolução nesse sentido.

Portanto, de olho nos negócios, o sócio de customer strategy & applied design da Deloitte Digital lista três elementos importantes que a junção da IA com CX pode impulsionar daqui para frente:

Data driven

Atualmente, há a era dos dados, e como tal, uma forte tendência é a utilização e, principalmente, cruzamento de dados sobre o comportamento das pessoas para serem utilizados pela IA com enfoque em fornecer conteúdos contextualizados e personalizados aos clientes.

NBA (Next Best Action) e NBO (Next Best Offer)

Possuem, como objetivo principal, potencializar o relacionamento dos clientes com as marcas, aumentando a fidelização.

Phygital experience

Utiliza tanto os dados do comportamento do cliente nos canais digitais, como as alavancas que os espaços físicos proporcionam, para otimizar a experiência a partir da IA. Por exemplo, ao reconhecer um cliente na entrada da loja mediante a tecnologia, a jornada neste espaço é customizada/personalizada (mensagens de boas-vindas, atendimento, ações de marketing, etc.).

Estudo da DHL aponta que 90% dos trabalhadores de logística considera a tecnologia como fundamental para sua função

  • O estudo “Futuro do Trabalho em Logística” afirma que o envelhecimento da população e a escassez de mão de obra afetam as cadeias globais de abastecimento;
  • As gerações Y e Z estão procurando empregos com tarefas menos repetitivas e ambientes de trabalho mais flexíveis;
  • Com a COVID-19, muitas empresas adotaram rapidamente novas políticas de RH e tecnologias de trabalho remoto;

A DHL, empresa líder global em logística, divulgou “O Futuro do Trabalho em Logística”, seu mais recente relatório de tendências. No documento, a companhia examina como o conceito de trabalho – funções, responsabilidades, sistemas, cronogramas, ferramentas e ambientes – mudará na próxima década. De acordo com o estudo, o setor de logística enfrenta uma crescente escassez de mão de obra e uma guerra por talentos, o que faz com que as organizações precisem implementar estratégias para atrair, reter, desenvolver e motivar os trabalhadores na era digital.

Pela primeira vez na história, o número de profissionais nativos digitais começa a superar os profissionais da era analógica, gerando uma aceleração na mudança de valores corporativos. Conforme o relatório, a geração Y e a geração Z estão impulsionando o setor de logística a atender às novas expectativas em temas como sustentabilidade, diversidade e inclusão, bem-estar dos funcionários e ambientes de tecnologia avançada. Com o aumento da digitalização e do uso de automação e Inteligência Artificial (AI), o impacto é significativo em empregos e locais de trabalho em indústrias em todo o mundo.

“O estudo apontou que 9 entre 10 entrevistados consideram que a tecnologia tem sido útil para suas carreiras. Ainda assim, mais de 50% admitem ver a IA e a automação como uma ameaça potencial”, diz Matthias Heutger, vice-presidente sênior e diretor de inovação global da DHL. “É uma grande oportunidade para empresas e governos agirem de forma rápida e colaborativa para aliviar preocupações, fornecendo estratégias transparentes e demonstrando o sucesso de ambientes de trabalho que combinam esforços humanos e mecânicos”.

Os especialistas não preveem que o setor de logística irá migrar rápida e drasticamente do trabalho humano para a automação completa. Provavelmente, haverá um período gradual de mudança de mais de 30 anos em que a tecnologia apoiará diversas funções exercidas por pessoas, em vez de competir com elas. Além disso, permanece a questão da aplicação desigual de tecnologias em diferentes países do mundo, com alguns implantando mudanças mais lentas ou menos profundas.

“A digitalização já está mudando fundamentalmente a maneira como vivemos e fazemos o negócio. A pandemia apenas acelerou a execução dos planos que as empresas haviam imaginado. Presumimos que 30-35 por cento de todas as atividades poderiam ser automatizadas até 2030. No entanto, acreditamos firmemente que a maior parte de nossa criação de valor continuará a ser fornecida por pessoas”, disse Thomas Ogilvie, diretor de Recursos Humanos da Deutsche Post Group, DHL. “Não há dúvida de que certos empregos vão mudar, mas o emprego vai ficar. O que isso nos diz é que a aprendizagem ao longo da vida é mais do que nunca a chave para o sucesso na era digital”.

Para criar este novo conceito de Futuro do Trabalho, é fundamental compreender não apenas as forças motrizes por trás da tendência, mas também abordar as necessidades e preocupações da força de trabalho. Por exemplo, a maioria dos entrevistados disse que deseja realizar suas atividades no escritório em tempo parcial ou integral, com 6 em cada 10 colaboradores querendo trabalhar remotamente pelo menos uma vez por semana, em comparação com 5 em cada 10 que gostariam de permanecer no escritório. As organizações da cadeia de suprimentos devem considerar maneiras de tornar o trabalho flexível mais acessível por meio de novas políticas e tecnologias de RH, como a teleoperação.

“É importante perguntar aos funcionários como se sentem e o que desejam. Confiamos muito neste feedback para introduzir horários e ambientes mais flexíveis e para desenvolver novas formas de trabalho habilitadas pela tecnologia. Também nos concentramos em práticas de relações humanas, como momentos que importam, para que os funcionários se sintam cuidados tanto funcionalmente quanto emocionalmente”, acrescentou Sabine Mueller, CEO da DHL Consulting. “A DHL Consulting tem o orgulho de ter contribuído para este relatório e está confiante de que a indústria se beneficiará dos insights que podemos compartilhar como um player global em logística com profunda experiência em manter o mundo em movimento”.

A história recente mostra que conhecer a ordem, magnitude e velocidade da disrupção digital é a chave para implementar a resposta colaborativa correta entre humanos e máquinas. Em questão de semanas, um vírus conseguiu iniciar mudanças que normalmente levariam anos ou mesmo décadas para as organizações adotarem. Com lojas e restaurantes fechados há meses, o e-commerce experimentou níveis sem precedentes de crescimento globalmente, à medida que mais e mais pessoas compravam online e negócios físicos tradicionais se juntaram à economia online. Este crescimento no e-commerce também levou a um grande aumento na demanda por mão de obra de logística para ajudar transportar e entregar bilhões de pedidos feitos anualmente. Para atender à crescente demanda por logística, aliviar a escassez de mão de obra e construir mais resiliência nas cadeias de suprimentos, a COVID-19 acelerou muito a transformação digital da logística.

Sobre a DHL — A empresa de logística para o mundo

A DHL é a marca líder mundial no setor logístico. Nossas divisões oferecem um portfólio único de serviços de logística que abrangem desde a entrega de encomendas nacionais e internacionais, soluções de operação e transporte de comércio on-line, expresso internacional e transportes marítimos, aéreos e rodoviários, até o gerenciamento da cadeia de suprimentos industriais. Com 380 mil colaboradores em mais de 220 países e territórios em todo o mundo, a DHL conecta pessoas e negócios de maneira segura e confiável, o que possibilita fluxos de comércio global sustentáveis. As soluções especializadas para os mercados e setores em crescimento, que incluem tecnologia, ciências da vida e saúde, engenharia, manufatura e energia, automobilístico e varejo, colocam a DHL significativamente na posição de “the logistics company for the world” (a empresa de logística para o mundo).

A DHL faz parte do Grupo Deutsche Post DHL, que gerou receitas de mais de € 63 bilhões em 2019. Com práticas empresariais sustentáveis e um compromisso com a sociedade e o meio ambiente, o grupo contribui positivamente para o mundo. Até 2050, planeja alcançar uma logística sem emissões.

E-commerce: Fedex e Microsoft anunciam nova solução de logística multiplataforma

Nova oferta tem como objetivo aumentar a competitividade dos comerciantes no espaço do comércio eletrônico, melhorando o engajamento do cliente e oferecendo opções aprimoradas de transporte.

A FedEx e a Microsoft anunciaram no início desta semana a próxima solução resultante da colaboração entre as empresas em prol do comércio, das cadeias de suprimentos e da logística. As companhias unirão a inteligência da rede da FedEx com os recursos do Microsoft Dynamics 365 para apresentar uma solução multiplataforma de “logística como um serviço” a varejistas, comerciantes e marcas.

No mundo atual das cadeias de suprimentos “just in time”, comércio global e crescimento acelerado, a velocidade, flexibilidade e visibilidade do comércio eletrônico são fundamentais. As necessidades e expectativas dos clientes mudaram em todos os setores. Juntas, a FedEx e a Microsoft estão utilizando ferramentas como inteligência artificial e aprendizado de máquina para extrair novos conhecimentos a partir dos 17 milhões de pacotes que passam pela rede da FedEx todos os dias, a fim de ajudar as marcas a oferecer experiências aprimoradas aos clientes.

As empresas anunciaram planos de apresentar uma integração de dados exclusiva que combina dados da FedEx com o Dynamics 365 Intelligent Order Management para ajudar as marcas a terem acesso a novas informações e recursos para melhor processar, enviar e atender os pedidos dos clientes. Ao mesmo tempo, a expectativa é promover integração facilitada às plataformas de comércio eletrônico existentes.

Essa abordagem multiplataforma ajuda as marcas a oferecer a seus clientes experiências modernas e com alto valor agregado, como entrega mais rápida e econômica, notificações em tempo real do status da entrega e devoluções convenientes e tranquilas, com aproximadamente 60 mil locais de envio e QR codes escaneáveis. Para as marcas que enfrentam maior pressão para gerar afinidade ao gerenciar volumes de pedidos mais altos, garantir um atendimento econômico e reduzir as chamadas dispendiosas de atendimento ao cliente, essa nova tecnologia oferece uma oportunidade sem precedentes de impulsionar os sistemas existentes de registro, otimizar o atendimento e cumprir suas promessas de pedidos com maior precisão, além de se beneficiar de uma visão mais completa do cliente.

“Há quase dois anos, assumimos uma missão com a Microsoft de transformar o ecossistema do comércio. Durante esse tempo, progredimos significativamente, aproveitando a tecnologia do Microsoft Azure com nossa solução FedEx Surround, que oferece suporte fundamental para permitir o monitoramento avançado de remessas prioritárias urgentes. Essa próxima fase de nossa colaboração continuará a conectar os dados inigualáveis da cadeia de suprimentos da rede da FedEx ao Microsoft Cloud para melhorar as experiências de comércio eletrônico para marcas, comerciantes e consumidores.” – Raj Subramaniam, presidente e diretor operacional da FedEx Corp.

O Dynamics 365 Intelligent Order Management utiliza dados e IA para criar um aplicativo de gerenciamento de pedidos omnicanal. Com isso, é possível integrar sistemas existentes de planejamento de recursos empresariais (ERP) e gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM) para alavancar um ecossistema de outros sistemas de origem de pedidos, como marketplaces on-line de comércio eletrônico, aplicativos móveis e comércio social, juntamente com canais de pedidos tradicionais como intercâmbio de dados eletrônicos (EDI) ou pontos de vendas físicos.

A plataforma vem com conectores pré-construídos para as principais marcas de ferramentas já utilizadas para entrada de pedidos omnicanal, atendimento e entrega de pedidos multicanais e ações de organização de pedidos baseadas em regras em um ambiente de baixo código/sem código que utiliza IA e aprendizado de máquina. Juntamente com os dados e a visibilidade obtidos na rede da FedEx, a FedEx e a Microsoft têm como objetivo capacitar as empresas com novas formas inovadoras de atender melhor seus clientes.

“Mais do que nunca, fica claro o quão fundamental é ter uma cadeia de suprimentos resiliente para o sucesso de toda organização na economia moderna. Estamos unindo os dados e informações da rede da FedEx ao Microsoft Cloud, começando com o Dynamics 365, para ajudar as empresas a acelerar sua transformação digital em todas suas operações comerciais, para que possam oferecer aos clientes formas mais integradas de comprar e entregas mais rápidas e mais eficientes.” – Satya Nadella, presidente e CEO da Microsoft.

CAPACITAÇÃO E VISIBILIDADE DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

A FedEx e a Microsoft uniram forças em maio de 2020 para permitir que as empresas competissem melhor no ecossistema de comércio digital atual, que está cada vez mais digital. A pandemia acelerou a adoção do comércio eletrônico e a transformação digital das empresas de todos os tamanhos. Antes da pandemia, a FedEx projetou que o mercado doméstico de pacotes dos EUA atingiria 100 milhões de pacotes por dia até o ano calendário de 2026. Agora, espera-se que o mercado atinja essa marca quatro anos antes do esperado, chegando a 110 milhões de pacotes por dia em 2022, com 86% desse crescimento vindo do comércio eletrônico.

A FedEx Surround, a primeira solução voltada para o cliente da FedEx desenvolvida utilizando a tecnologia de nuvem Microsoft Azure, é uma prova do potencial inovador e do impacto imediato da colaboração sobre a forma como os dados são usados em logística. Desenvolvida para alavancar os milhões de pontos de dados em toda a rede da FedEx, a plataforma FedEx Surround utiliza soluções de IA, aprendizado de máquina e análise para monitorar de forma proativa o risco a que são expostos os pacotes da FedEx ao longo de uma rota de entrega, como interrupções climáticas ou atrasos causados pelo tráfego.

Essas informações quase em tempo real oferecem aos clientes visibilidade da situação de sua cadeia de suprimentos e permitem que eles planejem proativamente a solução e as alternativas que a FedEx pode ajudar a executar para manter um entrega no caminho certo.

A FedEx Surround foi implementada em dezembro de 2020 e tem sido fundamental para apoiar o transporte de vacinas contra a Covid-19. A plataforma permitiu que a FedEx gerenciasse esse aumento significativo no volume de remessas prioritárias.

DISPONIBILIDADE

Espera-se que a integração contínua dos dados da FedEx ao Dynamics 365 Intelligent Order Management esteja disponível para os clientes nos EUA no segundo semestre de 2022. Até o momento, não há previsão de lançamento da integração no Brasil.

Inteligência Artificial faz a diferença para o atendimento entre marcas e consumidores

Quantas mensagens você já enviou hoje nos aplicativos de mensagem? Com certeza muitas. Pensando nesse contexto, as empresas devem estar abertas a adotar o mindset de que não são apenas um produto ou serviço, e sim uma construção de experiência para os seus clientes.

Os canais de mensagem se tornaram um dos meios de comunicação mais usados no mundo, por isso é importante guiar as estratégias de marketing a partir de um contato inteligente nessas plataformas de mensagem. Se você não está fazendo isso, com certeza o seu concorrente está.

Para 2022, vale apostar no uso de Inteligência Artificial nos processos de relacionamento entre marca e cliente. Ao mesmo tempo em que a pandemia da Covid-19 trouxe perdas inesperadas para as empresas, muitas encontraram uma forma de provar o quão efetiva a tecnologia pode ser nos dias de hoje.

Algumas transformações foram aceleradas e muitos negócios tiveram que migrar suas vendas para o digital e os chatbots no Whatsapp, Messenger, Telegram e outras plataformas se mostraram ainda mais efetivos no atendimento e engajamento de vendas com o cliente.

“Esse relacionamento através dos canais de mensagem ganhou muita força em meio à crise. A tendência é que cada vez mais as pessoas escolham se comunicar por mensagem do que por ligações. Uma prova disso é que, no último ano, nós atingimos mais de 10 bilhões de mensagens trafegadas em nossa plataforma e mais de 80 milhões de usuários únicos interagiram com os contatos inteligentes dos clientes que atendemos”, afirma Juliano Braz, sócio-diretor e VP de Vendas de Take Blip, empresa líder em business messaging e que oferece soluções de comunicação entre marcas e consumidores em aplicativos conversacionais, como o WhatsApp.

Na corrida tão sonhada pela transformação digital, as empresas não podem esquecer que, no final do dia, ainda estamos lidando com pessoas. Mesmo com o crescimento dessas atividades automatizadas, observamos humanos voltarem a fazer atividades que devem ser feitas por humanos, com mais estratégia, deixando para os robôs fazerem as funções de robôs, mais automatizadas e repetitivas.

“Em Take Blip preferimos falar em “contato inteligente” do que “chatbot”, justamente por acreditar que só com a junção robô mais humano é possível acertar na verdadeira jornada de transformação digital”, aponta Juliano.

Por meio do uso de analytics na plataforma de Take Blip é possível propor um roadmap de automação e desenvolvimento de skills constantemente, ou seja, com o uso de dados é possível entender quais as principais intenções dos clientes e oferecer a melhor experiência de conversa.

A grande vantagem nessa personalização do contato de um consumidor com uma marca é criar uma conversa individual, fluida e infinita. Então, cada usuário tem uma conversa única. O objetivo é entregar uma solução focada em entregar a melhor experiência ao usuário.

Para Juliano, quem consegue fazer o melhor uso da tecnologia para construir interações sai na frente e surpreende seus clientes: “Não é mais uma decisão de make or buy (faça ou compre). O único caminho é construir. Todas as empresas precisarão se tornar empresas de software ou ter um software mindset. Ou seja, usar a tecnologia para fazer com que estas experiências com o cliente se tornem cada dia melhor, evoluindo constantemente a partir do que aprendem com os feedbacks dos próprios clientes.

Everlog figura na quinta posição no TOP 10 Ranking Logtechs

 Empresa acaba de receber um aporte multifundos da ordem de R$ 1,5 milhão

A Everlog, empresa de gestão logística que atua junto a clientes da indústria, varejo e e-commerce, conquistou pelo segundo ano seguido sua presença no ranking 100 Open Startups, plataforma internacional que destaca as empresas novatas que melhor atuam com acordos corporativos. A companhia ocupou a quinta posição no TOP 10 Ranking Logtechs.

Para o CEO da Everlog, Rodrigo Fávero, o reconhecimento é fruto da velocidade das mudanças tecnológicas, que levou a companhia a acelerar acordos e fazer investimentos imediatos em busca de inovação e tecnologia. “Nosso objetivo sempre foi resolver questões relacionadas ao aumento de eficiência operacional e que possibilitam o desenvolvimento de novos produtos e serviços.”

Recentemente, a empresa recebeu um aporte multifundos da ordem de R$ 1,5 milhão, liderado pela Cedro Capital e com a participação da Angels e da Artesian. Os recursos já começaram a ser aplicados na criação de uma plataforma de compra de fretes que disponibiliza, aos embarcadores, acesso direto aos transportadores e aos principais aplicativos de carga do mercado, sempre com foco no desenvolvimento de soluções inovadoras e projetando o olhar para a logística 4.0, tais como blockchain e inteligência artificial.

Agora, devido à sua rápida expansão, a Everlog informa que viu seu faturamento aumentar 30% ano passado, em relação a 2019 e está contratando profissionais de tecnologia da informação (TI) e tem a expectativa de dobrar de tamanho nos próximos meses, alcançando R$ 1,2 milhão.

Como a Inteligência Artificial transforma a experiência de compra no e-commerce

A Inteligência Artificial no e-commerce trouxe muitos benefícios para os consumidores e, também, para os lojistas. Afinal, a tecnologia sempre teve o poder de transformar a sociedade. Com o surgimento do comércio eletrônico não foi diferente. Principalmente na pandemia do coronavírus, essa modalidade ganhou ainda mais força e notoriedade.
Com um contato cada vez maior com os diferentes sites de venda de produtos, o cliente também se tornou mais criterioso. Nesse processo de constante evolução, a Inteligência Artificial no e-commerce surge como uma ferramenta valiosa, contribuindo diretamente para aprimorar a jornada do consumidor.
No final, cliente satisfeito se transforma em sinônimo de aumento nas vendas. Portanto, os empresários precisam encontrar formas para melhorar constantemente a jornada de compra em seus portais de venda. É aqui que a Inteligência Artificial no e-commerce conquista uma importância ainda maior.
Inteligência Artificial no e-commerce
Por conta do isolamento social necessário, a pandemia do coronavírus testou intensamente e comprovou os benefícios da utilização da Inteligência Artificial no e-commerce. “O atual cenário é de amplo crescimento sendo hoje considerado uma grande disputa entre os quatro maiores players do mercado”, destaca Vanessa Croccia, Executiva de Contas da Nuveto.
Segundo ela, é possível afirmar que a pandemia trouxe um crescimento de 75% para o setor. Essa evolução do segmento criou, consequentemente, um cliente ainda mais exigente.
Isso ocorre, principalmente, pela ausência da experiência presencial. Consequentemente, o consumidor tornou-se mais criterioso.
Expectativa do consumidor
Dessa forma, o cliente atualmente espera e necessita que a jornada de venda seja simplificada e eficiente. Portanto, o comerciante digital precisa observar alguns critérios antes, durante e depois de todo o processo.
Logo de início, a pré-venda deve respeitar alguns cuidados básicos, selecionando todas as informações relevantes sobre a mercadoria. “O anúncio precisa ser bem descritivo em relação ao produto, suas qualidades, funcionalidades, preço, frete e imagens”, explica Vanessa Croccia.
Na sequência, é preciso projetar a jornada do cliente durante o processo de compra. “Aqui estamos falando de omnicanalidade e funcionalidade da plataforma, sendo cada uma de acordo com a disponibilidade de interação”.
A Executiva de Contas da Nuveto destaca que, atualmente, diversas pesquisas demonstram que o cliente “sente confortável” em receber o atendimento por um canal de chat, por ser imediato, em tempo real.
Por fim, o pós-venda não pode ser ignorado por quem almeja obter sucesso nas vendas on-line. Dessa forma, é preciso garantir a entrega com qualidade, segurança e sempre respeitando os prazos.
Com tantos detalhes relevantes em jogo, a Inteligência Artificial no e-commerce contribui em todas as etapas, entendendo as necessidades dos clientes e criando facilitadores durante todo o processo até a entrega do produto, tornando essa experiência cada vez mais personalizada e eficiente.
Importância da comunicação
A comunicação, aliás, desempenha papel importante neste trabalho de criação e implantação da melhor jornada de compra. Entre as recomendações, estar disponível de forma rápida nos mais diversos canais para responder dúvidas e se relacionar com esse consumidor, que busca respostas rápidas e aproximação com a marca. Isso facilitará a sua decisão e garantirá a sua satisfação.
“Um ponto importante é estar atento aos canais digitais e redes sociais para executar um atendimento em tempo real”, destaca Vanessa Croccia. Isso evita a insatisfação e insegurança do consumidor, assim como elimina a oportunidade para a atuação da concorrência.
Pontos de atenção
Para entender a importância da Inteligência Artificial no e-commerce é preciso entender também as maiores dificuldades encontradas pelos clientes nos portais de vendas. A lista conta com problemas nos meios de pagamento, assim como a dificuldade para a uma possível troca do produto.
Além desses fatores, a executiva de contas da Nuveto destaca outros pontos críticos, como a falta de informações sobre o produto, prazos de entrega e garantia. “É preciso também cuidado para evitar erros de digitação, uso excessivo de termos técnicos e textos apelativos e não informativos”.
Outro fator que contribui para a desistência do cliente em determinado produto é a baixa qualidade na resolução das imagens.
É importante lembrar também que, atualmente, a maior tendência do consumidor está voltada para os marketplaces, por conta do menor prazo de entrega associado ao melhor custo de frete.
Além disso, não se podemos deixar de citar a garantia necessária no caso de insatisfação para devolução do produto.
Fator relevante
Em uma loja tradicional, o vendedor é o ponto de referência para o consumidor tirar as dúvidas e, assim, decidir pela compra do produto. Mas como isso ocorre em um site?
Mesmo com todo o processo de compra automatizado, o cliente ainda deseja falar com as marcas durante a jornada para tirar dúvidas. “Para um atendimento perfeito é necessário a disponibilização de campos na plataforma do e-commerce para tirar todas as dúvidas antes da aquisição do produto”, reforça Croccia.
É preciso lembrar também da agilidade e qualidade nas respostas para garantir a segurança e satisfação ao efetuar uma compra on-line. Dessa forma, a utilização de IA pode agilizar a comunicação das lojas com seus clientes.
Nesse caso, o melhor caminho é trabalhar com soluções omnichannel. “Sendo elas chatbot ou mecanismos de recomendações (análise do perfil do cliente), entre outras”.
Vanessa Croccia explica ainda que a utilização da omnicanilidade reduz consideravelmente os abandonos de carrinhos.
O futuro do consumo
A tendência é que esse novo perfil de consumo que foi acelerado pela pandemia do novo coronavírus permaneça nos próximos anos.
Segundo o relatório eMarketer Roundup Fast Growing EcommerceMarket – LATAM, com a crescente adoção às compras on-line, o total de vendas passou de 4,9% em 2019 para 10,8% em 2021, mais que o dobro de vendas realizadas anteriormente. A expectativa é que esse mercado se mantenha nos próximos anos
Aqui é importante destacar que as plataformas que usam Inteligência Artificial no e-commerce estão aumentando agressivamente as vendas, com a melhora constante da experiência do consumidor.
Além disso, promovem a expansão da escala de produção, criando valor industrial e novas oportunidades de negócios. “Essa convergência é um ajuste natural para o futuro”.
Certamente, existem diversas vantagens para a utilização da Inteligência Artificial no e-commerce, dentre elas estão a otimização da jornada do consumidor, acompanhamento de status do pedido, experiência mais naturais e dados mais estruturados.
Suporte necessário
Com todas as vantagens na utilização da Inteligência Artificial no e-commerce, mas tantos detalhes para ficar de olho, é importante contar com o auxílio de quem realmente entende do assunto.
A Nuveto, por exemplo, consegue auxiliar as lojas digitais na conquista de maior produtividade em relação a omnicanalidade, mídias digitais, rede socias, integração com CRM, resposta em tempo real, Inteligência Artificial, chatbot e voz.
Dessa forma, é possível garantir a melhor experiência em relação a jornada do cliente no. Isso desde o processo de definição de um produto, até o canal que ele irá escolher para consumir e se relacionar com a marca.

O Impacto da tecnologia no consumo pós-pandemia

Entenda como a pandemia acelerou mudanças tecnológicas em diversos setores e transformou a experiência de compra do consumidor.

A pandemia trouxe uma nova realidade para a vida das pessoas, afetando diversos setores, principalmente, as áreas de saúde e economia.

Com o isolamento social, houve uma aceleração da transformação digital ao redor de todo o mundo.

Dentro do cenário comercial, a tecnologia se apresenta como um meio de transformação na experiência de consumo. Com isso, muitas empresas e negócios locais adotaram o e-commerce como uma solução para as vendas.

Apesar do boom das compras on-line, o varejo físico se mantém firme no mercado, que vem apresentando indícios de um consumo cada vez mais híbrido a longo prazo.

O isolamento social potencializou a inclusão digital, bem como as transações e o consumo on-line.

Vendas e projeções
Varejo Mundial | 2019-2024

Fonte: Emarketer Inteligência de Mercado | Globo

Vendas e projeções

Varejo Mundial | 2019-2024

Fonte: Emarketer Inteligência de Mercado | Globo

Em 2021, a China se tornará o primeiro país da história onde o digital atingirá mais da metade das vendas do varejo e continuará liderando o mundo em número de compradores digitais.

Investir em canais on-line foi a solução encontrada por muitos brasileiros para fechar 2020 com saldo positivo. A venda on-line se tornou um dos principais meios de geração de receita durante a pandemia.

A evolução do e-commerce no Brasil deu um salto em 2020, com crescimento de 41%

Benefícios da tecnologia no ambiente de compra

Marketplaces cresceram ainda mais 52%. Com esse patamar, o formato foi responsável por 84% das vendas on-line.

Fonte: Ebit | Nielsen Webshoppers 43 Inteligência de Mercado | Globo

Crescimento do E-commerce brasileiro fica em 4º no ranking global

Crescimento global em 2020 foi de 28%. Dado reflete o quanto cada país esteve acima dessa média

Fonte: Emarketer Inteligência de Mercado | Globo

Comportamento do consumidor e as novas tecnologias

A aceleração do uso dos canais digitais para compras também evidencia os pontos de melhoria.

O processo de logística reversa já era um ponto de atenção antes da pandemia. Com restrições e cuidados sanitários, ficou mais evidente.

Qual seu maior receio ao realizar uma compra on-line?

Fonte: Emarketer Inteligência de Mercado | Globo

Mais da metade dos usuários da Internet nos EUA afirmam que devoluções gratuitas são o elemento mais importante para a decisão da compra de um produto on-line.

Nesse sentido, novas tecnologias facilitam processos no ambiente de comprar, agregando comodidade e praticidade.

Benefícios da tecnologia no ambiente de compra

Fonte:High Tech Retail | Grupo Chroma/abr 19

A palavra-chave do momento é a mudança, inspirada por 5 principais drivers.

Em 2030, espera-se que três quartos da população global estejam conectados.

  • Aumento Populacional
  • Fatores Ambientais
  • Evolução dos Valores do Consumidor
  • Deslocamento de Poder Econômico
  • Advento de Novas Tecnologias

Na última década, a tecnologia surgiu como um dos principais impulsionadores que remodelam o mundo. Novas soluções acelerarão mudanças para empresas e consumidores.

Inteligência Artificial

Padrão de aprendizagem de máquinas a partir de dados que levarão uma maior automação. Encontramos essa tecnologia na campanha ‘Intel e o Futuro da Inteligência Artificial’, com um holograma.

.Realidades alternativas

Realidade virtual: Tecnologia envolvente que pode levar os consumidores a novos mundos. Encontrada no tour virtual do museu Van Gogh.

Realidade aumentada: Integração de elementos ou informações virtuais com elementos do mundo real através de uma câmera. Tecnologia encontrada através do Google RA – Animais em 3D.

Realidades misturadas: Uma combinação entre o mundo real e o virtual. Tecnologia encontrada através do HoloLens 2, da Microsoft.

Internet das coisas

A adição da conectividade com a Internet a mais coisas para novas estratégias baseadas em dados. Tecnologia encontrada na Casa do Futuro LG.

Vestíveis/Injetáveis:

Podem conectar consumidores de formas mais imperceptíveis do que smartphones. Tecnologia encontrada através da 360 Wallet.

Blockchain

A capacidade de descentralizar o poder terá implicações na gestão da cadeia de abastecimento, pagamentos, segurança de dados e fidelidade. Tecnologia encontrada na campanha ‘Figure Technologies e o Blockchain.

Impressão 3D

Capacidade de fazer objetos tridimensionais a partir de um arquivo digital. Tecnologia encontrada na Volks com o The Polo Principle.

5G

Redes atualizadas fornecerão a velocidade e a potência necessárias. Tecnologia oferecida pela Verizon + Samsung Galaxy S21.

A presença de um consumidor mais omnichannel será cada vez mais forte nos próximos anos.

No curto prazo, a maior parte da intenção de compra será híbrida, ou seja, utilizando canais digitais e físicos. Dessa forma, para construir e reforçar o relacionamento das marcas com seus consumidores, será essencial a reinvenção da jornada do consumidor.

Fonte: Euromonitor International

Fonte: Euromonitor International

Como o brasileiro pretende usar a tecnologia em suas jornadas de compra.

Fonte:High Tech Retail | Grupo Chroma/abr 19

É preciso criar pontes mais humanas e didáticas entre os shoppers e as novas tecnologias.

Muitos ainda se sentem desconfortáveis ao perder a interação humana no processo, além da falta de familiaridade ao interagir com as inovações.

Reação do Shopper às Tecnologias.*

*Como você imagina que se sentiria em mercados, farmácias, lojas de conveniências, restaurantes e outras lojas com essas tecnologias?

Fonte:High Tech Retail | Grupo Chroma/abr 19

As novas soluções em tecnologia devem aproximar um pouco mais as experiências e expectativas entre diferentes categorias no longo prazo.

 

Mudança de Hábito:

54% dos consumidores pretendem manter a atividade de comprar on-line, adquirida durante a pandemia

38% Realizou compras de bens duráveis pelo menos 1x por trimestre em 2020.

45% Pretendem manter os gastos com bens duráveis em 2021.

20% Pretendem comprar algum item de utilidade doméstica nos próximos 90 dias.

20% Pretendem comprar smartphones nos próximos 90 dias.

19% Pretendem comprar algum item eletrônico nos próximos 90 dias.

Entendemos que a relação do consumidor com a tecnologia tem mudado seus hábitos de compra e suas expectativas quanto à interação com os canais de venda. A pandemia acelerou muitos dos hábitos e concentrou maior poder entre os marketplaces, que buscam oferecer o melhor nível de serviço possível para fidelização.

Novas tecnologias serão fundamentais para diminuírem a distância entre experiências on-line e off-line, bem como para tangibilizar o processo de compra de produtos que dependem mais de seleção e experimentação. Com base nisso, informar e capacitar o consumidor será fundamental para destravar todo potencial de soluções tecnológicas, conhecidas ou não.

Por fim, por mais que o consumidor espere que, no longo prazo, suas compras serão mais exclusivas em determinado canal para cada categoria, a intenção de compra no curto prazo é cada vez mais omnichannel.

O que muda com a criação da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA)?

Documento visa nortear ações para o desenvolvimento da tecnologia no país; especialistas ouvidos pela Consumidor Moderno avaliam o documento como um bom ponto de partida, mas criticam falta de profundidade.

No início de abril, o governo federal lançou uma norma que prevê a primeira política pública orientada ao uso da inteligência artificial no Brasil. Trata-se da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA), instituída pela Portaria 4.617, do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações. O EBIA pode ser o ponto de partida para a regulação de algoritmos no País.

A EBIA possui 6 objetivos estratégicos:

  • Contribuir para a elaboração de princípios éticos para o desenvolvimento e uso de IA responsáveis;
  • Promover investimentos sustentados em pesquisa e desenvolvimento em IA;
  • Remover barreiras à inovação em IA;
  • Capacitar e formar profissionais para o ecossistema da IA;
  • Estimular a inovação e o desenvolvimento da IA brasileira em ambiente internacional;
  • Promover ambiente de cooperação entre os entes públicos e privados, a indústria e os centros de pesquisas para o desenvolvimento da Inteligência Artificial.

O estabelecimento desses pilares vai servir de parâmetros para a criação de leis que envolvam inteligência artificial. Um dos assuntos é a possibilidade de regulação de algoritmos, evitando assim que façam escolhas consideradas machistas e preconceituosas de uma maneira geral.

Segundo Aline Trivino, professora e advogada especialista em Direito Penal, Processo Penal e Direito Digital, o que muda para o cidadão é que a estratégia busca trazer um maior controle sobre o uso da IA. “Ela visa não só a manipulação de dados em massa, mas também (quem exerce a) influência dessa manipulação. Um maior controle de como essa utilização é feita pode nos ajudar no desenvolvimento de negócios”, avalia.

Um bom ponto de partida

Para Luiz Augusto D’Urso, advogado especialista em Direito Digital, professor no MBA da FGV e presidente da Comissão Nacional de Cibercrimes da ABRACRIM (Associados Brasileira dos Advogados Criminalistas), toda e qualquer iniciativa nacional de fomento à tecnologia e inovação é positiva. “A preocupação do poder público em relação à evolução da IA é importantíssima; por meio de uma estratégia será possível fomentar o avanço tecnológico e, também, controlar a situação da substituição do homem pela máquina. ”

O especialista diz que o impacto da tecnologia nas relações de consumo é muito grande e, portanto, o controle da Inteligência Artificial para o entendimento humano deverá ser regulamentado. Ele pondera, no entanto, que a EBIA é apenas um ponto de partida em um debate que deve ser continuado e aprofundado.

“É claro que a Inteligência Artificial é muito maior do que a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial. Ela muda e altera todo um cenário na sociedade, então nunca devemos nos dar por satisfeitos com uma estratégia inicial. Os estudos utilizados pela EBIA devem servir também de reflexão e aprimoramento de uma estratégia mais completa, e, claro, trazendo também o viés político que deve acompanhar a importância dessa evolução, trazendo questões legislativas sem dificultar o avanço da tecnologia. ”

“Um documento desprovido de espírito”

O Brasil não é o primeiro país a aprovar uma diretiva com os princípios do uso da inteligência artificial. Especialistas ouvidos pela Consumidor Moderno apontam para mais de 20 países que já possuem uma norma similar. E esse é justamente o ponto de partida das críticas direcionadas a EBIA.

A principal crítica é de que a EBIA seria apenas um “pontapé inicial” na discussão sobre o assunto, capaz apenas de trazer discussões genéricas. “É um documento desprovido de espírito. Sócrates provavelmente classificaria o documento como sendo de autoria dos Sofistas”, diz Marcelo Chiavassa de Mello Paula Lima, professor de Direito Civil, Digital e Inovação do Mackenzie.

Segundo Chiavassa, a EBIA peca em adequar as diretrizes à realidade brasileira, sendo uma espécie de “compilado” de estudos e medidas de diferentes instituições e países, boa parte deles relativamente antigos, realizados em 2018 e 2019.

“Apesar de identificar muito bem os problemas existentes no mundo atual, a propositura de soluções é pouco – ou quase nada – concreta. A EBIA se limita a dizer que precisa incentivar, precisa financiar, precisa fazer, mas não esclarece como fazer, quem irá financiar e nem o que precisa fazer. Ela parece mais um draft, ou seja, uma iniciativa ainda não finalizada, do que propriamente um trabalho sólido e que tenha como ambição ser o pontapé inicial no projeto brasileiro de regulação dos diferentes impactos da Inteligência Artificial. ”

O especialista lista algumas questões que explicitam a falta de concretude dessa Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial, especialmente na seção destinada à Educação Digital.

“O documento fala em instituir programas de formação tecnológica para professores e educadores, ampliar a oferta de cursos de graduação e pós-graduação ligados à inteligência artificial, e uma série de outras medidas. Questiona-se: quando isso vai ser feito? Quem será o responsável por coordenar essas iniciativas? Como se dará a ampliação da oferta de cursos? Essas medidas abrangem educação pública e privada? Haverá incentivo financeiro? Qual a meta a ser cumprida (10 novos cursos? 20? 50?)? Em quanto tempo essa meta deverá ser atingida?  Quantos anos mais teremos que esperar para que essas ações estratégicas ganhem concretude? ”, conclui Chiavassa.