Do estoque ao encantamento: a loja como orquestradora da experiência e da logística no varejo

Não é de hoje que falamos de omnichannel. O conceito está estabelecido, as tecnologias estão disponíveis e os cases de sucesso se multiplicam. Mas há uma diferença gritante entre conhecer o conceito e operar, de fato, uma estratégia omnichannel eficaz e fluida. No discurso, o setor varejista reconhece a importância da integração entre canais. Na prática, ainda vemos loja desconectada dos estoques digitais, sistemas que não se comunicam entre si e consumidores forçados a escolher entre experiência e conveniência. É hora de mudar essa equação.

De fato, a loja física precisa ir além da venda. Ela precisa ser um centro de distribuição local, ponto de retirada, hub de devoluções, espaço de experimentação, centro de relacionamento e até canal de conteúdo ou engajamento comunitário. Em outras palavras, ela deve ser o elo vivo e versátil que conecta canais, otimiza recursos e responde às expectativas do consumidor contemporâneo.

Mais do que nunca, o papel da loja é dinâmico. Ela deixa de ser um fim e passa a ser um meio estratégico para tornar a jornada do cliente mais fluida, conveniente e personalizada.

Porém, a complexidade da operação exige inteligência e visão. A adoção de modelos como webrooming, showrooming, BORIS (Buy Online, Return In-Store), endless aisle e ship-from-store não é só uma questão tecnológica — é uma mudança de mentalidade e de modelo operacional. Ela requer integração real de estoques, capacitação de equipes, arquitetura sistêmica robusta e, acima de tudo, decisão estratégica.

É também um caminho para a eficiência operacional: ao utilizar estoques locais, o varejo reduz custos logísticos, acelera entregas e libera os CDs centrais para operações mais complexas. Mas os ganhos não param aí. Quando bem executada, a tão conhecida estratégia omnichannel gera satisfação, recorrência e diferenciação em um mercado cada vez mais competitivo.

O varejo verdadeiramente omnichannel não é estático; está em constante evolução, impulsionado por tecnologia, dados e — acima de tudo — pelo comportamento do consumidor. O que estamos testemunhando agora é uma nova fase dessa transformação, na qual a integração entre canais precisa ser não apenas operacional, mas inteligente, preditiva e automatizada.

A Inteligência Artificial, combinada com analytics avançado, está se tornando um elemento crítico para orquestrar operações omnichannel com precisão. Sistemas baseados em IA já são capazes de analisar variáveis como geolocalização, volume de estoque, rotas logísticas, histórico de compras e capacidade operacional de cada ponto físico para decidir, em tempo real, de onde atender a um pedido com o menor custo e maior agilidade — sem comprometer a experiência do cliente.

Essa sofisticação também se reflete na infraestrutura física. Lockers urbanos, armários inteligentes e pontos automatizados de retirada surgem como soluções altamente escaláveis e convenientes, especialmente para áreas urbanas de alta densidade. Eles oferecem uma alternativa eficaz tanto para quem deseja evitar filas quanto para redes que buscam reduzir custos com entregas de última milha — um dos maiores gargalos logísticos da atualidade.

Outro pilar dessa evolução é a integração total dos estoques físicos e digitais. A separação entre estoque da loja e estoque do e-commerce está se tornando obsoleta. Para que a experiência seja fluida e sem rupturas, o varejo precisa enxergar o inventário como uma rede unificada e responsiva. Ferramentas como digital twins — réplicas virtuais que simulam e monitoram estoques em tempo real — já são adotadas por players de vanguarda, permitindo visibilidade total, antecipação de demandas e prevenção do chamado apagão de estoque.

Por fim, o futuro aponta para experiências híbridas e altamente personalizadas, em que o papel da loja física vai além da função transacional. Modelos em que a unidade física é simultaneamente um espaço de venda, atendimento, engajamento comunitário e logística exemplificam como a fronteira entre físico e digital se dissolve em favor da relevância e da conexão com o cliente. Essas lojas multifuncionais são projetadas para entregar valor sob diversas perspectivas — conveniência, experiência, relacionamento e propósito — criando um patamar de fidelização e diferenciação.

A verdadeira logística omnichannel acontece quando cada ponto de contato se torna uma oportunidade de entrega e encantamento. A loja deixa de ser um silo e passa a ser parte orgânica de um ecossistema interligado. O consumidor ganha autonomia. O varejo ganha agilidade. E a experiência se torna contínua — do clique à loja, da loja até a casa.

Não existe mais online ou offline. Existe o cliente no centro — e a tecnologia ao redor dele.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/11/04/2025/artigos/do-estoque-ao-encantamento-a-loja-como-orquestradora-da-experiencia-e-da-logistica-no-varejo/”

 

 

 

Tecnologias disruptivas e a evolução do comportamento do consumidor no varejo digital

O e-commerce já não é mais uma tendência em desenvolvimento, mas uma realidade consolidada que está redefinindo o varejo como um todo. Acelerado pela pandemia e impulsionado por uma onda de inovação tecnológica, o comércio eletrônico evoluiu para atender a um novo perfil de consumidor: mais exigente, conectado e em busca de experiências personalizadas.

Para se manter competitivo, é necessário não apenas acompanhar essas mudanças, mas antecipar-se a elas, adotando novas tecnologias e estratégias que maximizem a eficiência e a satisfação do cliente.

Nos últimos anos, as tecnologias emergentes desempenharam um papel fundamental na transformação do e-commerce. Soluções como inteligência artificial (IA), machine learning, automação e realidade aumentada estão modificando a forma como os consumidores interagem com as lojas digitais.

A IA tem sido uma das tecnologias mais transformadoras no mercado. Empresas estão utilizando algoritmos de machine learning para analisar o comportamento do consumidor e oferecer uma experiência de compra cada vez mais personalizada. A personalização vai muito além de recomendar produtos com base em compras anteriores; ela envolve prever as necessidades do consumidor, otimizar campanhas de marketing e criar jornadas de compra únicas.

Segundo um estudo da McKinsey, 71% dos consumidores esperam que as empresas ofereçam experiências personalizadas e, quando bem-feito, isso pode aumentar em até 40% o valor médio das transações. A IA permite que as lojas online criem perfis detalhados dos consumidores, ajustando automaticamente recomendações de produtos, ofertas e até mesmo a disposição de elementos no site, tornando a experiência de compra mais fluida e eficiente.

A evolução do comportamento do consumidor digital

Muitas têm sido as inovações tecnológicas que impactam o e-commerce, a maioria de forma muito positiva. Para citar poucas, podemos lembrar do uso de realidade aumentada, especialmente em setores como moda e decoração, e também as melhorias nos processos de gestão e logística com automação de processos, o que leva a uma melhor eficiência operacional, sem dúvida, mas também converge diretamente para a experiência do cliente.

O comportamento do consumidor, aliás, é algo que está em evolução tão ou mais rápida que as tecnologias. Mais do que uma simples transação de compra e venda, o cliente de hoje busca experiências significativas, marcas que tenham valores alinhados com os seus e conveniência em todas as etapas do processo de compra.

Com a crescente adoção de smartphones e o fácil acesso à internet, tem-se um consumidor cada vez mais conectado: 84% das compras online no Brasil, em 2023, foram realizadas por meio de dispositivos móveis, de acordo com o Ebit/Nielsen. Esse consumidor “multicanal” pesquisa produtos online enquanto visita lojas físicas, compara preços em tempo real e espera que a transição entre os diferentes canais de venda seja absolutamente fluida e contínua, sem quebras no processo.

Essa realidade impulsionou o crescimento do omnichannel, estratégia que integra os canais de venda online e offline, proporcionando uma experiência única para o cliente. Lojas físicas estão se tornando pontos de experiência, enquanto as plataformas online garantem a conveniência e a personalização.

Economia da conveniência e ESG

Esse mesmo consumidor, que busca a experiência na loja física e a conveniência da plataforma online, é impaciente – cada dia mais. Pesquisa da PwC revela que 88% dos consumidores esperam que suas compras online sejam entregues em até três dias, enquanto 45% já consideram as entregas no mesmo dia como um fator decisivo na hora de escolher onde comprar.

Isso levou ao aumento da chamada “economia da conveniência“, em que empresas competem não só pelo preço ou qualidade, mas pela rapidez e facilidade no processo de compra e entrega. Além disso, a demanda por praticidade é visível em outras áreas, como métodos de pagamento.

Soluções como carteiras digitais, pagamentos via Pix e Compre Agora, Pague Depois (do inglês, Buy Now, Pay Later – BNPL) estão se tornando comuns, refletindo as expectativas de uma geração que prioriza facilidade e velocidade.

Outro fator que está ganhando relevância é o aumento da consciência social e ambiental dos consumidores. Hoje, muitos consumidores buscam marcas que demonstrem estar alinhadas às práticas ESG (Governança Social, Ambiental e Corporativa), indo além do mero discurso de responsabilidade social e sustentabilidade em suas operações. De acordo com o Global Consumer Insights Pulse Survey 2023, da PwC, 55% dos consumidores globais preferem comprar de empresas que demonstram práticas sustentáveis.

Essa mudança está levando muitas marcas a adotar práticas mais verdes, como embalagens recicláveis, otimização da cadeia de suprimentos para reduzir a pegada de carbono e transparência em relação às práticas de produção, entre outras ações ligadas ao ESG. No Brasil, grandes varejistas estão começando a adotar essas práticas como forma de diferenciação no mercado.

Tecnologia, transparência e experiência

O futuro do e-commerce promete ser ainda mais dinâmico, com tecnologias emergentes moldando o setor e consumidores cada vez mais exigentes. As empresas que se destacarão serão aquelas que conseguirem equilibrar inovação tecnológica com a capacidade de entender as novas demandas do consumidor e atendê-las, claro.

A inteligência artificial continuará a evoluir, tornando-se cada vez mais integrada a todas as etapas do processo de compra, desde a personalização até o atendimento ao cliente. O blockchain pode emergir como uma solução para garantir a transparência nas cadeias de suprimentos e na autenticação de produtos, especialmente em setores como moda e eletrônicos. Já as plataformas de social commerce, que combinam e-commerce com redes sociais, continuarão a crescer, transformando as interações digitais em transações de compra.

No entanto, ao adotarmos essas novas tecnologias, devemos lembrar que o sucesso no e-commerce do futuro não será medido apenas por inovação, mas também pela capacidade de entregar valor real ao consumidor. O foco precisa estar em oferecer uma experiência personalizada, ágil e transparente, que respeite as novas expectativas de conveniência e sustentabilidade.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/tecnologias-disruptivas-e-a-evolucao-do-comportamento-do-consumidor-no-varejo-digital-2”

Loja do futuro Sam’s Club prioriza o digital de olho em agilidade e experiência

Com IA e ominicanalidade, loja-conceito da rede busca simplificar a jornada de compra do cliente.

A loja do futuro aberta pelo Sam’s Club, rede atacadista norte-americana com sistema de membros, é um dos cases inovadores apresentados no “Retail Innovations 2025”, vigésima edição do estudo realizado pelo Grupo Ebeltoft, consórcio de consultorias internacionais, que traz as principais inovações do varejo por todo o planeta.

Localizada em Dallas, no estado do Texas (EUA), a loja-conceito do Sam’s Club, que é uma empresa de propriedade do Walmart, foi projetada para uma compra perfeita e uma experiência eficiente, sem filas nos caixas. Os clientes usam a ferramenta “Scan & Go” no aplicativo da rede para digitalizar itens enquanto eles compram e concluem o pagamento diretamente pelo aplicativo.

Os compradores saem da loja através de arcos azuis que estão equipados com Inteligência Artificial e visão computacional que verificando o recibo e garantindo que todos os itens foram digitalizados apropriadamente. Se algum problema for detectado, membros da equipe Sam’s Club estão ao lado da saída para fornecer assistência rápida.

A loja-conceito conta com um espaço quatro vezes maior dedicado ao atendimento de pedidos online e tem o dobro do número de vagas de estacionamento específicos para retirada, mostrando o foco na omnicanalidade.

“Ao remover as tradicionais filas de checkout e adotar compras baseadas em aplicativos, o Sam’s Club está avançando em uma mudança em direção a tecnologias que evitam atrito no momento das compras e que atendem os consumidores modernos, que demandam velocidade e conveniência. O local também destaca a importância crescente de espaços dedicados para atendimento de pedidos online que serão retirados na loja, refletindo o papel crescente da omnicanalidade nas soluções no varejo. Como uma empresa de propriedade do Walmart, o Sam’s Club se beneficia da tecnologia da gigante varejista para investimentos e ganhos de eficiência”, revela o relatório do Grupo Ebeltoft.

“Ao remover as tradicionais filas de checkout e adotar compras baseadas em aplicativos, o Sam’s Club está avançando em uma mudança em direção a tecnologias que evitam atrito no momento das compras e que atendem os consumidores modernos, que demandam velocidade e conveniência”

Por que é inovador?

Por remover o atrito dos caixas.

Ao abraçar totalmente o modelo “Scan & Go”, o Sam’s Club maximiza o espaço de varejo, proporcionando novas experiências aos consumidores. Eliminando as filas, a loja-conceito consegue reduzir o tempo de espera dos clientes, tornando as experiências mais eficientes.

Café tecnológico

A conveniência digital se estende ao serviço de alimentação, com pedidos somente por aplicativo e máquinas de pizza movidas por robôs, capazes de produzir até 100 pizzas por hora.

Construindo a confiança do cliente com tecnologia

Para familiarizar os clientes com o aplicativo e “Scan & Go”, o Sam’s Club lançou a ferramenta semanas antes da abertura da loja, permitindo que os associados testassem a tecnologia em lavagens de carros e serviços de gás.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/21/02/2025/noticias/loja-do-futuro-sams-club-prioriza-o-digital-de-olho-em-agilidade-e-experiencia/”

 

 

 

Omnicanalidade, IA e dados – o trio inseparável em 2025

Com foco em resultados, integração de plataformas deverá construir experiências personalizadas e proativas para a entrega de CX com excelência.

O mundo dos negócios tem somado esforços para a implementação efetiva da cultura data-driven. “Efetiva”, porque muitos gestores vêm sendo pressionados pela falta de resultados concretos após a investida em Inteligência Artificial – tecnologia que depende, fundamentalmente, da gestão inteligente de dados para encantar consumidores com reflexos perceptíveis nos caixas das companhias.

De acordo com estudos da Forrester – especialista no impacto das tecnologias para consumidores –, empresas que tomam decisões baseadas em dados crescem, anualmente, mais de 30%.

Na contramão dessa escalada, a IBM revela que dados de baixa qualidade geram consequências financeiras profundas. Em seu último levantamento com a participação de 1.700 empresas, embora 74% delas afirmem se basear em dados, apenas 29% demonstram conseguir conectar insights para a tomada de ações. Essa problemática resultou na média de alarmantes US$ 9,7 milhões em perdas para o mercado.

Esse cenário alerta para o cuidado na implementação da estratégia já considerada determinante para o sucesso do Customer Experience: a omnicanalidade.

Omnicanalidade em pauta

Quem se dá bem com a adesão de ferramentas omnichannel percebe os colaboradores mais produtivos – estudos recentes da Artificial Intelligence Index dão conta de que o impacto da IA no trabalho permite, de fato, entregas mais rápidas, com maior qualidade de resultados.

Mas qual é a relação da abordagem com o universo dos dados e da Inteligência Artificial? Ary Vilhena Jr., CEO da Smartspace e especialista na integração entre plataformas de colaboração e atendimento ao cliente, responde.

“A Inteligência Artificial já é uma realidade transformadora para garantir uma experiência contínua e personalizada, automatizando respostas e analisando padrões de comportamento para sugerir ações em tempo real, para que atendentes possam identificar prioridades com base em sentimento e urgência. Mas tudo isso, claro, se houver a gestão qualificada dos dados”, reforça.

Integração real de canais

O executivo explica que o tratamento e a unificação dos dados das empresas são parte indissociável para que a adoção da IA possa alcançar a “omnicanalidade perfeita”, sem ruídos.

“A Inteligência Artificial integra-se a plataformas de atendimento e a outras soluções da organização como CRMs e ERPs, conectando dados e enriquecendo interações. Por isso viabiliza eficiência, personalização e fluidez, transformando o atendimento em jornadas completas e conectadas com a experiência esperada pelo cliente.”

Ary Vilhena Jr. avalia que a integração omnicanal pode eliminar redundâncias responsáveis pelo baixo desempenho das equipes, mas alerta que, para isso, é necessário investir em processos que “de forma alguma” mantenham dados fragmentados.

“A operação eficiente das plataformas e dos serviços associados só vai acontecer com a centralização dos dados, do contrário, o uso de diversas ferramentas desconectadas pode aumentar os custos e reduzir a eficiência operacional do atendimento no todo”, destaca.

Integração: Por que e para quem?

Nas considerações do executivo, a integração entre plataformas, para a unificação de canais em busca de omnicanalidade que gere resultados positivos, traz benefícios em duas frentes principais.

“O colaborador ganha agilidade porque consegue, enfim, acesso direto às ferramentas de colaboração interna e ao histórico do cliente, no mesmo ambiente. Já o cliente, além de ter a resolução mais rápida para suas demandas, passa a contar com uma experiência única em todos os canais de atendimento das empresas, sem perda de contexto ou informações.”

Principais recomendações

Entre as inovações da Smartspace, destaca-se a solução Agent AI integrada à plataforma de atendimento omnichannel, que revoluciona o atendimento ao automatizar interações e ao resolver demandas como agendamentos, consultas de dados, transações e validação de autenticidade com recursos de biometria de voz. Com o uso de IA, a solução oferece respostas rápidas e precisas, otimizando o tempo de atendimento e melhorando a experiência do cliente.

Nessa seara, o gestor aconselha as lideranças de CX em processo de implementação da estratégia omnichannel a buscar soluções que entreguem experiências completas de comunicação e IA.

“A busca por soluções de mercado que proporcionem experiências completas para todas as necessidades de comunicação das empresas é fundamental para garantir operações ágeis, seguras e alinhadas às demandas de clientes e colaboradores.”

“Com a Smartspace, nossa plataforma que unifica todos os canais de atendimento ao cliente com IA e comunicação interna, as empresas conseguem oferecer uma experiência mais fluida e satisfatória ao cliente, ao mesmo tempo em que reduzem custos operacionais e aumentam a produtividade da equipe”, reforça Ary Vilhena Jr.

Fonte: “Omnicanalidade, IA e dados – o trio inseparável em 2025 – Consumidor Moderno

 

Transformações no e-commerce: o que esperar do consumo digital em 2025

Em 2025, o mercado de e-commerce e plataformas digitais está prestes a dar um salto transformador, remodelando como consumimos e nos conectamos com marcas. À medida que o acesso ao mercado digital se torna cada vez mais acessível, as vendas online em canais próprios passam a ocupar um papel central nas estratégias de crescimento empresarial. Segundo a Opinion Box, mais de 56% dos brasileiros já afirmam comprar mais online do que em lojas físicas, evidenciando essa mudança de comportamento.

Essa tendência não é exclusiva do Brasil. Segundo o relatório The Global Payments Report 2022, da FIS, o mercado global de e-commerce deve crescer 55,3% até o final do ano que vem, alcançando um valor de transação de mais de US$ 8 trilhões. No Brasil, o cenário é ainda mais promissor, com previsão de aumento de 95% nas vendas online, alcançando um total de US$ 79 bilhões.

As justificativas para essas tendências de aceleração são diversas. Porém, quase todos esses fatores estão ligados às vantagens do comércio digital e do retail media, aos desafios da fidelização e das vendas em marketplaces, além da boa percepção desses elementos pelo público.

Inteligência artificial, pragmatismo e modelos de assinatura

A integração de tecnologias como a inteligência artificial (IA) é uma das principais apostas para o futuro. Em 2025, espera-se que a IA assuma um papel ainda mais relevante na personalização do atendimento e fidelização do cliente. Mas, nesse sentido, é importante pontuar que o mercado está acordando e entendendo que IA não serve apenas para chatbots. A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa e será fundamental para automatizar integrações complexas e normatizar dados, melhorando eficiência operacional e otimizando estoques, marketing e atendimento ao cliente. Precisamos ir além e utilizar soluções inovadoras para proporcionar mudanças que sejam, de fato, disruptivas e possamos ver seu impacto na prática.

Outro ponto urgente a ser abordado é o retorno do pragmatismo em decisões. O alto custo global de aquisição de capital impacta em larga escala o varejo, e as decisões serão cada vez mais pautadas pela garantia de retorno sobre o investimento. Existem muitas tecnologias disruptivas e metodologias inovadoras, porém os executivos deverão focar no que realmente muda o ponteiro do seu e-commerce e traz um retorno significativo, sempre com o olhar voltado para a última linha, ou seja, o fator-chave que realmente causa um impacto no faturamento ou na chegada de novos clientes.

Modelos de assinatura também se destacam como uma tendência aquecida para o novo ano. Essa modalidade, que combina conveniência para os consumidores com previsibilidade de receita para as marcas, tende a ser amplamente explorada por empresas que buscam fidelizar clientes e ampliar suas margens de lucro. Vantagens como descontos e brindes exclusivos ajudam a tornar assinaturas ainda mais atrativas, criando um ciclo virtuoso de valor para ambas as partes.

Retail media, omnicalidade e a reinvenção dos marketplaces

Já no campo das tecnologias de mídia, o retail mídia funcionará como uma verdadeira alavanca de rentabilidade. Um dos principais focos do varejo é transformar tráfego em receita e, para isso, o retail media (ou mídia de varejo) é essencial, pois utiliza infraestruturas físicas e digitais para vender espaço publicitário a marcas, gerando receitas com alta margem e otimizando o uso de dados primários. Para se ter uma ideia do impacto, com a ferramenta, os varejistas esperam um aumento de 10% no faturamento proveniente de retail media. No entanto, a margem de contribuição dessa fonte pode ultrapassar 6%, o que tem o potencial de dobrar o lucro de uma operação de varejo com um incremento de apenas 10% na receita.

A omnicalidade é mais um tópico que deve ser considerado, principalmente neste ano. Por mais que essa integração multicanal tenha como foco a fidelização de clientes, é necessário utilizar um CRM robusto e integrado, com uma fonte de dados única e uma abordagem de ‘composable marketing’ ou ‘comércio combinável’. O termo significa uma abordagem modular para construir e aprimorar lojas online permitindo experiências consistentes e personalizadas em todos os canais. Dessa forma, o e-commerce poderá utilizar sistemas especializados e pagar somente pelo uso de serviços que de fato utilizarem na operação.

Ainda no ambiente digital, é possível perceber a movimentação de grandes varejistas que têm unido esforços para integrar catálogos de sellers, ampliar a variedade de produtos e competir com marketplaces globais, criando uma rede mais forte e eficiente. O tamanho do mercado é considerável: os marketplaces representam 75% aproximadamente do mercado de e-commerce nacional, formando uma base semelhante a de um oligopólio e dominando o setor.

No entanto, as marcas que vendem nos marketplaces percebem que as situações estão ficando cada vez mais insustentáveis, uma vez que ser seller é ficar ‘à mercê’ de taxas altas, de modelos não sustentáveis de rentabilidade e de perda do maior ativo que um e-commerce pode ter: o seu o cliente

Os marketplaces normalmente representam mais de 60% das vendas online dos e-commerces, e 40% das vendas ou até menos são canais próprios. Sendo assim, para as empresas retomarem o controle, precisam inverter essa situação, distribuindo melhor o seu catálogo entre os marketplaces, de forma diluída e aumentando o investimento nos canais próprios.

O início do ano é um momento fundamental para planejar, experimentar e implementar soluções que vão além das expectativas de um consumidor cada vez mais conectado e ávido pelo ambiente virtual. Sendo assim, em um cenário em constante transformação, quem dita o futuro é quem tiver coragem de criá-lo.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/transformacoes-no-e-commerce-o-que-esperar-do-consumo-digital-em-2025”

 

E-commerce e lojas caminham para a total integração das experiências

Diretora de negócios para o varejo do Google, Gleidys Salvanha destaca que a NRF apresentou exemplos de evolução da omnicanalidade, com menos fricção para consumidores e varejistas.

Em um futuro próximo, um consumidor que, por exemplo, fizer uma compra via e-commerce e precisar trocar o produto, terá mais facilidade em entrar em contato com o varejista, via canais de atendimento, para relatar seu problema. Caso vá diretamente à loja física, todo seu processo de compra já estará registrado e ele poderá, rapidamente, sair com o produto novo.

Esse é o cenário projetado por Gleidys Salvanha, diretora de negócios para o varejo do Google Brasil, a respeito daquilo que, de fato, será a verdadeira aplicação da omnicanalidade, quando as marcas conseguiram replicar as experiências de atendimento e vendas em todos os seus canais.

Presente na edição deste ano da Retail’s Big Show, que terminou nessa terça-feira, 14, Gleidys analisa que os paineis mostraram uma evolução de uso de inteligência artificial, com exemplos mais práticos de como os marketplaces e varejistas estão conseguindo fazer com que a tecnologia trabalhe para uma performance melhor.

Porém, a executiva reitera que o mundo da IA no varejo só será acessível a partir de um trabalho prévio de construção de um alicerce consistente de dados.

Veja, abaixo, a entrevista da executiva a respeito das inovações em IA e os desafios que os varejistas brasileiras enfrentam para acelerar a agenda de adoção da tecnologia.

Meio & Mensagem: Mais uma vez, a inteligência artificial foi o grande assunto da NRF em 2025. O que você acha que mudou em relação à abordagem da IA e na maneira como os varejistas já estão implementando a tecnologia?

Gleidys Salvanha: Na frente do estande do Google aqui na NRF colocamos uma declaração que resume bem isso, que é ‘Let’s move from the vision to the value of AI’ (em tradução livre, ‘vamos passar da visão para o valor da IA’). O que vejo é que, efetivamente, o varejo está executando com a IA. Saímos da visão que o mundo vem abordando sobre IA e agora estamos valorando e colocando a inteligência artificial para executar tarefas. Quando a CEO da Foot Locker mostra como já é possível experimentar um tênis com realidade 3D, já é um exemplo. Ou a própria Macy’s, que mostrou como está melhorando a seleção de produtos com o uso de inteligência artificial. E temos visto isso também no Brasil. A tecnologia de Cloud (nuvem) tem trazido uma camada importante, com produtos e soluções que ajudam no catálogo das varejistas. Esse ano será o momento de executar, testar, aprender e colocar em prática as soluções de IA.

M&M: De que forma a inteligência artificial pode transformar o e-commerce, não apenas do ponto de vista do varejista mas também do consumidor final?

Gleidys: Nós, do Google, já falamos muito sobre isso aos clientes – e aqui na NRF isso foi falado também – que a experiência que o consumidor tem, em qualquer lugar da vida, tem que ser transformada para o e-commerce como algo sem fricção. A pessoa, quando entra em um varejista, não tem mais paciência para não ter uma experiência boa. Assim é no streaming, por exemplo, quando a pessoa deseja assistir a algo, ou no YouTube. A referência do consumidor, sobretudo após a pandemia, é mais consciente. Ele está inteirado e cobra qualidade de toda a cadeia, em tudo o que faz. O e-commerce, portanto, está cada vez mais desafiado pela experiência que o consumidor tem em tudo, porque o varejo acaba concorrendo com tudo o que está acontecendo e, por isso, precisa oferecer a mesma experiência, em todos os canais, ao consumidor. A experiência da loja física tem que ser tão boa quanto no online. E, com a IA, acredito que os varejistas conseguirão, de verdade, ser omnicanais.

M&M: Outro ponto bastante citado nesta edição do evento é a hiper-personalização na relação com os consumidores. Estamos mais próximos de chegar a esse ponto?

Gleidys: Muito mais próximos. Temos ferramentas que nos permitem personalizar, por exemplo, o anúncio de uma SKU e estamos levando a experiência aos varejistas, para que, dentro de seus ambientes de marketplaces, ele possa conhecer mais os consumidor e personalizar as entregas. E, mais do que isso, quando se entende a jornada do consumidor, principalmente dos clientes mais fieis, é possível fazer predições e sugestões. Quando vamos à loja física, por exemplo, para trocar alguma coisa, muitas vezes compramos algo mais. Quando se está no ambiente online, é possível fazer essa oferta adicional. Se o varejista sabe que a pessoa compra, por exemplo, um café, ele pode convidá-la a experimentar um coador. Isso só é possível quando se conhece a jornada de compra e consegue fazer predições a partir das informações do ambiente. Agora, com a IA, conseguimos entender e separar todos os sinais dos consumidores e fazer praticamente uma adivinhação do que ele irá precisar nos próximos meses.

M&M: O Google apresentou, durante a NRF, algumas soluções para varejistas, baseadas em inteligência artificial. Pode explicar como elas funcionam?

Gleidys: Apresentamos um produto de AI que ajuda no catálogo dos varejistas. Imagine que os marketplaces tem milhões de SKUs (sigla para ‘unidade de manutenção de estoque). A ferramenta consegue deixar as imagens, os textos, tudo padronizado, para que isso melhore não apenas a busca dentro daquele site, mas também as campanhas. Também temos o Google Agent Space e toda a experiência de search que temos no Google já é disponibilizada para que o varejista coloque em seu site. Às vezes, a pessoa faz uma busca, por determinado item, e não encontra o produto no aplicativo do varejista, mas o encontra no Google Shopping. Então, estamos conseguindo fazer com que a busca dos varejistas fique mais parecida com a do Google, por meio de inteligência artificial. Casas Bahia é um cliente que já está testando essa ferramenta e houve uma melhora de 28% nas conversões.

M&M: A NRF mostra exemplos de como diversas empresas internacionais estão utilizando a IA em seus negócios. Você acredita que o varejo brasileiro está avançado ou está atrasado em relação à adoção da tecnologia?

Gleidys: Acho que temos um pouco de tudo no Brasil. Temos uma camada de varejistas em fase muito avançada enquanto outra ainda está na fase da fundação.Mas, quando olhamos as grandes empresas, não devemos muita coisa aos Estados Unidos. Um exemplo disso é que, recentemente, lançamos no Google a ferramenta PMax, que permite a integração da mídia em todo o ecossistema do Google e também em marketplaces. Esse programa foi testado por dois anos e o Magalu, por sua maturidade digital, foi uma das empresas elegíveis, no mundo, a testá-lo. A gente sempre diz que esse mundo de inteligência artificial é fascinante, tem várias possibilidades, mas se não existir um trabalho consistente de base de dados e de fundação, ele é inacessível.

M&M: Diante desse de tantas transformações do varejo, de que forma uma marca do setor pode se aproximar e impactar seu público-alvo diante de tantas opções e possibilidades?

Gleidys: Quanto melhor ele tiver estruturado essa base de dados e, com a tecnologia hoje disponível, mais próximo uma marca estará de se conectar com os consumidores sem fricção. Pensando que esse consumidor, hoje, está bem mais exigente, o varejista conseguirá entregar algo que cumpra sua alta expectativa. Estamos chamando essa mudança de e-commerce conversacional, em que a varejista transforma a jornada do consumidor em uma conversa, entendendo o que ele fala, até chegar à loja física, porque se trata de uma única pessoa, em todos os pontos de contato.

Fonte: “https://www.meioemensagem.com.br/nrf/e-commerce-e-lojas-caminham-para-a-integracao-das-experiencias”

 

 

Natura passa a ter loja na plataforma do Mercado Livre

A Natura fechou um acordo com o Mercado Livre para negociar a partir desta semana seus produtos no marketplace da plataforma no Brasil. A parceria entre as empresas também vai ser estendida para a Argentina até o fim do ano – até então, havia um projeto-piloto no Chile desde janeiro.

É a primeira loja própria da Natura em um marketplace. As negociações para essa parceria ocorriam há um ano e meio. Dentre as lojas próprias no Meli na categoria de beleza já estão marcas como O Boticário e Eudora, do grupo paranaense, Adcos, Maybelline, L’Oréal Paris e Payot.

O portfólio que será negociado na plataforma do país vai incluir 200 itens de higiene, beleza, maquiagem e perfumaria. Os produtos ficarão armazenados nos centros de distribuição do Mercado Livre, o que permite a entrega em até 48 horas. Nas capitais de São Paulo, Rio e Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, os produtos podem chegar até no mesmo dia.

Ao Valor, Paula Andrade, vice-presidente da Natura responsável pela área de integração entre os canais de venda (omnicalidade), diz que esse acordo vai expandir as oportunidades de compra do consumidor. “Nós temos potenciais consumidores novos, considerando que agora podemos entrar nessa cesta de quem utiliza o Mercado Livre, e podemos ampliar a frequência de compra de quem já consome Natura.

O diretor-presidente do Mercado Livre no Brasil, Fernando Yunes, afirma que a categoria de perfumaria cresceu mais de 80% no segundo trimestre, enquanto as vendas de itens para pele e cabelo avançaram 35%. O número de usuários mensais no segmento de beleza alcança 18 milhões. Já os compradores totais do Mercado Livre no segundo trimestre somaram 56 milhões.

De acordo com Yunes, a estratégia de hospedar lojas próprias das empresas no marketplace foi intensificada a partir de 2020, período da pandemia. Atualmente, são mais de 3 mil lojas próprias atuando na plataforma, o que se reflete em melhoria da experiência dos clientes.

“Estamos fazendo um movimento de curadoria e melhoria de sortimento. Em 2022, excluímos 250 mil vendedores que acreditamos que não deveriam estar no Meli e trouxemos essas marcas, o que representou uma grande limpeza na plataforma”, diz o executivo.

Além do e-commerce e da nova loja marketplace no Mercado Livre, a distribuição da Natura conta hoje com 900 lojas próprias e franqueadas no Brasil e 3,5 milhões de consultoras de beleza em toda a América Latina.

Os consumidores brasileiros utilizam cinco canais diferentes para abastecer o lar, de acordo com dados da consultoria Kantar, o que amplia as oportunidades de venda da Natura.

De acordo com Paula Andrade, a parceria com o Meli conta com sinergias geográficas, considerando o alcance do marketplace argentino na América Latina. A Natura estreou em janeiro um projeto-piloto no Chile, para testar o modelo de negócio na plataforma.

Essa é a segunda movimentação da holding Natura &Co para alcançar novos canais de venda neste trimestre. Em agosto, a marca Avon – adquirida em 2020 – estreou no varejo físico, após a companhia firmar um acordo B2B com a Soneda. Com a novidade, itens de maquiagem, produtos para cabelo e para pele passaram a ser vendidos na rede de lojas de beleza paulistana.

A companhia, porém, segue apostando na venda porta-a-porta com consultoras de beleza para expandir suas operações na América Latina. A holding está agora na chamada Onda 2 de integração das operações de Natura e Avon, criando uma base comum de consultoras de ambas as marcas e unificando a armazenagem e logística de entregas das duas marcas.

Já o futuro da Avon Internacional, divisão de negócios que inclui quase 40 países fora da região latino-americana, segue com um futuro incerto, sete meses após a companhia anunciar estudos de uma possível cisão.

Em agosto, a subsidiária Avon International Products Inc (API) entrou com pedido de recuperação judicial (Chapter 11) na Justiça de Delaware, nos Estados Unidos.

A Natura &Co, registrou prejuízo líquido de R$ 858,9 milhões no segundo trimestre, alta de 17,3% ante as perdas do mesmo período de 2023. Já a receita líquida cresceu 5,4% no comparativo anual, para R$ 7,35 bilhões.

Fonte: “https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/10/15/natura-passa-a-ter-loja-na-plataforma-do-mercado-livre.ghtml”

 

 

 

 

 

 

E-commerce fatura R$ 185,7 bilhões e logística potencializa experiência do cliente

Tema está presente na agenda do Logística do Futuro, evento que será realizado pela MundoLogística nos dias 2 e 3 de outubro, em São Paulo.

O setor de e-commerce brasileiro segue em forte crescimento. Em 2023, o faturamento atingiu R$ 185,7 bilhões, um aumento de 9,5% em relação a 2022. Para se ter ideia de expansão, em 2018 o setor faturou R$ 69,8 bilhões. As projeções são otimistas, com estimativas de alcançar R$ 204,2 bilhões em 2024 e R$ 277,8 bilhões em 2027, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.

Em meio ao crescimento do setor, como a logística impacta no atendimento ao cliente? À medida que o e-commerce cresce, a logística se torna essencial para garantir que os consumidores recebam seus produtos de forma eficiente e dentro do prazo.

De acordo com o executivo com mais de 19 anos de experiência em Logística e Supply Chain, Leandro Bernardino, em artigo publicado na edição 87 da MundoLogística, a logística vai além de transporte e armazenamento. A logística agrega valor ao produto, sendo decisivamente na satisfação do cliente, cumprindo prazos e até superando expectativas. Bernardino afirmou que “logística está em tudo”, e que garantir uma entrega eficiente é fundamental para conquistar a fidelidade do consumidor.

“Agregar valor ao produto significa não apenas vendê-lo, mas também garantir a promessa ao cliente, cumprir com o prazo acordado ou surpreender, oferecendo uma entrega após a efetivação de compra em um prazo mais curto ao qual foi prometido, gerando sensação de superação de expectativa pelo atendimento eficiente no fluxo operacional de entrega” afirmou o executivo.

ENTREGAS RÁPIDAS
Um exemplo claro dessa importância são as entregas rápidas, que se tornaram um diferencial competitivo para gigantes do e-commerce. Neste sentido, a Amazon Brasil e a Azul Linhas Aéreas Brasileiras ampliaram novas rotas aéreas para entregas em todo o país como estratégia para reduzir os prazos de entrega de sete para dois dias nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, Rio Grande do Sul, Bahia e Maranhão, beneficiando cidades como Fernando de Noronha (PE), Santarém (PA) e Rondonópolis (MT) e Pelotas (RS).

Crescimento de Assinaturas Prime e Premium
Esse foco na conveniência, com entregas rápidas e frete grátis, também impulsionou o crescimento dos serviços de assinatura Prime e Premium, como mostra uma pesquisa da NielsenIQ em parceria com a Amazon. Com 45% dos brasileiros assinando esses serviços, a logística eficiente é, mais uma vez, o ponto central. O frete grátis (74%) é o principal motivo de adesão, reforçando que a logística não apenas apoia o crescimento do e-commerce, mas é o fator decisivo que molda os hábitos de consumo no Brasil.

“O maior desafio para garantir frete grátis e rápido em um país de dimensões continentais como o Brasil é a complexidade logística e, por isso, implementamos várias estratégias como o aumento no número de estações de entrega, parcerias estratégias [por exemplo, com a Azul Linhas Aéreas], além de outros incentivos para os clientes”, mencionou a companhia.

INOVAÇÃO E EXPERIÊNCIA DO CLIENTE
A inovação em logística tem sido um diferencial estratégico para empresas do e-commerce que buscam melhorar a experiência do cliente. O Magalu anunciou recentemente a chegada do especialista Caio Gomes como Chief Data Officer & Chief AI Officer da companhia. Em comunicado, a empresa salientou que, entre outras demandas, um dos desafios do executivo é potencializar a entrega rápida do Magalu, com foco em experiência do cliente.

Essa é uma meta da varejista há alguns anos. Em 2021, o Magalu implementou a entrega rápida, em até uma hora, em 11 cidades brasileiras, que incluíam desde capitais como São Paulo (SP) e Salvador (BA) a grandes municípios do interior, como Ribeirão Preto (SP) e Campina Grande (PB).

Outro exemplo é a Fast Shop, que conseguiu triplicar suas vendas em 2023 com o serviço Ultra Fast, que entrega produtos de pequeno e médio porte, como celulares e tablets, em até uma hora. A empresa adotou um modelo de logística descentralizada, onde as lojas físicas atuam como centros de distribuição, garantindo que os produtos sejam mais voltados aos consumidores.

OMNICHANNEL
No contexto de um mercado cada vez mais conectado, a omnicanalidade surge como uma abordagem essencial para integrar todos os pontos de contato com o cliente.

Pesquisa de mercado realizada pela Opinion Box e a retail tech Bornlogic, em 2023, apontou que 90% dos entrevistados esperam que as empresas tenham uma estratégia de atendimento ao cliente integrada nos múltiplos canais de vendas da marca. Além disso, 77% dos consumidores afirmam já ter feito compras em mais de um canal de vendas da mesma empresa.

A consultoria empresarial americana McKinsey & Company, revelou que empresas B2B que investiram em estratégias omnichannel de atendimento tiveram aumento de 10% em participação de mercado, comparado a empresas que não adotaram essas estratégias.

Segundo dados da Deloitte, os consumidores que transitam entre os diversos canais de uma mesma loja gastam 82% a mais se comparados aos de uso mais tradicional, com apenas um ponto de contato.

Já no último relatório divulgado sobre a experiência do cliente, a Emplifi apontou que 86% dos consumidores não deixam de comprar de uma marca na qual já possuem fidelidade e o atendimento de qualidade importa mais ao consumidor do que o preço do produto ou serviço.

LOGÍSTICA DO FUTURO

Acompanhando as tendências do setor, esse tema está presente na agenda do Logística do Futuro, evento promovido pela MundoLogística que reunirá profissionais e especialistas do setor para discutir e explorar as tendências, inovações e melhores práticas que moldarão o futuro da logística.

Com mais de 70 palestrantes abordando temas como omnicanalidade, otimização de malha e responsividade, o evento será realizado nos dias 2 e 3 de outubro no Transamérica Expo, em São Paulo. As inscrições podem ser realizadas no site oficial: https://logisticadofuturo.com.br/.

Bibi investe em CD em Vargem Grande Paulista (SP) e reduz prazo de entrega na região Sudeste

Nova operação logística melhorou eficiência, reduziu custos de frete e impulsionou crescimento nas vendas em 60% no primeiro mês de funcionamento.

A Bibi, marca de calçados infantis, anunciou o investimento em um centro de distribuição em Vargem Grande Paulista (SP). Segundo a empresa, a operação começou em julho e, no primeiro mês, os produtos armazenados no local permitiram uma redução média de 50% no prazo de entrega e de 30% nos custos de frete para a região Sudeste. Como resultado, as vendas cresceram 60% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Após um estudo de mercado, a Bibi optou por terceirizar a gestão do centro para a Estoca, empresa especializada em logística para e-commerce B2C. De acordo com a companhia, embora o centro de distribuição atenda a todo o Brasil, a escolha de Vargem Grande Paulista foi estratégica para atender a maior demanda das compras online concentradas no Sudeste do país.

Na avaliação do gerente de Omnicanalidade da Calçados Bibi, Alan Rosanelli, o diferencial estratégico do centro de distribuição para as entregas da Bibi é a capacidade de otimizar o tempo de entrega e o custo de frete de linhas de produto com alto giro nas vendas online, especialmente para os clientes da região com maior demanda, como os estados que compõem o Sudeste.

“Estando próximo dos principais centros urbanos e bem conectado às rodovias, conseguimos reduzir significativamente o tempo entre o pedido e a entrega. Isso nos permite oferecer prazos mais curtos e com menor custo, aumentando a satisfação dos consumidores”, explicou o executivo. “Além disso, o novo CD nos possibilita uma maior flexibilidade operacional, permitindo que adaptemos rapidamente os processos logísticos de acordo com a demanda sazonal ou campanhas promocionais.”

Segundo o CEO da Estoca, Caio Almeida, a empresa calçadista passa a contar com uma ferramenta para processar e acompanhar os pedidos dos clientes. “Por meio da página de rastreamento é possível obter informações detalhadas sobre o status de cada pedido, desde o momento da compra até a entrega. Além disso, oferecemos um diferencial importante: uma foto do produto é tirada no exato momento da embalagem, proporcionando maior segurança e transparência no processo […]”, disse.

Americanas foca em distintas jornadas visando a experiência do consumidor

Seja no marketplace ou na loja física, a ideia é dar alternativas a um consumidor cada vez mais exigente.

Em tempos em que a tecnologia avança com uma rapidez tremenda, não pegar esse trem e deixar o digital para depois vai contra qualquer movimento de adequação ao mundo moderno. Porém, vale lembrar que o básico ainda precisa ser feito ao pensar no consumidor. E focar apenas no digital, esquecendo o físico, também pode ser um tiro no pé. Por isso a importância da tão falada “omnicanalidade”.

“As jornadas do consumidor não são únicas. Tem o momento em que eu preciso do frete rápido, tem o momento em que eu abro mão do frete pelo preço, algumas vezes a própria categoria, como móveis, por exemplo, agrega outros atributos, como a montagem do produto. É importante identificar os diferentes tipos de jornada e oferecer a mais interessante para aquele consumidor”, garantiu Marco Zolet, diretor de Digital e Marketplace da Americanas, em webcast gravado nos estúdios da Mercado&Consumo.

Roberto Wajnsztok, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, também participou da conversa. Os dois estarão em um dos painéis da 9ª dição do Latam Retail Show,  principal evento de varejo e consumo B2B da América Latina, que deve receber cerca de 10 mil pessoas entre os dias 17 e 19 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo.

“Eu vejo dois blocos de consumidores hoje. Aqueles que buscam um produto mais imediato, que têm um grau de exigência maior quando falamos de tempo de entrega. Ele acaba encontrando nos marketplaces de grande volume uma resposta muito positiva. Essa é uma proposta de valor. Já as empresas que têm as lojas físicas trabalham com um outro valor, que precisa estar bem latente na comunicação. Pegando o exemplo de Americanas, são 1600 lojas. Todo mundo tem uma Americanas perto da sua casa ou do seu trabalho. Então muitas vezes faz sentido chamar o consumidor para a loja. Por vários motivos”, afirmou Wajnsztok.
Para o consultor, a omnicanalidade entra para ajudar as empresas a estarem prontas para qualquer tipo de consumidor. “Essa visão dos dois canais, o online que pega no físico e o físico que recebe em casa, é uma via de mão dupla. São dois perfis de clientes e duas entregas. Cada empresa, pelo seu perfil, vai escolher o foco do momento”, revelou Wajnsztok.