Conheça soluções de pagamento para oferecer a melhor experiência do cliente

Dezembro é um dos meses mais valiosos para o Varejo

As vendas de Natal e Ano Novo, para presentes e ceias, movimentam o comércio e injetam bilhões na economia. Estar preparado para o período, seja com estratégias de vendas definidas, produtos em estoque e promoções é essencial para obter sucesso.

Além disso, a diversidade de produtos, serviços e soluções de pagamento oferecidas garantem que o consumidor tenha a liberdade de escolher como prefere realizar uma compra, levando consigo uma experiência que pode garantir a fidelidade em próximas aquisições e gerar uma maior margem de vendas ao lojista.

Mayra Borges, vice-presidente de Negócios da Getnet Brasil, elenca algumas soluções digitais para quem quer oferecer a melhor experiência ao seu cliente.

Link de pagamento
Traz conveniência, segurança e agilidade para aqueles que têm ou não uma loja virtual. Com o link de pagamento é possível realizar vendas de qualquer local, utilizando os canais de preferência do consumidor, como WhatsApp, Facebook e Instagram, por exemplo. De forma segura, o link de pagamento permite que o cliente preencha os dados do cartão de crédito ou débito e finalize a compra, sem precisar acessar o seu e-commerce ou ir até uma loja física. Além disso, é uma solução plug&play, ou seja, o lojista, após contratar uma solução de link de pagamento, na maioria das vezes consegue gerar e enviar links a partir de um aplicativo, sem precisar fazer integrações complexas com seu sistema de caixa. Algumas soluções de link de pagamento são bem completas, e disponibilizam outras formas de pagamento como Pix ou boleto.

Loja virtual
Essa opção é ótima para garantir uma vitrine de todos os produtos para seus consumidores e futuros clientes, gerando um alcance que independe da barreira geográfica. Ter uma loja virtual ajuda a ampliar as vendas. Contudo, é fundamental que a loja online conte com ferramentas de antifraude, para garantir uma compra segura para você e seus clientes. Existem várias plataformas no mercado que permitem a construção e publicação de sua loja virtual no modelo “faça você mesmo”, com preços acessíveis aos pequenos comércios. Mas o segredo para sua loja digital dar certo é buscar soluções que estejam conectadas com ferramentas que tragam fluxo para o seu site, como buscadores ou conexões com grandes marketplaces. Por isso, a dica é avaliar esse ponto na hora de escolher qual ferramenta contratar.

Pagamento por aproximação
Tenha opções de maquininhas que ofereçam tanto Pix por QR Code como pagamento por aproximação. Ambos os formatos ganharam força durante a pandemia, já que apenas com aproximação de uma carteira digital – que pode estar em celulares e smart watches, o consumidor pode realizar uma compra, evitando levar cartões de débito e crédito ao estabelecimento. Entre as tecnologias oferecidas pelas carteiras digitais, estão a leitura por QR Code e a leitura pela Near Field Communication – NFC.

Pix
Criado pelo Banco Central do Brasil, este é um dos meios de pagamentos favoritos do consumidor hoje em dia e foi muito utilizado durante a black friday este ano. De acordo com a Febraban – Federação Brasileira de Bancos, de 16 de novembro de 2020, data em que o Pix começou a funcionar no País, até o último dia 30 de setembro, foram mais de 26 bilhões de operações feitas, movimentando cerca de R$ 12,9 trilhões. Disponibilizar o pagamento via Pix, seja na máquina de pagamento ou no comércio eletrônico, mostra ao consumidor que ele tem a liberdade de escolher a melhor forma para realizar suas compras. É colocar o cliente como tomador de decisão. No caso do uso da máquina de pagamentos, o QR code pode ser um aliado nesse modelo, sendo igualmente rápido, atualizado, seguro e gratuito para o seu cliente. Além disso, disponibilizar o Pix na máquina de pagamentos facilita a integração com o extrato e a conciliação, melhorando a gestão do caixa.

Ferramentas de Automação Comercial
Contar com soluções de automação comercial ajudam a agilizar as vendas e facilitar a gestão do negócio. Entre essas ferramentas estão comandas eletrônicas, cardápios digitais e aplicativos de vendas que permitem que o próprio consumidor lance seus pedidos e solicite entregas pelo celular, sem a necessidade de fazer o download do aplicativo.

Outra facilidade para o lojista é a utilização de uma frente de caixa móvel, integrada aos meios de pagamentos e emissão do documento fiscal – NFC. Com esta solução, o comerciante não precisa de um computador ou de um caixa físico.

Americanas e Magalu são as que mais usam tecnologia para melhorar a experiência de compra

Mercado Livre, Amazon e Shopee completam o ranking das 5 empresas mais citadas como as que mais investem em tecnologia para melhorar a experiência.

Um consumidor mais exigente às novas tecnologias e disposto a experimentar novos caminhos nos próximos anos. É o que mostra a nova edição do HTR – Hight Tech Retail, estudo trienal realizado desde 2016 pela Croma Solutions, que traz o resultado do impacto da tecnologia na experiência de compra dos brasileiros em diferentes segmentos da indústria e comércio, nos mais diferentes canais e formatos de ponto de venda.

O estudo traz com exclusividade as marcas escolhidas pelo consumidor como as marcas que usam a tecnologia para melhorar a experiência de compra. A Americanas é a líder entre as que têm usado esta tecnologia para melhorar, resultado do pioneirismo e investimento em tecnologias que buscam integrar também do ambiente físico ao digital. Magazine Luiza também se destaca nessa transição entre canais com marketplace, amplo sortimento e comunicação constante de sua proposta de valor.

“Há quase 10 anos mapeamos o comportamento do brasileiro em relação às tecnologias para fazer suas compras. É possível dizer que os padrões comportamentais têm sido coerentes ao longo dos anos. A pandemia acelerou, mas não criou novos padrões. Hoje o brasileiro é ainda mais maduro tecnologicamente e exigente sobre autonomia e ganho de tempo, especialmente em relação aos meios de pagamentos,” explica Edmar Bulla CEO e fundador da Croma, empresa de design de soluções para inovação em negócios

Pioneirismo, comunicação, rapidez para inovar, logística eficiente, entre outros atributos, podem justificar a avaliação positiva dos anunciantes Americanas, Magalu e Amazon. Diferente do ranking acima, Amazon é a terceira mais lembrada, seguida de Mercado Livre e Shopee.

‘Social selling’ e ‘conversation commerce’ entram em cena

Comércio on-line deve reforçar ações de integração e socialização com o cliente.

Um faturamento estimado de R$ 169,5 bilhões é o que projeta a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcoom) para o e-commerce brasileiro este ano. Em 2021, as vendas alcançaram R$ 150,8 bilhões. O volume de consumidores eletrônicos também deve saltar de 78,9 milhões para 83,7 milhões no mesmo período. Com números atraentes e desempenho acima da média dos países da América Latina, de acordo com o relatório Latim America 2022, da britânica Retail X, fica a pergunta: como será o comércio on-line num futuro próximo?

Para Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, é difícil traçar tendências a longo prazo para um segmento tão dinâmico como o comércio eletrônico e o mundo digital. “Após o avanço brutal na pandemia, atravessamos um momento de busca de equilíbrio entre expansão e vendas com qualidade”, afirma o consultor. “Diante disso, assistiremos a uma desaceleração na curva de crescimento do e-commerce, o que não significa retrocesso”. Num futuro próximo, segundo Serrentino, veremos as empresas olharem cada vez mais para dentro a fim de extrair mais valor da recorrência, apostando na intensidade de relacionamento com a base de clientes conquistada. “Isso implica em investimento em cadastros, dados, CRM, ativação de clientes, que custa mais barato do que conquistar novos consumidores”, afirma.

A opinião é compartilhada por Bruno Cury, COO da Corebiz, especializada em soluções digitais para comércio eletrônico. “Estudos apontam que o custo de captação de novos clientes chega a ser cinco vezes maior do que trabalhar a base”, declara. Segundo Cury, o sucesso do e-commerce do futuro passará pela maximização do Lifetime Value (LTV) – quanto em média os clientes investem nos produtos ou serviços durante o período que se relacionam com a empresa. “Com base nesses dados, é possível criar mais pontos de contato com os consumidores da base”, diz Cury.

Para Eduardo Souza, CMO da Evino, maior e-commerce de vinho da América Latina, o uso de dados é algo que cada vez mais diferenciará o varejo on-line, agregando valor a curto, médio e longo prazo. “Quem conseguir captar e trabalhar dados tanto de compras geradas quanto de navegação abandonada terá um diálogo relevante com seus clientes”, diz. “Paralelamente é preciso conectar a agenda social com o e-commerce, uma vez que o social commerce é uma tendência que se mistura com canais cada vez mais integrados”.

Serrentino observa, também, o avanço do amadurecimento na agenda de integração de canais, com a colocação efetiva do cliente no centro da operação e o uso cada vez maior do “conversation commerce”- interações em tempo real entre marcas e clientes – como parte da jornada e da ponte entre o varejo físico e digital, aumentando a possibilidade de criar personalização em escala. “É impressionante o que isso avançou, assim como o “social selling”, que cada vez mais embarca conteúdo, entretenimento e mídia”, diz o consultor. Segundo Serrentino, o uso de vídeo se expandirá de múltiplas formas na esteira da implantação do 5G.

Umas das primeiras marcas a investir em live commerce no país, a Evino transformou a plataforma em canal para entrar ao vivo nas redes sociais a fim de oferecer atendimento, conteúdo e promoções. “O tráfego na loja ao vivo é menor que no site, mas a conversão em compras chega a ser o dobro. A venda assistida ajuda a potencializar a conversão”, diz Souza. Recentemente, a Evino criou uma nova modalidade de loja ao vivo, onde o cliente pode marcar um horário com o sommelier e receber assessoria personalizada. “Caminhamos para agregar mais experiência em jornadas específicas do consumidor e não para gerar um grande volume de vendas na plataforma ao vivo”, diz o executivo.

Quando em 2013 a Bibi Calçados criou um canal de e-commerce para a rede de lojas, quase nada se falava de omnicanalidade. “Fomos estudar o que chamavam de novo varejo e em 2019 passamos a fazer a integração mais fortemente”, diz Camila Kohlrausch, diretora de marca e varejo. “Desde então o canal cresceu 173% e hoje responde por 9% do faturamento da rede, que este ano alcançará R$ 184 milhões. Do percentual de vendas on-line, 33% já são entregues a partir da loja física mais próxima”. Para ela, o maior desafio é conseguir capturar e usar os dados com velocidade, transformando as informações em ações relevantes para o consumidor, entregando uma experiência de compra fluida, que faça sentido para o cliente e aumente seu engajamento com a marca.

Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABCoom, observa, entretanto, que alguns desafios ainda pontuam o avanço do e-commerce no país, entre eles o alto índice de informalidade da mão de obra e a própria legislação. “Assistiremos a uma fusão cada vez maior do mundo físico e do digital, porém, para que isso decole a legislação, sobretudo o que está relacionado a questões fiscais, precisa acompanhar o movimento”, afirma.

Estudo mostra o comportamento do consumidor na tela de rastreio

A experiência do cliente é a principal busca das marcas nos dias atuais. Elas têm investido em novos formatos, conteúdos e plataformas para atender de forma integral com a intenção de fidelizar seus consumidores.

Mas dentre todas as fases da jornada de compra, a entrega do produto é a principal. O motivo mais evidente é porque é nessa hora que o cliente tem materializado o que idealizou na hora de concluir o pedido, além, claro, de experienciar — de forma sensorial — o recebimento e a abertura do pacote.

Entretanto, até que esse momento aconteça, alguns passos são necessários, o que gera ansiedade nesse consumidor. Para amenizá-la, ele passa a acessar a tela de rastreio do pedido para acompanhá-lo.

Ao observar esse padrão de repetição, a logtech, Frete Rápido, avaliou durante um ano (de setembro de 2021 a agosto de 2022) mais de um milhão de pedidos de 200 lojas virtuais.

O resultado está no estudo: O comportamento do consumidor na tela de rastreio, que teve como principal objetivo compreender como os clientes se comportam enquanto esperam a chegada de seus produtos e quais são os impactos positivos — ou negativos — da tela de rastreio.

Dentre as descobertas estão dados de perfil de acesso, que revelam um comportamento bastante similar entre os consumidores online. São eles:

Os consumidores fazem cerca de 60 acessos até a entrega da encomenda;
O tempo médio de cada sessão é de 4:15 minutos;
Elas costumam acontecer mais durante os dias da semana nas primeiras horas do dia;
76,5% dos usuários acessam por smartphone e 44,1% escolhem o Chrome como navegador;
10 dias é o prazo médio das entregas que foram estudadas.

“A entrega é o ápice da jornada do cliente porque é o momento em que há interação humana seguida da abertura do pacote e primeiro contato com o tão desejado produto”, explica Eduardo Bragança, Head de Marketing na Frete Rápido. Por isso, as marcas devem aproveitar essa alta taxa de acesso e de contato dos consumidores com a plataforma para adicionarem vantagem competitiva dentre outros benefícios.

De acordo com o estudo da Frete Rápido, as estratégias que podem ser adotadas são:

Unificação da gestão

Segundo o Panorama da Gestão Logística Brasileira, estudo da Frete Rápido em parceria com o E-commerce Brasil, 65% das lojas virtuais precisam acessar os sistemas das transportadoras para acompanhar os rastreios ou deixam que elas atualizem os clientes.

Conectar todos os parceiros, como fornecedores, incluindo as transportadoras, nos sistemas da sua loja por meio de um Hub de Transporte Digital, permite a interação direta com o cliente e a possibilidade de:

Padronizar as nomenclaturas;
Controlar a experiência do usuário;
Customizar da forma mais adequada;
Centralizar todas as informações sobre o cliente e seu pedido;
Integrar canais de vendas e pedidos;
Reduzir tempo e esforço do time de SAC.

Conscientização de marca (brand awareness)

No caso das lojas online, promover o reconhecimento durante toda a interação com os canais digitais é fundamental, inclusive na tela de rastreio.

Um exemplo do que é possível fazer nela é manter toda a identidade visual, como cores, para que ele se lembre da experiência enquanto navegava no e-commerce para realizar sua compra.

Outra ação que pode ser aplicada nesse ponto é disparar e-mails de atualização do status da entrega com todos os elementos que representam a loja: cores, linguagem, elementos.

Conexão omnichannel

Os consumidores são ultra conectados. Isso significa que acessam as plataformas da sua loja virtual por diversos dispositivos e canais. Como observado no Estudo: O comportamento do consumidor na tela de rastreio, 76,5% deles preferem o smartphone para realizar esse acesso.

Diante desses dados, fica a orientação para as marcas expandirem os canais de contato, como WhatsApp e SMS, para que os consumidores também possam acompanhar a entrega de sua encomenda pelo celular e até smartwatches.

Ampliação da capacidade de compra

Aproveitar a tela de rastreio na retenção desse consumidor, já que é nesse momento ele está focado na marca.

Nessa hora, podem ser ofertados novos produtos e serviços, descontos e programas de parcerias por meio de banners, pop-ups e links.

“Além de tornar a experiência de compra mais agradável, o rastreio pode fazer a marca mais conhecida e presente na memória dos clientes, os dados que levantamos comprovam esse fato. O nosso principal objetivo com o estudo é propagar essa informação, para que as lojas virtuais usufruam das possibilidades que o rastreio centralizado abre”, recomenda Bragança.

As compras feitas pela internet são dinâmicas, acontecem de forma fácil e cômoda para o consumidor, que pode comprar de “N” lugares, através de “N” dispositivos. A entrega não é tão instantânea assim, com exceção das operações de delivery, as encomendas levarão alguns dias para serem entregue.

Essa diferença entre as cadências de compra e entrega, causam ansiedade no cliente, principalmente no consumidor final, ou seja, nas vendas B2C.

Com todo o crescimento do setor, a diferenciação está nos detalhes, onde a experiência do cliente é a principal busca das marcas nos dias atuais. Elas têm investido em novos formatos, conteúdos e plataformas para atender de forma integral com a intenção de fidelizar seus consumidores.

Uma das formas de encantar e fidelizar os consumidores é através do rastreio, que muitas vezes é negligenciado ou subutilizado pelas lojas virtuais.

O comportamento do consumidor na tela de rastreio

A Frete Rápido, avaliou durante um ano (de setembro de 2021 a agosto de 2022) a amostra de pedidos de mais de 200 lojas virtuais e mais de um milhão de pedidos para levantar dados sobre o comportamento dos usuários na tela de rastreio.

O estudo visa explicitar como o destinatário se comporta enquanto aguarda a entrega da encomenda e como o rastreio pode influenciar positiva ou negativamente na experiência de compra.

O estudo respondeu questionamentos como:

Qual o impacto do rastreio na jornada de compra?
Como utilizá-lo com um agregador de valor para a loja virtual?
Quantas vezes o consumidor acessa a tela de rastreio até a entrega da encomenda?
Em quais períodos do dia e através de quais dispositivos?

“Além de tornar a experiência de compra mais agradável, o rastreio pode fazer a marca mais conhecida e presente na memória dos clientes, os dados que levantamos comprovam esse fato. O nosso principal objetivo com o estudo é propagar essa informação, para que as lojas virtuais usufruam das possibilidades que o rastreio centralizado abre”, afirma Eduardo Bragança, Head de Marketing na Frete Rápido.

O tempo é o senhor da experiência na jornada do cliente

Diretor-executivo do Grupo Padrão fala no Conarec 2022 como esse recurso finito traz consequências importantes em como as empresas podem vencer a concorrência.
Em um mundo conectado, a informação se propaga em uma velocidade tão intensa que mal conseguimos acompanhar. Novas ocorrências se sucedem de forma mais ágil que um frame de filme e, de forma crescente, temos que encarar eventos de impacto em um intervalo de tempo cada vez menor.

Em pouco mais de dois anos, enfrentamos uma pandemia, home office, o retorno à sociabilização, a volta da quarentena por causa das ondas da Covid-19, a vacinação, guerra no leste europeu, inflação, eleições… São muitos acontecimentos em um curto período, que impactam diretamente na forma de consumo.

E como as empresas e marcas devem reagir? Jacques Meir, diretor-executivo de conhecimento do Grupo Padrão e CEO do Mundo do CX, explica a importância de elas estarem atentas a esse comportamento, promovendo recursos que façam com que os clientes sintam que não estão perdendo tempo. “O customer experience vem ganhando força no momento em que a gente está cada vez mais voltado para engajar um cliente que prioriza o seu tempo sobre todas as coisas”, reforça o diretor-executivo do Grupo Padrão. Para isso é preciso entender como o tempo se encaixa na equação da experiência.

Tempo na equação de experiência
Os aparelhos mobiles e a inteligência artificial nos trazem a sensação de que sempre estamos perdendo algo, porque novidades ocorrem em um piscar de olhos. E o que isso implica? Faz com que as marcas tenham que disputar a atenção do consumidor dentro desse caldeirão de acontecimentos. Além de se destacar, é necessário priorizar o tempo do cliente.

E como é possível chamar a atenção de uma pessoa que tem muitas frentes de informação? Jacques Meir diz que é uma disputa infinita de atenção. No entanto, o tempo do cliente é finito. De tudo o que é interessante para um indivíduo, quanto tempo ele consegue se dedicar àquilo que gosta? Podemos ter a certeza de que é bem menor do que o número de informações que passa por seu filtro.

A ideia do pós-consumidor
“Há alguns anos lançamos a tendência do pós-consumidor, aquele que é mais impaciente, porque não quer perder tempo, ao mesmo tempo que é muito insatisfeito, precisa de mais gratificação para corresponder a sua preferência por uma marca, empresa, experiência, momento de vida, parceiro”, explana Jacques Meir. Esse consumidor é intolerante, não suporta regras, nem burocracias e processos que fazem com que ele sinta que o seu tempo está sendo desperdiçado.

Do mesmo modo, essas pessoas são ativistas digitais, se organizam em redes e comunidades orquestradas para confrontar ideias, opiniões, empresas, produtos e serviços. Ou seja, boas experiências se tornam pontos importantes para os clientes se tornarem defensores da marca, bem como também “gritam” quando não se sentem respeitados.

Diferentemente dos nossos avós, que aguardavam por cartas e telegramas, na Era do Pós-Consumidor, ninguém quer esperar, tudo acontece agora. “Isso traz muitas implicações, o pós-consumidor quer ter a sensação de que está no controle do próprio tempo. Se eu estou dialogando com uma marca, empresa, eu preciso ter noção do tempo daquela transação”, revela o CEO do Mundo do CX.

A diferença é que antes o tempo era todo da empresa e a longa fila para passar no caixa do supermercado é um exemplo disso. Agora, o costumer experience precisa quebrar a ideia da fila para que o consumidor termine a sua compra. Senão, a pessoa pode desistir e procurar uma concorrência mais preparada. “O cliente precisa sentir que o seu tempo, seja em uma transação ou na busca de informação, interação, seja produtivo e traga gratificação emocional. Caso contrário, a marca proporciona sensação ruim ao cliente e perde o engajamento”, constata o diretor-executivo do Grupo Padrão.

É importante entender que a busca de gratificação pelo tempo tem a ver com a emoção instantânea. Os consumidores estão se educando, absorvendo um comportamento de buscar emoções intensas e curtas por uma vida mais longa. Esse é um fato quando dados mostram que a geração alpha deve chegar aos 120 anos. “O tempo é cerne dessa nova equação de vida a qual nós estamos nos submetendo e que, evidentemente, traz muitos problemas para as empresas”, reforça Jacques Meir.

Conveniência na UX
Durante o auge da pandemia da Covid-19, as empresas precisaram se adaptar e isso fez com que a tecnologia fosse ampliada em pouco tempo. E isso gerou a consequência da velocidade digital, que se tornou regra. Mas além de ser ágil, a experiência do digital precisa ser conveniente, acessível e sem atrito. De acordo com o CEO do Mundo do CX, essas são características que, normalmente, as empresas incumbentes – que têm cinco a dez anos – não foram preparadas para ser.

Conveniência significa a necessidade de estar disponível em qualquer momento, lugar ou forma de dinheiro, principalmente no que se chama de pagamento invisível. Os consumidores gostam de ter a sensação de que não estão pagando por algo, por exemplo: a assinatura do streaming ou o pedido de refeição em um marketplace de comida que cai na fatura do cartão de crédito. “E esta conveniência significa que você não precisou usar o tempo como um fator de fricção ou que impede sua decisão”, destaca Jacques Meir.

Burocracia na hora de consumir é empecilho para 8 em cada 10 brasileiros, conforme a pesquisa “Qual o custo de provar que você é você”, realizada pelo Instituto Locomotiva a pedido da Unico. Em geral, as empresas insistem nas camadas por causa da segurança, mas o cliente quer proteção de uma forma fluida, rápida e intuitiva; e isso demanda tecnologia.

A equação de tempo pressupõe incorporar tecnologia que faça com que o processo da jornada do cliente transcorra de forma uniforme, sem sobressaltos, natural. “Quando colocamos o tempo dentro da equação de experiência significa que partimos do cliente para dentro da empresa e não da empresa para fora. A jornada do cliente não pode ser uma corrida de obstáculos”, destaca o diretor-executivo do Grupo Padrão.

O Boticário e o olhar próximo ao cliente

Desenhar réguas de experiência e gerenciar as múltiplas jornadas do cliente não é uma tarefa fácil. No Grupo Boticário, entender esse desafio e entregar agilidade e confiança para seus clientes é uma das premissas da marca em Customer Experience (CX).

Para absorver esse desafio da experiência – e entregar fluidez e resolutividade -, Liliane Santana, Diretora de Atendimento do Grupo Boticário, afirma que a companhia busca “um olhar próximo ao cliente” em toda sua jornada com a marca.

Nesse entendimento, Liliane diz que com um perfil ainda mais sofisticado e empoderado, o consumidor tem cada vez mais “voz”, e é capaz de determinar a direção de uma empresa e marca hoje.

“O consumidor compra experiências, quer ser enxergado como único, ter voz ativa e gosta de conhecer a fundo os produtos e serviços que irá comprar. Por isso, é fundamental que a estratégia de CX tenha em mente quem é o seu consumidor, quais são seus desejos, necessidades e dores. É este olhar próximo que gera diferenciação e aproximação” explica Liliane.

Para a executiva, é isso que garante o sucesso do Boticário. “Acreditamos e investimos na identificação e conhecimento do cliente como meio primordial para oferecer a experiência que ele deseja a partir de um planejamento prévio da jornada, que está cada vez mais complexa. É por isso que ter um olhar focado no cliente nos confere excelência e eficiência”, pontua Liliane.

No Boticário, investimentos potencializam a experiência
Para alcançar esses objetivos, Liliane conta que foi preciso investir em tecnologia, inovação, digitalização e no treinamento constante de todos os colaboradores.

Somente entre 2020 e 2021, o Grupo mais do que triplicou as contratações em tech, resultando em um aumento de 206% do time.

“Contamos com mais de dois mil profissionais dedicados ao desenvolvimento de soluções e inovações digitais e tecnológicas. Desenvolvedores, especialistas em dados, UX, CX data analytics, dentre outras atribuições atuam de forma transversal ao nosso ecossistema”, conta Liliane.

Nesse caminho, ela explica que a companhia potencializa os resultados não só por meio de tecnologia e dados, mas pelo capital humano. “Buscamos em cada interação nos conectarmos emocionalmente com nossos consumidores, construindo o desejo por nossas marcas e por produtos de qualidade”, detalha Liliane. “O desejo que vem também a partir de uma experiência de serviço diferenciada ao longo de toda a jornada do consumidor, fornecendo insights úteis para encantamento e experiência da marca”, complementa.

A estratégia de canais do Boticário
Há uma demanda muito grande e diversificada para canais de atendimento em CX hoje. Nesse cenário, Liliane nos conta que atualmente os canais mais procurados pelos seus clientes são os online (e-commerces, apps, WhatsApp, mídias sociais etc).

Neste sentido, Liliane diz que o desafio é “entregar canais fluídos” e que gerem valor em cada interação. “Visamos potencializar a experiência omnicanal, que converge na centralidade do consumidor de maneira única”, destaca.
“Essa relação única e assertiva em todos os pontos de contato e que promove uma experiência integrada e fluída durante toda jornada do consumidor é essencial para o sucesso do relacionamento entre nossas marcas e nossos milhares de clientes”, complementa Liliane.

A executiva entende que, seja qual for o canal de preferência do consumidor, melhorar a experiência em todos os pontos de contato é sempre o objetivo do Boticário em Customer Experience.

“Experiências positivas e que geram conexão contribuem para consolidar o relacionamento das marcas com os consumidores ao longo do tempo” – Liliane Santana, Diretora de Atendimento do Grupo Boticário

Novas experiências na jornada de consumo
com produtos e serviços
Sobre a busca por criar experiências dentro dessa jornada do cliente com as marcas, Liliane conta que diariamente o Boticário “captura oportunidades” de entregar novas experiências de consumo sempre atreladas às necessidades e desejos do cliente.

O objetivo, segundo ela, é o de explorar cada vez mais a omnicanalidade. “Estamos investindo na abrangência do Clique e Retire, por exemplo, uma experiência digital que se torna presencial. Com isso, trazemos mais fluidez e velocidade ao nosso negócio e a jornada do consumidor”, revela.

Outro formato que a companhia tem explorado é o “Boticario Lab”, uma loja conceito da marca. Na unidade, o Boticário oferece experiências que tragam maior sinergia do consumidor com a marca.

O “Boti Essence” é uma das experiências oferecidas nas lojas conceito. Liliane explica: “Por meio de Inteligência Artificial, o cliente tem a oportunidade de descobrir qual é a fragrância mais adequada para sua personalidade, idade, momento, sentimento e preferências”.

Assim como o Boti Essence, Liliane diz que outras soluções phygital vem ganhando cada vez mais relevância nas estratégias do grupo, pois conferem personalização e conexão com a marca.

O que ainda pode ser explorado em CX?
Sobre outras oportunidades em CX, que ainda não foram exploradas pelo Boticário dentro do seu segmento, Liliane percebe que essa conexão personalizada e confiável entre marcas e consumidores tem um grande caminho a evoluir.

“Nos últimos anos, as marcas de beleza investiram muito em tecnologia, seja por meio de dispositivos móveis, mídias sociais, realidade aumentada, entre outras. Embora exista muito conteúdo e ferramentas de vendas digitais guiadas, o mercado ainda não se aprofundou o suficiente nessas soluções a fim de fornecer recomendações personalizadas e confiáveis”, avalia Liliane, que conclui: “Experiências positivas e que geram conexão contribuem para consolidar o relacionamento das marcas com os consumidores ao longo do tempo”.

CONAREC avalia a jornada do cliente no metaverso

“A procura da experiência metassensorial: a jornada de cliente no metaverso”, este foi tema de um dos painéis do CONAREC 2022.

Com a mediação de Talita Lombardi, sócia-fundadora e apresentadora da WorkStars, os convidados do painel “A procura da experiência metassensorial: a jornada de cliente no metaverso”, discorreram sobro o poder e impacto do metaverso na construção de novas experiências entre empresas e clientes.

Claudio Brito Xavier, Transformation Director da Teleperformance resume: “metaverso é uma possibilidade infinita para marcas”. “Esse novo universo está ampliando o campo de experiências para consumidores e novas possibilidades para marcas que estejam dispostas a investir nessa tecnologia”, destaca.

Conrado Caon, CTO da Adventures entende que em metaverso há algo muito importante que é o potencial do Blockchain, essa tecnologia de registro que visa a descentralização. “Hoje essa forma de pertencimento e transação no metaverso auxilia marcas a ampliar acessibilidade a este novo universo”, ressalta.

Conheça o Mundo do CX

Metaverso e o poder de itens colecionáveis
Para Kauê Lara Cury, da Head de Planejamento de Comunicação da Natura &Co, o metaverso propicia um maior contato com a marca e uma nova experiência com novos produtos. Mas não é só isso. “Metaverso é uma oportunidade para entender se a marca tem potencial para criar itens colecionáveis, por exemplo”, diz. “Olhando para o futuro, esse é um grande potencial de valor de marca dentro do metaveso”, complementa , Pedro Cardoso, Diretor Marketing Digital & Inovação da Reserva.

Pedro destaca o uso de NFTs como grande diferencial para o futuro da marca em metaverso. “Buscamos criar nossos NFTs para um novo nível de vínculo com a marca. O que importa para a Reserva é criar uma comunidade e fomentar os rumos da ‘Reserva X’, nosso braço em metaverso para trabalhar essa tecnologia, que será ainda mais valiosa no longo prazo”, acrescenta.

Para a Teleperformace, toda essa exposição a esse novo mundo tem levado às marcas a buscarem parceiros tecnológicos com maior expertise em novas tecnologias. “É apenas questão de tempo até que o metaverso seja mais aderente a diversos públicos”, avalia Claudio Brito Xavier.

“O que temos feito com empresas que buscam esse conhecimento é criar uma comunidade global para evoluir e ajudar as marcas a se relacionar com seus clientes no metaverso”, complementa Xavier.

Para o futuro, a Reserva destaca que tem como objetivo impulsionar ainda mais o modelo phygital em metaverso. “Estamos lançando um modelo de tênis da Reserva como item colecionável em metaverso. Comprando via NFTs os clientes podem resgatar ou não esse calçado no mundo físico. Ou ter ele guardado conosco por até oito anos e se transformar num item valioso de colecionadores”, destaca Pedro. “Esse mercado lá fora é muito forte nessa onda de colecionáveis e por aqui também”, ressalta.

Ao final Kauê Lara, da Natura, destaca como o metaverso pode impulsionar valor de marca e criar novos mecanismos de engajamento com clientes. “A Natura está trabalhando na criação de experiências imersivas para o autoconhecimento, por exemplo. Além de auxiliar nossas consultoras, a Natura entende que o metaverso pode potencializar o objetivo da marca que é colocar as pessoas em contato com elas mesmas”, explica Kauê.

Nesse caminho, Claudio Brito Xavier, da Teleperformance, conclui evidenciando um ponto importante em metaverso: privacidade e segurança “Estamos estudando muito esse ponto, para conectar marcas e consumidores com segurança e proteção no metaverso”.

Os caminhos da experiência do cliente no futuro certamente vão te impactar

Não existe almoço grátis! O economista, estatístico e escritor norte-americano, Milton Friedman popularizou essa frase ao utilizá-la, em 1975, como o título de um de seus livros. Ponto central da ciência econômica, o conceito do tal almoço grátis é simples e direto: não há como exigir que o cliente tenha interesse e fidelidade pelos produtos sem que algo seja oferecido em troca.

E essa troca não necessariamente se dá a partir de promoções, novas soluções e serviços. A boa experiência é fundamental para que este cliente se sinta – ou melhor – que ele realmente esteja no centro da atenção.

Todos nós somos clientes em algum momento do dia. E sendo assim, queremos que as interações sejam autênticas, pessoais e também sirvam para orientar conversas futuras. Assim como qualquer outro relacionamento, não suportamos (cada vez mais) a ideia ter que repetir ou sentir que as empresas não estão ouvindo ou aprendendo com o que temos a dizer.

Nesse contexto, é fundamental que as companhias estejam acompanhando as tendências e aplicando o conhecimento do consumidor em estratégias que levem em conta o atual cenário de constante transformação. Você, como cliente ou consumidor, será impactado por essas mudanças.

Por isso, trago um pouco das 5 principais apostas que vejo em CX, não só para 2022, mas também para toda a década:

1 – Consumidores querem conversar com as marcas
A maneira mais natural com que nós interagimos com outras pessoas é através de conversas. E por que não conversar também com as empresas? As expectativas dos consumidores mudaram e cada vez mais os canais digitais ganham relevância. Poucos são os casos que justificam que o cliente pegue um telefone, ligue e espere para ser atendido por uma empresa. Conversas rápidas e relevantes através do canal escolhido pelo cliente é a realidade exigida pelos consumidores para os próximos anos.

2 – Querem ter seus problemas resolvidos rapidamente, mesmo que seja por conta própria
A dinâmica do processo de jornada do cliente costumava significar que a empresa e o agente de atendimento detinham todo o controle sobre a experiência de cada cliente. Agora, a dinâmica do poder mudou à medida que as empresas passaram a usar CX para se diferenciar. Os consumidores esperam estar no controle para se manterem fiéis às marcas, desde a escolha dos canais e forma de ser atendido, como o tempo que quer gastar com isto, mesmo que isso indique que ele mesmo possa solucionar seus problemas.

3 – Clientes querem ser reconhecidos em qualquer interação, sem precisarem ficar se repetindo
Como consumidor, não há nada mais cansativo e frustrante do que ter de repetir suas demandas aos atendentes à medida em que somos encaminhados para os departamentos responsáveis ou mesmo quando fazemos um novo contato. Cada vez mais os clientes estão reforçando a importância dessa integração do atendimento e do histórico de informações para personalizar cada jornada do cliente, de acordo com suas preferências e interações. De acordo com o CX Trends 2022, 87% consumidores brasileiros esperam que as empresas colaborem internamente para que não precisem repetir informações. E mais: 99% gastaria mais com marcas que personalizam esse atendimento.

4 – Se a tecnologia veio para ficar, conversar com “robôs” não será um problema
Os clientes vêem a Inteligência Artificial principalmente como uma força para o que é bom, podendo melhorar suas interações e experiências com as empresas. Feito corretamente, 65% dos clientes esperam que a IA seja uma economia de tempo. Outros 64% dizem que isso os impedirá de ter que se repetir. Olhando para o futuro, 61% esperam que a maioria de suas futuras interações de serviço com as empresas sejam automatizadas. Até 2030, a IA deverá representar 75% das primeiras interações com os clientes, colocando o papel do agente de atendimento de forma muito mais estratégica no processo para lidar com casos mais complexos ou clientes VIP.

5 – Querem, acima de tudo, ter boas experiências. E as expectativas ficarão altas.
Se consumidores brasileiros já deixavam de comprar com uma marca depois de múltiplas experiências negativas, imagine como essa expectativa será ainda mais alta nos próximos anos! A questão das boas experiências já é realidade: 75% dos clientes agora recorreriam a um concorrente após apenas um único atendimento ruim. As empresas não vão querer pagar pelo risco de perder o cliente por não cuidar bem de suas experiências.

O que podemos entender destas apostas é que não importa qual a sua preferência em termos de atendimento, desde que você tenha uma boa experiência, e sempre foi assim. O que está mudando e deve mudar em uma velocidade cada vez mais rápida é a forma como as novas tecnologias estão expandindo as fronteiras de CX e impactando o nosso comportamento, e vice-versa, esteja presencialmente em uma loja, via aplicativo no seu smartphone ou até em uma jornada de imersão do metaverso. Se tivermos esta experiência que buscamos, seja qual for a marca, podem ter certeza que o almoço estará pago.

Correios Empresas disponibiliza serviços logísticos no formato digital para clientes

Os clientes que têm contrato com o Correios Empresas agoram também podem acessar os serviços no formato digital. O canal oferece soluções com foco nas atividades de coleta, preparação dos objetos e integração direta com o fluxo logístico, dispõe de plataforma digital que agrega uma série de serviços e permite, ao empreendedor, o gerenciamento dos negócios de forma online.

Pelo site ou app, os clientes podem, por exemplo, realizar a gestão de contratos, consultar limite de crédito, analisar dados e executar serviços de Correios em um só lugar. Outras funcionalidades, como simulação de preços e prazos, pré-postagem, rastreamento, suspensão da entrega e consulta de AR Eletrônico, também estão disponíveis.

O objetivo é melhorar a jornada do cliente, que terá acesso a informações e soluções que agregam mais valor ao negócio. Em breve, novas unidades físicas do Correios Empresa serão inauguradas e novas funcionalidades serão implementadas na plataforma. Lojistas e empreendedores podem entrar em contato com os representantes comerciais dos Correios para saber mais.

A plataforma pode ser acessada pelo Portal Correios, opção “Meu Correios – Pessoa Jurídica”, ou pelo app Correios Empresas disponível nas versões IOS e Android.

Human Centered Design: a redefinição da experiência foi atualizada

O design já não contempla mais apenas a excelência técnica ou estética aplicada à criação de poltronas, eletrodomésticos e às artes gráficas que tornam logotipos e peças publicitárias visualmente mais interessantes.

O termo ganha nova roupagem com a abordagem do Human Centered Design, conceito que aponta para o ser humano no desenvolvimento de soluções que envolvem a perspectiva das pessoas em todas as etapas da resolução de problemas.

Nesse cenário, o design passa a ser um guardião da visão do cliente dentro das empresas, pautando todos os setores de uma companhia pela entrega das melhores experiências e produtos, porque há o entendimento de que indivíduos são particulares ainda que participem de um mesmo grupo social.

Na era da informação ou era digital – momento histórico em que vivemos – o Human Centered Design abandona as práticas estabelecidas na Revolução Industrial iniciada na metade do século 18. O período, que antecede o atual, ganhou sustentação na produção em larga escala de produtos padronizados nas linhas de montagem.

Enquanto uma época defendia relações de trabalho inflexíveis e hierárquicas, a outra sugeria novos modelos de negócio. Enquanto uma surfou nas benesses trazidas pela invenção da prensa, a outra escancarou a importância da presença digital.

Hoje, o modelo de capitalismo perde suas principais características da era industrial e estabelece valor na obtenção maciça de informações, uma vez que o que passa a importar mesmo são os dados. O “novo ouro” das relações corporativas passa, então, a entregar o conhecimento aprofundado das pessoas e, como consequência, a viabilização de produtos e serviços capazes de agradá-las muito mais.

A analogia com comprar um presente funciona aqui. Se conhecemos bem quem vamos presentear, a chance de sermos mais certeiros na hora de escolher o presente aumenta. Podemos errar? Até podemos, mas a chance de acontecer é menor. O mesmo acontece com o lançamento de novas ofertas quando pensadas por meio do design

Luis Alt,
fundador da Livework Brasil

“A analogia com comprar um presente funciona aqui. Se conhecemos bem quem vamos presentear, a chance de sermos mais certeiros na hora de escolher o presente aumenta. Podemos errar? Até podemos, mas a chance de acontecer é menor. O mesmo acontece com o lançamento de novas ofertas quando pensadas por meio do design”, explica Luis Alt, fundador da Livework Brasil.

O fundador e responsável pela operação brasileira da Livework, primeira consultoria de Design de Serviço do mundo criada em Londres em 2001, afirma que o pilar central do design nas organizações centradas em seus clientes é a empatia, que trata da busca por conexões profundas com as pessoas que serão beneficiadas ou impactadas pelas soluções entregues ao mercado.

“Uma organização que não for centrada em seus clientes corre o risco de se apaixonar pela forma como atende a uma necessidade muito mais do que pela necessidade em si. O que quero dizer é que toda organização precisa ter uma noção muito clara do ‘para que serve’ e isso está intimamente conectado à visão que ela possui sobre seus clientes”, alerta.

Para obter um diagnóstico profundo dos consumidores, gestores dos mais diversos segmentos contam, hoje, com todo um arsenal tecnológico a seu próprio favor. Isso inclui inovações com aplicação de inteligência artificial e machine learning.

No entanto, na mesma esteira do visionário, a Design manager do Itaú e Learning Designer da Hyper Island, Carolina Perrone, diz que “a tecnologia só serve se servir”. Para a especialista, esse é um desafio ainda maior para as empresas de grande porte, cujos dados são segmentados e quase sempre há falta de comunicação entre toda a oferta de valor para o cliente.

“A conquista do Customer Experience 360°, capaz de entregar uma experiência única de marca, passa pela adoção de um data lake único que possibilite enxergar o cliente como um só, não mais como um mero CPF”, avalia Carolina.

Mas os desafios das organizações robustas, com base de clientes muito distintos, não param por aí. Nesse sentido, o Human Centered Design vem colaborando para que seus consumidores deixem de ser observados pela lógica demográfica, de renda e idade, para, enfim, terem atendidas suas expectativas individuais.

“Empresas muito grandes que visam atender públicos diversos começam a apostar em segmentações diferentes para um mesmo produto ou serviço, alternativa que abandona os recortes demográficos pelos recortes de afinidades. Começa-se a estudar as tribos às quais pertencem e o que esses grupos têm em comum. A partir daí, são desenvolvidas soluções adaptadas às diferentes necessidades dos indivíduos desses pequenos grupos”, complementa.

Nossos erros têm que ser encarados como aprendizados e nossas ideias, com desprendimento, para que possamos deixar a mente livre para encontrar a melhor solução, sempre com foco no que traz verdadeiro valor para nosso cliente

Alexandre Fontes,
superintendente de Operações e CX da Veloe

PILARES FUNDAMENTAIS
Luis Alt considera que, além da empatia, há dois eixos imprescindíveis na aplicação do Human Centered Design: a colaboração e a experimentação.

Sobre a empatia, ainda que não seja possível realmente sentir ou pensar como outras pessoas, seu exercício permite às organizações entender melhor os problemas que buscam resolver. “Essa dinâmica, por consequência, coloca empresas e desenvolvedores em posições mais interessantes na hora de propor soluções.”

A colaboração contempla o eixo que promove a participação de pontos de vista e áreas distintas. “Em poucas palavras, é um pilar que também parte da empatia, traz insights de vários setores internos para entender, imaginar e definir as soluções que serão levadas adiante”, explica.

Já a experimentação baseia-se na adesão da cultura em que se busca aprender (e, se necessário, errar) rápido sobre o que se está planejando fazer. “Para isso, construímos protótipos simples que ajudam a tangibilizar nossas ideias e mostramos para clientes ou diferentes stakeholders. Mais do que validar se algo deve ou não ser feito, os protótipos nos permitem evoluir as ideias e antecipar problemas.”

A experiência é única a cada edição, e os clientes podem ser atendidos por nossos executivos, que sempre levam muitos aprendizados para suas áreas

Newton Marques Júnior,
superintendente de Customer Journey do Inter

O CONCEITO NA PALAVRAS DE GIGANTES DO MERCADO
O QuintoAndar, fundado em 2013, faz parte da leva de organizações “nativas digitais” surgidas na era da informação, companhias que acabaram tendo certas vantagens em relação às que nasceram antes da revolução digital e que vêm pautando o customer experience nas relações entre empresas e consumidores – ainda que a máxima não se aplique a todas as companhias surgidas no mesmo período.

Para Nicolau Camargo, vice-president of Services and Customer Experience do QuintoAndar, o conceito “sempre fez parte da cultura da companhia, que já nasceu centrada na experiência do cliente”.

Mas, segundo o executivo, as experiências oferecidas e os valores percebidos pelos consumidores devem estar no radar de toda a organização para que os processos e fluxos permaneçam em constante melhoria.

“É uma jornada eterna. Sempre pode ser melhor. Um bom exemplo é o nosso processo de onboarding. De acordo com o perfil de cada cliente, é apresentada uma jornada de usuário, podendo conter um fluxo diferente de contatos, com vídeos explicativos das próximas etapas do processo, ou não. Essa iniciativa, por exemplo, elevou em 20% o nosso NPS, que é um dos nossos principais termômetros, uma vez que cuidar da experiência do cliente é papel de todos”, explica Camargo.

EMPATIA: vencer as limitações dos repertórios particulares e buscar “vestir o chapéu” dos consumidores em todo o processo.
COLABORAÇÃO: descentralizar a participação exclusiva do desenvolvimento de produtos e serviços das áreas de Design, Tecnologia e Negócios, inserindo outros times.
EXPERIMENTAÇÃO: abusar da testagem de ideias sugeridas por meio de experiências e verificação geral de hipóteses.
A nativa digital 99, nascida em 2012 no setor dos aplicativos de transporte, considera que o Human Centered Design é fundamental para qualquer produto ou serviço que pretenda ser relevante, ajudando pessoas reais a resolverem problemas reais.

“Apesar da abundância de dados captados, olhamos para além dos dados, para enxergar as pessoas por trás de cada CPF. Entender como se deslocam e com quais missões, suas preferências e restrições, suas necessidades e preocupações faz parte do processo de concepção e execução dos nossos serviços, e temos muitos times envolvidos na captura e no aprimoramento desses insights para traduzi-los em atributos tangíveis para nossos clientes, tanto no uso do aplicativo quanto na experiência off-line”, diz Priscilla Ferreira, CX Operations Sr. director da 99.

Na contramão da jovialidade do QuintoAndar e da 99, a Nestlé, com 101 anos no Brasil e história de credibilidade construída desde a era industrial, buscou estar atenta ao cenário atual, antecipando tendências de compra, consumo e comportamento para continuar presente em “99% dos lares brasileiros”, segundo Renate Giometti, head de Inovação e Novos Negócios da companhia.

A empresa criou programas importantes para que seu longo tempo de estrada não passasse a representar um entrave na adoção de conceitos modernos de design estabelecidos no desenvolvimento de produtos e na jornada do consumidor.

“Em 2018, criamos um programa de intraempreendedorismo que desde 2021 passou a ser chamado de Innovation Challenge. A iniciativa já recebeu, ao todo, 400 projetos de inovação de 1.300 colaboradores. Destes, 40 foram acelerados e 18 já foram implementados. A outra forma que a Nestlé usa para estimular a mentalidade de mudança é a inovação aberta, que é uma forma de inovar com parceiros. Há um ano, a companhia lançou o Panela, que é a nossa plataforma de inovação aberta para conectar, em um só lugar, a Nestlé com colaboradores, startups, universidades e parceiros empresariais de todo o ecossistema de inovação do Brasil”, conta Renate.

A transformação digital foi sendo refinada estrategicamente. Passou a compor nosso modelo de negócio e ganha força em 2022, avançando no uso de ferramentas para acompanhar o comportamento do consumidor e, cada vez mais, personalizar sua jornada

Gustavo Fruges,
diretor de Brand Experience do Grupo Boticário

Ela atribui à adoção das técnicas do design aplicado às pessoas o lugar sólido que a Nestlé ocupa em 2022.

“Estamos há 101 anos no Brasil. Esse é o principal saldo de adoção desse mindset inovador e centrado no consumidor. Buscamos ativamente formas para garantir a nossa relevância nos próximos 100, entendendo a jornada do cliente e nos comunicando com ele. Em um ano, o site Nestlé teve 9 milhões de visitas; o Serviço Nestlé ao Consumidor, 3 milhões de atendimentos; e Receitas Nestlé, 120 milhões de visitas.”

Na altura de seus 45 anos, O Boticário vem colhendo frutos valiosos da aplicação do conceito em toda a jornada de seus consumidores ou, melhor, na jornada dos consumidores de todas as marcas do Grupo.

Gustavo Fruges, diretor de Brand Experience do Grupo, avalia que os resultados admiráveis da companhia representam “o desenvolvimento de espaços humanos e empáticos que privilegiam a relação entre as pessoas, a troca de ideias, a cooperação e o compartilhamento”: principais pilares do Human Centered Design.

Em 2020, a receita da holding passou de R$ 4,5 bilhões para R$ 14,9 bilhões. O saldo de empregos diretos saltou de 6 mil para 12 mil colaboradores. Ao todo, são 47 mil empregos diretos e indiretos.

O design centrado nas pessoas colaborou para que o Grupo fizesse escolhas assertivas sobre os pontos de contato com sua audiência e o uso das inovações.

“Hoje, os canais digitais respondem por cerca de 40% das vendas, impulsionadas por frentes como o aplicativo da marca, que atingiu mais de 1,5 milhão de downloads desde o ano passado. Desse modo, a transformação digital foi sendo refinada estrategicamente. Passou a compor nosso modelo de negócio e ganhou força em 2022, avançando no uso de ferramentas para acompanhar o comportamento do consumidor e cada vez mais personalizar sua jornada”, conta o executivo.

O DESIGN HUMANO NO SETOR FINANCEIRO
Combinando produtos e serviços financeiros, cujos designs são trabalhados com recursos tecnológicos para facilitar o acesso e a compreensão de seus consumidores, as fintechs inegavelmente vêm protagonizando o desenvolvimento de soluções centradas nas pessoas.

O sucesso da aceitação desse modelo de negócios no País fez nascer categorias completamente digitais com a mesma segurança proporcionada pelos bancos físicos, como é o caso dos bancos Original e Inter.

O Banco Original vem assistindo a seus números subirem com a manutenção de ações contínuas, com foco na centralização de estratégias que priorizem os clientes com base nas especificidades de cada um.

A companhia revisou seu design organizacional e criou uma Superintendência de Ciclo de Vida do Consumidor. O processo contou com treinamentos institucionais, o desenvolvimento de modelos preditivos de IA, investimento em plataformas e dashboards com NPS e feedbacks em tempo real nas diversas jornadas e produtos, dentre outros.

“Com a adoção de diversos parâmetros, conseguimos, em 12 meses, quadruplicar as interações com os clientes com muito mais contexto e assertividade nas ofertas. Automatizamos mais de 500 peças de interação e aumentamos as conversões no app com ofertas real time, que impactaram mais de 2 milhões de usuários intrajornada com 20% de engajamento. Tivemos também o dobro de conversão de uma campanha off-line, incrementamos 13 pontos no nosso NPS e reduzimos as incidências de reclamações. Tudo isso crescendo em 32% a base de clientes no período”, comemora Juliana Sandano, superintendente-executiva do Ciclo de Vida do Cliente do Banco Original.

A conquista do Customer Experience 360°, capaz de entregar uma experiência única de marca, passa pela adoção de um data lake único que possibilite enxergar o cliente como um só, não mais como um mero CPF

Carolina Perrone,
Design manager do Itaú e Learning Designer da Hyper Island

Na esfera do atendimento, o Inter vem aplicando o Human Centered Design em ações que movimentam toda a companhia. Na chamada Gestão de Conhecimento, todos os colaboradores (internos e parceiros) passam por treinamentos periódicos para que não se percam dos padrões de acolhimento e do nível de engajamento desejados para solucionar as demandas dos clientes.

Sob a ótica da Guestologia – em alusão ao termo criado pela Disney que se refere à arte e à ciência de conhecer e entender consumidores para alcançar a excelência – o banco realiza o CX Day Mensal, ocasião em que todos os colaboradores fazem atendimentos, ao vivo, pelo chat, tratando dos assuntos relacionados às suas respectivas áreas do negócio.

“A experiência é única a cada edição, e os clientes podem ser atendidos por nossos executivos, que sempre levam muitos aprendizados para suas áreas. Essas iniciativas fazem parte do Interlove, Programa de Encantamento de Clientes necessário para que a gente possa manter uma das nossas fortalezas: a centralidade no cliente que compõe o DNA da empresa”, compartilha Newton Marques Júnior, superintendente de Customer Journey do Inter.

Estamos há 101 anos no Brasil. Buscamos ativamente formas para garantir a nossa relevância nos próximos 100, entendendo a jornada do cliente e nos comunicando com ele. Em um ano, o site Nestlé teve 9 milhões de visitas; o Serviço Nestlé ao Consumidor, 3 milhões de atendimentos; e Receitas Nestlé, 120 milhões de visitas

Renate Giometti,
head de Inovação e Novos Negócios da Nestlé

CONSELHOS DE QUEM TEM CORAGEM
A jovem Veloe, serviço de tag veicular que economiza o tempo de motoristas nas filas de estacionamentos, pedágios e shoppings com processos automatizados de cobranças e, ainda, deixa os caminhos livres em 100% das rodovias com pedágios do Brasil, traz uma dica pertinente às empresas que querem se tornar competitivas no mercado por meio das aplicações do Human Centered Design.

Ainda que haja nomes conhecidos neste nicho, a startup surgiu como uma alternativa moderna e simples para concorrer com as demais empresas do ramo. Alexandre Fontes, superintendente de Operações e CX da companhia, diz, taxativo, que “arriscar é preciso”, e encoraja os gestores ainda resistentes às premissas do mundo moderno.

“Em um mundo volátil e incerto, sabemos que temos que nos movimentar, e o movimento gera riscos. Para tentarmos minimizá-los, acredito que precisamos errar rápido: errar, entender, corrigir e superar. Nossos erros têm que ser encarados como aprendizados e nossas ideias, com desprendimento, para que possamos deixar a mente livre para encontrar a melhor solução, sempre com foco no que traz verdadeiro valor para nosso cliente”, considera.

A Gympass, benefício oferecido por empresas aos colaboradores para que possam contratar seus serviços, pede “atitude, disciplina e resiliência”.

“Não nos acostumamos a fazer a mesma coisa. Somos uma empresa com pouco menos de uma década e com um produto diferente e inovador. Uma parte importante da nossa jornada foi construída baseada em testar, inovar, fazer diferente, errar, ajustar rotas e acertar. Um recente exemplo foi a maneira como encaramos a pandemia e os longos períodos de lockdown: deixamos de ser uma empresa focada em exercícios físicos nas academias para nos tornarmos uma plataforma completa de soluções de bem-estar para os nossos clientes. É preciso ter resiliência”, finaliza Rogério Nunes, VP of Customer Experience da startup mineira, que rapidamente se expandiu para o mundo ao oferecer um aplicativo que dá acesso a diversas academias por meio do pagamento de uma única mensalidade.

Com a adoção de diversos parâmetros, conseguimos, em 12 meses, quadruplicar as interações com os clientes com muito mais contexto e assertividade nas ofertas

Juliana Sandano,
superintendente-executiva do Ciclo de Vida do Cliente do Banco Original