A compra de livros no e-commerce ganha mais popularidade ao longo dos anos. Com players conhecidos decretando fechando de lojas físicas, como a Saraiva de forma mais recente, as pequenas e médias empresas (PMEs) alcançaram um local de destaque.
De acordo com dados da Nuvemshop, no terceiro trimestre de 2023, o faturamento das lojas virtuais do segmento cresceu 22% em relação ao mesmo período de 2022. O resultado em números chegou a R$ 5,5 milhões, contabilizando 92 mil livros vendidos.
A quantidade de itens do gênero comercializados cresceu 15% ante 2022. “Sabemos o quanto os grandes marketplaces têm um papel de destaque nas vendas online de livros hoje, mas esse levantamento mostra o quanto há espaço para as pequenas e médias livrarias e editoras crescerem suas vendas online. Muitas dessas lojas aproveitam o grande alcance das redes sociais para criar uma comunidade leal de seguidores e leitores, promovendo ações de engajamento e promoções exclusivas”, comenta Guilherme Arantes, especialista em e-commerce da Nuvemshop.
Com relação aos principais canais utilizados na compra de livros, a Nuvemshop identificou que 76,5% das vendas foram geradas pelo direcionamento do Instagram para a loja virtual e outros 18,5% pelo Facebook.
Já na questão dos pagamentos, o Pix foi a preferência de 51% consumidores, ultrapassando o cartão de crédito (40%) pela primeira vez. O ticket médio foi de R$ 130 no período.
O levantamento da Nuvemshop foi divulgado em comemoração ao Dia Nacional do Livro, em 29 de outubro. Para a realização dele, a companhia analisou vendas dos lojistas brasileiros da categoria Livros em sua plataforma entre julho e setembro para 2022 e 2023.
Em 2023, a concessão de crédito a pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil se depara com um contexto desafiador. O aumento das taxas de juros e a deterioração da qualidade creditícia têm levado as instituições financeiras a adotar abordagens mais cautelosas na avaliação de riscos, tornando o acesso ao crédito um processo mais intrincado para as empresas de menor porte.
Considerando a relevância dessas empresas para o crescimento econômico nacional, torna-se imperativo explorar estratégias que incentivem o acesso ao crédito por parte das PMEs. O desafio reside na necessidade de equilibrar a mitigação de riscos com o apoio ao desenvolvimento do setor, que é crucial para a economia brasileira.
Nesse contexto, as operações de crédito em cadeias de suprimento desempenham um papel fundamental na redução do risco. Ao estabelecer acordos de financiamento dentro da cadeia de suprimento de empresas, as instituições financeiras podem aprofundar a compreensão das relações entre fornecedores e clientes, o que, por sua vez, proporciona uma avaliação mais precisa, auxiliando na viabilização do capital de giro necessário para as transações comerciais.
A análise leva em consideração fatores como históricos de pagamentos, padrões de compra e relacionamentos com fornecedores e clientes. Essa abordagem oferece uma visão abrangente da empresa, indo além das métricas financeiras tradicionais, mas possibilitando também a identificação de tendências, como atrasos recorrentes ou melhorias na pontualidade, que contribuem para prever o comportamento futuro de pagamento.
Paralelamente, o uso intensivo de dados desempenha um papel crucial na avaliação de crédito para PMEs, proporcionando uma análise mais abrangente e precisa da capacidade de pagamento e da saúde financeira das empresas.
A análise de dados possibilita a criação de modelos estatísticos avançados que podem calcular a probabilidade de inadimplência com base em múltiplas variáveis, abrangendo fatores macroeconômicos, tendências setoriais e dados financeiros históricos. Além disso, o uso de dados possibilita o monitoramento contínuo da saúde financeira da empresa ao longo do tempo, permitindo que os credores identifiquem precocemente sinais de problemas financeiros e adotem medidas preventivas antes que o risco se agrave.
Outro mecanismo que oferece oportunidades para mitigação de riscos é a operação de crédito no modelo de embedded finance, termo no qual serviços financeiros são integrados em produtos e plataformas não financeiras. Nesse modelo, as empresas podem acessar linhas de crédito diretamente na plataforma que já utilizam para a gestão de seus negócios. A integração de serviços financeiros em uma plataforma existente reduz os custos operacionais e de manutenção em comparação com a criação de infraestruturas financeiras separadas.
Além disso, este modelo de soluções pode personalizar os produtos de crédito com base nos dados e no comportamento dos clientes, oferecendo taxas de juros, limites de crédito e termos alinhados às necessidades individuais. Dessa forma, o modelo de embedded finance tende a fomentar um ecossistema financeiro mais colaborativo, contribuindo para democratizar o acesso ao crédito para PMEs.
Em síntese, as operações de crédito em cadeias de suprimento, a análise de dados e comportamento na avaliação de crédito de empresas e os modelos de atuação em embedded finance proporcionam uma visão abrangente e detalhada da capacidade de pagamento e do risco financeiro das empresas. Isso viabiliza abordagens mais precisas e completas na avaliação do risco, levando em consideração o histórico de comportamento financeiro da empresa.
Essas abordagens também trazem benefícios significativos, como conveniência para as empresas, ampliação das oportunidades de negócios, redução de custos e aprimoramento da experiência tanto para os credores quanto para os solicitantes de crédito. O resultado é uma tomada de decisão de crédito mais criteriosa, a redução do risco de inadimplência e a melhoria da experiência global para todos os envolvidos.
Douglas Araújo é gerente-executivo do Banco BV. ‘https://mercadoeconsumo.com.br/01/11/2023/artigos/catalisando-o-crescimento-o-impacto-da-analise-de-dados-e-tecnologias-emergentes-no-mercado-de-credito-para-pmes-em-2023/
Saiba como pequenas e médias empresas estão alcançando novos patamares de crescimento e visibilidade.
Os empreendedores estão aproveitando a parceria com a Amazon para alavancar seus negócios no comércio eletrônico. Segundo dados da Amazon Brasil, mais de 50 mil vendedores parceiros estão ativos em seu marketplace, e o que chama atenção é que 99% deles são pequenas e médias empresas (PMEs), totalizando cerca de 9,6 milhões de produtos disponíveis para os consumidores.
Vender na Amazon pode ajudar a expandir consideravelmente o alcance de uma marca. Segundo Ricardo Garrido, Diretor de Marketplace da Amazon Brasil, a venda neste marketplace traz consigo grandes vantagens. A primeira delas é a capacidade de alcançar um público muito mais amplo do que seria possível ao abrir um pequeno negócio local. Isso é muito importante, pois muitos pequenos negócios, mesmo que tenham produtos excepcionais, podem enfrentar desafios para expandir sua base de clientes.
Outra vantagem significativa é a capacidade de fornecer um excelente atendimento ao cliente, mesmo para consumidores que estão fisicamente distantes. A logística da Amazon simplifica a operação e permite atender bem um cliente que não está próximo. Além disso, através da plataforma é possível oferecer produtos de qualidade a preços competitivos e garantir entregas rápidas. “Esses são os principais fatores que definem a experiência do consumidor no e-commerce. A Amazon oferece esses recursos a todos os vendedores, independentemente do tamanho de seus negócios”, afirma Garrido.
Aumento no alcance das marcas
Atualmente, 62% dos vendedores parceiros da Amazon estão localizados fora das grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Outro dado interessante é que 77% das vendas desses vendedores são destinadas a clientes de estados diferentes de suas localizações. Essa descentralização é essencial para promover a diversidade econômica e a inclusão geográfica, permitindo que empreendedores em regiões remotas do Brasil alcancem uma base nacional de clientes.
Opções de programas para vendedores
Programa FBA (Fulfillment by Amazon)
Um dos principais pilares da logística da Amazon é o programa FBA (Fulfillment by Amazon). Garrido destaca a importância deste programa, que simplifica a logística para os vendedores parceiros. O FBA é um programa no qual as empresas participantes enviam seus produtos para o estoque da Amazon, que cuida da armazenagem no centro de distribuição em Cajamar, São Paulo. “A partir daí, a Amazon cuida de todo o processo, desde a retirada do estoque até a embalagem, logística de entrega e atendimento ao consumidor. Se ocorrer algum problema ou for necessária uma devolução, a Amazon lida com a logística reversa”, conta.
De acordo com Garrido, uma das maiores vantagens do FBA é a alta eficiência em termos de custos. Na maioria dos casos, o FBA é a opção mais econômica, devido aos preços competitivos que a Amazon oferece para armazenagem e entrega. Além disso, o FBA permite que os vendedores ofereçam frete rápido e gratuito para os clientes, uma característica que se traduz em preços mais competitivos e uma experiência de compra mais atraente.
Programa DBA (Delivery by Amazon)
O programa DBA (Delivery by Amazon) é uma alternativa ao FBA que oferece uma solução mais simplificada, mas igualmente eficaz para muitos vendedores. “O DBA é um serviço em que o vendedor mantém os produtos em sua própria loja e realiza a venda, e então nosso transportador parceiro coleta o pacote diretamente com o vendedor. O vendedor embala os produtos e o transportador realiza a entrega, unidade por unidade”, explica Garrido.
Experiências de sucesso
Sandálias Du Rio
A história das Sandálias Du Rio começa com uma ideia inspirada na rica cultura do Rio de Janeiro. O design das solas das sandálias foi cuidadosamente concebido, mantendo a aderência, o conforto e a estética com elementos do Rio em mente. Ao entrar no mercado online, as Sandálias Du Rio logo começaram a receber feedbacks positivos dos clientes e se popularizaram. “Quando você vende na Amazon, sua marca ganha valor e credibilidade. Os clientes confiam na Amazon”, explica Felipe Matos, um dos donos da marca,
Ele também destaca que a Amazon oferece uma experiência de venda tranquila e com assistência adequada, o que é essencial para o sucesso. “Eles resolvem a maioria dos problemas, e se algo acontecer, como atraso na entrega ou extravio de um pacote, a Amazon lida com isso de forma eficaz”, conta. Além disso, para fabricantes com a Du Rio, a venda direta oferece o controle total sobre a cadeia de custos, lucro e experiência do cliente.
Outro ponto positivo que Matos também ressalta é a precisão e a transparência nos repasses da Amazon, garantindo que os vendedores sejam pagos corretamente. “Fizemos uma análise de repasse da Amazon em nossa jornada como vendedores na plataforma. O que notei é que a Amazon é extremamente precisa em seus repasses. Vender na Amazon nos dá a tranquilidade de saber que seremos pagos corretamente, as taxas não são caras e o serviço é excelente”, diz Matos.
Splin
A Splin concentra-se na criação de assessórios que servem para aprimorar produtos existentes. Para isso, eles utilizam o método de impressão 3D na fabricação, o que proporciona muita personalização. A ideia é utilizar o conceito de projeto de design para criar soluções para uma variedade de produtos. De acordo com Fábio Penna, diretor da Splin, a parceria com a Amazon ajuda na operação de venda. “A Amazon Brasil cuida de toda a parte de logística e pós-venda, incluindo trocas e devoluções. Isso nos permite focar no que fazemos de melhor: design e criação de produtos”.
A parceria vai além da simplificação operacional. A Amazon age como uma rede de pesquisa, direcionando clientes para a Splin. “Como trabalhamos com acessórios, ela também nos ajuda a mostrar nossos produtos para pessoas que estão comprando produtos principais. Por exemplo, se alguém está comprando um dispositivo Echo, a Amazon pode sugerir nossos acessórios relacionados. Isso direciona vendas para nosso público-alvo”, diz Penna.
Kah-noa Cosméticos
A Kah-noa Cosméticos é uma marca de produtos naturais desenvolvida especialmente para cabelos ondulados a crespos. Tem uma linha própria para consumidores finais e outra para profissionais da beleza, como salões de cachos. Ela é uma empresa que viu sua visibilidade e alcance crescerem significativamente por meio da parceria com a Amazon. “A experiência de vender na Amazon, trouxe muitos benefícios para nós. Obtivemos mais visibilidade, com mais pessoas usando nossa marca e mostrando interesse em nossos produtos”, compartilha Amanda Guerra, Gerente de Vendas da Kah-noa Cosméticos
Além disso, a empresa aproveitou a parceria com a Amazon para exportar seus produtos. Eles foram convidados a exportar através da Amazon, e hoje estão vendendo para fora. “Uma das vantagens econômicas é que podemos lucrar em dólar. Além disso, a logística é bem tranquila. Nós enviamos os produtos para a Amazon, eles os armazenam em um de seus galpões e cuidam de toda a distribuição e atendimento ao cliente, caso seja necessário”, explica Guerra. Cerca de 8% das PMEs que fazem parceria com a Amazon Brasil exportam seus produtos para os Estados Unidos e outros mercados globais. Este aumento representa um crescimento quatro vezes maior entre 2018 e 2022.
Dia 5 de outubro é comemorado o Dia do Empreendedor, uma data que foi instituída em 2005 para comemorar a Lei Nacional das Micro e Pequenas Empresas. O comércio online tem se destacado nesse mercado, pois, de acordo com os dados da Nuvemshop, reunidos com a base de lojistas brasileiros da plataforma entre julho de 2022 a setembro de 2023, no terceiro trimestre de 2023, as PMEs movimentaram cerca de R$ 839 milhões com vendas digitais, um valor 20% superior em comparação ao ano passado (R$ 699 milhões).
Dia do Empreendedor: confira o perfil das PMEs online (Imagem: Freepik)
Houve um aumento de 22% no número de volumes nos pedidos online durante julho a setembro, um valor que passou de 2,7 milhões para 3,4 milhões. Entre os setores que mais faturaram no período, estão:
• Moda (R$ 297 milhões);
• Saúde & Beleza (R$ 74 milhões);
• Acessórios (R$ 57 milhões);
• Casa & Jardim (R$ 41,5 milhões): o maior crescimento no período, um aumento de 62% em relação a 2022, quando registrou R$ 25,5 milhões.
Para Luiz Natal, gerente de Desenvolvimento de Plataforma da Nuvemshop, “os resultados mostram que os micros, pequenos e médios empreendedores têm um papel muito importante na economia brasileira e que, apesar dos desafios, buscam estratégias criativas e inovadoras para destacarem suas marcas e venderem mais. Neste sentido, o comércio online tem sido um poderoso aliado para aumentar o faturamento desses negócios, seja pela facilidade de criar um e-commerce e fazer a sua gestão, assim como por demandarem menores custos operacionais em comparação com uma loja física.”
Qual o perfil desses empreendedores?
Um estudo realizado pela Nuvemshop apontou dados e formas de atuação no ambiente digital. O Instagram foi o ponto de partida para começar as vendas (56%). Além disso, cerca de metade deles também começaram vendendo pelo site próprio da sua marca (50,5%) e 46% fizeram suas vendas também pelo WhatsApp.
A pesquisa também indica que os lojistas estão em diferentes fases da sua jornada empreendedora. Cerca de um terço deles tem a loja virtual há menos de um ano. Por outro lado, 25% dos empreendedores online já têm o e-commerce da sua marca há mais de 3 anos.
Os segmentos
O setor de Moda é o mais explorado pelas PMEs online, representando 30% dos negócios. Seguido pelos Acessórios (17%) e Casa & Decoração (10%). O levantamento também indicou os tipos de produtos vendidos: 41,5% dos varejistas optaram por trabalhar revendendo produtos nacionais, enquanto 35% têm fabricação artesanal própria.
“Os micros e pequenos lojistas do varejo online precisam se diferenciar do mercado tradicional a fim de serem mais competitivos em relação aos grandes varejistas. Por isso, o investimento em produtos de fabricação própria e a ampliação de seus canais de comunicação são estratégias relevantes para trazer uma experiência única ao consumidor e potencializar os resultados nas vendas”, finalizou Natal.
‘https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/pmes-movimentaram-r-839-milhoes-com-vendas-online-no-3o-trimestre-de-2023
Durante os dias 10 e 11 de outubro, acontece pela primeira vez no Brasil o Mega Oferta Amazon Prime, uma seleção de descontos para clientes Prime em diversos produtos dentro do marketplace por 48 horas. Como parte das ações, a Amazon organizou a Feira de Pequenos e Médios Negócios no Shopping Cidade São Paulo no último domingo e segunda-feira, dias 8 e 9.
A promoção da feira surgiu como uma forma de celebrar o Dia do Empreendedor, comemorado no dia 5 de outubro. Nela, foram montados estandes dos sellers parceiros do marketplace para comentarem como as ferramentas oferecidas pelo marketplace têm ajudado nos seus negócios e a divulgarem seus produtos. Atualmente, mais de 50% da plataforma é composta por pequenas e médias empresas.
Além dos produtos com selo Prime, que torna as marcas elegíveis ao frete grátis, as PMEs também garantem o serviço de entrega da Amazon e o FBA, o Fullfilment by Amazon, o serviço de logística otimizado. Os produtos vendidos pelos empreendedores durante a data também serão destacados com um selo de “pequeno negócio”, fazendo com que o consumidor reconheça a origem daquele item e saiba que está adquirindo produtos de pequenos empreendimentos.
Os vendedores parceiros da Amazon também têm acesso ao conteúdo educativo gratuito oferecido pela Academia Amazon Sebrae, uma parceria entre a Sebrae Nacional e a Amazon para orientar esses pequenos e médios vendedores sobre estratégia de marketing, finanças, vendas no marketplace, logística e outros temas relevantes, contando também com um programa de recompensas e mentoria de especialistas do mercado.
Ricardo Garrido, Diretor de Marketplace da Amazon Brasil, destacou “no marketplace do Brasil, hoje temos mais de 50 mil vendedores. Desses, 99% são pequenas e médias empresas, e 77% das vendas dessas pequenas empresas são para fora do estado onde estão sediadas. Ou seja, essa é uma das maiores vantagens. Se o empreendedor tem um produto único, bom preço e entrega rápida, certamente esse produto vai ser descoberto, as pessoas vão comprar, avaliar bem e então outras começarão a comprar também. Essa é uma das nossas primeiras conveniências, o acesso a um público maior.”
Ao firmar parcerias com lojistas do comércio popular, marketplace pretende ganhar espaço no mercado de moda e competir com players internacionais.
No fim do primeiro semestre deste ano, o Mercado Livre anunciou um projeto para trazer os lojistas do Brás, polo comercial popular do centro de São Paulo, para o marketplace.
A empresa irá selecionar 400 lojas de pequenos e médios empreendedores para obter acompanhamento in loco, suporte direto e consultoria do Mercado Livre ao longo de três meses.
Marketplace amplia oferta de produtos acessíveis (Crédito: Alf Ribeiro/Shutterstock)
Essa não é a primeira vez que um e-commerce tenta levar os empreendedores do Brás para o ambiente online. Maya Mattiazzo, professora do hub de moda e luxo da ESPM, já participou de duas iniciativas com o mesmo propósito, mas cita duas dificuldades principais nessa empreitada: educar lojistas e estoque.
Adaptação do offline para o digital
Segundo a executiva, os marketplaces, incluindo o Mercado Livre, tem regras rígidas e uma base de anúncios inflacionada, o que, para um entrante, pode representar um desafio de gestão, cobertura de estoque, competitividade de preço, agilidade e manutenção dos produtos nas páginas da empresa.
“Para o lojista isso pode assustar. Se ele achar que é só colocar os produtos lá e não fazer mais nada, ele irá se frustrar”, diz. Ao mesmo tempo, Maya reconhece que vender no ambiente online é uma necessidade, tendo em vista que essa é a forma que o mercado consumidor tem se acostumado a comprar e os lojistas podem apresentar a vantagem do preço.
De acordo com uma pesquisa conduzida pela Consumoteca em 2022, 77% compram itens de moda em canais online. Já segundo a Nuvemshop, a categoria de moda faturou R$ 548 milhões.
Alimentos e moda, os próximos passos do Mercado Livre
“Os lojistas do Brás sempre fabricaram para vender volume. E as vendas aconteciam de forma muito rápida. Ensinar o ciclo do e-commerce é novo para eles. Mas é o modelo que o mercado cobra agora. Os clientes entenderam que comprar direto do fabricante traz o benefício do preço e, na hora que mexe no bolso, o caminho é sem volta”, explica.
A manutenção do estoque é importante, a medida que, no e-commerce, o cliente paga o produto de forma adiantada, o que não ocorre normalmente em lojas físicas.
Mercado Livre quer se consolidar no segmento de moda
Esse projeto também faz parte de uma estratégia do marketplace para se aproximar de polos de moda no Brasil, além de apostar em segmentos que contam com vendas mais recorrentes. Ao mesmo tempo que os lojistas do Brás podem alcançar novos públicos ao estar na plataforma, o Mercado Livre se beneficia ao se fortalecer em um setor pelo qual não é lembrado. Assim, o marketplace se torna canal para itens de qualidade e valor acessível.
“Nesse momento, homologar os lojistas é fundamental para que tenhamos produtos de qualidade duvidosa na plataforma. Por isso ,eles têm trabalhado tão perto dos lojistas, visitando suas operações para garantir qualidade para o cliente final e evitando a entrada de vendedores que comercializem produtos piratas”, esclarece a professora da ESPM.
Além disso, o projeto reforça uma tendência observada por Maya, que é a eliminação de intermediários, como lojas multimarcas, nas negociações de moda.
Competição com o mercado internacional
Com a eliminação do intermediário e o preço acessível, a empresa adiciona uma vantagem diante da ascenção das plataformas internacionais Shein e Shopee.
Mercado Livre: “não fazemos tecnologia por tecnologia”
Para Marina Roale, head de pesquisa na Grupo Consumoteca, a decisão do Mercado Livre atende a mudanças no comportamento de compra do consumidor, que procura um custo-benefício melhor. Diante do encerramento de lojas físicas durante a pandemia, marcas com experiência digital sobressaíram, principalmente em plataformas com boa logística de entrega, política de preço e boa navegabilidade. Por sua vez, isso proporcionou um terreno fértil para as plataformas internacionais.
“Diante de um consumidor com menos poder aquisitivo e muita quilometragem de experiência digital, ter uma marca sólida na moda não será mais privilégio de quem conta um bom storytelling ou possui lojas conceito, mas quem fala a língua do pragmatismo também. Os consumidores estão caindo no gosto dessa ideia de ‘tudo num só lugar’. Nestes canais, a lógica de fidelização de marca muda. Estamos vendo consumiores mais fiéis às próprias recompensas de quem vende do que a marcas que oferecem os produtos”, argumenta.
Da mesma forma, a mobilização beneficia os fornecedores, que também competem com as plataformas citadas.
Entretanto, Maya considera que o Mercado Livre apresenta vantagens, como sua presença e reconhecimento no mercado brasileiro, estratégias de gameficação e entrega, o que resulta em fidelidade por parte dos consumidores.
Impacto em toda cadeia
A iniciativa tem potencial de retorno para os fabricantes e lojistas que não estavam no digital e, agora, podem comercializar com mais margem de lucro. Para o próprio Mercado Livre, Maya acredita que o potencial é “gigantesco”, descreve.
“Veja que o Mercado Livre é o e-commerce mais acessado do Brasil. É uma marca amada pelos brasileiros e que ultrapassou as barreiras de ser um e-commerce ou uma marketplace. O Mercado Livre é um ecossistema, resolve problemas das pessoas, mas faltava resolver o problema da moda.
Acredito no fortalecimento da plataforma com a entrada da moda, podendo se tornar um hub importante até para B2B. Isso irá gerar um incremento de receita significativo”, avalia.
Por fim, a tática antecipa adaptações feitas ao consumidor do presente e do futuro, que é parte da Geração Z. Segundo Mariana, esse grupo valoriza players que entregam produtos desejo a preços acessíveis para seu bolso, variedade, preço e diversidade.
“Eles romperam com a má reputação de que players chineses entregavam produtos diferentes dos anunciados. Estes jovens amam a sensação de barganha e já apontam marketplaces como o canal favorito de compra. No Tiktok não faltam vídeos de achados e truques de compras nestas plataformas. Se pro millennial a peça barata era aquele básico escondido em um look high-low, para o Gen-Z, pagar barato é motivo de orgulho e passaporte para o novo #aesthetics do momento. Hackear um boa jornada de compra é tão desejado que eles dão cursos sobre como fazer bons garimpos na Shein e na Shoppe. Agora, nos resta saber se teremos aulas de achadinhos no Brás versão Mercado Livre”, reflete.
Durante o mês de setembro, o Mercado Livre, está oferecendo uma iniciativa para impulsionar as vendas de Pequenos e Médios Negócios (PMEs) que atuam na plataforma. A campanha “Só falta um clique para mover o País”, busca movimentar a economia brasileira e quer alcançar milhares de vendedores da plataforma, que terão vantagens em todo o ecossistema.
Entre os benefícios oferecidos, estão: desconto na comissão de itens disponíveis na opção de envios “Full” e primeira coleta grátis; redução de taxa para antecipação de recebíveis no Mercado Pago; Cashback e outros.
Para Anna Araripe, Diretora de Marketplace no Mercado Livre, “essa iniciativa faz parte do propósito de tornar o comércio eletrônico acessível, tanto para consumidores, quanto para vendedores, assim como o acesso a serviços financeiros. No mês de setembro, queremos impulsionar os negócios das PMEs que atuam em nossa plataforma, lembrando nossos consumidores que a cada compra, eles estão movimentando a economia no país e ajudando a transformar a vida de milhares de empreendedores e famílias.”
Nessa proposta de incentivar o aumento das vendas, gerar renda e profissionalizar os vendedores para o melhor uso da plataforma, no período, os PMEs oferecerão aos consumidores mais de 10 milhões de produtos com descontos.
Produto será focado em Pequenas e Médias Empresas.
O Mercado Pago lança em setembro um cartão de crédito para pessoas jurídicas. Com bandeira Visa, sem anuidade e parcelamento de até 18 vezes sem juros para compras na plataforma, o produto será focado em Pequenas e Médias Empresas (PME).
Hoje, esse público representa “centenas de milhares de vendedores” do Mercado Livre no Brasil. Ao todo, são cerca de 5,5 milhões de vendedores na plataforma que variam desde pessoas físicas até lojistas maiores.
Segundo pesquisa interna, 35% dos PMEs que vendem por meio do Mercado Livre esperam crescer ao menos 30% em 2023. Dos vendedores dessa categoria, 1 em cada 4 afirmam precisar de crédito para tocar seu negócio.
Além disso, a empresa afirma que o acesso ao “open finance” (compartilhamento de dados do cliente em outras instituições financeiras) tem ampliado a oferta de crédito da companhia. Hoje, 80% das novas safras de crédito já contam com acesso a essas informações, explica o vice-presidente sênior responsável pelo Mercado Pago, Túlio Oliveira.
Na atual etapa do Desenrola, os bancos e instituições financeiras podem limpar os nomes de clientes que tenham débitos de até R$ 100, o que permite que eles voltem a contrair crédito caso não tenham outras dívidas em cadastros restritivos. A dívida não é perdoada.
A Nuvem Envio – frente de logística da Nuvemshop, plataforma para criação de lojas online líder na América Latina – entregou mais de 2,7 milhões de encomendas de pequenos e médios e-commerces durante o primeiro semestre de 2023. A quantia é 23% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando completou 2,2 milhões de envios.
“Dispor de um serviço de logística eficiente nivela o jogo para que pequenos e médios empreendedores possam competir com os grandes varejistas. Foi desta maneira que a Nuvem Envio cresceu mesmo em um momento de retomada do varejo físico. Nossa oferta de preços e prazos mais competitivos foi crítica não somente para o nosso crescimento como para o aumento das vendas da nossa base de clientes”, explica Vitor Cunha, diretor comercial da Nuvem Envio.
De janeiro a julho, os pequenos e médios lojistas online dos segmentos de Moda, Higiene e Suplementos se destacaram, representando a maioria das encomendas enviadas. Além disso, 66% das entregas foram realizadas na região Sudeste. O Sul e o Nordeste representaram 20% e 7% dos envios, respectivamente.
Durante todo o primeiro semestre de 2023, as PMEs movimentaram R$1,5 bilhão no comércio digital, registrando um aumento de 25% em relação ao ano passado, segundo levantamento da Nuvemshop. Foram comercializados mais de 25 milhões de produtos e o valor médio por compra chegou a R$ 248,10.
De janeiro até agosto deste ano, os pequenos e médios empreendedores (PMEs) que trabalham com moda no e-commerce faturaram R$ 700 mil. Na comparação com mesmo retrospecto em 2022, o crescimento foi de 15%. Os dados são de pesquisa da Nuvemshop.
Até 15 de agosto, foram contabilizarados 32,5 milhões de produtos de moda vendidos, configurando aumento de 22% na análise ano a ano. O ticket médio por compra ficou em R$ 265,40.
No recorte regional, São Paulo liderou as vendas com mais de R$ 308 milhões, seguido de Minas Gerais (R$ 91,5 milhões), Ceará (R$ 73,5 milhões), Rio de Janeiro (R$ 46 milhões) e Paraná (R$ 28,5 milhões).
Entre os produtos mais vendidos, estão:
– Calcinhas – Biquínis – Saídas de praia – Camisetas
O último item em específico foi o principal destaque, com mais de 980 mil peças vendidas no período, crescendo 47% em relação a 2022, quando registrou 666 mil vendas.
Na visão de Marcela Orlando, head de Sucesso do Cliente na Nuvemshop, uma explicação palpável para os resultados positivos está no foco em produtos nichados.
“Observamos que os empreendedores encontraram oportunidades no setor de moda ao se especializarem em públicos específicos, como venda de artigos plus size, moda para pessoas com mais de 50 anos, moda praia, uniformes de trabalho, entre outros. Além de se destacarem dos grandes varejistas, a estratégia ainda é benéfica para a fidelização de clientes e promove a recompra”, explica.