AliExpress abre o marketplace para vendedores brasileiros

Companhia baixou comissões cobradas e vai oferecer frete gratuito para compras acima de R$ 50.
O AliExpress, serviço de vendas internacionais do grupo Alibaba, abriu seu marketplace para todos os vendedores brasileiros sem nenhum custo mensal, baixou as comissões cobradas e vai oferecer frete gratuito nas compras acima de R$ 50, caso o produto enviado não tenha peso excessivo.

Lojistas pagarão valores entre 5% e 8% (os percentuais variam conforme a categoria dos produtos vendidos) de seu faturamento à plataforma.

“Agora, poderemos não apenas atender os consumidores brasileiros, mas também colaborar com nossa tecnologia para o crescimento de pequenos e médios negócios no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento e a digitalização da economia brasileira”, afirma Yaman , porta-voz do AliExpress.

O envio de produtos dentro do território nacional será coordenado pela Cainiao, empresa de logística do grupo Alibaba, que já possui operação no Brasil. Segundo a companhia, o serviço de vendas locais do AliExpress assegurará aos lojistas brasileiros um fluxo de repasses financeiros mais rápido que a média do mercado e a possibilidade de realizarem saques, sem custos, diariamente.

Os vendedores poderão se beneficiar também de ferramentas de marketing para melhorar a conversão de vendas e da Universidade AliExpress, que conta com cursos técnicos de marketing digital.

Conferência para interessados
No dia 1º de setembro, a Alibaba fará um evento on-line para que os vendedores brasileiros conversem diretamente com executivos e técnicos do AliExpress no Brasil e no exterior.

Batizado de “Sellers Conference”, o evento é aberto a qualquer interessado em explorar o canal de vendas. As inscrições devem ser feitas no site.

Inicialmente, só serão autorizadas as entradas de vendedores que possuam um cadastro CNPJ. O ingresso de lojistas na plataforma é sujeito à aprovação do AliExpress e tão logo seu cadastro seja liberado, o vendedor pode registrar produtos em sua loja e iniciar as vendas onine imediatamente

Jadlog amplia investimentos em infraestrutura e reduz prazos de entrega

Expectativa é crescer cerca de 20% neste ano em relação ao ano passado.

Após crescer mais de 100% em movimentações de encomendas em 2020, em relação ao ano anterior, e atingir a marca de R$ 1 bilhão de faturamento, a Jadlog, uma das maiores empresas de transportes de cargas fracionadas do País e a transportadora privada mais utilizada pelo e-commerce, avança em 2021 com os investimentos em infraestrutura e tecnologia realizados no ano passado e focada em reduzir prazos e aprimorar a experiência dos clientes do comércio eletrônico.
A expectativa é crescer cerca de 20% neste ano em relação ao ano passado, apoiada em sua nova malha regional robusta, no uso da tecnologia e inovações de serviços como o Predict, que agilizam as operações da empresa.

“Prazos pontuais e menores acabam sendo mais relevantes do que o valor do frete, por isso, temos o grande desafio de oferecer cada vez mais agilidade, qualidade e informações para aprimorar continuamente a experiência dos e-shoppers, dos embarcadores e marketplaces”, afirma Bruno Tortorello, CEO da Jadlog.

Segundo ele, investimentos de mais de R﹩ 30 milhões realizados no ano passado, como nas malhas regionais, no aumento e automação das filiais e no desenvolvimento do Predict, estão suportando as operações em 2021 e deixam a empresa preparada para atender novos aumentos de demanda, como deve ocorrer na Black Friday 2021, em novembro. “O e-commerce deve crescer menos neste ano, mas a Jadlog já se encontra preparada para atender essa nova demanda de maneira cada vez mais conectada aos e-sphoppers e cada vez mais ágil”, acrescenta Tortorello.
Com as malhas regionais mais robustas, especialmente com a operação dos novos hubs de Joinville (SC), Vila Velha (ES) e Salvador (BA), a Jadlog realiza, nestas respectivas praças, a triagem das cargas, que anteriormente eram feitas no hub central de São Paulo, trazendo mais agilidade às operações da transportadora.

O hub de Joinville possibilita a integração da malha Sul; o de Vila Velha, agiliza as partidas do Espírito Santo para as regiões Nordeste, Centro Oeste e demais estados do Sudeste, enquanto o hub de Salvador integra toda a malha nordestina, antecipando em dias a chegada das encomendas aos destinos.

As operações com o Predict, a nova ferramenta digital que informa o destinatário sobre o horário de entrega via SMS e email, já no dia da entrega, com a janela com uma hora de variação até a chegada efetiva da encomenda, também colabora com a redução de prazos e qualidade nas entregas. Trata-se de um serviço-chave que oferece ainda mais conveniência e previsibilidade aos consumidores brasileiros e é capaz de aumentar a taxa de sucesso na primeira tentativa de entrega, melhorando ainda mais a experiência de compra on-line.

Melhor Ponto: clientes do Melhor Envio podem postar encomendas de diferentes transportadoras

Melhor Envio, plataforma de geração de etiquetas de frete com condições mais competitivas para lojas virtuais, começou a oferecer mais uma facilidade para os lojistas da cidade de São Paulo. Serviço gratuito exclusivo da plataforma, o Melhor Ponto é um centralizador de encomendas onde os usuários podem postar envios de diferentes transportadoras em um só lugar e ainda ganham 10% de cashback sobre cada envio realizado.

Em uma pesquisa com sua base de lojistas, o Melhor Envio identificou que a maior dificuldade para postar encomendas é a distância até a transportadora, com 36,6% das respostas. Logo em seguida, os clientes da plataforma de frete destacaram outros desafios, como tempo de espera alto (com 35% das respostas) e dificuldade de locomoção entre uma transportadora e outra (que apareceu em 17,7% das respostas). Como forma de resolver esses problemas e simplificar ainda mais o envio de encomendas no e-commerce, o Melhor Envio lançou o Melhor Ponto, que já conta com várias unidades em locais estratégicos da cidade de São Paulo.

O serviço foi desenvolvido especialmente para lojistas que trabalham com diferentes transportadoras, que agora podem despachar os produtos em um único local, sem ir a diferentes agências e unidades de postagem.

“Por exemplo, se um empreendedor tem produtos a serem enviados em unidades dos Correios e da Jadlog, ele precisaria se deslocar até uma agência de cada uma delas, em endereços distintos, para despachar seus fretes. Com a nossa solução, ele encontra tudo em um único lugar e ainda recebe 10% de cashback sobre todos os envios”, comenta André Nascimento, gerente do Melhor Ponto.

Além disso, o Melhor Ponto também vai facilitar o uso de transportadoras que tenham unidades de postagem de difícil acesso, como terminais de carga em aeroportos.

“A rápida expansão do comércio eletrônico fez com que o frete para o e-commerce se tornasse uma peça-chave para as estratégias de venda. E quem já atua nesse mercado entende o quão importante é ter soluções compatíveis com a alta demanda diária. Oferecer facilidade e melhores opções é o nosso papel como impulsionadores dos varejistas, queremos que eles se destaquem e que consigam se manter competitivos frente à concorrência. Tenho certeza de que essa será uma ótima oportunidade para confiarem ainda mais no nosso trabalho”, ressalta Éder Medeiros, CEO do Melhor Envio.

Melhor Ponto: como funciona o novo serviço gratuito do Melhor Envio
Assim como os demais serviços do Melhor Envio, o Melhor Ponto é gratuito e não depende de contratos pagos ou número mínimo de envios.

As etiquetas de frete geradas no Melhor Envio com as transportadoras Correios, Jadlog, Azul Cargo Express e LATAM Cargo podem ser despachadas em qualquer unidade do Melhor Ponto.

Importante: os pacotes devem ser deixados em qualquer uma das unidades do Melhor Ponto já embalados e prontos para envio.

Dependendo do horário de entrega das encomendas na unidade escolhida, a postagem na transportadora será realizada no mesmo dia ou no próximo dia útil. Ao usar o serviço, as entregas seguem com o mesmo preço e prazo informados na geração da etiqueta de frete.

Vale lembrar que, desde o momento em que são despachadas no Melhor Ponto, as cargas estão protegidas pelas políticas de segurança de cada transportadora.

Outra boa notícia é que esses envios geram cashback de 10% do valor do frete, que é creditado na Melhor Carteira, serviço de carteira digital do Melhor Envio. O crédito pode ser utilizado na geração de outras etiquetas de frete na plataforma.

O Melhor Ponto já conta com unidades espalhadas por diferentes regiões na cidade de São Paulo.

Pesquisa relaciona last mile e experiência do consumidor no e-commerce

Pesquisa da Pier8 em parceria com o E-Commerce Brasil traz dados sobre o impacto do last mile na experiência do usuário.

OTD
29% dos entrevistados responderam que a taxa de OTD (on time delivery – entregas dentro do prazo) é de 95% a 100%, o que é um indicador considerável no e-commerce brasileiro. Também na faixa de 29% estão os que responderam que a taxa está entre 80% a 90%.

21% dos entrevistados desconheciam o indicador.

OTIF
Já com relação à taxa OTIF (on time in full – entregas dentro do prazo e com as indicações solicitadas pelo consumidor), 29% dos respondentes desconheciam o indicador.

21% responderam que é de 91% a 95% e 21% responderam que é de 96% a 100%.

Reclamações
Mesmo com taxas tão boas, 64% dos respondentes afirmaram que atrasos na entrega são motivo para as principais reclamações feitas pelos consumidores.

Outras respostas:

21% extravio;
21% morosidade no processo financeiro;
14% comunicação referente ao status de entrega;
7% avarias na entrega.
Custo de frete
43% dos respondentes afirmam que consideram que têm uma negociação justa com relação ao custo de frete atual no e-commerce.

36% consideram que seus custos de frete são altos e 21% consideram muito alto.

38% dos lojistas acreditam que a sua maior dificuldade logística é a abrangência nacional

Pesquisa da Selia com o E-Commerce Brasil criou um panorama da logística, fullfilment e terceirização nas operações brasileiras de e-commerce.

Para 38% dos respondentes, a principal dificuldade enfrentada hoje no e-commerce com relação à logística é conseguir atingir abrangência nacional.
Na faixa dos 22%, duas respostas: entrega e carga tributária. Já para 19% é a complexidade e manuseio do produto.
Com relação ao fulfillment, a maior dificuldade expressada pelos lojistas é a do transporte (32%).
34% responderam que é o estoque e 16% a embalagem (packing). Na faixa dos 13%, duas respostas: separação (picking) e pós-entrega.

Expectativas de melhorias na operação logística
43% dos entrevistados têm expectativas de melhorias no que tange a redução do custo do frete.
24% responderam que esperam melhorias na redução do prazo de entrega dos produtos. 13% responderam redução de ruptura e 11% melhorias na infraestrutura. Por fim, 8% esperam melhoria na redução da logística reversa.

Melhorias eficientes
Quando se trata de melhorias que impactam o fulfillment, 51% têm expectativas para melhorias no frete.
22% esperam melhorias no processamento de pedidos e 16% no armazenamento. Na faixa dos 5%, duas respostas: recebimento e coleta.

Terceirização do serviço
Os respondentes da pesquisa foram questionados também sobre os serviços atrelados a terceirização na logística que eles consideravam mais relevantes.
Para 30% é o pacote logístico completo. 24% obteve duas respostas: armazenagem (fulfillment) e transporte (last mile). 11% também duas respostas: transporte inbound (fornecedores) e importação.
Quando questionados sobre os critérios a se considerar ao escolher a terceirização, 40% afirmaram que é a redução de custo.
30% falaram sobre melhorias no serviço e 16% falta de know how. Além disso, 11% elegeram implantação de novos serviços como um fator e 3% tornar o custo fixo viável.
32% afirmaram ainda que não fazem operação logística de forma terceirizada. 27% dos que fazem a consideram boa e 22% regular. 13% acreditam que é ótima e 3% excelente.

Amazon, Magalu e Americanas entram em briga que favorece o cliente; entenda

Competidoras querem ver quem faz o delivery mais rápido.
Não basta mais vender pela internet. Com a alta das vendas on-line na pandemia, gigantes do comércio eletrônico, como Magazine Luiza, Amazon e Americanas, iniciaram uma verdadeira guerra pela entrega ultrarrápida. A disputa, agora, é medida em horas, ou até minutos.

A estratégia envolve aquisição de empresas de logística e novos centros de distribuição. A meta do Magalu é fazer entregas em até uma hora em todas as capitais do país para produtos de até 15 quilos. A Americanas quer reduzir o prazo para 30 minutos em 2021.

E a Amazon implementou a entrega gratuita em um dia útil em mais de 50 cidades do país na semana passada. A disputa também chegou ao peixe fresco vendido na web e atrai para o ramo do comércio eletrônico start-ups que prometem entregas em 15 minutos.

Magazine Luiza (MGLU3) comunicou a sua mais nova aquisição, a compra da plataforma de entregas veloz Sode , que já prestava serviço para a varejista. A companhia está presente em 8 estados do Brasil, com mais de 1.000 entregadores ativos. Atualmente, desempenham em torno de 2 milhões entregas por ano.

Logística 4.0: O last mile decola

O futuro é digital, isso não podemos ignorar.

Vivemos num mundo onde a transformação digital afeta diretamente as relações de consumo e a forma de atuação das organizações. Gradativamente a tecnologia vai invadindo processos, permitindo mais automação, mais otimização de recursos e, consequentemente, um resultado melhor na performance das cadeias de suprimentos.

As práticas tradicionais de produção em grande escala com acúmulo de estoques para ter disponibilidade permanente de produtos vão dando lugar aos processos automatizados, nos quais as exigências dos clientes e a produção de itens específicos definem o que realmente é necessário produzir, com um menor prazo de atendimento das demandas.

Para suportar essa transformação digital, as empresas que atuam no segmento de logística vêm passando por grandes mudanças.

A Logística 4.0 deriva do conceito da Indústria 4.0, tendo como objetivo trazer maior velocidade e eficiência para atividades das empresas por meio do uso intensivo de tecnologia. Processos inovadores e disrupção tecnológica passam a ser rotina no dia a dia das empresas que operam a logística moderna, alterando as regras do jogo do mercado, das relações de consumo e da sociedade inteira.

Citamos alguns avanços tecnológicos já colocados em prática na Logística 4.0:

Robotização: é o uso de robôs dentro dos centros de distribuição, substituindo atividades repetitivas. Exemplo disso são os transelevadores inteligentes que realizam toda movimentação vertical e horizontal de paletes dentro dos armazéns no lugar de empilhadeiras e transpaleteiras. Também temos os equipamentos sorters de alta velocidade que permitem automatizar toda a roteirização de encomendas.
Voice picking (hands free): aumenta a produtividade na separação de pedidos nos armazéns logísticos.
Inteligência Artificial (IA): permite que máquinas tomem decisões por meio da previsão de comportamentos.
Big Data e Analytics: possibilitam uma visão mais estratégica da cadeia produtiva como um todo para a melhor tomada de decisão.
Cloud computing: facilita o gerenciamento de dados coletados, processados e disponibilizados como informações, com maior velocidade e em tempo real.
Realidade Aumentada: simula situações para testar antes de produzir ou alterar processos.
Além da tecnologia pura, gostaríamos de observar mais atentamente duas práticas da Logística 4.0 que estão revolucionando a forma de entregar produtos: a última milha, ou last mile, e o shipping from store (SFS).

Estratégias que ganham força na Logística 4.0
Last mile

A última milha é o caminho para o sucesso da entrega do produto ao cliente final. É a última chance de encantá-lo e, por isso, a sua gestão precisa ser muito bem planejada. Adequar a estrutura tecnológica e operacional, planejar rotas, sincronizar o processo de picking/expedição com a roteirização são pontos muito importantes para aumentar a produtividade e assertividade deste importante processo logístico.

Não menos importantes são os investimentos em tecnologias de gerenciamento de entregas on-line (DMS – Delivery Management System) com monitoramento em tempo real. É crescente a utilização de aplicativos mobile (apps) que oferecem informações detalhadas durante o trajeto, permitem o controle de tráfego nas regiões urbanas, registram as confirmações de entrega e possibilitam a interação com motoristas para tratar desvios. Tudo isso visa garantir o cumprimento dos prazos e informar precisamente o status em cada etapa do processo.

Utilizar o agendamento dando opções de dias, turnos e hora para promover alternativas, comodidade e conveniência para o cliente é estratégico e gera uma nova expectativa na experiência de compra.

A gestão do last mile vai além do “chegar o produto certo, no dia certo, na hora certa e nas condições estabelecidas”. O papel do entregador é fundamental. O atendimento, a cordialidade, a presteza em servir o cliente são fatores primordiais para a sobrevivência de qualquer negócio. Por isso, as estratégias de compartilhamento de carga, o investimento em transportes coletivos e em aplicativos de entrega precisam ser gerenciados com muito foco, pois o mau atendimento pelo entregador pode colocar em risco todas as demais estratégias.

Destacamos a seguir as principais modalidades do last mile que aceleraram no Brasil:

Lockers: pontos de coleta como “caixas de Correios” localizados estrategicamente próximos aos pontos de necessidade dos clientes finais.
Pick-up points: locais comerciais que se tornam parceiros de entregas, tais como floriculturas, restaurantes, cafés, sorveterias que disponibilizam suas lojas como ponto de apoio.
Social delivery: serviço colaborativo em que entregadores autônomos transportam itens dentro do mesmo bairro ou cidade em que vivem.
Entrega noturna: entregar produtos após horário comercial, observando a legislação local, segurança e regras em condomínios.
Crowdshipping: entregas realizadas a pé ou de bicicleta por entregadores monitorados pelos consumidores no local de maior conveniência para o consumidor.
Olhando para fora, vemos que nos Estados Unidos as entregas da Amazon Prime no mesmo dia e no dia seguinte se tornaram o padrão de fato no comércio eletrônico. As pessoas querem conveniência e gratificação instantânea, desejo evidenciado pelo fato de que aproximadamente 45% dos consumidores dos EUA são membros do Amazon Prime.

A maioria dos grandes varejistas está lutando para alcançar a Amazon por meio de parcerias com startups de última milha. O Walmart se tornou um grande investidor da empresa Cruise para entregas de veículos autônomos. A Target adquiriu as startups de entrega de última milha Shipt e Deliv para aumentar sua velocidade de entrega. Costco fez parceria com a Instacart para entregas no mesmo dia e até mesmo a Domino’s Pizza celebrou uma parceria com a Nuro para entrega de última milha usando veículos autônomos. Estes são exemplos de um outro estágio da Logística 4.0, que ainda necessitamos percorrer e alcançar aqui no Brasil.

Ship from store (SFS)

Ship from store é o envio de produtos sem o uso de centros de distribuição. Em vez de deixar todo o estoque concentrado em apenas um local, as mercadorias ficam distribuídas nas próprias lojas físicas. O ponto de venda físico se transforma em um minicentro de distribuição para atender aos pedidos on-line.

A estratégia de ship from store passou a ser utilizada por diversas empresas como alternativa de aumentar receitas durante a pandemia, melhorando o nível de serviço ao cliente, criando opções de modalidade de entrega e minimizando riscos nos processos de atendimento. Os grandes diferenciais de fazer da loja física um ponto de distribuição são a facilidade e a agilidade da compra on-line. Ao finalizar o pedido, o comprador pode decidir se quer que o produto seja entregue em casa ou se prefere retirar pessoalmente no estabelecimento mais próximo, gerando comodidade, conveniência e facilidade.

Num país em desenvolvimento como é o Brasil, observamos grandes oportunidades de negócio na criação de novas empresas focadas nas práticas da Logística 4.0.

Reforço para o E-commerce – Correios Querem Chegar a 150 Lockers Até 2022

Correios Querem Chegar a 150 Lockers Até 2022.
Os Correios têm investido no projeto de lockers, armários para guarda-volumes de encomendas, desde o segundo semestre de 2020. Atualmente, são 23 lockers entre Rio de Janeiro (15), Brasília (6) e São Paulo (2) e a expectativa é de expansão. “Nosso cronograma prevê a implantação de 150 equipamentos, até o primeiro semestre de 2022”, revela a estatal, com exclusividade ao Jornal Giro News. De acordo com os Correios, os principais fatores que levaram a investir nesse sistema foram a melhoria da experiência do usuário e o fornecimento de novos canais de atendimento, além de proporcionar alternativas de retirada de encomendas com maior comodidade e conveniência e a universalização dos serviços postais para usuários com dificuldade de endereçamento.

Auxílio a Pequenas Empresas
Além dos lockers, a estatal possui outros serviços voltados a empreendedores do e-commerce. “A pandemia mudou o perfil de consumo da população, que identificou nas compras online formas de atender até mesmo suas necessidades básicas de consumo. Os Correios aceleraram o desenvolvimento do seu ecossistema de soluções para o comércio eletrônico que apoiam o consumidor final e diferentes perfis de empresas, do pequeno vendedor iniciante a grandes players.” O programa AproxiME, por exemplo, auxilia pequenas e médias empresas visando a entrada de comerciantes no universo do e-commerce. Outras soluções para as vendas on-line são entregas no vizinho, envio econômico de pequenos objetos e Clique e Retire.

Crescimento no E-commerce
A representatividade do e-commerce evoluiu relevantemente desde 2020. Segundo os Correios, este crescimento foi viabilizado pelo planejamento que já havia sido feito há alguns anos, considerando as expectativas de crescimento das vendas on-line. Para o futuro, a expectativa é que a participação do e-commerce cresça. “Entendemos que o comércio eletrônico ainda tem muito potencial para crescimento no país, especialmente quando observamos a participação das vendas on-line sobre varejo em outros países em que a modalidade já está mais madura.” De acordo com os Correios, em breve, serão apresentadas novas soluções ao mercado.

Para os transportadores, sucesso do e-commerce passa pela última milha

O trajeto final que uma mercadoria percorre quando sai do centro de distribuição até a casa do consumidor é chamado de última milha. Esse processo começa quando o cliente entra em um portal de vendas on-line em busca de um produto: analisando o preço, o valor do frete e o tempo de espera até que a compra chegue na porta de casa. A agilidade no recebimento do produto, assim como o baixo custo, tem sido fundamental na escolha de qual site comprar.
Os impedimentos causados pelas medidas de isolamento social durante os meses mais críticos da pandemia trouxeram um olhar novo para os benefícios do consumo virtual no Brasil – o reflexo disso percebe-se nos 301 milhões de compras realizadas on-line em 2020, atingindo um faturamento de vendas por e-commerce de R$ 126,3 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
A estimativa é que o crescimento continuará, mesmo que em velocidade menor do que a do ano passado. “Tivemos a entrada de milhares de novos consumidores on-line em 2020, a popularização de compras em diferentes categorias que incluem os produtos de bens duráveis até os itens de farmácia e supermercado demonstram o novo comportamento do consumidor”, esclarece André Dias, diretor de inteligência de Mercado da ABComm.

A consequência do boom no comércio digital é a explosão na demanda de entrega desses produtos. As grandes empresas, referências em e-commerce, estão expandindo os seus centros de distribuição próximo aos principais centros urbanos no País – o objetivo é reduzir, ao máximo, o tempo de entrega. Só assim as empresas de logística se manterão competitivas na última milha.
Operadores logísticos são as empresas capacitadas em realizar os serviços de transporte em qualquer modal, armazenagem e controle de estoque. O aquecimento do setor gerou R$ 100,8 bilhões em faturamento bruto e gerou 1,5 milhões de postos de trabalho no ano passado, segundo a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL).
A diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, conta que o setor se aliou à mudança que o mercado demandou, ou seja, da expansão para atender a necessidade maior de entregas voltadas para o consumidor final, e também, de auxílio aos clientes que não possuíam um sistema atualizado de atendimento.

Além de novos centros de distribuição, o atendimento omnichannel subiu enormemente, assim como a promoção de novas soluções logísticas para as empresas que optaram por desenvolver seus próprios portais de vendas eletrônicas personalizadas ao invés de filiar-se aos já conhecidos marketplaces.
A necessidade de eficiência, ainda com as dificuldades impostas pelas pandemia, desenhou um cenário de busca por soluções tecnológicas inovadoras. “Nesse contexto, vimos o advento de várias startups que propõem desde entrega no mesmo dia – otimizando a última milha – até soluções específicas para empresas mais antigas e consolidadas, introduzindo novas tendências em automação e robotização”, enfatiza Marcella.

Aumento da demanda exige investimento tecnológico
Além do preço, consumidor busca sites que oferecem agilidade na entrega e segurança nas compras.
Uma das barreiras vencidas no período da pandemia foi o medo de comprar on-line. O impedimento de entrar em uma loja física fez com que as pessoas mais resistentes à adesão de comprar por clique se rendessem à facilidade de visitar vários estabelecimentos sem sair de casa. O relatório da Ebit|Nielsen aponta que 83% das pessoas que compraram pela internet no ano passado voltariam a comprar em razão das experiências satisfatórias.
A mudança de cultura de consumo que vem se estabelecendo fomentou diversos setores a colocar seus produtos nas prateleiras virtuais, acirrando um outro tipo de concorrência feita no porta-a-porta. Além da confiabilidade da empresa, o consumidor quer ver quem oferece mais qualidade, rapidez e segurança com os mecanismos de acompanhamento do seu pedido, depois que o pagamento foi realizado.
A transportadora LS Translog viu sua operação crescer exponencialmente após o início da pandemia. A empresa, que foi criada para atender demandas de entregas farmacêuticas, viu a procura por seus serviços explodir em razão da demanda do e-commerce. Desde 2017 a operação registrava crescimento médio de 10% ao mês. Contudo, no ano passado, esse índice triplicou graças à forte demanda, relata o supervisor de TI da empresa, Leandro Rebustini.
Com o foco na entrega de última milha, a LS Translog decidiu expandir os seus centros de distribuição que, atualmente, estão na capital paulista, além de Campinas, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. No Rio Grande do Sul, a empresa realiza a coleta na própria loja do cliente levando ao consumidor final – focada, essencialmente, no serviço de última milha. Em 2019, a empresa contava com 600 entregadores, e hoje, são 1,6 mil funcionários.
Com o fluxo de 30 mil entregas por dia no País, a companhia precisou qualificar sua parte tecnológica para uma versão mobile de última geração. “Agora o sistema integrado dispara um aviso quando o motociclista está indo em direção ao endereço de destino e, por um link ,o consumidor acompanha o entregador em tempo real, fora os canais de comunicação que atendem o cliente das empresa que a transportadora presta serviço”, relata Rebustini.

Portal reúne soluções tecnológicas para o setor logístico
Voltér Trein é um dos gestores do Next Log e CEO da eSales.
Como no caso da LS Translog, que precisou procurar uma tecnologia para atender a alta demanda e otimizar o trabalho que já era desenvolvido, muitas empresas do setor também estão fazendo esse movimento. Vendo a transformação e a necessidade do mercado, as empresas uMov.me, eSales e Mutuus Seguros se uniram em torno da ideia de criar um portal que reúne todas as soluções tecnológicas que vêm sendo desenvolvidas em só lugar, a Next Log.
“Já somamos mais de dez parceiros que aderiram a esse projeto, todos atuantes no processo de inovação e de desenvolvimento da área de logística através da tecnologia”, conta o CEO da uMov.me, Alexandre Trevisan. O site é aberto ao público e sem a necessidade de assinatura – lá, as empresas interessadas irão encontrar expostas várias soluções inovadoras para vertentes distintas do ramo logístico. O CRO da eSales Voltér Trein explica como a Next Log pode ajudar quando cita a seguinte hipótese: “Se preciso aumentar o número de contratação do meu frete, dentro da plataforma eu encontro a empresa parceira que pode propiciar que o meu serviço seja visto, e assim receba mais ofertas”.
Abertos para outras empresas que queiram ser parceiras, as mantenedoras do projeto também pretendem contribuir para a produção de conhecimento com a realização de uma pesquisa que já está sendo realizada e deve se tornar pública nesta semana com o nome de “Espelho Logístico”, antecipa Trevisan.
A ideia é que setor se torne mais integrado e também mais acessível para as empresas de médio e pequeno porte que precisam transformar o seu processo, e muitas vezes, não sabem por onde começar. Os responsáveis garantem que será prestado o serviço de escuta e aconselhamento para transportadoras interessadas na hora de indicar qual dos parceiros pode atender melhor a necessidade demandada.
Cumprir prazo de entrega é um desafio em centros urbanos
Para o consumidor, a praticidade de comprar um bem sem sair de casa, com um bom preço e com uma entrega rápida, vem da confiança que o cliente deposita no prazo de entrega prometido.

O desafio para o setor logístico em atender a agilidade na última milha em grandes centros urbanos está cada vez mais complexos, salienta o professor e vice-coordenador do curso de MBA de Gestão da Produção, da Fundação Vanzolini e da Poli-USP, Daniel de Oliveira.

Nos estudos relacionados à área, o fluxo de tráfego, o congestionamento, os acidentes e a violência são considerados “incertezas urbanas” no planejamento logístico. “O grande problema da última milha é como lidar com essas incertezas, porque se o planejamento é que o caminhão faça dez entregas e acabou fazendo três porque deu acidente ou porque alagou, é muito desafiador justamente porque é imprevisível”, destaca Oliveira.

Diversas são as iniciativas que buscam reduzir esses imprevistos, como a busca por novos centros de distribuição dentro de armazéns urbanos – como condomínios residenciais. Ao alugar esse espaço, as transportadoras abastecem os locais durante a madrugada para que, ao amanhecer, o último percurso seja cumprido mais rapidamente. Outra solução em voga é transformar as lojas físicas em pontos de estocagem e retirada.

Oliveira ressalta, que as transportadoras de grande porte, normalmente, estão abertas a novas soluções tecnológicas que otimizem o seu processo de entrega, entretanto, para as médias e pequenas, a busca por reinvenção é fator importante para manter o diferencial competitivo, sem abandonar a essência do trabalho que já é feito. “Na USP, vemos um grande interesse em aprender sobre o novo momento do mercado e das tendências logísticas, onde o grande dialoga com o pequeno promovendo o mercado como um todo”.

Regras de plataformas de e-commerce afetam lojistas e viram alvo de críticas

Vendedores lidam com dificuldades em se adaptar às regras de relevância no ambiente digital e questionam práticas como a exigência de frete grátis e de uso de serviço próprio de logística.

Empreendedores de todo o Brasil encontraram nas plataformas de comércio eletrônico um meio de iniciar ou manter suas atividades digitalmente enquanto as lojas físicas estavam fechadas na pandemia. Enquanto os chamados marketplaces cresceram em número de vendas e de lojistas virtuais, os vendedores agora lidam com as dificuldades em se adaptar às regras de relevância no ambiente digital e questionam práticas das plataformas que impactam o retorno financeiro sobre os seus negócios, como a exigência de frete grátis e de uso de serviço próprio de logística.

A política de ranqueamento dos anúncios de cada vendedor em plataformas como o Mercado Livre, Magazine Luiza e Lojas Americanas é calculada por algoritmos que levam em conta fatores como as buscas mais recorrentes por clientes. Em geral, quem entrega rápido e não cobra a mais por isso é priorizado. Acontece, porém, que oferecer isso aos clientes sem aderir aos serviços dos próprios shoppings virtuais pode ser inviável, e os vendedores acabam tendo de pagar uma porcentagem maior sobre suas vendas. A escolha passa a ser entre abrir mão de margem de lucro para vender ou praticar preços mais altos, o que acaba impactando os volumes.

A imposição de uso de serviços e práticas adotadas pelas plataformas tem gerado críticas na comunidade de vendedores e foram relatadas à reportagem em entrevistas feitas pelo Estadão/Broadcast com lojistas que usam esses serviços.

Uma comerciante de Curitiba (PR) passou a vender tecidos no Mercado Livre durante a pandemia, depois de perder o emprego. Tornou-se Microempreendedora Individual (MEI) e, com esforço, “ativou o termômetro” do Mercado Livre, ou seja, conseguiu que a plataforma indicasse aos clientes que ela tinha uma boa reputação, depois de vender e entregar dentro do prazo suas 10 primeiras encomendas.

As entregas até então vinham sendo feitas pelos Correios, mas depois de ampliar o volume de vendas, chegando a uma média de duas encomendas por semana, ela recebeu um e-mail que dizia: “Ative seus envios nas agências do Mercado Livre antes de 26 de julho para que seus anúncios não sejam pausados”. Isso aconteceu porque a plataforma exige que os vendedores usem a logística própria do grupo ao atingir um determinado patamar de vendas – a empresa não informa qual é esse volume.

A exigência trouxe um problema burocrático e financeiro para a vendedora. Como no Estado do Paraná o MEI não tem uma inscrição estadual exigida pela plataforma para emissão de nota fiscal por meio do sistema do Mercado Livre, ela teve de mudar a categoria de sua empresa e passar a arcar com os custos mensais de um contador. Depois de fazer todas as mudanças e ter de repassar custos para o preço de seus produtos, suas vendas estão paradas. “Faz 10 dias que não vendo nada”, diz. Desanimada, ela pensa em desistir da plataforma e seguir com seu site próprio e em outros marketplaces.

A Secretaria da Fazenda (Sefaz) do Paraná esclareceu à reportagem que os MEIs são dispensados de inscrição estadual no Paraná. “Eles conseguem emitir Nota Fiscal Avulsa eletrônica, pelo site da Receita Estadual (Receita/PR). Porém, alguns marketplaces disponibilizam plataformas integradas e automatizadas nas vendas realizadas em seu site, como é o caso do Mercado Livre”. O órgão explica que, nesse caso, como o próprio software do marketplace emite a nota fiscal para o vendedor, é necessário que o lojista virtual tenha inscrição no seu estado, o que, hoje, não é possível para os MEIs do Paraná. Por essa razão, a vendedora de Curitiba teve de passar a arcar com os custos de uma microempresa para usar a logística própria do marketplace.

Segundo o Mercado Livre, a imposição de uso de sua logística pelos vendedores que têm vendas recorrentes tem como objetivo garantir a emissão de notas fiscais dos produtos vendidos.

“Não temos barreiras para começar a vender na plataforma entregando pelos Correios. Quando o vendedor já é um profissional, já não é mais um vendedor eventual, ele precisa ter empresa aberta e emitir notas fiscais. Como a gente garante isso? Com ele usando a nossa logística”, afirma Ricardo Lagreca, diretor jurídico do Mercado Livre. “Quando percebemos que ele já é profissional, ele tem de ingressar na nossa logística”.

As queixas de alguns lojistas sobre esse tema foram parar na Justiça, e o Mercado Livre alega que a jurisprudência tem sido favorável à empresa. “O Mercado Livre tem o direito de exigir (a migração para sua logística própria), para garantir uma melhor experiência para o usuário e o recolhimento dos tributos. Acreditamos que estamos fazendo isso dentro do nosso direito”, afirma Lagreca. “O recolhimento de tributos é o grande motivo de resistência para alguns vendedores fazerem essa migração.”

Alcance
O executivo sustenta que a adesão à logística própria, como parte do processo de profissionalização, resulta em mais vendas. Segundo ele, o incremento médio foi de 176% no volume nas mudanças registradas nos últimos seis meses. “Ou seja, mais do que dobra a venda quando ele usa a nossa logística”, afirma.

No Brasil, a penetração da rede logística própria do Mercado Livre encerrou o primeiro trimestre deste ano com 90% do total das entregas, o que, segundo a companhia, permite que 1.800 cidades recebam encomendas em até dois dias.

A contratação desse serviço, porém, tem custos. Lagreca diz que esse valor é compensado pela qualidade das entregas e demais benefícios. De fato, a eficiência da logística é elogiada pelos comerciantes da plataforma, mas a precificação dela esbarra na política de frete grátis da companhia. De modo geral, os lojistas pagam R$ 5 por produto despachado, quando a compra é de até R$ 78. Depois disso, os vendedores são obrigados a bancar o frete grátis garantido ao cliente. Segundo o Mercado Livre, o valor pago pelo lojista é subsidiado pela plataforma.

O benefício de fazer parte desse circuito é conseguir entregar rapidamente, ter o selo de frete grátis e, assim, aparecer mais para o cliente. Os produtos, porém, ficam mais caros. “Um produto que eu poderia vender por R$ 10, eu tenho que vender por aproximadamente R$ 35”, diz uma vendedora de utilidades domésticas da capital paulista. “No meu site, vendo 0,5 metro de tecido por R$ 12,90. No Mercado Livre, vendo por R$ 21,90.”, diz a vendedora de Curitiba (PR).

Há quem questione também a independência de atuação na plataforma. “A política de frete grátis limita a liberdade de precificação do vendedor, principalmente de baixo ticket”, diz um vendedor de livros, instrumentos musicais e caixas de som de Taubaté (SP). Os lojistas ouvidos pediram para não se identificar, já que, mesmo com críticas, ainda contam com a plataforma para seus negócios.

Em fóruns de discussão de vendedores das plataformas as críticas também são comuns. As reclamações e questionamentos alcançam outros marketplaces além do Mercado Livre e vão desde a falta de clareza sobre a cobrança de frete até a utilidade ou não de comprar anúncios para movimentar as vendas.

Competição
O repasse dos custos extras ao preço final diminui a competitividade dos comerciantes menores, já que aqueles que têm capacidade financeira para fazer compras de estoques maiores e ganhar no volume de vendas conseguem praticar preços mais baixos. Além disso, os vendedores descrevem uma “competição desleal” com os produtos da loja própria do Mercado Livre. Eles alegam não conseguir praticar preços tão baixos quanto os oferecidos pela empresa em seu estoque.

O Mercado Livre afirma que “as modalidades de venda direta e de marcas próprias têm um sortimento restrito e foram criadas com o objetivo de suprir a demanda existente por sortimento e preço, preenchendo espaços que hoje estão vazios ou ocupados por e-commerces concorrentes”. A empresa diz ainda que os produtos são precificados de modo a garantir um cenário equilibrado e uma competição saudável dentro da plataforma.

“Outras varejistas conseguem comprar quantidades enormes de determinados produtos com descontos. Nosso vendedor menor não consegue ter essas negociações. A gente entra pontualmente nisso, para trazer clientes para a plataforma. O cliente que vem para cá e fica, compra de outros vendedores”, afirma Lagreca.

Para os vendedores, porém, o oferecimento de produtos mais baratos que os seus pela loja própria da plataforma, em um patamar de preço que eles não conseguem atingir, é visto como um limitador de suas vendas. Ainda mais quando uma parte da precificação envolve taxas de serviços da própria plataforma.