Recommerce: varejo de moda online cresce na venda de itens usados

Com o crescente interesse dos consumidores de moda pela sustentabilidade – particularmente entre os mais jovens – estaria o varejo de revenda online ganhando mais espaço?

Hoje, quase 50% dos millennials e 38,4% dos compradores da Geração Z consideram a sustentabilidade “muito importante”, de acordo com uma pesquisa da Composed and MaCher de 2021.

Nesse cenário, marcas seguem sendo recorrentes no imaginário de compras desse público por meio de plataformas de revenda online. Especialistas apontam que as vendas médias anuais através de marketplaces de revenda de moda online poderão mais que dobrar até 2025.

imagem: Canva.com

No varejo, vantagem para marcas

Este mercado oferece uma oportunidade sedutora para as marcas demonstrarem sua pegada sustentável e, ao mesmo tempo, abrir novos fluxos de receita.

A Lululemon talvez seja o exemplo mais marcante. Após algum tempo de experimentos, a marca anunciou que expandirá seu programa de revenda online para todo o território norte-americano.

Foi em 2021 que a marca fez uma parceria com a Trove, plataforma que lidera programas de revenda. Por meio dessa parceria, todos os produtos Lululemon são examinados, limpos e qualquer defeito que não atenda aos padrões de revenda é destinando à reciclagem.

Para os itens de revenda, a Lululemon criou então um programa que permite que seus compradores troquem roupas usadas Lululemon por um gift card para novas compras.

“As marcas podem ganhar facilmente a confiança do consumidor garantindo autenticidade e boas condições em suas ofertas de segunda mão. Mais que isso, a revenda também pode melhorar o relacionamento com os consumidores a longo prazo, caso as marcas consigam oferecer uma experiência consistente”, disse Sky Canaves, analista principal do site eMarketer  sobre o potencial desse modelo de varejo.

Tendência que não é novidade

Além da Lululemon, são parceiros da Trove outras marcas famosas como Patagônia, REI, Allbirds, Levis e Eileen Fisher.

Vale lembrar que em 2021, a Nike lançou também o seu programa Refurbished, para reforma de calçados. E dois grandes ícones da revenda online abriram capital na bolsa. Uma delas foi a Poshmark, que conecta compradores e vendedores e a ThredUp, que arrecadou US$ 168 milhões em maio de 2021 como parte de sua oferta pública e viu suas ações subirem 43% em seu primeiro dia de negociação.

Efeito pandemia

Por outro lado, especialistas avaliam que por trás do apelo de sustentabilidade, da oportunidade de engajamento e aumento de receita para marcas, este crescimento da revenda de moda online também foi e ainda está sendo impulsionado pelos reflexos da pandemia.

Digitalização do consumo, corte de gastos e o baixo poder aquisitivo – principalmente dos consumidores mais jovens – aceleraram o interesse por itens de segunda mão online. Especialistas avaliam que a venda de moda usada crescerá de 15% a 20% ao ano até 2025 no mundo todo.

O brechó para o Brasil

O hábito de consumo de roupas usadas também não é nenhuma novidade para os brasileiros. O conhecido brechó (que tem origem no Rio de Janeiro no século 19) é um exemplo de como os consumidores brasileiros lidam muito bem com a possibilidade de obter itens de segunda mão.

Um dos muitos exemplos por aqui é o da rede de brechós Peça Rara, que conta com cerca de 25 lojas em todo o país. Em seu modelo de negócio as lojas da rede recebem qualquer pessoa que pode virar fornecedor de objetos ou roupas. Para isso, ela deve fazer um agendamento com a equipe da Peça Rara que avalia as peças e faz uma seleção dos itens que poderão ser comercializados.

Seja por uma característica regional, uma tendência global (agenda ESG), efeitos socioeconômicos ou puro marketing, o fato é que o varejo online seguirá em ascensão e se reinventado enquanto estiver atento ao comportamento do consumidor.

Pernambucanas lança frota própria e vai usar caminhões elétricos para entregas nas lojas

A iniciativa está ligada diretamente ao aperfeiçoamento das entregas do e-commerce, geração de empregos e a diminuição na emissão de gases poluentes.

A Pernambucanas, marca varejista nacional pioneira em inovações, anuncia que parte de seu processo de abastecimento de loja passará a ser feito por meio de frota própria. Com a novidade, a varejista vai garantir mais agilidade e pontualidade em toda a sua operação de logística e entrega de produtos.

A frota própria irá representar 25% da total e parte desses veículos serão 100% elétricos.

O projeto faz parte do planejamento estratégico da companhia e engloba o tripé de sustentabilidade, com modelos de desenvolvimento que aliem prosperidade econômica, equilíbrio social e o uso consciente dos recursos ambientais. Na esfera social, vai contribuir com a geração de novos empregos, pois tanto os motoristas da frota própria quanto os ajudantes que auxiliam o descarregamento serão contratados pela marca. Já na ambiental, com a aquisição dos veículos elétricos, o foco será a redução das emissões de gases poluentes como por exemplo o CO2. O viés econômico também é impactado, no que se refere à redução dos custos de frete.

A frota de 36 caminhões será utilizada para atender a demanda de mais de 100 cidades de São Paulo, além de outras fora do estado, tendo como ponto de partida o Centro de Distribuição da Pernambucanas, localizado em Araçariguama (SP). Já os caminhões elétricos, terão autonomia para rodar até 300 quilômetros com uma única carga de bateria. Os caminhões próprios também serão adesivados e trarão o logo da Pernambucanas, possibilitando uma publicidade gratuita pelo país. Além disso, os caminhões terão um QR Code no qual haverá uma interação digital com informações sobre a marca.

“A iniciativa fortalece a autonomia da companhia possibilitando a tomada de decisão de forma rápida e simples. E vem de encontro ao nosso aperfeiçoamento do e-commerce, especialmente com uma demanda maior, além de ter um processo de entrega melhor e mais agilizado”, afirma Sergio Borriello, CEO da Pernambucanas.

A companhia também inova com a utilização de 4 baús intercambiáveis móveis (BIM), que são acoplados em um caminhão que sai do Centro de Distribuição. Ao chegar em determinado destino, os baús são redistribuídos entre outros três caminhões. A partir disso, os quatro veículos seguem em direção a diferentes lojas. Sendo a única empresa no mercado a realizar esse processo de entrega, a Pernambucanas aumenta a agilidade e eficiência e reduz as emissões de gases poluentes.

Sobre a Pernambucanas

Há 114 anos, a Pernambucanas evolui junto com a família brasileira. Referência no varejo nacional, a companhia tem como marca registrada o pioneirismo e a contribuição para o progresso de diversas cidades do país. Conta com um time de estilistas que identificam as principais tendências mundiais da moda e oferece uma ampla variedade de produtos em moda, beleza, lar, eletroportáteis, telefonia e informática. Está presente em mais de 310 cidades, em 14 estados e no Distrito Federal, com mais de 460 lojas e cerca de 16 mil colaboradores.

Além do varejo, a companhia tem a sua fintech, a Pefisa, braço financeiro do grupo, responsável pelo desenvolvimento e gestão dos produtos como a Conta Digital Pernambucanas, PIX, Carteira Digital, cartões, empréstimo pessoal e seguros. Sempre se reinventando e acompanhando às necessidades de seus clientes, a Pernambucanas oferece uma inovadora plataforma digital de relacionamento em varejo e produtos financeiros, com aplicativos, compra online, tablet (concessão de crédito 100% digital em 7 minutos), emissão instantânea de cartão com chip, atendimento digital e Wi-Fi grátis em todas as lojas.

Futuro sustentável: ações dos Correios destinaram mais de 3 mil toneladas de lixo para reciclagem

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, popularmente conhecida apenas como “Correios”, anunciou nesta segunda-feira, 25, os resultados do empenho da companhia em contribuir positivamente para a preservação da natureza realizando o descarte de resíduos que podem ser aproveitados para a indústria de recicláveis.

Segundo informações, no último ano a estatal destinou mais de 2,4 toneladas de papel à reciclagem no estado do Espírito Santo, número que tende a crescer progressivamente nos próximos anos como resposta aos esforços da empresa em descartar corretamente documentos em desuso e outros resíduos sólidos recicláveis, como vidro, plástico e metal.

Além do Espírito Santo, a adoção de práticas sustentáveis também está chegando em mais localidades do país em parceria com cooperativas de reciclagem através do programa ‘Coletiva Seletiva Cidadã’, que promove proteção ao meio ambiente por meio de diferentes vertentes adotadas pela companhia reciclando mais de 3 mil toneladas.

Conforme destaca o comunicado, em 2021 cerca de 670 associados beneficiados com a destinação à reciclagem de 2.964 toneladas de papel/papelão, 461 toneladas de plástico, 14 toneladas de metal e 689 quilos de vidro, materiais que serão reaproveitados com o descarte correto.

Embora essas medidas se destaquem, os Correios também integram a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), ação conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), com o intuito de estimular órgãos públicos a aderirem ações sustentáveis na execução do trabalho.

“Desde 2013, a empresa desenvolve o programa Ecopostal, que consiste na doação de camisas de carteiros, malas e malotes inservíveis à estatal, mas em bom estado para serem transformados em outros objetos.”, afirma a estatal.

Futuro sustentável

Além da estatal brasileira, empresas multinacionais também seguem investindo na adoção de práticas sustentáveis com o intuito de reduzir a emissão de carbono, aumentar a reciclabilidade de materiais e certificar que a matéria-prima incorporada na produção não é proveniente de desmatamento ou contrabando, por exemplo.

Dentre as companhias atuantes nesse segmento de “futuro verde” estão a Apple, que recentemente ampliou o uso de materiais reciclados e prometeu estender a vida útil de seus aparelhos, e a operadora Vivo, que apresentou o programa ‘Eco Rating’ para indicar quais smartphones são mais sustentáveis considerando diversos fatores — spoiler: não há iPhones na lista.

Para reduzir emissões de co2, Logtech planta uma árvore a cada locker vendido

Em parceria com clientes e instituições, a HandOver irá realizar essa ação nas regiões urbanas e desmatadas; até o final de 2022, expectativa é vender 500 armários inteligentes e plantar a mesma quantidade de árvores.

Com o objetivo de reduzir a emissão de CO2 e ir ao encontro das práticas mundiais de preservação ambiental, a HandOver, logtech que oferece soluções de armazenamento inteligente, desenvolveu o programa “um locker por uma árvore”. Por meio do projeto, a cada armário inteligente produzido, uma árvore nativa da região é plantada dando mais vida e saúde ao meio ambiente.

Com o apoio de clientes e instituições participantes, a logtech irá realizar essa ação nas regiões urbanas e desmatadas, onde a natureza é mais agredida. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Florestas, a cada 7 árvores, é possível reter 1 tonelada de carbono nos primeiros 20 anos de idade.

De acordo com Nelson Sauer, fundador e CEO da HandOver, iniciativas como essa são importantes e fazem com que empresas e clientes reavaliem as suas escolhas, a fim de reduzir o impacto ambiental.

“Nossas soluções resolvem problemas logísticos e geram benefícios colaterais para o meio ambiente. Com este programa, nós queremos potencializar cada vez mais ações para contribuir com o meio ambiente, trazendo mais vida e sustentabilidade para o planeta. Somos gratos aos nossos parceiros e clientes que estão conosco nessa jornada, sem eles isso não seria possível.” – Nelson Sauer, fundador e CEO da HandOver.

Em conformidade com as práticas ESG, a HandOver já iniciou o programa de compensação de CO2 para produção dos lockers e, até o final de 2022, projeta alcançar 500 armários inteligentes produzidos e, assim, plantar a mesma quantidade de árvores. Além disso, a startup possui soluções logísticas que, por meio dos lockers inteligentes, auxiliam na redução das emissões de CO2 com operações que diminuem a rota do entregador e viabilizam o uso de bikes e veículos elétricos nas entregas.

Somente nos últimos três anos, a logtech ajudou empresas a deixar de emitir quase 500 toneladas de CO2.

Sustentabilidade no e-commerce será fundamental ao varejo, aponta estudo

De acordo com um estudo da Insider Intelligence, a pandemia e as mudanças nas preferências dos consumidores alteraram fundamentalmente o varejo no e-commerce. Por conta disso, lojistas e marcas deverão se adaptar para reter consumidores de olho na sustentabilidade, que provavelmente gastarão mais do que nunca em 2022. Como referência, o levantamento aponta que as vendas totais no varejo dos EUA em 2022 aumentarão 2,5% em relação ao ano passado. Neste caso, chegará a US$ 6,624 trilhões, com as vendas no comércio eletrônico crescendo 16,1%.

Diante de todas essas mudanças, a Insider reforça que a estratégia de sustentabilidade no e-commerce será fundamental. Afinal, grande parte do consumidor atual deseja saber tanto a origem do produto, como as condições de embalagem e de entrega. Segundo o estudo, a sustentabilidade é uma consideração primária da marca para consumidores millennials e da geração Z. Portanto, gerações mais jovens não só têm enorme influência nas percepções da marca, como cada vez mais exercem o poder de escolher onde investir.

Poder de compra dos novos consumidores

Apenas como referencial, millennials hoje representam US$ 600 bilhões em poder aquisitivo. Já as pessoas mais jovens, que pertencem à Geração Z, somam outros US$ 140 bilhões. Ou seja, as marcas devem deixar cada vez mais claro suas questões de responsabilidade sociais e ambientais. Afinal, as gerações mais novas prezam por isso e quem menosprezar cairá rapidamente em desuso entre elas.

Entre os mercados em ascensão, o da moda de aluguel e revenda é uma opção de vantagem para consumidores, varejistas e meio ambiente. Portanto, fica claro, de acordo com o estudo, que a moda rápida (fast fashion) saindo de cena, enquanto a moda sustentável está cada vez mais forte. Ainda assim, é muito cedo afirmar que é o momento de investir exclusivamente neste segmento.

Embalagens mais práticas e sustentáveis

O “Amazon Day, da americana Amazon, foi um dos cases destacados pelo estudo sobre a sustentabilidade no e-commerce. Isso porque tal modalidade consolida pedidos em uma única entrega semanal, evitando o desperdício de embalagens. Outro ponto levantado foram os investimentos em fabricantes de veículos elétricos e empresas de tecnologia, que sugere que a empresa está evoluindo para ser mais ambientalmente consciente. O Walmart, por exemplo, pretende alcançar disponibilizar embalagem 100% reciclável, reutilizável ou compostável em suas marcas próprias até 2025. Além disso, está impulsionando fornecedores para reduzir significativamente as emissões de carbono como parte do Projeto Gigaton.

Em última análise, a sustentabilidade no e-commerce tem tudo a ver com ganho, e não dor. Na visão da Insider Intelligence, os ajustes provavelmente serão difíceis. Entretanto, varejistas que adotarem tal cadeia de suprimentos, embalagens e modelos de receita serão posicionados para o crescimento. Isso, aliás, se dará especialmente entre os compradores mais jovens, que exercem mais influência sobre os gastos do consumidor.

Bbm Logística tem faturamento recorde de R$ 1,6 bilhão no ano

No resultado anual, companhia registrou salto em e-commerce, gestão de transportes e contratos dedicados, com reforço de investimento em tecnologia e foco na agenda ESG; EBITDA ajustado foi de R$ 115,3 milhões.

A BBM Logística anunciou os resultados do 4º Trimestre de 2021 e fechamento do ano, com recorde de faturamento e expansão significativa das operações de last mile, alcançando R$ 1,6 bilhão em receita bruta anual, que equivale a +32% em comparação ao ano anterior. Com isso, a BBM atingiu a maior receita bruta em um quarto trimestre na sua história, somando R$ 423 milhões.

Segundo o CEO da empresa, André Prado, o crescimento alcançado em 2021 reforça o otimismo em relação à companhia.

“O cenário econômico foi desafiador, com as restrições impostas pela pandemia a todas as atividades, incluindo o ecossistema de logística, e pressão de custos com alta da inflação, juros elevados e disparada dos preços das commodities, com destaque para o petróleo. Mesmo assim, a BBM conseguiu demonstrar sua resiliência e capacidade de execução, atingindo um crescimento expressivo comparado ao mesmo período do ano anterior.” – André Prado, CEO da BBM Logística.

O desempenho da companhia ocorreu em todas as operações, com destaque para o Segmento TM, principalmente nas operações de e-commerce, transporte internacional e carga geral.  Além disso, a companhia continua expandido sua malha e cobertura geográfica no e-commerce e no transporte fracionado, chegando a 4.021 municípios e atendendo a sete países da América do Latina.

Atuando desde o início do processo logístico, com a coleta da matéria-prima, até a entrega do produto ao consumidor final, o Grupo BBM é o único operador logístico com alto nível de serviços e soluções End-to-End e Omnichannel, operando também em diversos segmentos da economia de forma especializada para cada unidade de negócio.  Essas soluções, em conjunto com o recorde de novos clientes e de contratos efetivados, integração das aquisições, expansão da malha logística e avanços na frente de tecnologia, reforçam o posicionamento da companhia de liderança no setor e fortalecem suas bases para continuar a rota de alto crescimento.

EXPANSÃO DO E-COMMERCE E GESTÃO DE TRANSPORTES

Com 35% de crescimento na receita bruta em comparação a 2020, a divisão de TM (Divisão de Gestão de Transportes com operações asset-light) continua em forte progresso, principalmente nas operações de e-commerce, carga fracionada e internacional, e representou 67% do faturamento da BBM. Por meio da integração das operações de transporte fracionado e e-commerce, a companhia diminuiu os prazos de entrega e aumentou consideravelmente a malha de distribuição para todas as regiões do Brasil e países do Mercosul, com o objetivo de atender a maior demanda por fracionamento de carga.

No e-commerce, a BBM Logística registrou novo recorde de volume, com 3,9 milhões de pedidos entregues no 4T21, + 32% em relação ao 4T20 e 12 milhões de entregas no acumulado do ano, representando um crescimento de + 46% comparando ao ano anterior.

CRESCIMENTO EM TODOS OS SEGMENTOS DA COMPANHIA

Com relação às principais divisões de negócios, o aumento também foi significativo.  A divisão de Contratos Dedicados (DCC), apresentou avanço de 26% na receita bruta em comparação ao ano anterior, e continua com forte desenvolvimento para o ano seguinte criando soluções inovadoras. Os resultados foram positivos em decorrência da expansão de operações de colheita nas regiões Sul e Sudeste no segmento florestal e de uma operação de distribuição de gases do ar na região Nordeste.

As aquisições da Translag e Diálogo, ocorridas respectivamente em setembro e dezembro de 2020, fecharam os doze meses de 2021 totalmente consolidadas no resultado da BBM. O atendimento aos canais de venda direta pela Diálogo solidificou a companhia como a única empresa do Mercosul com atendimento completo da cadeia logística (soluções End-to-End), atuando desde a matéria-prima até a entrega ao consumidor final. A Translag possibilitou a ampliação dos negócios FTL, LTL e e-commerce na região Centro-Oeste, na Bahia e em Sergipe.

Mais uma vez destacou-se a capacidade de integração da BBM, operando nas regiões que antes eram exclusivamente atendidas pela Translag e que agora contam com todas as soluções da companhia.

Essas iniciativas, associadas a um processo contínuo de rápido crescimento orgânico, também tiveram impacto no EBITDA ajustado, que atingiu R$ 115,3 milhões, em um período de restrições às operações de varejo, devido à pandemia, com fortes aumentos de custos operacionais, principalmente de combustíveis, pneus e peças.

TECNOLOGIA

Com o uso de tecnologia aplicada aos negócios, a companhia ressalta a conclusão da implantação do ERP SAP em junho de 2021, mais um importante passo para a jornada de transformação digital, na qual a BBM tem consistentemente investido. Em relação ao principal projeto da empresa, a Plataforma Digital BBM, destaca-se o GO Live da versão inicial para três unidades da operação de FTL – Carga Geral em MG, RJ e PR, que funcionará como piloto para expansão de processos que já estão digitalizados com importantes ganhos e eficiência e reduções de custos esperados.

Além disso, em linha com a estratégia de digitalização e inovação da BBM, a companhia ampliou os investimentos na frente de tecnologia, que aumentaram quase quatro vezes em 2021 vs. 2020, com a implantação do novo ERP e no desenvolvimento da Plataforma Digital BBM.

AGENDA ESG

Alinhada com a estratégia de atuação e as demandas da sociedade, a BBM segue desenvolvendo a agenda ESG com ações e resultados concretos ao longo de 2021. Dentre as várias iniciativas nessa área, a companhia ressalta as descritas abaixo.

  • Meio Ambiente

Veículos elétricos: Realizado em parceria com cliente, grande player do segmento químico, a iniciativa tem o objetivo de diminuir o impacto ambiental dos veículos tradicionais, como zerar a emissão de carbono e poluentes atmosféricos durante o transporte e a diminuição de ruídos.

Otimização para operações de MilkRun: desenvolveu-se um sistema que apoia o tomador de decisão da gestão logística com soluções de otimização de rotas. O recurso permite a redução de 12% de tCO2e – dados em toneladas de dióxido de carbono e gases de efeito estufa convertidos em CO2, e redução de 18% em quilômetros percorridos.

Otimização para operação LTL: para redução da emissão de GEE – gases de efeito estufa nas atividades diárias, foi iniciado processo nas operações de fracionado em São Paulo que tem como meta diminuir recursos ativos (veículos) em até 8% e aumentar a produtividade. Os resultados serão acompanhados ao longo de 2022.

Redução do consumo de combustível: na operação de gases de ar, o processo foi redesenhado em conjunto com o cliente, grande player do segmento de Gases do Ar, gerando redução do consumo em 3% ao ano.

  • Pessoas e o entorno

Em outubro, a BBM lançou o Programa BBM por Elas, que incentiva a inclusão de mulheres na logística e possibilita um ambiente mais igualitário. Em novembro, a campanha “Somos todos BBM, somos todos contra a fome” promoveu a arrecadação e doação de alimentos não perecíveis. Foram arrecadadas 4,3 toneladas de alimentos e distribuídos para o banco nacional de alimentos em 5 localidades do Brasil.

  • Governança, Compliance e o futuro

Dentre as principais iniciativas do grupo, estão também as certificações que tornam a empresa mais competitiva no setor. Fomos reconhecidos pela Receita Federal como Operador Econômico Autorizado (OEA), dessa forma atuamos como um operador logístico de baixo risco, confiável e com benefícios na aduana brasileira.

Em relação às iniciativas sustentáveis, a companhia tem o propósito de transformar suas entregas e operações por meio de soluções e processos sustentáveis, e impulsionar a sustentabilidade no setor logístico brasileiro, para isso o Grupo BBM se apoia em três pilares fundamentais: preservar, valorizar e impactar positivamente, estes estabelecidos com base na agenda 2030 da ONU.

“Queremos criar um impacto real para o consumidor brasileiro”, diz o Diretor de Operações da Amazon no Brasil

Em entrevista exclusiva para a Mundo Logística, Ricardo Pagani deu detalhes da logística da empresa e da visão a respeito de temas como a expansão do e-commerce, a valorização do trabalho humano e mais.

Em 2012, era quase underground comprar na Amazon. Isso porque, na época, a gigante americana comercializava apenas livros digitais no Brasil. Foi somente em 2017 que a empresa ampliou os negócios no país para vender outros produtos e hoje se posiciona, de fato, na linha de frente na “briga” pela preferência do consumidor do e-commerce – um público que tem sido cada vez mais amplo, heterogêneo e exigente.

Essa nova fase tem um impacto direto no investimento nas operações logísticas da Amazon. Atualmente, a empresa opera em doze centros de distribuição: cinco em Cajamar (São Paulo), um em Betim (Minas Gerais), um em Santa Maria (Distrito  Federal), um em Nova Santa Rita (Rio Grande  do Sul), um em São João de Meriti (Rio de Janeiro), dois em Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco)e um em Itaitinga (Ceará).

Para dar suporte a essa operação, a Amazon fez, nos últimos dois anos, investimentos que geraram de 10 mil empregos diretos e indiretos na área de Operações. Hoje, a multinacional tem mais de 8 mil funcionários, diretos e indiretos, trabalhando no Brasil.

Para falar das características de uma das operações mais visadas do e-commerce brasileiro, a Mundo Logística traz uma entrevista exclusiva com Ricardo Pagani, diretor de Operações da Amazon no Brasil. No bate-papo, o executivo deu detalhes da logística da empresa e compartilhou a visão da Amazon a respeito de temas como a expansão do e-commerce, as demandas por sustentabilidade, a valorização do trabalho humano e as projeções para o futuro.


MUNDOLOGÍSTICA: A pandemia de Covid-19 acelerou uma mudança (que já estava em curso) nos padrões de consumo da sociedade, especialmente quando se fala em e-commerce. Sendo uma das gigantes desse segmento, qual é a visão da Amazon em relação a tendências do mercado como o same-day delivery, por exemplo? 

RICARDO PAGANI: Na Amazon, estamos sempre inovando em prol dos clientes, buscando constantemente aprimorar e proporcionar a todos as melhores experiências de compra. Além disso, queremos que todos nossos associados saibam que somos extremamente focados em garantir a saúde e integridade de todos. Nossas pessoas são o coração e a alma da garantir a melhor experiência para nossos clientes. Durante a pandemia, isso não foi diferente. Implementamos diversos novos protocolos e adaptamos de acordo com as necessidades. Para criar uma cultura de segurança, você precisa ter uma obsessão por ela todos os dias. Uma de nossas inovações mais visíveis é a rede de logística “última rota” [last mile], que faz com que nossos produtos cheguem mais rápido aos nossos consumidores. Para que isso ocorra, o investimento global da Amazon em estações de entrega é resultado dos mais de 20 anos de experiência operacional e avanços tecnológicos, para permitir uma entrega mais rápida do que nunca aos consumidores. No Brasil, graças às nossas quatro estações de entrega para transporte last mile em todo o país, é possível realizar entregas no mesmo dia em São Paulo, entregas de um dia em mais de 50 cidades e entregas de dois dias em mais de 700 cidades em todo o país com o uso do benefício Prime.

A pauta ESG está cada vez mais presente, propondo às empresas o desafio de crescer e oferecer o melhor serviço dentro dos quesitos de sustentabilidade. No caso da logística da Amazon, quais ações estão sendo planejadas/realizadas para alcançar esse desenvolvimento sustentável?

A Amazon é comprometida em ajudar as comunidades nos locais onde atua e estamos sempre criando e investindo significativamente em todas as áreas da empresa, focando em desempenhar um papel significativo na sociedade como um todo. Em 2019, por exemplo, assinamos o The Climate Pledge, um compromisso de ser carbono zero em nossos negócios até 2040. Também temos como objetivo utilizar em nossas operações somente eletricidade de fontes renováveis a partir de 2025, para que o processo de armazenamento, embalagem e processamento dos pedidos de nossos clientes sejam realizados com emissão zero. Em relação às embalagens, priorizamos não adicionar embalagens Amazon quando a embalagem original do produto apresenta características que garantam a proteção adequada. Seguindo esse objetivo, iniciamos projetos pilotos para experimentar alternativas de veículos com menor ou zero emissão em nosso transporte, com o intuito de planejar uma estratégia de médio prazo, para honrar nosso compromisso global de ser carbono zero até 2040. Além disso, temos o compromisso de empoderar nossos próprios funcionários, que são o coração de nossa empresa, a também fazer parte do poder de decisão de auxiliar suas próprias comunidades. No início do ano, destinamos doações a 15 ONGs brasileiras, indicadas pelos próprios colaboradores de suas operações nos estados onde opera, não só contribuindo com voluntariado para as ONGs locais que estão próximas dos centros de distribuição, mas também incentivamos as doações de roupas, cobertores, livros, brinquedos, itens de higiene pessoal e kits primeiros socorros.

No ano passado, a Amazon inaugurou alguns centros de distribuição estrategicamente distribuídos pelo Brasil. Dois deles foram na região Nordeste: um em Pernambuco e outro no Ceará. Existe alguma estratégia específica da companhia ao levar as operações para essa região?

Para selecionar um novo local, sempre fazemos uma análise da topologia de nossa rede de distribuição para descobrir quais as principais cidades para abastecermos com os produtos que vendemos e fazermos as entregas. Após um estudo, percebemos que o Nordeste é uma região muito estratégica e importante para nós. Por isso, inauguramos dois centros na região em menos de um mês. Os centros colocam os produtos ainda mais próximos dos clientes e encurtam ainda mais o tempo de entrega, não só estado, mas em todo o país. Nós queremos criar um impacto real para o consumidor brasileiro ao anunciar que a Amazon aumentará significativamente sua estrutura por meio de um sistema de logística atualizado que reduzirá o tempo de entrega e aprimorará a experiência de compra com as novas operações no local. Assim, conseguimos ampliar a gama de produtos disponíveis na região, aumentando a capilaridade logística da empresa no país e beneficiando milhões de consumidores de diversos estados que terão suas entregas realizadas mais rapidamente.

Sempre que a Amazon comunica ao mercado a abertura de um centro de distribuição, enfatiza-se o número de postos de trabalho criados. Em um cenário marcado pela inovação e pela implementação de soluções tecnológicas para otimizar processos, qual é a importância de uma empresa desse porte valorizar o papel humano na operação?

A Amazon tem como objetivo ser o melhor lugar para se trabalhar no mundo, oferecendo remuneração competitiva, benefícios desde o Dia 1, diversificado e incluindo espaço de trabalho, garantindo programas de treinamento, além de dar oportunidades iguais internamente para todos os associados. Para nós, o papel humano é essencial para que as nossas operações aconteçam. Por isso, estamos constantemente comprometidos em garantir que todos os trabalhadores sejam respeitados e ouvidos, em todas as etapas como: recrutamento, treinamento e desenvolvimento, promoções, avaliações, salários e benefícios, eliminando a discriminação em qualquer terreno. Atualmente, por exemplo, estamos trabalhando para alcançar pelo menos 50% das mulheres em todas as instalações, incluindo todas as expansões que faremos em 2022. Também desenvolvemos constantemente nossos colaboradores por meio de programas de treinamento que os ajudam a aprender novas habilidades. Além disso, trabalhamos em modelos de melhoria interna co-criados internamente para entender suas sugestões e recomendações. Assim, criamos ambientes de trabalho mais inclusivos e inteligentes.

Para 2022, visando a retomada da economia após dois anos de pandemia, quais os planos da Amazon para o Brasil?

A Amazon tem um forte compromisso de longo prazo com o Brasil e planeja, acima de tudo, oferecer a melhor experiência de compra para nossos clientes. Isso envolve, é claro, uma melhoria contínua de nossa infraestrutura. Temos muitos planos para o ano, em várias frentes, que teremos o maior prazer em comunicar oportunamente.

E-commerce sustentável vira tendência no Brasil e se torna pré-requisito para alcançar o sucesso da marca

A agenda ESG vem ganhando espaço no mundo dos negócios e empresas nacionais e multinacionais já apostam em ações voltadas para as causas ambientais, como a Ambev, que reduziu o consumo de água nas produções, e o Boticário, que eliminou o descarte de resíduos na natureza. Mas como fica a sustentabilidade no e-commerce? É possível adotar práticas ecológicas nas famosas lojas virtuais?

A resposta para ambas as perguntas é “sim”! O e-commerce sustentável chegou para ficar e já é um pré-requisito para as empresas que desejam se consolidar no mercado, ser respeitada no segmento em que atua e, claro, aumentar a prospecção de clientes.

O termo, em alta no Brasil, diz respeito a um modelo de negócio virtual que adota uma série de medidas ecológicas para proteger o meio ambiente e minimizar os impactos negativos causados pelo consumo desenfreado e pela geração de poluentes.

A empresa estadunidense de comércio eletrônico, Ebay, por exemplo, é conhecida pelo programa eBay Green Team, que incentiva a compra e venda de artigos usados e recondicionados para reaproveitar os produtos já fabricados.

Redução da emissão de carbono e selo eureciclo são metas de vários e-commerces brasileiros

No Brasil, o e-commerce sustentável também já atraiu os olhares de muitos investidores e tem criado raízes no ambiente corporativo, conforme explica Anderson Rodrigues, o fundador da Vida Veg, empresa referência no segmento Plant Based: “antigamente a sustentabilidade e a Agenda ESG eram consideradas grandes diferenciais para as empresas, mas hoje são pré-requisitos para o sucesso e o reconhecimento no setor”, afirma o CEO da Vida Veg.

“Fizemos uma série de práticas sustentáveis na empresa ao longo dos anos, como o investimento no processo de neutralização de carbono e o selo eureciclo, onde todas as embalagens geradas são compensadas através do pagamento de cooperativas de reciclagem. Para se ter uma noção, reciclamos 92 toneladas de plástico e papel neste ano”, revela Anderson Rodrigues, que complementa: “além disso, temos o selo Polen, onde o consumidor final pode escolher para qual instituição deseja doar parte da compra: uma ONG de proteção animal ou uma ONG ambiental”, finaliza.

Sustentabilidade deve fazer parte de todas as etapas de produção

Outro e-commerce brasileiro que também tem se destacado neste aspecto é a Start Química, uma empresa especializada em soluções de limpeza e higienização.

Segundo o gerente comercial da Start, Vinicius Meneguin, a produção dos produtos é um dos carros-chefe na busca por ações organizacionais mais ecológicas: “ a Start hoje tem o foco do seu e-commerce em trabalhar produtos concentrados, em que apenas 1 litro pode render até 10 litros de produto. Dessa forma, você reduz a quantidade de plástico no ambiente e diminui a emissão de CO2 com o transporte. Então, pensar em produtos que podem ser diluídos, reaproveitados ou que possuem uma durabilidade maior, pode ser uma das alternativas quando falamos em sustentabilidade”, pontua o representante da empresa.

“Ser sustentável também está ligado à produção dos itens vendidos. Medir os impactos que causam no planeta, como os maus tratos aos animais, a poluição e o desmatamento está diretamente ligado à sustentabilidade do e-commerce. Hoje, há uma crescente demanda por produtos de empresas que tenham os chamados “selos sustentáveis”, certificações que comprovam que uma empresa adote processos sustentáveis em sua operação, em diversas categorias: eficiência energética e gestão da água e de resíduos. Logo, o e-commerce dessas empresas, com tais certificações, já passa a ser bem visto por uma grande parcela dos consumidores”, pontua Vinicius Meneguin.

O gerente da Start Química também comenta sobre a questão da entrega, já que a demanda é cada vez maior e mais urgente e, para isso, é necessário o aumento do volume de transporte e, consequentemente, a geração de poluentes: “no caso do e-commerce da Rede Unishop, os pedidos feitos na plataforma são direcionados para as lojas físicas mais próximas. Dessa forma, o tempo e a distância de entrega são menores e, além do tempo de viagem, é possível reduzir a emissão de poluentes”, pontua.

Ser sustentável faz bem para o meio ambiente e para o seu bolso

A partir de tais medidas, Vinicius Meneguin afirma que, além de contribuir para um ambiente mais sustentável, as empresas conseguem melhorar a sua reputação e melhorar o atendimento ao cliente: “o consumidor passou a enxergar isso, não como um diferencial, mas quase como uma necessidade das empresas. As que estão em desacordo com práticas ambientais, que não têm uma estrutura de ESG interna, podem não ser mais a principal opção do consumidor antenado. Logo, se o consumidor estiver em dúvida em consumir os produtos de duas empresas, mesmo no digital, mas uma delas trabalhar a sua comunicação com o apelo sustentável, e comprovar essas ações, muito provavelmente será ela a opção de compra do cliente”, argumenta.

Em consonância com essa linha de pensamento está a CEO da produtora de vinho, Veroni, Livia Marques, que explica sobre as ações sustentáveis da sua empresa: “a sustentabilidade pode ser buscada em todos os aspectos do e-commerce. Aqui, fazemos algumas ações como a associação ao Polen, onde 1% do faturamento das vendas do e-commerce é destinado para ONGs que apoiam o trabalho da mulher e do meio ambiente”, inicia a empresária, que complementa: “outra questão é com embalagens e como vamos fazer para que a mercadoria chegue ao cliente de uma forma apresentável, mas sem prejudicar o meio ambiente. Por isso, compramos embalagens que são menos prejudiciais ao meio ambiente”, finaliza Livia Marques.

De forma geral, os marketplaces e e-commerces brasileiros vêm apresentando bons resultados na busca por ações sustentáveis, apesar da corrida contra o tempo para atender o aumento das demandas com a pandemia.

“Hoje, tanto os marketplaces, como os demais e- commerces estão sofrendo com demandas exageradas dos consumidores, em um mercado cada vez mais acirrado. Não basta você ter um canal digital de vendas. Para ser competitivo, você precisa ter um canal digital, preço abaixo dos concorrentes, frete grátis e entrega rápida para se manter competitivo. Dessa forma, para poderem proporcionar isso, é necessário focar as operações e os esforços para atender tal demanda. O Mercado Livre, por exemplo, que utilizava a estrutura dos Correios, no Brasil, passou a ter frota própria para entrega dos pedidos. Porém, pensando na questão ambiental, uma parte dessa frota foi de veículos elétricos. Assim, conseguem equilibrar o impacto”, encerra o gerente comercial da Start, Vinicius Meneguin.

KPMG: desenvolvimento sustentável da sociedade e da economia depende da transformação digital

Embora a importância dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas seja amplamente reconhecida pelos países, há oportunidade e espaço para criar mais ações concretas com vistas às metas desafiadoras estabelecidas para 2030, segundo o estudo produzido pela KPMG, intitulado “A nova fronteira tecnológica para economias em desenvolvimento” (do original em inglês, The new technology frontier for developing economies). De acordo com o levantamento, existem seis grandes pilares de transformação capazes de apoiar na organização dos planos de ação, que são os seguintes: capital humano aprimorado; consumo e produção responsáveis; um sistema de energia descarbonizado; alimentos saudáveis e acessíveis e água potável; cidades e comunidades sustentáveis; e um governo digital.  

Segundo o estudo da KPMG, nos últimos dois anos, a pandemia apresentou um desafio significativo para o mundo. Dessa forma, acelerou a digitalização e o entendimento do impacto positivo que a tecnologia promove para transformar e gerar novas oportunidades e áreas como telemedicina, educação on-line e home office.  

“Atingir os ODS até 2030, conforme a agenda da ONU, exige investimentos tanto dos governos quanto do setor privado. Nessa jornada de transformação digital, as economias em desenvolvimento têm vantagens sobre as demais, já que podem dar um salto tecnológico adotando diretamente celulares, pagamentos móveis e modelos de startups de finanças e evitando gastos com infraestruturas antigas e superadas”, analisa o sócio-líder de governo da KPMG no Brasil, Maurício Endo.  

O relatório destaca, ainda, que é recomendado identificar potenciais parcerias entre os setores público e privado para apoiar a digitalização, seja por meio de processos de aquisição abertos e competitivos que enfatizem a acessibilidade, seja pela manutenção da infraestrutura digital, aplicativos e serviços ao longo do tempo. 

“É imprescindível implementar uma estrutura regulatória dinâmica que antecipe e responda às mudanças tecnológicas constantes, aos novos serviços oferecidos, além do gerenciamento de dados e questões relacionadas à privacidade. Por isso, é essencial ouvir os profissionais capazes de identificar possíveis obstáculos para a adoção das reformas regulatórias necessárias”, conclui o sócio-líder de consultoria da KPMG no Brasil, Dustin Pozzetti.  

ESG FORUM

A TI INSIDE promove dias 10 e 11 de agosto, no período da manhã, no formato virtual, a 2a edição do ESG FORUM, onde serão debatidos todos os temas relativos à agenda ESG. Anote no seu calendário. As inscrições são gratuitas. Mais informações em  www.esgforum.com.br

Empresas apostam em frota 100% elétrica para cumprir demanda por redução de emissões

Diante das dificuldades em conquistar um público consumidor maior no país, os veículos eletrificados vêm ganhando espaço entre empresas de diferentes setores. Os modelos ajudam as companhias na otimização de processos de logística e no atendimento aos critérios ESG, que são cada vez mais levados em conta por investidores.

“São empresas de grande porte, comprometidas com uma pauta de descarbonização, que têm feito investimentos interessantes, fazendo com que suas frotas de entrega de curta duração sejam eletrificadas”, pontua a sócia da área líder do setor automotivo da KPMG, Flavia Spadafora.

É o caso da Via, controladora das Casas Bahia e do Ponto. Em 2019, a empresa adotou iniciativas sustentáveis em seus modais logísticos. Na época, a Via estabeleceu como objetivo reduzir de maneira significativa a emissão de carbono gerado pela companhia até 2025.

“Pela natureza do negócio, é natural que nossa frota seja responsável por grande parte da emissão de carbono. Então, vimos na implantação de veículos elétricos e no uso de combustíveis renováveis uma maneira de diminuir o impacto ambiental.” – Daniel Ribeiro, diretor executivo de Logística da Via, Daniel Ribeiro.

Ribeiro ressalta que, se os elétricos são mais caros, os valores investidos no abastecimento e na manutenção desses veículos são menores que os convencionais.

A frota logística da Via conta com dez furgões com capacidade de transportar até 720 kg de cargas e com autonomia de 300 quilômetros. Eles atendem prioritariamente a região Sul da cidade de São Paulo.

O Magazine Luiza começou a eletrificar sua frota no segundo semestre do ano passado. A empresa iniciou um período de testes em junho de 2021. O Magalu, que tem frota terceirizada, ajudou a intermediar a compra com seus parceiros.

Já são 51 veículos urbanos de carga, que circulam em cidades dos estados de São Paulo, Paraíba, Bahia e Rio de Janeiro.

Nesse primeiro período, a empresa afirma que o principal obstáculo é a quilometragem. Segundo a gerente de transportes do Magalu, Grasiella Nascimento, o carro carregado roda em torno de 200 quilômetros, o que ainda é pouco para uma varejista de grande porte.

Desde o início do teste, já foram realizadas mais de mil entregas para as lojas e mais de 2 mil a clientes. “O retorno de investimento é um retorno normal de mercado, entre 26 meses e 30 meses. Depois disso, pelas nossas contas, passamos a ter um ganho muito significativo. O combustível é 40% do custo do frete”, disse Grasiella.

Mas não é só no varejo que os elétricos ganham força. A locadora Unidas anunciou em janeiro a compra de 2 mil veículos eletrificados para sua frota em 2022, sendo 1.600 carros 100% elétricos. A aquisição faz parte do plano da empresa de neutralizar as emissões de carbono e gases de efeito estufa em todas as suas operações até 2028.

O investimento é de R$ 370 milhões. A empresa possui mais de 400 veículos em sua frota. Os novos carros serão usados nos setores de aluguel de veículos e de gestão e terceirização de frotas.

“Muitos dos nossos clientes têm uma agenda ESG muito forte. A locadora vai ajudar as empresas na utilização dessa matriz energética e no engajamento para usar o veículo elétrico”, afirmou o Head de Frotas da Unidas, Breno Davis Campolina.

FROTA ELÉTRICA ATÉ 2030

A Neoenergia tem veículos elétricos em sua frota administrativa desde março de 2020. Ao todo, são 85 veículos híbridos e 44 totalmente elétricos. O objetivo é que toda a frota de veículos leves e administrativos seja completamente substituída até 2030.

“A mobilidade elétrica vem para potencializar essa mudança em nossos hábitos e comportamento, e as novas tecnologias servirão de caminho para viabilizar e aumentar a acessibilidade desses produtos à população em geral”, diz o gerente de P&D da Neoenergia, José Antonio Brito.

A empresa também oferece soluções de recarga de veículos elétricos para consumidores residenciais e empresariais.