Para o CEO da Kangu, a palavra do e-commerce é “democratização”

Em entrevista exclusiva para a MundoLogística, Marcelo Guarnieri abordou questões como a aquisição feita pelo Mercado Livre, o equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade e a expectativa de que a Kangu continue crescendo.

O uso da internet para compras e vendas já é algo que faz parte da vida dos brasileiros há alguns anos, mas isso se acentuou por conta da pandemia de Covid-19. De acordo com uma pesquisa realizada pela Neotrust, o e-commerce teve alta de 57,4% no primeiro trimestre de 2021, em comparação ao mesmo período do ano passado – no período, foram 78,5 milhões de compras on-line. O levantamento também apontou que o número de lojas virtuais cresceu 40% em 2020.

Quase que ironicamente, esse cenário faz despontar grandes players, que chegam para viabilizar as operações de pequenos empresários. Um desses players é a Kangu, uma empresa que surgiu em 2018 com a proposta de realizar envios, devoluções e retiradas de itens prezando por eficiência e sustentabilidade. Por meio dos Pontos Kangu, é possível conectar vendedores de e-commerce, clientes, empresas de transporte e estabelecimentos de bairro.

Depois de três anos de atividade, a nuance mais evidente na essência da Kangu é a democratização do e-commerce. O desempenho bem-sucedido é notável: atualmente, a empresa está presente em mais de 700 cidades brasileiras, com aproximadamente 2,5 mil pontos de coleta, e já registra operações consolidadas em países como México e Colômbia.

Em entrevista exclusiva à MundoLogística, o CEO da Kangu, Marcelo Guarnieri, abordou questões que fazem parte da agenda da empresa. Mas seja falando sobre a aquisição feita pelo Mercado Livre ou a respeito do equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade, o que fica claro na visão de Guarnieri é a expectativa de que a Kangu continue crescendo – tal como tem sido desde sempre.

MUNDOLOGÍSTICA: O crescimento do e-commerce é algo notável nos últimos anos, mas se intensificou no ano passado por causa da pandemia de Covid-19. A Kangu enfrentou desafios para se adaptar em meio a essa mudança acelerada ou isso acabou acelerando os negócios da empresa?

MARCELO GUARNIERI: Nós somos uma empresa nova, que está no mercado há três anos. Quando começamos, a gente via que existia uma carência muito grande de soluções para atender pequenos vendedores no e-commerce. Então, vendo isso, nós já estávamos muito preparados, pois já tínhamos uma expectativa de que a nossa solução fosse bem recebida. Sabíamos que, se entrássemos no trilho correto, teríamos uma grande possibilidade de crescer. Seja por sorte ou outro fator, isso nos ajudou muito diante do que aconteceu na pandemia. Essa “entrada no trilho” veio antes do que pensávamos e em uma velocidade muito maior do que achávamos que ia acontecer. Mas, como nós tínhamos a consciência de que precisávamos de um modelo de negócio que pudesse ser instalado com agilidade, a gente prezou por essa preparação e isso “casou” com o momento em que o marcado, de fato, explodiu, tanto na questão do e-commerce quanto no surgimento de pequenos e médios empreendedores. Nós crescemos cinco anos em um. Em março do ano passado, tínhamos vinte colaboradores na empresa. Hoje, temos quase 400. Estamos presentes em mais de 700 cidades brasileiras, além de termos iniciado operações no México e na Colômbia… Tudo isso alinhado com a visão de que precisávamos oferecer um negócio capaz de escalar de forma ágil.

Ao mesmo tempo em que existe uma demanda por agilidade e inovação, existe também uma preocupação crescente em relação à sustentabilidade e à preservação ambiental. Como essas pautas estão presentes na estratégia e nos guidelines da Kangu?

A Logística é muito agressiva com a cidade, não só do ponto de vista de emissão de carbono, mas também em relação ao impacto no trânsito, na distribuição de renda, na poluição sonora… Há vários aspectos que fazem parte dessa questão de sustentabilidade. Quando pensamos a Kangu, uma das coisas que era fundamental no nosso planejamento era criar um modelo por meio do qual fosse possível fazer entregas de forma mais sustentável por natureza. Ou seja, com práticas que causassem menos impacto nas cidades. O modelo da Kangu é baseado em estabelecimentos de bairro, o que ajuda a fomentar a economia local e contribui com a geração de empregos em diversos níveis. Então, o primeiro traço de sustentabilidade é o acesso a mais renda local. Além disso, do ponto de vista de trânsito e circulação, o nosso modelo também gera menos impacto no bairro. Como os estabelecimentos são próximos das casas das pessoas, isso evita grandes deslocamentos e trânsito intenso. Na cidade de São Paulo, por exemplo, há mais de 700 pontos de coleta da Kangu, o que corresponde a uma média de um ponto a cada 700 metros. Muitas vezes, é possível fazer a operação a pé e isso também ajuda, inclusive, a reduzir a emissão de carbono na comunidade.

No fim de agosto, foi anunciada a compra da Kangu pelo Mercado Livre, uma companhia que está com uma estratégia robusta de expansão de malha logística, bem como de adoção de tecnologia para otimizar a operação. Como foi esse approach do Mercado Livre? Vocês já imaginavam uma possível venda da empresa?

O Mercado Livre era um grande cliente da Kangu e um ponto interessante na relação entre as duas empresas é que nós sempre tivemos um DNA muito parecido, tanto no propósito quanto na maneira de fazer as coisas. Há duas características em comum: a primeira é a intenção de democratizar o e-commerce, o Mercado Livre dando espaço para novos vendedores e a Kangu viabilizando o transporte das mercadorias, e a segunda é o aspecto tecnológico, pois nós prezamos muito por criar soluções que estejam voltadas para a tecnologia. Isso fez com que o relacionamento cliente-fornecedor fosse muito próximo e a parceria foi crescendo até que culminou em uma proposta do Mercado Livre para fazer a aquisição da Kangu. Para nós, um aspecto muito importante dessa transação é que a Kangu vai continuar operando da mesma forma, oferecendo serviços para todo o mercado. Serão as mesmas estratégicas e os mesmos focos, mas com o apoio de uma marca sólida para colaborar, trocar experiências e acelerar esse negócio.

O que o mercado pode esperar dessa união?

O mercado pode esperar que a gente continue crescendo forte. Do mesmo jeito que crescemos, desde o ano passado, de 500 pontos para mais de 2,5 mil somente no Brasil, a gente vai continuar expandindo. Temos um plano de chegar, só no Brasil, a 3,5 mil pontos de coleta até a Black Friday [neste ano, a Black Friday está agendada para o dia 26 de novembro], uma expansão de 50%. O Brasil é um país enorme e nós queremos atender em todos os lugares.

Estamos nos aproximando de novembro, que é marcado pela Black Friday – ou seja, esse é o momento em que o setor de logística “arregaça as mangas” para garantir que um dos maiores atos comerciais do ano seja bem-sucedido. De que maneira a Kangu, agora juntamente ao Mercado Livre, está se preparando para a Black Friday?

Já estamos na fase final de preparação. Tudo que a gente vem construindo durante o ano é uma forma de se preparar para a Black Friday, alinhando as operações para ter a capacidade de oferecer a mesma qualidade de serviço de sempre no dia de pico da Black Friday. Do mesmo jeito que nós conseguimos cumprir isso no ano passado, a gente espera poder realizar isso neste ano, agora com um porte muito maior.

Sustentabilidade e consumo: as escolhas e decisões segundo a McKinsey

A busca por consumo sustentável, em sua maioria, se volta para mulheres, geração Z e pessoas com rendas mais altas

Os consumidores estão realmente mais atentos à sustentabilidade ou apenas dizendo que estão? O que as empresas estão fazendo para garantir que seus negócios sejam sustentáveis e lucrativos? Uma reunião de insights baseados em pesquisas da McKinsey & Company sobre sustentabilidade no setor de consumo tenta responder a essas e outras questões para a Bússola.

Cada vez mais discutida no cotidiano da sociedade e no mundo dos negócios, a sustentabilidade tem se tornado importante para todas as pontas, incluindo consumidores, reguladores e empresas. Mas nem sempre as pessoas estão dispostas a pagar por produtos e serviços sustentáveis, deixando uma lacuna atitude-comportamento: o que as pessoas dizem que estão dispostas a fazer difere do que realmente fazem na prática.

O impacto da pandemia
A pesquisa Sentimento do Consumidor, conduzida pela McKinsey em mais de 27 países em fevereiro de 2021, aponta que a importância da sustentabilidade, meio ambiente, ESG, segurança, produtos naturais, abastecimento local, abastecimento ético, é realmente reforçada no setor de varejo e consumo com a chegada da covid-19.
“Vemos que a disposição de pagar mais por produtos sustentáveis está aumentando em todas as geografias. Estruturalmente, vemos também uma maior regulamentação ambiental. Por exemplo, mais de 70 países implementaram legislação para os plásticos”, declara o sócio da McKinsey, Ricardo Skibelski.
Durante a pandemia, muitos executivos e diretores de sustentabilidade questionaram “Este é o fim da tendência de sustentabilidade? A higiene, a segurança do produto e a disponibilidade do produto agora são as principais prioridades para o varejo e, em particular, para os supermercados? Isso acaba com o tema da sustentabilidade? A resposta clara é não”, afirma Skibelski.
A vontade do consumidor de mudar para produtos sustentáveis é muito forte na pesquisa, e esse será o principal impulsionador da mudança, mas é claro que também vemos que existem aspectos regulatórios agora em vigor e em alta aceleração. Por exemplo, 65% do PIB global está atualmente sob um compromisso líquido-zero de 2050, isso significa que 65% da economia mundial segue comprometida em se tornar neutra em carbono, o que muda completamente o cenário de negócios.
“Estamos bastante confiantes de que a tendência não veio apenas para ficar, mas mudará fundamentalmente a forma como pensamos sobre o consumo”, diz o sócio.
Os defensores da sustentabilidade se voltam para as mulheres, geração Z e pessoas com rendas mais altas. Mas, também é uma tendência confirmada em contextos sociodemográficos.

Gerações e compromisso
A importância da sustentabilidade está aumentando entre grupos demográficos e grupos de compradores. A McKinsey levantou a questão: é mais importante para os compradores de supermercados do que para os compradores com descontos?
“A verdade é que está se tornando uma questão mais importante em todos os setores. Vimos que a carne e o peixe são algumas das principais categorias em que grupos de compradores de alta renda desejam fazer escolhas sustentáveis. Existem outros fatores em que você pode ver as diferenças. Por exemplo, a geração mais jovem se concentra um pouco mais na sustentabilidade ao comprar lanches”, diz Ricardo.
O que importa aos consumidores costuma ser um assunto amplo. Não é somente sobre mudança climática, mas envolve também aspectos sociais, bem como a forma como as empresas fazem negócios.
No entanto, há uma complicação, que é a falta de uma definição de “produtos sustentáveis”. Isso torna difícil envolver os consumidores. Os rótulos ecológicos e sustentáveis que existem atualmente são mais de 463, em 199 países e 25 setores. Isso indica que se trata de um cenário complexo e não muito prático.
“Temos muitos desafios no que diz respeito à rotulagem. Para os princípios de local, orgânico, redução de resíduos, e assim por diante, não há rotulagem padronizada global, e é por isso que vemos essas grandes diferenças. Isso pode levar ao ceticismo. Também foi perguntado aos consumidores o que eles acham que é uma representação justa de como os produtos, alimentícios e não alimentícios, foram produzidos, e o resultado foi ceticismo, com perguntas como: O produto é realmente cultivado localmente? É de origem sustentável? Não é GMO? É orgânico? É reciclado ou reciclável? Ele realmente usa embalagem mínima?”, afirma o sócio.

O caso de negócios para a sustentabilidade
Há ainda o CEO que acredita que sustentabilidade e lucratividade são um tanto incompatíveis, para esse ponto a McKinsey afirma que é justo perguntar sobre o retorno do investimento e os exemplos de negócios por trás de diferentes alavancas e atividades. Mas o tema geral é que a sustentabilidade e a melhoria do desempenho da empresa andam de mãos dadas. O sócio Skibelski aponta três fatos para tornar isso mais tangível.
“O primeiro é que os produtos sustentáveis foram um motor de crescimento no passado; o segundo, em todas as categorias de consumidores, aqueles comercializados como sustentáveis têm crescido de cinco a seis vezes mais rápido do que a média do mercado. Além disso, os produtos sustentáveis têm um alto preço premium. Os consumidores dizem que estão dispostos a pagar um pouco ou até muito mais se souberem que esses produtos foram adquiridos e produzidos de forma sustentável. Terceiro — e este é um dos aspectos mais interessantes para mim é a oportunidade que vem com a sustentabilidade na construção de novos negócios ou construção de negócios verdes”, diz.
Para o sócio, especialista em B2C no escritório de São Paulo, o mercado baseado em plantas muitas vezes é agressivo no marketing da neutralidade de carbono de seus produtos — e isso realmente ressoou entre os consumidores. As empresas estão ancorando seu marketing e sua mensagem em torno dessa proposta de valor. Mas também notaram empresas na indústria de carne adotando a tendência de proteína alternativa e diversificando seu portfólio, oferecendo soluções prontas para cozinhar feitas de proteína alternativa.
A McKinsey ainda realizou algumas análises sobre os “vencedores” em sustentabilidade, ou seja, as empresas que conseguem extrair valor da sustentabilidade. E um dos principais desafios é realmente monetizar os esforços que estão sendo feitos nas diferentes etapas da cadeia de valor.
“Esse problema de monetização é o que vemos em todas as empresas e em todos os setores. Normalmente, os vencedores têm ambições muito grandes, começando do topo — os CEOs. O que é interessante é que eles estão gastando menos tempo com KPIs ou relatórios e mais treinando seu pessoal para entender o que significa sustentabilidade. E eles estão se concentrando um pouco mais no que e como e não no porquê”, declara Ricardo.

Próximas etapas para CEOs
Um desafio para os executivos C-level é que alguns têm historicamente tratado as iniciativas de sustentabilidade como gestão de risco ou prevenção de riscos, enquanto as marcas mais novas têm a sustentabilidade em seu núcleo, como parte de sua proposta de valor. As empresas estabelecidas precisam se tornar orientadas para a sustentabilidade de modo mais profundo. Mas como exatamente eles deveriam fazer isso? Qual é o conselho para o CEO de uma rede de supermercados ou o CEO de um fabricante de CPG (bens de consumo embalados) que deseja priorizar a sustentabilidade?
Para responder às questões acima, Ricardo aponta ainda os seguintes passos.
“Primeiro, avalie onde você está. Comece com uma avaliação de materialidade. Em segundo lugar, escolha as poucas áreas de foco em que você fará uma grande diferença. E então envolva sua base de clientes. Trabalhe com seus fornecedores. Essencialmente, repense seu modelo de negócios, começando com sourcing e logística”.
Segundo o sócio, empresas de bens de consumo e varejistas têm a capacidade de atender às expectativas crescentes de seus consumidores enquanto fazem parceria com outros participantes da cadeia de valor. Alguns players são extremamente integrados. Por exemplo, um dono da mercearia que possui produtos de marca própria tem a capacidade de impactar a cadeia de valor a partir do campo. Grande parte do impacto virá da colaboração com clientes e fornecedores para encontrar soluções sistêmicas e escaláveis.

Pandemia fez ‘last mile delivery’ alcançar em 12 meses o esperado para 2030

Levantamento da DHL e do Conselho das Américas mostra que o e-commerce expandiu demanda, e a tecnologia ajudou a atendê-la.

A evolução crescente do e-commerce na América Latina vem contribuindo para sustentabilidade das cadeias de suprimentos, revela pesquisa da DHL. Produzido com a coordenação da organização internacional Conselho das Américas, o estudo apontam que a expectativa de crescimento da demanda para o “last mile delivery” – trecho final de uma entrega – era de 78% até 2030 antes da pandemia. Com a crise sanitária, porém, alcançou essa expectativa em apenas 12 meses.

Esse avanço acentuado do e-commerce acaba por expor os desafios de infraestrutura da região, que apresenta uma taxa de urbanização de 80%. O levantamento, contudo, mostra que a adoção de tecnologias, como big data, análise preditiva e inteligência artificial e o uso da robótica, vem revolucionando as operações que envolvem o e-commerce a fim de aumentar eficiência sustentável em seis áreas. São elas: soluções para last mile, embalagem, economia circular e logística reversa, agenciamento de carga, armazenagem e supply chain.

Dentre as inovações, o mapeamento destaca o uso de bicicletas e de veículos elétricos; a integração de algoritmos para a redefinição do design de embalagens com o objetivo de utilizar materiais sustentáveis ou reciclados junto com a otimização do espaço; software de gestão de inventário, bem como edifícios inteligentes que economizam até 45% de energia em um período de cinco anos.

De acordo com Javier Bilbao, CEO da DHL Supply Chain América Latina, a empresa vem incorporando novas soluções e práticas sustentáveis para contribuir com a transformação do e-commerce. Como exemplo, ele cita o uso de mais de 200 veículos híbridos e elétricos na América Latina, que contribuem para a redução da geração de CO2, bem como as operações de armazéns com certificação LEED, tanto no Brasil como no México, por meio dos quais é possível garantir eficiência tanto de recursos e de energia.

Já Mirele Mautschke, CEO da DHL Express, ressalta o investimento em soluções last mile. “Até agosto receberemos 10 bikes e 5 scooters elétricas, estimulando o EcoDelivery, parte da estratégia da DHL em diminuir as emissões de carbono. Planejamos introduzir 10 veículos elétricos em 2022 e outros 35 em 2023 e esse é só o início da nossa jornada sustentável”. Além dos carros elétricos, a organização pretende introduzir dois caminhões elétricos de entregas este ano.

De acordo com o MIT Real State Innovation Lab, as compras on-line geram 36% menos emissões do que as compras realizadas em uma loja física. Diante disso, o estudo da DHL destaca a necessidade de colaboração entre empresas, os investidores ESG, os governos e as agências de colaboração internacional a fim de atender às necessidades e às preocupações dos consumidores.

Este ano, o Grupo Deutsche Post DHL anunciou seu novo plano de sustentabilidade com ações para zerar as emissões líquidas relacionadas ao transporte até 2050. A meta da companhia é investir 7 bilhões de euros em soluções verdes, expandindo sua frota de veículos elétricos para 80.000 em todo o mundo e aumentando o uso de combustíveis sustentáveis em seu transporte de longa distância até 2030.

Brasil avança cinco posições e alcança 57º lugar no Índice Global de Inovação

Apesar da melhora na classificação em relação ao ano passado, país tem retrocesso em comparação a 2011, quando ocupou o 47º lugar.

O Brasil subiu cinco posições no Índice Global de Inovação (IGI) em relação ao ano passado e chegou ao 57º lugar entre 132 países. Apesar do avanço, o país apresenta uma classificação baixa e está 10 colocações abaixo da recebida em 2011, quando atingiu a melhor marca, a 47ª posição. No topo, aparece a Suíça, seguida por Suécia e Estados Unidos.

O ranking foi divulgado nesta segunda-feira (20) pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI – WIPO), em parceria com o Instituto Portulans, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação da Indústria Indiana (CII), a Ecopetro e a Assembleia de Exportadores Turcos (TIM), com o apoio do Conselho Consultivo do IGI e de sua Rede Acadêmica.

Dentre os 18 vizinhos da América Latina e Caribe avaliados, o Brasil aparece em 4º lugar, atrás do Chile (53º), do México (55º) e da Costa Rica (56º). Em relação aos BRICS, o Brasil ficou em penúltimo, à frente apenas da África do Sul, que está em 61º lugar. A China é a 12º colocada, a Rússia está no 45º lugar e a Índia, no 46º.

Parceira na produção e divulgação do IGI desde 2017, a CNI avalia a classificação brasileira como “incompatível” com o fato de o país ter sido considerado a 12ª maior economia do mundo no ano passado. A entidade também confronta a posição com a realidade do setor empresarial nacional, uma vez que o país é 13º lugar entre 45 países no ranking internacional para o desempenho da produção da indústria, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).

“O crescimento sustentável e a superação da crise agravada pela pandemia de Covid-19 passam pela via da inovação. Uma estratégia nacional ambiciosa, que priorize o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação para o fortalecimento da indústria, tornará a economia mais dinâmica, promovendo maior equidade e bem-estar social”, analisou Robson Andrade, presidente da CNI.

O executivo lembrou que a pandemia aumentou a importância que ciência, tecnologia e inovação (CT&I), por exemplo no desenvolvimento e produção de vacinas. Diante disso, defendeu que os investimentos na área são imprescindíveis para que o país avance e sua indústria seja competitiva.

Colocação brasileira
O Índice Global de Inovação é calculado com base na média dos cinco pilares do subíndice insumos de inovação (instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, sofisticação de mercado e sofisticação empresarial) e dos dois pilares do subíndice produtos de inovação (produtos de conhecimento e tecnologia e produtos criativos), distribuídos em 81 indicadores.

De acordo com a CNI, alguns fatores que permitiram que o país melhorasse a posição em relação ao ano passado. Um deles é retração do PIB, que dá uma falsa percepção de avanço, pois a medida é usada em alguns indicadores. A inserção de novos indicadores no ranking e a boa atuação empresarial também contribuíram. O uso de dados de outros anos e o plano de combate ao backlog de pedidos de patentes também colaboraram.

O país, contudo, apresenta o melhor desempenho em insumos de inovação do que em resultados de inovação, ocupando o 56º lugar (59º em 2020) e 59º (64º em 2020), respectivamente. Na avaliação da CNI, ainda é necessário avançar nas políticas de incentivo à inovação, que vêm sofrendo com cortes de financiamento público.

Os dados também apontam que as principais lacunas do país estão relacionadas a formação bruta de capital, facilidade para abrir uma empresa, facilidade para obtenção de crédito e taxa tarifária aplicada.

Já os maiores avanços ocorreram nos indicadores de crescimento da produtividade no trabalho (58 posições) e de castos totais com software (46 posições). Como o primeiro é baseado na média dos três últimos anos em relação ao PIB, a alta se deve à queda do PIB, apesar da redução de empregados, criando uma falsa impressão de maior produtividade. O segundo, cuja referência é 2020, é atribuído ao aumento de investimentos em software durante a pandemia e sua relação com o percentual do PIB.

Os 10 primeiros colocados do IGI:
1 – Suíça

2 – Suécia

3 – Estados Unidos

4 – Reino Unido

5 – Coreia do Sul

6 – Holanda

7 – Finlândia

8 – Cingapura

9 – Dinamarca

10 – Alemanha

Posição dos países dos BRICS:
12 – China

45 – Rússia

46 – Índia

57 – Brasil

61 – África do Sul

Aumenta o número de empresas que investem em certificação da logística reversa

Política Nacional de Resíduos Sólidos instituiu como meta a reciclagem de pelo menos 22% das embalagens.

Empresa que atua na certificação da logística reversa de embalagens pós-consumo, a eu reciclo tem conseguido fazer com que seus clientes adotem estratégias de compensação ambiental pelo uso de seus sistemas de acondicionamento. Com isso, recebem o selo “eureciclo“, que pode ser estampado em suas embalagens para comunicar aos consumidores seu compromisso com a reciclagem. O processo de certificação é auditado pela Ernst & Young.

“Com isso, podemos tornar o processo escalável, além de garantir transparência e segurança”, explica Thiago Carvalho Pinto, CEO da empresa.

Para ele, existe uma enorme dificuldade de realizar a logística reversa e a reciclagem dos resíduos sólidos em um País tão grande quanto o Brasil. “Afinal, uma embalagem comercializada no sul do País pode ser descartada, por exemplo, no norte. Quando a marca se compromete com essa causa e investe na cadeia de reciclagem, conseguimos garantir que uma quantidade equivalente foi efetivamente reciclada na região certa”, diz.

Meta de reciclagem
O especialista lembra que a Política Nacional de Resíduos Sólidos já instituiu como meta a reciclagem de pelo menos 22% das embalagens colocadas no mercado. “Cerca de 20% dos nossos clientes fazem a compensação ambiental de mais embalagens do que exigido por lei. Isso mostra uma tendência no setor”, complementa.

Segundo ele, o valor investido pelas empresas que aderem ao sistema de certificação vira renda adicional aos profissionais do setor, dando uma remuneração mais justa pelo serviço ambiental prestado.

A homologação de operadores parceiros também é um dos pontos fortes na operação da empresa. A ideia é promover a formalização e o desenvolvimento do setor, tornando-o apto a receber investimentos provenientes de empresas que buscam adequar-se à legislação vigente.

Luiza Helena: “Quem não entrar no ESG não tem mais valor no mercado”

Presidente do conselho do Magazine Luiza, a executiva falou à M&C sobre o novo momento do varejo.
Em março do ano passado, pela primeira vez na vida, a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza, parou. A chegada da covid-19 e as primeiras medidas de isolamento social, que representaram o fechamento total do comércio do país quase do dia para a noite, causaram medo. “Eu paralisei nos dois primeiros dias”, conta ela, em entrevista exclusiva à plataforma Mercado&Consumo.

Mas, como tem sido característica de Luiza Helena desde jovem, quando começou a trabalhar na empresa criada pela tia de quem herdou o nome, a reação foi rápida. A executiva diz que ficou mais tranquila ao ver as medidas tomadas pelo filho, Frederico Trajano, atual presidente da empresa, e por todo o time. A criação de programas como o “Parceiro Magalu”, plataforma digital de vendas grátis para autônomos, micro e pequenos varejistas, e a participação no movimento “Não Demita!”, pelo as empresas se comprometeram a manter os postos de trabalho, foram algumas das medidas tomadas já naqueles primeiros momentos.

Hoje, Luiza Helena Trajano diz que tem aprendido muitas coisas nesse período. Entre elas, a de que a sigla ESG (Environmental, Social and corporate Governance), que define práticas ambientais, sociais e de governança, deve ser olhada com muita atenção pelo empresariado. “Quem não entrar no ESG não tem mais valor no mercado”, sentencia.

Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista que Luiza Helena Trajano concedeu à Mercado&Consumo.

Mercado&Consumo: O Magazine Luiza não parou nos últimos meses. Só neste ano, comprou mais de dez empresas, investiu em áreas das mais diversas, como conteúdo, tecnologia e logística. Além disso, já tinha uma estrutura on-line bem estabelecida, que permitiu que aproveitasse as oportunidades surgidas no e-commerce. Ainda assim, qual tem sido a maior dificuldade para você como executiva e quais têm sido os aprendizados da pandemia?

Luiza Helena Trajano: A primeira dificuldade minha foi que pela primeira vez eu paralisei nos dois primeiros dias. Eu sempre tenho medo, mas eu nunca paralisei. Eu fiquei dois dias sem conseguir entender nada, mas já sabia que a coisa ia ser muito séria. Depois disso, eu reagi muito rapidamente. Senti que a empresa estava bem, tomando as medidas certas.

Quando entramos na pandemia, nós já tínhamos 50% da nossa venda digital e não ficamos “dormindo” sobre esses 50%. O Frederico [Frederico Trajano, filho de Luiza e atual presidente da empresa] e toda a equipe criaram o “Parceiro Magalu” e apareceram 600 mil pessoas para vender para o Magazine Luiza. Eram pessoas que vendiam na rua, na praia, biscoito, picolé, artesanato, e que ficaram sem comida de um dia para o outro. Quando começou a pandemia, eu entrei no “Não Demita!” e o pessoal falava “Luiza, você tá ficando doida em não demitir?” E eu dizia: “Gente, quem pode não demitir – como era o nosso caso na época -, não demita”. O mercado vive da renda e do crédito, a renda só vem através do emprego, e cada vez que desemprega uma pessoa você está tirando do seu próprio mercado. A gente não só não demitiu como admitiu 5 mil pessoas na carteira no ano passado.

Também cuidamos da saúde da nossa equipe, com telemedicina, médicos por região, acompanhamento de cada cidade para saber como é que estava o índice de hospitais. Nós estamos fazendo todos os dias melhor do que a gente fez ontem e cuidando do nosso cliente e da nossa equipe. Nós estamos há 23 anos entre as cinco melhores empresas para se trabalhar no Brasil e comprando várias empresas, sempre com o cuidado de manter o nosso propósito, apesar do nosso tamanho.

Eu também comecei a entender que, apesar de eu ser bem voltada à tecnologia, eu não entendia nada de conexão digital. Comecei a estudar todos os dias e hoje eu dou aula de luz, de postura. Mas não é fácil, me exigiu muito isso. Nós tínhamos um só inimigo, que era o vírus, e ele entrou sem nos pedir licença. Desde o começo, eu me pus numa postura de respeitar o vírus, saber que ele veio para trazer minha impotência, e eu tinha que enfrentar isso. É muito importante a gente entender que esse momento exige muito cuidado com a gente mesmo e muito cuidado com os outros e essa pra mim é hoje a maior dificuldade.

“Eu sempre tenho medo, mas eu nunca paralisei. Eu fiquei dois dias sem conseguir entender nada, mas já sabia que a coisa ia ser muito séria.”

M&C: Como você acha que o empresariado brasileiro atuou e de que forma poderia ter atuado ou pode atuar ainda para ajudar nesse momento que a gente espera que seja de retomada?

Luiza Helena Trajano: As famílias empresárias e os empresários que estão na execução distribuíram R$ 7 bilhões – em UTI, hospitais e maquinário. Mas o mais importante é que nós desenvolvemos a cultura da doação, e o Brasil era muito atrasado nisso. O empresariado brasileiro não só doou, ele assumiu a doação, as famílias. Aumentou muito o nível de consciência dele. Se poderia ter sido mais ou não, não adianta também pensar nisso agora. É como no caso da vacina: não vamos buscar culpados, quem não comprou ou não, agora nós temos é que salvar vidas. Nós, como empresários, somos assim. Erramos, damos uma olhada no erro e partimos para o acerto o mais rápido possível.

M&C: O Grupo Mulheres do Brasil, que você preside, também criou um movimento muito importante para acelerar a vacinação. O Magalu também tem se destacado por ações não só relacionadas à questão da mulher, mas à contratação de negros, enfim, tem abraçado causas. Por que é importante para uma empresa abraçar essas causas?

Luiza Helena Trajano: Se fosse há um ano e meio, eu te responderia bem diferente do que eu estou te respondendo hoje. Diria que “vale a pena, o país é diverso, o país precisa ter diversidade, você precisa resgatar teu propósito, o propósito é que fica”. Eu vou responder bem diferente: depois do ESG, quem não entrar nessas causas não tem mais valor no mercado. Ele chegou no mercado financeiro, agora não é questão de opção mais. Então, quando eu estou com as diretoras de RH, ou com as gerentes de RH, eu falo para elas: a coisa mais importante é saber que a gente mudou de ciclo. Chegou o momento de mulheres, de diversidade, de negros, e a pandemia também acelerou isso. É sobrevivência, minha gente. Não é mais questão de optar. Senão você não fica mais no jogo. A gente tem de trabalhar com a indústria, com o descarte, ver onde podemos ajudar, porque se não pensar a sua empresa vai ficar fora do mercado, ou vai valer 50% a menos do que ela poderia valer. O consumidor não aceita mais, e o mercado investidor vai atrás do que o consumidor quer.

“Depois do ESG, quem não entrar nessas causas não tem mais valor no mercado.”

M&C: Depois de ter paralisado aqueles dois dias, qual é sua expectativa agora? Você consegue traçar um horizonte hoje?

Luiza Helena Trajano: Eu tinha quase certeza, lá para junho, julho agora, que a gente ia ter um final de ano muito legal, que ia aumentar o emprego. Mas com essa “brigaiada” política que nós temos, com uma inflação grande, com juro crescendo, eu hoje estou com um ponto de interrogação na cabeça. Porque vai ter consumo, mas a gente não vai ter o emprego que a gente quer enquanto a gente continuar se pautando por jogo político, que não é legal para ninguém, para nenhum partido. Eu estou clamando à população uma pauta positiva para o Brasil, sem ter um partido ou outro, sem brigar um com o outro, sem buscar culpados. Nesse momento, a gente tem que buscar solução juntos. Se a gente fizer isso, a gente vai ter um dezembro muito bom e a gente terá um ano que vem muito bom. Então, assim, vamos nos unir. Não importa qual partido, não importa se eu votei em um ou em outro, o que importa é esse momento, vamos deixar 2022 para daqui a um ano e meio, vamos cuidar daqui agora. Essa é minha proposta. Não vou sair candidata, não sou candidata, já estou avisando bastante isso, mas tenho um grupo com quase 100 mil mulheres que é um grupo político, suprapartidário, e que vai ter muitos projetos para o Brasil. São mulheres de todos os níveis e que sabem que a gente tem de estar junto para lutar pelo Brasil e ser o maior grupo político suprapartidário.

“Não sou candidata, mas tenho um grupo com quase 100 mil mulheres que é um grupo político, suprapartidário, e que vai ter muitos projetos para o Brasil.”

M&C: Que mensagem final você deixaria para esses brasileiros que estão ansiosos para ver uma retomada?

Luiza Helena Trajano: Primeiro, que o digital é uma realidade e não adianta fugir dele. A loja física não vai acabar, tanto é que nós entramos no Rio de Janeiro, mas ela se toma um outro rumo. Ela passa a ter a multicanalidade. Nossas lojas hoje são mini CDS que entregam o produto que o cliente comprou na internet.

Além disso, vamos trabalhar o Brasil, vamos acreditar, vamos parar de ser pautado por essa “brigaiada”, não vamos ficar dando diagnóstico e opinião no WhatsApp o dia inteiro, vamos fazer acontecer. O Brasil é maravilhoso, tem um consumo ótimo, uma temperatura maravilhosa, uma diversidade econômica maravilhosa, vamos lutar e vamos nos unir pelo Brasil.

Coop faz parceria com startup para incentivar logística reversa

O Brasil está longe de ser exemplo mundial em reciclagem de materiais, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Apenas 3% do lixo que poderia ser reciclado é reaproveitado no país e 8% do que é jogado fora não é sequer coletado. Outro dado assustador é que mesmo o que é recolhido, 40% têm como destino final locais impróprios, como os lixões e em torno de 30 milhões de toneladas por ano vão para locais inadequados, contaminando o meio ambiente de maneira contínua.

Preocupada com as questões ambientais e seguindo o plano de sustentabilidade, que envolve temas de saudabilidade e consumo consciente, a rede de varejo Coop firma parceria com a startup Molécoola como forma de contribuir com a logística reversa. O cooperado ou cliente que aderir à mudança de comportamento também será beneficiado.

A Molécoola opera a logística reversa de embalagens e produtos pós-consumo, incentivando a reciclagem e por meio de um programa de fidelidade ambiental, a startup dá pontos para os consumidores trocarem por produtos e serviços ao levarem seus recicláveis a uma de suas lojas-contêineres. “Quem descartar os seus resíduos de forma correta receberá pontos para troca de produtos no leque de opções da Molécoola ou descontos em produtos do patrocinador da estação de reciclagem”, explica Murilo Venancio da Silva, analista de Responsabilidade Social.

A loja da Coop, instalada na Avenida Industrial, 2001 – Bairro Campestre, em Santo André, será a primeira a receber uma unidade Molécoola em seu estacionamento. Em seguida, será a vez da loja localizada na Rua Carijós, 1843 – Vila Linda, Santo André e a unidade da Rua Joaquim Nabuco, 277 – Centro, São Bernardo do Campo. Para participar do programa de fidelidade e começar a juntar pontos, é necessário fazer o cadastramento no portal www.molecoola.eco/.

A tendência de entregas feitas com veículos sustentáveis

À medida que a pauta ESG e o Pacto Global das Nações Unidas (ONU) avançam, empresas dos mais variados segmentos entram na corrida para zerar as emissões de carbono. Diante deste cenário, as startups que oferecem serviço de entrega sem poluição ganham destaque.

Em tempos de nova economia, de um lado as entregas de aplicativos e e-commerce crescem, do outro — se os veículos não são sustentáveis — aumentam a poluição no mundo.

Para reduzir o impacto ambiental, algumas empresas, como o iFood, recorreram à compra de crédito de carbono. Outras, como a Americanas, estão apostando no uso de veículos sustentáveis na última milha.

O cenário, contudo, cria oportunidade de negócios para as startups. É o caso da Carbono Zero Courier, fundada em 2010 por Rafael e Danilo Mambretti. A empresa oferece serviço de entrega por meio de bicicletas, tuc-tucs e carros elétricos.

COMO FUNCIONA A CARBONO ZERO COURIER
O modelo de negócio é similar ao da Loggi: o cliente solicita a entrega por meio do site ou telefone. Tempo depois, o entregador — seja de bicicleta, furgão elétrico, moto elétrica ou tuc-tucs — retira o item e faz a entrega no endereço de destino.

Durante o pedido é possível identificar a distância entre os pontos (retirada e entrega), rastrear o pedido e visualizar a quantidade de emissão de carbono evitada. É possível notar que a empresa visa unir a tecnologia e a sustentabilidade em apenas um serviço.

As entregas são feitas na Grande São Paulo e Baixada Santista. “Mas o plano é expandir para outras cidades e estados ainda neste ano”, diz em entrevista à StartSe Leonardo Lorentz, sócio-gestor da empresa. Ao todo, são feitos cerca de 150 mil envios entre documentos e produtos.

Desde a fundação da empresa, cerca de 580 toneladas de CO2 foram evitadas.

QUAL É O PÚBLICO-ALVO?
Segundo Leonardo, é pessoa jurídica, como grandes varejistas e transportadoras. Algumas fazem os pedidos de forma avulsa, outras — que têm mais demandas — fecham contrato mensal.

Porém, é interessante notar que a clientela, por conta da pauta ESG e a chegada do Pacto Global das Nações Unidas (ONU), está na corrida para zerar as emissões de carbono. Faz sentido, portanto, usar os serviços da logtech.

Outro ponto de vista que vale observar é o uso por transportadoras tradicionais. Isso acontece porque as marcas das quais são parceiras passaram a exigir o uso de veículos mais sustentáveis e, para otimizar dinheiro e tempo — ao invés de criar a própria frota — subcontratam a Carbono Zero Courier para fazer as entregas.

QUAIS EMPRESAS SÃO CLIENTES?
Do segmento de transportadora, a Carbono Zero Courier tem clientes como DHL e Sequoia. Do lado de empresas, conta com Bayer, B3, Google, Netflix, Pinheiro Neto, entre outras.

ENTREGADOR DA CARBONO ZERO
Diferente das empresas de delivery e transportadoras por aplicativo — em que os profissionais de entrega são colaboradores informais —, “a maioria de nossos entregadores são contratados na modalidade CLT e recebem benefícios como, seguro, uniforme e equipamento de segurança”, diz Lorentz.

Dos 270 entregadores da modalidade bicicleta, cerca de 90 são contratados no regime CLT, os outros são MEI (microempreendedor individual). Já os profissionais que trabalham com a moto elétrica (18), furgões (4) e tuc-tuc (1) são contratados formalmente.

TENDÊNCIA
A prática de entrega com veículos sustentáveis tem sido adotada por uma série de companhias. O Grupo Boticário, por exemplo, disse que até 2025 todas as entregas serão feitas com veículos elétricos.

A Americanas além de ter fechado uma frota de tuc-tucs, investiu em carros elétricos. A varejista Telhanorte também, em breve, terá uma frota neutra de carbono.

POR QUE IMPORTA?
Não é segredo: sustentabilidade se tornou uma regra em todo o mundo. Com o avanço da pauta ESG, do Pacto Global e da pressão dos consumidores, cada vez mais, as empresas vão precisar correr para reduzir as emissões de carbono.

Quem pode ganhar nessa são as startups. Isso porque, diante do prazo curto (para zerar as emissões) e o alto custo, pode ser mais barato para as empresas fecharem parcerias com frotas sustentáveis já consolidadas no mercado ao invés de criarem do zero.

No caso da Carbono Zero Courier, é interessante notar que os empreendedores olharam — em 2010 (ano do nascimento da companhia) — uma tendência que seria acelerada, a da logística de entrega sustentável.

MERCADO PROMISSOR?
Vale destacar também que a medida que o mercado de e-commerce e delivery crescem em ritmo acelerado, provavelmente exigirá mais demanda das entregas benéficas ao meio ambiente.

Já o mercado brasileiro de delivery foi responsável por quase metade do crescimento do delivery na América Latina no ano passado, segundo um levantamento feito pela Statista. O setor está tão aquecido que a expectativa é movimentar US$ 6,3 trilhões globalmente até o final de 2021. O que impacta diretamente no mercado de entregaS.

Boticário traz o Boti Recicla, maior programa de logística reversa em pontos de coleta no segmento de beleza do país

Marca conscientiza sociedade a contribuir na reciclagem de resíduos, transformando a reciclagem em possibilidade para potencializar a educação.
O Boticário apresenta o Planeta de Plástico em realidade aumentada com o objetivo de promover reflexão na sociedade sobre o descarte irresponsável de resíduos. Em 2021, o Boticário sela seu compromisso: embalagens de cosméticos retornadas nas lojas da marca serão transformadas em espaços escolares sustentáveis. Há 44 anos trabalhando com sustentabilidade, a marca mostra a real dimensão da problemática do lixo em um Planeta coberto por plástico e convida as pessoas para fazerem parte da solução estimulando a cocriação de um futuro transformado pela educação.

O Brasil é o 4º país que mais produz plástico no mundo, e apenas 1.28% desses resíduos são reciclados. Esses dados alarmantes revelam um Planeta de Plástico com imagens perturbadoras e, durante a experiência, o usuário desbrava um local inóspito, sem vida e repleto de lixo. As telas digitais – disponíveis na experiência através do mobile e desktop, apontam que os resíduos plásticos que habitam esse planeta ultrapassam a extensão do Rio Tietê, em São Paulo; são suficientes para cobrir toda a Chapada Diamantina, na Bahia; e que, se até 2050 a sociedade não repensar sobre o descarte responsável, o planeta Terra será um deserto com 34 bilhões de toneladas de plástico.

No segundo semestre de 2021, a marca traz o Boti Recicla, maior programa de logística reversa em pontos de coleta no segmento de beleza do país, para mais uma ação de transformação e desenvolve espaços escolares sustentáveis. São 17 escolas públicas pelo país que recebem locais de 30m² compostos, aproximadamente, por 2.2 toneladas de plástico reciclado. A entrega dos espaços é o processo de um ciclo que nunca acaba e que se inicia com o convite para conscientização feito pela marca a partir do Planeta de Plástico.

“O Planeta de Plástico não é apenas uma realidade aumentada, ele já existe – nós só não estamos vendo. Essa versão aponta para a dimensão do problema e se torna uma poderosa ferramenta de conscientização. Com ajuda da sociedade, o Boticário vai tangibilizar impacto positivo, fomentando a educação em escolas pelo Brasil e perpetuando um ciclo de consciência que nunca acaba. Acreditamos em um futuro possível, transformado pela educação”, afirma Renata Gomide, Diretora de Branding e Comunicação do Grupo Boticário.

A jornada de sustentabilidade do Boticário é perene – em 2006, a marca criou o Boti Recicla, maior programa de logística reversa em pontos de coleta no segmento de beleza – são cerca de 4 mil pontos espalhados em 1.750 municípios brasileiros. Em 2020, deu vida a um projeto inédito, transformando resíduos plásticos em uma Pop Up Sustentável no Parque Ibirapuera, e em mais oito lojas sustentáveis espalhadas pelo Brasil – o plano de abertura ainda prevê, aproximadamente, 17 lojas no mesmo formato para 2021. O Boticário acredita que tem um papel importante na conscientização e transformação da sociedade, mas entende que a população e outras marcas precisam caminhar juntas para gerar maior entendimento do problema. A mobilização conjunta é essencial para mudar o futuro do planeta. A transformação de uma embalagem é o começo de um novo futuro.

O Planeta de Plástico, ferramenta que mostra cenários tomados por lixo, alerta, que, se até 2050 a sociedade não repensar sobre o descarte de resíduos, o planeta Terra poderá ser um deserto com 34 bilhões de toneladas de plástico. Ativação iniciou em 26 de agosto e está disponível gratuitamente em https://planetadeplastico.boticario.com.br/.

Americanas lança loja com itens da Amazônia em marketplace social

Plataforma Americanas Social reúne produtos de instituições sociais com todo o lucro revertido para as causas.
A AmazoniAtiva inaugurou na última quinta-feira (2) uma loja na Americanas Social, plataforma de marketplace social da Americanas que reúne produtos de instituições sociais no site e app da marca, com todo o lucro revertido para as causas. A AmazoniAtiva é uma plataforma de produtos e ativos da Amazônia Brasileira e foi idealizada como um dos mecanismos de mercado para reduzir o desmatamento.

Criada em 2019, a AmazoniAtiva foi projetada como parte da estratégia de governança climática para o estado de Rondônia e cresce para se tornar um hub digital de soluções em comercialização, logística, planejamento e gestão da bioeconomia. Atualmente, reúne cerca de 70 parceiros e já beneficia mais de seis mil pessoas nos nove estados que compõem a Amazônia.

Para a estreia na Americanas, foram eleitos sete parceiros: Acre Biojóias; Cacau River; Coomflona; Ekilibre; Saboaria Rondônia; Farofa da Amazônia e Gaia Artesanato. São produtores de cafés, farofas, chocolates, cosméticos, biojóias e artesanatos em madeira certificada. Os protagonistas da AmazoniAtiva são os povos indígenas, quilombolas, extrativistas, pequenos e médios empreendedores, agricultores familiares e lideranças femininas, que representam a diversidade da Amazônia brasileira.

“O propósito da AmazoniAtiva é promover o desenvolvimento da bioeconomia, criando uma conexão entre empreendedores locais, investidores e consumidores. Orientada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a iniciativa valoriza o manejo florestal, a criatividade e a capacidade de produção das comunidades extrativistas”, destaca o diretor de Florestas e Políticas Públicas da BVRio, Beto Mesquita. “Um dos critérios da curadoria é o compromisso do parceiro com um modelo de produção inclusivo e responsável, que promova o respeito à diversidade cultural e à sustentabilidade na região”, conclui Renato Castro, gerente de Design e Madeira da BVRio.

Geração de renda e inclusão
Segundo documento publicado pelo Governo do Amazonas, a bioeconomia se refere a estruturas de mercado pautadas em produtos e processos que partem de quatro princípios norteadores: conservação da biodiversidade; ciência e tecnologia voltadas ao uso sustentável da sociobiodiversidade; diminuição das desigualdades sociais e territoriais; expansão das áreas florestadas biodiversas e sustentáveis. “Valorizar as redes de conhecimento produtivo na região e promovê-las na Americanas dará ainda mais visibilidade para acelerar o fomento da economia dos nove estados da Amazônia Legal”, complementa Beto Mesquita.

Ampliando esta visibilidade de causas e trabalhos de ONGs parcerias, como a AmazôniAtiva, o marketplace social da Americanas dá protagonismo a micro e pequenos empreendedores, promovendo a geração de renda, a inclusão e redução das desigualdades. “O objetivo da Americanas Social é utilizar a nossa robusta plataforma de marketplace e a inteligência em logística para conectar, com qualidade e confiança, produtores de todo o Brasil a um mercado gigante, com uma base ativa de 49 milhões de clientes”, explica Jean Lessa, diretor de marketplace da Americanas S.A..

Na Americanas Social, 100% do lucro é revertido para as instituições. “Estamos incluindo estes artesões e comunidades no mapa do e-commerce, com uma gama de conteúdos, soluções e tecnologias que contribuem para o desenvolvimento dos seus negócios. Com isso, fortalecemos também o nosso propósito de somar o que o mundo tem de bom para melhorar a vida das pessoas”, comenta Jean Lessa.