Mercado Livre cresce na pandemia em 185% e agora olha para o delivery

Valendo US$ 77 bilhões, Mercado Livre cresce na pandemia e pretende ingressar no setor de delivery e venda alimentos frescos.

O site de compra e venda de produtos Mercado Livre cresce na pandemia cerca de 185% e ultrapassa o valor de mercado da Petrobras e de bancos tradicionais como Itaú, Santander, Bradesco e Banco do Brasil. O marketplace argentino conseguiu, inclusive, ultrapassar a mineradora Vale em agosto, ficando na primeira posição como a empresa latino-americana mais valiosa.

Desde o início da pandemia de COVID-19 até agora, o valor do Mercado Livre na bolsa de valores americana Nasdaq passou de US$ 27 bilhões para US$ 77 bilhões. De acordo com Stelleo Tolda, cofundador do Mercado Livre, a companhia cresceu no último ano, o que era esperado para os próximos dois anos. Ele acredita que o isolamento social acabou contribuindo para o crescimento do marketplace, pois muitas pessoas passaram a recorrer aos e-commerces para fazer as compras durante a pandemia.

Vale ressaltar que as vendas on-line tiveram um aumento considerável em 2020 em relação aos anos anteriores. De acordo com uma pesquisa da Ebit/Nielsen, as vendas virtuais no Natal tiveram alta de 44,6%, fazendo o varejo on-line faturar cerca de 3,8 bilhões, contra R$ 2,6 bilhões em 2019.

 mercado livre cresce na pandemia
De acordo com dados da Economatica, o Mercado Livre chegou a ser a empresa mais valiosa da América Latina em agosto de 2020.

Mercado Livre cresce na pandemia e prepara novos voos

O Mercado Livre cresce na pandemia e está de olho em outro nicho, o delivery de restaurantes. Ainda não se sabe ao certo se o app de delivery da empresa vai entrar no mercado para concorrer com aplicativos como Uber Eats e iFood, que são voltados apenas para a entrega de comida. Ou se o app de delivery do Mercado Livre vai ser como o Rappi, que realiza entregas de alimentos e produtos diversos.

A companhia também pretende começar a vender alimentos frescos na plataforma. Já é possível encontrar alimentos secos à venda no marketplace. Feijão, leite em pó, arroz e outros produtos com data de validade maior já são vendidos no app do Mercado Livre e no site. Mas a novidade vai permitir que os varejistas comecem a vender alimentos mais perecíveis. Por isso, no final do ano, o Mercado Livre anunciou que iria abrir mais cinco centros de distribuição no Brasil com o objetivo de tornar as entregas mais rápidas. O investimento em logística é o primeiro passo para que o Mercado Livre consiga garantir a entrega dos produtos perecíveis no mesmo dia da compra.

Mercado Pago também cresceu durante a pandemia

O Mercado Pago, fintech do Mercado Livre, também viu seus negócios crescerem na pandemia. Durante o pagamento do auxílio emergencial, o Mercado Pago registrou a abertura de cerca de 7 milhões de contas. O crescimento da fintech aconteceu justamente em um momento onde as instituições bancárias acirraram a disputa para ganhar novos clientes.

O Mercado Libre (Mercado Livre em português) foi fundado na Argentina em 1999 por Marcos Galperin e tem como cofundador o brasileiro Stelleo Tolda. A companhia, que opera em 19 países, é uma das empresas mais promissoras da América Latina e pode chegar mais longe nos próximos anos, ao que tudo indica.

Covid faz de Mercado Livre titã regional

A pandemia, que obrigou a população do mundo inteiro a fazer mais compras pela internet em função das medidas de isolamento, transformou o e-commerce Mercado Livre, que já era uma das empresas mais valiosas da América Latina, em um titã regional. Do início da crise da covid-19, em março, até agora, o valor de mercado da companhia, listada desde 2007 na bolsa americana Nasdaq, saltou de US$ 27 bilhões (R$ 145 bilhões) para quase US$ 77 bilhões (R$ 415 bilhões), uma alta de 185%.

O feito levou o marketplace a ultrapassar nomes tradicionais da economia brasileira em valor de mercado, como Petrobrás e todos os grandes bancos. A empresa chegou até mesmo a ultrapassar a Vale e ficar, momentaneamente, na primeira colocação das mais valiosas da região. Considerada por analistas de mercado como a grande competidora latina das gigantes globais Amazon e Alibaba, a empresa se prepara agora para um novo salto: começar a vender alimentos frescos e ingressar no disputado nicho de delivery de restaurantes.

Os números da empresa, que tem sede na Argentina, são superlativos. De janeiro a setembro do ano passado, o total de usuários únicos ativos na plataforma dobrou para 112,5 milhões. O volume de vendas foi a US$ 14,36 bilhões, um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior. O forte crescimento não passou despercebido pelos investidores, que passaram 2020 buscando investimentos em empresas de tecnologia com elevado ritmo de expansão: em todo o ano, a ação da companhia avançou de US$ 550 para US$ 1,7 mil.

Futuro adiantado

De acordo com Stelleo Tolda, cofundador da companhia, o período de confinamento – e o forte movimento de digitalização trazido por ele, que abriu vias rápidas de crescimento para o e-commerce – adiantou em dois anos as estimativas de crescimento traçadas para a empresa. “Isso porque tínhamos projeções muito agressivas, senão seria mais tempo”, afirma Tolda, que também liderou a chegada da companhia ao Brasil, em 1999. Apesar do avanço, a plataforma tem ainda muito espaço para crescer, especialmente quando se analisa experiência em outros países. Em 2020, as vendas on-line no mercado brasileiro passaram de uma participação de 5% do total do varejo para 10%. “Esse é um movimento que veio para ficar. Olhando para outros mercados o número é próximo de 20%. Na China, onde o e-commerce tem mais penetração, está em 25%”, comenta o executivo.

Produtos frescos

Com centenas de milhares de varejistas plugados na plataforma, incluindo grandes redes, uma das estratégias do Mercado Livre para tornar o ecossistema mais completo tem sido investir pesado em logística, para garantir a entrega no mesmo dia para uma gama cada vez maior de produtos. Recentemente, a empresa anunciou cinco novos centros de distribuição no Brasil. O desembolso no ano passado foi de cerca de R$ 4 bilhões apenas nesse segmento. “O comprador on-line é ansioso”, explica Tolda.

Para comprovar o aumento da eficiência da entrega, a empresa programa para o início deste ano o lançamento de uma nova frente: a venda de produtos perecíveis, incluindo delivery de restaurantes. Hoje, os produtos de limpeza e alimentos secos, como arroz e feijão, já estão disponíveis.

O crescimento que veio com a pandemia também alavancou outro negócio da empresa, a sua fintech Mercado Pago. Foram cerca de sete milhões de novas contas abertas na esteira do auxílio emergencial, medida do governo para mitigar os efeitos da crise nas famílias que tiveram a renda mais afetada. O crescimento ocorreu, ainda, em um momento em que a concorrência no setor bancário se acirrou. “Há muitos desbancarizados e sub-bancarizados no Brasil”, comenta o vice-presidente do Mercado Pago, Túlio Oliveira.

“Temos uma visão de longo prazo e sempre acreditamos nessa tese de que a tecnologia iria mudar a vida das pessoas. Essa mesma lógica nós estendemos para serviços financeiros”, afirma Tolda.

Em relatório recente, o banco norte-americano Goldman Sachs afirmou que o Mercado Livre continua sendo uma das principais opções no comércio eletrônico latino-americano. “Vemos a empresa não apenas alavancando com sucesso as mudanças de comportamento do consumidor impulsionadas pela pandemia, mas também executando de forma consistente uma agenda micro que abrange áreas estratégicas como logística, seleção, preços, experiência do usuário e curso de serviços financeiros”, diz o documento, assinado pelos analistas Irma Sgarz, Thiago Bortolucci e Chandru Ravikumar.

Sala de aula

A ideia da criação do Mercado Livre surgiu nas salas de aula na Universidade Stanford, no Vale do Silício, na Califórnia, mesmo berço do Google. Foi ali que nasceu o projeto, em 1999, quando o brasileiro Stelleo Tolda e o argentino Marcos Galperin, cofundadores da empresa, ouviram de seus colegas que uma empresa, inspirada na americana Ebay, que tinha sido lançada cinco anos antes e que tinha de abrir seu capital, não teria sucesso ao ser replicada na América Latina. “Todos eram céticos, mas a gente sempre teve muita confiança sobre a viabilidade do negócio”, afirma Tolda.

A empresa nasceu como qualquer startup que precisa, do zero, colocar o negócio de pé. Depois que terminou o curso, Galperin voltou a Buenos Aires, onde lançou oficialmente o “Mercado Libre”, na garagem do subsolo de um edifício – estrutura que foi replicada como comemoração do aniversário de 20 anos da companhia.

Três meses depois, Tolda se uniu ao negócio que ajudou a pensar, trazendo o Mercado Livre ao Brasil (atualmente o País representa 53% das receitas da companhia). Para fazer o negócio girar e, assim, atrair o público, o primeiro passo foi colocar produtos para a venda dentro do site.

No início, começaram a ofertar artigos usados de familiares e amigos. Depois, Tolda conta que passou pessoalmente a visitar lojistas. Em uma dessas ocasiões, com uma máquina fotográfica na mão – uma Sony Malvica, que tinha um compartimento para um disquete, o que permitia na época a transferência mais rápida das fotos para o computador – foi até a rua Teodoro Sampaio, tradicional polo da capital paulista de venda de instrumentos musicais. De loja em loja, falava com os proprietários e tirava foto dos instrumentos para inserir na plataforma. Naquele momento era gratuito ao lojista, algo que foi mantido por um ano.

Rapidamente, o negócio foi ganhando escala. Como consequência, já no início da empreitada, o Mercado Livre comprou três de seus concorrentes diretos. Ibazar, Lokau e Arremate – o último terminou de ser 100% adquirido em 2007. “Essas empresas eram concorrentes diretos. Ajudou a dar escala na base de usuários e clientes”, conta Tolda. Hoje em dia, o Mercado Livre não é conhecido por grandes movimentos de fusões e aquisições, e cresce – e muito – organicamente.

 

Chinesa AliExpress se prepara para abrir plataforma para vendedores brasileiros nos próximos meses

É grande a movimentação entre as pequenas e médias empresas no Brasil com a possibilidade de a chinesa AliExpress abrir  seu marketplace para empresas com sede no Brasil neste ano.

A gigante de e-commerce já iniciou os investimentos para permitir a chegada das novas companhias, que terão a possibilidade de vender seus itens para todo o mundo.

A empresa ainda não tem uma data para lançamento, mas fontes dizem que pode ocorrer ainda no primeiro trimestre de 2021.

O objetivo é selecionar empresas que possam ter fôlego para exportar e tenham capacidade de estoque para atender a demanda em todo o mundo.

 

PagSeguro PagBank lança marketplace com ofertas de grandes marcas e cashback

O PagSeguro PagBank, que oferece soluções em serviços financeiros e meios de pagamento, acaba de lançar o Shopping PagBank. O marketplace tem ofertas de grandes marcas, como O Boticário, Cobasi, Centauro, Fast Shop, Eudora e Nike, entre outras, e cashback (dinheiro de volta) em todas as compras.

Enquanto o tempo médio de recuperação de cashbacks no mercado gira em torno de 45 a 120 dias, no Shopping PagBank o cliente recebe parte do valor da compra em no máximo 10 dias úteis. O cashback é depositado diretamente na conta PagBank e pode ser utilizado para pagamento de contas de consumo (água, luz, gás, telefone, internet e mais).

Além disso, a plataforma possui mais de 40 lojas em operação, que oferecem serviços e produtos variados e úteis para toda a base de clientes.

O PagSeguro PagBank é uma empresa do Grupo Uol e atua como emissor e adquirente, além de oferecer contas digitais e soluções para pagamentos on-line e presenciais (por aparelhos mobile e dispositivos POS).

“Todas as lojas virtuais se transformarão em marketplaces”, afirma diretor da Linx

A diferença entre o consumo off-line e on-line é cada vez menor, e isso ficou claro neste 2020 de pandemia e especialmente na Black Friday. Dados da empresa de tecnologia para o varejo Linx mostram que a omnicanalidade – que se baseia na convergência de todos os canais usados por uma empresa – cresceu 69% na data, na comparação com 2019.

A tendência estava em alta desde o ano passado. A diferença é que, em 2019, a integração de lojas físicas, virtuais e compradores se destacou sobretudo pela opção dos clientes de comprar on-line e retirar nas lojas físicas, garantindo o frete grátis – 15% das vendas totais do e-commerce na Black Friday de 2020 foram feitas dessa forma, no modelo chamado pickup store.

Em 2020, com os clientes evitando ir às lojas físicas por causa do risco de contaminação pelo coronavírus, a retirada em loja teve uma queda de 38%. Mas outra modalidade omnicanal cresceu 142% na Black Friday: a que permite aos clientes receberem pedidos diretamente da loja mais próxima da casa deles, com frete e tempo de entrega reduzidos. Foi a vez do ship from store, da transformação das lojas em mini centros de distribuição.

“Nas grandes redes de varejo, perto de 60% das vendas do e-commerce foram despachadas via loja física”, conta o diretor-executivo da Linx Digital, Alessandro Gil, em entrevista à Mercado&Consumo. Para ele, mesmo depois que a Covid-19 deixar de assombrar o mundo, o consumidor não vai mais ser o mesmo. “Ele vai continuar querendo ter a experiência de compra em todos os canais e quem conseguir oferecer isso sairá fortalecido.”

Crenças antigas sobre o e-commerce

Alessandro Gil lembra que, quando o comércio foi fechado por causa das medidas de isolamento social, muitos varejistas ainda tinham um receio antigo, o de que e-commerce pudesse canibalizar as vendas nas lojas físicas. “E não eram só pequenas marcas, mas também varejistas grandes. Fizemos um levantamento no ano passado que mostrava que, dos nossos 2.000 maiores clientes, mais de duas centenas não tinham operação de e-commerce estruturada rodando no País. Esses foram os que mais sofreram no começo. Num segundo momento, foram aqueles que não tinham estruturado a operação via loja física, que não transformaram a loja física em hub.”

Para o executivo, 2021 será o ano em que os movimentos de integração vão se consolidar. O desafio, para ele, vai ser fazer as estratégias ganharem solidez. “Os varejistas terão de fazer a omnicanalidade ter mais agilidade, por meio de sinergias com as lojas. Parte dos consumidores que decidem retirar produtos nas lojas físicas acaba levando mais tráfego para lá. Um a cada três clientes acaba comprando um item adicional”, alerta.

O segredo, diz ele, será otimizar as operações ao máximo. Quando um funcionário estiver ocioso em uma loja, ele vai atender aos pedidos feitos via site, por exemplo. “Vejo um cenário em que todas as lojas virtuais se transformarão em marketplaces de alguma coisa. Imagino um cliente do Submarino, do Mercado Livre ou do Magalu fechando um pedido e retirando numa loja da Hering ou da Le Biscuit perto da casa dele”, exemplifica. “Mesmo o pequeno varejo tem como se conectar de maneira mais rápida e eficiente.”

O diretor-executivo da Linx Digital, Alessandro Gil, também acredita que os lockers, os armários inteligentes posicionados em locais de grande circulação, ainda vão conquistar um espaço que não encontraram no Brasil. Segundo ele, muitas empresas estão se capitalizando para instalar lockers em lojas de conveniência e em estações de metrô das grandes cidades.

E o que espera a própria Linx, que já detém quase metade do mercado de software de gestão no Brasil (com 45,6% de market share), para 2021? Segundo o executivo, o foco está na criação de uma grande rede de clientes. “Queremos trabalhar essa conexão entre o físico e o digital e entre o físico e o marketplace. Vamos explorar o crescimento do digital e levar vantagens para todos que trabalharem em conjunto.”

Crenças antigas sobre o e-commerce

Alessandro Gil lembra que, quando o comércio foi fechado por causa das medidas de isolamento social, muitos varejistas ainda tinham um receio antigo, o de que e-commerce pudesse canibalizar as vendas nas lojas físicas. “E não eram só pequenas marcas, mas também varejistas grandes. Fizemos um levantamento no ano passado que mostrava que, dos nossos 2.000 maiores clientes, mais de duas centenas não tinham operação de e-commerce estruturada rodando no País. Esses foram os que mais sofreram no começo. Num segundo momento, foram aqueles que não tinham estruturado a operação via loja física, que não transformaram a loja física em hub.”

Para o executivo, 2021 será o ano em que os movimentos de integração vão se consolidar. O desafio, para ele, vai ser fazer as estratégias ganharem solidez. “Os varejistas terão de fazer a omnicanalidade ter mais agilidade, por meio de sinergias com as lojas. Parte dos consumidores que decidem retirar produtos nas lojas físicas acaba levando mais tráfego para lá. Um a cada três clientes acaba comprando um item adicional”, alerta.

O segredo, diz ele, será otimizar as operações ao máximo. Quando um funcionário estiver ocioso em uma loja, ele vai atender aos pedidos feitos via site, por exemplo. “Vejo um cenário em que todas as lojas virtuais se transformarão em marketplaces de alguma coisa. Imagino um cliente do Submarino, do Mercado Livre ou do Magalu fechando um pedido e retirando numa loja da Hering ou da Le Biscuit perto da casa dele”, exemplifica. “Mesmo o pequeno varejo tem como se conectar de maneira mais rápida e eficiente.”

O diretor-executivo da Linx Digital, Alessandro Gil, também acredita que os lockers, os armários inteligentes posicionados em locais de grande circulação, ainda vão conquistar um espaço que não encontraram no Brasil. Segundo ele, muitas empresas estão se capitalizando para instalar lockers em lojas de conveniência e em estações de metrô das grandes cidades.

E o que espera a própria Linx, que já detém quase metade do mercado de software de gestão no Brasil (com 45,6% de market share), para 2021? Segundo o executivo, o foco está na criação de uma grande rede de clientes. “Queremos trabalhar essa conexão entre o físico e o digital e entre o físico e o marketplace. Vamos explorar o crescimento do digital e levar vantagens para todos que trabalharem em conjunto.”

Amazon assume posto de maior anunciante do mundo

Gigante do varejo digital pulou da quinta para a primeira posição no ranking do AdAge, que lista os maiores investimentos em publicidade.

Na última segunda-feira, 07, o Advertising Age publicou sua lista anual que aponta os maiores anunciantes em volume de investimentos em mídia. O levantamento indicou que, antes de o mundo ser assolado pela pandemia da Covid-19, os investimentos em publicidade dos 100 maiores anunciantes registraram um crescimento de 0,9% chegando a um recorde de US$ 300 bilhões, em 2019.

O destaque da lista ficou com a Amazon que assumiu a posição de maior anunciante do mundo, segundo o AdAge. A gigante digital registrou um aumento de 34% no investimento em publicidade e promoção, em 2019, chegando a US$ 11 bilhões. Ao mesmo tempo, as vendas líquidas da companhia subiram 20%.

Com isso, a empresa saltou da quinta para a primeira posição do ranking em um ano. A Amazon assumiu o lugar da Procter & Gamble, que investiu cerca de US$ 10,7 bilhões em publicidade e outros custos de marketing no ano fiscal encerrado em junho de 2020, de acordo com o AdAge Datacenter.

Desde que o Advertising Age começou a classificação global entre os anunciantes, essa é apenas a segunda vez que a P&G não alcança o topo da lista. O mesmo aconteceu em 2017, quando a companhia foi batida pela Samsung Electronics e ficou na segunda colocação – naquele ano, a sul-coreana aumentou seus investimentos em mídia para fazer frente à crise envolvendo problemas no Note 7. Neste ano, atrás de Amazon e P&G, apareceram a L’Oréal (US$ 10,3 bilhões), Samsung ( US$ 9,7 bilhões), Unilever (US$ 8,1 bilhões) e Comcast (US$ 7,6 bilhões). A lista completa está disponível no site do AdAge.

Nos últimos 25 anos, a Amazon injetou US$ 47 bilhões em publicidade para gerar US$ 1,3 trilhão em vendas líquidas. Além do ranking dos maiores anunciantes, o portal norte-americano também destacou as marcas com melhor desempenho ao longo do ano. Diferente do primeiro ranking, que avalia os investimentos, essa lista leva em consideração ações inovadoras e o pensamento estratégico das marcas.

Nesse quesito, para o AdAge, o grande campeão do ano foi a rede social de vídeos TikTok. Segundo o portal, a plataforma emergiu como uma grande força na cultura pop e se tornou parada obrigatória para as marcas que querem se comunicar com o público jovem. Também nesta lista aparecem marcas como McDonalds, o aplicativo de meditação Calm, Lego, Adobe e a marca de maquiagens E.L.F.

 

Marketplace é fundamental para atacado e varejo

O consultor Eduardo Terra participou do Momento Gestão do Encontro de Valor ABAD, abordando o tema marketplace. Segundo ele, que é coordenador do Comitê Marketplace ABAD, o objetivo é que a entidade seja protagonista e possa oferecer a digitalização para as empresas atacadistas e distribuidoras que ainda não têm uma solução de e-commerce; e para aqueles que já têm e-commerce, propiciar um ambiente saudável de fazer negócios conectando indústria, atacado e pequeno e médio varejo. “Acredito que o comitê terá grandes novidades já no primeiro semestre de 2021, e que este projeto será absolutamente relevante para o setor”, afirmou.

Em sua apresentação, Eduardo Terra destacou que em 2020, em decorrência da pandemia, o Brasil e o mundo avançaram muitos anos em poucos meses em termos de digitalização. “Só no primeiro semestre deste ano, 7 milhões de brasileiros fizeram compras pela internet pela primeira vez. Isso é duas vezes a população do Uruguai. ”

Terra lembra que a digitalização começa no cidadão, que vira consumidor e pressiona o comércio. “Tudo começa com a revolução do smartphone, um aparelho que mudou a sociedade, a produtividade e mudou o jeito de fazer negócios. No Brasil, já temos mais de 230 milhões de smartphones, ou seja, há mais aparelhos do que habitantes! ”

“Além disso”, prossegue o consultor, “80% dos lares já tem acesso à internet, ainda que não de qualidade. O país tem mais de 120 milhões de usuários de Whatsapp. Nos próximos 18 meses, a implementação do 5G vai acelerar ainda mais essa digitalização. ”

Mas Terra alerta que não podemos confundir digitalização com e-commerce. “A digitalização afeta não só o canal da compra, mas afeta a jornada em si, ou seja, todo o processo que começa a levar à tomada decisão da compra de um produto, seja no B2B ou no B2C. E o impacto da digitalização na jornada é muito maior do que o impacto na compra em si. Só 6% das compras são finalizadas em meio digital, mas os outros 94% certamente sofrem o impacto da tecnologia, por meio do uso de mecanismos de busca e redes sociais para pesquisar preços e informações sobre os produtos. ”

Pesquisa recente do Sebrae mostra que 67% dos pequenos negócios estão vendendo por meio de plataformas digitais. Dados publicados pelo Valor Econômico mostram que neste ano o e-commerce cresceu mais do que o varejo físico, e o marketplace cresceu mais do que o e-commerce. Já pesquisa realizada pela Nielsen mostra quanto do e-commerce no Brasil passa por um Marketplace. No segundo semestre do ano passado, eram 56%; e houve um salto para 78% no primeiro semestre deste ano.

Comparando-se a evolução nos países: na China, mais de um terço das vendas são feitas pela internet; no Reino Unido, 22%; na Coreia do Sul, 22%, nos EUA, 16%. A partir da pandemia, é de se esperar que esse volume de e-commerce cresça ainda mais.

 

Clickspace é adquirida pelo Olist

Maior aceleradora independente do país, a WOW informa que a startup Clickspace, especializada em soluções para marketplaces e comércio via redes sociais, uma de suas aceleradas, foi adquirida pelo Olist, plataforma que ajuda pequenos negócios a comercializarem pela internet, ligada ao fundo japonês SoftBank.

A venda ocorre após o processo de aceleração da WOW, que apoiou a startup no desenvolvimento de novos produtos, refinamento de processos e ampliação de seu relacionamento no mercado. Desde a sua fundação em 2013, a WOW já realizou 17 rodadas de aceleração, com 92 startups selecionadas de diversos setores e modelos de negócio.

“Foi um período muito importante para nossa profissionalização. As capacitações da WOW nos deram um crescimento relevante”, afirma Luís Victor Quintas, fundador e CEO da Clickspace. “Estamos unindo forças com uma empresa que admiro muito. Temos muita sinergia com o Olist e agora vamos juntos expandir e desenvolver os produtos da Clickspace”, completa Quintas, que se juntará à equipe do Olist junto com o time de desenvolvedores.

A Clickspace oferece soluções SaaS que vão de gerenciamento de sellers e gestão de repasses a controle de catálogo e integração com ERP, além de suporte para logística personalizada e painéis personalizados, e está conectada com as principais plataformas de e-commerce do mercado, como VTEX, Oracle Cloud Commerce, Magento e Shopify.

“Como têm soluções complementares, a Clickspace e o Olist ganham musculatura para se expandirem e desenvolverem novos produtos. A saída da Clickspace acontece em um bom momento do comércio eletrônico brasileiro e, em especial, dos marketplaces”, comenta André Ghignatti, CEO da WOW Aceleradora.

De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), 45% dos R$ 117 bilhões que o e-commerce brasileiro deve faturar em 2020 virão dos marketplaces, enquanto há três anos a parcela foi de 24%.

“Participamos da criação da Clickspace e pudemos acompanhar todo o trabalho do Luís, que é um visionário. Naquela época, o termo marketplace era bem pouco conhecido e ele já falava com muita propriedade sobre isso”, diz Natan Sztamfater, fundador da Aimorés Investimentos, fundo que também aportou recursos na Clickspace.

Lojas Marisa prepara o lançamento de seu próprio marketplace

Desde 2017, quando começou um amplo processo de reestruturação, a Lojas Marisa decidiu focar suas atenções nas vendas digitais e entrou em marketplaces como Mercado Livre, Lojas Americanas e Submarino, Zatini, Netshoes e Magazine Luiza. Agora, a empresa se prepara para ter o seu próprio marketplace, sem abandonar os canais onde ela já está presente.

“Estamos com o projeto avançado para o nosso próprio marketplace”, disse Marcelo Pimentel, CEO da Lojas Marisa, com exclusividade ao programa Conselho de CEO, da Jovem Pan, apresentado por Carlos Sambrana, cofundador do NeoFeed. O plano, diz Pimentel, é inaugurar em caráter experimental no segundo trimestre de 2021 e lançar no terceiro trimestre do ano que vem.

“A visão é a mesma do nosso slogan: de mulher para mulher”, afirma o executivo. E prossegue. “Vamos ter um ambiente transacional focado em experiências, produtos e serviços para a mulher. ” Nesse cenário traçado pela companhia, entrariam produtos de moda, beleza e perfumaria.

Mas, além de venda de produtos, Pimentel afirma que a empresa estuda oferecer até cursos de educação financeira ministrados por mulheres. “Essa é uma demanda das nossas clientes. Elas querem saber como se preparar para o futuro”, diz ele.

Para não dar nenhum tipo de guidance, o executivo não se arrisca a dizer o tamanho que esse negócio terá e quanto movimentará, mas explica que o marketplace faz parte do plano da companhia para aumentar as vendas digitais. “Em até cinco anos, a meta é fazer com que o e-commerce represente 25% do nosso faturamento”, diz Pimentel.

A julgar pelo crescimento do comércio eletrônico e o impacto que ele está tendo no resultado da companhia, não é uma tarefa tão difícil de ser concretizada. Se em 2018 as vendas on-line representavam 2% do faturamento da rede, no terceiro trimestre deste ano elas já respondiam por 16,3%.

A empresa, que no ano passado anotou um faturamento líquido de R$ 2,8 bilhões, teve uma receita líquida de R$ 532,2 milhões e um prejuízo de R$ 124,5 milhões neste terceiro trimestre. O resultado foi melhor do que no segundo trimestre, quando o vermelho no balanço alcançou R$ 171,7 milhões.

A melhora, ainda que com prejuízo, se deu por conta da reação digital em meio a pandemia, que obrigou a rede a fechar lojas temporariamente e agora vê suas unidades novamente abertas. O crescimento das vendas on-line no trimestre foi de 115,3% num total de R$ 98 milhões.

As vendas on-line, aliás, também têm trazido tráfego e gerado mais receitas no varejo físico. Mais de 40% das pessoas que compram on-line, retiram os produtos nas unidades da rede e, quando visitam as lojas, acabam comprando mais. “Do total de pessoas que vão nas nossas lojas retirar produtos, 40% compram”, diz Pimentel.

Desde o início da pandemia, a companhia lançou um aplicativo e registrou 1,5 milhão de downloads. Além disso, fez de suas 360 lojas físicas hubs logísticos para a última milha do e-commerce. No segundo trimestre de 2021, avisa o executivo, deve lançar a sua fintech. “Temos uma base de 6 milhões de clientes dos quais 2 milhões são ativos”, diz ele.

O executivo afirma que pretende aproveitar essa base para gerar mais ganhos e deve embutir os serviços dessa fintech dentro de seu aplicativo. “Tudo ficará concentrado em um único app”, diz ele. Será uma espécie de superapp com o e-commerce, o marketplace e a fintech.

A estratégia, dizem alguns analistas, chega com um pouco de atraso. Afinal, a Marisa foi uma das primeiras varejistas a vender on-line e, por uma série de erros de gestão no passado, acabou perdendo o bonde da inovação. E, de certa forma, ela está fazendo o mesmo que seus concorrentes.

A Riachuelo, por exemplo, vai lançar um superapp e um grande marketplace integrado. A notícia foi antecipada com exclusividade pelo NeoFeed em julho. “É a prioridade para este ano”, disse Flávio Rocha, presidente do conselho de administração da Guararapes.

Nesse grande marketplace, afirmou o empresário, será possível vender tudo o que está relacionado com moda e estilo de vida como fitness, gastronomia, turismo, cultura. “Esse é um mundo ainda não preenchido no meio digital brasileiro”, disse.

Além de Riachuelo, outras rivais estão no mesmo caminho. A Renner vai criar o seu próprio marketplace e a C&A já está rodando a todo vapor com o seu. “Essa será a grande disputa entre essas companhias”, diz Alberto Serrentino, sócio da Varese Retail, consultoria especializada em varejo.

Desde o início do ano, as ações da Marisa caíram 49,5%: de R$ 13,67 para R$ 6,90 na cotação de segunda-feira, 16 de novembro. Seu valor de mercado está em R$ 1,8 bilhão. E, para fazer a empresa dar novos saltos, Pimentel terá alguns desafios pela frente.

“Embora o terceiro trimestre tenha apresentado melhora no desempenho em relação ao segundo trimestre da Marisa, os números gerais ainda foram fracos. Continuamos a ver uma recuperação gradual para a empresa nos trimestres seguintes, mas ainda impactada negativamente pelo menor tráfego em suas lojas, aumento das taxas de desemprego e menor intenção de compra das famílias”, escreveram Luiz Guanais e Gabriel Savi, analistas do BTG Pactual.

 

Mercado Livre quer formalizar vendedores do marketplace.

O Mercado Livre tem trabalhado em um programa para estimular a formalização dos vendedores em sua plataforma. A meta é ampliar o uso do serviço de entregas da companhia — hoje disponível só para quem tem um CNPJ — e, segundo o Estadão/Broadcast, também fomentar o futuro crescimento da operação de crédito, que deve virar realidade após a empresa ter recebido aval do Banco Central (BC) para operar como instituição financeira.

Esse estímulo à formalização envolve mostrar a esses empreendedores que, ao usar a logística da varejista digital, os produtos serão exibidos a um público mais amplo e o tempo para entrega ao cliente tende a ser reduzido. A companhia fez uma parceria com a Contabilizei, empresa de contabilidade on-line, para facilitar o caminho do lojista ao CNPJ e à emissão de notas por meio do Simples Nacional.

O Mercado Livre sofre críticas dentro do setor por causa da quantidade de vendedores informais em sua base — muitos só vendem itens antigos dos quais querem se desfazer.

Segundo especialistas, essa iniciativa do Mercado Livre serviria também para evitar questionamentos jurídicos.

No entanto, de acordo com Fernando Yunes, vice-presidente sênior de comércio eletrônico do Mercado Livre, o que houve foi uma intensificação desses incentivos durante a pandemia, devido ao crescimento de vendedores na plataforma e ao desenvolvimento do braço de logística da companhia.

Investimento bilionário

Na última quinta-feira (12), a empresa anunciou a criação de cinco novos centros de distribuição no país até 2021, além de investimentos na casa dos R$ 4 bilhões ainda para este ano.

“O que a gente tem feito é democratizar o acesso ao comércio e ao dinheiro no Brasil e na América Latina. Para democratizar o comércio, há uma série de pilares. Um deles, é trazer o máximo de vendedores”, afirma Yunes.

Mas, diferentemente do que ocorre no Magazine Luiza e na Via Varejo, que exigem a emissão de notas fiscais pelos lojistas, no Mercado Livre o vendedor pode começar como pessoa física. Não há barreira de entrada clara. Dessa forma, a companhia sofre críticas por ter vendedores informais em sua base.

Yunes lembra que, para usar a logística do Mercado Livre, os vendedores precisam ter completado o processo de formalização. Nas contas da empresa, o braço logístico já é responsável por cerca de 74% das vendas no país, segundo dados do mês de setembro. “Nossa meta é ter 100% das vendas operadas pela nossa logística — assim, todas as transações terão notas fiscais”, disse o executivo à publicação.

No terceiro trimestre, foram 2 milhões de novos vendedores na plataforma no Brasil. Antes da pandemia, o Mercado Livre diz que ajudava a formalizar, em média, 600 empresas por mês. De março a setembro, este número saltou para mais de 5,5 mil. Assim, são 36 mil novas empresas em 2020, até agora.