Com bicicletas, J&T Express quer reduzir volume mensal de emissões de CO2 em até 50%

De acordo com a companhia, expectativa é que bicicletas sejam usadas em 10% de todas as entregas realizadas no Brasil até o final deste ano.

A J&T Express investiu na expansão das operações com foco no uso de bicicletas como meio de transporte. Segundo a companhia, a iniciativa tem como objetivo melhorar a eficiência das entregas que atualmente são feitas por motocicletas. Com as bikes, a meta é reduzir emissões mensais de CO2 em até 50% em nove das unidades regionais da companhia.

A expectativa é que o uso de bicicletas atinja 10% de todas as entregas realizadas no Brasil até o final deste ano.

Atualmente, a J&T Express conta com uma frota de mais de 590 bicicletas, com uso concentrados nas regiões Norte e Nordeste do país. De acordo com a companhia, são entregues 150 mil pacotes mensalmente por meio desse modal.

O intuito é aumentar o número de bicicletas para cerca de 1,2 mil nos próximos meses, ampliando esse modelo no Sudeste do país.

“De acordo com estimativas calculadas pela nossa equipe de Redes, devemos diminuir nosso volume diário de emissão de CO2 em cerca de 5 mil kg, graças ao aumento da frota de bicicletas em circulação”, explicou o responsável pela Gestão de Redes da J&T Express Brasil, Eduardo Caires.

Segundo o executivo, a companhia prevê duplicar a quantidade de bicicletas utilizadas em entregas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pará, Goiás, Ceará e Bahia. “Já em Minas Gerais e no Maranhão, onde esse modal ainda é pouco utilizado, o número de entregadores com bicicletas deve crescer dez vezes, até dezembro de 2024”, disse.

Logtechs receberam R$ 1,3 bi em investimento desde 2023

Levantamento da Liga Ventures indica 282 logitechs ativas no País. Maioria está em SP e atua com gestão de entregas.

A rede de inovação aberta Liga Ventures, em parceria com a BAT Brasil e a Frotas Conectadas, anunciou essa semana um estudo sobre a evolução das startups brasileiras de logística, ou logtechs. Foram mapeadas 282 startups ativas que utilizam diferentes tecnologias no setor, responsável por entregar soluções e produtos aos consumidores do País.

O estudo revela que foram feitos 30 deals (investimentos) entre janeiro de 2023 e maio de 2024, que somam R$ 1,3 bilhão.

O levantamento divide as empresas do setor em 15 categorias. A que tem mais volume de empresas é a de gestão de entregas (com 11,7% do total); logística last-mile (10,28%); inteligência de dados (10,28%); logística reversa (9,93%); e delivery on demand (9,93%), entre outras.

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A maior parte (18%) foi fundada entre 2020 e 2023. No que se refere à maturidade das logtechs mapeadas, 52% são emergentes, 19% estão estáveis, 14% são nascentes e 15% disruptoras. O estudo mostra que 70% das startups têm como foco o mercado B2B.

São Paulo concentra a maioria das empresas do segmento (50%); seguido de Minas Gerais (11%); Santa Catarina (8%); Paraná (7%); e Rio de Janeiro (6%).

“O mercado de logística tem crescido muito nos últimos anos, principalmente com a expansão dos e-commerces. As transformações ocorridas no setor e na sociedade obrigaram as empresas a se atualizar e buscar cada vez mais por soluções inovadoras na tentativa de atender as demandas em constante mudança dos consumidores”, diz Guilherme Massa, cofundador da Liga Ventures.

Tecnologias mais empregadas em logtechs
As tecnologias mais aplicadas por essas empresas são geolocalização (35%); marketplace (23%); rastreabilidade (23%); data analytics (19%) e APIs (17%).

Desse universo de startups, 34 aplicam inteligência artificial em suas soluções, principalmente em análises preditivas e prescritivas, otimização de rotas, gestão de estoque, hiper automação de processos, monitoramento de ambientes e cargas e em veículos autônomos.

O estudo considera dados da ferramenta Startup Scanner, criada pela Liga Ventures para acompanha startups do Brasil e América Latina. O objetivo é que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores possam entender as movimentações do mercado e encontrar oportunidades de negócios.

Dia Mundial do Meio Ambiente: entenda o papel da logística verde na redução de impactos ambientais

Contribuindo para a sustentabilidade e o bem-estar do planeta, a logística ecológica se tornou indispensável nas operações.

Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado anualmente em 5 de junho, com o objetivo de conscientizar a população sobre a preservação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável. Logo, a data enfatiza os obstáculos ambientais existentes no planeta com a finalidade de criar uma postura crítica e ativa da sociedade em prol do meio ambiente.

Diante da urgência para encontrar medidas e soluções que minimizem os impactos industriais, a logística verde, também conhecida como logística ecológica, se tornou fundamental para as empresas desenvolverem a sustentabilidade operacional. Inclusive, a implementação desta estratégia não apenas protege o meio ambiente, como também resulta em economias significativas e aumento da eficiência empresarial.

Promovendo um futuro mais ecológico, a logística verde é reconhecida como um investimento inteligente, ao passo que contribui para a redução das emissões de CO2, fator chave no aquecimento global. Pensando nisso, Alvaro Loyola, Country Manager da Drivin Brasil, scale-up e partner tecnológico que otimiza os processos logísticos de frotas líderes no mercado da América Latina, elencou abaixo soluções sustentáveis, a exemplo da otimização das rotas e a utilização de veículos mais eficientes. Confira:

Veículos elétricos e alternativos: De acordo com um levantamento do The International Council on Clean Transportation (ICCT) Brasil, os veículos elétricos demonstram uma redução de 65% a 67% nas emissões de GEE em comparação com os modelos flex. Neste sentido, a transição para uma frota de elétricos, híbridos ou que utilizem combustíveis alternativos é uma medida essencial para reduzir as emissões de CO2 e outros poluentes.

“Os veículos elétricos, em particular, não emitem gases diretamente durante a operação e, ao serem recarregados com energia renovável, seu impacto ambiental é ainda mais reduzido. Além disso, vale pontuar que a manutenção dessas frotas tende a ser mais econômica e menos frequente, quando comparada às tradicionais de combustão interna”, explica Alvaro.

Armazenamento e gestão de inventários: Os armazéns e centros de distribuição são fundamentais nas operações logísticas. Logo, implementar práticas sustentáveis nessas instalações representa um impacto significativo na redução do consumo de energia e das emissões.

Segundo Loyola, uma gestão de inventários eficiente evita o excesso de estoque e reduz o desperdício de produtos, sendo assim benéfico tanto para o meio ambiente quanto para uma melhor eficiência operacional. Inclusive, tecnologias avançadas como análise preditiva preveem a demanda com maior precisão, diminuindo o risco de superprodução e obsolescência de produtos.

“Quanto aos armazéns ecológicos, há soluções simples que maximizam a eficiência energética e minimizam o impacto ambiental, a exemplo da instalação de iluminação LED, sistemas de climatização eficientes e o uso de energias renováveis como solar ou eólica”, complementa o executivo.

Otimização de rotas: Os softwares de planejamento e otimização de rotas auxiliam na redução do consumo de combustível e nas emissões de gases de efeito estufa (GEE), uma vez que eles analisam diversas variáveis, como o tráfego, as condições das estradas e as paradas, a fim de projetar itinerários mais eficientes.

Ademais, cada veículo na estrada e quilômetro percorrido possui um impacto no planeta. “Nos comprometemos com um futuro sustentável e, sobretudo, em promover uma estratégia de logística verde nas empresas, que fomente cada vez mais a sustentabilidade. Pensando nisso, em parceria com a Carboneutral, lançamos recentemente um painel gratuito de medição de emissões de gases de efeito estufa da cadeia de transporte. Capaz de medir, controlar e compensar a pegada de carbono de mais de 500 empresas de logística da América Latina, a ferramenta monitora diariamente mais de 45 mil veículos”, explica Alvaro.

Logística Reversa: A logística verde está diretamente ligada à logística reversa, devido à natureza de reaproveitamento dos produtos. O processo possui múltiplos benefícios, tanto para a empresa quanto para o consumidor final, uma vez que leva a mercadoria de volta à sua origem ou ganha um novo destino, como a reutilização, o conserto, a reciclagem ou até mesmo o descarte de um determinado item.

“A logística reversa se relaciona diretamente com a questão ambiental, pois está interligada ao que acontece com um objeto quando este não é mais desejado pelo cliente. Os produtos devolvidos e manuseados podem ser perecíveis, tóxicos ou difíceis de serem reaproveitados e, por essa razão, necessitam de um destino adequado e sustentável. Manter uma prática de excelência na logística reversa além de sustentável, auxilia na manutenção da relação de confiança entre consumidor e fornecedor”, destaca Alvaro.

De fato, a tecnologia desempenha um papel crucial na transição para uma logística verde. Não à toa, as inovações em rastreamento e monitoramento, bem como em automação e robótica, estão transformando a maneira como as empresas gerenciam suas operações logísticas. Portanto, em um mundo em que os consumidores estão cada vez mais conscientes do impacto ambiental de suas decisões, adotar uma logística verde deixou de ser apenas uma opção ética, como também uma decisão estratégica inteligente.

Amazon recebe autorização para operar drones além do campo de visão nos EUA

Gigante do e-commerce expande programa de entregas com drones após aprovação da FAA.

A Amazon anunciou que a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos aprovou a operação de seus drones de entrega “além da linha de visão”, permitindo que a empresa expanda seu programa de entregas com drones.

Essa aprovação histórica elimina a necessidade de observadores em solo para monitorar os drones durante o voo, abrindo caminho para entregas mais eficientes e em áreas mais amplas.

A aprovação da FAA veio após a Amazon demonstrar que seus drones são capazes de detectar e evitar obstáculos no ar, além de apresentar outras informações técnicas e realizar demonstrações de voo diante de inspetores federais.

As demonstrações incluíram voos na presença de aviões, helicópteros e até mesmo um balão de ar quente, comprovando a capacidade dos drones de navegar com segurança em diferentes cenários.

Amazon irá expandir de imediato área de entregas por drones

Com a autorização, a Amazon pretende expandir imediatamente suas operações na área de College Station, no Texas, onde as entregas por drones foram lançadas em 2022. A empresa também planeja ampliar suas operações para outras localidades nos Estados Unidos, estabelecendo as bases para um futuro em que as entregas por drones se tornem uma realidade em todo o país.

A Amazon tem grandes ambições para seu programa de entregas por drones, com a meta de entregar 500 milhões de pacotes por ano até o final da década. A aprovação da FAA representa um marco importante para a empresa, que busca revolucionar a forma como as encomendas são entregues, oferecendo um serviço mais rápido, eficiente e sustentável.

A decisão da FAA também é vista como um passo significativo para o desenvolvimento da indústria de drones nos Estados Unidos. A aprovação da operação além da linha de visão pode abrir portas para novas aplicações comerciais de drones, impulsionando a inovação e o crescimento do setor. No entanto, questões como privacidade e segurança ainda precisam ser cuidadosamente avaliadas à medida que a tecnologia avança.

Correios vai instalar lockers para moradores de áreas alagadas receberem encomendas

Serão instaladas 10 no Rio Grande do Sul a partir da próxima semana.

Os Correios irão iniciar na próxima semana a instalação de 10 lockers, em português, armários inteligentes, para que os moradores de áreas alagadas ou inacessíveis do Rio Grande do Sul possam receber suas encomendas.

“Vamos instalar nossos lockers em locais estratégicos, como farmácias e shoppings, para que as pessoas tenham uma forma rápida, segura e acessível de receber suas encomendas. Além de estarmos atuando na logística de entrega dos donativos do Brasil todo para o Rio Grande do Sul, seguimos buscando formas de continuar chegando a cada cidadã e a cidadão do estado”, afirma o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.

As áreas que irão receber os armários serão divulgadas no site dos Correios assim que os equipamentos estiverem disponíveis.

Correios orienta sobre o uso
Para acessar os lockers dos Correios é preciso seguir um passo a passo. Primeiro, o destinatário deve fazer o cadastro no “Meu Correios”, que pode ser abaixado como aplicativo ou acessado pelo site.

Na loja virtual ou no ato da postagem, é preciso informar no endereço de entrega o CEP do locker, não esquecendo de inserir o número do CPF ou CNPJ no campo de complemento do endereçamento. O destinatário pode acompanhar toda a movimentação da encomenda por meio do aplicativo Correios.

Quando a encomenda chegar ao locker, o destinatário receberá, por SMS, por e-mail ou pelo app, uma notificação com o código de acesso. Para retirar a entrega, bastará apresentar o código recebido ao terminal, que o armário libera o acesso ao compartimento onde está a encomenda. É um processo ágil que dura segundos.

Megaestrtura para ajudar o Rio Grande do Sul
Desde o início das inundações que afetam o Rio Grande do Sul, o Correios organizou uma megaestrutura para levar ajuda os moradores das cidades impactadas pelas enchentes.

A estatal se preparou para receber e transportar gratuitamente alimentos da cesta básica, material de higiene pessoal, material de limpeza seco, roupas de cama e de banho e ração para pet sem nenhum custo aos doadores. A empresa se comprometeu, ainda, a doar itens de vestuário e utensílios domésticos.

A ação integrada entre as superintendências estaduais dos Correios por iniciativa conjunta da Diretoria Executiva da estatal e do Ministério das Comunicações, pasta à qual a empresa está vinculada e que atua no grupo de crise criado para enfrentar a situação. Das 400 agências presentes no estado, 86 ficaram inoperantes devido às enchentes.

DHL Supply Chain turbina operação no Brasil com parcerias e melhoria logística

Com investimento de R$ 1 bilhão, empresa alemã de logística faz parceria com a brasileira Levu Air Cargo para aumentar a capacidade da operação nacional.

A linha de negócio Suplly Chain da DHL fechou em maio um contrato para entrega de 6 toneladas de carga, que foi movimentada internamente no Brasil. Com pouco espaço nos aviões, o montante foi dividido em seis voos, de companhias aéreas diferentes e, consequentemente, em dias e horários alternados. Demorou um dia apenas para negociar os espaços nas aeronaves. Teve ainda negociação com o cliente para retirada da carga de maneira fracionada no local de saída e, posteriormente, organização de todo o processo de recebimento e armazenamento do material no destino, além do alinhamento da entrega ao destinatário.

Foi uma operação de quatro dias entre a retirada no ponto A e entrega no ponto B. Gerou uma ruptura na expectativa do cliente, custos mais altos, ineficiência de processo e maior emissão de CO2. É um exemplo que mostra a dificuldade da atividade logística no País, que tem um de seus principais fatores a falta de capacidade do modal aéreo brasileiro.

Para avançar na solução dessa dor, a DHL, companhia, líder global em armazenagem e distribuição, fez uma parceria com a Levu Air Cargo, companhia aérea cargueira nacional.
• O investimento total é de R$ 1,01 bilhão, sendo R$ 480 milhões da DHL e R$ 530 milhões da Levu.
• Serão quatro aviões que entrarão em operação gradativamente até 2026, o primeiro deles em operação agora, um A321, com capacidade para 27 toneladas.
• Se aquele contrato para entrega das 6 toneladas fosse fechado hoje, a carga seria imediatamente embarcada e a entrega feita em 24 horas.

“Estimamos crescer pelo menos 12% ao ano com esse projeto. É um passo importante e extremamente necessário para o mercado de carga aérea no Brasil.”
Solon Barrios, VP de Transportes da DHL Supply Chain

Vice-presidente de Transportes da DHL Supply Chain, Solon Barrios deposita grande expectativa nessa iniciativa. “Estimamos crescer pelo menos 12% ao ano com esse projeto. É um passo importante e extremamente necessário para o mercado de carga aérea no Brasil”, disse o executivo à DINHEIRO, sobre o negócio que está sendo desenhado há dois anos.

As outras três aeronaves Airbus — mais um A321 e dois A330, com capacidade para 59 toneladas — serão colocadas na pista por etapas. Devido à alta demanda do segmento, o segundo avião que só seria disponibilizado no próximo ano, entra em operação já no segundo semestre deste ano. Até o final de 2025 começam os transportes com o terceiro, e a quarta unidade não tem data exata, porque vai depender de como o mercado se comportará.

Os parceiros projetam transportar até 4 mil toneladas por mês no primeiro ano de operação, podendo chegar a 10 mil toneladas em 2025. Os principais mercados alvo são de cargas de material de saúde (em especial o farmacêutico), eletroeletrônicos, automotivo e perecíveis. Além disso, por serem aeronaves exclusivamente cargueiras, poderão levar produtos mais pesados, de dimensões maiores e cargas perigosas das classes 1 a 9, com exceção da 7, relacionada ao transporte de material radioativo.

Para materiais com controle de temperatura em conexão rodoviária, a parceria de entrega é com a Polar, empresa do Grupo DHL.

“A elevada rentabilidade nos permite investir continuamente na nossa rede, sustentabilidade, digitalização e capacidades de comércio eletrônico.”
Tobias Meyer, CEO global da DHL

As rotas dos aviões da Levu atuarão no eixo Norte-Nordeste-Sudeste.
• Inicialmente, serão voos diários de Viracopos (Campinas/SP) a Manaus (AM) e três saídas por semana de Viracopos a Recife (PE). No mapa brasileiro, esse escopo forma um pêndulo.
• E já no segundo semestre é acrescentada a rota Viracopos-Belém (PA)-Manaus, o que é tratado como triângulo pela DHL.

“Esse é basicamente nosso plano de viagem. Mas muito provavelmente devemos também abrir voos para outras unidades federativas, o que vai depender do comportamento do mercado”, disse Barrios, ao destacar que, a partir da parceria, também haverá conexão com as remessas internacionais transportadas por outras unidades de negócios da DHL, como a Global Forwarding e a Express, o que vai facilitar processos de importação e exportação de mercadorias.

União da alemã DHL com a brasileira Levu Air Cargo é passo importante para o setor nacional de transporte de mercadorias pesadas.

Além dos aviões, a DHL avança na preparação da infraestrutura de suas bases nos aeroportos que fazem parte do projeto. Foram abertas filiais em Manaus, Belém e Campinas (onde era o antigo Terminal da Lufthansa) e ampliou o espaço no Recife. “Continuamos investindo para garantir a confiabilidade em todo o ecossistema. O avião é apenas um elo da cadeia”, disse o vice-presidente da companhia logística de origem alemã.

DHL abriu uma filial no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), onde era o antigo Terminal da Lufthansa.

“O Brasil é visto como um dos principais motores que estão alavancando o crescimento da nossa divisão de Supply Chain.” A frase de Solon Barrios não é exagero. As oportunidades apresentadas no mercado nacional e os investimentos da DHL no País corroboram com a análise do executivo. É esperada uma evolução dos resultados em território brasileiro, enquanto globalmente a empresa registrou queda na receita em 2023, que fechou em 81,8 bilhões de euros — lucro líquido de 3,67 bilhões de euros. Em 2022, a receita foi recorde, de 94,4 bilhões de euros, com lucro líquido de 5,35 bilhões de euros. A divisão de Supply Chain é responsável por 20,6% das vendas totais — as outras quatro linhas de negócios são Express (29,7%), Global Forwarding Freight (22,1%), Post & Parcel Germany (20,1%) e E-commerce (7,6%).

O CEO global da DHL, Tobias Meyer, foi realista ao avaliar o cenário em seu posicionamento sobre os resultados da companhia no ano passado. Segundo o executivo, o ano de 2023 foi caracterizado por uma economia global fraca e, acima de tudo, por um comércio global reticente. Mesmo nessas condições, as metas do ano foram atingidas. “A nossa elevada rentabilidade nos permite investir continuamente na nossa rede, sustentabilidade, digitalização e nas nossas capacidades de comércio eletrônico e melhorar ainda mais a qualidade para os nossos clientes”, disse Meyer. “Estamos muito bem posicionados para as oportunidades e desafios de 2024.”

Na expansão e modernização da frota intercontinental, a companhia assinou contratos com a Boeing entre 2018 e 2022 para adquirir 28 aeronaves B777. Até o final do ano passado, 22 encomendadas entraram em serviço. As seis restantes serão entregues em 2024 e 2025.

Além disso, ao longo de 2023 a DHL seguiu com o aumento da malha aérea com a adição de novas linhas diretas de serviços, o que incluiu uma perna na América do Sul.

Os voos dedicados de Miami a São Paulo (VCP) foram estendidos para incluir também a Argentina. A DHL Air UK expandiu suas operações B777 de três para sete cargueiros. A DHL Air Austria adicionou dois B767-300 às suas operações. O hub regional localizado em Atlanta (EUA), inaugurado em 2022, reforçou a capacidade nas Américas. Já o hub global em Cincinnati (EUA) continua recebendo investimentos para uma instalação de manutenção de aviação de última geração. Na região Ásia-Pacífico, três A330-300 foram adicionados pela Air Hong Kong à sua frota. Oriente Médio e África também tiveram avanços. Nos últimos sete anos, foram 22,8 bilhões de euros aplicados em Capex. Uma ação lógica para garantir sustentabiliddade nos negócios, que tem o Brasil como rota estratégica para a companhia.

Com Grupo Mateus, 10 maiores varejos do país usam soluções da nstech

De acordo com a empresa de software especializada em soluções para Supply Chain, gestão de risco, cadastro e sistema de gestão de transporte estão entre os destaque para o setor.

A nstech, empresa de software especializada em soluções para Supply Chain, anunciou que o Grupo Mateus passou a integrar o portfólio de clientes. Agora, os dez maiores varejistas do Brasil utilizam as tecnologias da startup, como o Grupo Carrefour, Assaí, Magazine Luiza, Via, Americanas, Raia Drogasil, Grupo Boticário, Natura&Co, Grupo Pão de Açúcar e, agora, Grupo Mateus.

Em comunicado, a nstech ressaltou que a companhia oferece mais de 100 soluções que apoiam a cadeia logística end to end. Dentre elas, estão a combinação de sistema de gerenciamento de transporte (TMS), Torre de controle, Gestão de Risco (GR), Roteirizador, Gestão de entrega, entre outros.

Em maio, o Grupo Mateus se juntou à nstech para utilização das soluções de Roteirização, Torre de Controle e Gestão de Entregas. O sistema contratado garante que pedidos sejam atendidos sequencialmente. “Assim, é possível otimizar o processo de carregamento, organizando os itens de forma que aqueles mais próximos ao início da rota estejam também mais acessíveis para o motorista, facilitando a execução da entrega e gerando economia e eficiência”, disse a companhia em nota.

Entre os varejistas, soluções voltadas para a prevenção de roubos de cargas e riscos de acidentes, como TMS, GR e Cadastro estão entre as mais contratadas. O cenário evidencia a necessidade de contar com produtos que mitiguem sinistros. Segundo estudo da ANTT, anualmente, o Brasil registra prejuízo de cerca de R$ 1,2 bilhão no transporte rodoviário de cargas apenas com roubos.

TECNOLOGIAS
De acordo com a nstech, em gestão de risco, as soluções integram as principais tecnologias de rastreamento do mercado em um único ambiente, possibilitando total visibilidade da operação além de permitir maior controle e gestão de processos internos.

Já o cadastro de motoristas e veículos utiliza um algoritmo preditivo de risco que usa inteligência artificial e machine learning para examinar variáveis em viagens com sinistros. A verificação parte de adaptação e aprendizagem para identificar o comportamento dessas variáveis em viagens com maior risco de roubo de cargas sem prejudicar a fluidez das operações de transporte.

A companhia explicou que para cada cadastro realizado, são feitas 520 verificações oficiais em 20 minutos, em média, por meio da tecnologia da nstech, que utiliza workflows automatizados e inteligência artificial para ter retornos rápidos e padronizados, amenizando riscos de falhas humanas. Uma das checagens é o reconhecimento facial de motoristas.

Por meio deste recurso, a nstech já preveniu potenciais perdas em mais de R$ 1 bilhão dentro das gerenciadoras de risco apenas em 2023. Hoje o banco de dados de Cadastro da empresa já conta com mais de 2,4 milhões de motoristas e se consolida como o maior do Brasil.

Por fim, o TMS consiste em um sistema de gestão de transporte com processo end to end que inclui recebimento de pedidos, montagem, precificação e oferta de carga, janela de carregamento e descarregamento, gestão de pátio, emissão automática de documentos, gestão e confirmação de entrega e gestão de frete. Com ele, é possível ter todo o gerenciamento da operação em um único lugar e garantir
eficiência e economia.

“A nstech oferece centenas de soluções logísticas integradas e disponíveis em um único contrato para ajudar nossos clientes a evoluírem seus negócios, melhorarem o nível de serviço, aumentarem a produtividade e impactarem a sociedade positivamente reduzindo índices de acidentes e roubos. Juntos, estamos moldando o futuro da logística no Brasil por meio de tecnologia de ponta a ponta”, detalhou Vasco Oliveira, CEO e fundador da companhia.

Atuante no setor há mais de 3 anos, a nstech já está presente em diversos países e possui mais de 65 mil clientes ativos no Brasil, América Latina, Europa, África e EUA. São mais de R$ 15,5 trilhões em mercadorias monitoradas, R$ 360 bilhões em valor de fretes trafegando no TMS e mais de 2,4 milhões de motoristas cadastrados, o maior banco de dados do Brasil.

Allas, do Grupo Uby Agro, investe R$ 150 mil para potencializar logística integrada

Com sistema de gerenciamento WMS, companhia espera evoluir na conexão de processos da cadeia de suprimentos para mitigar erros de separação e aumento de exatidão de estoques.

A Allas — empresa de transportes pertencente ao Grupo Uby Agro com atuação no segmento de armazenamento, transporte, rastreamento, gestão e consultoria de projetos de cargas — implementou o sistema WMS para maximizar o gerenciamento de armazéns, integrar e automatizar processos. O investimento foi de cerca de R$ 150 mil.

Com o novo sistema, a Allas espera aprimorar o controle de atendimento, produtividade e organização, melhorando a precisão física e contábil, a rastreabilidade, a eficiência operacional — processos de recebimento, armazenamento, separação de itens e expedição — e a visibilidade e rotatividade dos estoques, reduzindo custos com execuções em menor tempo e garantindo os atendimentos FIFO (First In) e FEFO (First Out).

“Um sistema WMS é muito importante na cadeia de suprimentos, uma vez que torna todo o processo mais eficiente, melhorando o fluxo de materiais e de informações. Na Allas, nossa expectativa é agilizar as operações com o máximo aproveitamento de recursos e de mão de obra para gerar informações precisas que auxiliem a tomada de decisões”, destacou o coordenador de operações logísticas da Allas, Kemps Yanagizawa.

J&T Express investe R$ 330 mil em serviço de entregas com drones no Litoral Norte de São Paulo

Transportadora deve realizar nove mil entregas por essa nova modalidade, até o mês de julho, na rota entre os municípios de Caraguatatuba e Ilhabela.

A J&T Express Brasil anunciou o lançamento do novo serviço de entregas com o uso de drones no Litoral Norte de São Paulo, destinado ao segmento de logística expressa para o e-commerce. A iniciativa foi desenvolvida em parceria com a Speedbird Aero, startup de drone delivery, e contou com um investimento de R$ 330 mil.

A expectativa da transportadora é realizar a entrega de até nove mil encomendas, entre os meses de maio e julho, por meio dessa nova modalidade, chegando a um volume de aproximadamente 15 mil pacotes entregues com drones, até setembro. O projeto-piloto da empresa será implementado no trecho entre os municípios de Caraguatatuba e Ilhabela, com uma capacidade diária de manuseio de até 150 encomendas.

De acordo com o responsável pela Gestão de Redes da J&T Express Brasil, Eduardo Caires, nesse primeiro momento de testes, a transportadora pretende alcançar uma média mensal de três mil pacotes entregues com o auxílio de RPAs, em um percurso dividido em três etapas. “A ideia é que os drones partam da base de operações da J&T em Caraguatatuba e pousem em um ponto de coleta em Ilhabela, onde os pacotes serão retirados por um entregador, que ficará responsável por essa última parte do trajeto (last mile), em que a encomenda é encaminhada até a residência do consumidor final”, explicou o executivo.

“Após a retirada do volume pelo entregador, no ponto de coleta de Ilhabela, a RPA retorna automaticamente para nossa base em Caraguatatuba. Dessa forma, otimizamos e reduzimos significativamente o tempo de entrega, sem prejuízo aos nossos colaboradores e clientes. Além disso, com ajuda dos drones, conseguimos cobrir a travessia entre os dois municípios, que pode durar até seis horas em períodos de alta temporada, em um intervalo de apenas oito minutos”, complementou Caires.

De acordo com a companhia, além da agilidade no processo de entrega e da diminuição do tráfego e dos engarrafamentos em centros urbanos, os benefícios trazidos pela utilização de drones em processos de logística expressa também incluem a redução das emissões de CO2 na atmosfera e a ampliação do atendimento a locais de difícil acesso por via terrestre.

MERCADO DE DRONES NO BRASIL
De acordo com pesquisa da consultoria Emergen Research, ainda no ano de 2020, o mercado de entrega por drones já era avaliado em US$ 553,6 milhões, com perspectivas de movimentar mais de US$ 18,6 bilhões até 2028. Para a alemã Drone Industry Insights (Droneii), especializada em pesquisas do setor, a taxa de crescimento anual do mercado mundial de RPAs deve ficar em 13,8%, entre 2020 e 2025, quando deve chegar à marca de US$ 43 bilhões.

No Brasil, o faturamento anual estimado para o segmento é de US$ 373 milhões. Com isso, a expectativa é de que o setor dos drones siga gerando novos empregos, especialmente nas áreas de tecnologia da informação e desenvolvimento de softwares, em vista da elevação dos requisitos de serviço que esse novo modelo de entregas deve trazer ao mercado logístico.

Transporte de carga aéreo ganha fôlego por agilidade e segurança

Avião de carga do Mercado Livre, cuja parceria com a Gollog prevê voos dedicados para a gigante do e-commerce.

O anúncio do investimento de R$ 1 bilhão para lançar novas rotas de transporte aéreo doméstico de carga, feito em maio pela DHL Supply Chain, traduz a expansão vivida pelo setor, que no ano passado transportou 444 mil toneladas de cargas no Brasil, alta de 3,2% sobre 2022, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A rota Guarulhos-Manaus é a principal, com 15% do volume. A participação do modal aéreo no transporte de carga nacional, entretanto, ainda é modesta, apenas 3%, enquanto no exterior chega a 6%.

Há espaço para crescer, afirmam os especialistas. O mercado global de frete aéreo é estimado em US$ 151,22 bilhões em 2024, devendo alcançar US$ 201,57 até 2029, segundo a Mordor Intelligence. A América Latina está entre as regiões com maior potencial de expansão, tendo o Brasil como principal agente.

Em parceria com a Levu Air Cargo, companhia aérea brasileira especializada em cargas, a DHL Supply Chain operará 16 voos por semana entre Campinas, Recife e Manaus – em breve também Belém -, com cargueiro da Airbus de 27 toneladas de capacidade e tecnologia que diminui em 10% as emissões de CO2. A meta é movimentar 4 mil toneladas este ano e chegar a 10 mil toneladas por mês ao fim de 2025, quando quatro aeronaves (duas delas com capacidade para 59 ton) estarão em operação.

Segundo Solon Barrios, vice-presidente de transportes da companhia, com a evolução das cadeias de suprimentos, sobretudo a maior demanda por agilidade e segurança de setores como saúde, tecnologia, automotivo e e-commerce, o transporte aéreo de carga ganhou protagonismo. Em 2020, a DHL lançou um hub aéreo com acesso ao lado da pista do aeroporto de Guarulhos (SP) para movimentar cargas com mais agilidade. “Agora, apresentamos a primeira aeronave, que faz conexão com todos os modais”, diz Barrios. Nas praças que não são cobertas pelas novas rotas, a empresa oferece conexão com voos de outras companhias aéreas convencionais ou last mile modal rodoviário.

A companhia conta com mais de 300 aviões fazendo conexões internacionais. Desde 2022, um Boeing 737, com capacidade de 60 toneladas de carga, faz a rota Miami – Viracopos (no interior de São Paulo) – Bogotá – Miami.

“Optar por frota própria ou despachar na barriga do avião em voos comerciais é uma questão de análise de planilha, de oferta e demanda”, diz Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, o centro de estudos e pesquisas em transportes, logística e mobilidade urbana da Fundação Getulio Vargas. “A análise passa pela infraestrutura aeroportuária, entrega da última milha, presença de centros de distribuição nas dependências dos aeroportos e segurança.”

Para Quintella, a chave da expansão está em tornar a opção aérea mais atraente, o que significa preparar mais aeroportos para receber cargueiros. Esse tipo de operação acontece em 60 terminais do país, dentre os 2.463 aeroportos e aeródromos registrados, segundo a Anac. “Há produtos de alto valor agregado ou perecíveis que poderiam usar o transporte aéreo, mas não o fazem por falta de uma visão mais sistêmica do processo logístico”, afirma Quintella.

As companhias aéreas também enxergam novas oportunidades de ampliar a receita. A Gollog, serviço de transporte de cargas e encomendas da Gol, investe em duas aeronaves dedicadas e transporte de carga nos seus mais de 500 voos comerciais diários. “A primeira aeronave dedicada para atender o Mercado Livre chegou em agosto de 2022. Já são seis, com capacidade para 16 toneladas de carga”, diz Pollyana Mongs, gerente geral de vendas da Gollog. “O Mercado Livre responde por 60% da ocupação, e os 40% restantes são de uso misto.” São mais de 3.500 voos e só no primeiro trimestre deste ano a companhia fez mais de 1,7 milhão de entregas de e-commerce.

Com uma rede de 320 representantes no Brasil e operação em 160 destinos, a Azul Cargo responde por 35% do mercado doméstico, com 25% das operações de carga realizadas em aeronaves dedicadas. Em 2023, a companhia ampliou a frota com aeronaves classe F, adaptadas para transporte de carga, acumulando mais de 9.000 horas de voo e transportando cerca de 21,5 mil toneladas. Nas operações de e-commerce (26% dos embarques domésticos), foram entregues mais de 1,2 milhão de pacotes ao cliente final, com tempo médio de entrega de 1,8 dia. Os desafios, porém, são grandes.

“Os gargalos incluem capacidade limitada e infraestrutura inadequada em alguns aeroportos, o que causa atrasos logísticos e dificuldades operacionais”, avalia Izabel Reis, diretora da Azul Cargo Express. “Investimos nos últimos dois anos cerca de R$ 12 milhões em novos terminais de carga em importantes aeroportos do país, como Guarulhos, Vitória, Viracopos, Manaus e Congonhas.”