Americanas expande entrega de encomendas em favelas

Após um teste em abril, a varejista estendeu o projeto para outras quatro dessas comunidades neste mês, incluindo Rocinha e Vila Cruzeiro (RJ), além de Heliópolis e Cidade Júlia (SP).

A Americanas está expandindo a entrega de encomendas em favelas, tentando marcar posição entre um público de milhões de consumidores “subatendidos” e se cacifar na disputa cada vez mais aguerrida do comércio eletrônico no Brasil.

Após um teste em abril, a varejista estendeu o projeto para outras quatro dessas comunidades neste mês, incluindo Rocinha e Vila Cruzeiro (RJ), além de Heliópolis e Cidade Júlia (SP). O modelo consiste na entrega das encomendas pela Americanas nas margens da favela, e um contêiner que serve como centro logístico. A partir daí, a ‘última milha’ é realizada por moradores sob direção da G10 Favelas, grupo de líderes para iniciativas de impacto social e econômico nessas comunidades.

O modelo foi expandido após a Americanas ter colhido desde abril um aumento de cerca de seis vezes do número diário de entregas em Paraisópolis, uma das maiores favelas em São Paulo, dado o maior êxito de entregadores da Favela Brasil Xpress em chegar a moradias em becos e vielas, muitas sem CEP ou numeração.

Segundo o presidente nacional do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, a meta para 2021 é expandir o projeto para 50 favelas, chegando mais adiante às mais de 300 comunidades no país.

Segundo o o gerente de operações da Americanas, André Biselli, a parceria, combinada com projetos de inclusão como bolsas de estudos em logística para moradores das favelas, tem se mostrado um caminho mais efetivo de alcançar clientes ao criar um envolvimento com as comunidades.

Devido aos casos frequentes de assaltos e roubos a caminhões com entregas de encomendas nessas áreas urbanas, normalmente em morros, com ruas estreitas e muitas vezes dominadas pelo crime organizado, grandes varejistas passaram a evitar vendas de certos produtos para entrega em favelas, como eletrônicos.

Segundo Biselli, desde o início do modelo compartilhado de entregas em Paraisópolis, não houve nenhum incidente de segurança envolvendo entregas da Americanas naquela região.

Rodrigues diz que moradores de dezenas de favelas no país têm pedido para também terem pontos de entrega locais e também está conversando com empresas interessadas de outros setores.

“Estamos mostrando que a população da favela não quer ser coitadinha, mas ter o mesmo acesso que os demais”, disse ele.

O presidente da ONG afirmou que o projeto não envolve acordos com líderes de gangues e que ele tem tido êxito por causa da percepção de que beneficia as comunidades.

Além das entregas de encomendas, a parceria prevê que negócios criados por moradores das favelas também tenham seus produtos vendidos no marketplace da Americanas.

Mercado gigante
Com cerca de 6% da população do país, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou cerca de 13 milhões de pessoas, as favelas têm um consumo estimado em cerca de 168 bilhões de reais por ano.

O movimento da Americanas mostra como grandes varejistas do país estão desenvolvendo iniciativas para alcançar esse público, especialmente a partir do ano passado, quando programas de auxílio criados para combater os efeitos da crise provocada pela pandemia da Covid-19, alguns deles por meio de contas digitais, acabaram por acelerar a bancarização de milhões de pessoas no Brasil, incluindo de moradores de regiões menos alcançadas pelo poder público e por serviços financeiros, caso das favelas.

A iniciativa acontece também após a Americanas ter divulgado resultados de vendas do segundo trimestre com crescimento abaixo dos exibidos por rivais do comércio eletrônico no Brasil, como Mercado Livre e Magazine Luiza apesar da implementação de frete grátis e dos incentivos para que os vendedores usem o atendimento.

Pickup da Jadlog colabora com e-commerce de Moda e Acessórios

O setor de moda foi um dos mais afetados no início da pandemia, por conta do fechamento das lojas físicas, mas as compras de roupas e acessórios em geral também migraram para o e-commerce e ganharam impulso. Dados deste primeiro semestre de 2021 da consultoria Ebit|Nielsen mostram que o setor é um dos mais representativos em termos de transações no comércio eletrônico.

Se por um lado os consumidores foram obrigados a aderir às compras on-line, por outro, também ganharam mais confiança com as plataformas e marketplaces. E para continuar com essa disposição de adquirir sem medo roupas e acessórios pela internet o setor ganha um aliado não só para as entregas, mas para os casos de trocas e devoluções: o serviço Pickup, da Jadlog, modelo em franco crescimento no Brasil no qual a transportadora é pioneira, e que permite a retirada e a postagem de mercadorias em pontos estratégicos, localizados próximos da residência ou do trabalho dos e-shoppers.

Desta maneira, o Pickup facilita as trocas e devoluções de roupas e acessórios adquiridos no comércio eletrônico, contribuindo ao mesmo tempo com a adesão de mais consumidores ao e-commerce do setor, que agora podem ficar despreocupados com a logística reversa dos produtos e de como ela será realizada.

Lançado inicialmente para a retirada de remessas do e-commerce, o Pickup da Jadlog avançou e começou a operar a modalidade drop off, na qual o e-shopper pode depositar ou deixar a sua encomenda nos pontos parceiros para a troca ou devolução, sem grandes deslocamentos, com rapidez e segurança.

“Ao agregarmos a modalidade drop off ao serviço Pickup, possibilitamos aos consumidores deixarem ou depositarem suas encomendas nos pontos parceiros para realizar a logística reversa, por isso, podemos ser um grande aliado do setor de moda, que normalmente opera com maior incidência de trocas e devoluções”, explica o CEO da Jadlog, Bruno Tortorello.

Antes de lançar oficialmente o drop off, a Jadlog realizou um projeto-piloto da solução por quase seis meses com a plataforma Enjoei, marketplace de compra e venda de roupas e acessórios usados, na qual mais de 2 mil encomendas por dia são depositadas. O drop off também facilita de forma mais abrangente a atuação de sellers (ou vendedores) de marketplaces, que podem depositar as mercadorias vendidas nos pontos Pickup para serem retiradas diretamente pelos consumidores, de acordo com os pontos mais próximos de sua residência ou do trabalho.

AliExpress planeja lançar centro de distribuição em breve no Brasil

O diretor de “local to local” (logística local) do AliExpress, Yaman Alpata, disse que lançar um centro de distribuição no Brasil está entre as prioridades da companhia.

“Temos planos para lançar centro de distribuição o mais rápido possível”, diz, apesar de não dar datas. Ele comenta que a maior parte das entregas de vendedores locais têm sido feitas em cerca de 3 a 4 dias, já que o principal parceiro logístico da companhia são os Correios.

Na visão de Alpata, a construção de um centro de distribuição deve acelerar esse prazo. Entregas em um dia ou no mesmo dia da compra estão no radar da empresa.

Serviço de drones do Google alcança 100 mil entregas

O serviço de entrega de drones do Google completará 100 mil entregas neste fim de semana. No primeiro trimestre de 2021, foram feitas mais entregas do que em todo o ano de 2020.

O serviço é operado na Austrália, Estados Unidos e Finlândia. O estado australiano de Queensland tem o maior serviço de entrega de drones residenciais do mundo. Na cidade de Logan, foram realizadas mais de 50 mil das entregas do Google.

Os drones de Wing são híbridos/aeronaves de asa fixa que atravessam cerca de 45 metros (100 pés). Os equipamentos carregam pequenos pacotes de até cerca de 1,2 kg e entregam em um raio de cerca de 10 km, em menos de seis minutos. Os drones não aterrissam. Os aparelhos descem cerca de sete metros e, em seguida, liberam o pacote automaticamente, informa o portal The Verge.

Os usuários podem baixar o aplicativo Wing e pedir os produtos, como café, mantimentos, sushi, bolos, ração para animais e roupas. As entregas são feitas em menos de 10 minutos e o registro da Wing para uma entrega é de dois minutos e 47 segundos.

Chineses do Alibaba abrem disputa pelo lojista on-line brasileiro

O executivo turco Yaman Alpata, líder de marketplace local do AliExpress para a América Latina, ainda não fala português, nem espanhol. Ao atender a imprensa na última segunda-feira (23), para anunciar a abertura da plataforma para lojistas brasileiros, se expressou em inglês.

Este é só um detalhe que a gigante chinesa de tecnologia Alibaba, dona do AliExpress, serviço de vendas internacionais do grupo, vai ter que resolver para se aproximar do seu novo alvo, os lojistas brasileiros.

Os consumidores ela já convenceu há 11 anos, desde que desembarcou no Brasil e, mais recentemente, avançou no prazo de entrega. Dos meses de espera por um produto chinês, o paulista passou a receber a encomenda em oito dias e, os demais brasileiros, em duas semanas, graças a uma frequência de quatro voos semanais vindos da China. Também o serviço de pós-venda, com logística reversa e atendimento ao consumidor, passou a ser feito localmente.

Mas depois da logística mais rápida, a nova fronteira da disputa do comércio eletrônico nacional se concentra na conquista dos “sellers”, os lojistas que vendem nos marketplaces, as plataformas de venda dos grandes varejistas brasileiros –com destaque para Magazine Luiza, Americanas.com, Via e o argentino Mercado Livre.

Tudo por um mercado de comércio eletrônico que movimentou R$ 87,4 bilhões no ano passado e deve crescer 24% este ano, chegando a R$ 108,4 bilhões, nas estimativas da consultoria e-Bit Nielsen. Ainda assim, estima-se que apenas 10% das vendas do varejo aconteçam online, contra até 50% do mercado chinês.

“Ao incluir sellers brasileiros, o AliExpress aumenta a recorrência de compra, tráfego no site e retém a base de clientes”, diz o especialista em varejo Alberto Serrentino, da Varese Retail, que também aponta a agressividade dos chineses na oferta de crédito aos lojistas.

Para atrair lojistas, a empresa afirma que irá cobrar comissões de 5% a 8% e ofertar um serviço integrado de logística que vai permitir frete gratuito para todo o país em compras acima de R$ 50. Também promete aos lojistas brasileiros um fluxo de repasses financeiros mais rápido que a média do mercado, com a possibilidade de saques diários, sem custos.

No Magazine Luiza, a comissão paga pelos sellers varia de acordo com o setor. Nos segmentos de moda, joalheria e relojoaria, por exemplo, o valor é de 16%. Para os demais, 12,8%. Já o Mercado Livre, que aceita cadastrar como vendedores tanto pessoas físicas quanto jurídicas, o valor das comissões vai de 11% a 19%.

“Para o pequeno seller, não é interessante estar em vários marketplaces diferentes. Ele vai eleger um e ficar nele, para adaptar sua venda àquela plataforma, que tem um jeito específico de promover o fluxo de pagamentos, apresentar e ranquear o seu produto”, diz o consultor em varejo Eugênio Foganholo, da Mixxer. “Já para o marketplace, quanto mais sellers ele tiver, em diferentes e em uma mesma categoria, melhor para atender a sua audiência”.

Na semana passada, a Magazine Luiza anunciou uma campanha de incentivo aos lojistas, com direito a maquininhas de cartão da empresa. Na ocasião, o presidente da varejista, Fred Trajano, disse que o marketplace da companhia não é “camelódromo” –numa referência aos sellers que não emitem nota fiscal.

“O Mercado Livre sempre foi o ambiente em que o pequeno, o informal, tinha espaço”, diz Serrentino. “Mas houve avanço do sistema próprio de entregas, o Mercado Envios, que já responde por 90% das vendas do marketplace, e onde só são aceitos fornecedores que emitem nota fiscal”.

Yaman Alpata diz que o AliExpress está atento para a venda sem nota fiscal. “Normalmente, não comentamos falas de competidores, mas posso dizer que a AliExpress coloca importância em compliance e regulamentos do país. Nos adequamos às leis nos locais onde operamos”.

Segundo Viviane Almeida, gerente comercial da AliExpress, a empresa só trabalha com vendedores com CNPJ e não aceita pessoas físicas. “Quando o vendedor faz seu registro, é analisada a idoneidade da empresa”, afirma. Além de CNPJ, a chinesa também aceita MEI (Microempreendedores Individuais).

Para o professor Giorgio Romano, do Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil da Universidade Federal do ABC (OPEB/UFABC), responsável por um estudo sobre a concorrência entre gigantes do varejo local e big techs chinesas, a entrada de cabeça do AliExpress no mercado brasileiro não é necessariamente ruim para as grandes varejistas locais.

“Os chineses vão ajudar a fomentar o comércio eletrônico no país, que ainda está engatinhando perto do que eles têm em casa”, afirma. Mas Romano chama a atenção para a necessidade de contrapartida. “Se eles vêm com quatro aviões toda semana para o Brasil, com o que essas aeronaves voltam? Podiam levar produtos brasileiros para a China também, incentivando o comércio bilateral”, afirma.

A plataforma chinesa começou a abertura para operações locais em 2019, em países como Turquia e Espanha. O Brasil será o primeiro país das Américas a entrar na modalidade de operação local. As entregas nacionais serão feitas pela Cainiao, empresa de logística do grupo Alibaba, que já opera no Brasil.

A chinesa ainda não tem um centro de distribuição próprio no país mas, segundo Viviane, está nos planos a abertura nos próximos meses. Além da Cainiao, a plataforma faz entregas via Correios, com prazos entre dois e quatro dias.

No próximo dia 1º, a AliExpress vai promover um evento online para que os lojistas brasileiros conversem diretamente com representantes da empresa no Brasil e no exterior. A “Sellers Conference” promete ser “totalmente em português”. É a chance para a empresa mostrar o quanto sabe se adaptar.

RAIO-X DO GRUPO ALIBABA NO 2º TRIMESTRE DE 2021

Lucro líquido atribuído aos acionistas – US$ 6,9 milhões

Faturamento – US$ 31,865 milhões

Funcionários – Mais de 251 mil

Principais concorrentes – Tencent, Baidu, Meituan, Didi Chuxing, ByteDance

RAIO-X DO MERCADO LIVRE NO 2º TRIMESTRE DE 2021

Lucro líquido – US$ 68,2 milhões

Faturamento – US$ 7 bilhões

Funcionários – Mais de 17 mil na América Latina, sendo 5.461 no Brasil

Principais concorrentes – Magazine Luiza, Via, Amazon

RAIO-X DO MAGAZINE LUIZA NO 2º TRIMESTRE DE 2021

Lucro líquido – R$ 95,5 milhões

Faturamento – R$ 43,5 bilhões

Funcionários – 47 mil

Principais concorrentes – Mercado Livre, Via, Amazon

Alibaba investe em robôs para o delivery de comércio eletrônico na China

Somente neste ano, a empresa implantou 1.000 bots de entrega em campi universitários chineses e áreas urbanas.
Robôs que falam com porteiros, sobem elevadores e tocam campainhas. Esse é o futuro do delivery de comércio eletrônico na gigante chinesa Alibaba. A empresa acredita que robôs são rápidos, confiáveis e relativamente baratos, podendo atender à crescente demanda por compras online na China.

Prova disso é que, somente este ano, o Alibaba está implantando 1.000 bots de entrega em campi universitários chineses e áreas urbanas. Chamados de Xiaomanlv, ou “burro pequeno” em mandarim, os robôs podem entregar cerca de 50 pacotes por vez e até 500 caixas em um dia, cobrindo até 100 quilômetros com uma única carga.

Os bots recolhem os pacotes em um posto de correio e seguem para o local de entrega, rodando em calçadas e nas ciclovias. Eles ainda não conseguem subir lances de escadas, mas no futuro poderão até substituir empilhadeiras nas fábricas, descartar lixo hospitalar em hospitais e transportar bagagens nos aeroportos.

Direção autônoma
A ideia é que os bots “aprendam” a ultrapassar obstáculos com segurança em estradas menores de baixa velocidade e becos sem saída. No futuro, eles podem substituir empilhadeiras em fábricas, descartar resíduos médicos em hospitais e até mesmo mover bagagem ao redor dos aeroportos.

A Academia Damo, centro de pesquisa científica do Alibaba, analisará os insights coletados desses primeiros modelos e atualizará os bots para serem seguros para manobrar mesmo em vias públicas. “Em três a cinco anos, esperamos progredir na direção autônoma em cenários de velocidade mais rápida e fazer entregas em distâncias mais longas”, disse Wang Gang, chefe do Laboratório de Direção Autônoma da Damo.

O mercado de comércio eletrônico da China é o maior do mundo e seu crescimento estimulou o rápido desenvolvimento da logística para atender aos pedidos dos clientes. As entregas de pacotes ultrapassaram 830 bilhões na China continental em 2020, nove vezes o volume de 2013, segundo os Correios da China.

Falta de mão de obra
A pandemia de coronavírus também acelerou a mudança no consumo de offline para online e aumentou a demanda dos clientes por entrega sem contato. Ao mesmo tempo, a quantidade de profissionais para realizar entregas cai no país conforme a população envelhece. A Organização Mundial da Saúde espera que a porcentagem de pessoas com mais de 60 anos na China chegue a 28% até 2040.

“Não temos mão de obra suficiente para entregar tantos pacotes aos consumidores. É impossível sem tecnologias automatizadas. Então, é por isso que Xiaomanlv é muito importante”, disse Wang Gang. “Espero construir produtos de IA que possam ter aplicação prática e um grande impacto social, em vez de impacto acadêmico.”

Empresas globais de entrega, como FedEx e UPS, ainda lidam com a maioria dos pacotes manualmente. No entanto, alguns varejistas estão explorando soluções mais modernas, como entregas de drones. Ainda assim, há relativamente poucos drones em circulação, dado o alto nível de autorização regulatória necessária. Os robôs de entrega, ou bots, por outro lado, são mais promissores em termos de implantação em massa.

O que sites estrangeiros oferecem de diferente para os brasileiros?

Em 2020, 57% dos compradores digitais brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior; melhores preços e variedade de produtos são os benefícios mais atraentes.
Shein, Aliexpress, Shopee, Amazon, E-bay, Mercado Livre. Se você nunca comprou um produto importado em sites estrangeiros como estes, certamente, conhece alguém que já se aventurou no universo das compras internacionais.

De acordo com o relatório Comércio Sem Fronteiras 2021 (Borderless Commerce Report), realizado pelo PayPal, 57% dos brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior no último ano. Melhores preços e variedade de produtos são os principais motivos que os levam a gastar dinheiro fora do e-commerce brasileiro.

Entenda, a seguir, qual é o perfil desses consumidores, quais são os itens mais buscados por eles e as alternativas para as empresas nacionais se tornarem mais competitivas e direcionarem parte dessa demanda para seus negócios.

Sites estrangeiros X e-commerce nacional: um panorama do consumo brasileiro
O consumo on-line – nacional e internacional – atingiu números recordes no último ano, impulsionado pela pandemia e pelas regras de isolamento social.

Para se ter uma ideia, um levantamento feito em parceria entre o PayPal Brasil e a BigDataCorp., intitulado Perfil do E-commerce Brasileiro 2021, apontou um crescimento de mais de 22% no número de e-commerces no Brasil nos últimos 12 meses. E, antes disso, na edição do ano passado, o crescimento havia batido os 40%. Em números absolutos, isso representa um aumento de 900 mil lojas online em julho de 2019 para quase 1,6 milhão em julho deste ano.

“Os brasileiros sempre foram muito ativos na internet por meio das redes sociais e, nos últimos anos, vimos isso se refletir também nas compras online, que vêm se tornando um hábito. O avanço dos smartphones, a ampliação de formas de pagamento e a popularização dos apps tornam essa experiência cada vez mais simples e rápida”, avalia Leonardo Sertã, head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.

E para quem está espantado com os números referentes ao crescimento nos últimos anos, saiba que o mercado ainda está em fase embrionária e que há bastante espaço para ampliar essa digitalização: o e-commerce, historicamente, costumava ter uma participação pequena, respondendo por cerca de 4% das vendas totais no País.

“O que vimos no decorrer dos últimos 15 meses, desde o começo da pandemia, foi uma explosão do uso de meios de pagamento online no País. Também acompanhamos um crescimento gigantesco no número de lojistas, sejam eles micros, pequenos, médios ou grandes, investindo no ambiente digital. Isso se deveu, basicamente, ao distanciamento social imposto pela pandemia e à restrição do acesso ao comércio físico”, justifica Leonardo Sertã.

As compras em sites estrangeiros também são cada vez mais frequentes entre os brasileiros. Segundo o relatório Borderless Commerce Report 2021 do PayPal, em 2020, 57% dos compradores digitais brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior.

E mais: esses consumidores gastaram mais do que aqueles que somente compraram no mercado doméstico, apesar das campanhas nacionais e do desejo de ajudar as pequenas empresas e comprar no comércio local, observado em vários países.

O brasileiro é um entusiasta das compras online no exterior e a pandemia acentuou esse gosto.
Em 2020, 57% dos compradores digitais brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior, segundo nosso estudo. Deles, 78% usando smartphone.

“Agora vemos que, o que começou como uma alternativa para minimizar riscos de contágio, ganhou ares de atividade permanente, com o fortalecimento do e-commerce nacional e através das fronteiras. É um mercado que vem se tornando acessível”, avalia o head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.

“Não tem no Brasil, beninas”
A frase que se popularizou na boca de blogueiras brasileiras e virou meme na internet é um dos principais motivos que levam consumidores brasileiros a recorrer a sites estrangeiros na hora da compra.

Segundo o Borderless Commerce Report 2021 do PayPal, 29% das pessoas que compram em sites estrangeiros buscam acesso a produtos indisponíveis, seguido de 32% que querem descobrir produtos novos e interessantes e 62% que buscam melhores preços.

Esses consumidores, têm idade e perfis variados: 29% têm entre 29 e 34 anos de idade; 22% entre 35 e 44 anos, e 21% entre 18 a 24 anos. Eles procuram, principalmente, itens de vestuário (33%), eletrônicos (22%) e cosméticos (19%).

“Os principais países que venderam para brasileiros foram China (com 56% de respostas dos entrevistados), Estados Unidos (com 26%) e Japão (com 7%). A oferta de valor do comércio eletrônico e a confiança nas ferramentas de segurança e nos pagamentos digitais, com o uso de carteiras digitais, contribuem para essa expansão”, avalia Leonardo Sertã.

O PayPal participa bem de perto desse crescimento digital, trazendo toda a expertise de pagamentos para ajudar empresas de todos os tamanhos a expandirem seus negócios no Brasil e no exterior. E vemos essa aceleração se refletindo do nosso lado também: nossa operação por aqui cresceu mais de 25% em número de contas ativas no decorrer do último ano, chegando a 5,5 milhões de usuários da carteira digital.

Estratégias para tornar o e-commerce brasileiro competitivo
Apesar de ter preços mais competitivos e variedade de produtos, sites estrangeiros precisam lidar com a insegurança do consumidor brasileiro e com problemas de logística. Segundo o Borderless Commerce Report 2021, ainda há um déficit de segurança/confiança por parte dos consumidores para que se tornem compradores regulares cross-border.

Outro ponto importante são os longos prazos de entrega, que são um obstáculo adicional às vendas internacionais. Investir nestes aspectos pode ser uma estratégia interessante para o marketplace brasileiro manter-se competitivo no mercado.

“O marketplace brasileiro vem se atualizando de forma impressionante no decorrer dos anos. Estamos vendo um fortalecimento dos grandes players nacionais, puxados por grandes varejistas, com mais robustez tecnológica, experiência do usuário e agilidade na logística. E nesse ponto da velocidade de entrega, a vantagem histórica sempre esteve ao lado das plataformas nacionais, embora os estrangeiros venham, cada vez mais, ampliando sua presença local”, avalia o head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.

Confira, a seguir, 6 estratégias importantes para manter a competitividade dos marketplaces brasileiros.

1 – Invista em pós-venda
Acompanhar a jornada do cliente, buscando conhecer sua satisfação com o item adquirido e fidelizá-lo é um diferencial a ser trabalhado por sites nacionais, que conseguem desenvolver essa relação de proximidade com maior facilidade.

2 – Aposte em variedade de pagamento
“Oferecer diversas opções de pagamento, incluindo as carteiras digitais, que se tornaram essenciais no decorrer do último ano e vieram para ficar, também é importante. No caso do PayPal, nossa plataforma também permite compra online com cartão de débito, o que facilita ainda mais a vida de quem vende e melhora exponencialmente a experiência de compra de quem pagava com boleto, por exemplo”, pontua Leonardo Sertã.

3 – Esteja presente nas redes sociais
Atualmente, mais do que uma forma de passar o tempo, as redes sociais são ferramentas importantes para empresas do mundo todo. Por meio delas é possível – além de vender produtos e serviços – conhecer melhor seus clientes, criar uma relação de proximidade e atender suas dores e desejos.

4 – Sites responsivos
Ter sites responsivos, que proporcionem uma experiência de compra eficiente para diferentes tipos de aparelhos eletrônicos – computadores, tablets e celulares – é fundamental.

“Aliás, a responsividade do site do lojista, ou seja, sua capacidade de se adaptar a qualquer tela, é fundamental em países como o Brasil, em que milhões de potenciais consumidores só acessam a internet via smartphone”, avalia head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.

5 – Entrega rápida
Quem compra de sites estrangeiros sabe que a demora – e até a incerteza – na entrega é, de fato, uma das etapas mais desanimadoras. Por isso, investir em entrega rápida é uma estratégia capaz de tornar sites nacionais ainda mais competitivos.

“Se no quesito “preço”, dependendo do produto, é complicado competir com os marketplaces asiáticos, por outro lado, os players nacionais estão mais bem posicionados e integrados no ecossistema, o que garante entregas mais rápidas. Maior capilaridade nos pontos de distribuição e parcerias para integrar o chamado “last mile” na cadeia também são, hoje, diferenciais para reduzir o tempo de entrega para questão de horas (uma tendência que está se popularizando)”, pontua Leonardo Sertã, que completa: “No mercado brasileiro, isso faz muita diferença, e já estamos vendo o tradicional crediário migrar para o mundo das compras online”.

6 – Conheça seus consumidores
Ninguém entende melhor do Brasil que o brasileiro. Essa frase faz todo sentido quando a intenção é aumentar a competitividade do marketplace nacional em relação ao consumo internacional.

“Os players nacionais saem na frente no conhecimento de seus consumidores, pois têm acesso a mais dados/informações, dada sua integração com varejistas, financeiras, bancos etc. Isso permite segmentar melhor as ofertas e também ajuda as empresas a conceder condições de crédito especiais”, pondera o head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.

Marketplaces: número de reclamações sobe 94%

O Portal da Queixa identificou um crescimento de 94% do número de reclamações dirigidas a marketplaces internacionais. Shein, Wish, Aliexpress e Amazon são as entidades que reuniram mais queixas em 2021.

Em causa, estão as más experiências na entrega das encomendas e o difícil acesso aos canais de apoio aos clientes, identificou o Portal da Queixa. Consequentemente, os níveis de confiança em plataformas de e-commerce internacionais têm registado baixos índices de satisfação.

Entre os dias 1 janeiro e 31 de julho, o Portal da Queixa recebeu um total de 997 reclamações dirigidas a marketplaces internacionais, um crescimento de 94% face ao período homólogo. De 1 de janeiro de 2020 até 31 de julho de 2020, foram registadas apenas 515 reclamações.

Mais reclamados
A análise revela que, este ano, os marketplaces internacionais mais reclamados pelos consumidores portugueses são Shein (417 queixas), Wish (190), Aliexpress (168) e Amazon (104), sendo que estas quatro entidades reuniram 88% do total de reclamações registado no período em análise. Comparativamente com o ano anterior, as marcas Aliexpress, Amazon e MiniIntheBox foram as que registaram o maior volume de crescimento: 137%, 136% e 200%, respetivamente.

Os principais motivos de reclamação dos consumidores estão relacionados com o atraso ou problemas na entrega das encomendas (59% das reclamações). Problemas relacionados com os produtos (funcionamento, qualidade, etc.) geraram 13% das reclamações e a dificuldade de obtenção de reembolso foi motivo para 11% das reclamações apresentadas este ano.

Segundo a análise, entre os consumidores que partilharam a sua experiência de consumo no Portal da Queixa, 55,6% foi do género feminino e 44,1% do género masculino. Relativamente à faixa etária, a maioria das reclamações dirigida aos marketplaces internacionais foi registada por pessoas entre os 18 e os 44 anos (69,7% das queixas). A faixa etária dos 45 aos 54 anos representa 15,3%, dos 55 aos 64 anos reclamaram 8,6% e os consumidores com mais de 65 anos geraram 6,3% das queixas.

Marketplaces
Pedro Lourenço, CEO & Founder do Portal da Queixa by Consumers Trust, adverte que “aquilo que, à partida, parece ser mais um benefício da globalização digital, pelo fácil acesso a produtos de vestuário, tecnologia e eletrônica, com descontos consideráveis e raramente disponíveis em lojas físicas no território nacional, nem sempre resulta num bom negócio para uma grande parte dos compradores em Portugal. Com baixos níveis de literacia digital, a maioria dos consumidores portugueses arrisca a compra em marketplaces sem conhecerem o conceito que está por detrás destas plataformas, que as desresponsabiliza em matéria de direitos de consumo, nomeadamente as garantias, as condições de troca e devolução. Estas plataformas servem meramente como meios de divulgação de produtos, a troco de uma comissão de venda, não interferindo no processo de compra entre o vendedor e o comprador, o que, em caso de litígio, falta de entrega das encomendas ou até mesmo sendo necessário o apoio pós-venda, os consumidores são redirecionados para o contato direto com o real vendedor”.

Natura e Avon testam entregas com drones

Empresas buscam melhorar a experiência de entrega para as consultoras e representantes.
Natura e Avon, parte do grupo Natura &Co, iniciam etapa de testes técnicos para a realização de entregas dos produtos das marcas por meio de drones. Com a nova tecnologia, as empresas buscam melhorar a experiência de entrega para as consultoras e representantes. Além disso, dado que a tecnologia de drone não gera emissões de gases de efeito estufa, o projeto contribuirá para alcançar a meta do grupo de atingir zero emissões líquidas de carbono até 2030 para suas quatro marcas: Avon, Natura, The Body Shop e Aesop.

Para o projeto, Natura &Co firmou parceria com a startup brasileira Speedbird Aero, primeira empresa a receber o CAVE (Certificado de Autorização de Voo Experimental) pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), no ano passado.

Natura &Co e Speedbird já começaram os testes técnicos e deram encaminhamento ao processo de autorização da ANAC para a execução do projeto piloto de entrega em condições reais, que será feito em um raio de até 200km já no primeiro trimestre de 2022. A operação buscará realizar as entregas de forma ágil e segura em locais mais afastados ou de difícil acesso. A iniciativa está sendo implementada por Natura &Co por meio do Natura Startups, programa que reforça a atuação da companhia no ecossistema de inovação e empreendedorismo para o desenvolvimento de soluções e serviços disruptivos.

A tecnologia de drone para fazer entregas de produtos de primeira necessidade e de bens de consumo já é uma realidade em diversas partes do mundo, como Ruanda e Gana, onde os drones permitem distribuir doações de sangue. Em países como Finlândia, Islândia, Suíça, China, Japão e Estados Unidos, drones estão sendo utilizados para entregas de varejo, alimentos e medicamentos. Além da redução significativa no tempo de entrega, outra vantagem dessa modalidade é o baixo impacto ambiental, uma das grandes prioridades no modelo de negócio das marcas do grupo Natura &Co.

“Nossa Visão de Sustentabilidade, o Compromisso com a Vida 2030, tem a ambição de tornar Natura &Co um grupo zero emissões líquidas de carbono vinte anos antes do que a meta estabelecida pela ONU. Por isso, é fundamental investirmos em soluções de entrega que não gerem emissões na nossa cadeia logística, como os drones, em linha com a nossa aspiração de sermos o melhor grupo de beleza PARA o mundo”, afirma Leonardo Romano, diretor de Supply Chain e Inovação Logística de Natura &Co. “Buscamos constantemente soluções de vanguarda que aprimorem as experiências das nossas consultoras, representantes e clientes com os produtos das nossas marcas. A logística através dos drones irá habilitar rotas de entrega em tempos muito curtos, com baixo custo e baixo impacto ambiental”, agrega o executivo.

Para Manoel Coelho, CEO e fundador da Speedbird, o projeto com Natura e Avon permitirá testar o modelo de entrega em uma escala mais ampla de operação. “Somos pioneiros no Brasil em obter a certificação da ANAC para testar o modelo em condições reais de operação e na parceria com a Natura &Co será interessante observar que, ainda que feito em maior escala, o drone delivery seguirá sendo uma opção segura e viável”, assegura Coelho.

Serviço que conecta entregadores a varejistas cresce na pandemia

A empresa Eu Entrego, que conecta varejistas a entregadores autônomos, atingiu 1,17 milhões de entregas nos primeiros seis meses do ano.

O volume representa aumento de 96% em relação a igual período do ano passado, quando a empresa fez 600.000 entregas.
O crescimento é atribuído ao aumento das compras pela internet em geral por causa da pandemia de Covid-19. Antes, o setor de logística para o varejo na internet era muito concentrado em produtos como eletroeletrônicos. Agora, o perfil está mudando um pouco.

O setor que teve o maior crescimento no volume de entregas no primeiro semestre, segundo a Eu Entrego, foi o dos supermercados, cuja demanda subiu mais de sete vezes em relação a igual período do ano passado. Produtos para pet (alta de 272%) e farmácia (185%) também tiveram bons crescimentos na plataforma.