Mercado Livre muda ranqueamento e vai exigir mais vendas de lojistas

Um dos marketplaces mais tradicionais da internet brasileira vai ser mais seletivo com seus vendedores. O Mercado Livre atualizou a política de ranqueamento para os lojistas: agora, para ter a medalha MercadoLíder, eles vão ter que vender mais, cancelar menos pedidos e depender menos da mediação da empresa.

As mudanças entram em vigor no dia 21 de março. A partir desta data, para manter seu selo MercadoLíder, o vendedor só poderá cancelar 1% de suas vendas; antes, este número era de 2,5%. Além disso, a mediação do Mercado Livre não pode ser maior que 0,5%. A tolerância de atraso será de 6%.

Medalhas vão exigir maior número de pedidos

O volume de vendas também terá que aumentar, e não vai ser pouco. Para chegar ao nível Platinum, será preciso ter 1.725 vendas concluídas e R$ 296 mil faturados, nos últimos 60 dias. Atualmente, são necessários 450 vendas e R$ 200 mil faturados.

No nível Gold, também haverá mudanças. Ele passará de R$ 80 mil faturados e 150 vendas em 60 dias para R$ 118.400 e 575 vendas. Para ser um MercadoLíder, a empresa exigia R$ 25 mil reais em faturamento e 60 vendas. Agora, serão R$ 37 mil reais e 230 vendas.

Nos três casos, a medalha vai além de um reconhecimento do vendedor e um selo de confiança para compradores. Quem é MercadoLíder pode oferecer frete grátis nas vendas e fica melhor colocado nas buscas, além de receber atendimento personalizado da plataforma.

Crescimento da Shopee pode estar por trás de mudanças

Olhando os números, a alta no número de pedidos exigido foi de 280% nas três medalhas.
A consequência mais lógica disso é que um ticket alto nas vendas não vai ser suficiente. Os lojistas vão precisar entregar um grande volume de encomendas.

A mudança do ranqueamento do Mercado Livre parece ser ume medida para contra-atacar o crescimento da Shopee.
Segundo levantamento feito pela empresa de automação para e-commerces Magis5, o Mercado Livre tem uma vantagem de 41,9 pontos percentuais sobre a Shopee em dinheiro movimentado, mas a diferença cai para apenas 13,9 pontos percentuais quando se leva em consideração o número de pedidos.

Ou seja, a Shopee pode ganhar bem menos dinheiro, mas vem crescendo consideravelmente em produtos mais baratos.

Reputação será remodelada

A reputação dos vendedores no Mercado Livre — aquele termometrozinho na página do produto — também vai mudar.
Os níveis serão diferentes: a classificação de mais alta fica dependendo de ser MercadoLíder. Abaixo dela, haverá quatro cores: verde, amarelo, laranja e vermelho.

Além das exigências de volume de vendas, os lojistas precisarão ter menos de 1% de reclamações, menos de 0,5% de mediações, menos de 0,5% de pedidos cancelados pelo vendedor e menos de 6% de envios com atraso para ficar com a classificação mais alta, de MercadoLíder.Quem não conseguir, fica em um das cores. Nelas, as mediações não são um critério.

A classificação verde exige máximo de 2% de reclamações, 1,5% de cancelamentos e 10% de atrasos.
A faixa amarela inclui quem tem menos de 4,5% de reclamações, 3,5% de cancelamentos e 18% de atrasos.
A laranja é para quem tem, no máximo, 8% de reclamações, 4% de cancelamentos e 22% de envios com atraso.
Quem não se encaixar em nenhuma dessas categorias, fica com a reputação vermelha, a pior de todas na plataforma.

Quais as melhores práticas para se construir um bot humanizado na visão do Mercado Livre?

Com a evolução acelerada do atendimento digital, um dos grandes desafios em Customer Experience é assegurar a humanização cada vez maior nas interações entre um bot de atendimento e o consumidor.

Um bom exemplo é o Mercado Livre. Nesse contexto acelerado em que vivemos, uma das preocupações da empresa é manter processos e canais de atendimento ao cliente os mais ágeis e humanizados possível.

Ao longo dos últimos anos, a empresa foi desenvolvendo um modelo de atendimento integrado para todo seu ecossistema de produtos e serviços, criando soluções, desenvolvendo ferramentas de CX internamente e aprimorando os canais de comunicação com seus milhões de usuários.

Para contar mais sobre toda essa experiência, as melhores estratégias para se construir um bot humanizado, além de outros aspectos para quem busca êxito em Customer Experience no Brasil, conversamos com Marcio Aparecido Souza, diretor de Customer Service do Mercado Livre no Brasil. Confira!

A construção de um bot humanizado é diária

CM – Como é possível oferecer empatia, compreensão dos contextos e momentos do cliente na jornada do atendimento conduzida por BOTs? Quais seriam hoje as melhores práticas para se construir um BOT humanizado?

Marcio Souza – Parte dos nossos esforços e investimentos para manter a humanização dos nossos canais envolve, por exemplo, o uso de tecnologia de Natural Language Processing (NLP), que, na tradução literal, significa Processamento de Linguagem Natural, ou seja, a compreensão e interpretação da linguagem humana por meio de Inteligência Artificial.

Apesar do retorno positivo dos nossos usuários para esse modelo de atendimento, mantemos sempre a possibilidade do usuário falar com um atendente humano a qualquer momento da sua jornada com a gente. Esse é um caminho diário, uma construção feita todos os dias com nossas equipes e clientes, com quem aprendemos para adaptar nossos negócios às suas necessidades e preferências. De qualquer forma, o atendimento é uma pequena parte da experiência que oferecemos, ela começa bem antes na interação desses usuários com os nossos produtos e serviços.

“É um caminho diário, uma construção feita todos os dias com nossas equipes e clientes, com quem aprendemos para adaptar nossos negócios às suas necessidades e preferências”

CM – Qual a abrangência de tarefas que este BOT precisa ter com o escopo de atividade a que se destina – levando em consideração a velocidade para desempenhar bem seu papel e atender consumidores cada vez mais impacientes?

Marcio Souza – A tarefa principal do bot é solucionar dúvidas ou problemas simples e com processos já automatizados. Como exemplo, destaco o processo de devolução de um produto através do nosso serviço chamado de Compra Garantida. De forma online, rápida e eficiente, o usuário pode acionar diretamente esse programa de proteção a compradores e vendedores da plataforma, que garante a devolução do dinheiro caso a compra ou a venda não saia como esperado.

Os bots também são fundamentais para ajudar na melhor contextualização do caso até chegar a um atendente, que poderá seguir com um atendimento ágil e eficaz para sanar 100% das dúvidas ou problemas do cliente. A combinação de fluxos inteligentes mostra os caminhos e próximos passos do atendimento, auxiliando tanto os usuários nos processos automatizados e de autogestão, quanto os colaboradores no contato com esses usuários.

Como evoluir sem deixar de lado a humanização?

CM – Temos tecnologia, bons parceiros tecnológicos, entendimento da importância e valor da digitalização e da agilidade para o atendimento, mas, porque na maioria dos casos o consumidor ainda encontra dificuldades num atendimento robotizado?

Marcio Souza – Em muitos casos, os usuários sentem que estão falando apenas com um robô, pensam que são apenas passos a serem seguidos e que, se não falarem diretamente com um atendente, não terão sua dúvida esclarecida ou seu problema solucionado. Neste sentido, é importante entender todo o contexto e o histórico do usuário. Conhecer o cliente é necessário para garantir uma experiência positiva.

Além disso, segmentar aqueles usuários que estão mais abertos ao uso de mais tecnologia na jornada é fundamental, permitindo às empresas escalar processos e tecnologias, e seguir evoluindo com uso das ferramentas de inovação, sem deixar de lado a humanização. De qualquer forma, cabe às empresas comunicar mais e melhor seu formato de atendimento, minimizando atritos e aumentando a confiança em canais que trazem celeridade e eficiência na resolução de demandas.

CM – Os bots são apenas uma das peças do grande quebra-cabeças que é a transformação digital. Quais outros aspectos uma empresa precisa trabalhar paralelamente a essa inovação para que tenha êxito em Customer Experience no Brasil?

Marcio Souza – Mais do que garantir a automação e a autogestão dos usuários nas plataformas, é importante estar sempre atento às possibilidades de melhorias e otimização dos processos. No Mercado Livre, todos os dias, analisamos as múltiplas possibilidades dentro do nosso ecossistema, que funcionam em sinergia para oferecer a melhor experiência aos nossos usuários durante toda sua jornada, incluindo o pós-venda que é tão relevante para a fidelização dos usuários.

Como uma empresa de tecnologia que desde o início atende diferentes perfis de usuários, definimos como o ponto central do nosso negócio a experiência dos nossos vendedores e compradores. Como diferencial, há alguns anos, as principais ferramentas que usamos na área de Customer Experience são desenvolvidas internamente, pela nossa equipe de desenvolvedores de tecnologia. Hoje, temos uma equipe de mais de 100 pessoas nas áreas de tecnologia e inovação dedicadas exclusivamente ao desenvolvimento dessas ferramentas e soluções com foco no atendimento ao cliente. Investir é fundamental, assim como desenvolver ferramentas e canais que o negócio precisa, mesmo que ainda não exista no mercado.

“Conhecer o cliente é necessário para garantir uma experiência positiva”

CM – Cite alguns desafios a serem superados em 2023 nessa corrida pela humanização em bots de atendimento?

Marcio Souza – Acredito que o futuro do CX depende da combinação entre inteligência artificial e o cuidado humano. Neste sentido, os maiores desafios para os próximos anos são: a evolução do uso do machine learning, que permite compreender e aprender com o comportamento de cada usuário, facilitando os avanços da tecnologia; a educação e a conscientização dos usuários por meio da disseminação da importância da tecnologia, a fim de que todos entendam as inúmeras possibilidades e vantagens da aplicação de ferramentas em sua jornada de atendimento e contato com a empresa; e a segmentação dos usuários classificados como early adopter, permitindo escalar o uso da tecnologia a partir destes usuários que não só usam como preferem a tecnologia em diferentes processos do relacionamento com as empresas e marcas que consome.

Uma visita ao Mercado Livre durante a Black Friday 2022

O trabalho em ritmo industrial é corriqueiro em um dos maiores players de comércio eletrônico do mundo. Agora, imagina o clima de um espaço desses durante a Black Friday? Foi isso que a equipe do E-Commerce Brasil conferiu na sexta-feira (25), em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. Um dos quatro maiores CADs (Centros de Armazenamento e Distribuição) do Mercado Livre, com 100 mil m², é a maior unidade em capacidade de operação e volume de e-commerce da América Latina. “É a nossa operação de ouro”, afirma Luiz Augusto Vergueiro, diretor sênior de Operações Logísticas no Mercado Livre.

Inaugurado em julho de 2021, a unidade é comandada por três mulheres: Suelen Bellinassi, gerente de Fulfillment, Fernanda Cacita, gerente de Outbound – Fulfillment, e Mariana Borgo, gerente de Operações Fulfillment. O espaço fullfiment armazena quase 1 milhão de tipos de produtos distintos e pequenos. Isso porque cada um dos 11 CADs da empresa são especializados em categorias de produtos. “Desta forma, todos os produtos que o cliente comprou podem ser entregues na mesma caixa, de botão a cerveja, por exemplo”, explica Vergueiro.

Vale ressaltar que o centro não é a origem dos produtos, mas o destino, segundo Borgo, pois há um hub de recebimento onde os produtos são separados por categorias e tamanhos. Em 2023, a companhia quer inaugurar mais três CADs: um em Araçariguama, no interior de São Paulo, e dois em Barueri, na região metropolitana.

Armazenagem aleatória

Entre centenas de esteiras, empilhadeiras e carrinhos, fica fácil se perder, ainda mais com produtos colocados em prateleiras diversas, com uma lógica difícil de ser entendida à primeira vista. No entanto, devido ao sistema de leitura de códigos, a companhia consegue otimizar espaço armazenando produtos distintos e de diferentes sellers de forma estratégica – com exceção de produtos regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como alimentos, sanitizantes e medicamentos.

O armazenamento é feito de forma aleatória, mas com muita tecnologia por trás. O sistema cruza as informações e traça a melhor rota para a coleta dos itens, feita pelos colaboradores.

Esteiras 24 por 7

Vergueiro revela que cerca de 18 mil pacotes passam por hora pelas esteiras, equipadas com sensores que classificam os produtos por destinos e os separam por rotas. Nesta velocidade, fica fácil algum pacote se perder. Por isso, de tempos em tempos, um funcionário retira “os fugitivos” e os recoloca a caminho do consumidor. “Muitas vezes, os pacotes nem voltam para a esteira e são recolhidos manualmente”, explica o executivo. Já na parte do packing, os colaboradores embalam até 150 pacotes por hora, ou seja, um produto é embalado e etiquetado em menos de 20 segundos.

Para o publico em geral, a Black Friday é na última semana de novembro. No entanto, a alta demanda no centro de armazenamento e distribuição começa em outubro, com o aumento das vendas e das contratações. “A operação dobrou em expedição e armazenamento em comparação com a BF do ano passado”, diz Borgo. Para dar conta da demanda, a empresa contrata colaboradores temporários e, destes, uma parte é efetivada. O CAD funciona em cinco turnos 24 por 7.

As compras feitas até as 12h00 são enviadas antes das 13h00 para chegarem ao destino no mesmo dia. Porém, na Black Friday, o período é extendido em uma hora para dar vazão aos pedidos.

Outro objetivo da companhia é otimizar as embalagens e espaços de armazenamento com caixas de plástico retornáveis e dobráveis. Cada contêiner de plástico suporta cerca de 300 kg e pode ser empilhado [até 3 unidades que, juntas, ultrapassam 2 metros]. Na questão de sustentabilidade, a ideia é substituir aos poucos as caixas de papelão que duram, em média, seis viagens. Já as de plásticos, não possuem limite de tempo de uso. Mas um dos empecilhos para a substituição total – ao menos, por agora – está na altura dos caminhões tipo truck.

Mercado Livre volta a funcionar após falhas antes da Black Friday

Os clientes do Mercado Livre reclamaram de problemas na plataforma na última quarta (23), durante o início da tarde dois dias antes do início da Black Friday. Atualmente, o e-commerce já está oferecendo descontos para a data comercial, o que rendeu reclamações de usuários.

Em nota enviada ao TecMundo, o Mercado Livre disse que a falha foi corrigida, com todos os serviços sendo restabelecidos em torno das 15h. De acordo com a empresa, as instabilidades ocorreram por causa de uma falha pontual no Amazon Web Services.

“O Mercado Livre informa que uma falha pontual na Amazon Web Services (AWS) afeta momentaneamente a operação de compras em seu marketplace. A empresa, cujas equipes especializadas estão trabalhando para resolver esse inconveniente o mais rápido possível, agradece previamente pela compreensão dos seus usuários.”

Segundo relatos no Twitter e DownDetector, a falha foi bastante abrangente e afetou diversos segmentos do site e do aplicativo do Mercado Livre em torno das 13h. Com a queda, alguns clientes não conseguiram concluir suas compras no serviço.

Alguns dos problemas estariam relacionados ao sistema de endereços do Mercado Livre. Os clientes não conseguiam concluir compras e nem mesmo simular o frete antes de aquisições.

Em outros casos, os problemas foram maiores. Os clientes não conseguem fazer login na conta, fazer buscas ou acessar o carrinho no site de compras. A plataforma exibe um aviso dizendo “ocorreu um erro. Estamos trabalhando na solução”, dando como dica para o usuário apenas “tentar novamente”.

Mercado Livre expande programa de recuperação de resíduos eletrônicos

O projeto agora também poderá ser utilizado pelos vendedores do marketplace.

O Mercado Livre anunciou a expansão de seu programa de recuperação de resíduos eletrônicos. O projeto, que antes era utilizado apenas para vendas diretas da plataforma, foi ampliado para os vendedores do marketplace. A expectativa é que a iniciativa englobe mais categorias da plataforma até o final do ano.

“Após atingir o índice de 97% de recuperação, nos sentimos prontos para estender nosso programa de economia circular para todos os vendedores da plataforma”, comenta Raquel Keiroglo, gerente de sustentabilidade do Mercado Livre Brasil.

O programa de logística reversa permite ao Mercado Livre, caso o produto não possa voltar para a prateleira, fazer a destinação correta do material e reaproveitar os componentes eletrônicos. Estes elementos que possuem as devidas condições são reaproveitados pela cadeia produtiva na forma de matéria-prima.

“Além de otimizar custos para tornar projetos como esses viáveis e sustentáveis no longo prazo, geramos renda extra aos vendedores, sobretudo os de médio e pequeno portes, que reduzem custos operacionais provenientes da devolução de mercadorias”, explica Fábio Escaleira, gerente sênior de Operações do Mercado Livre e líder do projeto.

Inclusão de vendedores
A adesão dos vendedores do marketplace aos serviços de logística reversa, aumenta o potencial de reaproveitamento de produtos para 40% do volume total de itens trocado no Brasil. “Os demais itens devolvidos que apresentam algum tipo de problema e não podem ser revendidos são diretamente enviados para a nossa rede de parceiros para aproveitamento ou reciclagem”, completou Fábio.

Atualmente, o projeto atende os 9 centros de distribuição do Mercado Livre no Brasil. A partir da implantação de duas unidades, em São Paulo e Minas Gerais, cerca de 70 funcionários avaliam o que pode ser reaproveitado ou reciclado. Criado no Brasil, o projeto foi exportado para outras operações do Mercado Livre em países como México, Argentina e Chile, seguindo os princípios de sustentabilidade da companhia.

“Mais uma vez, colocamos a serviços dos nossos usuários soluções de grande impacto positivo, colaborando com empreendedores e incentivando mudanças inovadoras na cadeia para reduzir impactos ambientais e gerar renda e novas oportunidades”, finaliza Raquel.

Empresas chinesas crescem no e-commerce; Mercado Livre ainda lidera ranking de acessos

De maneira geral, o e-commerce brasileiro registrou 2,09 bilhões de acessos em junho, queda de 1,8% em relação ao mês anterior.

Ainda recente no mercado brasileiro de e-commerces, o Shopee registrou crescimento significativo durante 2022. De janeiro a junho, o número de acessos mensais da plataforma cresceu 7%. O crescimento fez com que ela ocupasse a segunda colocação entre os marketplaces mais visitados do País, segundo dados do Relatório Setores do E-commerce de junho elaborado pela Conversion. O Mercado Livre, no entanto, ainda é o maior e-commerce do País.

Bem como o Shopee, outra companhia chinesa vem crescendo mês a mês nessa mesma métrica. A Shein, empresa do segmento de vestuário, viu um crescimento de 51% no número de acessos mensais em suas plataformas digitais. Atualmente na décima colocação do ranking de e-commerces mais acessados, a chinesa já se aproxima da Netshoes, que mantêm a média de 38 milhões de acessos por mês.

De maneira geral, o e-commerce brasileiro registrou 2,09 bilhões de acessos em junho, queda de 1,8% em relação ao mês anterior. Mais da metade dos acessos teve origem em dispositivos móveis (52%) e 22% via app, consolidando a relevância dos smartphones para o e-commerce.

O CEO da Conversion, Diego Ivo, explicou que a chegada dos marketplaces da China ao mercado nacional tem potencial para reestruturar a concorrência entre os grandes players. “Os players asiáticos conseguiram identificar uma grande lacuna no e-commerce global, que é o ticket baixo, criaram muito senso de urgência com suas promoções e construíram uma verdadeira experiência de busca de achados”, destacou Ivo.

Amazon é referência
Apesar do crescimento no número de acessos, as plataformas chinesas ainda estão longe de ameaçar as marcas mais procuradas da internet brasileira. A Conversion utiliza o conceito de Share of Search, que é a participação no volume de buscas que uma marca tem no Google dentre todas as pesquisas no segmento em que ela atua.

A Amazon é a empresa que possui o maior Share of Search do e-commerce brasileiro: 55% de todas as buscas feitas em seu segmento, importados, fazem menção direta a ela. Em seguida, representando 46% das buscas de seu setor, está a Loja do Mecânico, no segmento de ferramentas e acessórios. A Petz ocupa a terceira colocação, com 44% de tudo procurado por usuários relacionados ao e-commerce de pets.

Nessa mesma métrica, o Mercado Livre é tão líder no seu segmento quanto no volume de acessos do e-commerce como um todo. A marca tem 28% do Share of Search entre os marketplaces e está à frente de seu principal concorrente, a Amazon, com 13,5%, e da Shopee, com 11%.

Segundo a Conversion, apesar de a métrica de buscas não representar obrigatoriamente a mesma proporção da divisão de receitas do mercado (Market Share), os estudos apontam cada vez mais que os gráficos andam em paralelo.

“Para crescerem, é preciso que as concorrentes sejam mais buscadas. Isso explica não apenas o porquê de a Amazon permanecer soberana no e-commerce de importados, por exemplo, mas também ajuda a entender como os chineses estão conseguindo ganhar mercado no Brasil”, analisou Ivo.

Mercado Livre e Shopee são as principais plataformas de compras nas favelas do Brasil

Entrega é uma das principais barreiras para a expansão desse mercado nas comunidades.

Mercado Livre e Shopee são as principais plataformas de compras nas 15 maiores favelas do Brasil. Com um potencial de compra de R$ 9,9 bilhões, os moradores das 15 maiores comunidades do Brasil aderiram as compras online e 38% fazem compras por este canal. Desenvolvida pelo Outdoor Social Inteligência, a Pesquisa Persona Favela mapeou os itens mais comprados entre eletroeletrônicos e carros e motocicletas, as plataformas de compras e a forma de entrega mais utilizada nas favelas.

Foram entrevistados 462 moradores das 15 maiores comunidades dos municípios de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís e Belém.

Segundo a pesquisa, as plataformas mais utilizadas para fazer compras são Mercado Livre (49%), Shopee (37%), Ifood (31%), Americanas (25%) e Magazine Luiza (20%).

“Mercado Livre e Shopee se destacam pela cultura de startup, visão global, e por enxergarem a favela sem preconceito. O modelo de marketplace que vende de tudo, desde um sapato a um eletroeletrônico, também reafirma esse olhar para a favela como potência e que lá a audiência para ser alcançada”, afirma Emilia Rabello, CEO da holding Outdoor Social.

Apesar de 82% dos entrevistados que realizam compras pela internet receberem o produto na porta de casa, Emília destaca que essa é ainda é uma barreira muito grande para a expansão das compras online.

Para viabilizar a entrega porta a porta, as empresas devem olhar para dentro das favelas, gerar empregabilidade e renda para os moradores, para que eles realizem as entregas. Como exemplo, Emília cita os projetos Favela Brasil Xpress e o NaPorta, que viabilizam as entregas dentro das comunidades cadastradas, empregando os entregadores locais.

“O consumo online está em expansão, mas ainda existe um oceano azul muito grande para ser navegado. A expansão desse mercado depende dos investimentos da indústria e dos grandes varejistas. É preciso um olhar especial para esse público. Falar diretamente com os moradores dessas comunidades”, diz.

Mercado Livre incentiva profissionalização no e-commerce

Na condição de maior plataforma de e-commerce da América Latina, o Mercado Livre vem assumindo seu papel de contribuir com a democratização do comércio por meio de iniciativas de incentivo à profissionalização de vendedores. A empresa atua nessa missão desde sua fundação, há 21 anos.

Um dos resultados mais evidentes é que, desde março de 2020 até o momento, mais de 85 mil vendedores que atuam no marketplace foram formalizados. Com o auxílio do Mercado Livre, os vendedores da plataforma tiveram, em média, o tempo de abertura de empresas reduzido pela metade, de 60 para 30 dias.

“O Mercado Livre é uma plataforma muito acessível, com a missão de democratizar o acesso ao comércio no Brasil. Assim, uma pessoa que, por exemplo, perdeu o emprego e resolve comercializar algum produto, tem a possibilidade de começar e crescer por meio da nossa plataforma”, explica Fernando Yunes, vice-presidente sênior de Commerce do Mercado Livre.

A formalização do comércio é uma das principais formas pelas quais o Mercado Livre contribui –por meio de suas ferramentas de logística, pagamentos e serviços financeiros– para a retomada da economia e para o desenvolvimento socioeconômico.

Com mais empresas formalizadas, o crescimento da economia se dá em bases mais consolidadas e as pessoas têm mais segurança e estabilidade de renda.

Essa ação ganhou ainda mais relevância no contexto da pandemia, quando muitas pessoas recorreram ao comércio, inicialmente de modo informal, para complementar ou garantir renda. Milhares desses vendedores e vendedoras tiveram a oportunidade de formalizar seus negócios e criar empresas que vão durar muito tempo depois da pandemia.

Depois de formalizado, o vendedor passa a ter acesso a ainda mais ferramentas para desenvolver sua empresa dentro da plataforma do Mercado Livre.

A partir do momento em que o indivíduo se formaliza, tem acesso à logística do Mercado Livre, passa a contar com prazos de entrega muito mais curtos, pode investir em publicidade no Mercado Ads, pode montar uma loja virtual com o Mercado Shops e pode ter acesso a crédito pelo Mercado Crédito. Muitas vezes, para empresas pequenas que não conseguiram crédito em instituições financeiras tradicionais, o Mercado Livre acaba sendo um canal novo de crédito”, explica Yunes.

Esse incentivo à profissionalização vem acompanhando de outras ações que contribuem para desenvolvimento do e-commerce no Brasil. Só nos últimos quatro anos, o Mercado Livre investiu mais de R$ 10 bilhões no Brasil com o objetivo de expandir e melhorar seus serviços de logística –incluindo o início da operação de uma frota aérea própria para acelerar as entregas. Este ano, a empresa investirá outros R$ 10 milhões na operação brasileira, mantendo o foco em ampliar entregas rápidas e a baixo custo em todo Brasil, assim como avançar em inclusão financeira com o Mercado Pago.

A empresa conta hoje com mais de 6 mil funcionários registrados no Brasil e projeta a contratação de mais 7,2 mil até o fim de 2021.

Além disso, investiu e reforçou suas ações antipirataria, com a exclusão de mais de 20 milhões de anúncios irregulares de sua plataforma em 2020 (leia o relatório) e contribuiu com mais de R$ 1,2 bilhão em impostos no mesmo ano.