O TikTok mira no e-commerce brasileiro para 2023. A partir do primeiro trimestre, de acordo com informações do Neotrust, a gigante chinesa pretende implementar uma estrutura completa de comércio eletrônico no país, colocando-o como bola da vez em seu plano de expansão.
O olhar voltado ao Brasil está relacionado diretamente à utilização em larga escala do aplicativo. Com alto engajamento no público brasileiro, o TikTok exnerga uma oportunidade comercial palpável e com probabilidade de sucesso, dado o apelo da mídia social por aqui.
A empresa, integrada ao guarda-chuva da Bytedance, pretende entrar para o e-commerce como, de fato, concorrente direta de Amazon e AliExpress. Mesmo assim, players nacionais como Mercado Livre, Americanas, Magalu e Via Varejo, segundo fontes do portal, também devem ser impactados.
De acordo com a consultoria alemã Statista, o país é o segundo que mais usa a mídia social (40%), atrás somente da China (72%) e ficando a frente de México (37%), Rússia (31%) e Alemanha (26%).
Desafios do TikTok
Bem como em seu país de origem, a estratégia do TikTok focará em live commerces, ou seja, venda de produtos por meio de transmissões ao vivo em sua plataforma. A ideia é “vender” o modelo para parceiros locais e fornecedores chineses. Para o sistema de entregas, a companhia estuda uma forma de logística própria, visando manter a qualidade dos produtos.
Apesar do talento para o sucesso em empreitadas, a companhia deve medir os passos com cautela. No Reino Unido, por exemplo, o sucesso do TikTok Shop, como foi chamado a categoria de venda e compra de produtos por meio da plataforma, não obteve os resultados positivos almejados.
Além disso, a categoria Live Commerce ainda é pouco utilizada no Brasil, apesar de ser extremamente aplicada em países asiáticos. Enquanto no continente a modalidade deve movimentar, segundo a Research and Markets, US$ 600 bilhões, a China desponta com R$ 100 bilhões em vendas online somente pelo TikTok. Ao todo, 10 bilhões de produtos já foram comercializados.
Não existem dados claros para o contexto brasileiro, o que ainda coloca uma interrogação, mesmo não tão grande, acima de compras no TikTok no Brasil.
Após caos na abertura, loja da SHEIN em SP muda horário e vai distribuir senha
No último sábado (12) a SHEIN, empresa chinesa de fast-fashion, inaugurou sua loja pop-up no shopping Vila Olímpica, em São Paulo. A marca virou febre no Brasil nos últimos anos no comércio eletrônico e teve sua estreia no país marcada por filas e confusão. Após os acontecimentos do final de semana, a empresa decidiu mudar os horários de funcionamento da loja e distribuir senhas. A unidade ficará aberta até essa quarta-feira (16).
Como comprar na Shein
Como conseguir pontos na SHEIN
Desde segunda-feira (14) a loja distribuirá, portanto, é preciso chegar cedo para garantir sua entrada na loja.
Serão divididos grupos de 40 pessoas que poderão permanecer até 20 minutos no interior da loja. Os consumidores só poderão entrar no provador com um limite de 4 peças por pessoa. A empresa ainda informou que vai ter fila de atendimento preferencial, conforme previsto em lei.
Filas enormes e confusão na entrada
No sábado (12), a partir das 10h, internautas começaram a compartilhar relatos sobre a estreia da SHEIN em São Paulo. Vídeos apresentavam filas imensas tanto dentro do shopping Vila Olímpica, quanto do lado de fora.
No momento da abertura, formou-se um tumulto que, segundo testemunhas, foi motivado pela formação de uma segunda fila que seria preferencial, onde pessoas com crianças tentaram entrar antes na loja. Algumas pessoas precisaram ser retiradas pelos seguranças e a multidão se dispersou por volta das 13h.
Inauguração da SHEIN no Brasil atrai 7 mil pessoas
A inauguração da SHEIN no Brasil levou 7 mil pessoas ao Vila Olímpica neste sábado (12), segundo o coordenador de operações do shopping. No entanto, um número bem menor de pessoas realmente conseguiu visitar a loja.
Devido à dificuldade em organizar as filas imensas que se formaram pelo shopping, a organização decidiu fechar a loja às 17h30 — antes do horário programado de 21h30 — de maneira que somente pessoas com a senha poderiam entrar na loja após esse horário. A assessoria da marca informou que cerca de mil clientes foram atendidos ao longo do dia.
Próximo lançamento acontecerá em Belo Horizonte
A SHEIN lançará a próxima loja pop-up em Belo Horizonte (MG) em dezembro. A empresa vê o Brasil como sua principal aposta na América Latina e está investindo em experiências presenciais com o público. Ainda não há as diretrizes de funcionamento da estreia na capital mineira, mas, a princípio, seguirá o mesmo modelo da loja da São Paulo.
Segundo a empresa, “faz parte do processo corporativo levar aprendizados para reorganização interna, embora ainda não seja possível falar de mudanças para a próxima aventura da Shein no Brasil”.
De maneira geral, o e-commerce brasileiro registrou 2,09 bilhões de acessos em junho, queda de 1,8% em relação ao mês anterior.
Ainda recente no mercado brasileiro de e-commerces, o Shopee registrou crescimento significativo durante 2022. De janeiro a junho, o número de acessos mensais da plataforma cresceu 7%. O crescimento fez com que ela ocupasse a segunda colocação entre os marketplaces mais visitados do País, segundo dados do Relatório Setores do E-commerce de junho elaborado pela Conversion. O Mercado Livre, no entanto, ainda é o maior e-commerce do País.
Bem como o Shopee, outra companhia chinesa vem crescendo mês a mês nessa mesma métrica. A Shein, empresa do segmento de vestuário, viu um crescimento de 51% no número de acessos mensais em suas plataformas digitais. Atualmente na décima colocação do ranking de e-commerces mais acessados, a chinesa já se aproxima da Netshoes, que mantêm a média de 38 milhões de acessos por mês.
De maneira geral, o e-commerce brasileiro registrou 2,09 bilhões de acessos em junho, queda de 1,8% em relação ao mês anterior. Mais da metade dos acessos teve origem em dispositivos móveis (52%) e 22% via app, consolidando a relevância dos smartphones para o e-commerce.
O CEO da Conversion, Diego Ivo, explicou que a chegada dos marketplaces da China ao mercado nacional tem potencial para reestruturar a concorrência entre os grandes players. “Os players asiáticos conseguiram identificar uma grande lacuna no e-commerce global, que é o ticket baixo, criaram muito senso de urgência com suas promoções e construíram uma verdadeira experiência de busca de achados”, destacou Ivo.
Amazon é referência
Apesar do crescimento no número de acessos, as plataformas chinesas ainda estão longe de ameaçar as marcas mais procuradas da internet brasileira. A Conversion utiliza o conceito de Share of Search, que é a participação no volume de buscas que uma marca tem no Google dentre todas as pesquisas no segmento em que ela atua.
A Amazon é a empresa que possui o maior Share of Search do e-commerce brasileiro: 55% de todas as buscas feitas em seu segmento, importados, fazem menção direta a ela. Em seguida, representando 46% das buscas de seu setor, está a Loja do Mecânico, no segmento de ferramentas e acessórios. A Petz ocupa a terceira colocação, com 44% de tudo procurado por usuários relacionados ao e-commerce de pets.
Nessa mesma métrica, o Mercado Livre é tão líder no seu segmento quanto no volume de acessos do e-commerce como um todo. A marca tem 28% do Share of Search entre os marketplaces e está à frente de seu principal concorrente, a Amazon, com 13,5%, e da Shopee, com 11%.
Segundo a Conversion, apesar de a métrica de buscas não representar obrigatoriamente a mesma proporção da divisão de receitas do mercado (Market Share), os estudos apontam cada vez mais que os gráficos andam em paralelo.
“Para crescerem, é preciso que as concorrentes sejam mais buscadas. Isso explica não apenas o porquê de a Amazon permanecer soberana no e-commerce de importados, por exemplo, mas também ajuda a entender como os chineses estão conseguindo ganhar mercado no Brasil”, analisou Ivo.
As atividades ligadas à Caravana Magalu acabam de começar em João Pessoa, capital paraibana. O evento principal, que acontece no dia 14 de julho, é antecedido por diversas ações. A cidade, que é o segundo destino do projeto da empresa no nordeste, vai receber atrações que interessam a empreendedores individuais, empresas de pequeno porte e companhias de médio porte.
O foco é digitalizar os pequenos comércios e também abranger estabelecimentos maiores, que buscam se aprofundar nas vendas on-line.
Visitas a empreendedores locais
Um time do Magalu já vem percorrendo João Pessoa e cidades próximas realizando a apresentação da plataforma Parceiro Magalu e oferecendo credenciamento. Todos da equipe estão identificados com colete e crachá da companhia.
Além disso, caso os empreendedores prefiram, podem preencher cadastro no serviço posteriormente seguindo as orientações desses colaboradores. E também conseguem fazer a inscrição em qualquer loja do Magalu.
Carreta com capacitação para empreendedores
Na semana que antecede o evento principal da Caravana Magalu, está prevista como atração uma carreta com capacitação especial para empreendedores. O caminhão oferecerá uma equipe treinada para tirar todo tipo de dúvida dos varejistas locais sobre e-commerce e temas relacionados a vendas em geral.
O ponto em que o veículo permanecerá e o horário de funcionamento ainda vão ser divulgados por meio de canais oficiais da empresa.
Nessa oportunidade, além de suporte a quem tem interesse em se tornar um Parceiro Magalu, a carreta disponibilizará treinamentos durante a semana toda. Os focos serão bastante variados, englobando inclusive como aumentar as vendas, elaboração de textos, fotos e vídeos por meio de redes sociais e mensuração de resultados.
Evento principal da Caravana Magalu
Para coroar toda essa movimentação, em 14 de julho acontece o evento principal da Caravana Magalu. A ação vai trazer palestras e uma feira de negócios com patrocinadores e empresas do grupo. Os conteúdos abordados na data passam por logística, setor financeiro e outros temas ligados a comércio e vendas on-line.
Além disso, o encontro contará com a participação de Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, e Frederico Trajano, CEO do Magalu.
Assim como em Maceió e João Pessoa, a Caravana Magalu percorrerá várias cidades do país para auxiliar pequenos e médios varejistas a entrarem no mundo do comércio eletrônico.
A DHL Express, empresa de logística internacional, está oferecendo desconto de 20% para envios nacionais e internacionais feitos até 10 de junho na loja da Av. José de Souza Campos, 929, Shopping Varandas Cambuí. A promoção faz parte da campanha Cyberlovers, lançada para o Dia dos Namorados. Qualquer pessoa tem direito ao desconto, basta procurar a loja própria participante da promoção.
O objetivo da campanha é aproximar a DHL do cliente e conectá-lo às pessoas que são importantes, por meio do envio de presentes no Dia dos Namorados. “Nosso objetivo é sempre buscar o melhor atendimento para o cliente, com confiabilidade e segurança. O consumidor pode olhar a DHL como um parceiro de negócios e essas ações promocionais demonstram o quanto estamos investindo no país e ajudando a conectar pessoas com qualidade no Brasil e no exterior”, explica a vice-presidente da DHL Express, Patricia Starling.
Com um aumento de 32% na base de sites analisados, a edição deste mês do Relatório Setores do E-commerce no Brasil (versão Beta), ganha 179 novos players e destaca grandes crescimentos. No Ranking de maiores sites, AliExpress sobe uma posição troca de lugar com Casas Bahia.
Apesar da retração geral, seis categorias registraram um crescimento no comparativo mensal. Entre os destaques de maior crescimento estão Infantil (5,2%), Calçados (4%) e Comidas & Bebidas (3,5%). Já em retração, o TOP 3 é composto por Presentes & Flores (-14,6%), Eletrônicos & Eletrodomésticos (-10,4%) e Ferramentas & Acessórios (-10,3%).No mês de Abril, o comércio eletrônico brasileiro sofreu uma retração de 6,11% e registrou 1,62 bilhão de acessos, somando, nos últimos 12 meses, um total de 21,02 bilhões.
No Ranking dos 30 maiores e-commerces do Brasil, tivemos a estreia do Enjoei, que subiu duas posições na classificação e chegou a 29ª posição.
Dentro do TOP 10, AliExpress subiu uma posição e trocou de lugar com Casas Bahia, chegando à 6ª posição e deixando apenas 2 e-commerces nacionais entre os 6 maiores. Os e-commerces do Brasil, no entanto, detêm 44,1% da audiência de toda indústria.
A lista dos 10 maiores sites, em abril, não sofreu modificações: 1. Mercado Livre, 2. Americanas, 3. Amazon Brasil, 4. Magalu, 5. Shopee, 6. AliExpress, 7. Casas Bahia, 8. Netshoes, 9. 123 Milhas e 10. Samsung.
Setorialmente, o aumento na base de sites analisados destacou grandes crescimentos no comparativo mensal. Em Comidas & Bebidas, a Kopenhagen cresceu 145% no MoM, entrando no TOP 10 do ranking do setor.
O Shop Timão, de Esportes, subiu 7 posições no ranking e chegou à posição 11, além de ter crescido 54% no MoM. Na mesma categoria, Puma também registrou um crescimento acima da média, de 32%.
Em Farmácia & Saúde, Integral Medica, Patricia Elias e Unic Pharma subiram 9, 8 e 6 posições no ranking do setor, respectivamente.
BitCão, do setor de Pet, cresceu vertiginosamente: 135% no MoM e subiu 5 posições no ranking, também entrando no TOP 10.
Os dados são do Relatório Setores do E-commerce, da Conversion, agência de Search Engine Optimization (SEO), que traz as principais análises sobre o cenário do comércio eletrônico brasileiro todos os meses.
De acordo com o relatório, ainda, os canais preferidos pelos usuários para chegar às lojas são “direto” (quando ele digita o endereço da loja e representa 44,5% dos acessos), busca orgânica do Google (26,6%) e busca paga (18,9%).
Busca orgânica segue sendo o canal de tráfego mais importante.
A busca orgânica, também conhecida como SEO (Search Engine Optimization), continua sendo o principal canal de tráfego para o e-commerce brasileiro depois dos acessos diretos, somando 26,6% do total de visitas.
A importância deste canal pode, ainda, ser potencializada quando aliada ao uso do tráfego pago, que sozinho representa 18,9% das visitas.
Ranking dos 10 maiores e-commerces do Brasil
O Relatório Setores do E-commerce no Brasil apresenta, mensalmente, o ranking dos principais e-commerces do país. Esse ranking está dividido em um geral e outro para cada uma das 18 categorias. No geral, a lista é composta de 1. Mercado Livre (30%), 2. Americanas.com (16%), 3. Amazon Brasil (11%), 4. Magazine Luiza (11%) e 5. Shopee (9%). O percentual se refere apenas aos 10 principais players e representa a audiência desses sites.
Também disponibilizamos a lista dos maiores e-commerce de importados em nosso guia de e-commerce cross-border.
Share of Search e as marcas com maior participação de mercado (market share)
A métrica do Share of Search é a parcela de busca de uma marca dentro da categoria de consumo em que ela atua. A fórmula para calcular o Share of Search é dividir o volume de buscas por uma marca pelo volume total de buscas de todas as marcas daquele segmento. O fato importante sobre ela é que a parcela de buscas é preditiva em relação ao market share, conforme demonstrou estudo de Les Binet.
Em nosso estudo, analisamos o Share of Search de todos os principais setores do e-commerce brasileiro. Neste aspecto, também houve troca de posições. Ultrapassando a Loja do Mecânico, a Amazon chega ao topo como o e-commerce com a maior parcela de buscas entre todas as categorias, detendo 54% do setor de Importados. Dando sequência ao TOP 5 temos Loja do Mecânico (45%), Petz (44%), Cacau Show (41%) e Cobasi (35%).
Apesar de mecanismos de busca serem a fonte de tráfego mais importante, deve haver um complemento entre orgânico e pago
A participação em nosso relatório e rankings é feita a partir do volume estimado de audiência dos sites, conforme metodologia que apresentamos. A audiência, por sua vez, é composta de canais de tráfegos que enviam visitantes para cada e-commerce. A principal forma de entrada é o chamado “tráfego direto”, que é geralmente quando a pessoa digita o endereço da loja.
Logo em seguida, o tráfego de busca orgânica (26,6%) e paga (18,9%) vêm respectivamente na segunda e terceira posição. Podemos dizer que as buscas são o mais importante canal para o e-commerce, porque elas revelam a intenção do consumidor e canalizam a demanda para as lojas virtuais. Inclusive, nas próprias lojas virtuais, o buscador é fundamental.
E, acima de tudo, o importante é proporcionar uma excelente experiência do usuário, fazendo com que o seu visitante queira gastar tempo navegando em seu site, garantindo uma probabilidade maior de retorno. Este é, aliás, o princípio do SEO Experience, a nova geração de otimização de sites.
Além de tráfego e boa experiência, é importante ter um mix de produtos robusto em seu nicho, precificação competitiva, frete rápido e ser uma marca amada pelos consumidores. Fácil?
Certamente não, mas a oportunidade está aberta a todos!
A “Caravana Magalu” é a nova ação da Magazine Luiza (MGLU3) para expandir o marketplace da empresa para pequenos e médios varejistas.
O evento vai percorrer diversas cidades do Brasil, começando pelo nordeste do país. A estreia será no dia 19 de maio, em Maceió, com a presença de Frederico Trajano, CEO da companhia, e Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração.
O grande objetivo é promover o marketplace do Magazine Luiza, destacando as ferramentas disponíveis para explorar o comércio eletrônico.
“Vender pela internet é um caminho sem volta, e todo empreendedor, de qualquer tamanho, pode e deve explorar as oportunidades do e-commerce”, afirma Leandro Soares, diretor de marketplace do Magalu.
Como vai funcionar a caravana do Magazine Luiza
Os empreendedores serão recebidos nas lojas do Magazine Luiza e também na “Carreta Magalu”, um caminhão que circulará pela cidade com uma equipe treinada para tirar as dúvidas dos varejistas locais.
Aqueles que já vendem na plataforma terão a oportunidade de participar de capacitações especiais e entrar em contato com outros serviços para potencializar seus negócios.
A “Caravana Magalu” vai percorrer centenas de municípios brasileiros nos próximos meses.
Segundo Soares, o modelo do evento foi inspirado no antigo formato de campanha eleitoral, quando os candidatos iam de cidade em cidade, realizando comícios para conquistar o voto do eleitor.
“No caso do Magalu, a Caravana quer mostrar ao varejista as oportunidades e facilidades da venda online”, explica.
Assinatura do serviço de benefícios vai custar R$ 14,90 no plano mensal; empresa alega alta nos custos.
A partir de 20 de maio, o Amazon Prime, programa de benefícios da gigante do varejo, passará de R$ 9,90 para R$ 14,90, uma alta de 50,5%. Já a anuidade irá de R$ 89 para R$ 119, aumento de 33,7%. Para os membros que já assinam o Prime, o reajuste será aplicado a partir de 24 de junho de 2022, na data da próxima renovação de assinatura mensal ou anual.
A Amazon argumenta que o programa tem o mesmo preço desde que foi lançado em 2019 mesmo com todos os investimentos no Brasil, e que o anúncio vem com a “expansão dos benefícios e aumento de custos operacionais gerais”. “Até 19 de maio, todos os novos clientes que assinarem o plano Anual ou membros mensais que converterem sua assinatura para a Anual poderão aproveitar o preço atual de R$ 89/ano pelos próximos 12 meses”, complementa.
A companhia diz ainda que continua a investir no Amazon Prime e que, nos últimos anos, adicionou milhões de produtos disponíveis ao programa com frete grátis, além de ofertas e descontos. “O frete grátis em dois dias foi expandido de 90 para mais de mil cidades e, em 2021, lançamos a entrega Prime grátis em um dia, agora disponível em mais de 100 cidades”, afirma a companhia, em nota. A empresa lembra também que, em setembro, será lançada a série ‘O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’, aguardada pelo público da triologia do cinema.
Dificuldades da Amazon
O aumento foi anunciado depois que a Amazon perdeu US$ 210 bilhões em valor de mercado após o pior dia da empresa no mercado financeiro desde 2006. A queda de 14,05% da companhia ocorreu após a fraca estimativa de crescimento para o próximo trimestre.
No último trimestre, a Amazon registrou prejuízo de US$3,8 bilhões – no mesmo período do ano passado, o lucro foi de US$ 8 bilhões. A perspectiva para a divisão de varejo da gigante é negativa por várias razões. Uma delas é a reabertura de lojas físicas, o que devolveu à gigante concorrentes que antes estavam adormecidos pela pandemia. A companhia também enfrenta alta nos custos. Um desses elementos é a inflação no preço dos combustíveis, o que influenciou em toda a cadeia de entregas e serviços. Pressões inflacionárias também devem reduzir o consumo em diferentes países.
“Hoje, como não estamos mais buscando capacidade física ou de pessoal, nossas equipes estão totalmente focadas em melhorar a produtividade e a eficiência de custos em toda a nossa rede de atendimento. Isso pode levar algum tempo, principalmente porque trabalhamos com pressões inflacionárias e da cadeia de suprimentos em andamento, mas vemos um progresso encorajador em várias dimensões da experiência do cliente”, explicou Andy Jassy, presidente da Amazon, no relatório enviado a investidores.
Streaming em xeque
O Amazon Prime oferece uma série de benefícios aos seus assinantes, entre eles acesso ao serviço de streaming. A categoria também passa por aumento de custos, alta competitividade e dificuldade na retenção de assinantes.
Os serviços de streaming gastaram US$ 50 bilhões em novos conteúdos no ano passado, em uma tentativa de atrair ou reter assinantes, segundo a pesquisadora Ampere Analysis. Isso representa um aumento de 50% em relação a 2019, quando muitos dos serviços de streaming mais recentes foram lançados, sinalizando a rápida escalada das chamadas “guerras de streaming”.
A Netflix conseguiu aumentar os preços das assinaturas nos Estados Unidos, Reino Unido e Irlanda, para financiar a produção de conteúdo e o crescimento em outras partes do mundo, como a Ásia, observou Michael Pachter, analista da Wedbush.
A conta, porém, parece não estar fechando e a Netflix já indicou medidas de redução de custos também. No primeiro trimestre de 2022, a Netflix perdeu usuários pela primeira vez em uma década. O balanço da empresa, divulgado em abril, indicou que cerca de 200 mil assinantes deixaram a plataforma nos primeiros três meses do ano.
Gerente de Marca e Relacionamento na Vedacit propõe reflexão sobre impacto das narrativas mitológicas para a comunicação das empresas.
O cinema mundial é dominado por grandes produções que valorizam o universo dos super-heróis, as grandes fantasias e realidades alternativas. Entre os dez filmes mais assistidos, três entre os que mais arrecadaram bilheteria são do universo Marvel (a franquia Vingadores), cinco são animações, fantasias ou ficção científica (o primeiro lugar há mais de dez anos é de Avatar, de James Cameron, com uma bilheteria de US$ 2,84 bilhões), um é de ação e aventura (franquia Velozes & Furiosos) e apenas um sobre drama/ romance (Titanic/ 1997).
Diretores renomados criticam a falta de investimentos em filmes de outros gêneros em prol do retorno praticamente garantido desses universos paralelos. A falta de público também é uma questão. Seja pelo avanço do streaming ou o desinteresse por filmes que fujam desses universos consagrados, o cineasta Ridley Scott, por exemplo, culpou a geração Millenials pela bilheteria bem abaixo do esperado, mesmo tendo uma boa repercussão com a crítica e um elenco recheado de atores conhecidos em seu mais recente longa épico, O Último Duelo.
E o que Kubrick, Godard e Bergman diriam sobre este momento do cinema? Compartilho uma reflexão do livro “O capitalismo estético na era da globalização”, de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy. “Na mesma altura, por volta dos anos de 50-60, uma nova geração de cineastas vem contestar, um pouco por todo o lado, o próprio sistema: free cinema em Inglaterra, Cinema Novo no Brasil, cinema contestatário no Leste Europeu, Nouvelle Vague na França, a qual aparece como particularmente emblemática desta vontade de criar fora dos padrões de produção para inventar um cinema mais livre assente em estruturas menos pesadas e dando prioridade ao «autor» e ao seu trabalho de criação na lógica económica do produtor. Uma modernidade modernista e emancipadora.”
Proponho uma reflexão sobre o impacto dessa tendência na propaganda e na comunicação das empresas. Podemos concluir que o consumidor se identifica mais com narrativas mitológicas e menos com os racionais? Estamos voltando a acreditar em mitos e deixando a realidade em segundo plano? Como isso impacta a relação entre marca e cliente?
Interpretar os gostos, anseios e preferências do consumidor sempre fez parte da análise do time de marketing, mas precisamos refletir se o padrão cinematográfico é o mesmo necessário para a comunicação com as empresas. Para conquistá-los devemos adaptar o storytelling já existente à criação de narrativas mitológicas e superpoderosas para encantar?
De certa forma, já estamos nesse universo ao personificar a marca nos assistentes virtuais. Mais do que um porta-voz, o assistente virtual representa os posicionamentos, levanta as bandeiras que a empresa defende, transmite os valores e aproxima ainda mais a marca do consumidor com a humanização. Com eles é possível ter uma relação mais afetiva e assemelhar-se com uma personalidade própria, mas que é um reflexo da marca.
Priscilla Guerra, psicoterapeuta, doutora em Pediatria e Ciências aplicadas à Saúde pela Unifesp, acredita que essa tendência se explica pela identificação inconsciente do indivíduo com o ser mitológico, o qual, supera obstáculos e alcança objetivos. “Desta forma, a fantasia heroica favorece a elaboração de alguns processos internos, em detrimento, da própria realidade ou do drama, que impõe limites, por vezes, insuperáveis”.
A busca por representatividade e a sinergia com o propósito são mais do que tendências. O estudo 2022 Global Marketing Trends entrevistou mais de mil executivos globais e 11.500 consumidores de todo o mundo, incluindo 500 brasileiros. A proposta da pesquisa é de contribuir com a construção de conexões para alavancar o crescimento dos negócios tendo o cliente no centro da estratégia. Entre os apontamentos, as empresas com propósito são cada vez mais valorizadas. Do público total, 76% afirmam que são mais propensos a comprar de marcas que se comprometem com questões sociais e desigualdades.
Os participantes também demonstraram estar atentos à diversidade na comunicação e, especialmente, os brasileiros. Em contraste com a média global, os brasileiros com mais de 26 anos consideram-se mais propensos a propagandas que são inclusivas. “Um propósito integrado pode ser especialmente necessário em um mundo onde muitos consumidores ainda enfatizam preço e qualidade ao fazer decisões de compra”, afirma o estudo.
Autenticidade, aceitação e inclusão também são conceitos prioritários para os consumidores segundo a pesquisa “10 Principais Tendências Globais de Consumo 2022” da Euromonitor Internacional. O estudo aponta para pessoas com hábitos de consumo que as valorizem e que compartilhem as mesmas preocupações, especialmente com sustentabilidade e bem-estar.
Seja um discurso mais inspiracional, com um encanto mitológico, ou um mais realista, o que realmente conquista é a autenticidade do posicionamento da marca, a sinceridade no relacionamento e o comprometimento com as causas que defende. Mais do que um discurso bonito e bem ensaiado, os consumidores estão atentos ao que as empresas estão realizando em todos os campos – do ponto de venda aos influenciadores que apoia.
*Por Anderson Passos, gerente de Marca e Relacionamento na Vedacit.
Ser autêntico e gerar valor de marca já não é tão simples. Entenda o novo papel do marketing na visão de Elio Silva, diretor-executivo de Canais e Marketing da Riachuelo.
Jornadas que se cruzam, clientes de diferentes perfis acessando canais com expectativas distintas. Uma mudança cultural irrompe nas relações de consumo e é natural hoje que muitas marcas enfrentem muitos desafios quando pensam sobre as melhores estratégias de marketing para serem autênticas nesse cenário.
O cliente está sim mais exigente, e toda marca deve adequar sua operação com foco na resolutividade e nas exigências desse novo consumidor. Batemos nessa tecla e não é à toa: cada cliente tem seu momento.
Elio Silva, diretor-executivo de Canais e Marketing da Riachuelo compactua dessa análise e ressalta que, seja no online ou no físico (ou no phygital), o desafio do marketing hoje está em gerar valor e autenticidade para a marca entendendo o seu consumidor.
“O desafio hoje está no entendimento do seu público. E não é tão simples. Hoje, nas redes sua marca está sendo avaliado o tempo todo. Agora, a transparência é a chave e o grande desafio para enfrentar os problemas e, claro, você deve utilizar a tecnologia a seu favor”, analisa Elio Silva.
Para Elio, as relações de sucesso entre marcas e clientes estão sendo pautadas pela transparência e o entendimento da importância da diversidade em todas as etapas de contato com clientes.
“Nunca tivemos gerações tão distintas consumindo. Por exemplo, alguns clientes não querem resolver seus problemas por canais digitais e vice-versa. Já com a nova geração, temos que investir muito em tecnologia e inteligência artificial para trazer agilidade”, diz Elio.
Autenticidade e gerar valor não é tão simples
Sobre este momento onde muitas marcas estão sendo guiadas por tendências, sem ao menos saber como se posicionar nesse turbilhão de novidades, Elio entende que uma empresa com uma deficiência interna não vai conseguir gerar autenticidade, valor de marca e confiança para o público.
“Hoje uma empresa tem que trabalhar com a possibilidade de abrir suas portas para que cada cliente tenha o conhecimento dessa marca”, frisa o diretor sobre a importância da transparência e como ela pode auxiliar nessa jornada onde o consumidor está interessado em marcas autênticas e em sinergia com seus valores.
Para Elio, uma cultura forte, que seja transmitida para todos os colaboradores é o princípio dessa estratégia para criação de valor. “A capacidade de traduzir sua visão e seu propósito, de ouvir o cliente e reagir, além, é claro, ter agilidade para entender e se movimentar nesse ecossistema e corrigir rapidamente suas falhas é fundamental”, destaca Elio. “Os melhores momentos virão de pequenas experiências”, complementa o diretor da Riachuelo”.
“Temos uma equipe que se dedica a conhecer desde um micro ao macro influenciador. Por exemplo, um micro tem um alto engajamento com um nível de autenticidade e respeito. Ou seja, o mais importante quando uma marca pensa em trabalhar com influenciadores é saber como adequar seus temas ao perfil desse influenciador. O cuidado está em usar tudo isso de forma criteriosa. Entender o que cada um faz, seu tom, e escolher aquele que despertará o engajamento necessário”, explica.
Em 2021, a Riachuelo lançou a campanha “Riachuelo começou a seguir você”, com música e clipe unindo as cantoras Giulia Be, Malía e Simaria, três mulheres com personalidades marcantes e de estilos musicais diferentes:
Por fim, Elio avalia que já foi a época na qual a área de marketing era quem criava todas as ações e estratégias sobre aquilo que desperta emoções e cria experiências significativas para seus clientes.
“Hoje é tudo mais integrado. O marketing é mais responsável por traduzir esses momentos que acabam derivando de uma interação muito maior com outras áreas de uma empresa”, conclui.