Aplicativos no Brasil gastaram US$ 2,85 bi para conquistar usuários em 2024, indica relatório

O Brasil é um dos países que mais passa tempo no celular, cerca de cinco horas por dia, se comparado com a média global, que é de três horas diárias.
É isso que torna o país um mercado próspero para o mobile, pois a predominância da cultura “app first” movimentou cerca de US$2,85 bilhões em investimentos no ano passado. É o que diz a edição de 2025 do relatório “Estado do Marketing de Aplicativos no Brasil”, lançado na quinta-feira (8), pela AppsFlyer durante o evento MAMA São Paulo.

Com a dependência dos aplicativos para diversas funções, desde enviar um Pix até solicitar serviços digitais, como uma corrida de táxi, o país é o 4º local com maior investimento em mobile – o que desperta o interesse do mercado global, pois se destacam em reengajamento e retenção de usuários.

iOS cresce e desafia Android

Em 2024, o Brasil também ficou em 4º lugar na lista de maiores mercados em investimento em anúncios por aquisição de usuários (UA), ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Índia e Reino Unido.

No entanto, enquanto EUA e Reino Unido focaram em investir no iOS, o Brasil, assim como a Índia, direcionou a maioria do orçamento para o Android. 93% dos US$2,85 bilhões investidos em UA no Brasil foram destinados ao Android, que detém 82% da participação de mercado dos sistemas operacionais móveis.

Durante muitos anos, apostar no Android fez sentido, já que o sistema oferecia escala a um custo menor, além de ser um motor confiável de crescimento. Apenas no ano passado, cada aplicativo de redes sociais e finanças movimentou cerca de US$ 500 milhões em aquisição de usuário, e a maior parte do valor foi direcionado ao Android.

Agora, o cenário está mudando: os apps de finanças do Android tiveram uma queda de quase 10% nas instalações ano a ano, indicando que as campanhas não podem ser exclusivamente focadas nesse sistema. O iOS ganha margem com um crescimento de 168% em investimento de aquisição, na comparação de 2023 com 2024. Por outro lado, o Android sofreu uma retração de 22%.

Transferência de orçamento

A tendência se repete entre os principais segmentos, como os apps de finanças e de compras, que triplicaram seus investimentos em iOS, enquanto apenas o setor de e-commerce representou 17% de quase US$ 400 milhões investidos.

A surpresa foi o investimento dos aplicativos de alimentação e bebidas, que disparou 923%. “O Android ainda é essencial para alcançar grandes públicos, mas o iOS está se tornando a principal escolha para um crescimento baseado em valor de tempo de vida do usuário (LTV)”, explica Renata Altemari, country manager da AppsFlyer no Brasil.

“À medida que o mercado de apps no Brasil amadurece, as estratégias de aquisição de usuários evoluem do foco em volume para um impacto mais significativo. Para os profissionais de marketing focados em retorno de longo prazo, a mensagem é clara: pode ser hora de repensar como e onde os orçamentos estão sendo investidos”.

Mudança de foco

Ainda que ovolume de downloads de aplicativos tenha estagnado no Brasil nos últimos dois anos, 2024 revelou uma recuperação de 9%. Liderada pelo iOS, a mudança mostra o sistema da Apple com um aumento anual de 19%, em comparação com 4% do Android.

Apenas no e-commerce, o sistema obteve um aumento de +18%. Apesar disso, o Android continua dominando, com crescimento geral, com o crescimento geral de 6% ano contra ano.

Como todos os aplicativos podem ser potenciais redes de anúncios, as marcas devem apostar estratégias de valor a longo prazo, assim como nos eventos culturais – responsáveis por impulsionar o engajamento e conversão dos usuários. Por exemplo, datas como Carnaval e Copa América impulsionaram o reengajamento no primeiro semestre do ano.

Só no ano passado, os investimentos em campanhas de remarketing somaram US$ 1,67 bilhão. Mesmo com o Android liderando em conversões, o investimento em remarketing no iOS cresceu 18% em relação a 2023.

“O que os dados nos mostram é que o mercado de apps no Brasil deve focar em oportunidades nos segmentos de e-commerce e finanças; migrar de uma abordagem baseada em volume para uma centrada no ciclo de vida do usuário; investir em remarketing para aumentar retenção e fidelidade, especialmente em apps de compras e finanças, e, ao mesmo tempo, priorizar a prevenção à fraude para proteger campanhas e garantir resultados sustentáveis”, ressalta Renata.

Fraudes: Brasil no “Top 10”

Outro ponto deve ter atenção redobrada: as fraudes. Sejam feitas por bots, fazendas de clicks ou hackers, elas fazem os usuários acreditarem que baixaram um aplicativo, quando, na verdade, a verdade a instalação é falsa ou manipulada. O que causa prejuízo aos anunciantes por pagarem pelas instalações fraudulentas.

Frequentemente negligenciadas, a exposição a esse tipo de fraude no Brasil superou US$ 460 milhões, colocando o país na 10ª posição global em perdas financeiras. Com um aumento generalizado e praticado geralmente por bots, as ocorrências afetaram 57% dos Android e 79% dos iOS. O principal alvo são os apps de finanças e compras.

O estudo foi baseado numa amostra de 8 mil aplicativos, com mínimo de 5 mil instalações por trimestre, 29,5 bilhões de instalações totais entre 2018 e 2024, e US$3,6 bilhões investidos por aplicativos móveis em aquisição de usuários entre primeiro trimestre de 2023 e primeiro trimestre de 2025.

Fonte: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/aplicativos-no-brasil-gastaram-us-285-bi-para-conquistar-usuarios-em-2024

Gigantes da Logística: A operação do Mercado Livre em números

Destaque da nova reportagem da série “Gigantes da Logística”, companhia aposta em uma robusta malha operacional para manter liderança no e-commerce brasileiro.

Na nova reportagem da série “Gigantes da Logística”, o destaque é uma das líderes do e-commerce brasileiro: Mercado Livre — que, a título de informação, registrou 345,5 milhões de acessos entre maio e outubro do ano passado, segundo dados da Conversion repercutidos pelo E-Commerce Brasil. Para isso, a companhia dispõe de uma das maiores operações logísticas do Brasil, com infraestrutura tecnológica avançada e significativos investimentos para atender à demanda crescente do comércio eletrônico.

Em entrevista à MundoLogística, o diretor-sênior de Operações Logísticas do Mercado Livre, Luiz Vergueiro destacou a logística como um dos principais atributos da companhia. Hoje, mais de 90% das compras realizadas no marketplace são processadas diretamente pela rede logística própria do Mercado Livre.

Atualmente, são 14 centros de distribuição (CDs) Fulfillment espalhados por estados como Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, com planos de ampliar para 21 CDs até o final de 2024. “A ampliação representa mais que o dobro do que tínhamos no início de 2023”, destacou o diretor.

Essa expansão é estratégica e visa sobretudo acelerar a entrega. “Quase metade das entregas (49%) chega ao consumidor no mesmo dia ou no dia seguinte. Essa agilidade é um fator decisivo para o consumidor digital, pois ele sabe que receberá seu produto com rapidez e segurança”, afirmou Vergueiro.

PRINCIPAIS CENTROS E DESCENTRALIZAÇÃO
Entre os principais CDs está Cajamar (SP), o maior da América Latina, responsável por aproximadamente 30% das entregas realizadas no Brasil. “Cajamar é um ponto-chave, graças à sua estrutura avançada e proximidade com grandes centros urbanos”, explicou o executivo.

Outros importantes CDs estão em Louveira (SP), Pernambuco (Recife), Bahia, Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e Distrito Federal.

O Mercado Livre também opera 23 centros cross-docking e 107 service centers, ampliando sua capacidade logística e a capilaridade das entregas. Vergueiro ressaltou que a regionalização é central, pontuando que “63% das novas operações estão fora de São Paulo, reforçando nosso compromisso com o desenvolvimento socioeconômico do país”.

TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE
Um dos diferenciais do Mercado Livre é a inovação tecnológica. A empresa utiliza mais de 340 robôs autônomos em Cajamar, que movimentam diariamente cerca de 2.500 prateleiras e preparam 20 mil pedidos por dia. “A tecnologia Robotics já reduz o tempo de processamento dos pedidos em até 20%, aumentando nossa eficiência e permitindo uma maior utilização do espaço, o que otimiza a capacidade de armazenamento”, detalhou Vergueiro. O tema já foi destaque em entrevista exclusiva da MundoLogística.

Além disso, sistemas avançados de Inteligência Artificial são empregados para prever demanda, organizar estoques e assegurar que produtos de alta procura estejam disponíveis nos CDs mais próximos aos consumidores.

Outro ponto importante na operação logística é a sustentabilidade. Desde 2020, a empresa investe em veículos de combustíveis alternativos e energia renovável. “Hoje, somos a empresa com a maior frota elétrica do Brasil, com 69% das nossas operações abastecidas por fontes renováveis”, afirmou Vergueiro. Todas as embalagens utilizadas também são recicláveis ou reutilizáveis, reforçando o compromisso ambiental.

INVESTIMENTOS E SAZONALIDADE
Para 2024, o Mercado Livre prevê movimentar cerca de 1,5 bilhão de itens e planeja investir R$ 23 bilhões na expansão e melhoria de sua infraestrutura logística. A operação emprega mais de 19 mil colaboradores somente nos CDs Fulfillment e atende mais de 100 milhões de consumidores únicos.

“Esperamos alcançar receita líquida de R$ 21 bilhões em 2024, um crescimento de 38% sobre o ano anterior”, ressaltou o executivo.

Vergueiro reconheceu o desafio de lidar com períodos de alta demanda, como promoções e datas comemorativas. Na última Black Friday, por exemplo, o Mercado Livre entregou 80% dos produtos vendidos via serviço Fulfillment em até três dias.

“Nossa infraestrutura robusta e inteligência logística permitem ajustar rapidamente a operação às variações de demanda, garantindo eficiência e qualidade nas entregas mesmo em momentos de pico”, explicou.

INDICADORES E EFICIÊNCIA OPERACIONAL
O Mercado Livre mede a eficácia da sua operação por meio de indicadores como prazo de entrega, capacidade operacional dos CDs e custo de frete. “Conseguimos aumentar em 40% o número de cidades atendidas com entregas no mesmo dia, reduzindo custos operacionais e tornando o e-commerce mais acessível”, afirmou Vergueiro.

Tecnologias como a solução “Shelves to Person” trouxeram ganhos significativos, como a redução de 20% no tempo de processamento de pedidos e uma otimização de 15% no espaço operacional.

Esses resultados influenciam diretamente as estratégias adotadas pelo Mercado Livre, reforçando a posição da companhia no mercado brasileiro e possibilitando um crescimento consistente e sustentável. “Nosso objetivo é sempre aprimorar a experiência de compra do cliente, utilizando tecnologia e inovação para ampliar nossa eficiência e alcance no Brasil”, disse o executivo.

Fonte: https://mundologistica.com.br/noticias/gigantes-da-logistica-operacao-mercado-livre-em-numeros

Amazon amplia uso de robôs e IA em armazéns dos EUA para reduzir custos e acelerar entregas

Empresa investiu US$ 100 bilhões neste ano em automação e robótica, tornando-se uma das maiores usuárias de robôs industriais no mundo.

Empresa investiu US$ 100 bilhões neste ano em automação e robótica, tornando-se uma das maiores usuárias de robôs industriais no mundo. A Amazon está testando o uso de sistemas avançados de robôs como parte do esforço para aumentar a eficiência em armazéns, segundo o Financial Times. Os robôs têm assumido um papel cada vez maior nas redes de armazém da empresa, o que foi possibilitado pela incorporação de inteligência artificial.

No caso da Amazon, o aumento em robótica e IA faz parte de um investimento de US$ 100 bilhões neste ano. A companhia é um dos maiores usuários do mundo de robôs industriais, mas levou dez anos para chegar nesse ponto.

A companhia tem feito mais investimentos em robótica nos armazéns a partir de IA. As unidades de Proteus, por exemplo, utilizam a tecnologia para permitir que o sistema processe seu campo de visão em tempo real, o que permite navegação no espaço junto com trabalhadores humanos.

Desde que adquiriu a startup Kiva em 2012, a Amazon expandiu o uso de robôs de forma significativa. A startup foi renomeada para Amazon Robotics e, desde então, entregou mais de 750 mil dispositivos móveis e dezenas de milhares de braços robóticos e sistemas autônomos.

O primeiro robô móvel em um armazém da Amazon foi chamado de Kiva e era responsável por levantar e mover prateleiras. O sistema evoluiu para robôs Hércules e Titãs, alguns capazes de levantar mais de uma tonelada.

O objetivo do uso de robôs nos armazéns é reduzir custos e acelerar as entregas de produtos. Um armazém aberto no estado de Luisiana (EUA) no ano passado tem dez vezes mais pedaços de equipamentos robóticos do que versões anteriores, o que resultou em uma redução de 25% dos custos de processamento de pedidos.

Como isso atinge os trabalhadores?

A companhia tem implementado robótica em cada etapa de seu processo de atendimento, mas a empresa diz que trabalhadores humanos continuam a desempenhar um papel em suas operações.

Em entrevista para o Financial Times, a diretora do Centro para Transportes e Logísticas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Eva Ponce, disse que a tecnologia tem substituído alguns funcionários, mas também adicionado novas oportunidades de trabalho que incluem maior formação. O grupo disse que investiu US$ 1,2 bilhão desde 2019 para treinar funcionários em papéis de manutenção.

Os empregados da Amazon ainda precisam lidar com pacotes em formatos diferentes ou que foram catalogados de forma imprópria. Também atuam no caso de itens retornados que precisam de inspeção.

No entanto, as condições de trabalho em armazéns têm sido fonte constante de tensão entre a companhia e representantes de trabalhadores, que fazem alertas a respeito do aumento do ritmo de trabalho e os possíveis danos causados pelo esforço para além dos limites considerados seguros.

Já a Amazon argumenta que IA e robótica tem um papel importante em aumentar a segurança a partir de melhor ergonomia e na redução da necessidade de carregar objetos pesados.

Fonte: https://exame.com/inteligencia-artificial/amazon-amplia-uso-de-robos-e-ia-em-armazens-para-reduzir-custos-e-acelerar-entregas/

Nova varejista chinesa se inspira na Shein e mira abertura de lojas físicas

Com a abertura de mercado conquistada pela Shein no varejo de moda mundial, outras companhias chinesas estão explorando oportunidades, principalmente nos EUA e da Europa. Uma delas é a Urban Reivo, que pretende ultrapassar a marca de 100 lojas físicas fora da China.

Com mais lojas na China do que a Zara e H&M, a empresa vive um momento de expansão no Sudeste Asiático, incluindo mercados como Tailândia, Cingapura, Filipinas e Vietnã. Com sede em Guangzhou, ela já conta com um projeto confirmado de unidade nos EUA, localizado no bairro de Soho, em Nova York.

A previsão, de acordo com informações da Bloomberg, é de que 25 lojas sejam inauguradas fora da China ainda em 2025. Outros destinos que devem receber estas unidades são Londres (2), Japão (diversas lojas) e países do Oriente Médio, mas sem especificação.

Segundo Leo Li, fundador da Urban Revivo, caso a estratégia seja bem-sucedida, o ritmo de aberturas pode ser ainda maior em 2025. O objetivo principal é atingir 100 lojas no exterior.

Produção e cadeia de suprimentos global

Para driblar gargalos da cadeia de suprimentos e retaliações de governos com operações cross border, a estratégia da Urban Revivo passa não só por estabelecimentos físicos. A construção de fábricas próximas aos mercados onde pretende atuar ativamente é vista como a peça principal neste quebra-cabeça.

Com este setor fora da China, a ideia é que, no mínimo, metade das roupas vendidas fora da China sejam fabricadas da mesma forma. Até o momento, conforme aponta a reportagem, a companhia estuda parcerias com fabricantes locais dos EUA e pretende iniciar sua produção na Turquia ainda este ano, visando a demanda europeia.

“Nossa incursão no Sudeste Asiático começou em 2016, mas a verdadeira globalização da moda acontece com a entrada nos mercados dos EUA e da Europa. A meta da Urban Revivo ainda é ambiciosa tendo em vista nossa movimentação financeira de cerca de US$ 1 bilhão em vendas anuais, uma fração do faturamento da Zara, H&M e Shein. No entanto, o sucesso global da última citada demonstra que empresas chinesas do setor podem conquistar espaço nas principais capitais da moda ocidental”, afirma o executivo.

Embora os preços da Urban Revivo sejam quatro a cinco vezes superiores aos da Shein, Li acredita que a produção mais próxima dos mercados-alvo ajudará a reduzir custos logísticos e tarifas. A ideia é que fornecedores locais fabriquem itens de alta rotatividade, enquanto a produção na China se volta às peças mais atemporais.
Perspectivas

A expectativa de Li é que cerca de 30% das vendas totais da Urban Revivo venham de fora da China, levando em consideração um possível sucessos na expansão internacional. Atualmente, a marca conta com a maior parte da receita proveniente dos consumidores chineses, além de parcela das lojas no Sudeste Asiático.

“O plano para enfrentar gigantes como Zara e H&M nos mercados ocidentais é baseado no modelo que funcionou na China: uma cadeia de suprimentos ágil e experiência em e-commerce para acompanhar rapidamente as tendências dos consumidores”, pontua.

Fonte: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/nova-varejista-chinesa-se-inspira-na-shein-e-mira-abertura-de-lojas-fisicas

DHL Aero Expreso é a mais nova companhia aérea a operar no Brasil

Empresa de transporte de cargas foi autorizada pela Anac a realizar voos regulares no país.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou no Diário Oficial da última terça-feira, 17 de setembro , a companhia aérea estrangeira DHL Aero Expreso a iniciar operações regulares no Brasil. A empresa do Panamá pretende facilitar o transporte de cargas, especialmente de produtos de alto valor agregado, como medicamentos e eletrônicos.

A DHL Aero Expreso, subsidiária da DHL panamenha, está expandindo sua presença no mercado de carga na América Latina. A companhia possui uma frota de aeronaves cargueiras, incluindo modelos Boeing 757-200 e 767-300, que atendem a diferentes rotas internacionais. Em breve, a empresa estará apta a registrar voos no Sistema de Registro de Serviços Aéreos da Anac (Siros).

Transporte de carga aérea na América Latina

A autorização da DHL Aero Expreso é mais um passo no fortalecimento da liberalização de serviços cargueiros na América Latina. Brasil e Panamá são signatários do Memorando de Entendimento sobre Liberalização de Serviços Cargueiros da Comissão Latino-americana de Aviação Civil (CLAC), celebrado em dezembro de 2023.

Por meio do Memorando, os países membros da CLAC podem conceder mutuamente direitos de tráfego de 7ª Liberdade do Ar para serviços exclusivamente cargueiros. Na prática, isso significa que a empresa aérea de um país signatário poderá realizar transporte entre outro país signatário e um terceiro país sem que o transporte comece ou termine no território do país de bandeira da empresa operadora.

Link: https://www.gov.br/anac/pt-br/noticias/2024/dhl-aero-expreso-e-a-mais-nova-companhia-aerea-a-operar-no-brasil

Shein anuncia mais uma expansão do marketplace no Brasil: Paraná é o novo foco

A varejista global de moda, beleza e lifestyle Shein vem ampliando seu marketplace no Brasil. Desta vez, o Paraná é a nova região estratégica em seu plano de expansão. Focada nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel, a empresa pretende atingir 1.500 vendedores locais até o final de novembro. O marketplace, lançado em abril de 2023, cresceu rapidamente no país, passando de 10 mil vendedores em novembro para 25 mil em agosto de 2024.

“Atualmente, as vendas do marketplace representam 55% da receita da Shein no Brasil. Isso reforça nosso comprometimento com o país e nossa meta de alcançar 85% de vendas locais até o final de 2026, combinando produtos do marketplace e da produção nacional”, afirma Felipe Feistler, country manager da Shein no Brasil.

Em 2024, a empresa prioriza a expansão em cinco estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“Já expandimos para o Rio de Janeiro e Minas Gerais no primeiro semestre, e em setembro chegamos ao Paraná. Nosso objetivo é continuar ampliando nosso ecossistema em todas as regiões do Brasil. Queremos tornar a beleza da moda acessível a todos”, destaca Feistler.

Por que o Paraná?
A proximidade do Paraná com outros estados do Sul e Sudeste, além de seu polo têxtil, faz da região uma escolha estratégica para o crescimento da Shein. O estado conta com um ecossistema logístico robusto, essencial para o desenvolvimento do marketplace.

“Vemos grande potencial em Curitiba, Londrina, Cascavel e Maringá para atrair vendedores e escalar o marketplace. Esperamos ter 1.500 vendedores da região até novembro, principalmente micro, pequenas e médias empresas, que poderão alcançar um mercado maior com o apoio da expertise e do alcance da Shein no país”, acrescenta Feistler, destacando o acesso a 45 milhões de usuários da plataforma.

Logtechs receberam R$ 1,3 bi em investimento desde 2023

Levantamento da Liga Ventures indica 282 logitechs ativas no País. Maioria está em SP e atua com gestão de entregas.

A rede de inovação aberta Liga Ventures, em parceria com a BAT Brasil e a Frotas Conectadas, anunciou essa semana um estudo sobre a evolução das startups brasileiras de logística, ou logtechs. Foram mapeadas 282 startups ativas que utilizam diferentes tecnologias no setor, responsável por entregar soluções e produtos aos consumidores do País.

O estudo revela que foram feitos 30 deals (investimentos) entre janeiro de 2023 e maio de 2024, que somam R$ 1,3 bilhão.

O levantamento divide as empresas do setor em 15 categorias. A que tem mais volume de empresas é a de gestão de entregas (com 11,7% do total); logística last-mile (10,28%); inteligência de dados (10,28%); logística reversa (9,93%); e delivery on demand (9,93%), entre outras.

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A maior parte (18%) foi fundada entre 2020 e 2023. No que se refere à maturidade das logtechs mapeadas, 52% são emergentes, 19% estão estáveis, 14% são nascentes e 15% disruptoras. O estudo mostra que 70% das startups têm como foco o mercado B2B.

São Paulo concentra a maioria das empresas do segmento (50%); seguido de Minas Gerais (11%); Santa Catarina (8%); Paraná (7%); e Rio de Janeiro (6%).

“O mercado de logística tem crescido muito nos últimos anos, principalmente com a expansão dos e-commerces. As transformações ocorridas no setor e na sociedade obrigaram as empresas a se atualizar e buscar cada vez mais por soluções inovadoras na tentativa de atender as demandas em constante mudança dos consumidores”, diz Guilherme Massa, cofundador da Liga Ventures.

Tecnologias mais empregadas em logtechs
As tecnologias mais aplicadas por essas empresas são geolocalização (35%); marketplace (23%); rastreabilidade (23%); data analytics (19%) e APIs (17%).

Desse universo de startups, 34 aplicam inteligência artificial em suas soluções, principalmente em análises preditivas e prescritivas, otimização de rotas, gestão de estoque, hiper automação de processos, monitoramento de ambientes e cargas e em veículos autônomos.

O estudo considera dados da ferramenta Startup Scanner, criada pela Liga Ventures para acompanha startups do Brasil e América Latina. O objetivo é que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores possam entender as movimentações do mercado e encontrar oportunidades de negócios.

DHL Supply Chain turbina operação no Brasil com parcerias e melhoria logística

Com investimento de R$ 1 bilhão, empresa alemã de logística faz parceria com a brasileira Levu Air Cargo para aumentar a capacidade da operação nacional.

A linha de negócio Suplly Chain da DHL fechou em maio um contrato para entrega de 6 toneladas de carga, que foi movimentada internamente no Brasil. Com pouco espaço nos aviões, o montante foi dividido em seis voos, de companhias aéreas diferentes e, consequentemente, em dias e horários alternados. Demorou um dia apenas para negociar os espaços nas aeronaves. Teve ainda negociação com o cliente para retirada da carga de maneira fracionada no local de saída e, posteriormente, organização de todo o processo de recebimento e armazenamento do material no destino, além do alinhamento da entrega ao destinatário.

Foi uma operação de quatro dias entre a retirada no ponto A e entrega no ponto B. Gerou uma ruptura na expectativa do cliente, custos mais altos, ineficiência de processo e maior emissão de CO2. É um exemplo que mostra a dificuldade da atividade logística no País, que tem um de seus principais fatores a falta de capacidade do modal aéreo brasileiro.

Para avançar na solução dessa dor, a DHL, companhia, líder global em armazenagem e distribuição, fez uma parceria com a Levu Air Cargo, companhia aérea cargueira nacional.
• O investimento total é de R$ 1,01 bilhão, sendo R$ 480 milhões da DHL e R$ 530 milhões da Levu.
• Serão quatro aviões que entrarão em operação gradativamente até 2026, o primeiro deles em operação agora, um A321, com capacidade para 27 toneladas.
• Se aquele contrato para entrega das 6 toneladas fosse fechado hoje, a carga seria imediatamente embarcada e a entrega feita em 24 horas.

“Estimamos crescer pelo menos 12% ao ano com esse projeto. É um passo importante e extremamente necessário para o mercado de carga aérea no Brasil.”
Solon Barrios, VP de Transportes da DHL Supply Chain

Vice-presidente de Transportes da DHL Supply Chain, Solon Barrios deposita grande expectativa nessa iniciativa. “Estimamos crescer pelo menos 12% ao ano com esse projeto. É um passo importante e extremamente necessário para o mercado de carga aérea no Brasil”, disse o executivo à DINHEIRO, sobre o negócio que está sendo desenhado há dois anos.

As outras três aeronaves Airbus — mais um A321 e dois A330, com capacidade para 59 toneladas — serão colocadas na pista por etapas. Devido à alta demanda do segmento, o segundo avião que só seria disponibilizado no próximo ano, entra em operação já no segundo semestre deste ano. Até o final de 2025 começam os transportes com o terceiro, e a quarta unidade não tem data exata, porque vai depender de como o mercado se comportará.

Os parceiros projetam transportar até 4 mil toneladas por mês no primeiro ano de operação, podendo chegar a 10 mil toneladas em 2025. Os principais mercados alvo são de cargas de material de saúde (em especial o farmacêutico), eletroeletrônicos, automotivo e perecíveis. Além disso, por serem aeronaves exclusivamente cargueiras, poderão levar produtos mais pesados, de dimensões maiores e cargas perigosas das classes 1 a 9, com exceção da 7, relacionada ao transporte de material radioativo.

Para materiais com controle de temperatura em conexão rodoviária, a parceria de entrega é com a Polar, empresa do Grupo DHL.

“A elevada rentabilidade nos permite investir continuamente na nossa rede, sustentabilidade, digitalização e capacidades de comércio eletrônico.”
Tobias Meyer, CEO global da DHL

As rotas dos aviões da Levu atuarão no eixo Norte-Nordeste-Sudeste.
• Inicialmente, serão voos diários de Viracopos (Campinas/SP) a Manaus (AM) e três saídas por semana de Viracopos a Recife (PE). No mapa brasileiro, esse escopo forma um pêndulo.
• E já no segundo semestre é acrescentada a rota Viracopos-Belém (PA)-Manaus, o que é tratado como triângulo pela DHL.

“Esse é basicamente nosso plano de viagem. Mas muito provavelmente devemos também abrir voos para outras unidades federativas, o que vai depender do comportamento do mercado”, disse Barrios, ao destacar que, a partir da parceria, também haverá conexão com as remessas internacionais transportadas por outras unidades de negócios da DHL, como a Global Forwarding e a Express, o que vai facilitar processos de importação e exportação de mercadorias.

União da alemã DHL com a brasileira Levu Air Cargo é passo importante para o setor nacional de transporte de mercadorias pesadas.

Além dos aviões, a DHL avança na preparação da infraestrutura de suas bases nos aeroportos que fazem parte do projeto. Foram abertas filiais em Manaus, Belém e Campinas (onde era o antigo Terminal da Lufthansa) e ampliou o espaço no Recife. “Continuamos investindo para garantir a confiabilidade em todo o ecossistema. O avião é apenas um elo da cadeia”, disse o vice-presidente da companhia logística de origem alemã.

DHL abriu uma filial no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), onde era o antigo Terminal da Lufthansa.

“O Brasil é visto como um dos principais motores que estão alavancando o crescimento da nossa divisão de Supply Chain.” A frase de Solon Barrios não é exagero. As oportunidades apresentadas no mercado nacional e os investimentos da DHL no País corroboram com a análise do executivo. É esperada uma evolução dos resultados em território brasileiro, enquanto globalmente a empresa registrou queda na receita em 2023, que fechou em 81,8 bilhões de euros — lucro líquido de 3,67 bilhões de euros. Em 2022, a receita foi recorde, de 94,4 bilhões de euros, com lucro líquido de 5,35 bilhões de euros. A divisão de Supply Chain é responsável por 20,6% das vendas totais — as outras quatro linhas de negócios são Express (29,7%), Global Forwarding Freight (22,1%), Post & Parcel Germany (20,1%) e E-commerce (7,6%).

O CEO global da DHL, Tobias Meyer, foi realista ao avaliar o cenário em seu posicionamento sobre os resultados da companhia no ano passado. Segundo o executivo, o ano de 2023 foi caracterizado por uma economia global fraca e, acima de tudo, por um comércio global reticente. Mesmo nessas condições, as metas do ano foram atingidas. “A nossa elevada rentabilidade nos permite investir continuamente na nossa rede, sustentabilidade, digitalização e nas nossas capacidades de comércio eletrônico e melhorar ainda mais a qualidade para os nossos clientes”, disse Meyer. “Estamos muito bem posicionados para as oportunidades e desafios de 2024.”

Na expansão e modernização da frota intercontinental, a companhia assinou contratos com a Boeing entre 2018 e 2022 para adquirir 28 aeronaves B777. Até o final do ano passado, 22 encomendadas entraram em serviço. As seis restantes serão entregues em 2024 e 2025.

Além disso, ao longo de 2023 a DHL seguiu com o aumento da malha aérea com a adição de novas linhas diretas de serviços, o que incluiu uma perna na América do Sul.

Os voos dedicados de Miami a São Paulo (VCP) foram estendidos para incluir também a Argentina. A DHL Air UK expandiu suas operações B777 de três para sete cargueiros. A DHL Air Austria adicionou dois B767-300 às suas operações. O hub regional localizado em Atlanta (EUA), inaugurado em 2022, reforçou a capacidade nas Américas. Já o hub global em Cincinnati (EUA) continua recebendo investimentos para uma instalação de manutenção de aviação de última geração. Na região Ásia-Pacífico, três A330-300 foram adicionados pela Air Hong Kong à sua frota. Oriente Médio e África também tiveram avanços. Nos últimos sete anos, foram 22,8 bilhões de euros aplicados em Capex. Uma ação lógica para garantir sustentabiliddade nos negócios, que tem o Brasil como rota estratégica para a companhia.

Allas, do Grupo Uby Agro, investe R$ 150 mil para potencializar logística integrada

Com sistema de gerenciamento WMS, companhia espera evoluir na conexão de processos da cadeia de suprimentos para mitigar erros de separação e aumento de exatidão de estoques.

A Allas — empresa de transportes pertencente ao Grupo Uby Agro com atuação no segmento de armazenamento, transporte, rastreamento, gestão e consultoria de projetos de cargas — implementou o sistema WMS para maximizar o gerenciamento de armazéns, integrar e automatizar processos. O investimento foi de cerca de R$ 150 mil.

Com o novo sistema, a Allas espera aprimorar o controle de atendimento, produtividade e organização, melhorando a precisão física e contábil, a rastreabilidade, a eficiência operacional — processos de recebimento, armazenamento, separação de itens e expedição — e a visibilidade e rotatividade dos estoques, reduzindo custos com execuções em menor tempo e garantindo os atendimentos FIFO (First In) e FEFO (First Out).

“Um sistema WMS é muito importante na cadeia de suprimentos, uma vez que torna todo o processo mais eficiente, melhorando o fluxo de materiais e de informações. Na Allas, nossa expectativa é agilizar as operações com o máximo aproveitamento de recursos e de mão de obra para gerar informações precisas que auxiliem a tomada de decisões”, destacou o coordenador de operações logísticas da Allas, Kemps Yanagizawa.

J&T Express investe R$ 330 mil em serviço de entregas com drones no Litoral Norte de São Paulo

Transportadora deve realizar nove mil entregas por essa nova modalidade, até o mês de julho, na rota entre os municípios de Caraguatatuba e Ilhabela.

A J&T Express Brasil anunciou o lançamento do novo serviço de entregas com o uso de drones no Litoral Norte de São Paulo, destinado ao segmento de logística expressa para o e-commerce. A iniciativa foi desenvolvida em parceria com a Speedbird Aero, startup de drone delivery, e contou com um investimento de R$ 330 mil.

A expectativa da transportadora é realizar a entrega de até nove mil encomendas, entre os meses de maio e julho, por meio dessa nova modalidade, chegando a um volume de aproximadamente 15 mil pacotes entregues com drones, até setembro. O projeto-piloto da empresa será implementado no trecho entre os municípios de Caraguatatuba e Ilhabela, com uma capacidade diária de manuseio de até 150 encomendas.

De acordo com o responsável pela Gestão de Redes da J&T Express Brasil, Eduardo Caires, nesse primeiro momento de testes, a transportadora pretende alcançar uma média mensal de três mil pacotes entregues com o auxílio de RPAs, em um percurso dividido em três etapas. “A ideia é que os drones partam da base de operações da J&T em Caraguatatuba e pousem em um ponto de coleta em Ilhabela, onde os pacotes serão retirados por um entregador, que ficará responsável por essa última parte do trajeto (last mile), em que a encomenda é encaminhada até a residência do consumidor final”, explicou o executivo.

“Após a retirada do volume pelo entregador, no ponto de coleta de Ilhabela, a RPA retorna automaticamente para nossa base em Caraguatatuba. Dessa forma, otimizamos e reduzimos significativamente o tempo de entrega, sem prejuízo aos nossos colaboradores e clientes. Além disso, com ajuda dos drones, conseguimos cobrir a travessia entre os dois municípios, que pode durar até seis horas em períodos de alta temporada, em um intervalo de apenas oito minutos”, complementou Caires.

De acordo com a companhia, além da agilidade no processo de entrega e da diminuição do tráfego e dos engarrafamentos em centros urbanos, os benefícios trazidos pela utilização de drones em processos de logística expressa também incluem a redução das emissões de CO2 na atmosfera e a ampliação do atendimento a locais de difícil acesso por via terrestre.

MERCADO DE DRONES NO BRASIL
De acordo com pesquisa da consultoria Emergen Research, ainda no ano de 2020, o mercado de entrega por drones já era avaliado em US$ 553,6 milhões, com perspectivas de movimentar mais de US$ 18,6 bilhões até 2028. Para a alemã Drone Industry Insights (Droneii), especializada em pesquisas do setor, a taxa de crescimento anual do mercado mundial de RPAs deve ficar em 13,8%, entre 2020 e 2025, quando deve chegar à marca de US$ 43 bilhões.

No Brasil, o faturamento anual estimado para o segmento é de US$ 373 milhões. Com isso, a expectativa é de que o setor dos drones siga gerando novos empregos, especialmente nas áreas de tecnologia da informação e desenvolvimento de softwares, em vista da elevação dos requisitos de serviço que esse novo modelo de entregas deve trazer ao mercado logístico.