Descomplicar a logística reversa é estratégico para o e-commerce

A logística reversa é uma das grandes demandas de mercado dos varejistas virtuais e marketplaces a serem atendidas. Afinal, são frequentes as trocas e devoluções de produtos adquiridos no e-commerce. Além disso, há uma baixa oferta de transportadoras e operadores logísticos estruturados para realizar este tipo de serviço com qualidade.

Em recente pesquisa divulgada em parceria com o E-Commerce Brasil, a principal dúvida dos embarcadores em relação à logística foi exatamente sobre a abrangência da área de cobertura da transportadora — se ela atende a todas as regiões brasileiras. Esta demanda vale para as entregas, mas é muito importante também na hora da logística reversa. Especialmente em momentos de grande volume de transações no e-commerce, como nos períodos da Black Friday, do Natal e das liquidações do início do ano.

A possibilidade de trocar ou devolver facilmente uma mercadoria é cada vez mais essencial, e acaba fazendo parte da experiência de compra dos e-shoppers. Imagine que a fidelização de um marketplace ou de um varejista online também está relacionada à logística reversa. Isso porque consumidores sentem-se seguros e voltam a comprar de empresas que oferecem um processo ágil de devolução e, se possível, de forma gratuita.

A última pesquisa Barômetro do DPDgroup com e-shoppers brasileiros tratou de logística reversa. Ela revelou que apenas 7% dos pesquisados tiveram que fazer devoluções em sua última compra; além disso, a maioria, ou 51%, não teve problemas e considerou que a experiência foi fácil e simples, algo que demonstra uma evolução neste tipo de atendimento. Contudo, ainda há gargalos e um caminho considerável de melhora a se percorrer.

Neste sentido, é fundamental que os players do e-commerce contem com uma transportadora ou operador logístico com infraestrutura e presença nacional para atender a logística reversa — até pelo fato de ela ser muito complexa e estratégica para qualquer negócio. Esta escolha dependerá do tamanho do varejista e da prioridade dada a este tipo de serviço, considerando-se os custos versus os impactos positivos na experiência de compra de seus clientes.

Sendo possível, o ideal é estabelecer parcerias logísticas com empresas que realizam todo o cross-docking. Ou seja, que coletam a mercadoria; fazem a triagem em seus centros de distribuição; e entregam aos consumidores finais (ou fazem a devolução da mercadoria aos embarcadores). E, claro, que ainda ofereçam atendimento de qualidade, incluindo comunicação online e direta e várias soluções de logística reversa a fim de que o consumidor escolha a mais conveniente.

Hoje em dia, as soluções OOH (Out of Home, ou Fora de Casa, em português) vêm ganhando destaque na logística do e-commerce por meio dos PUDOS (pontos Pick up e Drop off) e dos lockers. Isso funciona não apenas para que o consumidor escolha um ponto perto de sua casa ou trabalho para retirar sua encomenda, mas também para trocas e devoluções de produtos comprados no e-commerce.

Totalmente apoiadas em novas tecnologias digitais, estima-se que, por volta de cinco anos, estas soluções fora de casa respondam por cerca de 20% das operações do e-commerce. Ou seja, o serviço de drop off dos PUDOS dará uma importante contribuição à logística reversa. Isso porque o consumidor consegue despachar o produto a ser trocado ou devolvido em um ponto próximo, com toda comodidade, praticidade e conveniência.

A coleta domiciliar, que pode ou não ser feita com hora marcada, é outra forma de logística reversa, e talvez seja a mais convencional oferecida pelas transportadoras aos varejistas e marketplaces. Porém, ela pode ser mais complicada e custosa, sendo mais indicada para produtos pesados, volumosos e com maior valor agregado.

Em um cenário em que a logística reversa está intimamente ligada à experiência de compra e à fidelização do cliente, é tarefa primordial ao e-commerce mitigar esse gargalo logístico. É preciso priorizar a execução deste serviço de pós-venda e buscar um parceiro que atue com qualidade também nas trocas e devoluções. Por parte das transportadoras e dos operadores logísticos, a necessidade é investir cada vez mais em abrangência e em opções de serviços. Tudo para que a logística reversa seja descomplicada e muito mais ofertada no ecossistema do varejo virtual.

Seller Analytics: conheça as estratégias da concorrência no Mercado Livre

Se você vende online, com certeza tem informações sobre a sua operação na ponta da língua. Muito provável que você saiba qual é o produto mais vendido ou o faturamento do último mês, por exemplo.

O quanto ajudaria na sua estratégia de vendas ter em mãos essas informações de seus concorrentes? Já existem no mercado algumas ferramentas que trazem alguns insights, mas cobram mensalmente pelo uso.

O Seller Analytics nasceu para ajudar quem vende online sem cobrar nada por isso. Com essa ferramenta, você desvenda os anúncios do Mercado Livre de forma simples. Você pode baixá-lo gratuitamente na Chrome Store. Confira as vantagens:

Descubra se um produto vende bem antes de vendê-lo

Aumentar a oferta de produtos é uma alternativa para atrair mais clientes, mas existe sempre o risco do item não ter a performance de vendas desejada. Descobrir informações estratégicas como o número de vendas e a taxa de conversão ajuda na tomada de decisão. Esses e outros dados podem ser acessados em tempo real.

Faça simulações e negocie com os fornecedores

Ter poder de negociação junto aos fornecedores é importante e o Seller Analytics também pode ser usado para fazer uma busca mais eficiente para encontrar e negociar os custos dos produtos junto aos fornecedores. Com a extensão, você avalia se vale a pena comprar aquele produto porque consegue ver o preço e margem de lucro, por exemplo.

Dica de mestre: Leve em conta comprar todo o estoque do fornecedor e ter um produto exclusivo no mercado. Essa estratégia dá margem até para negociação de custos e aumento da margem de lucro, uma vez que o item se torna exclusivo.

Facilidade para precificar seus produtos 

O momento da precificação dos produtos pode ser um desafio para quem vende online. Deixe de lado as planilhas de pesquisa de preço e faça simulações automáticas, com sugestão de preço e margem de lucro ideal.

Você pode estudar a precificação de seus concorrentes e seja mais assertivo com seus valores.

Anúncios de qualidade

Os anúncios são a porta de entrada para os seus clientes. Ter versões de anúncio clássico e premium é uma alternativa e o Seller Analytics permite simulações para que você crie anúncios de mais qualidade.

Estoque em dia para vender sempre

Outra vantagem é entender a sazonalidade das vendas dos concorrentes. Com o Seller Analytics, você visualiza o número de vendas feitas nos últimos meses. Essa informação pode ser estratégica tendo em vista que o seu produto passa a ter mais relevância quando o estoque do concorrente se esgota.

De olho no concorrente, mas sem deixar a sua operação de lado

É importante estudar a concorrência, mas você não deve deixar seu negócio de lado. Com o Seller Analytics você também controla sua operação de forma mais eficiente. Na aba minhas métricas, você tem acesso ao número de novos anúncios cadastrados, ao faturamento, número de pedidos atrasados e produtos mais vendidos dos últimos sete dias.

Cross Border: tendência da China ganha o e-commerce brasileiro

Marketplaces asiáticos revolucionaram o modo de compra internacional e vendas no Brasil já ultrapassam os R$ 20 bilhões.

O continente asiático é um dos maiores polos de inovação do planeta. E quando falamos de e-commerce, a China desponta como principal referência, mantendo com sucesso a liderança global em vendas online e exportando tendências para o comércio eletrônico no mundo todo.

Uma delas é o cross border, também conhecido como “comércio transfronteiriço” e que se baseia na compra e venda de produtos internacionais por meio de marketplaces, como Aliexpress, Shopee, Amazon, E-bay, Mercado Livre e Shein.

O Cross Border cresceu 76% em receita no Brasil em 2020, segundo pesquisa da Ebit | Nielsen, gerando R$ 22,7 bilhões, o que representa mais de 20% do e-commerce brasileiro. De acordo com o relatório Comércio Sem Fronteiras 2021 (Borderless Commerce Report), realizado pelo PayPal, cerca de 57% dos brasileiros fizeram pelo menos uma compra internacional no último ano.

“Os consumidores brasileiros enxergam vantagens promissoras na compra de produtos dentro dos marketplaces chineses, seja o preço baixo, a variedade de produtos e até mesmo a rapidez de entrega. Foi uma solução e tanto para quem queria comprar produtos de fora, mas se deparava com as restrições de viagem impostas pela pandemia. E os marketplaces chineses souberam aproveitar o cenário favorável e investiram em serviços cada vez melhores, com atendimento em português nos portais, melhoria nas condições de frete, oferta de formas de pagamento local, entre outros aspectos”, avalia Franklin Bravos, CEO da Signa, startup que já profissionalizou mais de 500 e-commerces no Brasil.

Da China para os marketplaces brasileiros 

De olho nesse ‘boom’ de vendas dos grandes players internacionais, empresas brasileiras como Magazine Luiza, B2W e Via Varejo estão apostando no e-commerce cross border e buscam se adequar a essa tendência do mercado, investindo em novas formas de pagamento e na cadeia logística.

“As empresas brasileiras viram o potencial do cross border e buscam implantar tecnologias que as permitam atingir públicos de forma global”, explica Bravos. “No Brasil, o cross border segue em fase embrionária, mas, com o avanço da digitalização e o crescimento do e-commerce, esse cenário poderá mudar rapidamente. Certamente, será um dos principais caminhos para lucrar mais e diversificar a base de clientes em nível global”.

Com atraso e aos poucos, atacarejos se rendem às vendas pela internet

Seguindo o comércio varejista, o setor de atacado começa a se digitalizar, de olho em regiões mais distantes do País. A iniciativa ainda é tímida, mas é apontada por especialistas como uma tendência irreversível, já que a aposta é que, mesmo com o fim da pandemia, as pessoas continuem a comprar pela internet.

Prova disso é que a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) iniciou, na semana passada, um marketplace batizado de AbasteceBem. O shopping virtual é voltado a venda a empresas, e não ao consumidor final. “A demanda de um marketplace veio dos próprios atacadistas”, conta Leonardo Severini, presidente da Abad. Por enquanto, sete atacadistas participam do marketplace, mas há 150 empresas interessadas.

O e-commerce entre os atacadistas é algo relativamente novo. Pesquisa da consultoria Nielsen para a Abad revelou que, em setembro do ano passado, quase metade dos atacadistas (48,4%) não estava no comércio online, 19,7% estavam em fase de construção desse canal e 31,9% já usavam o e-commerce. Destes, só um terço estava em marketplaces.

É uma realidade que começa a mudar. Em agosto, o Atacarejo Raiz ingressou no Mercado Livre. A empresa faz parte do grupo Lopes, de Guarulhos (SP), que tem 29 lojas de supermercados e três atacarejos. A companhia viu a possibilidade de chegar aos 70 milhões de clientes ativos do gigante da internet. “É uma plataforma de vendas muito forte, com um potencial de negócio fantástico”, afirma José Osvaldo Leivas, diretor-presidente do Lopes Supermercados.

Custos

German Quiroga, consultor técnico do projeto da Abad, diz que o baixo custo de acesso ao marketplace é o grande atrativo. “É óbvio que a loja física continua super-relevante, mas o consumidor mudou. Temos de pensar numa forma mais inteligente e barata para atender os clientes”, diz.

No marketplace da Abad, cada atacadista administra as suas entregas ou as mercadorias vendidas podem ser retiradas pelos clientes nas lojas. O objetivo é ter em três anos o marketplace consolidado, prevê o presidente da associação.

Já no caso do Raiz, os estoques ficam nos centros de distribuição do Mercado Livre pelo Brasil, que garantem a realização da entrega em até dois dias. “Se o cliente compra da indústria ou de outro distribuidor, demora de cinco a seis dias para receber o produto”, explica Leivas. Uma parte do custo do frete é subsidiada pelo atacarejo e a outra, pelo consumidor.

O Raiz já negocia a entrada do atacarejo em um segundo marketplace e planeja ter o próprio site no ano que vem, além de manter a presença nas plataformas de entrega rápida.

Devagar

Enquanto atacadistas e atacarejos menores avançam no online, os gigantes do atacarejo caminham em marcha lenta. O Assaí, que pertence ao gigante francês Casino (também dono do Grupo Pão de Açúcar), não tem e-commerce próprio nem está em marketplaces. No momento, no entanto, o atacarejo tem um projeto ousado de abertura de lojas físicas.

Em setembro, a companhia fechou parceria com o aplicativo de entregas Cornershop by Uber. O Assaí informa que, por enquanto, a melhor estratégia para atender seu cliente é usar aplicativos de última milha (chamado de “last mile”). A companhia tem intenção de fechar acordos com outros aplicativos desse segmento nos próximos meses.

Faz um ano que o concorrente Atacadão, que pertence ao grupo Carrefour, comprou a CotaBest, uma startup referência no mercado de atacado online. Com isso, montou um marketplace onde estão presentes 300 vendedores parceiros. A empresa informa que os clientes desse marketplace são outras empresas, e não o consumidor final. A companhia também firmou parcerias com aplicativos de entrega, como Rappi e Cornershop.

“Assaí e Atacadão estão mais atrasados na digitalização, estão entrando de forma mais experimental”, afirma Quiroga, da Abad. A razão, segundo o consultor, é que essas redes de atacarejo têm uma posição muito interessante no mercado com lojas tradicionais. Por isso, optam por explorar outros canais de vendas apenas quando atingem uma posição consolidada no varejo físico.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Mercado Livre, Americanas e Magazine Luiza terão que provar ter a entrega mais rápida ou mudar propaganda

Uma decisão do Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) da última terça-feira fará com que três grandes varejistas on-line, o Magazine Luiza, Mercado Livre e Americanas tenham que ajustar suas propagandas em que alegam ter a entrega mais rápida do país.

O processo começou em junho, quando o Conar analisou uma reclamação do Mercado Livre por anúncio da Americanas na Black Friday de 2020 nas redes sociais em que a empresa alegava ter a entrega mais rápida.

Segundo o Mercado Livre, a afirmação não tinha “comprovação confiável”, o que poderia levar o cliente ao engano. A informação foi antecipada pelo jornal Valor Econômico.

Junto ao processo, o Mercado Livre anexou uma pesquisa em que demonstraria ter a entrega mais rápida do país.

Na defesa, a Americanas alegou que é a única empresa que se compromete a entregar os produtos em menos de três horas, o que seria “um fato objetivo e inconteste”.

Os conselheiros do órgão concordaram que a Americanas oferecia a entrega mais rápida em determinados locais do país naquela ocasião e era só isso que a empresa poderia alegar.

Tanto o Mercado Livre como o Magazine Luiza, que também alegava ter a entrega mais rápida do Brasil, recorreram. Em julgamento da última terça-feira, os pedidos foram negados.

Em nota, o Magazine Luiza disse que foi autorizado pelo Conar a dizer que tem a entrega mais rápida do Brasil desde que indique a metodologia da pesquisa que comprova a afirmação, como, ressalta, já é uma prática da empresa.

“O Magalu trabalha com uma pesquisa robusta, que confirma nossa eficiência e agilidade nas entregas. O uso da expressão ‘Entrega mais Rápida do Brasil’ pelo Magalu, como reconhecido pelo Conar, é respaldado em pesquisa independente, atualizada periodicamente. Essa pesquisa considera os prazos de entrega de oito empresas do setor, em 45 praças – entre capitais e cidades do interior – e de mais de 3.500 produtos de 48 categorias diferentes”, diz a nota.

Também em nota, a Americanas ressaltou que a decisão do Conar envolvia a campanha da Black Friday do ano passado e que o órgão “reconheceu que a Americanas oferecia a modalidade mais rápida de entrega em produtos e locais elegíveis”.

Já o Mercado Livre informou que o Conar entendeu que seria possível que a empresa afirmasse ter o “envio mais rápido do Brasil”, desde que informasse a metodologia com “clareza e veracidade”.

“Isso significa mencionar os critérios do estudo independente realizado por consultoria externa, a pedido do Mercado Livre, em agosto e setembro de 2021”, disse.

Entregas no Brasil ficaram muito mais rápidas em 2021, Black Friday foi beneficiada

Fazendo uma breve análise sociológica dos consumidores de e-commerces, podemos traçar três perfis:

  1. O comprador que vai olhar todo dia o rastreamento da encomenda para saber como está o transporte do produto, se já está na cidade de destino. Esse caso ainda possui um nível avançado, que já estará na porta de casa ou do condomínio esperando o pacote chegar.
  2. Aquele que vai olhar pelo e-mail a notificação de que a compra foi para a transportadora e vai olhar vez ou outra. Esse, mais tranquilo que o anterior, já aceitou que não adianta fazer nada além de aguardar com calma. Eu me encaixo nesse perfil.
  3. Esse é o Senhor/a Relax. Vai realizar a compra e só lembrar dela quando receber e ainda se perguntará “o que eu comprei mesmo?”. Esse terceiro perfil atingiu o Nirvana do e-commerce, o verdadeiro Zen das esperas de encomenda.

Felizmente para todos esses três perfis, o cenário das compras digitais está mais acelerado. Transformando o conceito de modernidade líquida de Bauman em algo melhor que lamentação da Gen Z, agora os produtos foram feitos para serem entregues o mais rápido possível. Assim como o filósofo polonês dizia que tudo é feito para acabar rápido, as entregas dos e-commerce também estão seguindo o conceito.

Amazon, Shopee e AliExpress, para começar citando as empresas estrangeiras, investiram mais no público brasileiro em 2021. A primeira já possui 12 centros de distribuição (CD), a Shopee abriu seu primeiro CD no Brasil este ano, enquanto a AliExpress ampliou de cinco para seis os voos de carga para o país. Além disso, a Amazon e a Shopee realizam a operação de fulfillment. Esse sistema, criado pela americana, permite que os lojistas parceiros armazenem os produtos direto nos galpões dos marketplaces, ganhando tempo de entrega.

As empresas brasileiras (e argentina no caso do Mercado Livre) não estão atrás. Na Black Friday, diversos clientes foram beneficiados pelo investimento em logística dos e-commerces. A divisão brasileira do Mercado Livre lançou no ano passado a sua companhia aérea. A frota de 737 da Meli Air é operada em parceria com Sideral Linhas Aéreas. A Sideral realiza os voos, enquanto o Mercado Livre faz as operações de carregamento e cria as rotas.

Vinicius Karasinski, gerente de operações em agência de marketing, fez uma compra no Submarino na noite de quinta-feira e recebeu na manhã do dia seguinte. Karasinski, que gosta de monitorar as compras online, confessou surpresa com a agilidade. “O prazo rápido foi realmente uma surpresa. Eu imaginei que poderia receber o produto rapidamente pois sou de Curitiba e sei que a B2W (grupo proprietário do Submarino e das Americanas) tem um CD aqui na região. Inclusive no momento da compra quando dizia ‘será entregue amanhã’ eu confesso que não acreditei, mas realmente chegou em menos de 12 horas”, contou Vinicius.

Quem acompanhou as lives do Adrenaline e do Mundo Conectado assistiu Diego Kerber comprando uma SmarTV. Kerber fez a compra nas Americanas, que realizou uma parceria com a Asas Linhas Aéreas, a mais nova companhia aérea cargueira do Brasil. A televisão, comprada na quinta, chegou na segunda-feira e tinha previsão de entrega para quarta-feira. “Fizeram chegar em um dia útil e meio. […] Eu achei ótimo o prazo que conseguiram”, disse Diego.

A parceria das Americanas com a cargueira tem justamente esse objetivo: agilizar as entregas. E com as lojas online visando oferecer a mesma experiência que comprar em loja física, não fiquem surpresos com outras varejistas brasileiras fazendo parcerias com empresas cargueiras.

Por Felipe Freitas

Felipe Freitas é formado em jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mas, segundo quase todo mundo, tem cara de quem fez Sistemas. Começou nos jogos com o SNES do seu tio, nunca passou da parte da montanha em Legend of Legaia e adora jogos com histórias bem feitas. Não perde a chance de fazer uma Jojo Pose.

Grupo Alibaba anuncia reestruturação e troca comando da equipe financeira

O Alibaba Group Holding anunciou, nesta segunda-feira, 6, uma reestruturação na equipe de e-commerce e nomeou um novo diretor financeiro, à medida que a gigante de tecnologia enfrenta crescente pressão do governo chinês, desaceleração do crescimento e queda no preço das ações.

A empresa informou que suas várias unidades de e-commerce chinesas seriam combinadas em uma a partir do próximo ano e que formaria uma nova equipe internacional de comércio digital. A diretora financeira Maggie Wu deixará o cargo e Toby Xu, atualmente o vice-diretor financeiro, a sucederá a partir de 1º de abril, disse o Alibaba. Wu continuará como sócia e diretora executiva no conselho.

O CEO da companhia, Daniel Zhang, em uma carta a funcionários, destacou que a nova estrutura é um esforço para “capacitar a organização da empresa para se tornar mais ágil”.

A remodelação ocorre após um ano tumultuado para a empresa sediada em Hangzhou. American Depositary Receipts (ADRs) caíram ao nível mais baixo em mais de quatro anos. A nova estrutura parece estar de acordo com o que o Alibaba chama de seus três pilares estratégicos: consumo doméstico, globalização e computação em nuvem.

No início deste ano, o Alibaba pagou uma multa recorde de US$ 2,8 bilhões depois que uma investigação antitruste descobriu que a corporação havia abusado de sua posição dominante no mercado. A empresa também injetou mais dinheiro em negócios nascentes este ano, em busca de mais áreas de crescimento e para afastar rivais como o app de compras Pinduoduo, bem como empresas como a proprietária da TikTok, ByteDance Ltd., que está entrando no comércio eletrônico.

Fonte: Dow Jones Newswires

Conar volta a julgar as ‘entregas rápidas’ de Magalu e Mercado Livre

Para chamar a atenção do público e estimular as vendas, as plataformas de e-commerce costumam destacar a agilidade da entrega em suas campanhas publicitárias. Neste ano, duas campanhas do Magalu e do Mercado Livre, que angariavam o título de “entrega mais rápida do Brasil”, foram parar no Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar).

A questão, que teve início ainda em 2020, teve uma nova decisão do Conar nessa terça-feira, 30. Tudo começou quando, no fim do ano passado e no começo de 2021, as duas empresas veicularam campanhas publicitárias prometendo aos consumidores a entrega mais rápida do Brasil. Algum tempo depois, cada uma delas abriu uma representação no Conar alegando que a concorrente não poderia fazer tal afirmação em um material publicitário.

Para responder ao Conar, tanto o Magalu quanto o Mercado Livre apresentaram pesquisas e levantamentos internos que destacavam seus prazos de entrega e que, portanto, embasariam tais informações de entrega ágil. No dia 30 de junho o Conselho Nacional de Autorregulamentação avaliou os processos e determinou pela alteração nas campanhas, alegando que as marcas precisariam indicar e deixar claro aos consumidores a veracidade daquelas informações.

Disputa de “entrega mais rápida” chega ao Conar

Após a decisão de junho do Conar, as duas empresas recorreram à sentença, apresentando novamente os dados de suas pesquisas que embasariam a utilização da mensagem de ‘entrega mais rápida’. Em reunião nessa terça-feira, 30, o Conar manteve a decisão da primeira instância, solicitando a alteração das peças publicitárias, com o devido destaque para as informações a respeito da agilidade dos serviços de entrega.

Americanas e Mercado Livre

Em junho deste ano, o Conar já havia julgado um processo semelhante a esse, aberto pelo Mercado Livre contra uma campanha publicitária veiculada pela Americanas.com em suas redes sociais. De acordo com o denunciante (no caso, o Mercado Livre), a alegação feita pela Americanas.com de ter mais rapidez na entrega necessitava de comprovação.

O Conselho, primeiramente, tentou uma conciliação entre as duas partes, mas não houve acordo. Como defesa, a B2W, detentora da Americanas.com, apresentou pesquisa para justificar a afirmação da entrega rápida. De sua parte, o Mercado Livre também apresentou novos dados a respeito de suas entregas a fim de argumentar que a alegação da concorrente não tinha veracidade.

Os conselheiros do Conar analisaram os dados das duas empresas e concluíram que os estudos apresentados revelavam que, na Black Friday de 2020, a B2W podia alegar que tinha a modalidade mais rápida de entrega em determinados locais do País.

Vender em marketplaces: como um integrador ajuda a organizar a operação multicanal

Vender em marketplaces pode ser um plano estratégico excelente para ser multicanal e aumentar as vendas, pois é uma das maneiras mais acessíveis de ingressar e expandir no comércio online.

Mas um dos principais desafios de vender em marketplaces é conciliar a operação de diferentes canais de maneira ágil e eficiente. Afinal, é necessário integrar estoque para evitar falhas nos envios ou perda de vendas, organizar a operação para atender aos pedidos que chegam de canais diferentes, importar e replicar anúncios de produtos, entre muitas outras ações necessárias para o bom funcionamento das vendas online.

Para vender em marketplaces diferentes com sucesso, é importante contar com uma ferramenta que unifique toda a operação e organize os processos, como um integrador de marketplace.

Mas o que é integrador de marketplace?
Integrador de Marketplace é um sistema que unifica a operação multicanal. Na prática, a ferramenta permite que vendedores de e-commerce e de diferentes marketplaces possam integrar todos esses canais em uma só tela, para facilitar e melhorar toda a operação.

Sem um integrador, o vendedor precisa ter estoque separados, cadastrar os produtos em cada um dos sites, gerenciar os pedidos separadamente, entre outras tarefas que são prolongadas e dificultadas.

Todas as vezes que houver ajuste de preço, o lojista entraria em cada um dos marketplaces para ajustar a informação. Tudo isso demandaria muito tempo e facilmente ocasionaria falhas nos pedidos e no estoque, é um processo inviável.

São por essas razões que existe o integrador de marketplace, para que esse vendedor possa gerenciar todas as operações em uma só ferramenta de maneira rápida, fácil, automatizada e organizada.

Impressão massiva e sequencial
A impressão ZLP de maneira massiva e sequencial de nota fiscal, etiquetas e declaração de conteúdo é algo que agiliza a operação de milhares de vendedores que precisam atender a prazos curtos de postagem de pedidos.
Para tornar esse serviço mais simplificado e intuitivo, existe a função de integração com a impressora ZPL. Isso ajuda a economizar tempo, otimizar o dia a dia de trabalho e agilizar a separação e envio de itens.

Contudo, infelizmente não são todos os integradores de marketplaces que possuem essa função. Por isso, fique atento na hora de escolher o hub de integração para o seu negócio.

Centralização e maior controle de estoque

Um dos principais benefícios de um integrador de marketplace é centralizar o estoque independentemente da quantidade de canais online que o vendedor utilize.

Sem um hub, é complicado gerenciar a quantidade de produtos em cada um dos sites, o que na maioria das vezes gera falhas no estoque e nos pedidos, perda de vendas e prejuízos na reputação do lojista.

Gestão de pedidos em um só lugar

No hub de integração é possível receber os pedidos da loja virtual e dos marketplaces em um único sistema. Dessa maneira, o lojista tem uma visão completa da sua operação, pois em uma única ferramenta consegue gerenciar os pedidos que chegam, o estoque é alterado automaticamente, pode emitir nota fiscal, gerar etiquetas e atualizar o status dos pedidos para que os marketplaces e os clientes sejam notificados.

Visão completa da sua operação

Além de manusear todos os pedidos em um lugar só, o integrador de marketplace ajuda a unificar toda a operação para melhorar a gestão, permitindo analisar dados de todos os canais de venda em um sistema.

Monitore os repasses feitos por marketplaces e outros canais de venda

Vender em marketplaces requer cuidar de várias tarefas simultaneamente, e uma das mais importantes para a saúde financeira da empresa é monitorar os repasses feitos pelos marketplaces, função que também é possível no Integrador.

O que falta para o comércio eletrônico brasileiro atingir um nível chinês, segundo o diretor do AliExpress no Brasil

Yan Di, country manager do AliExpress no Brasil, falou sobre tendências do e-commerce e plano de permitir que sellers brasileiros vendam para 220 países.

Já tem mais de dez anos que o primeiro e-commerce internacional desembarcou na América Latina. O AliExpress, braço de comércio eletrônico transfronteiriço da gigante chinesa Alibaba (BABA34), chegou ao Brasil em 2009. Desde então, acompanha o desenvolvimento local desse mercado. Houve uma aceleração com a pandemia do novo coronavírus – mas, para o principal executivo do AliExpress no país, falta tanto competição quanto união para que o e-commerce brasileiro chegue aos níveis chineses de receita.

“O e-commerce brasileiro faturou US$ 15,6 bilhões em 2020. Na China, o faturamento passou de US$ 1,3 trilhão. É um mercado cerca de 80 vezes maior, enquanto a população é apenas 6,6 vezes maior do que a brasileira”, afirmou Yan Di, country manager do AliExpress no Brasil, em conversa com o Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney. “A margem por lá foi reduzida ao máximo possível, enquanto aqui as empresas trabalham com uma margem excessiva e que poderia ser revertida para o vendedor ou para o consumidor.”

Yan Di também falou sobre a estratégia adotada pelo AliExpress no país durante a pandemia; sobre os resultados globais e nacionais do Dia dos Solteiros, o maior dia de vendas para o Alibaba; e sobre as tendências para o e-commerce brasileiro em 2022. A conversa foi feita alguns dias antes da Black Friday, que aconteceu na última sexta-feira (26). Veja os principais trechos da entrevista:

O AliExpress começou a operar no país em 2009. Hoje, o Brasil está entre os cinco maiores mercados para o marketplace. A que se deve esse crescimento?

O Alibaba é a maior empresa de e-commerce do mundo em GMV [volume bruto de mercadorias]. No Brasil, dados da agência de marketing Conversion mostram que a participação do AliExpress no segmento de comércio eletrônico cross border [transfronteiriço] é de 32,6%, ante 15,1% da Amazon.

Uma grande vantagem nossa é que não somos uma empresa estreante. Estamos no país faz doze anos e sabemos que nosso público nos conhece por dois fatores. O primeiro deles é uma vantagem de preço: 54% dos consumidores brasileiros consideram preço o fator mais importante em uma compra online. A Price Survey mostrou que nosso preço é 39,2% mais barato do que o do restante dos marketplaces brasileiros. O segundo fator é a variedade de produtos e o acesso a lançamentos. Temos 8,7 milhões de vendedores conectados na nossa plataforma, a maioria deles fabricantes da China. Então, o consumidor pode encontrar uma série de produtos e pagar mais barato por eles.

Fora esses dois fatores de reconhecimento, fomos incluindo novidades ao longo dos anos que nos tornaram diferente do AliExpress de antigamente. Temos uma equipe de atendimento que fala português, não mais apenas um robô. E temos uma política de devolução em que você recebe seu dinheiro de volta assim que confirmamos a devolução do produto em um ponto local. Aceitamos Pix e fazemos parcelamento em até seis vezes sem juros. Por fim, investimos em um marketing mais próximo do consumidor brasileiro, como a divulgação em reality shows.

No varejo, a pandemia representou tanto a digitalização do consumidor quanto a perda progressiva de poder de compra do brasileiro. Como o AliExpress encarou o momento no país?

Nós somos um dos maiores fornecedores da categoria de eletrônicos e a demanda continuou, mesmo nesses tempos. Isso porque esses aparelhos se tornaram algo obrigatório para o dia a dia, não algo secundário. O pessoal continua comprando, mesmo com dólar mais valorizado, porque compara os preços e vê que ainda assim vale mais a pena. Em alguns produtos específicos, como webcams, as vendas cresceram 38 vezes.

A pandemia impulsionou o comércio eletrônico. No nosso, tivemos a taxa de crescimento mais acelerada entre todos os marketplaces brasileiros em 2020. Em algumas categorias, testemunhamos crescimento de 130%. Temos mais usuários diários ativos do que Americanas e Magazine Luiza, segundo um relatório deste novembro no App Annie.

Investimos muito em otimizar a logística nesse período. Garantimos que as entregas internacionais cheguem a um aeroporto brasileiro em sete dias, e estamos trazendo um sexto voo semanal para o Brasil. E o usuário não precisa fazer uma assinatura mensal, porque entendemos que entregar com rapidez é um direito essencial.

Ainda, vendo que muita gente gostaria de comprar hoje e receber amanhã, abrimos as portas para vendedores brasileiros em agosto deste ano. Cobramos uma comissão entre 5% a 8% no formato local to local, mais baixa do que a média do mercado, e liberamos o pagamento para o vendedor em até sete dias após a confirmação de recebimento do produto.

A pandemia também aumentou a importância das ferramentas de live commerce e social commerce. Nós trouxemos essas técnicas da China, enquanto os players brasileiros ainda estão aprendendo sobre elas.

Como foi o último Dia dos Solteiros, mundialmente e aqui no Brasil? Qual a expectativa para as temporadas de compras seguintes, como Black Friday e Natal?

O faturamento global do Dia dos Solteiros foi de US$ 84,5 bilhões, ou mais de cinco vezes o faturamento total do e-commerce brasileiro em 2020. Batemos recorde tanto mundialmente quanto aqui no Brasil. Aqui, houve um crescimento de 72% sobre o Dia dos Solteiros de 2020. Outro ponto interessante foi que os vendedores brasileiros tiveram seis vezes mais vendas no Dia dos Solteiros do que em um dia comum.

O Dia dos Solteiros e a Black Friday fazem parte de um único festival de compras, de quem aproveita inclusive para comprar os presentes de Natal. Nossa expectativa continua grande e sabemos que o sucesso vem e virá da tradição chinesa de unir mercadoria com conteúdo e entretenimento.

Qual é a estratégia futura para os vendedores brasileiros no AliExpress? Vocês pretendem aumentar a comissão e se aproximar dos níveis cobrados por outros marketplaces?

O Alibaba como um todo tem a meta de alcançar 2 bilhões de consumidores finais e 10 milhões de pequenas e médias empresas até 2036. Eu gostaria de reduzir mais ainda essa comissão, deixando mais espaço para os vendedores lucrarem.

As novidades que anunciamos vão na direção dessas metas. Implementamos o sistema de dropshipping, para o empreendedor que não tem dinheiro para comprar produtos ou não quer correr o risco de o estoque encalhar. Esse dropshipping funciona no país inclusive por meio de uma API, feita em parceria com a Nuvemshop. Ou seja, o empreendedor pode acessar todo o nosso inventário e colocar no seu site já com sua margem aplicada. Cerca de 30 mil vendedores brasileiros acessam atualmente essa API.

Ainda não temos uma data específica, mas também estamos caminhando para ser o player que levará comerciantes brasileiros para os mais de 220 países em que temos presença. Com o dólar tão valorizado, é o momento certo de eles terem acesso aos benefícios da internacionalização. Já fizemos essa experiência na Turquia – os merchants de lá podem vender e enviar produtos ao Brasil, por exemplo.

Como equilibrar a estratégia agressiva nas comissões com boas margens financeiras?

Sempre digo que o mercado de e-commerce brasileiro tem pouca concorrência. As pessoas dizem que eu exagero, mas eu acho que não. Comparada com a competição que vemos na China e no Sudeste Asiático, a daqui não está no mesmo nível.

A margem por lá foi reduzida ao máximo possível, enquanto aqui as empresas trabalham com uma margem excessiva e que poderia ser revertida para o vendedor ou para o consumidor. Pensam em margem, e não em escala. Já a gente acha que o sucesso da empresa é o sucesso do cliente sempre.

E como vocês veem a concorrência com outros players asiáticos, como a Shopee?

Achamos a concorrência sempre bem-vinda. Quando você soma os três maiores players de e-commerce aqui no país, vê uma contribuição de apenas 5,6% no varejo como um todo, online e offline. Na China, o top 3 tem uma participação de 29,6%. Então, não tem um player realmente grande no Brasil. Estamos em um mercado fragmentado e todo mundo pode agregar valor ao usuário, crescer e vencer.

Então, o obstáculo para o crescimento do e-commerce brasileiro está nessa falta de competidores?

O e-commerce brasileiro não chega ao nível nem do faturamento do e-commerce da Indonésia [US$ 33 bilhões em 2020], mesmo tendo um poder aquisitivo bem maior.

O mercado do e-commerce brasileiro ainda é pequeno por uma falta de mentalidade de união, que aí sim permitiria mais concorrência. Cada um olha para a sua fatia, e não a pizza toda. Estamos no momento de reduzir a margem o máximo possível, como um benefício para que o consumidor perca o medo e entre para o e-commerce. Se você não baixar o preço, a pessoa não vai decidir comprar pela internet. O setor precisa se unir em prol do ecossistema e criar uma pizza maior, para cada um receber uma fatia maior depois.

Outra contribuição é caprichar na experiência do usuário, com ferramentas de vendas democráticas. Um exemplo é o live commerce, que não depende de hardwares ou softwares sofisticados dos vendedores, e gera segurança e proximidade para o consumidor.

O segundo obstáculo para o crescimento do e-commerce brasileiro é a falta de infraestrutura, principalmente na parte de logística. Cada empresa de e-commerce está criando seus centros de distribuição, mas isso não é suficiente. Boa parte da infraestrutura logística brasileira restante é precária e o caminhão que sai desses centros não chega com rapidez. Cabe ao setor olhar essa questão de forma conjunta e conversar com o setor público.

Por que e-commerce explodiu de forma tão acelerada na China? Por que o país gastou trilhões de dólares por anos para construir ferrovias e rodovias. O Brasil precisa pensar nisso.

Na China, o AliExpress tem nove megacentros de triagem e distribuição automatizadas. Existe o plano de abrir um centro de distribuição no Brasil?

Com certeza está nos planos, já estamos acelerando essa abertura. Hoje usamos serviços de terceiros, como os Correios. Mas é essencial termos nossa própria infraestrutura, justamente porque o consumidor olha principalmente para preço e entrega. Para os paulistanos, colocamos um prazo de até cinco dias para as entregas dentro do país, depois que o produto chega a um aeroporto brasileiro. É uma questão de tempo para que esse prazo chegue a outras regiões, e essa concentração na região Sudeste é um problema do comércio eletrônico brasileiro como um todo.

Como você vê o crescimento do e-commerce brasileiro e do AliExpress no Brasil em 2022?

O setor como um todo vai se consolidar. Acho que os maiores vão crescer mais ainda, pensando naquela porcentagem de apenas, 5,6% de participação no varejo. Todos os comércios eletrônicos devem criar seções de vendedores locais e de vendedores cross border, porque todo mundo busca um equilíbrio de preços e prazos. Vejo ainda a continuação dos investimentos em integração entre offline e online, em logística e em ferramentas inovadoras de comunicação e vendas.

Quatro categorias tem um grande potencial de crescimento: cosméticos, eletrônicos, moda e fast moving consumer goods [produtos de giro rápido, como bebidas, higiene e alimentos]. Nessa última categoria, percebemos a recorrência maior como um benefício e recentemente fechamos parceria com a P&G.