Qual será o próximo destino dos gigantes do comércio eletrônico da China?

O comércio eletrônico chinês cresceu muito dentro do país, e agora, os três gigantes do comércio eletrônico da China, Alibaba, Jingdong e Pinduoduo, decidiram expandir para outros mercados.

O Alibaba expandiu seus negócios no exterior mais cedo com suas plataformas de comércio eletrônico no exterior como AliExpress, Lazada e Trendyol. O “Jingdong Global Trade”, da Jingdong, que abriu oficialmente para operação em 18 de junho de 2022, concentra-se nos mercados da América do Norte e do Sudeste Asiático.

O gigante chinês do comércio eletrônico Pinduoduo lançou oficialmente sua plataforma de comércio eletrônico internacional Temu, em 1º de setembro. Temu significa “Team Up, Price Down”, em português quer dizer quanto mais pessoas compram, menor é o preço.

A primeira parada de Temu no exterior são os Estados Unidos. Atualmente, as versões PC e App da Temu foram lançadas principalmente para atender aos hábitos de consumo dos consumidores americanos que preferem usar o PC para compras on-line.

Em comparação com a versão chinesa do Pinduoduo, o estilo da página da Temu é mais conciso, e a qualidade das imagens dos produtos é maior. Além das letras Temu, o logotipo laranja também apresenta vestidos, cavalos de brinquedo, saltos altos e padrões de bagagem, em linha com as principais categorias atuais da Temu.

Temu se concentra em toda a gama de categorias. As categorias do site oficial incluem jóias e acessórios, roupas femininas, moda infantil, casa e jardim, artigos para animais de estimação, calçados e bolsas, produtos eletrônicos, produtos de beleza, material de escritório, entre outros.

De acordo com a Administração Geral de Alfândega da China, a escala das importações e exportações transfronteiriças de comércio eletrônico da China atingiu 1,98 trilhão de yuans em 2021, um aumento de 15% em relação ao ano anterior. Entre elas, as exportações foram de 1,44 trilhão de yuans, um aumento de 24,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Entretanto, alguns vendedores chineses têm estado numa situação difícil nos últimos dois anos devido à influência das políticas e da conformidade das plataformas gigantes de comércio eletrônico no exterior. Neste contexto, os vendedores eletrônicos transfronteiriços começaram a explorar os layouts de múltiplas plataformas.
Tencent, NetEase e outros grandes players do circuito de jogos estão visando o mercado europeu. No início de setembro deste ano, a Tencent tornou-se acionista da Ubisoft, uma grande fabricante francesa de jogos. Quase ao mesmo tempo, a NetEase anunciou sua aquisição do estúdio de jogos francês Quantic Dream, que deu à NetEase Games seu primeiro estúdio europeu.

Recentemente, a Tencent adquiriu 49,9% das ações da maior acionista da Ubisoft, a Guillemot Brothers, que é dirigida pela Guillemot, por 300 milhões de euros (US$ 303,6 milhões), enquanto a empresa chinesa procura expandir sua presença no mercado internacional de jogos. Desta forma, aumentou sua participação na Ubisoft de 5% para 9,99%, tornando-se acionista majoritária.

A NetEase e sua rival Tencent têm intensificado seus esforços no exterior à medida que o mercado doméstico de jogos chinês abranda em meio a uma regulamentação mais rigorosa. Somente este ano, a NetEase montou estúdios de jogos no Japão e nos Estados Unidos.

De acordo com o “2022 Overseas Ecological Development Report of Chinese Enterprises”, 74% das empresas têm presença comercial no Sudeste Asiático, 65% na Europa e 62% na América do Norte, tornando estas três regiões o “p ponto mais expandidos” pelas empresas chinesas que vão ao exterior. Entre elas, Singapura, como centro comercial e financeiro do sudeste asiático, tornou-se o principal destino de muitas empresas para ir ao exterior.

A América Latina, que antes era “negligenciada seletivamente” por muitos grandes fabricantes, agora está ficando cada vez mais quente a cada dia.

Para as empresas chinesas, a América Latina substituiu o Sudeste Asiático há alguns anos como o novo campo de batalha para a criação de riqueza no exterior. Em particular, impulsionados por muitos pequenos empresários varejistas, Brasil, México, Argentina, Chile e outras regiões da América Latina se tornaram novas fronteiras para fazer negócios.

Anteriormente, os principais mercados do SHEIN eram a América do Norte, Europa e Oriente Médio, e o mercado brasileiro era uma das prioridades estratégicas da SHEIN em 2022.
De acordo com o portal de notícias, Neofeed, a SHEIN executou o plano de expansão do mercado brasileiro passo a passo. Em dezembro do ano passado, Xu Yangtian, fundador da SHEIN, foi ao Brasil para inspecionar a cadeia de fornecimento de vestuário brasileira, e reuniu-se com os principais fornecedores de vestuário locais para avaliar a viabilidade da produção de produtos de vestuário no Brasil. A SHEIN assinou um acordo de confidencialidade com duas fábricas.

Como um passo no plano de expansão, a SHEIN estabeleceu uma filial no Brasil e contratou funcionários para explorar a localização, incluindo o pagamento via PIX e boletos.

Os dados mostram que em 2021, o aplicativo da SHEIN foi instalado 23,8 milhões de vezes no Brasil. Além disso, de acordo com estimativas do relatório do BTG Pactual, a SHEIN ganhou quase US$ 400 milhões no Brasil.

Por que o Shopee escolheu o Brasil e cortou seus negócios locais no Chile, Colômbia e México?
E Shopee também acelerou sua presença na América Latina. A Shopee entrou no mercado brasileiro pela primeira vez em 2019. De acordo com o Valor Econômico, a Shopee abriu cinco novos centros de distribuição no Brasil no primeiro semestre deste ano, que estão localizados em São João do Meriti, Campinas (Campinas, Ribeirão Preto, Contagem e Santana do Parnaíba.)

É evidente que a Shopee está deixando todo o mercado indiano e europeu e focando para a América Latina. Isto é em parte para melhorar os processos de envio e os prazos de entrega no futuro. Por outro lado, tanto a escolha do mercado mais amplo quanto o investimento na melhoria da logística e da distribuição são provas de que não é fácil realmente abrir “novas fronteiras na América Latina”.

Não faz muito tempo, segundo a Reuters, em 8 de setembro, a Shopee encerrou todas as suas operações na Argentina e fechou as operações locais no Chile, Colômbia e México para se concentrar em um modelo transfronteiriço. Entretanto, a equipe da Shopee no mercado brasileiro não será afetada e o negócio continuará a operar.

Comércio eletrônico chinês: ShopeeO fato é que os países latino-americanos do Chile, México e Argentina têm um padrão de vida mais alto do que o Brasil e há muito tempo têm plataformas locais de comércio eletrônico ocupando território. Varejistas tradicionais locais como Falabella e Cencosud, por exemplo, estão aumentando sua presença e marketing on-line.

Embora o mercado de comércio eletrônico latino-americano seja geralmente inexplorado, o fato é que o comércio eletrônico local na América Latina não começou tardiamente.

O MercadoLivre, considerado a oitava maior plataforma de comércio eletrônico do mundo, foi criado em 1999, um pouco antes do Taobao, que só foi lançado oficialmente em 2003. Mercado Livre agora cobre basicamente 18 países da América Latina, incluindo Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia e Costa Rica.

Estas plataformas suportam os vendedores domésticos para enviar a partir de armazéns no exterior, mas também têm um pagamento perfeito e suporte logístico, a plataforma para o México, Brasil e outros locais para cobrar uma comissão de 20% para cima e para baixo, dependendo das vendas específicas de mercadorias e diferentes categorias e flutuações.

Os pequenos comerciantes e vendedores da China podem optar por abrir lojas no Mercado Livre, o que também cria mais obstáculos para que plataformas de comércio eletrônico com grandes capitais nacionais possam ir para a América Latina.

Além do setor de comércio eletrônico, a América Latina também é o foco de empresas de entretenimento social. Enquanto o TikTok tem uma liderança absoluta no mercado global como uma aplicação de vídeo curto, Racer está atualmente brilhando no mercado latino-americano. O Brasil é considerado o mercado mais maduro para as operações da Racer, e após a fusão da Kwai “triple play” no ano passado, a estratégia da Racer no exterior tem sido a transição para operações de refinamento.

Tiktok no Brasil
Desde o terceiro trimestre do ano passado, a Racer lançou seu sistema de publicidade “Kwai for Business” no Brasil e em outros lugares, começando com a venda de propagandas no Brasil para tentar comercializar.

Além desses grandes mercados, os mercados da África e do Oriente Médio são destinos populares para o mar. De acordo com a GSMA 2021, o número de usuários de telefones celulares na África atingiu 495 milhões, dos quais mais de 200 milhões de usuários de smartphones. Até mesmo os moradores locais têm vários telefones celulares baratos, trazer um backup em caso de falta de energia, a base de desenvolvimento da internet já existe.

No Sudeste da Ásia, Europa, América do Norte e outros mercados, o foco das grandes fábricas domésticas de internet em diferentes mercados regionais também é muito diferente.

Queda na audiência do e-commerce em agosto é destaque no relatório da Conversion

Segundo relatório* da Conversion, em agosto, a audiência dos sites e aplicativos de e-commerce brasileiros tiveram uma leve baixa de 1,2%, em comparação com julho. Ainda assim, a audiência do mercado recebeu 2,28 bilhões de acessos, assim como a participação das 10 maiores cresceu 1,3 pontos percentuais.

Muito dessa queda, segundo aponta o estudo, é consequência de algumas peculiaridades do ano de 2022. Como, por exemplo, o atual cenário econômico, com alta da inflação. Além disso, a incerteza em relação às eleições e o desemprego em alta podem contribuir para a queda nas vendas do e-commerce em agosto.

Mercado competitivo
Se antes o e-commerce brasileiro era dominado apenas por empresas nacionais, hoje o país possui as três maiores empresas do segmento de países de fora: MercadoLivre, Shopee e Amazon.

Se levarmos em conta os 10 maiores sites, sua metade é composta por e-commerces brasileiros. Como curiosidade, somente esses 10 sites detêm 52,5% do mercado, número que era 51,2% em agosto. Para demostrar o poder de atuação deste mercado no Brasil, sites e aplicativos de e-commerce somados tiveram 27,6 bilhões de acessos nos últimos 12 meses.
Marcas de destaque por setor
Entre os destaques do levantamento da Conversion, vale mencionar o recorte Share of Search. Neste caso, revela quais as marcas mais lembradas em cada um dos segmentos. Essa metodologia ocorre de forma preditiva em relação ao market share — ou seja, mostra a tendência de participação de mercado de cada loja.

As marcas com maior Share of Search são:

Amazon (52%, setor Importados);
Petz (47%, setor Pet);
e Stanley (43%, setor Presentes & Flores).

“APÓS UM BOM MÊS DE JULHO, O VAREJO BRASILEIRO TEVE UMA PEQUENA E QUASE IMPERCEPTÍVEL RETRAÇÃO, MESMO COM O DIA DOS PAIS”, ANALISA DIEGO IVO, FUNDADOR E CEO DA CONVERSION. “NO ÚLTIMO MÊS, O E-COMMERCE BRASILEIRO TINHA CRESCIDO 6,3%, DE MODO QUE FOI DIFÍCIL MANTER ESSAS BOAS TAXAS”, DIZ IVO. “MAS O VAREJO ESTÁ VIVENDO UM BOM MOMENTO DE RETOMADA”, CONCLUI.

*Acesse o Relatório Setores E-commerce no Brasil -Agosto 2022 publicado na Biblioteca do RadarIC+ em Pesquisas Externas:
https://radaric.correios.com.br/3d-flip-book/relatorio-setores-e-commerce-no-brasil-conversion-setembro-2022-referente-a-agosto-2022/

Após dois anos atuando na última milha do nordeste, Beelog chega a São Paulo.

Operando nas modalidades same day delivery, q-commerce e last mile, startup fundada em Aracaju (SE) já atendeu shopping centers em todas as capitais, grandes marketplaces e CDs.

Após fortalecer a atuação na região Nordeste, a Beelog anunciou a chegada à cidade de São Paulo. Composta por um sistema de machine learning, a startup fundada em Aracaju (SE) oferece um serviço de q-commerce focado na inteligência da roteirização por meio da geração roteiros de entregas baseados em parâmetros de segurança e prevenção.

O sistema da Beelog opera nas modalidades de entrega same day, q-commerce (entrega rápida) e last mile. Os clientes podem acessar os serviços pelo site ou aplicativo, desenvolvido nas versões para Android e IOS.

“O google tem a compreensão das rotas, mas o nosso sistema faz a análise e diz se é preciso evitar áreas arriscadas, áreas de não curso”, pontou o CEO da empresa, Jhouferbio Rodrigues. “Nossa inteligência dá o melhor percurso e o mais seguro mapeando as zonas de risco.”

A Beelog é uma das startups que fazem parte do Cubo Itaú, maior centro de inovação tecnológica da América Latina. Criado por Banco Itaú e Redpoint, o hub junta no mesmo espaço empresas dos mais diversos segmentos que estão focadas em tecnologia para fazer networking e criar oportunidades comerciais numa rede empreendedora exclusiva.

“Estar no Cubo é extremamente importante, pois nos coloca numa posição de destaque nesse cenário de transformação via tecnologia. Estamos focados em conversar com o mercado de forma transparente, contribuindo no fortalecimento da cultura de inovação e empreendedorismo, algo que Beelog defende.” – Jhouferbio Rodrigues.

A startup atua há mais de dois anos no Nordeste, um dos maiores polos exportadores do Brasil. Nesse período, já atendeu shopping centers em todas as capitais, grandes marketplaces e centros de distribuição.

Segundo Jhouferbio Rodrigues, a experiência no Nordeste confirma a capacidade da Beelog para atender a cidade de São Paulo. ”Nossa machine learning permite um controle de performance e eficiência do fluxo de jornada com mais inteligência para lidar com qualquer realidade logística.”

Shopee x Mercado Livre: análise dos maiores marketplaces do Brasil

Em apenas três anos no mercado nacional, a Shopee chegou à vice-liderança dos e-commerces brasileiros. Mesmo na segunda posição, o site de vendas de Singapura tem prejuízo de US$ 1,52 por compra no país em 2022, mas indica uma melhoria de 45% em um ano.

A perda tem um bom motivo: ganhar uma boa fatia do segmento em um primeiro momento. Tanto que, no início de 2022, a nova queridinha das compras online diminuiu o número de cupons para minimizar as perdas e houve alterações nas taxas para vendedores que utilizam CPF em vez de CNPJ.

No entanto, o Mercado Livre (ML) ainda lidera os rankings dos marketplaces. Mas será que o Meli já está consolidado no país, por isso os dados se estabilizaram, ou será que a Shopee vai ameaçá-lo?

Neste artigo, aprofundaremos esses dados e, o mais importante, saberemos quais são as diferenças e as semelhanças entre os dois marketplaces. O foco é como as políticas e as características desses sites podem afetar o seller.

Afinal, qual o maior marketplace atualmente?
Quem é maior: Shopee ou Mercado Livre?

Somados os acessos de aplicativos e desktops, o Mercado Livre, até julho de 2022, liderava o ranking do e-commerce no Brasil. Mas a tendência de crescimento é maior para o marketplace Shopee.

Como os dados da Conversion mostram, o Mercado Livre apresenta oscilações de visitas desde janeiro. O número no início do ano era maior do que em julho.

Já a Shopee vive um momento de crescimento. Os acessos são menores que os do maior concorrente, mas, em relação ao início de 2022, as visitas estão crescendo.

Acesso por aplicativos nos marketplaces
Nos aplicativos próprios, a Shopee lidera os acessos com larga vantagem. Os dois e-commerces estão crescendo nos apps de marketplace, mas a empresa singapuriana supera os acessos do Meli em mais de 40 mil acessos.

Líder em satisfação do cliente
Dados do Bank of America Merrill Lynch (BofA) mostram que a Shopee está se tornando a favorita dos brasileiros. A empresa é líder em satisfação do cliente, com três pontos de vantagem sobre o Mercado Livre. O Net Promoter Score (NPS) da singapurense é 64, enquanto o do Mercado Livre é 61.

Preços
A mesma pesquisa mostrou liderança de preços baixos da Shopee, o que confirma a impressão de que o marketplace asiático é um site para quem procura por produtos com baixo valor.

Porém, a própria Shopee divulgou que investirá em eventos do setor de luxo. Assim, mercadorias com ticket médio maior podem ter mais relevância no marketplace daqui a um tempo.

Tendência de crescimento
Os dados indicam uma forte tendência de crescimento da Shopee e consolidação do Mercado Livre. O Brasil é o grande objetivo da empresa asiática, e a estimativa é de que a performance do país supere até mesmo os resultados na terra de origem da plataforma.

Outra característica relevante é a preocupação da Shopee em entender a cultura local para se adaptar. Em todos os mercados em que o e-commerce entra, há bastante investimento para criar estratégias compatíveis com a região em que está inserido.

Como o player asiático está mudando algumas políticas, o indicado é que o seller continue a analisar os dados, pois pode haver uma estabilização, e até mesmo queda, a depender da resposta do consumidor às alterações. A tendência é uma diminuição das políticas agressivas à medida que o público brasileiro se habitua a comprar na Shopee.

É fundamental acompanhar as estatísticas dos marketplaces. Os dados vão mostrar as expectativas de crescimento e, principalmente, as preferências dos consumidores. Porém, tão importante quanto isso é entender qual a política com os vendedores e o perfil dos e-commerces para traçar estratégias de negócios.

A seguir serão mostrados dados que interferem diretamente na margem de lucro do seller e estratégias para vender nos dois maiores marketplaces do momento.

Perfil de compra
É preciso entender o perfil de compra dos consumidores de cada marketplace.
O perfil de compra para cada marketplace difere. Cada consumidor possui objetivos e comportamentos diferentes, e por conta desses fatores, é essencial entender como atuar em cada um, se compensa empreender sua loja na plataforma e aplicar diferentes estratégias.

Shopee
Como a pesquisa do BofA mostrou, os clientes percebem a asiática como uma plataforma de compras mais baratas. Dessa forma, eles buscam menor preço e ofertas no marketplace. Um estudo interno da Shopee reforça esse dado. O perfil predominante de compradores é o que eles chamam de antenado em ofertas e representa 57%.

Esse é o motivo pelo qual há uma grande variedade de produtos de baixo ticket médio no marketplace que ficam em destaque na aba de “ofertas relâmpagos” como: utensílios de casa e cozinha, maquiagens, acessórios etc.

A precificação na Shopee é um fator decisivo para os consumidores, e eles buscam melhores preços que sejam possíveis utilizar cupons, promoções e frete gratuito.

Porém, é questão de sobrevivência para um negócio calcular o impacto de todos esses descontos na sua margem de lucro, entender como a comissão de vendas da Shopee funciona e aplicar preços que não atinjam seu faturamento.

Mercado Livre
O ainda maior marketplace do Brasil se assemelha a um catálogo no qual os consumidores não avaliam apenas preço. Um estudo do próprio Mercado Livre Ads, área dedicada à publicidade da empresa, mostra o quanto o cliente do e-commerce é analítico. Os visitantes passam 17% a mais de tempo no marketplace antes de realizar uma compra.

É comum a análise do custo-benefício, ao ver comentários, reputação do vendedor, características mais específicas de uma determinada mercadoria etc.

A plataforma também não consegue acompanhar a cultura de preços baixos da Shopee, que utiliza da estratégia que foi citado no início deste artigo, mas possui grande reputação no Brasil por sua qualidade de atendimento.

Podemos utilizar o comparativo de que, atualmente, a Shopee funcionaria como um ambiente comercial semelhante a pequenos shoppings com baixos preços e até poder de barganha por parte do consumidor, que tem à sua disposição muitos cupons, enquanto o Mercado Livre se torna um grande shopping com entregas de pedidos rápidos através de seu Mercado Envios Full que garante entregas até no mesmo dia a seu consumidor.

Comissão nos marketplaces
Quem não analisa bem as taxas avalia a Shopee como melhor no quesito comissão. O desconto será de no máximo 18%, caso o vendedor opte por oferecer frete grátis extra e trabalhe com CNPJ.

No Mercado Livre, a taxa varia de acordo com a categoria do produto e ainda há o desconto pela entrega gratuita. Dessa forma, é preciso uma análise mais aprofundada para entender o impacto no seu faturamento e estratégias.

Existe a vantagem, por parte do Meli, de descontar apenas R$5 em produtos de até R$79. Para quem vende produtos de baixo ticket, é uma vantagem. Ao mesmo tempo, a Shopee tem sido vista como o lugar para itens de menor valor.

Assim, é preciso analisar para entender qual é mais vantajoso para o negócio. Um produto muito barato pode ter um desconto maior na Shopee do que no Mercado Livre.

Um item de R$80, por exemplo, tem taxa de R$5 no líder dos e-commerces hoje. Na Shopee, R$9,60 ficam para o marketplace asiático. Porém, nesse exemplo, não foi considerado o frete grátis e nem anúncios diferenciados.

O Mercado Livre tem uma página com as comissões para todas as categorias de produtos para o seller consultar quando for necessário.

Já a Shopee, na data de fechamento deste texto, possui uma política de comissão mais enxuta, como você pode ver na ilustração abaixo, que considera o seu programa de frete grátis e a quantidade mensal de cupons pagos pela plataforma.

Taxas de comissão da Shopee.

Contudo, há ferramentas no mercado, como hubs de integração, que fazem o cálculo automático para o seller e ainda mostram qual a precificação ideal para preservar a margem de acordo com as taxas da Shopee e Mercado Livre, por exemplo.

Como funciona o frete grátis na Shopee?

Programa de frete grátis da Shopee e exemplos.
A Shopee possui muitos materiais visuais para simplificar o entendimento de seu programa de frete grátis a seus lojistas, como o gráfico acima, que exemplifica o limite máximo de comissão de R$100 da plataforma.

O seu programa de frete grátis se baseia em compras acima de R$29,90; ao utilizar o aplicativo, recebem o benefício. Para os vendedores, significa que será cobrado 6% a mais na comissão, mas respeitando a cobrança máxima de R$100.

Dessa maneira, produtos com ticket médio mais altos garantem mais faturamento ao lojista, que pode utilizar estratégias para atrair mais clientes.

Como funciona o custeio do frete grátis no Mercado Livre?
A contribuição do Mercado Livre com o custeio do frete está totalmente relacionada à reputação do vendedor. Assim, quanto melhor for o desempenho do seller, maiores serão as vantagens para ele. Além da contribuição do marketplace no frete, opções como utilizar seu programa de fulfilment atrairão mais compradores a sua loja.

Reputação verde
A melhor reputação no ML é conquistada para quem cumpre os seguintes requisitos:

Reclamações de até 4% do total de vendas.
Tempo de envio igual ou inferior a 15% do total de vendas.
Taxa de cancelamento inferior ou igual a 2%.
Reputação amarela
Vendedores na reputação amarela, têm três pré-requisitos. São eles:

Reclamações de até 7% do total de vendas.
Envio limitado a 20% do total de vendas.
Taxa de cancelamento em até 7% das vendas.
Reputação laranja
Se enquadram na reputação laranja:

Vendedores com até 12% de reclamações do total de vendas.
Tempo de envio que não ultrapassa 30% do total de vendas.
Taxa de cancelamento em até 10% das suas vendas.
Vendas por CPF
Muitos lojistas começam o processo de vendas no marketplaces através do CPF.
As vendas por CPF são como muitos lojistas iniciam seus negócios online com o objetivo de evitar, de início, encargos e burocracias ao criar um CNPJ.

O Mercado Livre e a Shopee são dois marketplaces que permitem as vendas por pessoa física, principalmente para aqueles que querem simplesmente vender itens usados, veículos etc. Porém, não é indicado para o seller permanecer com seu negócio online com CPF. Afinal, há muitas limitações, e as plataformas estão cada vez mais priorizando vendedores com CNPJ.

O empreendedor pode até iniciar como pessoa física, mas à medida que cresce é preciso se formalizar. Afinal, ao ultrapassar o limite imposto, são solicitados dados fiscais e ele poderá ter problemas com a Receita Federal.

O vendedor pode começar como Microempreendedor Individual (MEI), que permite venda e geração de nota fiscal para quem tem um faturamento de até R$80 mil anuais e, ao crescer mais, torna-se uma empresa de pequeno porte com até R$4,8 milhões anuais e continuar a utilizar o Simples Nacional.

Taxas para vender com CPF na Shopee

No início de junho de 2022, a Shopee realizou uma revisão nas políticas para vendedores que utilizam CPF no marketplace. Além da taxa padrão de 12%, é cobrado um acréscimo de R$5 por item vendido e, para itens com valores abaixo de R$10, será cobrado metade do valor do item.

Um dos objetivos do e-commerce com essas novas políticas foi motivar a formalização dos sellers. Confira abaixo na tabela:

Gráfico de comissão por CPF da Shopee.
Vender com o CNPJ, além de ter uma menor cobrança em sua comissão, oferece mais benefícios na plataforma como:

Equipe da Shopee com maior suporte ao seller;
Acesso ao Programa Vendedores Indicados da Shopee, que dá mais destaque ao seller;
Selo exclusivo do seu programa de frete grátis;
Oferecer mais cupons de desconto a seu cliente.
Venda com CPF no Mercado Livre
O Mercado Livre, assim como a Shopee, está cada vez migrando para que seus vendedores se formalizam através de políticas que favorecem pessoas jurídicas, para que, dessa maneira, pessoas físicas utilizem sua plataforma apenas para vendas casuais, como produtos que não utilizam mais.

As vendas no Meli com CPF têm restrições, como o limite de R$12 mil por vendedor, e também não é possível usufruir dos programas de entrega, como Mercado Coletas, já que as transportadoras exigem nota fiscal.

Emissão de nota fiscal no Mercado Livre e na Shopee
Os dois e-commerces têm sistema de emissão de nota fiscal integrado às plataformas. Nos dois, o seller precisa de um certificado digital do tipo A1 para gerar a NF. Dessa forma, mesmo sem um hub de integração ou ERP, o empreendedor pode gerar o documento, que é pré-requisito para ser um vendedor com grandes volumes de venda na Shopee ou no Mercado Livre.

Afinal, devo vender no Mercado Livre ou na Shopee?
Os dois canais de venda são portas de entrada para vendedores que estão iniciando seu negócio online, e se limitar a somente um deles pode fazê-lo perder potenciais vendas.

Então, estar presente nos dois marketplaces pode lhe garantir mais alcance. Afinal, um é líder em acessos e o outro possui um crescimento acelerado e promete ser promissor no território brasileiro, mesmo não sendo uma empresa nacional.

Não somente nos dois, mas o lojista deve analisar seu negócio e buscar se expandir em marketplaces que façam sentido para seu e-commerce através de estratégias assertivas e que o façam escalar, sempre pensando em fatores internos e externos, e preparando-se para períodos com muita demanda, como Dia das Mães, Black Friday, entre outros.

Shopee vs Mercado Livre: análise dos maiores marketplaces do Brasil.

Em apenas três anos no mercado nacional, a Shopee chegou à vice-liderança dos e-commerces brasileiros. Mesmo na segunda posição, o site de vendas de Singapura tem prejuízo de US$ 1,52 por compra no país em 2022, mas indica uma melhoria de 45% em um ano.

A perda tem um bom motivo: ganhar uma boa fatia do segmento em um primeiro momento. Tanto que, no início de 2022, a nova queridinha das compras online diminuiu o número de cupons para minimizar as perdas e houve alterações nas taxas para vendedores que utilizam CPF em vez de CNPJ.

No entanto, o Mercado Livre (ML) ainda lidera os rankings dos marketplaces. Mas será que o Meli já está consolidado no país, por isso os dados se estabilizaram, ou será que a Shopee vai ameaçá-lo?

Neste artigo, aprofundaremos esses dados e, o mais importante, saberemos quais são as diferenças e as semelhanças entre os dois marketplaces. O foco é como as políticas e as características desses sites podem afetar o seller.

Afinal, qual o maior marketplace atualmente?
Quem é maior: Shopee ou Mercado Livre?

Somados os acessos de aplicativos e desktops, o Mercado Livre, até julho de 2022, liderava o ranking do e-commerce no Brasil. Mas a tendência de crescimento é maior para o marketplace Shopee.

Como os dados da Conversion mostram, o Mercado Livre apresenta oscilações de visitas desde janeiro. O número no início do ano era maior do que em julho.

Já a Shopee vive um momento de crescimento. Os acessos são menores que os do maior concorrente, mas, em relação ao início de 2022, as visitas estão crescendo.

Acesso por aplicativos nos marketplaces
Nos aplicativos próprios, a Shopee lidera os acessos com larga vantagem. Os dois e-commerces estão crescendo nos apps de marketplace, mas a empresa singapuriana supera os acessos do Meli em mais de 40 mil acessos.

Líder em satisfação do cliente
Dados do Bank of America Merrill Lynch (BofA) mostram que a Shopee está se tornando a favorita dos brasileiros. A empresa é líder em satisfação do cliente, com três pontos de vantagem sobre o Mercado Livre. O Net Promoter Score (NPS) da singapurense é 64, enquanto o do Mercado Livre é 61.

Preços
A mesma pesquisa mostrou liderança de preços baixos da Shopee, o que confirma a impressão de que o marketplace asiático é um site para quem procura por produtos com baixo valor.

Porém, a própria Shopee divulgou que investirá em eventos do setor de luxo. Assim, mercadorias com ticket médio maior podem ter mais relevância no marketplace daqui a um tempo.

Tendência de crescimento
Os dados indicam uma forte tendência de crescimento da Shopee e consolidação do Mercado Livre. O Brasil é o grande objetivo da empresa asiática, e a estimativa é de que a performance do país supere até mesmo os resultados na terra de origem da plataforma.

Outra característica relevante é a preocupação da Shopee em entender a cultura local para se adaptar. Em todos os mercados em que o e-commerce entra, há bastante investimento para criar estratégias compatíveis com a região em que está inserido.

Como o player asiático está mudando algumas políticas, o indicado é que o seller continue a analisar os dados, pois pode haver uma estabilização, e até mesmo queda, a depender da resposta do consumidor às alterações. A tendência é uma diminuição das políticas agressivas à medida que o público brasileiro se habitua a comprar na Shopee.

É fundamental acompanhar as estatísticas dos marketplaces. Os dados vão mostrar as expectativas de crescimento e, principalmente, as preferências dos consumidores. Porém, tão importante quanto isso é entender qual a política com os vendedores e o perfil dos e-commerces para traçar estratégias de negócios.

A seguir serão mostrados dados que interferem diretamente na margem de lucro do seller e estratégias para vender nos dois maiores marketplaces do momento.

Perfil de compra
É preciso entender o perfil de compra dos consumidores de cada marketplace.
O perfil de compra para cada marketplace difere. Cada consumidor possui objetivos e comportamentos diferentes, e por conta desses fatores, é essencial entender como atuar em cada um, se compensa empreender sua loja na plataforma e aplicar diferentes estratégias.

Shopee
Como a pesquisa do BofA mostrou, os clientes percebem a asiática como uma plataforma de compras mais baratas. Dessa forma, eles buscam menor preço e ofertas no marketplace. Um estudo interno da Shopee reforça esse dado. O perfil predominante de compradores é o que eles chamam de antenado em ofertas e representa 57%.

Esse é o motivo pelo qual há uma grande variedade de produtos de baixo ticket médio no marketplace que ficam em destaque na aba de “ofertas relâmpagos” como: utensílios de casa e cozinha, maquiagens, acessórios etc.

A precificação na Shopee é um fator decisivo para os consumidores, e eles buscam melhores preços que sejam possíveis utilizar cupons, promoções e frete gratuito.

Porém, é questão de sobrevivência para um negócio calcular o impacto de todos esses descontos na sua margem de lucro, entender como a comissão de vendas da Shopee funciona e aplicar preços que não atinjam seu faturamento.

Mercado Livre
O ainda maior marketplace do Brasil se assemelha a um catálogo no qual os consumidores não avaliam apenas preço. Um estudo do próprio Mercado Livre Ads, área dedicada à publicidade da empresa, mostra o quanto o cliente do e-commerce é analítico. Os visitantes passam 17% a mais de tempo no marketplace antes de realizar uma compra.

É comum a análise do custo-benefício, ao ver comentários, reputação do vendedor, características mais específicas de uma determinada mercadoria etc.

A plataforma também não consegue acompanhar a cultura de preços baixos da Shopee, que utiliza da estratégia que foi citado no início deste artigo, mas possui grande reputação no Brasil por sua qualidade de atendimento.

Podemos utilizar o comparativo de que, atualmente, a Shopee funcionaria como um ambiente comercial semelhante a pequenos shoppings com baixos preços e até poder de barganha por parte do consumidor, que tem à sua disposição muitos cupons, enquanto o Mercado Livre se torna um grande shopping com entregas de pedidos rápidos através de seu Mercado Envios Full que garante entregas até no mesmo dia a seu consumidor.

Comissão nos marketplaces
Quem não analisa bem as taxas avalia a Shopee como melhor no quesito comissão. O desconto será de no máximo 18%, caso o vendedor opte por oferecer frete grátis extra e trabalhe com CNPJ.

No Mercado Livre, a taxa varia de acordo com a categoria do produto e ainda há o desconto pela entrega gratuita. Dessa forma, é preciso uma análise mais aprofundada para entender o impacto no seu faturamento e estratégias.

Existe a vantagem, por parte do Meli, de descontar apenas R$5 em produtos de até R$79. Para quem vende produtos de baixo ticket, é uma vantagem. Ao mesmo tempo, a Shopee tem sido vista como o lugar para itens de menor valor.

Assim, é preciso analisar para entender qual é mais vantajoso para o negócio. Um produto muito barato pode ter um desconto maior na Shopee do que no Mercado Livre.

Um item de R$80, por exemplo, tem taxa de R$5 no líder dos e-commerces hoje. Na Shopee, R$9,60 ficam para o marketplace asiático. Porém, nesse exemplo, não foi considerado o frete grátis e nem anúncios diferenciados.

O Mercado Livre tem uma página com as comissões para todas as categorias de produtos para o seller consultar quando for necessário.

Já a Shopee, na data de fechamento deste texto, possui uma política de comissão mais enxuta, como você pode ver na ilustração abaixo, que considera o seu programa de frete grátis e a quantidade mensal de cupons pagos pela plataforma.

Taxas de comissão da Shopee.

Contudo, há ferramentas no mercado, como hubs de integração, que fazem o cálculo automático para o seller e ainda mostram qual a precificação ideal para preservar a margem de acordo com as taxas da Shopee e Mercado Livre, por exemplo.

Como funciona o frete grátis na Shopee?

Programa de frete grátis da Shopee e exemplos.
A Shopee possui muitos materiais visuais para simplificar o entendimento de seu programa de frete grátis a seus lojistas, como o gráfico acima, que exemplifica o limite máximo de comissão de R$100 da plataforma.

O seu programa de frete grátis se baseia em compras acima de R$29,90; ao utilizar o aplicativo, recebem o benefício. Para os vendedores, significa que será cobrado 6% a mais na comissão, mas respeitando a cobrança máxima de R$100.

Dessa maneira, produtos com ticket médio mais altos garantem mais faturamento ao lojista, que pode utilizar estratégias para atrair mais clientes.

Como funciona o custeio do frete grátis no Mercado Livre?
A contribuição do Mercado Livre com o custeio do frete está totalmente relacionada à reputação do vendedor. Assim, quanto melhor for o desempenho do seller, maiores serão as vantagens para ele. Além da contribuição do marketplace no frete, opções como utilizar seu programa de fulfilment atrairão mais compradores a sua loja.

Reputação verde
A melhor reputação no ML é conquistada para quem cumpre os seguintes requisitos:

Reclamações de até 4% do total de vendas.
Tempo de envio igual ou inferior a 15% do total de vendas.
Taxa de cancelamento inferior ou igual a 2%.
Reputação amarela
Vendedores na reputação amarela, têm três pré-requisitos. São eles:

Reclamações de até 7% do total de vendas.
Envio limitado a 20% do total de vendas.
Taxa de cancelamento em até 7% das vendas.
Reputação laranja
Se enquadram na reputação laranja:

Vendedores com até 12% de reclamações do total de vendas.
Tempo de envio que não ultrapassa 30% do total de vendas.
Taxa de cancelamento em até 10% das suas vendas.
Vendas por CPF
Muitos lojistas começam o processo de vendas no marketplaces através do CPF.
As vendas por CPF são como muitos lojistas iniciam seus negócios online com o objetivo de evitar, de início, encargos e burocracias ao criar um CNPJ.

O Mercado Livre e a Shopee são dois marketplaces que permitem as vendas por pessoa física, principalmente para aqueles que querem simplesmente vender itens usados, veículos etc. Porém, não é indicado para o seller permanecer com seu negócio online com CPF. Afinal, há muitas limitações, e as plataformas estão cada vez mais priorizando vendedores com CNPJ.

O empreendedor pode até iniciar como pessoa física, mas à medida que cresce é preciso se formalizar. Afinal, ao ultrapassar o limite imposto, são solicitados dados fiscais e ele poderá ter problemas com a Receita Federal.

O vendedor pode começar como Microempreendedor Individual (MEI), que permite venda e geração de nota fiscal para quem tem um faturamento de até R$80 mil anuais e, ao crescer mais, torna-se uma empresa de pequeno porte com até R$4,8 milhões anuais e continuar a utilizar o Simples Nacional.

Taxas para vender com CPF na Shopee

No início de junho de 2022, a Shopee realizou uma revisão nas políticas para vendedores que utilizam CPF no marketplace. Além da taxa padrão de 12%, é cobrado um acréscimo de R$5 por item vendido e, para itens com valores abaixo de R$10, será cobrado metade do valor do item.

Um dos objetivos do e-commerce com essas novas políticas foi motivar a formalização dos sellers. Confira abaixo na tabela:

Gráfico de comissão por CPF da Shopee.
Vender com o CNPJ, além de ter uma menor cobrança em sua comissão, oferece mais benefícios na plataforma como:

Equipe da Shopee com maior suporte ao seller;
Acesso ao Programa Vendedores Indicados da Shopee, que dá mais destaque ao seller;
Selo exclusivo do seu programa de frete grátis;
Oferecer mais cupons de desconto a seu cliente.
Venda com CPF no Mercado Livre
O Mercado Livre, assim como a Shopee, está cada vez migrando para que seus vendedores se formalizam através de políticas que favorecem pessoas jurídicas, para que, dessa maneira, pessoas físicas utilizem sua plataforma apenas para vendas casuais, como produtos que não utilizam mais.

As vendas no Meli com CPF têm restrições, como o limite de R$12 mil por vendedor, e também não é possível usufruir dos programas de entrega, como Mercado Coletas, já que as transportadoras exigem nota fiscal.

Emissão de nota fiscal no Mercado Livre e na Shopee
Os dois e-commerces têm sistema de emissão de nota fiscal integrado às plataformas. Nos dois, o seller precisa de um certificado digital do tipo A1 para gerar a NF. Dessa forma, mesmo sem um hub de integração ou ERP, o empreendedor pode gerar o documento, que é pré-requisito para ser um vendedor com grandes volumes de venda na Shopee ou no Mercado Livre.

Afinal, devo vender no Mercado Livre ou na Shopee?
Os dois canais de venda são portas de entrada para vendedores que estão iniciando seu negócio online, e se limitar a somente um deles pode fazê-lo perder potenciais vendas.

Então, estar presente nos dois marketplaces pode lhe garantir mais alcance. Afinal, um é líder em acessos e o outro possui um crescimento acelerado e promete ser promissor no território brasileiro, mesmo não sendo uma empresa nacional.

Não somente nos dois, mas o lojista deve analisar seu negócio e buscar se expandir em marketplaces que façam sentido para seu e-commerce através de estratégias assertivas e que o façam escalar, sempre pensando em fatores internos e externos, e preparando-se para períodos com muita demanda, como Dia das Mães, Black Friday, entre outros.

Magazine Luiza (MGLU3) tem prejuízo líquido de R$ 135 mi no 2º tri de 2022; destaca crescimento do marketplace

Receita líquida caiu por conta de menor aquisição de bens duráveis mas lucro bruto avançou por conta do programa de vendas online.
A Magazine Luiza (MGLU3) registrou um prejuízo líquido de R$ 135 milhões no segundo trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 89,1 milhões do mesmo período do ano passado.

O desempenho, em parte, reflete o recuo da receita líquida da varejista, que caiu 5% na base anual, para R$ 8,5 bilhões. A receita bruta caiu na mesma porcentagem, chegando a R$ 10,3 bilhões, impactada, de acordo com a companhia, pelo menor volume de vendas nas categorias bens duráveis.

Segundo a Refinitiv, o consenso do mercado era de um um lucro líquido de R$ 161,7 milhões, com uma receita líquida de R$ 8,8 bilhões.

O lucro bruto do Magazine Luiza, no entanto, aumentou 6,3% no ano, para R$ 2,4 bilhões, explicado pelo salto de 3 pontos percentuais da margem bruta, para 28,6%, pouco acima do consenso de 28%.

“Desde o começo do ano temos comunicado ao mercado que o cenário mudou e que ajustaríamos a operação a esse momento. Repassamos inflação de custo, repassamos o aumento da taxa de juros”, explica Vanessa Papini Rossini, gerente de Relações com Investidores da varejista, sobre a alta.

Segundo a companhia, a alta, porém, se deu, principalmente, por conta de uma maior receita de serviços provinda do marketplace.

De acordo com Rossini, a companhia vem avançando em se tornar um hub de serviços para as lojas parceiras – oferecendo logística, lucrando com custo transacional e também disponibilizando o serviço de antecipação de recebíveis. Com isso, tem avançado em sua receita provinda deste braço.

“O seller está vendendo parcelado, a duas, três vezes, e a gente fornece o valor à vista para o vendedor. Isso é muito importante para essas empresas, pois é uma forma de se financiar o capital de giro das operações. E fazemos isso com um custo competitivo”, explica.

As vendas do marketplace totalizaram cerca de R$3,6 bilhões no trimestre, um crescimento de 22% comparado ao mesmo período do ano anterior, e representaram 36% das vendas online.

“Celebramos a marca de 200 mil sellers, dobrando o número em menos de um ano. Temos não só crescimento de vendedores, mas também de mercadorias e de categorias”, afirma Rossini. “Atribuímos a isso, além do programa parceiro Magalu, o lançamento da Caravana, que está atraindo até seis vezes mais vendedores por cada cidade que passa”.

Apesar do avanço do lucro bruto, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 1,7%, para R$ 457,4 milhões.

A Magazine Luiza pontua, porém, que R$ 34,6 milhões subtraídos desse lucro operacional são provenientes de gastos não recorrentes (com provisões para riscos tributários e honorários de especialistas). De acordo com a loja, ao se avaliar o Ebitda ajustado teriam sido registrados R$ 492,1 milhões, alta de 8% no ano. Não fosse por esses custos, o prejuízo ajustado seria de R$ 112,1 milhões.

“A diferença com gastos não recorrentes foi de R$ 20 milhões, em patamar menor daquilo que vimos nos últimos dois trimestres”, diz a gerente. “Os últimos trimestres foram de ajustes. Tudo o que fizemos em para ajustar as margens, como eu já comentei, foram tratados por nós como não recorrente”, complementa.

As despesas operacionais da Magazine Luiza, que englobam os gastos com vendas e administrativos, ficaram em R$ 1,9 bilhão, alta de 2,2% no ano.

As despesas com vendas totalizaram R$ 1,6 bilhão, equivalentes a 18,3% da receita líquida, com um aumento de 0,4 ponto percentual comparado ao mesmo período de 2021, associado, de acordo com a Magalu, à menor diluição das despesas nas lojas físicas e ao crescimento do marketplace.

A varejista, por fim, registrou um resultado financeiro negativo em R$ 493,8 milhões, número 115% maior do que os R$ 229,7 milhões do segundo trimestre de 2021, alta explicada, principalmente, por conta do aumento da taxa de juros brasileira.

A Magazine Luiza fechou junho com uma posição de caixa líquido de R$ 2,1 bilhões.

“Relatório Comércio sem Fronteiras 2022”- PayPal leva oportunidades de cross-border ao Fórum E-Commerce Brasil

Empresa de pagamentos digitais divulga durante o evento pesquisa realizada com 14 mil consumidores ao redor do mundo.

O PayPal, líder global na prestação de serviços de pagamentos digitais, participou do Fórum E-Commerce Brasil, nos dias 26 e 27 de julho, em São Paulo, e apresentou as oportunidades de vendas cross-border mapeadas no recém-lançado “Relatório de Comércio sem Fronteiras 2022” (disponível para acesso em https://radaric.correios.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Borderless-Commerce-Report-2022-1.pdf).

A pesquisa, realizada com consumidores de 14 mercados, incluindo o Brasil, aponta que 57% dos entrevistados se identificam como compradores cross-border e que 42% afirmam estar mais confortáveis para realizar compras online de sites hospedados em países estrangeiros do que em 2020. O fato se traduz em projeções de mercado, que apontam que o comércio transfronteiriço deve chegar a impressionantes US$ 7,4 trilhões até 2025, segundo o Global E-commerce Forecast 2022, do eMarketer.

Entre os principais motivadores da compra cross-border estão a busca por preços mais baixos (47%); acesso a produtos indisponíveis no mercado local (44%), e a descoberta de itens novos e interessantes (39%). A principal categoria comprada é vestuário e acessórios (39%), seguida por cosméticos e produtos de beleza (19%), eletrônicos (17%) e brinquedos e hobbies (16%). Em todos os mercados, as compras cross-border são feitas preferencialmente em marketplaces online, em seguida aparecem o e-commerce direto da empresa e as mídias sociais.

“A familiaridade dos consumidores estrangeiros com as compras em sites internacionais representa uma oportunidade valiosa para negócios de todos os tamanhos no Brasil. Temos a nosso favor, além do câmbio, a qualidade e o design dos produtos, os atributos sociais e ambientais dos nossos negócios e um ecossistema de tecnologia de e-commerce pronto para realizar a venda internacional com segurança e facilidade”, analisa Caio Costa, Head de Parcerias e PMEs do PayPal para a América Latina.

De fato, empresas brasileiras já estão suprindo parte dessa demanda. De acordo com dados do PayPal, os países que mais compram de pequenas e médias empresas sediadas no Brasil são Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Portugal e Peru. E, ao vender para outros mercados, o varejista tem a oportunidade de aproveitar sazonalidades e ampliar a base de clientes, fazendo com o que o negócio chegue a um novo patamar.

“No Fórum E-commerce Brasil temos a possibilidade de compartilhar dados e tendências com clientes, parceiros, prospects e imprensa. Eventos como este nos dão a oportunidade de fortalecer o ecossistema de e-commerce nacional, o que se traduz em maior emprego e renda local e projeção internacional para empresas brasileiras”, adiciona Caio.

Sobre o Relatório de Comércio sem Fronteiras 2022
O PayPal, como líder global na prestação de serviços de pagamentos digitais e transações cross-border, busca anualmente, com o Relatório de Comércio sem Fronteiras, compartilhar com empresários brasileiros insights e oportunidades de negócio em mercados internacionais. A edição de 2022 inclui 14 mil entrevistas com consumidores online de 14 mercados (Alemanha, EUA, Reino Unido, França, Itália, Canadá, Austrália, Espanha, México, China, Japão, Hong Kong, Cingapura e Brasil). O relatório traz diagnóstico país a país, incluindo o que o consumidor compra, o porquê e como paga. As soluções de pagamento do PayPal são ideais para empresas brasileiras de todos os tamanhos que querem vender para consumidores internacionais onde o PayPal encontra-se presente, já que a marca está entre as mais confiáveis do mundo.

Clique no link abaixo e acesse a íntegra do “Relatório de Comércio sem Fronteiras 2022” publicado na Biblioteca do RadarIC:
https://radaric.correios.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Borderless-Commerce-Report-2022-1.pdf

Venda digital perde fôlego e varejistas seguram despesas

Projeção de expandir 8% cai para 5% no ano; plataformas cortam custos e tiram benefícios do cliente.

“O Mercado Livre entregava com frete grátis se a compra [de supermercado] chegasse a R$ 79 ou mais. Agora [o valor] é R$ 199”, desabafava no Twitter, dias atrás, um dos clientes da plataforma, Gabriel Belusio. “Finalmente um cupom de frete grátis na Shopee sem preço mínimo”, comentava na sequência a consumidora sob o pseudônimo “Ash”, na última quinta-feira, data de um evento da Shopee no Brasil. O que se vê nas últimas semanas nas redes sociais, em centenas de mensagens sobre as ações das plataformas, é só um dos reflexos da mudança no ambiente do mercado digital no país.

O “boom” do comércio eletrônico após a pandemia perdeu força rapidamente neste ano, os custos logísticos e de mídia têm subido, e esse ciclo negativo já atingiu o consumidor que se acostumou, após a euforia nas vendas de 2020, a benefícios e vantagens na hora da compra. Esses ganhos vêm sendo revistos na busca dos grupos por maior eficiência.

Essa pressão cresce mais com a inesperada queda nas vendas no comércio eletrônico neste ano, com os primeiros recuos em abril (-6,4%) e maio (-1%), segundo dados de vendas mensais da empresa de pesquisas MCC/Neotrust. Era projetado desaquecimento, dizem analistas, mas não recuos seguidos. E isso ocorre não só pela base de comparação forte de 2021 e a volta do comércio nas lojas, mas há efeito da perda de renda e alta inflação nos preços. Americanas, Mercado Livre, Magazine Luiza e Via vêm crescendo em ritmo menor neste ano frente a 2021. A Shopee estaria mantendo ritmo pela base de vendas menos madura.
Nos últimos dias, o Valor reuniu junto a executivos e especialistas exemplos de alterações em políticas nas empresas, que podem afetar projetos e investimentos no ano. Por exemplo, aumentaram os valores mínimos de gastos em compras, definidos para obter entrega gratuita ou descontos. E parou de subir o peso da venda com frete grátis dentro do bolo total.

“Pelas nossas pesquisas, esse frete gratuito já se estabilizou no ano e não duvido que caia dentro do total no segundo semestre”, diz Fabrício Dantas, CEO da Neotrust. “É outro cenário hoje frente a 2020 e 2021. Está difícil estimar para frente, mas decidimos rever nossas projeções com a queda recente nas vendas”.
A estimativa no começo do ano era de uma alta no faturamento on-line de 8%, diz Dantas, e se espera agora crescer 5%, para R$ 169 bilhões. São R$ 8 bilhões a mais em vendas (mas quase R$ 5 bilhões a menos do projetado antes). Em valor, é a menor adição à base total desde 2019.

“Esperamos uma reaceleração do GMV [vendas pelas plataformas] no terceiro trimestre, porém mais lento. A expansão de 20% ao ano até 2025 caiu para 16%”, disse, dias atrás, em relatório, Daniel Federle, analista do Credit Suisse.
Esse cenário leva a revisões de prioridades nos grupos e afeta a relação com o cliente, apesar de eventual esforço para não cair o nível do serviço.

Desde o início do ano, grandes “marketplaces” como Renner, GPA, Magazine Luiza e Via falam em ser mais “racionais” na estratégia, com atenção maior à rentabilidade. “Temos sido muito acionados para ajudar a rever alguns processos. Não faz mais sentido ficar ‘comprando’ cliente digital a qualquer CAC [sigla de custo de aquisição de cliente], e sem conseguir diluir isso, pelos níveis baixos de venda”, diz Luciana Batista, sócia da consultoria Bain & Company.
“ Há análises sendo refeitas em investimentos, por exemplo, em ‘dark- stores’ [lojas que estocam produtos para entrega on-line] e sobre a real eficiência dos mini-hubs no país [pontos com ampla área de estoque]”, diz. “Será que vale mesmo abrir três ‘dark-stores’ no ano, com custo por metro quadrado alto, para a entrega a clientes num prazo mais curto, se o cliente da região aceita receber em prazo maior? Outro ponto tenho lojas com estoque que cobrem as entregas on-line em 75% da área, por que investir em mais mini hubs? Há projetos que estão ficando em stand-by ”, afirmou.
O comando da Petz disse, a analistas em maio, que fez “ajustes táticos”. “Havia alguns incentivos que a gente dava em programa de fidelidade, ou de descontos para ‘ship from store’ [venda on-line de estoque da loja], que não necessariamente traziam todo o benefício versus, eventualmente, a gente fazer um investimento maior no ‘Minhas Ofertas’ [no app próprio da rede ]”, disse a vice-presidente financeira, Aline Penna. “Estamos focando mais os investimentos em ‘pricing’, naqueles programas que nos trazem mais retorno”.
Em relatório na semana passada, analistas do Credit Suisse citam que a Vtex, fornecedora de tecnologia a empresas on-line, adotou uma postura mais conservadora neste ano depois que “começou a notar um crescimento mais fraco na sua base de clientes, em adição a uma implementação mais lenta de projetos em andamento”, diz o informe. Sobre a questão, a Vtex diz que cresce acima da média e vem gerando valor a seus clientes.

Fornecedora de serviços ao comércio eletrônico, a Infracommerce diz que “há clientes falando em segurar um pouco mais novos projetos”, segundo o vice-presidente de finanças Fabio Bortolloti.
Outra iniciativa envolve um aumento de investimento nas ações de marketing nos apps e sites das plataformas, e uma racionalização maior dos incentivos em buscadores, após a alta na inflação dos “cliques” entre 2020 e 2021. Empresas pagam se a venda é oriunda dos buscadores, como Google. “Essa é uma das maiores despesas dessas empresas digitais e a mais fácil de ser mexida. Como se trata de uma compra de mídia de performance, ela é fundamental hoje, mas há maior flexibilidade em ajustá-la”, diz Marcelo Tripoli, fundador da agência digital Zmes.

Ainda aumentaram as ações para incentivar a venda pelo sistema de retirada da compra on-line na loja. “Com o combustível caro, tem rede dando um agrado para fazer o cliente pegar o item na loja. A cada retirada, posso diminuir a minha rota de entrega. Além disso, o subsídio ao frete vem caindo, a depender do perfil do comprador”, diz um executivo da área de moda.

Nas últimas semanas, algumas medidas que afetam o consumidor vêm se tornando públicas, como a decisão do Mercado Livre de subir, a partir do dia 7 de junho, de R$ 79 para R$ 199, o valor mínimo para obter frete grátis na compra de itens de supermercado. Isso tende a diminuir o subsídio da empresa ou dos lojistas aos clientes.

Aos lojistas, a empresa disse em comunicado que está “reduzindo custos para que [o vendedor] possa baixar seus preços na seção”. Em receita, o Mercado Livre cresceu 63% no Brasil de janeiro a março, abaixo do ritmo dos trimestres anteriores, mesmo cenário visto no Magazine, Via e Americanas – efeito da base de comparação e da menor demanda, dizem analistas.
Na Shopee, consumidores já vêm mencionando em redes sociais há meses a política mais restritiva na concessão de benefícios. Em maio, ela aumentou, de R$ 20 para R$ 29, o preço mínimo para o cliente ter acesso ao frete grátis. A empresa cita, em balanços trimestrais globais, perda menor nas entregas no Brasil. “O dinheiro ‘enxugou’, e mesmo plataformas estrangeiras vêm adotando uma racionalização maior” diz Gabriel Lima, CEO da consultoria Enext.

Também existe hoje no mercado uma nova onda de repasses de custos aos lojistas, iniciada no fim de 2021. São medidas para absorver custos financeiros e operacionais maiores no ano. O Mercado Livre aumentou de até cinco dias para oito dias o prazo de pagamento a lojistas nas vendas feitas pelo Mercado Envios (para itens novos e vendedores com boa nota na plataforma). Ou seja, o valor ficará mais tempo com a companhia. Para itens usados e lojistas sem reputação, serão 12 dias.

A mudança vale a partir do dia 20. O parcelamento de vendas acima de R$ 500 também caiu de 12 vezes sem juros para 10, desde o dia 30 de junho, na categoria “premium”. Isso reduz custos de financiamento da empresa, em tempos de juros altos. Procurada, a companhia diz que são “ajustes em sua política de custos em função do cenário econômico” e isso afeta serviços como frete e formas de pagamento. Afirma que são atualizações necessárias para seguir com o objetivo de oferecer um melhor ecossistema de negócios.

O Valor já antecipou na semana passada que, desde a sexta-feira, a Via parou de antecipar o pagamento a lojistas de maior porte em seu “marketplace”. E após o dia 13, o Magazine Luiza passa de 16% para 18% a taxa cobrada do lojista que quiser receber o valor de sua venda à vista, na maioria das categorias de sua plataforma.

Compras no AliExpress e Shopee serão afetadas com novo regulamento da Receita? Entenda

Instrução normativa sobre mercadorias importadas permite que receita determine o valor de produtos em alguns casos.

A Receita Federal publicou, no Diário Oficial da União da quinta-feira (23), uma Instrução Normativa (IN) que dispõe sobre a declaração e o controle do valor aduaneiro de mercadorias importadas. O texto explica que, entre outras coisas, o órgão pode determinar o preço de um produto caso a documentação apresentada seja considerada insuficiente.

Para os consumidores que adquirem produtos em sites de compras com fornecedores internacionais, como AliExpress e Shopee, a determinação causa preocupação. Pois há o temor de que um produto adquirido por um preço poderia ter seu valor aumentado conforme o entendimento da Receita, implicando em um maior valor do imposto a pagar.

Contudo, a nova Instrução Normativa não deve ter impactos nas compras feitas nesses marketplaces. Segundo a advogada Andrea Aquino, especialista em direito aduaneiro e coordenadora na Comissão de Direito Tributário (CDTrib) da OAB Ceará, “apesar de ter ocorrido uma solidificação dessas regras, atualmente já existe uma análise risco aduaneira feita por sistema de inteligência artificial e cruzamento de dados”.

“Então, se ocorrer essa fiscalização e dúvidas acerca do preço, o fiscal já solicita documentos para fins de comprovação”, explica.

REGULAMENTAÇÃO DE ACORDO INTERNACIONAL
Andrea Aquino explica que esta IN “veio basicamente para ratificar regras do GATT (acordo internacional de valoração aduaneira ratificado pelo Brasil)”.

GATT é a sigla em inglês para General Agreement on Tariffs and Trade (Acordo Geral de Tarifas e Comércio). Conforme esse acordo, o valor de transação é o que deve ser considerado como base cálculo para fins de incidência de tributos. No Brasil, ele também é chamado AVA (Acordo de Valoração Aduaneira).

O ponto de destaque na Instrução Normativa para a advogada é a previsão de que o valor de transação pode ser desconsiderado caso o importador não apresente a documentação solicitada pelo fisco.
A opinião é compartilhada pelo presidente da CDTrib, Hamilton Sobreira ao apontar que “a Fazenda pode desconsiderar o valor declarado e abre oportunidade ao importador para justificar referido preço”.

Segundo ele, “a norma traz de forma mais clara a fiscalização e suas possibilidades”. Além disso, esclarece, a IN não altera especificamente as condições sobre o controle do valor aduaneiro para um ou outro setor.

Sobreira destaca ainda que o mais importante nesse controle não seria “acabar com a faixa de isenção, mas aumentar o controle fiscal para subprecificação, e isso a norma fez”.

CRITÉRIOS DE PRECIFICAÇÃO
Nos casos em que o valor da impostação não puder ser verificado, há uma série de critérios que devem ser respeitados pela Receita Federal, de maneira sucessiva, para a definição de um novo preço:

1º Método – Valor da Transação
2º Método – Valor de transação de mercadorias idênticas
3º Método – Valor de transação de mercadorias similares
4º Método – Valor de revenda (ou método do valor dedutivo)
5º Método – Custo de produção (ou método do valor computado)
6º Método – Último recurso (ou método pelo critério da razoabilidade)
“O 1º método é o valor de transação, valor declarado pelo importador. Daí, se ele [o fiscal] está com dúvidas, além de ter que observar os métodos, ele tem que observar outros critérios”, explica Andrea Aquino, também conselheira no Brasil Export (Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária).

“Por exemplo: se ele está com dúvida do preço de uma caneca comprada em janeiro de 2022, e não se convence das justificativas do importador quanto ao preço, ele desconsidera o valor de transação e teoricamente teria que ir para o segundo método e comparar com mercadoria idêntica do mesmo país de origem, mesma época, composição, marca e fornecedor”.

China: JD.com registra crescimento lento em festival 618

As vendas totais da JD.com, empresa de e-commerce com sede na China, aumentaram 10,3% nos 18 dias do Festival 618, primeiro grande festival de compras desde o surto mais recente da covid-19 no país. Frente os números registrado no evento em 2021, quando o aumento foi de 27,7%, a companhia considerou o resultado “muito abaixo”.

O número deste ano foi o mais lento para o varejista, mostrando como o apetite do consumidor na segunda maior economia do mundo foi atingido por bloqueios para interromper a variante Omicron do coronavírus e desacelerar as condições econômicas.

Os compradores chineses compraram 379,3 bilhões de yuans (US$ 56,48 bilhões) em mercadorias na plataforma da JD durante o período “618”, informou em sua conta oficial do WeChat.

“Estamos melhorando ainda mais os serviços de entrega em áreas urbanas e rurais”, acrescentou em comunicado, referindo-se aos esforços durante o evento que se basearam em sua infraestrutura de cadeia de suprimentos e tecnologia de inteligência digital.

O evento 618 é o segundo maior festival de compras da China depois do Dia dos Solteiros em novembro e foi iniciado em 2004 para marcar o aniversário de fundação da JD.com. Os rivais, administrados pelo Alibaba Group e Pinduoduo, tendem a não publicar 618 números.

Mas a consultoria Syntun estimou que as plataformas de comércio eletrônico online, incluindo o mercado Tmall do Alibaba, JD.com e Pinduoduo juntos, alcançaram 582,6 bilhões de yuans (US$ 86,75 bilhões) em 618 vendas este ano, quase estável em comparação com os 578,5 bilhões de yuans do ano passado.

Apesar dos esforços das empresas de comércio eletrônico este ano, como simplificar as regras de promoção e oferecer descontos mais profundos, “a reação do mercado foi morna”, disse Syntun em relatório no domingo (19).

Os festivais de compras são tradicionalmente populares na China, com muitos compradores adiando as compras para se beneficiar dos enormes descontos que oferecem para atrair compradores.

Mas já havia sinais no ano passado de queda na demanda do consumidor em tais eventos, quando o rival Alibaba viu um crescimento de vendas de apenas 8,5% durante o frenesi do Dia dos Solteiros, também o mais lento de todos os tempos.

Nos últimos três meses, a batalha da China para conter a covid-19 trouxe medidas de bloqueio de intensidade variável em dezenas de cidades, afetando gastos, meios de subsistência e cadeias de suprimentos.

Para estimular a demanda este ano, as principais plataformas de comércio eletrônico pressionaram as marcas a oferecer descontos maiores para o evento 618, mas algumas empresas e agentes disseram à Reuters que planejavam reduzir essa participação.

Além das empresas de comércio eletrônico, mais plataformas de internet e lojas offline se juntaram ao evento deste ano, entre elas as plataformas de vídeos curtos Douyin e Kuaishou.