Cainiao, do Alibaba, abre sede da América Latina no Brasil e planeja abrir 9 centros logísticos até 2025

Pontos Chave:

*O braço de logística do Alibaba, Cainiao, anunciou na segunda-feira a abertura de sua sede latino-americana em São Paulo, Brasil.

*Drones de baixo custo e fones de ouvido bluetooth estão entre os produtos mais populares para os clientes locais, afirmou Cainiao.

*A expansão ocorre quando o crescimento do varejo na China desacelerou – o Alibaba pela primeira vez não divulgou o total de vendas de seu principal festival de compras do Dia dos Solteiros, que terminou na sexta-feira.

*O braço de logística do Alibaba, Cainiao, instalou armários no Brasil para os clientes locais retirarem pacotes.

O braço de logística da Cainiao anunciou na última segunda-feira (14), a abertura de sua sede latino-americana em São Paulo, Brasil.

A expansão ocorre quando o crescimento do varejo na China desacelera – o Alibaba, pela primeira vez, não divulgou o total de vendas de seu principal festival de compras do Dia dos Solteiros, que terminou na sexta-feira. A plataforma internacional de comércio eletrônico da empresa, AliExpress, voltou-se recentemente para a Coreia do Sul e o Brasil, além de uma tentativa de anos de expansão para a Europa.

A Cainiao envia a maioria dos pedidos do AliExpress da China para o Brasil, disse a empresa, alegando que opera oito voos fretados por semana entre os países.

Drones de baixo custo e fones de ouvido bluetooth estão entre os produtos mais populares para clientes locais, disse a empresa.

O negócio de logística, que também opera na China, foi responsável por 6% da receita do Alibaba no trimestre encerrado em 30 de junho.

Cainiao também trabalha com comerciantes locais no Brasil. A empresa abriu oficialmente na segunda-feira um centro de triagem de embalagens no país, após o lançamento em outubro de centros de triagem na Cidade do México e em Santiago, no Chile.

A empresa afirma que sua rede local de entrega expressa cobre mais de 1.000 cidades no Brasil, com entrega em um dia para clientes em São Paulo e algumas outras cidades.

Plano de três anos
Nos próximos três anos, a Cainiao disse que planeja instalar mais 1.000 armários em 10 cidades do Brasil para entrega de pacotes e alimentos. A empresa também disse que pretende lançar mais nove centros de distribuição em sete estados do Brasil.

Cainiao disse que sua expansão também ajudará as empresas brasileiras a vender produtos como café, nozes e própolis – um produto de saúde – para consumidores chineses por meio da plataforma de comércio eletrônico Tmall do Alibaba.

O braço de logística do Alibaba, Cainiao, instalou armários no Brasil para os clientes locais retirarem pacotes.

O Alibaba assumiu o controle majoritário da Cainiao em 2017. O braço de logística ainda realiza embarques e faz negócios com outras empresas – a maior parte da receita da Cainiao vem desses terceiros, de acordo com uma divulgação financeira.

No trimestre encerrado em 30 de junho, a receita do negócio de logística cresceu 5% em relação ao ano anterior, para 12,14 bilhões de yuans (US$ 1,71 bilhão).

Em contraste, o Alibaba disse que a receita de seus negócios de varejo de comércio internacional naquele trimestre caiu 3% em relação ao ano anterior, para US$ 1,57 bilhão, devido principalmente aos desafios no mercado europeu. O comércio da China, de longe o maior negócio da empresa, viu a receita cair 2%, para US$ 20,45 bilhões.

O Alibaba deve divulgar os resultados trimestrais na quinta-feira.

China: melhorar os índices de logística reflete a recuperação econômica do país

Vários índices de logística recentemente reverteram suas trajetórias de queda com melhorias na demanda do mercado e nas operações comerciais, indicando que o motor econômico da China está a caminho de voltar graças a políticas acordadas de pró-crescimento.

Durante o feriado nacional da semana passada, as empresas de entrega expressa da China ficaram lotadas de pedidos, lidando com mais de 4,1 bilhões de encomendas no total, informou a Agência dos Correios do Estado no último sábado (8).

Um índice da indústria mostra que o mercado de correio da China se recuperou de seus baixos índices anteriores para se tornar vivo em setembro.

O índice de desenvolvimento de entrega expressa do país asiático, uma medida das atividades e tendências gerais de negócios de entrega expressa, chegou a 353,1 no mês passado, um aumento mensal de 13,5%.

O índice de logística de comércio eletrônico reverteu a contração de agosto subindo para 108,1, perto da alta deste ano de 108,9 registrada em fevereiro, segundo apontou uma pesquisa realizada em conjunto pela Federação Chinesa de Logística e Compras (CFLP, na sigla em inglês) e a gigante do comércio eletrônico JD.com.

E as melhorias não se limitam ao setor de comércio eletrônico. O índice que acompanha o desempenho do mercado de logística da China ficou em 50,6% em setembro, um aumento de 4,3% em relação a agosto, revertendo uma sequência de perdas de dois meses, segundo a CFLP.

Hu Han, pesquisador do Centro de Informações Logísticas da China, atribuiu a recuperação à implementação de macropolíticas, à recuperação constante do consumo doméstico, ao rápido crescimento em energia e logística, bem como à restauração da capacidade de abastecimento logístico.

A maioria dos subíndices apresentou alta no mês passado. O subíndice de novos pedidos ficou em 50,1%, acréscimo de 3,2% em relação a agosto, indicando um aumento nos pedidos e a recuperação da demanda no mercado de logística, observou He Hui, presidente adjunto da CFLP.

A infraestrutura logística do país asiático foi tranquila em setembro, disse Hu, destacando a forte resiliência da rede expressa de comércio eletrônico, conforme indicado pela rápida recuperação do volume de negócios e subíndices de novos pedidos.

Devido ao aumento nos pedidos e receitas, a lucratividade de empresas de tamanhos variados mostrou sinais de melhora, observou Hu, acrescentando que o desempenho das empresas no terceiro trimestre deste ano foi significativamente mais forte do que no trimestre anterior.

“À medida que as políticas para estabilizar a economia e apoiar as empresas gradualmente entraram em vigor, as operações comerciais no setor de logística tiveram uma melhora geral”, disse Hu.

Este ano, a China divulgou um pacote de medidas para combater as interrupções induzidas pela Covid e coordenar o controle da pandemia. No final de setembro, o primeiro-ministro chinês Li Keqiang pediu a implementação de políticas e pediu esforços para garantir uma logística tranquila e o fornecimento constante de carvão e eletricidade.

Em relação ao futuro, analistas acreditam que situações econômicas internacionais complicadas combinadas ao ressurgimento de casos de Covid-19 em várias regiões e à demanda fraca podem pesar nas operações de logística no quarto trimestre.

Amazon anuncia investimento de US$ 970 milhões em elétricos para frota europeia

Varejista também disse que espera entregar mais pacotes por meio de bicicletas de carga elétrica e a pé.
Plano faz parte da varejista de atingir emissões de carbono zero até 2040.

A Amazon disse na última segunda-feira (10), que planeja gastar 1 bilhão de euros, ou US$ 972 milhões, em veículos elétricos para sua frota na Europa.

O investimento aumentaria a frota da empresa para pelo menos 10.000 vans elétricas de entrega até 2025, acima das 3.000 que já opera e mais de 1.500 caminhões elétricos de longo curso. Faz parte da meta da Amazon produzir emissões líquidas de carbono zero até 2040.

A Amazon disse que também espera entregar mais pacotes por meio de bicicletas de carga elétrica e a pé, usando estações de entrega localizadas centralmente, que está chamando de “centros de micromobilidade”. A empresa disse que já opera esses centros em 20 grandes cidades europeias, incluindo Londres, Munique e Paris.

“Nas cidades tradicionalmente densas da Europa, os hubs permitem que a Amazon opere novos métodos de entrega … para levar pacotes aos clientes de forma mais sustentável”, disse o comunicado da empresa. A Amazon espera dobrar o número desses hubs até o final de 2025.

A Amazon disse que o investimento ajudará a impulsionar a inovação em todo o setor e incentivará mais infraestrutura de cobrança pública, o que permitirá que o setor de transporte mais amplo reduza mais rapidamente as emissões.

“Nossa rede de transporte é uma das áreas mais desafiadoras do nosso negócio para descarbonizar, e para alcançar carbono líquido zero exigirá um investimento substancial e sustentado”, disse Andy Jassy, ​​CEO da Amazon.

“A implantação de milhares de vans elétricas, caminhões e bicicletas de longo curso nos ajudará a nos afastar ainda mais dos combustíveis fósseis tradicionais.”

Várias montadoras estão aumentando os planos de produção para veículos elétricos de entrega. Uma delas é a Rivian, uma novata de caminhões elétricos, na qual a Amazon foi um dos principais investidores iniciais.

A Rivian anunciou no mês passado que assinou um “memorando de entendimento” com a Mercedes para trabalhar em conjunto na produção de vans elétricas na Europa.

Os veículos de entrega, que percorrem rotas curtas em horários regulares, são relativamente fáceis de recarregar totalmente todas as noites no armazém ou depósito de uma empresa.

Mas os semi-caminhões elétricos são mais desafiadores, pois tendem a estar em rotas de longa distância que dificultam a recarga eficiente. A Tesla, que planeja lançar um semi-elétrico há anos, deve entregar seu primeiro para a Pepsi em dezembro, disse o CEO Elon Musk na semana passada.

Deutsche Post registra alta no lucro no 3º trimestre e pretende elevar metas do ano

Controladora da DHL informou que seu lucro antes de juros e impostos (Ebit) foi de 2,04 bilhões de euros no terceiro trimestre, de acordo com prévia operacional.

O Deutsche Post, controlador da DHL, anunciou na última segunda-feira (10), que seu lucro cresceu no terceiro trimestre, com manutenção da taxa de utilização da sua capacidade em todos os seus negócios. A companhia pretende elevar suas estimativas para o ano.

A empresa disse que seu lucro antes de juros e impostos (Ebit) foi de 2,04 bilhões de euros no terceiro trimestre, de acordo com prévia operacional. No mesmo período de 2021, o Ebit havia sido de 1,77 bilhão de euros.

O Ebit do Deutsche Post nos primeiros nove meses do ano foi de 6,5 bilhões de euros, ante 5,76 bilhões de euros no mesmo período de 2021.

Atualmente a empresa tem estimativa de Ebit de 8 bilhões de euros para 2022, com margem de alta ou baixa de 5%, mas que pretende aumentar a projeção no mês que vem, quando divulgar seu balanço.

Mercado Livre busca ampliar a operação

Companhia tem desafios, como a necessidade de ganho de tráfego e de frequência de compras em um ambiente de forte competição e pressões.

O Mercado Livre investiu R$ 17 bilhões neste ano no Brasil, 70% a mais que em 2021. Ao Valor, Marcos Galperin, cofundador da empresa, diz que o volume será maior em 2023, mas não está definido. Enquanto o mercado on-line brasileiro cresceu 4% no 2º trimestre, conforme a NielsenIQ Ebit, o Mercado Livre avançou 19%. O país tem 60% dos 10 milhões de vendedores da plataforma na América Latina e responde por 55% das vendas.

Porém, a companhia, que vale US$ 47 bilhões na Nasdaq, tem desafios, como a necessidade de ganho de tráfego e de frequência de compras em um ambiente de forte competição e pressões operacionais (frete mais caro) e financeiras (juro alto).

Algumas operações também são deficitárias, como o cartão de crédito, a carteira digital, o braço de alimentos on-line e a venda própria de produtos. “Tem que crescer, mas ser rentável, e também lançar coisas novas – e elas quase sempre são deficitárias”, diz. Para ele, o país sairá primeiro da crise. “No Brasil, os juros começaram a subir antes que no resto do mundo e vão baixar antes.”

E-commerce: estacionamentos e fábricas fechadas viram depósitos para acelerar entregas em São Paulo

Empresas como Goodstorage e Unlog crescem junto com a explosão do comércio eletrônico, aliada à falta de espaços perto da capital paulista, que fez com que os preços dos espaços para armazenamento disparasse em São Paulo.

A corrida do varejo online e das indústrias de bens de consumo para entregar rapidamente seus produtos ao consumidor tem provocado uma disputa acirrada por espaços de armazenagem na cidade de São Paulo, o principal mercado do País. Por conta disso, espaços como estacionamentos ociosos ou fábricas abandonadas, por exemplo, têm se transformado em depósitos para atender especificamente ao e-commerce.

A maior procura por áreas vagas vai do miolo da capital paulista até áreas a 30 km do centro. Nessas regiões, faltam terrenos para erguer condomínios logísticos e imóveis adequados para serem transformados em galpões “last mile” (última milha), no jargão do mercado de logística. Esses armazéns servem como ponto de apoio para o despacho final das mercadorias, a parte mais onerosa das entregas.

A escassez de terrenos para a instalação de novos empreendimentos logísticos levou o mercado imobiliário a um estado de ebulição. Os reflexos aparecem na alta dos aluguéis dos galpões, na queda da vacância e também na adaptação de imóveis vagos para virarem armazéns.

Não é raro hoje encontrar galpões logísticos em áreas onde até pouco tempo atrás funcionavam indústrias. Um exemplo dessa transformação foi a compra da fábrica de trens da Alstom, na Lapa, bairro da zona Oeste da cidade, pela Goodstorage. Com a ida da empresa francesa para Taubaté (SP), ficou vago um terreno de 80 mil metros quadrados, com 65 mil metros quadrados de galpões.

“Estamos reformando esses galpões, que vão dar origem a um parque logístico no coração da Lapa”, conta Thiago Cordeiro, CEO da Goodstorage. O empreendimento começa a funcionar em fevereiro e já tem uma parte pré-locada.

A empresa, que começou em 2013 como um guarda-móveis, hoje se posiciona como uma companhia de logística urbana, incluindo tanto a armazenagem para pessoas físicas (selfestorage) como para empresas. Tem sete parques logísticos urbanos, que somam uma área de 150 mil metros quadrados e investimentos de US$ 150 milhões. Quatro já estão em operação, com 90% de ocupação. Todos os condomínios estão para dentro das Marginais e têm localização estratégica para atender entregas rápidas.

De olho nesse novo filão, a armazenagem urbana, a Unlog, que há dois anos começou como uma espécie de “airbnb” de vagas de estacionamentos, foi outra que mudou de posicionamento.

Diante da baixa rentabilidade do aluguel de vagas de estacionamento, o foco da empresa passou a ser criar infraestrutura de armazenagem para o abastecimento de varejo tradicional, do e-commerce e da indústria. Foram abertos pequenos galpões urbanos de armazenagem, com 200 a 1 mil metros quadrados, espalhados por bairros dentro de grandes cidades.

“Miramos numa formiguinha e acertamos num elefante”, afirma Michele D’Ippolito, sócio-diretor. Com a mudança, a empresa conseguiu conquistar clientes importantes, como Ambev, Mercado Livre, Americanas e outras gigantes, interessadas em locar hubs de armazenagem.

O empresário explica que “granularização” da armazenagem dentro dos grandes centros é a nova tendência da logística para agilizar as entregas. Com isso, passaram a ser aproveitados espaços mais variados: de lojas desativadas a galpões e também parte de estacionamentos ociosos. “Somos bem ecléticos e o nosso modelo é bem híbrido”, diz. Ao aproveitar espaços tão diversos para armazenagem, ele frisa que não se trata de improvisação.

Na rua 25 de Março, importante polo de comércio popular no centro da capital, por exemplo, a empresa ocupa parte de um estacionamento. A área alugada foi transformada em ponto de armazenagem em contêineres e também é aproveitada para o transbordo e retirada de mercadorias.

Na Vila Olímpia, zona Sul da cidade, a companhia tem uma área de armazenagem de 400 metros quadrados, dividida em pequenos hubs logísticos. Eles são alugados pelo varejo online, como Amaro, Riachuelo, e empresas como a Infracommerce, voltada para a parte de implementação de e-commerce para as indústrias. Aliás, indústrias de bens de consumo, como Philip Morris e Canon, que estão na unidade da Vila Olímpia, são os principais clientes dos hubs urbanos da companhia.

“Para a gente, a pandemia foi mágica”, afirma o empresário, que no meio da covid-19 viu o seu o negócio dar um salto. “Em 2021, crescemos o faturamento em 1.600%.” O negócio deu tão certo que foi criada uma divisão específica de armazéns, batizada de Undock. Neste ano, a empresa continua em ritmo acelerado, mas ele não revela quanto está crescendo.

De grandes terrenos a ‘terreninhos’
Para atender o mercado de entregas rápidas, o sócio-diretor da consultoria imobiliária Binswanger Brazil, Nilton Molina Neto, diz que empresas de desenvolvimento imobiliário têm buscado não só grandes terrenos na Região Metropolitana de São Paulo para erguer condomínios logísticos, mas também “terreninhos” menores, com 5 mil a 10 mil metros quadrados, para montar operações específicas de logística dentro da cidade de São Paulo.

A tendência é confirmada por Simone Santos, presidente da SDS Properties, imobiliária especializada em galpões, e coordenadora do Comitê de Real Estate da Associação Brasileira de Logística (Abralog). Na sua empresa, há demandas diárias por pelo menos 1 mil metros quadrados de galpões dentro da cidade de São Paulo. “No entanto, não existe infraestrutura suficientemente adequada para suprir essa demanda.” Os principais interessados são os e-commerces, mas também há fabricantes de bebidas, cigarros, produtos farmacêuticos.

Marina Cury, CEO da Newmark no Brasil, consultoria do setor imobiliário, conta que existe uma demanda gigantesca por áreas logísticas, especialmente as que ficam até 15 quilômetros do centro de São Paulo. Quem procura são desenvolvedores de logística e empresas que querem alugar galpões. “É um casamento quase perfeito”, afirma, não fosse a falta de oferta.

Vacância em baixa e aluguel em alta
Por causa da oferta apertada de galpões, a vacância está pressionada. No segundo trimestre deste ano, por exemplo, o espaço vago nos galpões em condomínios logísticos localizados num raio de até 30 quilômetros do centro de São Paulo era de 8,7%, enquanto, no restante do Estado de São Paulo, a vacância média atingia quase o dobro (17,2%), aponta pesquisa da Binswanger.

A mínima histórica de espaços vazios nos galpões mais próximos da capital, de 5,5%, foi registrada no terceiro trimestre de 2021. Por causa das entregas de novos condomínios logísticos, houve um alívio. “Mas 8,7% é uma vacância muito baixa”, afirma Molina Neto. O equilíbrio de mercado ocorre quando a ociosidade dos galpões oscila entre 13% e 15%.

A falta de galpões para locação é ainda mais crítica nos empreendimentos mais próximos do centro, até 20 quilômetros da Praça da Sé, o marco zero da capital paulista. Entre abril e junho, a vacância dos galpões logísticos nessas áreas estava em 1,7%, de acordo com a Newmark. É menos da metade da ociosidade registrada no primeiro trimestre (4,08%).

Ao que tudo indica, o aperto deve continuar. Nas contas de Mariana Hanania, diretora de pesquisa da Newmark, está prevista a entrega de 94 mil m² de novos galpões na capital até o final deste ano. Para 2023, serão mais 78,7 mil metros quadrados. “Um inquilino só poderá levar todo esse novo espaço”, alerta. Por isso, a perspectiva é de que o estoque de galpões na capital, atualmente de 600 mil metros quadrados, continue insuficiente.

Outro termômetro do aquecimento é comportamento do aluguel de galpões em condomínios logísticos até 30 quilômetros do centro. O valor pedido tem crescido a cada trimestre desde o início de 2021. Chegou a R$ 27 por metro quadrado no segundo trimestre deste ano, com alta de 28% nos últimos 12 meses, aponta a Binswanger. Foi um avanço bem mais expressivo do que o registrado para a média das demais áreas do Estado de São Paulo, que subiu 11% no mesmo período.

Mudança de perfil
A grande procura por áreas de armazenagem na cidade de São Paulo para garantir entregas em questão de horas começa também a mudar o perfil de algumas regiões. Simone, da Abralog, observa que em regiões onde o zoneamento é mais restritivo para o uso residencial, isto é, na Zona Predominantemente Industrial (ZPI), há imóveis sendo aproveitados para uso logístico. Até são permitidos nessas zonas empreendimentos residenciais, mas normalmente para baixa renda. Por conta disso, a disputa de grandes incorporadoras imobiliárias por terrenos é bem menor e a pressão sobre custos menos intensa, o que acaba viabilizando a implantação de galpões logísticos nesses zonas da cidade.

Mas essa não era a lógica que vigorava no passado. Segundo consultores, o destino de um grande terreno ou de um galpão industrial vago na capital paulista era virar prédio residencial, de escritórios ou shopping center. A logística não estava no radar para o aproveitamento dessas áreas, porque a maioria das empresas não tinha e-commerce. Outro obstáculo é que o uso para logística não fechava a conta, não era rentável, aponta Molina Neto.

Hoje, porém, depois de toda a aceleração nas vendas digitais provocada pela pandemia, a logística ganhou relevância para os empreendedores imobiliários e a conta começa a fechar. Uma reflexo desse movimento já apareceu na rentabilidade. Nos últimos 12 meses, fundos imobiliários com papéis atrelados a empreendimentos logísticos pagaram, em média, dividendos anuais de 8,64% , enquanto os fundos de lajes corporativas tiveram rentabilidade menor, de 7,88% em igual período.

Na no bairro da Vila Olímpia, zona sul da capital, a Undock tem condomínio urbano de pequenos galpões que ocupam 400 metros quadrados, que é muito procurado por empresas de comércio online e indústrias de bens de consumo
Na no bairro da Vila Olímpia, zona sul da capital, a Undock tem condomínio urbano de pequenos galpões que ocupam 400 metros quadrados, que é muito procurado por empresas de comércio online e indústrias de bens de consumo Foto: Werther Santana/Estadão
Novo desafio: o ‘pré-sal’ da armazenagem
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O plano da Goodstorage, segundo Cordeiro, é em cinco anos ter 500 mil metros quadrados de galpões logísticos na cidade de São Paulo. Para isso, serão investidos mais US$ 250 milhões. “A despeito do juro alto não ser favorável ao investimento imobiliário, continuaremos investindo e bastante, porque há carência de infraestrutura.”

D’Ippolito, diz que a meta da Undock é ter 700 unidades em seis anos. Hoje, são 28 unidades que somam cerca 20 mil metros quadrados de área de armazenagem. Elas estão distribuídas em mais de 20 cidades, acima de 300 mil habitantes, espalhadas pelo País. São Paulo responde pela maior parte da área total, entre a 3 mil a 4 mil metros quadrados.

A próxima fronteira a ser explorada para a armazenagem é o “pré-sal”, brinca o empresário. São as áreas subterrâneas das grandes cidades que estão ociosas e necessitam de muita tecnologia para serem exploradas. “Esse é o próximo passo que a gente enxerga como sendo o metro quadrado com grande potencial de ser ressignificado para a logística.”

Procurada, a Americanas S/A informou, por meio de comunicado, que “dispõe de mais de 200 hubs em localização estratégica para potencializar o foco na entrega cada vez mais rápida ao cliente. Além disso, as 1.800 lojas funcionam também como hubs”.

A Loggi, por meio de sua assessoria, informou que “as suas instalações nos centros urbanos fazem parte da nossa estratégia para conectar o Brasil, garantindo que todas as pessoas tenham acesso a uma entrega rápida e eficaz. Nesse sentido, a empresa já ocupou diversos espaços, seja de forma temporária ou permanentemente”.

Braspress inaugura novo terminal em Uberlândia (MG)

O novo terminal está instalado estrategicamente na margem da rodovia BR-050.

Braspress, líder nacional no transporte de encomendas, inaugurou um novo terminal na cidade de Uberlândia (MG) com uma área total de 35 mil metros quadrados. Segundo Urubatan Helou, Diretor-Presidente da Organização, o novo empreendimento exigiu investimentos de 48 milhões de reais.

Com facilidade de distribuição de encomendas para as cinco regiões do Brasil, o novo terminal atende 59 cidades, num raio de 417 quilômetros de abrangência, realizando cerca de 1.200 serviços por dia.

“Tenho certeza de que o novo terminal será uma ferramenta de alavancagem de novos negócios, pois o novo empreendimento nos permitirá aumentar a velocidade de nossas operações, trazendo novo conceito operacional para a região’’, afirmou Urubatan Helou, uberlandense apaixonado pela terra natal.

O novo terminal está instalado estrategicamente na margem da rodovia BR-050, na avenida Comendador Alcides Simão Helou, 3.330, em homenagem ao pai de Urubatan Helou.

A frota local foi estampada com a mensagem “We Love Uberlândia’’ (traduzido do inglês “Nós amamos Uberlândia”) junto com imagens dos principais pontos turísticos do município, numa demonstração de carinho de Urubatan Helou por sua cidade natal.

Uma unidade do CAMB (Centro de Apoio ao Motorista Braspress) funciona no local, onde são realizados exames com os motoristas de glicemia, bafômetro, aferição de pressão, sonômetro entre outros, verificando se os profissionais do volante estão em boas condições de saúde para viajarem. Refeitório, 45 dormitórios, sala de TV e área verde são algumas das demais benfeitorias disponibilizadas na filial.

“Continuamos fazendo a nossa lição de casa, investindo cada centavo que recebemos em novos terminais, tecnologia e frota sempre com o objetivo de oferecer aos clientes um melhor emprazamento das coletas e entregas”, finalizou Urubatan Helou.

Shopee muda regras e dará frete grátis apenas a poucos lojistas; entenda

Redução da entrega gratuita acontece depois de a empresa asiática encerrar operações no Chile e na Colômbia; Mercado Livre, o Magazine Luiza, a Americanas e Via também limitaram benefício.

A Shopee anunciou uma mudança em sua política de frete grátis nesta sexta-feira, 23. A partir do dia 1º de outubro, os dois cupons de frete grátis mensais por cliente ficarão disponíveis apenas para os lojistas virtuais que fazem parte do “Programa Frete Grátis” da plataforma. Nesse programa, os lojistas pagam um porcentual a mais sobre as vendas para ter acesso a mais benefícios.

Enquanto a taxa cobrada dos lojistas comuns está em 14%, os que aderem ao programa pagam 20% do valor de suas vendas para a Shopee. No entanto, a plataforma ainda vai oferecer 3 cupons de 50% de desconto no frete mensais por cliente para todos os lojistas.

O valor mínimo de compra para que os clientes possam usar os cupons também sofreu alterações. Ele passou de R$ 29 para R$ 39 nas lojas virtuais que participam do programa de benefícios e de R$ 59 para R$ 69 para os que não aderiram a essa opção.

A plataforma tem 2 milhões de lojistas registrados no Brasil, número que, em geral, não corresponde, aos lojistas ativos da plataforma, que realmente vendem por ali.

A asiática Shopee não informa quantos desses vendedores fazem parte do programa que dá acesso a mais cupons de frete grátis. Vale lembrar que a empresa tem outros cupons de frete grátis disponibilizados aos consumidores independentemente das taxas pagas pelos lojistas.

Promoções agressivas
Conhecida por uma estratégia promocional agressiva, a Shopee vem, aos poucos, buscando mais racionalidade na gestão de seus custos. Outras plataformas, como o Mercado Livre, Magazine Luiza, a Americanas e a Via (dona da Casas Bahia e do Ponto) fizeram movimentos de limitação do subsídio a frete e maiores tarifas cobradas dos vendedores.

A tendência faz parte de uma adaptação a um cenário de juros altos e maior racionalidade do mercado, no qual queimar caixa para crescer já não parece uma boa ideia.

Dificuldades
Recentemente, a Shopee revisou seu plano de expansão pela America Latina. A companhia informou em seu site argentino o fim de suas operações no país a partir do dia 8 de setembro.

No México, a companhia também comunicou o fim das atividades locais, mas os clientes poderão continuar a comprar produtos de vendedores internacionais, o chamado “cross border”. As operações da Colômbia e do mercado devem seguir o mesmo processo. No anúncio, a empresa deixou claro que a mudança de foco na expansão não dizia respeito à operação brasileira.

Segundo a líder do time de análises da XP, Danniela Eiger, o fato da companhia ter resolvido focar seus esforços no Brasil, era uma notícia de impacto “neutro ou marginalmente negativo” para as concorrentes brasileiras. Isso porque a concorrência da gigante de Cingapura incomoda as brasileiras e a gestão aparentava ver no Brasil condições mais rentáveis de operar do que nos países vizinhos.

O que diz a Shopee
Em nota, a Shoppe afirmou que “está construindo um ecossistema inclusivo que torna a compra e a venda acessíveis a todos. Além de apoiar os empreendedores brasileiros a se beneficiarem do crescimento da economia digital, oferecemos diversos benefícios para que os consumidores economizem nas compras online. Além das ofertas e cupons sempre disponíveis, temos campanhas especiais todos os meses com os Dias Shopee do mês, geralmente datas duplas, quando oferecemos vantagens adicionais para os usuários. A próxima ação (10.10) começa na segunda-feira”.

Consulta Remédios firma parceria inédita com a Uber para entregas expressas

O marketplace de farmácias Consulta Remédios anunciou parceria inédita com a Uber para entregas da modalidade “expressa”, em até duas horas. Por meio do Uber Direct – solução que ajuda empresas a atenderem a demanda de fast delivery –, o foco é melhorar a experiência de compra online de medicamentos e produtos de saúde.

Trata-se do primeiro marketplace de farmácias do Brasil a fazer esse tipo de parceria com o aplicativo, agilizando o atendimento dos usuários e facilitando a logística de entrega para os lojistas.

Antes do lançamento do serviço, a Consulta Remédios realizou testes com algumas farmácias, que passaram a entregar via Uber Direct, a fim de desenhar a parceria da melhor forma possível e estabelecer o tempo limite para cada etapa do processo.

De acordo com a product owner da Consulta Remédios, Nathalia Rizzo, o processo de envio é simples. “Ao optar pela entrega via Uber Direct, nosso usuário deverá informar o CEP dentro da plataforma para que seja listado as farmácias com esse método de entrega, que já aparecem nos primeiros resultados pelo fato do tempo de entrega ser menor. Em seguida, ele terá a oportunidade de selecionar essa opção de recebimento no ato do fechamento da compra.”

O pedido então é confirmado e a entrega é feita pela Uber em até 2 horas após a confirmação da compra. O usuário poderá acompanhar o andamento do pedido direto na plataforma da Consulta Remédios, por meio de notificações recebidas no painel “Meus pedidos” e também por notificações SMS no celular cadastrado.

LOGÍSTICA DO FUTURO: 1º DIA DO EVENTO É MARCADO ESG, LAST MILE, LOGÍSTICA REVERSA E MAIS

Começou hoje ontem (13), a 3ª edição do Logística do Futuro, realizado anualmente pela MundoLogística em parceria com a Scambo Consultoria. Neste ano, o evento está sendo realizado no World Trade Center, em São Paulo, pela primeira vez no formato presencial.

Entre os dias 13 e 14 de setembro, os participantes do evento terão acesso a temas que são considerados fundamentais para se pensar a logística brasileira nos próximos anos. Para isso, foi desenvolvido um cronograma em três frentes: conteúdo, inovações tecnológicas e networking.

“Depois de dois anos no formato virtual, essa é a nossa oportunidade nos encontrar presencialmente e poder fortalecer as conexões que são possíveis por meio da troca de experiências”, disse um dos sócios da Scambo Consultoria, Marcos Mello.

O diretor executivo da MundoLogística, Marco Antonio Guapo, destacou que a feira do Logística do Futuro é composta por quase 40 empresas, que estão expondo o que é – e deve ser – tendência no nosso segmento. “E lembrem-se: o futuro da logística são vocês”, ressaltou.

O cronograma do evento reflete o momento em que o mercado está: focado em inovação e sustentabilidade. “O nosso objetivo é que, por meio desses painéis, vocês saiam daqui com um panorama do nosso setor e com um gosto de ‘quero mais’”, disse Paulo Oliveira, um dos sócios da Scambo Consultoria e mediador dos painéis no período da manhã. À tarde, os bate-papos foram mediados por Flavio Amaral e Maggie Aquino.

Para iniciar a programação do dia, o painel “Inovação: da ideia à efetiva geração de valor” trouxe a fala de Aline Ribeiro (Accenture Brasil), Fernando Martins (iFood) e Rafael Caldas (Amazon). O tema também foi destaque no painel conduzido pela Runtec: “Inovação para geração de valor: transformando as operações agora e sempre”, com participação de Mauricio Fabri (fundador e CEO da empresa), Edson Fraga (DHL) e Decio Cicone (Becton Dickinson).

No que se refere à inovação em operações internas, José Geraldo Santana Franco Junior (Grupo Vamos) e Donaldo Bitencourt (Heli Empilhadeiras Brasil) discutiram sobre a forma como esse tema deve ser encarado dentro dos armazéns. No painel “Por que automatização de processos e sustentabilidade são fatores chave de sucesso na cadeia?”, quem tratou sobre o assunto foram Sidney Anegue (FedEx Express), Maria Fernanda Albiero (Natura) e James Barroso (Infor).

O período da manhã foi encerrado com o painel “É sobre como armazenar: logística a serviço do cliente”. Na conversa, que teve a participação de Diego Flores (Grupo Panvel), Anderson Pinheiro (PepsiCo) e Lucas Pasquali (Bertolini), o foco foi no uso de soluções para solidificar e escalar o que se refere à logística – armazenar, transportar e entregar.

Os participantes também acompanharam o painel “ESG aplicado à transportes: emissões, segurança, confiabilidade”, que teve a participação de Alberto Rodrigues (Yara Fertilizantes), Juliano Tamasso (Raízen) e Rony Neri (Trimble). No período da tarde, a sigla foi abordada em relação ao valor gerado na prática, com bate-papo Cassiano Piekarski (KMM), Tania Heck Trotta (Zoetis) e Toni Trajano (Soluciona Logística).

Outro painel que compôs o cronograma no período da tarde foi “Logística reversa: uma nova forma de alavancar vendas”. O bate-papo teve a participação de Danilo Martinho (Repassa), Fernando Gasparini (Via) e Fernando Sartori (Uello).

Trazendo dados de pesquisa recente sobre o segmento de logística no Brasil, realizada pela TOTVS, o painel “Suíte Logística: transformando desafios em oportunidades com as principais tecnologias do mercado” foi composto por André Prado (BBM), Leandro Bassoi (TUL) e Altamir Borba (TOTVS).

O cronograma do primeiro dia foi encerrado com o painel “Desafios e oportunidades no last mile”, que trouxe um bate-papo entre Thiago Vasconcellos (Liv Up) e Patricia Bello (Americanas).

FEIRA DE NEGÓCIOS
O primeiro dia também foi marcado pela Feira de Negócios, onde quase 40 empresas apresentaram soluções e novidades para o setor. Abaixo, a lista de empresas participantes:

Bertolini
Box Delivery
Dassault Systems
Nstech
Runtec
Trimble
Infor
KMM
Manhattan Associates
Quebeck
TOTVS
Trackage
Uello
LogComex
Maplink
Scandit
BPLog
Carga24h
Green Truck
MasterTrack
Vertti
BE Truck
Carga 24h
D2P
Green Truck
Letwe
Intcom
Kestraa
MasterTrack
onBlox
Pitney Bowes
Road Cargo
uMov.me
Vector
Vertti
Via Green