Seller center: conheça a tecnologia que fomenta o crescimento em escala de Marketplaces

Em momentos de crescimento do e-commerce, o seller center tem se tornado indispensável para a escala e uma gestão eficiente de marketplaces.

Nunca houve um momento com tanta oportunidade para o comércio on-line como o atual. De acordo com o relatório eBit | Nielsen, a performance de vendas nesse canal alcançou em 2020 a marca histórica de R$ 87,4 bilhões em vendas, sendo R$ 73.2 bi movimentados apenas pelos marketplaces.

Diante das oportunidades, grandes empresas estão buscando adaptar seus modelos de negócios tradicionais para se tornarem marketplaces, e junto a isso, novos grandes desafios de gestão estão surgindo.

Afinal, como grandes empresas como Mercado Livre, B2W, Via Varejo e Magazine Luiza conseguem administrar altos volumes de ofertas, anúncios e lojistas? 

Além de contar com equipes e profissionais eficientes, essas empresas conseguiram estruturar a sua operação graças ao apoio uma tecnologia chamada seller center. Essa ferramenta é responsável pela centralização e tratamento de dados de todo o ecossistema do marketplace, sendo ela imprescindível para a gestão e o crescimento em escala do negócio.

Nesta reportagem, iremos explorar os conceitos de um seller center, os benefícios e as funcionalidades mais importantes para a infraestrutura dos marketplaces.

O que é um Seller Center?  

Seller Center é uma ferramenta de gestão de operação para marketplace que permite configurar e parametrizar as regras de negócio. Também conhecida por ser uma ferramenta de gestão de lojistas, a plataforma comanda todos os sistemas envolvidos no ecossistema do negócio, tais como gestão de frete, atendimento, financeiro e o ambiente do sellers.

O seller center é o “cérebro” do negócio, pois, a tecnologia permite visualizar informações cruciais sobre a operação. Sem ele, empresas estariam fadadas ao descontrole operacional, desestruturação e a perda de mercado.

Veja o exemplo da Black Friday, o mais importante evento do ano para marketplace.

Como fazer uma grande ação para essa data sem um controle dos sellers, distribuição ou repasses financeiros?

É inviável. Por isso, fazer a gestão do ecossistema do marketplace de maneira descentralizada é um dos maiores erros que uma empresa pode cometer. Sabendo disso, grandes players do mercado investem na contratação ou desenvolvimento de um seller center para garantir uma infraestrutura atrativa aos lojistas.

Segundo Fernando Schumacher, Co-fundador do Conecta Lá, tecnologias como essa permitem que os negócios alcancem um crescimento em escala, entregando infraestrutura para todos os pilares que sustentam o universo do business.

“O Seller Center permite trazer, por meio de vários outros sistemas que se integram ao seu, um volume maior de número de lojistas. Isso garante que você cresça em relação a número de ofertas e anúncios de maneira escalável e saudável” explica Schumacher.

Quem deve usar um Seller Center?  

Essa tecnologia é voltada para grandes empresas que geralmente já possuem e-commerces próprios e que estão buscando expandir a sua participação no mercado on-line.

Visando surfar na onda de crescimento dos Marketplace, grandes corporações encontram no seller center a solução que a empresa precisa para uma adaptação ao marketplace de maneira estratégica e sem prejuízos ao negócio.

A Amazon é um exemplo de empresa que buscou crescer ao transformar o seu negócio a um marketplace. A empresa começou vendendo livros, expandiu a sua participação para diferentes nichos de mercado e hoje é em um dos maiores ecossistemas de marketplace do mundo.

Atualmente, a empresa conta com um seller center próprio para manter a operação fluída. Porém, existe uma solução mais simples, a terceirização do serviço desse tipo de tecnologia.

Inovando no segmento de seller center, a empresa brasileira Conecta Lá atende às necessidade de grandes corporações. Oferecendo uma prestação de serviço do tipo SaaS – Software as a Service – a empresa é a única no mercado nacional que oferece esse tipo de solução.

É importante ressaltar que empresas que oferecem soluções seller centers têm um potencial de se tornar um grande e importante parceiro de negócio. Isso porque, cada projeto é tratado como único e as vendas dos serviços são consultivas.

Em geral, antes da implementação da tecnologia, esses parceiros analisam todo o contexto histórico da empresa, identificando os objetivos e desafios do business. Após aprovado, o onboarding da ferramenta pode durar entre 45 a 90 dias, a depender do grau de complexidade e integrações do negócio.

Portanto, não se trata apenas do uso da ferramenta em si, mas também de profissionais especialistas em marketplaces mostrando o caminho para empresas alcançarem a escala e gestão em seus negócios.

Benefícios do Seller Center para Marketplaces:  

Como já citado anteriormente, a gestão e escala são as duas principais vantagens de uma tecnologia seller center para o negócio. Com uma alta variedade de mix de produto, lojistas e uma infraestrutura bem estruturada na plataforma, o resultado obtido será certamente o crescimento e expansão do business.

#01 – Crescimento escalável do negócio

O maior benefício da implantação de um seller center é a garantir o crescimento do negócio de forma escalável e saudável, ou seja, oferecer um processo estruturado que permita a entrada de um grande volume de lojistas.

A ferramenta se integra de maneira fácil às tecnologias que compõem o ecossistema de um marketplace e, por isso, permite que a empresa cresça o número de vendedores na plataforma e de mix de produto (anúncios).

A partir dos seller centers é possível comandar todos os outros sistemas que são integrados a plataforma, como ERP’s, plataforma de e-commerce, ferramenta de catálogo, gateway de pagamento, entre outras.

Com uma visão inteligente sobre a operação, os gestores conseguem planejar ações para atrair novos vendedores na plataforma e assim, aumentar o mix de produto, resultando no crescimento escalável.

#02 – Gestão eficiente do negócio:  

O marketplace é um modelo de negócio que, ao ser implementado, se projeta um crescimento acelerado. Para chegar nesse objetivo a empresa precisa ter uma visão macro e gerencial sobre a operação, benefício que uma ferramenta de seller center traz de maneira automatizada, eficiente e ágil.

Por ser uma tecnologia de gestão dos sellers, ela permite acompanhar tudo o que está acontecendo de maneira centralizada. Veja alguns benefícios para a gestão que o seller center fornece ao business:

Gestão de lojistas: veja tudo que está acontecendo em termos de acontecimentos, regras, campanhas e novidades.

Gestão de catálogo de produtos por categoria: faça as segmentações dos produtos por categoria, gestão de informações obrigatórias para o cadastro de produto, entre outras.

Gestão de atendimento: veja e faça as intermediações dos chamados com os consumidores finais, configure regras para dar visibilidade aos sellers com as melhores reputações no site.

Gestão logística: entregue estruturas aos lojistas que facilitem a gestão e a previsibilidade em frete de quem vende no seu marketplace. A empresa pode criar pontos de contato dos seus centros de distribuição conectando-os com os sellers.

Gestão financeira: veja o status de repasse de pagamentos das comissões aos sellers, agendamentos, cancelamentos, pendências, etc.

Live commerce: a próxima grande evolução do e-commerce

Modelo nascido na China rende 50 mil transmissões ao vivo por dia naquele país.

Os resultados na região mostram o claro potencial. Rapidamente, tornou-se o formato de maior crescimento dos últimos anos na China. Em 2020, por exemplo, foram realizadas, em média, 50.000 transmissões ao vivo por dia, acumulando mais de 50 bilhões de visualizações, podendo representar movimentação de mais de 1 trilhão de iuanes ao ano, segundo a KPMG e a Ali Research.

Mas, afinal, o que o live commerce tem de especial? O primeiro passo para entender isso é avaliar que o e-commerce tradicional, estático e em vias de se tornar antiquado, já não é mais suficiente. Os marketplaces, tão populares por sua audiência, também não ajudam quando falamos em construção de marca, por não oferecerem aos vendedores quase nenhuma customização e muito menos a possibilidade de interagir diretamente com o consumidor final.

As marcas estão começando a avaliar o quão positivo é estar em meio ao mar de produtos de seus concorrentes, sem qualquer tipo de diferenciação. O e-commerce está amadurecendo, e o que irá determinar o sucesso das marcas no futuro será sua capacidade de geração de conteúdo relevante e de gestão de suas comunidades on-line.

O live commerce, entretanto, surge como uma solução para as lacunas do e-commerce tradicional. O primeiro ponto é a interação direta entre marca e consumidor. Durante as transmissões, marcas entretêm clientes, podendo sanar dúvidas, demonstrar o produto em uso e compartilhar detalhes específicos que possam interessá-los, ajudando a fortalecer o relacionamento.

A frequência das transmissões, trazendo ao consumidor conteúdo novo diariamente, é um dos segredos para o sucesso. O uso de influenciadores ou vendedores engajantes também otimiza ainda mais as chances de conversão.

Essa experiência de conteúdo aliada a um checkout de e-commerce dentro do próprio vídeo, elimina os atritos no processo e catalisa a compra por impulso. Isso significa que consumidores acompanham a live, escolhem seus produtos e podem finalizar o pedido em um único lugar, sem a necessidade de sessões simultâneas ou de interrupção na experiência.

O live commerce logo será uma das melhores ferramentas de captação de leads disponíveis no mercado. Com o anúncio de que third-party cookies, ou seja, a obtenção de dados de navegação de usuários na internet, base para a maioria das campanhas de marketing digital, chegará ao fim em 2022, marcas precisarão gerar dados proprietários. A melhor forma de fazer isso é com a criação de conteúdo, e o live commerce é uma das principais ferramentas a ser utilizadas neste processo.

Há ainda plataformas white-label capazes de adaptar-se de acordo com a marca e sua identidade visual, tornando possível altos níveis de customização, e plataformas que possibilitam a transmissão via aplicativo, reduzindo os custos despendidos por transmissão e permitindo a realização de lives diárias por meio de aparelhos simples, como smartphones.

Com potencial tão grande quanto a lista de benefícios, a questão não é se esta ferramenta irá revolucionar o setor, mas sim quando. Empresas por todo o Brasil estão produzindo suas próprias ferramentas de live commerce ou se unindo a quem produz a tecnologia para participar dessa onda de inovação que deixará o e-commerce tradicional para trás.

*Gabriel Reginatto é co-founder da Alive, plataforma white-label de live commerce

Transformação digital do varejo e aumento da competitividade exige atenção constante à segurança física e digital

Diante dos desafios trazidos pela digitalização das operações, crescimento do comércio eletrônico, novos meios de pagamento, fusões e aquisições, varejistas têm de garantir segurança física e cibernética de suas lojas e centros de distribuição.

Há alguns anos, o setor varejista vem passando por uma verdadeira revolução, com as empresas investindo em transformação digital e na diversificação de suas ofertas e negócios para, mais do que ganhar competividade, garantir sua sobrevivência e crescimento no mercado. A pandemia acelerou este processo, com grandes varejistas buscando conciliar estratégias de atuação em lojas físicas e on-line. Intensificou-se também um movimento de fusões e aquisições para complementar e ampliar suas ofertas, inclusive com o ingresso em outros setores de atuação como financeiro.

“Hoje já não são raras as empresas que oferecem serviços financeiros ou fazem parcerias com startups e concorrentes para expandir o portfólio de clientes e diversificar produtos e serviços oferecidos”, afirma Michel Ricardo, gerente de contas de Varejo da Genetec. Exemplos disso são lojas de eletroeletrônicos, que agora vendem roupas, calçados e muito mais; lojas de vestuário que compram redes de produtos esportivos, e por aí vai. Outro movimento percebido no mercado são grandes redes de varejo reunindo seus programas de fidelidade para oferecer melhores benefícios aos seus clientes e, é claro, o surgimento de novos meios de pagamentos, como cartões de financiamento próprios, aplicativos financeiros e o PIX, entre outros.

Toda esta movimentação se justifica pela grande adesão dos consumidores ao comércio digital, que vem crescendo ano após ano, e com sua maior exigência em relação às experiências mais satisfatórias e interessantes, que, por sua vez, demandam sofisticadas estratégias de marketing, vendas e logística. “Toda esta mudança de escopo na atuação do varejo exige a adoção de novas tecnologias, que geram volumes gigantescos de dados a serem armazenados, processados e analisados, com total segurança física e cibernética e garantia de privacidade, para respeitar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), seja nas lojas, centros de distribuição, portos e fábricas, entre outros espaços”, explica Silva.

Integração com IoT

Segundo ele, uma grande varejista com Genetec tem uma solução aberta, unificada, completa, flexível e escalável, que lhe dará controle total e centralizado de suas lojas, exigindo, em muitos casos, um investimento equivalente a apenas 30% do orçamento gasto atualmente, e reduzindo seu volume de perdas mensal em até 50%. “Com o Security Center, a segurança assume um papel estratégico também para os negócios, pois ao gerir todos os seus ativos, integrando inclusive soluções de IoT, auxiliando outras áreas como Recursos Humanos, Marketing, Vendas e Logística, entre outras”, comenta o executivo da Genetec.

Integrando as soluções IoT, a solução da Genetec pode monitorar, por exemplo, a temperatura dos freezers das lojas, gerando alertas quando estão desregulados para evitar eventual deterioração de produtos. Pode gerenciar também os sistemas de iluminação, garantindo o desligamento das áreas vazias ou no fim do expediente. “Só com estas providências já dá para perceber que a diminuição geral de custos é significativa”, enfatiza Ricardo.

Contribuição para a gestão de ocupação

Durante e depois da pandemia, a tendência é que o varejo precise se preocupar com o número de pessoas em suas lojas e se preocupe em saber quais corredores ou gondolas são mais visitados. Para ajudar nesta tarefa, para as lojas físicas, uma das soluções desenvolvidas pela Genetec é o Pacote de Gerenciamento de Ocupação, que viabiliza o controle do número de pessoas que entram e saem dos estabelecimentos, assim como a contagem dos clientes que estão em cada uma das áreas, facilitando o controle de aglomeração e identificando produtos que estão chamando mais atenção.

“O pacote de gestão de ocupação permite traçar as diretrizes de ocupação, que podem variar desde um limite máximo de pessoas dentro do estabelecimento até o número de pessoas por metro quadrado. Com ela, é possível monitorar continuamente os dados, para que seja possível tomar as medidas necessárias quando os limites forem atingidos, além de mobilizar suas operações para limitar o risco de transmissão da Covid-19”. detalha Ricardo.

Controle de movimentação de caixas e privacidade

Além de oferecer um amplo portfólio de câmeras de monitoramento, a Genetec vai muito além do simples monitoramento eletrônico. O Genetec Transaction Finder, por exemplo, monitora todas as transações nos caixas das lojas e permite agilizar o processo de auditoria ou o levantamento de dados sobre produtos específicos. Outra solução – o Genetec Privacy Protector, além de proteger a privacidade dos clientes, como exige a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), borrando as imagens de pessoas gravadas em determinadas ocorrências, ao proteger suas identidades, evita o vazamento de imagens dos sistemas de segurança internos dos varejistas.

Benefícios Múltiplos

Segundo o executivo da Genetec, a Genetec trabalhar para melhorar a troca de informações com o cliente, além de democratizar a tecnologia, engajar os funcionários e personalizar a interação das empresas com fornecedores e seus clientes. “As soluções são importantes para reduzir as perdas no varejo, proteger o patrimônio das empresas e dos clientes e otimizar operações”, observa.

Todas as soluções podem ser unificadas no Security Center e ficam acessíveis na central de segurança da rede varejista, na própria loja e até mesmo pelo celular do gestor, o que possibilita o monitoramento e controle integral da segurança e assegura a agilidade e qualidade das informações obtidas para os negócios. “É primordial que o varejo sempre atualize seus sistemas, gerando mais segurança para todas as partes e agilizando processos demorados e custosos, como uma auditoria”, completa Ricardo.

 

Google muda política global de anúncios após multa de US$ 268 milhões

O comitê antitruste da França diz que o Google fazia troca indevida de dados de anunciantes entre o Google Ad Manager e AdX

O Google firmou um acordo na última segunda-feira (7), com o comitê antitruste da França em que prometeu mudar sua política global de anúncios digitais via Google Ad Manager e Google AdX, além de pagar uma multa equivalente a US$ 268 milhões. Esta é a primeira concessão do tipo feita pela big tech a uma autoridade governamental. O órgão francês diz a empresa não deve recorrer da resolução.

Google Ad Manager favorecia marketplace do Google AdX

O acordo com o comitê antitruste francês deve provocar mudanças no modelo de anúncios on-line, que passou a ser dominado por Facebook e Google com o advento das redes sociais e do mercado de propaganda digital. A promessa da big tech coloca em xeque uma de suas principais fontes de receita: as plataformas de marketplace de espaços publicitários Ad Manager e AdX.

Segundo o órgão de regulação da França, o Google Ad Manager, que gerencia propagandas de grandes anunciantes, favorecia o próprio marketplace, no qual as empresas compram pacotes de propaganda on-line em tempo real.

Dados estratégicos eram fornecidos ao AdX, como a maior oferta de espaço que um anunciante estava disposto a pagar e acesso privilegiado a pedidos de clientes. Em troca, o Ad Manager recebia informações de uma forma “facilitada”, em detrimento de outras plataformas de gerenciamento de anúncios on-line – essenciais para a venda de propaganda em espaços nas páginas da web.

“A decisão de sancionar o Google é muito significativa, particularmente porque é a primeira decisão do mundo que foca no algoritmo complexo de leilão sobre o qual opera o sistema de anúncios on-line”, disse Isabelle de Silva, chefe do comitê francês, à Reuters.

O ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire, comemorou a decisão a favor do órgão antitruste:

“A estratégia praticada pelo Google, para favorecer sua própria tecnologia de anúncios, afetou veículos de imprensa, cujo modelo de negócio é extremamente dependente de receita publicitária; essas são práticas sérias e elas foram corretamente sancionadas.”

A maior parte da receita de vendas do Google vem da compra de espaços publicitários em sua ferramenta de busca e no YouTube. Mas, em 2020, a empresa faturou US$ 23 bilhões em acordos para auxiliar outros anunciantes a venderem propaganda, o que chamou a atenção de órgãos antitruste ao redor do mundo.

A investigação na França foi aberta em 2019 após queixas do grupo de mídia News Corp., responsável pelo Wall Street Journal, o jornal francês Le Figaro e o conglomerado de notícias belga Rossel. A decisão, segundo o comitê antitruste, abre caminho para que anunciantes busquem indenizações por desvantagens indevidas por parte da big tech. No mesmo ano, a União Europeia multou o Google em € 1,5 bilhão por práticas abusivas de AdSense, outra ferramenta da própria empresa usada para coletar dados de publicidade on-line.

A big tech também concordou em facilitar o uso de suas ferramentas por anunciantes: “nós vamos testar e desenvolver essas mudanças pelos próximos meses antes de lançá-las de forma mais abrangente, algumas delas globalmente”.

Batalha de gigantes: no varejo, Magalu e Via Varejo disputam mercado digital

Em plena pandemia, Magalu e Via Varejo foram grandes destaques na bolsa brasileira, principalmente em função do e-commerce.

Atualmente, a performance das gigantes do varejo está abaixo do Ibovespa, que acumula alta de 6% até maio de 2021. No entanto, especialistas atribuem isso principalmente ao movimento de rotação na bolsa, iniciado em novembro do ano passado. Isso porque ambas apresentaram bons números no encerramento de 2020 e no primeiro trimestre de 2021.

Magalu e Via Varejo: o que esperar daqui para frente?

Mas quem leva vantagem nessa batalha de gigantes? Afinal, o que acontecerá com o varejo em 2021? Será que dá para esperar o mesmo desempenho do ano passado, ou o e-commerce pode retrair ou continuar a crescer de forma mais lenta? A seguir, saiba mais sobre as perspectivas para o varejo e sobre o desempenho das duas empresas.

Crescimento do e-commerce

O e-commerce no Brasil registrou um crescimento de 91% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Nesse sentido, o destaque ficou com os setores de eletroeletrônicos, que cresceu 134%, e farmácia, com aumento de 102,4%.

O levantamento é da Mastercard SpendingPulse, que mede as vendas físicas e on-line no país. Segundo Estanislau Bassols, gerente geral da Mastercard Brasil, esses números reforçam a crescente preferência dos consumidores por novas tecnologias e consumo online.

Já as vendas físicas registraram queda de 4,4% no trimestre. No entanto, a pesquisa chama atenção para o fato de que março de 2020 registrou consumo atípico, pois muitas pessoas se estocaram no início da pandemia. Logo, isso pode ter afetado o comparativo dos dois períodos.

Diferenciais de Magalu e Via Varejo

Historicamente, o varejo brasileiro é um setor de alta volatilidade. Quem acompanha o mercado há mais tempo certamente lembra de grandes players que fecharam nos anos 90, como Mesbla, Arapuã, Lojas Brasileiras, entre outros.

E a pandemia agravou ainda mais esse quadro. Segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o comércio perdeu 75,2 mil pontos de venda em 2020. Nesse sentido, o resultado só perde para 2016, quando foram fechadas 105,3 mil lojas por causa da crise.

Por outro lado, empresas que fortaleceram canais de e-commerce acabaram absorvendo o espaço deixado pelos varejistas tradicionais na pandemia. É o caso da Magalu e da Via, que investiram pesadamente nos meios digitais nos últimos anos.

Nesse sentido, ambas adquiriram fintechs, fortaleceram o marketplace e inovaram de outras formas nos meios digitais. A Magalu, por exemplo, adquiriu canais de tecnologia, moda e cultura geek no YouTube. Alguns exemplos são Canaltech, Steal The Look e Jovem Nerd. Dessa forma, a empresa aposta em estratégias de vendas para públicos direcionados para aumentar a sua base de clientes.

Por sua vez, a Via, que saiu mais atrasada no processo de digitalização, também fez o dever de casa. Nesse sentido, também está adquirindo fintechs e crescendo no mercado online. Por fim, cabe destacar a velocidade com que a companhia conseguiu fazer as mudança necessárias desde que a nova gestão assumiu, há menos de dois anos.

Riscos para as varejistas brasileiras

Apesar de as perspectivas permanecerem boas para o varejo em 2021, o mercado não será tão tranquilo para os gigantes do mercado. Isso porque grandes players internacionais, como Amazon (AMZO34) e Mercado Livre (MELI34) já mostraram interesse em ampliar sua participação no mercado brasileiro.

Dessa forma, recomenda-se cautela ao avaliar investimentos no setor por aqui. Inclusive, segundo analistas, a concorrência já está mais forte desde o segundo semestre de 2020, e isso existe que o investidor fique alerta para o comportamento das empresas daqui para frente.

E quanto às ações de Magalu e Via?

Outro ponto para o qual analistas chamam a atenção é em relação ao preço das ações de cada uma das empresas. Nesse sentido, há quem pense que, considerando o bom resultado da Magalu e Via Varejo, as ações da Via estão descontadas frente às da Magalu. Por outro lado, alguns analistas sustentam que isso faz sentido, já que considerando que Magalu é uma empresa consolidada há mais tempo do que Via.

Destaques Magalu no balanço do 1º trimestre

  • 63% de crescimento nas vendas totais, mesmo com fechamento parcial das lojas no ano;
  • Lucro líquido ajustado de R$ 81,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 8 milhões do 1T20;
  • 114% de crescimento no e-commerce;
  • 70% de representatividade do e-commerce no total de vendas;
  • 4% de crescimento nas lojas físicas;
  • Lançamento de cartão de crédito com cashback e sem anuidade.

Destaques Via Varejo no balanço do 1º trimestre

  • GMV (ou volume bruto de mercadoria vendida) totalizou R$ 10,3 bilhões, aumento de 27%;
  • 56% do GMV total referentes a vendas digitais;
  • Lucro líquido 13,8 vezes superior ao do 1T20;
  • 30% de crescimento na carteira de crediário;
  • 130% de crescimento no e-commerce;
  • 123% de crescimento no marketplace;
  • Lucro líquido ajustado 4,84 vezes superior ao do 1T20.

Principais números da Magalu (MGLU3) e Via (VVAR3)

Por fim, veja como as empresas se saíram na divulgação do começo do ano.

                                                 Magalu                                  Via                                                      

1T21 2020 1T21 2020
Receita Líquida 8.252 29.178* 7.547 28.901
Lucro Bruto 2.070 7.520 2.369 9.466
EBITDA Ajustado 427 1.506 584 2.917
Endividamento Bruto 1.669 1.686 4.099 4.449
Caixa Líquido Ajustado 4.221 7.312 2.429 4.047
Lucro Líquido 258** 391 180 1.004
Patrimônio Líquido 7.270 7.325 6.163 5.979

*Vendas totais 2020 (incluindo marketplace): R$ 43,5 bilhões
**Lucro líquido ajustado: R$ 81 milhões

A caixa de surpresas do AliExpress para o Brasil

Empresa chinesa é sinônimo de e-commerce entre produtores, intermediários e consumidor final e (quase) em silêncio já tem por aqui seu quinto maior mercado.

Para entender o que o AliExpress quer do Brasil no futuro próximo é preciso olhar para a China do passado recente. Em 1999, ano em que foi fundado o Alibaba – grupo sob o qual está esse gigante do e-commerce –, o PIB chinês havia acabado de passar a casa do trilhão de dólares e 224 milhões de pessoas no país viviam com menos de US$ 1 por dia, de acordo com o Banco Mundial. Dava 18% da população. Pequim decidiu acelerar essa redução com um mantra que para muitos liberais do Ocidente até hoje ainda não foi percebido: se na revolução industrial foi preciso ter legiões de operários, na era digital é preciso ter de consumidores. Assim, eliminar a pobreza foi uma decisão econômica de Estado. Jack Ma, o bilionário criador do conglomerado Alibaba, percebeu. E intuiu que o varejo global se resumiria a uma palavra: conexão. Foi o que fez. Conectou empresas com empresas (B2B), empresas com pessoas (B2C), pessoas com pessoas (C2C). Uma das soluções é o AliExpress. “A gente conseguiu presença mundial em duas centenas de países. O Brasil é um dos cinco maiores”, afirmou à DINHEIRO Yan Di, o country manager no País. Nesta entrevista, o executivo de 41 anos casado com uma brasileira de ascendência italiana, fala sobre as cinco armas que o gigante do e-commerce preparou.

“Antes de falar em experiência do usuário é preciso conhecê-lo. Saber a dor dele” Yan Di, Country Manager

ARMA 1 EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO: PREÇO
Yan Di afirma que antes de oferecer qualquer experiência ao usuário, é preciso “saber qual a dor dele.” Para tanto, é necessário entender o comportamento do usuário. Foi o que fez. Formado em literatura, Di, que nasceu em uma família ligada ao mundo das artes – o pai é pintor e a mãe atua no comércio de instrumentos musicais –, se mudou para o Brasil há 20 anos para trabalhar na Huawei. Como diz, passou por todas as áreas. Supervisionou redes de infraestrutura de telecomunicação, foi gerente administrativo, de RH e do marketing. Foram 11 anos na empresa. E isso o obrigou a rodar por todo o Brasil e a América Latina. É dessa experiência que ele fala. “Viramos xodó do brasileiro, 90% do público em geral conhece a nossa marca”, disse. “Porque a gente é campeão mundial absoluto de preço. E 54% dos brasileiros, no momento de fazer compra on-line, consideram preço o fator decisivo.” Como grande hub de conexão entre produtores e a ponta final, uma arma potente nessa guerra é o fato de a plataforma ter 8,7 milhões de vendedores chineses. “A maioria fabricante, oferecendo o preço de fábrica.” Yan Di afirma que não é segredo que muita gente compra no Ali Express para revender em outros marketplaces.

ARMA 2 LOGÍSTICA
AliExpress é por definição um ambiente cross border – de compras e envios transnacionais. O problema para o brasileiro é que a China fica literalmente do outro lado do mundo. E se preço é o primeiro apelo na compra, receber num prazo razoável é o segundo. No site ReclameAqui, a marca fica para trás de Amazon, Americanas, Magazine Luiza e Mercado Pago nas avaliações. Boa parte das queixas recentes está relacionada a entregas. Esse nó a empresa atua para contornar. Para a chegada dos itens, o AliExpress passou a realizar quatro voos semanais para o Brasil e já garante entregas em São Paulo num prazo de até 12 dias. “Hoje, se você despacha um produto do Paraná para o Amazonas leva mais de 12 dias”, afirmou Di. A estratégia inclui ainda uma equipe de atendimento que fala em português. Foi mudada inclusive a política de devolução. “Se por qualquer motivo você não gostou do que comprou, pode trocar em ambiente nacional, não precisa devolver para a China. É a satisfação total para o consumidor.”

ARMA 3 EXPERIÊNCIA CHINESA
O e-commerce no Brasil, que explodiu na pandemia, foi pouco superior no ano passado a US$ 15 bilhões. Na China, é de US$ 1 trilhão – 65 vezes mais. “A China é o primeiro país do mundo em que o e-commerce chegou a 50% do varejo total”, afirmou Yan Di. O executivo visita seu país natal de três a quatro vezes por ano. “Não dá para não voltar para a China por muito tempo. Você acaba desatualizado.” Beber na fonte da principal e maior fronteira do e-commerce global é uma vantagem competitiva que seus concorrentes terão como barreira. É uma Curva de Aprendizagem orgânica para o AliExpress. Isso significa inclusive tendências de marketing, e não apenas de experiências dos usuários nas plataformas. O live commerce, por exemplo. “Foi uma grande inovação da China e quem inventou foi o grupo Alibaba”, disse. “Já responde por 10% do e-commerce chinês inteiro e neste ano deve dobrar.” Yan Di destaca que o live commerce é um modelo mais inclusivo de vender porque basta ter um celular e sair fazendo um vídeo oferecendo seu produto ou serviço. “Isso é extremamente útil no momento de dificuldade econômica.”

ARMA 4 SOLUÇÕES FINANCEIRAS
Antes de assumir o cargo principal do AliExpress no Brasil, em abril em 2020, Yan Di foi por um ano o country manager do Ant, braço financeiro do Alibaba Group no País. A atuação é ainda tímida. De reconhecimento do mercado brasileiro. Enquanto esteve à frente da operação, o Ant trabalhou no levantamento de dados e informações. Por ora, o modelo aqui se baseia principalmente no serviço de conta digital. Ainda não chegou a um nível universalizado de uso como na China. Mas a entrada full virá. “Vai ser uma peça importante para a família AliExpress porque facilitará o pagamento. Mas estamos abraçando esse ecossistema gradualmente.” O primeiro passo foi de desembarque e reconhecimento de terreno. Outro será de apoio a operações da plataforma. Um terceiro mais atuante no sistema. Uma clássica abordagem chinesa.

ARMA 5 SEDUÇÃO
Uma sedução comercial, é claro. Mas hoje o brasileiro se comporta apenas como um consumidor. Seu papel no AliExpress é o de quem compra. Uma arma infalível será inundar o marketplace com quem vende. Como já fazem russos e turcos, acessando mercados globais – e principalmente o mercado chinês – com seus produtos. Uma via de mão dupla. “A China não é apenas o maior parceiro comercial do Brasil por alguns anos consecutivos, deve ser também uma grande fonte de inspiração tecnológica”, afirmou Di. “É uma questão de tempo até a gente abrir a nossa porta para os brasileiros venderem para o resto do mundo.” Xi Jinping, Jack Ma e Yan Di conjugam um mesmo norte. O de que ser o maior país do mundo exigiria o óbvio: ser o maior comerciante do mundo. É por esse motivo que o AliExpress olha o Brasil com atenção.

Yan Di, country manager da operação AliExpress no Brasil, vive no País há 20 anos, é casado com brasileira e diz amar Florianópolis e Rio de Janeiro. Mas é acima de tudo um propagador da China moderna e das mudanças pelas quais passa sua terra natal. Seu perfil no LinkedIn é um espaço de publicidade dessa Nova China. Aqui, ele cita quatro destinos imperdíveis para quem quer visitar o oriente e, segundo ele, “voltar transformado”

Dona da Americanas lança portal para brigar com Mercado Livre e Amazon

Mercado Livre, Amazon, OLX, Magalu, Via Varejo… Quando o assunto é e-commerce e marketplace, a briga é de gigantes. Ao que tudo indica, essa disputa vai ficar ainda mais acirrada nos próximos meses. Nesta semana, a B2W Digital, dona das marcas Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato, lançou no Brasil a plataforma mobile de social commerce OOOOO (isso mesmo, cinco vezes a letra O). Trata-se do mesmo nome utilizado na Inglaterra por uma empresa que agora é parceira da B2W no Brasil. A live piloto, na última sexta-feira (4), deu o pontapé inicial à operação. Comandada pelo apresentador de TV Felipe Fonseca, foram demonstrados produtos para a casa ao vivo.

Segundo Leonardo Rocha, diretor da B2W e executivo responsável pela nova estratégia, o objetivo é acelerar as verticais de advertising e entretenimento da companhia, que também conta com a Americanas ao Vivo. “O social commerce traz uma experiência de consumo única e inovadora, com conexão em tempo real. Nesse formato, o vendedor pode ser também um influenciador, gerando conteúdo de forma autônoma a partir do produto”, afirmou Fonseca, que aposta nesse modelo inédito de varejo digital uma verdadeira revolução do comércio eletrônico. “Do outro lado da tela, o cliente pode interagir com curtidas e mensagens, seguir o perfil do vendedor na OOOOO como em uma rede social, participar por vídeo para tirar dúvidas e comprar o produto desejado.”
No Reino Unido, o aplicativo da plataforma tem se destacado como um dos mais baixados da Inglaterra nos últimos meses. Um diferencial do app no Brasil é a experiência “end to end”, ou seja, os consumidores podem comprar os produtos demonstrados enquanto assistem as lives, de forma simultânea. “O cliente pode continuar participando da live, durante e após a compra. Se quiser assistir a outra demonstração de produto, é só mudar de canal”, disse Rocha.

O app permite que os usuários naveguem por ofertas e conteúdos gravados por influenciadores, especialistas e pessoas comuns, com dicas de produtos em vídeos de, no mínimo, 30 segundos. Os conteúdos ficam disponíveis na plataforma e os usuários podem acessar quando quiserem, mesmo que não estejam acontecendo lives no app. Para experimentar, basta fazer o download em uma loja de aplicativos e se cadastrar.

Nesta primeira fase de implementação, o app promoverá três lives semanais, em dias alternados, comandadas por influenciadores e especialistas de diversos segmentos. O aplicativo vai disponibilizar uma agenda com datas e horários das novas lives, além da opção de “lembretes” para que os clientes recebam alertas sobre demonstrações de sua preferência. “A ideia é ampliar, gradativamente, a agenda de lives e testar a adesão aos novos formatos, gerar mais conteúdos e habilitar novas funcionalidades para impulsionar o engajamento de clientes e parceiros”, afirmou o executivo.

Live commerce: uma estratégia para aumentar as vendas e humanizar o e-commerce

Segundo um estudo da Coresight, estima-se que o GMV (Volume Bruto de Mercadorias) do live commerce da China chegue a US$ 305 bilhões esse ano. É pensando no sucesso dessa estratégia que a Via Marketplace tem apostado pesado no modelo de negócios. “Aproveitamos as ferramentas que desenvolvemos em casa para tornar o nosso live commerce ainda mais dinâmico”, ressaltou Ilca Sierra, CXMO da Via Marketplace.

Entre as ferramentas apontadas por Sierra, um dos destaques é o “Me Chama no Zap” — alternativa que nasceu com o fechamento das lojas no início da pandemia. “Colocamos os 21 mil colaboradores da empresa para interagir nas fanpages via WhatsApp e conquistamos um ótimo relacionamento com os clientes”.

Live commerce – uma humanização do e-commerce

Então, a partir dessa ferramenta, a Via desenvolveu o “Me chama na live”, live commerce que estreitou ainda mais a relação dos vendedores com os clientes. Como resultado, a estratégia de vendas trouxe mais de 90% de crescimento nas categorias de tíquete médio mais baixo — segundo Sierra, houve expressivo crescimento nas compras por impulso, por exemplo. Além disso, o GMV global no dia da live commerce teve aumento de 17%, o que é muito considerável para a marca.

Enquanto a plataforma de vendas por WhatsApp é nativa de fanpages, o Me chama na live nasce dentro do aplicativo das Casas Bahia. A diferença, nesse caso, é que a usabilidade é ainda mais atrativa. Afinal, o usuário interage com o apresentador da live commerce, vê especificações do produto e envia para o carrinho sem sair da apresentação. “Somente após isso ele chama um vendedor e vai para o WhatsApp para dar continuidade. Ou seja, eu consigo uma jornada de compra muito mais simples e sem fricções”.

“A verdade é que as pessoas já entenderam que dá pra comprar de tudo na Internet. A partir de agora, o relacionamento deve ser a base mais importante do negócio. E é aí que entra o live commerce para trazer o calor do vendedor para a minha venda”.

The Future Of E-Commerce – Edição Martech faz parte de uma série de congressos do E-Commerce Brasil para tratar sobre o futuro do comércio eletrônico no Brasil.

Amazon anuncia Prime Day em 21 e 22 de junho; data vendeu mais que a Black Friday

Será a segunda vez que o evento será realizado no Brasil.

Nos dias 21 e 22 de junho, a Amazon realiza o segundo Prime Day no Brasil, evento anual de descontos exclusivos para membros do programa Prime da companhia. Serão milhares de ofertas em todas as categorias de produto.

A empresa não divulga os descontos médios que serão oferecidos, mas Mariana Roth, líder de Prime para o Brasil, afirmou em coletiva que descontos de 20% a 60% podem aparecer; no entanto, eles são dinâmicos e as oportunidades variam durante o dia. No ano passado, a companhia afirma que vendeu mais nesta data de promoções do que na Black Friday anterior, de 2019.

O novo presidente da Amazon no Brasil, Daniel Mazini, ressaltou o ritmo de crescimento da operação no País. Apesar de não compartilhar dados específicos da operação, ele lembrou do lançamento de oito centros de distribuição nos últimos dois anos e disse que a companhia deve abrir mais destes complexos logísticos.

Ele destaca ainda o crescimento de produtos de alimentação e bebidas nas cestas de compras dos brasileiros como uma das principais mudanças em hábitos de consumo devido à pandemia. Além disso, informa que a companhia deve lançar em breve a funcionalidade de pagamento via Pix.

O Prime Day começa à meia-noite de 21 de junho e vai até o fim do dia 22 de junho para os assinantes Prime no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Turquia, Espanha, Cingapura, Holanda, México, Luxemburgo, Japão, Itália, Alemanha, França, China, Bélgica, Áustria, Austrália, e – participando pela primeira vez neste ano – Arábia Saudita.

A partir desta terça-feira (2), no entanto, a companhia afirma que já haverá ofertas antecipadas. O serviço de streaming de música mais completo, o Amazon Music Unlimited, oferecerá quatro meses grátis para quem assinar o serviço. Haverá ainda descontos de até 15% em brinquedos colecionáveis, de até 20% em grandes marcas como Tip Top, Crocs, Jansport e Fossil, e de até 20% em produtos para bebês como Clingo, Buba, Lillo e Nuk.

65% dos brasileiros estão comprando mais em sites e apps estrangeiros

O e-commerce cross border é uma realidade e também um caminho para quem deseja internacionalizar suas operações. Cada vez mais sites americanos e chineses oferecem produtos com lojas on-line traduzidas para o português e preços em muitos casos inferiores aos praticados no Brasil, com fretes e tempo de entrega considerados satisfatórios pelo consumidor brasileiro. Será que o mercado brasileiro está preparado para essa evolução do consumidor?

De acordo com o estudo “2ª edição – O consumidor brasileiro e suas compras no E-commerce Cross Border”, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com a Opinion Box, 65% dos consumidores estão comprando mais em sites e apps estrangeiros em relação a 12 meses atrás e e 35% declaram estar comprando menos, principal motivo é a economia de dinheiro (52%) — um reflexo da pandemia.

“O e-commerce brasileiro precisa estar ainda mais atento à concorrência com sites/lojas estrangeiros, pois o consumidor não vê as fronteiras e o tempo de espera pela entrega como barreiras tem diminuído bastante”, afirma Eduardo Terra, presidente da SBVC.

Mais vendidos no e-commerce estrangeiro

As compras em sites internacionais alcançam volumes expressivos: o tíquete médio da última compra em sites ou aplicativos estrangeiros foi de R$482,00, 7% acima do tíquete médio do e-commerce brasileiro. O estudo mostra que as categorias mais compradas em sites internacionais são Eletrônicos (36%), Beleza (29%), Acessórios Femininos (29%) e Acessórios para smartphone (29%), sendo “Shopee” (29%) o principal site da preferência do consumidor, seguido pela Amazon (25%) e AliExpress (18%).

De acordo com a SBVC, é perceptível o crescimento das compras por meio de aplicativos (70%), pois os usuários percebem mais facilidade no momento da compra. Seguindo a jornada do consumidor, prazo de entrega foi cumprido para 87% dos entrevistados, sendo que 85% aceitam esperar até 45 dias para a entrega feita no próprio endereço no Brasil.

Ainda sobre prazos de entrega, 60% pagariam mais para receber em menos tempo no máximo 30 dias (prazo considerado ideal para 44% dos entrevistados). “O tempo de entrega surgiu como um ponto negativo para os 25% de entrevistados que compraram menos nos últimos 12 meses. Existe uma oportunidade para o e-commerce nacional ganhar competitividade na competição com a concorrência global, que é o prazo de entrega”, diz Terra.

Metodologia

O estudo entrevistou 434 consumidores em todo o país, e teve como objetivo entender o comportamento do consumidor brasileiro no comércio online estrangeiro.

A íntegra do estudo está disponível no site da SBVC.