O sucesso do D2C: Felipe Macedo, Co-CEO da Corebiz, explica como a indústria deve se relacionar com o consumidor final

Em conversa com Samuel Gonsales, Diretor de Relacionamento do E-Commerce Brasil, Felipe Macedo, Co-CEO e Fundador da Corebiz (Experience, Marketing & Tech for omnichannel), falou sobre os principais desafios do D2C no Brasil e como a indústria pode se adaptar para atender o consumidor final.

Cultura, operação e marketing

Para Macedo, o processo de adaptação da indústria “é uma quebra de paradigma”, pois o modelo de negócios requer mudanças estruturais. De acordo com o executivo, além da mudança na operação, é preciso ocorrer também uma mudança cultural da empresa, o que determinará o sucesso da transição.

Isso porque os processos da indústria estão baseados em outras formas de negócio e precisam se adaptar à um “mindset mais ágil”. Sobre isso, ele explica: “a indústria está acostumada a vender em lotes”, portanto, existem desafios para se adequar à um modelo de negócios focado no consumidor e não no varejo — para quem a indústria geralmente está acostumada a vender.

“Por último, um dos fatores mais desafiadores é como fazer o marketing para a indústria”, diz Macedo, pois é um modelo D2C é completamente diferente da promoção de um produto para o varejo e vai impactar diretamente a experiência do consumidor.

Experiência do consumidor

Durante a conversa, Samuel Gonsales levanta ainda a questão de que o consumidor final é um público muito mais exigente e demanda estratégias diferentes da organização. Por esse motivo, é preciso ter um bom relacionamento e adquirir um novo posicionamento para lidar com ele.

“A grande vantagem do D2C é poder oferecer a experiência de ponta à ponta”, explica Macedo. “Porém, a experiência de ponta à ponta está atrelada a um SAC e um atendimento muito bons”. Para o empresário, o atendimento ao cliente é um elemento crucial para o sucesso da operação D2C.

Além disso, é preciso saber quem é o cliente de maneira mais apurada, para se comunicar de maneira mais assertiva e conseguir customizar a experiência.

Mais do que a venda: consumidores e revendedores

Outro ponto importante questionado por Gonsales foi “como evitar o conflito com outros canais?”.

De acordo com Macedo, este é um dos maiores desafios da cadeia. “Inegável que neste caso a indústria terá alguns problemas”, que envolvem reclamações e desconfiança dos demais vendedores da marca.

1. Preço

Para ele, o primeiro passo para evitar esse tipo de problema é ter uma boa estratégia de preço. “Uma estratégia de pricing estruturada já é um golaço”, defende Macedo, pois será possível vender mais caro do que os demais revendedores da cadeia, porém oferecendo vantagens exclusivas de atendimento.

2. Co-marketing

Outra estratégia é estar alinhado com os clientes e revendedores, ajudando-os, neste último caso, a potencializar seus próprios canais de venda. Ao alinhar as estratégias, é preciso deixar claro que a promoção da marca é positiva para todos.

3. Incluir os clientes nos canais digitais

Dessa forma, é possível gerar benefícios tanto para os revendedores (em uma estratégia B2B), quanto para o consumidor final (D2C).

Macedo defende ainda que “a parte essencial do negócio é não ‘passar a perna’ [nos revendedores] e não quebrar a cadeia com preços mais baratos”. A estratégia, nesse caso, não é quem vende mais para o consumidor final, mas sim criar uma coexistência que fortaleça todos os lados envolvidos na venda.

“O mundo está mudando”, conclui o executivo. “As indústrias estão entendendo que a ponte com o varejista precisa ser feita como um canal adicional”, ele conclui.

A Corebiz é uma das empresas que oferecem o Fórum E-Commerce Brasil 2020 – Global Edition. Pela primeira vez, o maior evento de e-commerce do mundo será realizado em trilha única, online e somente com keynotes speakers. A grade de programação e as inscrições podem ser feitas por aqui.

Instagram testa seção de compras no aplicativo

Rede social disponibilizou o novo recurso de loja para alguns usuários nesta semana.

O Instagram deu início nesta terça-feira (7) ao teste de uma uma aba de compras na interface de seu aplicativo.  O novo recurso, que já havia sido anunciado no mês de junho, foi disponibilizado para um pequeno grupo de usuários do app nesta semana.

Para saber se você faz parte dos usuários que estão testando a seção de compras, basta observar no canto inferior da interface da rede social. Lá, você irá procurar por um ícone diferente ao lado do botão de adicionar novas fotos. A mudança fez com que o botão com o ícone de coração fosse mudado de lugar. Assim, é possível ver quem interagiu com suas fotos no perfil ou ao lado do botão de mensagens (Instagram Directs).

A novidade faz parte de um teste da rede social para atender uma demanda de várias das marcas e perfis que usam o serviço do Facebook como ferramenta de marketing para seus produtos. A “loja do Insta” vai permitir que marcas e influenciadores possam vender seus produtos a partir do dia 9 de julho, próxima quinta-feira.

Compras, café, gatos

Além das populares fotos de comida, animais de estimação e xícaras de café, a pandemia do novo coronavírus ressaltou a força da rede social como ferramenta de vendas. Os interessados no recurso “Compras no Instagram” deverão fazer uma solicitação para o time da rede social, que vai avaliar os itens disponíveis.

Vale lembrar que a demanda por ferramentas de marketplace na rede social vem de longa data. Com mais de 1 bilhão de usuários, o serviço de compartilhamento de fotos e vídeos vem se consolidando como uma plataforma para marketing e contato com os clientes durante a pandemia. De acordo com dados do próprio Instagram, 90% das contas seguem alguma empresa na rede.

PMEs investem em redes sociais para aumentar vendas, diz estudo

Segundo levantamento do Berkeley Institute, 61% das PMEs contam com canais de comercialização na rede social.

As Pequenas e Médias Empresas (PMEs) de crescimento acelerado no Brasil apostam cada vez mais nas vendas pelos canais digitais durante o recesso da Covid-19, em especial pelo Instagram. Levantamento feito pelo Berkeley Institute indica que nada menos do que 61% das PMEs contam hoje com comercialização de produtos e serviços pela rede social.

Luiz Chinan, fundador do Berkeley Institute no Brasil e coordenador do levantamento, indica o uso da rede social, inclusive para profissionais liberais, como contadores, nutricionistas, advogados, etc. – e ressalta o recurso carrossel. Segundo ele, os carrosséis são uma sucessão de até 10 posts ou vídeos em um único post no Instagram. A tática já é utilizada por grandes empresas, tais como Adobe, IBM, Itaú, McKinsey, Google, Microsoft, Netflix, Lego e 3M, entre outras.

Para ajudar empreendedores e profissionais liberais a usar com sucesso esse recurso de vendas no Instagram, o Berkeley Institute acaba de lançar uma masterclass online e gratuita denominada “Estrategista de Marketing de Conteúdo no Instagram”.

A masterclass pode ser baixada diretamente no computador do usuário e realizada a qualquer momento. Formatada pelos princípios do “gamefication“, a aula é realizada por meio de Educards, ou seja, cartões virtuais que estimulam o aprendizado. Entre outros benefícios, as cartas potencializam o recall ativo, ou seja, a criação de conexões neurais mais fortes para o rastreamento da memória.

Os participantes vão poder baixar também gratuitamente um kit de ferramentas de treinamento sobre marketing de conteúdo no Instagram, bem como um planner para desdobrar a estratégia de postagens. Junto com os Educards e textos explicativos, a masterclass é acompanhada por mais de 15 minipodcasts, com lições adicionais aos usuários.

Google abre 5 mil vagas para mentorias on-line e gratuitas para PMEs

Programa em parceria com Rede Mulher Empreendedora (RME) oferece orientações  com especialistas nas principais áreas da rotina de uma empresa.

O Google abriu 5 mil novas vagas para o seu programa de mentoria Cresça com o Google. Realizada em parceria com a Rede Mulher Empreendedora (RME), a iniciativa voltada para PMEs oferece orientações on-line e gratuitas, com especialistas nas principais áreas da rotina de uma empresa que foram impactadas durante a pandemia.

Segundo o Google, as novas vagas complementam as 5 mil iniciais, totalizando 10 mil mentorias realizadas até o final de setembro. A abertura de novas vagas é feita por etapas, com vagas sendo abertas semanalmente.

Desde maio, os empreendedores puderam tirar dúvidas com especialistas em vendas on-line (e-commerce), finanças e contabilidade, inteligência emocional, inovação e modelos de negócio, apoio jurídico e marketing digital. Entre os principais desafios levantados pelos empreendedores durante as mentorias estão a divulgação on-line e como continuar faturando durante a quarentena.

Muito dos mentorados, diz o Google, são pessoas que começaram a empreender durante a quarentena, seja por necessidade de complementar renda ou oportunidade de negócio. O momento é propício para apostar em uma estratégia de vendas on-line, lembra a companhia. Uma pesquisa do Google realizada com 1.000 brasileiros, entre 30 de abril e 3 de maio, mostrou que a maioria (37%) dos consumidores têm preferido o site da loja (e-commerce) para realizar compras, aplicativos (28%) e de delivery (27%), ante 31% por lojas físicas (31%) e outros.

Para Ana Fontes, fundadora da RME – Rede Mulher Empreendedora, os pequenos negócios foram os mais afetados pela pandemia e as mulheres sentiram impactos maiores, por isso, a mentoria é fundamental para repensar e reorganizar o negócio, e abrir possibilidades. “Os depoimentos e avaliações do processo só nos confirmam o quanto uma mentoria qualificada é importante e representa para a continuidade dos negócios”, completa.

Como participar

O agendamento pode ser feito por meio do site g.co/EmCasa e o interessado precisa, apenas, ter uma Conta Google, com o limite de participação em uma mentoria por tema a cada 7 dias.

Você pode escolher um dos temas de interesse: vendas on-line, finanças e contabilidade, inteligência emocional para empreendedores, inovação e modelos de negócio, apoio jurídico e marketing digital.

Para se cadastrar, é preciso preencher um formulário com seus dados pessoais, dados do seu negócio e suas principais dúvidas. É ainda possível escolher data e horário para receber a mentoria.

Por fim, basta aguardar  o email de confirmação e posteriormente o aparecimento do compromisso no seu calendário. O link para acessar a mentoria será enviado dois dias antes por e-mail.

Rede social de negócios inicia operação no Brasil

O objetivo principal do COMUNITE é gerar negócios. A empresa pode cadastrar quantos usuários desejar, fazer publicações, anunciar produtos e serviços, manter contato com o seu público-alvo, trocar mensagens com qualquer empresa, enfim, uma centena de funcionalidades para ajudar no crescimento das empresas.

O COMUNITE anuncia oficialmente o lançamento da sua rede social entre empresas. É uma plataforma exclusivamente Business to Business (B2B) para as empresas que desejam apresentar seus produtos e serviços e gerarem negócios entre si.

O objetivo principal do COMUNITE é gerar negócios. A empresa pode cadastrar quantos usuários desejar, fazer publicações, anunciar produtos e serviços, manter contato com o seu público-alvo, trocar mensagens com qualquer empresa, enfim, uma centena de funcionalidades para ajudar no crescimento das empresas. Em breve será possível realizar transações de negócios, ou seja, comprar e vender produtos diretamente pela plataforma.

“Quando idealizamos a plataforma, não imaginávamos estar vivendo em um cenário como o da pandemia. No entanto, o chamado “novo normal” virtualiza completamente as relações humanas e comerciais e participar de um ecossistema virtual como o COMUNITE é uma estratégia fundamental para as empresas”, explica o CEO do COMUNITE, Eduardo Macito.

As empresas se cadastram, se conectam e interagem gratuitamente. A monetização vem de publicidades ou da contratação de pacote de serviços pelas empresas, como ocorre com em qualquer rede social.

“Importante ressaltar que o COMUNITE é uma plataforma de relacionamento entre as empresas e não deve ser utilizada somente para vender produtos e serviços, mas sim também para comprar produtos e serviços. Uma economia de 1% em compras pode gerar uma diferença significativa na rentabilidade da empresa”, complementa Eduardo Macito.

“Abrimos inicialmente a plataforma para o Brasil. A expectativa é que até o final de 2020 mais de 50 mil empresas estejam fazendo negócios virtuais pelo COMUNITE. Em 2021, a plataforma será aberta para Américas e posteriormente para o restante do mundo. O objetivo também é gerar negócios internacionais”, afirma Macito.

Mercado Livre formará 1ª turma de consultores de vendas online no Brasil

O Mercado Livre, em parceria com a Digital House, anunciou o lançamento do Curso Consultor de Vendas Mercado Livre. Sucesso na Argentina, onde mais de 80 profissionais receberam a certificação, o curso terá a primeira turma brasileira, com a expectativa de formar 30 consultores.

Consultores independentes da área digital, de marketing ou negócios, que buscam expandir e melhorar a sua proposta de serviços são o público-alvo do curso, que também pode ser direcionado àqueles que desejam começar a trabalhar como consultores independentes ou fazer parte de equipes de consultorias que já contam com certificação do Mercado Livre.

As aulas serão ministradas por profissionais reconhecidos no setor e a metodologia terá foco em atividades práticas. A ideia é que os alunos tenham uma visão completa do ecossistema Mercado Livre, com ênfase nos seus produtos e serviços.

Inscrições abertas

As inscrições já estão abertas, com início das aulas previsto para 18 de agosto, e término para a primeira quinzena de outubro. O curso terá 16 encontros remotos e com aulas ao vivo, distribuídas em oito semanas e duração de 2 horas. O valor do curso é de R$ 5 mil e pode ser parcelado em até 12 vezes.

No período de pandemia, o e-commerce foi um dos setores que mais cresceu. O Mercado Livre destaca que a demanda cresceu substancialmente. Entre 24 de fevereiro e 03 de maio de 2020, a base de novos compradores no Brasil cresceu 28%, em relação ao mesmo período de 2019.

Novas categorias de produtos também foram impulsionadas devido ao novo estilo de vida do consumidor, como Saúde e Equipamentos Médicos (300%), Bens de Consumo e Alimentos (164%), Casa, Móveis e Jardim (84%), Entretenimento e Fitness (61%) e Computação (55%).

Google lança recurso para apoiar pequenas empresas durante crise

Gigante da internet quer ajudar pequenos negócios a se reerguerem após pandemia.

O Google anunciou na última quarta-feira (17) um novo recurso que permitirá que pequenas empresas e organizações sem fins lucrativos se beneficiem das ferramentas de publicidade da plataforma. O objetivo é fazer com que pequenas e médias empresas consigam atingir mais consumidores, acelerando a retomada dos negócios pós-coronavírus.

A empresa adicionará US$ 200 milhões a seu orçamento anual de concessão de anúncios, elevando o suporte a US$ 1 bilhão para organizações sem fins lucrativos.

Agora, clientes que estejam buscando por serviços locais podem contrata-los diretamente pela plataforma. De acordo com o Google, a busca por “limpeza de carpetes” ou reparo de ar condicionado” aumentaram cerca de 50% nos últimos meses.

O Google também afirmou que pequenos negócios poderão se promover gratuitamente pelo Google Maps até o final de setembro. O serviço de criação de campanhas publicitárias pela plataforma costuma ser pago.

Alibaba lança plataforma para conectar influenciadores e marcas

A companhia chinesa Alibaba lançou recentemente a AliExpress Connect, plataforma para conectar marcas e influenciadores que atuam em redes sociais como Instagram, TikTok e YouTube.

O objetivo da empresa é criar um serviço no qual uma pequena e média empresa possa contratar influenciadores com apelo comprovado ao seu público-alvo. A aposta é que o aumento do uso do e-commerce, impulsionado pelo período de distanciamento causado pelo novo coronavírus.

Dentro da plataforma do Alibaba

De acordo com a empresa, dentro do serviço, o influenciador pode conectar seus perfis em redes nas redes sociais e fazer a solicitação para participar de campanhas, que podem variar desde a replicação de conteúdo ao uso de hashtags ou geração de conteúdo original. O influenciador é pago de acordo com as vendas geradas por meio da sua divulgação.

Dessa forma, a empresa concentraria em um único lugar tanto um repositório de influenciadores (divididos por diversos nichos) como uma central que pode ser usada por empresas de diversos tamanhos para impulsionar vendas. Até o final do ano, a empresa espera reunir 100 mil criadores dentro da base — número que, até 2022, o Alibaba quer impulsionar para 3 milhões.

Até lá, a empresa estima que os influenciadores de destaque podem ganhar até US$ 1 milhão ao ano com a receita gerada pela plataforma.

CX: Lições da pandemia para melhorar a experiência do cliente

Com a continuação do distanciamento social e a dependência maior do e-commerce em detrimento dos pontos físicos, experiência se torna essencial.

É possível dizer que a pandemia da COVID-19 terá consequências para atuação das marcas mesmo depois que o vírus for controlado. Primeiramente, fica visível a importância de um propósito maior do que apenas vender, com empresas em todo o mundo se solidarizando com as vidas dos seus colaboradores e consumidores. E por último, a necessidade de uma presença digital forte, por meio de conteúdo e um e-commerce preparado.

Mas depois que muitas empresas tentaram melhorar sua estrutura – ou mesmo “correr atrás do prejuízo”, um novo desafio surge: o da experiência. Em época de distanciamento social, com lojas fechadas e menos viagens aos varejistas, e uma vez que as emoções são mais do que nunca responsáveis por gerar as melhores experiências e satisfação do consumidor, o que as marcas devem fazer?

“Para qualquer estratégia de experiência do cliente, há três desafios: primeiro, projetar as jornadas; depois, absorver os dados entre esses pontos e, no final, elaborar uma estratégia entre esses pilares de contatos principais, sempre seguindo o objetivo da marca”, afirma Daniel Machado, diretor de CX da Kantar para a América Latina. “Uma experiência bem pensada fornece resultados de curto e longo prazo para qualquer empresa.”

Em tempos de emoções e preocupações fortes, torna-se ainda mais vital colocar o consumidor no centro. De acordo com os estudos que realizamos com a Kantar os clientes preferem até 10 vezes mais a uma marca quando percebem que ela é centrada no cliente e as chances de recomendar essa marca para as pessoas próximas são dobradas.

Para Machado é preciso analisar a experiência em três níveis: na sua indústria; no commerce (dos varejistas, empresas digitais e mesmo da indústria) e entre seus colaboradores.

Repensando seu mercado

Com a pandemia, muitas marcas precisaram repensar o jeito tradicional como faziam seus negócios. A jornada do cliente muda completamente quando lojas estão fechadas e pessoas estão se isolando. O desafio, então, se torna entender as novas jornadas e pontos de contatos das pessoas e como se inserir nelas – ou mesmo ajudar a criar novas jornadas.

Isso pode significar criar conteúdos e interações novas, assim como novas parcerias para driblar todos os desafios criados pela crise do coronavírus.

O uso da tecnologia de forma humanizada

A pandemia tornou-se um período para compradores digitais de primeira viagem, além de ter proporcionado um crescimento no e-commerce como um todo.

E apesar de 47% dos brasileiros acharem que a compra no digital é mais satisfatória que a física, segundo a onda mais recente do nosso Barômetro COVID-19, ainda há muito o que fazer em termos de experiência. Com a progressão da pandemia, tempo e dinheiro perdem relevância para a conveniência e energia gasta no processo de compra digital. “Os e-commerces ainda são complexos para a maioria das pessoas. Trabalhar fluidez é fundamental”, diz Machado.

Para o especialista, no caso do e-commerce é preciso tomar três importantes passos:

  1. Melhorar ainda mais o que é positivo;
  2. Entender as dores dos compradores de primeira viagem;
  3. Tentar transpor pontos positivos da experiência física para o digital.

O bem-estar em primeiro lugar

O ponto final de uma boa estratégia de CX é garantir uma boa experiência interna, para os colaboradores da empresa. Sob uma crise como a atual, saber o que os funcionários sentem, pensam e como estão lidando com a situação é vital para as empresas. Segundo nosso Barômetro COVID-19, 83% dos brasileiros esperam que essas companhias se preocupem com a saúde de seus colaboradores; 65% esperam que elas flexibilizem o modelo de trabalho.

Modelo de trabalho, por sinal, é uma das maiores mudanças ocasionadas pela pandemia, já que levou a um crescimento do trabalho remoto. Segundo o projeto Stay-At-Home da Kantar, 24% dos entrevistados puderam passar mais tempo com a família com um modelo mais flexível proporcionado pela quarentena; 15% focaram em seu bem-estar; 15% falaram que conseguiram manejar melhor sua rotina.

“A empresa precisa garantir as condições para que o trabalho remoto funcione da melhor maneira possível”, diz Machado. “Isso inclui metodologias para administração de tempo, financiamento para uma estrutura ideal – como internet e hardware -, avaliações constantes e outros.”

Durante crise, empresas B2B se reinventam

Especialista sugere o aumento do número de prospecções para as companhias atravessarem o momento de turbulência.

Em um contexto de retração econômica nunca antes imaginado, diversas empresas B2B estão com dificuldade de vender seus produtos e serviços pelos canais habituais como o marketing digital e indicações. Com isso, hoje a prospecção se torna o melhor caminho para as companhias atravessarem o momento de turbulência. O recurso é necessário tanto para suprir a queda na demanda como para repor eventuais receitas perdidas. O movimento é essencial também para preparar a retomada das empresas quando a economia se normalizar.

Felizmente, algumas organizações vêm comprando essa ideia recentemente. Recentemente, a Ramper elaborou o 1º Estudo da Prospecção Digital no Brasil com mais de 500 empresas do País para avaliar os impactos da pandemia nos negócios e constatou que 5% das empresas passaram a adotar a estratégia há menos de um mês. Entre todas as empresas – inclusive aquelas que já utilizam o recurso há mais tempo – 89% afirmaram que intensificaram as ações de prospecção nos últimos dois meses.

O resultado da pesquisa mostra que existem alternativas para lidar com o contexto atual, mas também traz um alerta. 83% dos respondentes informaram diminuição na geração de leads e 73% das empresas notaram queda na produtividade dos seus times de vendas.

Ou seja, a prospecção hoje é a alternativa mais viável para as organizações não correrem o risco de ficar com o funil de vendas comprometido e, assim, precisar demitir os vendedores por falta de trabalho. Perder o capital intelectual que existe na área comercial pode até fazer com que as empresas sobrevivam financeiramente em um primeiro momento, mas ao mesmo tempo irá comprometê-las na retomada, uma vez que a formação de um novo time de vendas leva geralmente seis meses para atingir o seu ápice.

A fim de evitar esse cenário catastrófico, disponibilizo algumas ações primordiais que o líderes comerciais devem incorporar na gestão da companhia, visando um plano que alavanque vendas e receita para que a empresa não precise tomar medidas drásticas, como demitir pessoas. Confira:

Identifique novos nichos

Além de afetar o sistema de saúde e vitimizar inúmeras pessoas, a crise trouxe em seu rastro prejuízo a diversos segmentos da economia como, por exemplo, o mercado hoteleiro, turismo, eventos, educação, entre outros. Caso sua empresa venda majoritariamente para companhias situadas nesses setores, o momento pede uma observação detalhada visando identificar outros nichos – menos impactados pela pandemia.

Posicione-se como investimento

Mais do que nunca, é preciso posicionar a sua solução como um investimento, mostrando os principais atributos, geração de valor aos clientes e, consequentemente, maximizá-la por meio de ações de marketing e depoimentos dos usuários. Para ter uma noção real se o seu negócio é considerado “investimento” ou “custo”, basta observar para um princípio básico em qualquer negócio B2B: se a sua solução não ajuda o seu cliente a reduzir custos ou a maximizar receita, será facilmente enquadrada como um custo e tende a sofrer redução ou até cancelamento. É preciso avaliar, na base de clientes, quais são aqueles onde a solução gera mais resultados, e aqueles que o trabalho é menos efetivo para então ter um plano de ação.

Mapeie e lide com objeções

Quem nunca teve de lidar com uma objeção é porque nunca vendeu. Faz parte da rotina de qualquer empresa enfrentar argumentos contrários ao valor/preço, timing, urgência, etc. Nesse momento, a crise por conta do coronavírus se tornou mais um item dessa lista. Obviamente, lidar com este tipo de argumento não é fácil. A dica mais eficiente é parar e interpretar as mensagens novas que os clientes têm transmitido durante as negociações. Com as objeções mapeadas e o repertório definido para lidar com cada uma delas, a empresa pode realizar o contra-argumento para ter maior possibilidade de mudar o pensamento pessimista de alguns clientes.

Inicie novos relacionamentos e oportunidades

Tome muito cuidado para não trabalhar somente com o funil de vendas consolidado antes de março. Se a empresa não conseguiu gerar um novo pipeline adequado ao momento atual, dificilmente irá fechar negócios nos próximos meses. Nesse caso, é preciso prospectar oportunidades, pedir indicações, abrir novos relacionamentos por meio de marketing digital. Com a maior disponibilidade de tempo das pessoas (pelo fato de estarem em casa), está mais fácil chegar no tomador de decisão via e-mail ou LinkedIn. Vale ressaltar ainda que a maioria das prospecções não geram resultados imediatos, porém muitas podem ser fechadas lá na frente. Ou seja, a hora para iniciar esse movimento é mais do que propicia.

Prepare-se para a retomada do mercado

O momento pede equilíbrio. Os gestores não precisam ter um otimismo excessivo e tampouco um pessimismo que bloqueia a tomada de ação. No atual contexto, é necessário investir nas estratégias certas e ser vigilante no acompanhamento do que está funcionando. Portanto, crie condições tanto para atenuar como para atravessar esse período, definindo planos e metas para os próximos meses. A empresa que ficar inerte a situação, provavelmente terá uma recuperação ainda mais lenta. Embora esteja mais difícil fechar negociações de qualquer produto ou serviço, é fundamental que os vendedores continuem avançando etapas do funil de vendas. Na hora em que a economia destravar, a chance de venda aumenta de forma considerável. Em mercados completamente “fechados” pelo lockdown, vale deixar preparada listas, conteúdos e outros ativos para sair na frente no momento da retomada econômica. Definitivamente não é hora de ficar parado.

*Ricardo Corrêa é sócio-fundador e CEO da Ramper