Varejo aposta corrida por título de entrega mais rápida do Brasil

Era por volta de 11h da manhã de uma quarta-feira quando a representante Letícia, 23, recebeu uma nova leva de pedidos para entrega no mesmo dia no seu aparelho portátil (handheld). Funcionária há dez meses do centro de distribuição (CD) do Mercado Livre em Cajamar, a 29 quilômetros da capital paulista, ela precisa ser rápida: todos os pedidos desta categoria devem sair do CD até as 12h59 em ponto.

Empunhando um carrinho de inox vazado, com capacidade para acomodar seis grandes caixas de plástico amarelas, ela circula com agilidade por algumas das 202 ruas do CD de 1.500 m², que abriga 800 mil itens de produtos diferentes, em pouco mais de 1 milhão de “endereços” -caixas com códigos de barras que identificam o estoque.

O sistema de gerenciamento de armazém (WMS, na sigla em inglês) do Mercado Livre indica à representante qual rota ela deve seguir para buscar todos os cerca de 30 produtos daquela leva da maneira mais eficiente possível: andando no máximo 12 ruas, em um percurso de até 30 minutos.

O fluxo nas ruas do maior CD de comércio eletrônico da América Latina é intenso: a cada “esquina”, ela bate as manoplas do carrinho para avisar aos colegas que está passando e assim evitar acidentes. São 3.000 funcionários no local que se revezam em turnos durante 24 horas, sete dias por semana.

Assim que termina de preencher as caixas com os pedidos, cada uma para localidades diferentes, ela deposita as caixas em uma esteira que segue até a seção de embalagem. Lá, outra representante tem até 18 segundos para empacotar e etiquetar cada produto, de acordo com as especificações informadas no sistema: caixa de papelão automontável para itens frágeis, saco de plástico amarelo para os demais.

O produto volta para uma esteira e segue até uma seção com tobogãs: assim que descem, os itens com entrega no mesmo dia recebem prioridade e são separados por CEP e armazenados em contêineres, alocados dentro de um caminhão baú. O pedido finalmente sai para a entrega, antes das 13h.

A rotina pode parecer banal, mas representa o novo estágio da disputa entre os grandes varejistas do comércio eletrônico no país: a entrega ultrarrápida, feita no mesmo dia, cada vez mais crucial para se definir uma venda no crescente comércio eletrônico, que faturou cerca de R$ 220 bilhões em 2021.

O Mercado Livre acaba de dobrar o número de cidades em que promove esta entrega ultrarrápida, de 50 para 100 no Brasil. O esforço consumiu parte dos investimentos de R$ 17 bilhões anunciados este ano no país, montante 70% superior ao do ano passado, que envolvem operações, tecnologia e finanças (a empresa também é dona da fintech Mercado Pago).

O novo patamar de entrega no mesmo dia também foi conquistado graças à parceria anunciada em abril com a Gol, envolvendo o fretamento de seis aviões cargueiros da GolLog, exclusivos para o Mercado Livre.

“Velocidade gera conversão em vendas”, diz o diretor de logística do Mercado Livre, Luiz Vergueiro. Os atuais 12 CDs no Brasil são “fulfillment”: estão equipados para armazenar e gerenciar o estoque dos lojistas virtuais, os “sellers”, que são desde pequenas empresas a grandes indústrias que vendem dentro da plataforma da companhia.

Americanas lidera entrega no mesmo dia, chegando a 900 cidades Com as cem cidades com entrega no mesmo dia, o Mercado Livre ultrapassa a Via, dona das varejistas Casas Bahia e Ponto, que oferece o serviço em 65 cidades do país. Mas ainda fica atrás do Magazine Luiza -onde o consumidor de 150 cidades pode receber no dia a compra feita no site- e permanece distante da Americanas, que oferece o serviço em 900 cidades do país.

As três grandes redes de varejo do país (Magalu, Via e Americanas) têm mais da metade das suas vendas hoje feitas pela internet.

A Americanas acaba de anunciar a integração de 100% da sua malha logística, depois da fusão entre Lojas Americanas e B2W (Americanas.com, Shoptime e Submarino), promovida no ano passado. “Hoje, 35% das nossas entregas são feitas em até três horas e 59% em até 24 horas”, afirma Welington Souza, diretor da plataforma de logística da Americanas. Até ano passado, a entrega em três horas representava 14% do total, diz ele.

Com 25 CDs em 11 estados, a empresa conta com a ampla rede de 3.500 lojas e franquias, que servem como pequenos centros de distribuição, armazenando parte do estoque próprio e dos 132 mil sellers.

“Estamos investindo para entregar em 100% das residências brasileiras, incluindo becos e vielas das favelas”, diz Souza, destacando que a empresa deve chegar até 53 microbases em comunidades até ano que vem, com parceiros como a startup de logística Favela Brasil Express.

Já o Magazine Luiza, dono de 24 CDs em 15 estados e no Distrito Federal, vem se dedicando à implantação da tecnologia que vai transformar todos os centros de distribuição em fulfillment, a fim de acomodar o estoque dos 180 mil sellers.

“Com isso, vamos agilizar a entrega ultrarrápida em todo o país, hoje ainda muito concentrada no Sul e no Sudeste”, diz Luciano Telesca, gerente de entrega ultrarrápida do Magalu. “O cliente é muito sensível a prazo.”

A área ganhou impulso no ano passado, após a compra da Sode, plataforma digital especializada em logística urbana para entregas ultrarrápidas. Assim que entra o pedido, o sistema dispara as ordens de trabalho para o estoquista da loja e para o entregador, um motociclista parceiro, que leva o pedido em uma hora.

Com 30 CDs em 22 estados, a Via consegue entregar em 24 horas em 2.500 cidades. Segundo Fernando Gasparini, diretor executivo de logística da empresa, a implantação da tecnologia fulfillment nos centros de distribuição está evoluindo paulatinamente: hoje já está presente nos pontos em Jundiaí (SP), Barueri (SP), Extrema (MG) e Serra (ES).

“No início deste ano, a Via comprou a logtech CNT, marcando oficialmente nossa entrada nos serviços de fullfilment e fullcommerce”, diz Fernando Gasparini, diretor de logística da Via. No modelo de negócio fullcommerce, a varejista fica responsável pela comercialização e entrega da operação online de uma fabricante.

O primeiro contrato foi assinado em abril com a Mallory, de eletroportáteis: a Via assumiu toda operação do site de e-commerce da empresa, que inclui seu planejamento, operação, atendimento, segurança digital, vendas e entregas.

Leite condensado foi o campeão de vendas no Mercado Livre em 2021 Ter CDs em pontos estratégicos garante a entrega rápida. No Mercado Livre, a entrega no mesmo dia é oferecida em cidades próximas aos atuais 12 centros de distribuição fulfillment (até o fim do ano, o 13º será inaugurado em Belo Horizonte). O cliente visualiza o produto no site e aquele que tem o selo “full” está estocado no CD, pronto para envio imediato. Se o consumidor pede até as 11h da manhã, chega no mesmo dia. Se for depois deste horário, chega até o dia seguinte.

“Hoje cerca de 40% das nossas vendas são full”, diz Julia Rueff, diretora de marketplace do Mercado Livre. O Brasil representa pouco mais da metade (54%) das vendas da multinacional argentina, presente em 18 países da América Latina e que registrou vendas brutas no ano passado de US$ 28,35 bilhões (R$ 138,8 bilhões).

No Brasil, a empresa conta com 4 milhões de sellers. A categoria mais vendida no ano passado foi eletrônicos, enquanto em produto foi leite condensado.

A companhia subsidia parte das vendas em algumas categorias escolhidas, oferecendo cupons e descontos em parcerias com os lojistas.

Hoje o Mercado Livre tem 4.000 vagas em aberto, nas áreas de tecnologia, operações e finanças, e deve somar 17 mil funcionários até o fim do ano. “Mesmo com a reabertura das lojas físicas, o consumidor pós-pandemia mudou e quer a comodidade de comprar online”, diz Julia. “É uma mudança que veio para ficar. Em 2019, o comércio eletrônico representava cerca de 6% das vendas do comércio em geral. Este ano, deve atingir 14%.”

Empresa de entregas em favelas faz fusão para chegar a 5.000 comunidades

Comprar um produto pela internet e receber na porta de casa é uma experiência comum nas grandes cidades. Menos para quem vive nas favelas. Com a intenção de pôr um fim a essa dificuldade, Celso Athayde, fundador do grupo de empresas de favelas Favela Holding, e Luciano Luft, acionista da firma de logística Luft Logistics, consolidaram um projeto que começa a ganhar corpo no país.

A Favela Log, empresa de logística do grupo criada em 2014, agora se chama Favela Llog, com um “L” a mais de Luft. A fusão de negócios com o novo sócio Luciano Luft, que no jargão corporativo se chama joint venture, pretende expandir o serviço de entrega de e-commerce aos moradores de favelas brasileiras a partir da expertise de quem conhece esses territórios e os meandros de logística.

A empresa atende 112 favelas e 12 bairros do Rio de Janeiro. O objetivo da dupla, um tanto ousado, é alcançar mais de 5.000 comunidades onde a Cufa (Central Única das Favelas), braço social da Favela Holding, atua. Além desses territórios, a companhia também pretende chegar a comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas, localidades onde os empresários fizeram entregas de cestas básicas na pandemia de covid-19.

A favela de Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo, localizada na zona sul, ganhou o primeiro centro de distribuição dessa nova fase. Aliás, os entregadores são pessoas egressas do sistema penitenciário que procuram emprego por meio do Projeto Recomeço, também da Cufa. Atualmente, são 50 funcionários e o número pode chegar a 600 até o fim de 2023.

De acordo com uma pesquisa do Data Favela, instituto de pesquisas do conglomerado de empresas fundado por Athayde, e o Instituto Locomotiva, 17 milhões de brasileiros vivem em favelas. Isso corresponde a 8% de toda a população.

Cada favela mostra um desafio

No papel, a atuação da nova Favela Llog é simples: oferecer aos favelados —como Athayde bem diz, sem o sentido pejorativo— a inserção ao mercado de consumo. Na prática, porém, a dupla de empresários reconhece que há desafios a serem vencidos.

“Nós precisamos entender a realidade de cada uma [das favelas] para montar um projeto baseado em suas necessidades”, afirma Celso Athayde.

Nas favelas, por exemplo, os barracos não têm número, o que dificulta trabalho dos entregadores. Eles, que geralmente vivem nesse território, têm como aliados as associações de bairro e líderes comunitários, que auxiliam na localização do endereço de determinado cliente.

Outro obstáculo é que uma comunidade pode ter, por exemplo, ruas íngremes que impedem a entrada de carros ou uma aldeia indígena só pode ser acessada por rio. “Nós vamos chegar de moto, bicicleta e carrinho de rolimã se for preciso”, brinca Athayde.

“Nós vamos mapear as pessoas e os seus endereços. Isso quer dizer que comprou vai ter uma posição referenciada. [A entrega] vai ficar muito mais fácil a partir da segunda compra”, completa Luft.

De São Paulo para o Brasil

Neste primeiro momento, o crescimento da operação logística será a partir de São Paulo. Depois de Paraisópolis, a favela de Heliópolis e o bairro Santo Antônio, ambos na zona sul da capital, terão centros de distribuição.

Em oito anos de atuação, a Favela Log —antes do segundo L— atendia a gigante P&G, dona de marcas como Gillette, Pampers e Vick e tem atualmente como único parceiro a Natura. Em breve, serão anunciados seis novos parceiros, que a dupla de empreendedores não quis revelar, mas que atuam nos segmentos de consumo, higiene e limpeza e varejo. “São empresas grandes”, diz Celso Athayde.

Após o estado paulista, os empresários almejam novos destinos pelo país, mas não revelam as projeções de expansão. “Podemos ir para Minas Gerais, Bahia e subir o Nordeste. Vamos analisar a necessidade do mercado”, declara Luft.

Além da opção de receber em casa, os consumidores ainda poderão cadastrar o endereço do centro distribuição de sua região em um site de e-commerce para retirar a mercadoria nesse local.

Logtech mexicana Nowports capta US$ 150 milhões e vira unicórnio

A Nowports, logtech mexicana que busca facilitar o dia a dia de empresas que exportam ou importam produtos na América Latina, acaba de anunciar um investimento de US$ 150 milhões que a torna no mais novo unicórnio da região e também na primeira empresa do setor a alcançar o feito no México.

A rodada série C foi liderada pelo fundo SoftBank e com participação de Tiger Global, Foundation Capital, Monashees, Soma Capital, Broadhaven Ventures, Mouro Capital, Tencent e Base10 Partners. Investidores como Daniel Voguel, da Bitso; Ricardo Amper, da Incode; Alex Bouaziz, da Deel e Roger Laughlin, da também mexicana Kavak, também participaram da rodada.

Segundo a empresa, os recursos vêm para expandir a atuação da Nowports em terras brasileiras. A startup chegou ao Brasil em outubro de 2021, após uma captação de US$ 60 milhões que teve, em essência, o propósito de levar a empresa para fora dos mercados onde já atuava. Hoje, a Nowports está também na Colômbia e no Chile. No Brasil, já são mais de 50 funcionários.

Fundada em 2018 pelos empreendedores Alfonso de los Ríos e Maximiliano Casal, a Nowports procura digitalizar toda a cadeia logística para empresas da América Latina, especialmente dos setores de manufatura e varejo, que transportam seus produtos por navios ou aviões. Ela faz isso a partir de um software de gerenciamento que cria, entre outras coisas, rotas inteligentes, gestão de tarifas de importação e exportação e desenvolve relatórios em tempo real para controle das operações.

“Estamos empolgados em ganhar a confiança de grandes fundos de investimento e nos tornarmos o novo unicórnio na América Latina. Isso reforça nosso compromisso de transformar as cadeias produtivas da região com tecnologia e acesso ágil ao financiamento para empresas que importam ou exportam mercadorias. Faremos da Nowports um dos principais impulsionadores de todas as economias emergentes do mundo, não apenas da América Latina”, comenta, em nota, Alfonso de los Ríos, cofundador e CEO da Nowports.

Segundo los Ríos, o investimento será usado para expandir a presença da Nowports nos mercados onde já atua e também para abrir escritório em novas cidades. Uma das primeiras deve ser a cidade de Itajaí, em Santa Catarina.

Os recursos também servirão para acelerar o lançamento de outros produtos, dessa vez financeiros. A Nowports quer expandir ferramentas de financiamento e seguros para seus clientes.

 

Ecologística: Natura aposta em bicicletas e veículos elétricos

A logística sustentável é uma das opções dentro da estratégia da Natura para atingir a meta de zerar as emissões de carbono até 2030, como parte do Compromisso com a Vida do grupo Natura &Co, ao lado de Avon, The Body Shop e Aesop. Neste processo, um dos desafios da marca é transformar todas as etapas de transporte para torná-las mais sustentáveis, desde o abastecimento de fábricas e centros de distribuição até a entrega de pedidos aos clientes, consultoras de beleza e representantes de vendas.

Uma mudança na entrega dos produtos do e-commerce da capital paulista já trouxe impacto nas operações da empresa, em pouco mais de um ano usando bicicletas e veículos elétricos houve a redução de nove toneladas na emissão de CO2. A operação, que conta com apoio da operadora de transporte MM Delivery, em conjunto com as equipes da Last Mile, é realizada em 25 bairros da cidade de São Paulo.

Para isso, foi criado um posto, na região central da capital paulista, de onde as entregas passaram a ser centralizadas ao chegarem em carros elétricos do centro de distribuição da Natura. O espaço também passou a atuar como central para a concentração de todos os ciclistas contratados pela operadora para a realização das entregas.

Com a substituição dos veículos a combustão, barreiras como trânsito intenso, rodízio veicular, estacionamento ou até mesmo necessidade de trabalho em duplas foram praticamente zeradas. Para a Natura, o projeto deu capilaridade à malha logística de e-commerce na capital e aproximou a companhia de alcançar as metas de redução de carbono. Até 2023, o plano será expandido para mais 18 bairros na cidade de São Paulo.

Esta é a primeira parte do plano que consiste, ainda, em uma revisão completa dos modais de transporte. Nos próximos anos, a ideia é expandir o deslocamento sustentável para modais aéreos, rodoviários, marítimos e rodo-fluviais.

Para Nestor Felpi, diretor de Supply Chain de Natura &Co, a ecologística é o futuro e aqueles que querem gerar impacto positivo, devem aderir ao novo conceito.

“Aqui na Natura já implantamos ações que visam uma mudança no transporte. Desde janeiro de 2021 iniciamos práticas que visam tornar as entregas de produtos do e-commerce 100% sustentável. Queremos um mundo mais verde e esse é o caminho.” – Nestor Felpi, diretor de Supply Chain da Natura &Co.

AÇÕES PARA REDUÇÃO DE EMISSÕES DE CARBONO

A estratégia da Natura relacionada ao clima se conecta à valorização da sociobiodiversidade, à promoção da bioeconomia da floresta e de soluções regenerativas. A empresa é Carbono Neutro desde 2007, o que significa que as emissões da cadeia de valor que não consegue evitar são compensadas por meio de projetos socioambientais que atuam no mercado voluntário de créditos de carbono.

O programa Natura Carbono Neutro mantém três principais eixos de atuação, com mapeamento das emissões em toda a cadeia de valor, busca constante de redução das emissões e neutralização daquelas que não foram evitadas.

Desde a criação do programa, a Natura evitou a emissão de mais de 1,28 milhão de toneladas de carbono através dos projetos de redução de emissões. Adquiriram mais de 4 milhões de créditos de carbono para compensar as emissões residuais através de 47 projetos no Brasil, Chile, Argentina, Peru, Colômbia e México.

Enquanto algumas iniciativas realizam medidas apenas nas emissões próprias de suas instalações, a Natura se atenta e se preocupa em aplicar suas políticas em toda sua cadeia produtiva, desde operações internas – energia utilizada na produção – até nas operações que estão fora da empresa, como transportadoras e produção de matérias-primas.

ADESÃO A FROTAS ELÉTRICAS

A adesão a frotas elétricas é uma realidade que se manifesta quase como que um projeto experimental no Brasil. De acordo com o relatório “Eletromobilidade – Uma das soluções para alcançar a neutralidade de carbono”, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgado em março deste ano, o mercado de caminhões elétricos ainda está em fase de consolidação no Brasil. O mesmo levantamento traz dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) sobre o licenciamento de caminhões e ônibus elétricos no país: entre 2021 a 2022, foram apenas 376 veículos licenciados – um número, de acordo com a CNT, “pequeno para o potencial que o Brasil possui e […] que evidencia o longo trajeto a ser percorrido”.

Isso não quer dizer, no entanto, que as empresas não estejam caminhando rumo a esse cenário. Em reportagem especial produzida pela MundoLogística, empresas como Magalu e Danone descrevem os projetos de eletrificação da frota, enquanto BYD Brasil e Mercedes-Benz destacam os esforços para fazer o recurso ser cada vez mais viável no Brasil.

Micro-atendimento é a chave para o varejo digital sem atrito?

Marcas e varejistas de bens de consumo embalados se adaptaram a um novo normal nos últimos anos em resposta a um cenário de consumo em mudança e a uma cadeia de suprimentos cada vez mais volátil. Os consumidores também fizeram mudanças significativas em seus hábitos de compras, demonstrando uma maior preferência por comprar itens de mercearia do dia-a-dia on-line com a expectativa de opções de coleta ou entrega no mesmo dia. Essas mudanças, quando combinadas com a escassez de mão de obra, pressionam ainda mais um ecossistema de varejo já frágil.

Um ajuste que os varejistas fizeram para acompanhar o aumento do tráfego digital é a adoção do micro-atendimento, “uma estratégia que coloca instalações de armazenamento de pequena escala em locais urbanos densamente povoados mais próximos do consumidor para melhorar os prazos de entrega”, segundo a Warehouse Anywhere. Muitos varejistas adotaram uma abordagem proativa ao criar centros de micro-atendimento (MFCs) no local para acompanhar a demanda on-line sem esgotar as prateleiras das lojas.

O “Armazém do Futuro” está se tornando uma palavra-chave comum nas notícias do setor, com discussões sobre sua capacidade de curar esses pontos problemáticos emergentes no varejo. Mas o armazém do futuro é uma solução de tamanho único?

O que é?

A capacidade de entregar pedidos rapidamente mudou completamente a forma como os consumidores compram e como as lojas gerenciam seus estoques. Os MFCs fornecem a agilidade necessária para acompanhar a demanda online e a capacidade de configuração em apenas alguns meses. Além disso, sistemas automatizados, como soluções de visão computacional para monitoramento de estoque, podem ser instalados sem expandir a área de cobertura da instalação. Hoje, os MFCs atendem a várias classes de comércio varejista – incluindo mercearias, lojas de conveniência, drogarias, mercadorias em geral e lojas de departamento.

Varejistas com visão de futuro, incluindo Kroger e Walmart, perceberam o potencial dos centros de micro-atendimento, abrindo vários seus próprios nos últimos dois anos. Como resultado desse investimento, a Kroger pode oferecer suporte a serviços de entrega no centro e no sul da Flórida em menos de 30 minutos a partir do pedido. As novas instalações da Kroger também possibilitaram a expansão do serviço de delivery pela primeira vez no Nordeste.

Para o Walmart, a construção de centros de micro-atendimento faz parte de uma estratégia maior de entrega de última milha. A estratégia valeu a pena , com o megavarejista aumentando a capacidade de coleta e entrega em 20% no ano passado, com planos de expansão adicional de 35% em 2022.

Micro-atendimento: quem impulsiona?

Há uma variedade de razões pelas quais as marcas estão optando por construir centros de micro-atendimento durante esse período tumultuado para a cadeia de suprimentos. Os benefícios desses centros ajudam a mitigar alguns dos pontos problemáticos para os clientes, além de aumentar a velocidade com que as prateleiras são reabastecidas na loja e online.

Por exemplo, os MFCs permitem que os varejistas retenham dados relacionados a compras online, tornando-os adequados para a implantação de tecnologias preditivas que podem manter os itens sob demanda em estoque. Além disso, ao alavancar a automação em conjunto com a força de trabalho física, os centros de micro-atendimento ajudam a reduzir o tempo necessário para coletar e empacotar um pedido, o que aumenta a produtividade geral e reduz o custo para atender cada pedido.

De acordo com a CB Insights , o micro-atendimento pode reduzir drasticamente os custos indiretos associados a um pedido porque esses centros são normalmente construídos em áreas urbanas mais densamente povoadas. Isso torna a entrega de última milha mais eficiente e econômica, reduzindo os custos de transporte e aumentando a velocidade de entrega. Em muitos casos, é por isso que os centros de micro-atendimento estão se tornando uma evolução natural da cadeia de suprimentos.

Antes da pandemia, apenas 4,3% das vendas de supermercado eram online , segundo a Mercatus. Estima-se agora que os pedidos de supermercado on-line representarão 21,5% do total de vendas de supermercado até 2025, tornando o comércio eletrônico uma força motriz para mercearias e varejistas investirem em tecnologia “mais perto de casa”, como os MFCs.

Em geral, os consumidores se acostumaram a uma experiência de compra mais instantânea. Da entrega de supermercado no mesmo dia à compra on-line no mesmo dia e retirada na loja, a capacidade de mercearias e varejistas de fornecer uma viagem de compras rápida e perfeita – com substituições mínimas – é um fator decisivo para muitos consumidores.

Centro de atendimentos e competitividade

A decisão de investir e construir um centro de micro-atendimento é apenas uma das muitas opções para lidar com o aumento do comércio eletrônico e das compras omnicanal. Tudo se resume a garantir que os clientes obtenham os produtos que desejam quando desejam.

Embora o micro-atendimento possa resolver alguns desafios de um ambiente de varejo em constante mudança, os varejistas nunca devem subestimar a importância e o poder de ter dados precisos e em tempo real sobre o estoque nas prateleiras. É importante que mercearias e varejistas fiquem à frente da curva e adotem métodos automatizados para entender o que está nas prateleiras da loja e do armazém.

Os varejistas devem avaliar soluções baseadas em tecnologia, como visão computacional e inteligência artificial, para desenvolver uma versão digital da loja física. Isso informa alertas de falta de estoque para que as lojas possam reabastecer rapidamente os itens que estão acabando.

Por sua vez, os consumidores estão mais propensos a encontrar tudo o que precisam em uma única viagem sem substituições. Além disso, os varejistas podem estar em uma posição mais forte para oferecer uma experiência robusta de e-commerce aos seus clientes, evitando o problema da “subestação”, que ocorre quando os clientes podem pedir itens que não estão na prateleira no momento do pedido. .

Os centros de micro-atendimento podem não ser uma solução única para o aumento do comércio eletrônico, mas abordam alguns dos problemas que surgiram nos últimos anos. O ecossistema de varejo está pronto para a disrupção, tanto dentro quanto fora da loja física, e os varejistas precisam aderir rapidamente às tecnologias em rápida evolução para acompanhar o ritmo.

Routeasy lança maestro, solução de last mile que vai revolucionar o setor de logística

O Maestro é a nova tecnologia de orquestração da RoutEasy, startup de logística que oferece soluções de otimização e gestão de entregas. O novo módulo foi lançado no dia 27 de abril, num evento para um grupo seleto de profissionais do mercado com apresentações sobre o processo de descoberta, construção do produto e cases de sucesso em parceria com algumas das maiores marcas líderes em entregas rápidas do país, como Grupo Pão de Açúcar, DHL e Mambo.

Buscando promover o acesso a uma tecnologia mais inteligente para o last mile de diversas empresas, o Maestro foi criado para automatizar fluxos de trabalho complexos e repetitivos, algo comum com o crescimento e ganho de escala.

O principal objetivo do Maestro é permitir que as operações logísticas lidem com o planejamento de rotas de forma mais ágil e otimizada sem nenhuma interferência humana, sendo essa, necessária apenas em casos que fogem às regras pré definidas.

Ao definir padrões de acordo com os objetivos da operação, o sistema utiliza inteligência artificial e aprendizado de máquina para criar rotas de entrega otimizadas, com atribuição automática de pedidos para frota própria, terceirizada ou de parceiros crowdshipping em um único ambiente em nuvem.

Assim, toda a análise de custos de frete, veículos dispo-níveis, quilometragem percorrida, taxa de ocupação dos veículos etc. é realizada em poucos segundos e sem a necessidade de trabalho manual. O Maestro coloca as coletas e entregas no piloto automático.

A solução chega ao mercado para revolucionar, principalmente, as operações de e-commerces, marketplaces, food delivery e vendas D2C, aproximando as marcas de seus clientes em um momento em que o mercado vem reagindo rapidamente aos novos hábitos de consumo, que demandam entregas cada vez mais rápidas.

E quanto mais complexas as operações logísticas se tornam, mais difícil fica realizar atividades manuais com a agilidade necessária. Principalmente para aquelas que lidam com diversos pontos de origem e precisam conseguir um certo nível de padronização no atendimento.

Diante disso, ao adotar um fluxo de trabalho totalmente automatizado, as empresas podem viabilizar as entregas para o mesmo dia com a garantia de prazos e satisfação dos clientes, ganhando maior poder de escala, sem deixar de lado a otimização de custos. Isso porque o Maestro é capaz de realizar a gestão, a roteirização e a atribuição de pedidos em um cenário complexo, levando em conta lojas físicas, dark stores e centros de distribuição; escolhendo sempre o melhor frete, e planejando rotas otimizadas de acordo com as restrições da operação e dos clientes.

 Favela Holding se uniu à Luft Logistics para criar a Favela LLog, logística para favelas

Com o objetivo de resolver os gargalos de entregas de produtos de e-commerce comprados por moradores de favelas e periferias, a Favela Holding se uniu à Luft Logistics para criar a Favela LLog. O mercado endereçável inclui as mais de 5 mil favelas onde atua a Central Única das Favelas (CUFA), parceira social do conglomerado de empresas liderado pelo empreendedor social Celso Athayde.

A joint venture foi criada a partir da parceria entre Celso e Luciano Luft, um dos acionistas da gigante de logística brasileira que leva seu sobrenome. Segundo o CEO da Favela Holding, a aproximação entre a Favela Log, empresa de logística do grupo, e a Luft se consolidou em meio a tragédia ocasionada pelas fortes chuvas que castigaram várias regiões do país entre o final de 2021 e o início de 2022. “Juntas, ambas as empresas foram importantes para o alcance dos mais de R$800 milhões arrecadados e transformados em doações”, diz Celso.

Segundo Luciano Luft, a parceria pode ser descrita como uma “união perfeita”: “Levamos para todo o país alimentos doados pelas empresas, e juntos fizemos chegar à mesa das mães da favela. Pela Luft, usamos a estrutura, a inteligência de logística, centros de distribuição e sistemas operacionais avançados”, pontua.

“A Luft ganhava as estradas e o time da CUFA junto com a Favela Log respondiam pela última milha. Me impressionou muito o trabalho da Favela Log em comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas e favelas desse Brasil”, acrescenta o empresário.

O novo negócio criado pelas duas empresas deve impulsionar a expansão das atividades da Favela Log, que foi fundada em 2014 para atender multinacionais como a P&G no Rio de Janeiro e atualmente atende nomes como Natura, que teve mais de 3,5 milhões de produtos entregues pela operadora logística. Com mão de obra gerada pelo Recomeço, programa da CUFA que visa reinserir pessoas que passaram pelo sistema carcerário no mercado de trabalho, a empresa de logística para favelas e periferias atualmente atende 112 favelas e 12 bairros periféricos.

Expansão

O foco da Favela Log até aqui foi a cidade do Rio de Janeiro e, na nova fase, a empresa passa a atender a favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, antes de expandir para milhares de favelas em território nacional. Citando dados de uma pesquisa recentemente lançada em abril pelo Data Favela, outra empresa da Favela Holding com o Instituto Locomotiva, Celso diz que mais de 3 milhões de moradores de favelas pretendem comprar eletrodomésticos nos próximos 12 meses, o que apresenta uma grande oportunidade para a nova operadora.

Em relação a como a empresa tem respondido ao aumento no consumo via e-commerce nos territórios em que atua, o empreendedor ressalta que a empresa tem ampliado o investimento em tecnologia e infraestrutura, com objetivo principal de otimizar a malha logística. “Também estamos buscando cada vez mais aplicar treinamento para nossos colaboradores em pontos de coleta da Favela LLog, com foco em aumentar a agilidade no recebimento e entrega [de itens pelos] moradores da favela”, acrescenta.

A integração entre as duas empresas deve incluir a superação de desafios, que Celso entende ser um aspecto natural da operação. Por outro lado, a expertise construída desde a fundação da Favela Log, principalmente no que se refere à rede de entregadores advindos do programa Recomeço, deve ajudar no desenvolvimento da JV. “São pessoas que são da favela e conhecem a favela, acreditamos que esse conhecimento irá colaborar com a integração das operações”, pontua Celso.

O anúncio da JV da Favela Log e Luft segue a divulgação na semana passada do Plus Codes, projeto do Google, em conjunto com a Americanas S.A. e a startup de logística Favela Brasil Xpress, e em parceria com o G10 Favelas para a criação de endereços digitais para moradores de favelas. O projeto deve atender mais de 100mil moradores de Paraisópolis nos próximos meses.

“As empresas precisam entender que os moradores da favela também consomem”, ressalta Celso. “Portanto, iniciativas como Plus Codes do Google, e a Favela LLog são extremamente necessárias para atender cada vez mais essas pessoas que querem e vão consumir algo e querem ter o direito de receber seus produtos em suas residências como qualquer outro morador do asfalto.”

Com presença em seis países da América Latina, Shippify cresceu 800% em dois anos

Empresa aposta na tecnologia para oferecer logística a clientes como Amazon e Petz; atualmente, são 37 mil entregadores cadastrados, que atuam meio dos modelos de ship from store e cross docking.

Com foco em oferecer soluções logísticas para o mercado B2B, a Shippify registrou expansão de 800% em dois anos – o que significa ser nove vezes maior do que em 2020. Atualmente, a empresa oferece inteligência logística baseada em tecnologia para clientes como Amazon, Petz e Lindt e possui operações físicas no Brasil, Chile e Equador, além de estar digitalmente presente no Peru, Colômbia e Argentina.

No Brasil, a operação da Shippify é formada por 12 centros de distribuição em sete estados das regiões Sudeste e Nordeste. Ao todo, são 37 mil entregadores cadastrados, que atuam por meio dos modelos de ship from store cross docking.

O diretor da Shippify Brasil, Lucas Grossi, destaca a oferta de uma plataforma que consolida serviços de logística urbana, gestão de entregas, frotas e armazenagem em único ambiente.

“Dessa forma, oferecemos todos os benefícios que esse modelo proporciona aos nossos clientes: descentralização do risco operacional; escalabilidade; velocidade nos prazos de entrega; custos competitivos. Todos esses diferenciais são alcançados pelas inovações internas que a nossa plataforma utiliza no processo de logística e transportes.” – Lucas Grossi, diretor da Shippify Brasil.

Segundo o executivo, outro diferencial da empresa é a capacidade de adaptar as operações para diferentes cenários geográficos, quantidades de entregas em momentos de pico e demais gargalos. A Shippify também oferece a possibilidade de desenvolver projetos logísticos sob demanda.

“A tecnologia nos diferencia das empresas tradicionais de entrega. Criamos um sistema operacional de logística funcional e seguro. E o diferencial é enorme, seja no cumprimento de prazos, segurança da carga e até mesmo no preço do serviço. É um sistema de alta performance, que tem atendido os consumidores mais exigentes”, afirma Grossi.

Shopee e AliExpress disputam pequenos lojistas com Magalu, Mercado Livre e Americanas

Diante da disparidade de taxas cobradas, há vendedores que estão presentes no Mercado Livre, mas pedem para clientes comprarem na Shopee; varejistas nacionais contra-atacam com financiamentos a pequenos negócios.

Tanto é assim que já há lojistas que passaram a enviar a clientes bilhetes junto com suas entregas, convidando o comprador a mudar o marketplace escolhido na próxima compra, em troca de descontos. A postura dos gigantes asiáticos, cada vez mais agressiva, tem gerado reações. Varejistas nacionais, por exemplo, entraram nessa corrida pela preferência dos vendedores com logística mais rápida e até empréstimos para financiar as empresas parceiras.

No momento, a ordem é proteger mercado. Levantamento recente da NielsenQ Ebit mostra uma disparada do comércio “cross border”, de produtos importados, que cresceu 60% no ano passado no Brasil e somou vendas de R$ 218,9 bilhões – movimento puxado pela popularização dos marketplaces estrangeiros.

A expansão de nomes como Shopee e Shein levou gigantes brasileiras, como Americanas, Via e Magazine Luiza, a montarem uma ofensiva contra os rivais asiáticos, pedindo para o governo barrar esse crescimento, por meio de uma medida provisória que visa a ampliar os impostos incidentes sobre os produtos vindos de fora. A justificativa é de concorrência desleal.

Lojista busca opção mais vantajosa

Se antes a reclamação das gigantes nacionais estava somente na vantagem de trazer produtos “baratinhos” da China, agora o mercado se movimenta para proteger sua base de parceiros. Isso porque muitos vendedores utilizam mais de um marketplace. O comerciante Pedro Niglio, que vende roupas, concentra 70% das suas operações na Shopee, com os 30% restantes divididos entre Magazine Luiza e Mercado Livre.

Segundo ele, oferecendo a menor taxa de operação, além de outros benefícios, a Shopee consegue ser mais atrativa para os comerciantes locais. “É muito vantajoso para o meu tipo de negócio. Por isso, fechei a loja física e aluguei um galpão para ser meu centro de distribuição para as vendas no site”, conta.

Presente no Brasil desde 2019, a Shopee tem sido agressiva em sua estratégia para ganhar mercado e já atraiu 2 milhões de vendedores locais. A empresa hoje cobraria taxas equivalentes à metade dos valores cobrados pelo Mercado Livre, que hoje variam de 12% a 18% do valor do item, além de R$ 5 por cada anúncio no site, conforme lojistas consultados.

A reportagem do Estadão recebeu, em uma compra feita no Mercado Livre, um bilhete de um lojista avisando que oferece um desconto de 50% no item adquirido na plataforma asiática. Procurada, a Shopee disse, em nota, que “entre outros diferenciais da nossa plataforma estão as opções facilitadas de pagamento, visibilidade em campanhas de marketing, cupons de frete grátis e desconto”.

Mas nem sempre a escolha é pautada apenas pela menor taxa. “Às vezes acabamos preferindo o Mercado Livre, pois, mesmo com o custo bem mais alto, eles ainda têm  uma entrega melhor e um atendimento mais eficiente”, relata um comerciante, que preferiu não se identificar.  Hoje, a Shopee faz suas entregas pelos Correios e via a parceria com dez empresas de logística

Força na logística

Maior marketplace do País, o Mercado Livre tem investido em logística. Segundo a diretora sênior de marketplace da empresa, Júlia Rueff, uma das formas de ajudar os vendedores tem sido no apoio à formalização de seus negócios. Sobre as taxas cobradas, a executiva diz somente que elas são “coerentes aos serviços prestados”. Ela lembra que o Mercado Livre anunciou investimentos de R$ 17 bilhões no País só para 2022.

Para o Magalu, as lojas físicas são a aposta para disputar mercado com as asiáticas. A empresa vai lançar uma “carreata nacional”, com participação da fundadora Luiza Trajano, para digitalizar comerciantes e expandir o número de vendedores no seu e-commerce, que hoje tem 160 mil cadastrados. A companhia também decidiu ofertar empréstimos aos pequenos comerciantes que escolhem sua plataforma.

Em relação às acusações de competição desleal com os sites estrangeiros, o Magalu defende que os concorrentes passem a respeitar a legislação local e barrem produtos falsificados e vendidos sem nota fiscal. “Nós não estamos falando de competição desleal, nós estamos falando de competição ilegal”, afirma o diretor executivo de vendas online do Magalu, Leandro Soares.

Procurados, AliExpress e Via não quiseram comentar.

Com ecossistema de quase 9 mil pessoas, operação da Amazon alcança 100% dos municípios brasileiros

Com trabalhadores diretos e indiretos e logística de entrega realizada por aviões e motocicletas, companhia americana também conta com motoristas ligados ao Programa de Entregadores Parceiros.

Atualmente, a Amazon é listada como o 3º maior e-commerce em atividade no Brasil. De acordo com o Relatório Setores do E-commerce no Brasil, publicado pela agência Conversion, a empresa americana possui market share de 12% – os dados são de abril deste ano. Nesse cenário de grande demanda por parte dos consumidores do comércio eletrônico, a Amazon anunciou o alcance da marca de entregas em 100% dos municípios brasileiros.

De acordo com a empresa, tal desempenho é possível por meio de operação formada por quase 9 mil pessoas, entre trabalhadores diretos e indiretos. Além de transporte aéreo e de motocicleta, a companhia também conta com o apoio de motoristas do Programa de Entregadores Parceiros. A rede do programa é composta por empreendedores que operam por meio do sistema da Amazon e já gerou mais 260 mil oportunidades de trabalho em todo o mundo.

Segundo o diretor de Operações da companhia no Brasil, Rafael Caldas, o ecossistema de profissionais da Amazon possibilita a realização de entregas asseguradas por tecnologia e operação logística para processar os pedidos.

“Nossa rede busca a excelência desde a estação de entrega da Amazon Logística até a porta do cliente, por meio de diferentes veículos que respondem às características geográficas, terreno e densidade urbana, na expectativa de cumprir os prazos de entrega.” – Rafael Caldas, diretor de operações da Amazon no Brasil.

INFRAESTRUTURA PARA SOLIDIFICAR ENTREGA DE ÚLTIMA MILHA

Atualmente, a Amazon possui 12 centros de distribuição em solo brasileiro – só no ano passado, a companhia inaugurou CDs em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco. Além disso, a operação de logística da empresa americana inclui cinco estações de tratamento (três em São Paulo, uma em Minas Gerais e outra no Rio de Janeiro).

Essa estrutura viabiliza que a Amazon ofereça modalidade same day delivery para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Barueri, Osasco e Guarulhos, enquanto a entrega em dois dias úteis (D+2) está disponível para mais de 1 mil municípios brasileiros.

ESTAÇÃO DE ENTREGA PREDOMINANTEMENTE FEMININA

Na última terça-feira (10), a Amazon comunicou a abertura da quinta estação de entrega. Localizado em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, o espaço terá uma equipe de 41 colaboradores, dos quais 70% são mulheres. Nas outras unidades (em SP, MG e RJ), que reúnem mais de 250 colaboradores, pelo menos metade do quadro de funcionários é composto por mulheres.

Rafael Caldas ressalta que a inauguração de uma nova estação de entrega cria um impacto real para os consumidores brasileiros. “Um sistema de logística atualizado nos permite encurtar ainda mais o tempo de entrega. Continuamos fortalecendo nossa rede logística em cima de pilares como segurança, velocidade e eficiência, protegendo nossa equipe e rede de parcerias, enquanto buscamos oferecer a melhor experiência de entrega para nossos clientes”, explica.