De olho na agenda ESG, grandes empresas apostam em startups de impacto socioambiental

Cada vez mais alinhadas à agenda ESG, grandes companhias estão apoiando e investindo em startups com ações que geram impacto socioambiental – incorporando, inclusive, muitas iniciativas ao negócio.

Pelo segundo ano, a Aegea Saneamento, a marca Johnnie Walker e a consultoria Grant Thornton apoiam e patrocinam o Selo iImpact, desenvolvido pelo Innovation Latam em parceria com a Fundação Dom Cabral, que reconhece startups que realmente produzem impacto positivo na América Latina.

Ao participar do processo de seleção e avaliação, que está atualmente em andamento, as startups podem se qualificar e mostrar ao mercado o compromisso em promover soluções que corroborem com os 17 ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Além do reconhecimento, elas têm a oportunidade de se conectarem com mentores, empresas e possíveis investidores.

Com uma agenda global pelo impacto socioambiental, a gigante do setor de bebidas Diageo, detentora de Johnnie Walker, tem buscado a inovação em startups que se destacam na área. Por meio de sua marca icônica de whisky, criou no Brasil parcerias com pequenos empreendedores de impacto no lançamento de produtos. Uma das recentes iniciativas anunciadas no país é o uso do copo produzido a partir da fibra da mandioca, que em 90 dias vira adubo, fornecido pela startup Já Fui Mandioca, reconhecida pelo Selo iImpact no ano passado.

“Johnnie Walker assumiu uma série de compromissos ambientais que até 2030 garantirão: 100% da produção do uísque de carbono líquido zero; 100% das destilarias com energia renovável e todas as embalagens recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis. A ideia é tornar a marca mais sustentável em toda sua jornada, do grão ao copo”, diz João Victor Guedes dos Santos, Head de Marketing de Johnnie Walker na Diageo para Paraguai, Uruguai e Brasil. “Para isso, temos buscado soluções inovadoras criadas por startups e, com o apoio ao Selo iImpact, estamos ampliando nossas atuações de impacto positivo para construirmos juntos um futuro melhor para todos”, complementa o executivo.

Globalmente, Johnnie Walker prepara o lançamento de uma garrafa totalmente feita de papel, o que irá representar uma transformação no universo das bebidas premium e dos destilados. Além disso, a Diageo já conta com o programa de logística reversa das embalagens de vidro denominado “Glass is Good”.

O apoio ao Selo o iImpact é uma das formas da Aegea Saneamento, uma das maiores empresas privadas desse segmento no Brasil, intensificar o seu relacionamento com startups de impacto social e a promoção de iniciativas que resultem em soluções inovadoras, beneficiando e transformando a vida das pessoas. A estratégia já trouxe resultados práticos, como o uso da solução de gerenciamento central de eventos da startup TaKadu para reduzir as perdas de água.

Com base em análises de big data e aprendizado de máquina, o serviço baseado em nuvem detecta, analisa e gerencia eventos de rede e incidentes como vazamentos, falhas em ativos, telemetria e problemas de dados, falhas operacionais e muitos outros. Estimativas apontam que o prejuízo causado por esses tipos de problemas no Brasil é R$ 10 bilhões por ano.

Utilizando soluções como a da TaKadu e da Utilis, startup que fornece dados de umidade do solo subterrâneo detectados por satélite, entre outras ações de combate a perdas, a Aegea calcula ter reduzido as perdas de água em 71 milhões de metros cúbicos em apenas quatro anos.

“Nosso objetivo é aumentar ainda mais a participação de startups no negócio, com estruturação de novas iniciativas de inovação aberta. Acreditamos que o Selo iImpact é uma forma de reconhecer startups com ações de impacto socioambiental, fato inerente às nossas premissas em ESG e como também estimular a inovação em diferentes regiões do Brasil.”, afirma Klaus paz, Gerente de Inovação da Aegea.

A empresa de saneamento é uma das criadoras do fundo mundial de inovação da água (WWIF, www.waterinnovationfund.com). Essa organização foi fundada em 2019 com objetivo de unir as maiores empresas de todo o mundo para encontrar, desenvolver e acelerar as tecnologias inovadoras focadas em melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Para a Grant Thornton Brasil, o apoio ao Selo iImpact está em linha com as iniciativas da empresa de auditoria e consultoria na área, que anunciou no ano passado sua adesão aos princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), comprometendo-se a relatar o progresso das medidas adotadas anualmente.

“Os objetivos da ONU vêm ao encontro de muitas ações já adotadas pela empresa junto aos seus clientes e parceiros. Sabemos que para realmente gerar impacto na sociedade não basta autodeclarar a intenção de promover ações na área. Por isso, apoiamos o selo iImpact, que abre oportunidades para startups que comprovam com evidências concretas a sua contribuição social”, afirma Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil.

Prática comprovada por grandes empresas

Ano passado, o Selo iImpact recebeu a inscrição de mais de 500 startups, distribuídas em 22 países. Ao todo, 65 projetos foram reconhecidos pelo impacto gerado a sociedade.

“O Selo iImpact possibilita ganhos a startups, investidores e sociedade. Além de reconhecimento as startups abrem oportunidades para que suas iniciativas de impacto socioambiental sejam colocadas em prática por grandes empresas, ampliando o seu alcance na sociedade”, afirma João Pedro Brasileiro, fundador da plataforma Innovation Latam.

A avaliação é feita a partir da metodologia desenvolvida pelo Prof. Dr. Fabian Salum e sua equipe, da Fundação Dom Cabral, que além de estar alinhada com os compromissos definidos pela ONU, busca a comprovação das evidências da contribuição socioambiental gerada pela startup para com a sociedade que recebe direta ou indiretamente o impacto positivo dessa contribuição.

O primeiro passo para as startups obterem o selo iImpact é preencher um questionário qualificatório no site oficial. Na etapa seguinte, são coletadas as evidências de impacto, que serão julgadas por uma banca composta por executivos de grandes empresas e organizações, que atuam na América Latina e em outros países, além de docentes.

Entre as companhias estão Aegea, IBM, Ambev, Grant Thornton, Amazon, Gerdau, MRV Engenharia, Electrolux, Banco Carefour, Grupo A.Yoshii Engenharia, Editora Globo, Grupo Sequoia, Bradesco, Cubo-Itaú, Dow, Roche, Saque-Pague e outras.

Dentre as organizações internacionais, destacam-se o ICLEI, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, Future Females, Principles for Responsible Investment, ISH Markit for Latin America, dentre outros.

Grupo Boticário fará entregas com veículos elétricos da DHL Supply Chain em SP

DHL Supply Chain, líder global em armazenagem e distribuição, fechou uma parceria com o Grupo Boticário para zerar as emissões das entregas da varejista de beleza em suas lojas na capital paulista.

O projeto faz parte do objetivo do Grupo Boticário de que 100% das entregas sejam feitas por veículos elétricos até 2025 nas capitais. A DHL Supply Chain, por sua vez, tem a meta de zerar suas emissões até 2050. Com a parceria, estima-se que mais de 48 toneladas de gases deixarão de ser emitidas por ano a partir de 2022.

“Já estamos fazendo entregas com nossas vans elétricas e, em breve, também colocaremos caminhões modelo VUC para atender a 40% das lojas localizadas na cidade de São Paulo a partir de agosto”, afirma Gabriela Guimarães, vice-presidente de Retail, E-commerce e Services Logistics da DHL Supply Chain, que complementa que a implantação da nova propulsão nas entregas será realizada em fases.

Neste projeto, que teve início em janeiro de 2021, a DHL Supply Chain transporta os produtos de beleza de um Centro de Distribuição em São Gonçalo dos Campos (BA) para um hub de transportes da DHL na Grande São Paulo. De lá, são realizadas as entregas para as cerca de 280 lojas em quase todos os bairros da cidade de São Paulo.

Para este projeto, a DHL Supply Chain utilizará uma frota dedicada elétrica inicial de 14 veículos. Atualmente, o Grupo Boticário é o maior varejista de beleza e a rede de franquias com maior número de unidades no país. O grupo é dono das marcas O Boticário, Eudora, Quem Disse, Berenice?, BeautyBox, Multi B, Vult, Beleza na Web e O.u.i, que serão transportadas pelos veículos elétricos.

“Estamos muito felizes com esse projeto por vários motivos, mas o que tem nos motivado de verdade é o fato da união de duas empresas com valores muito parecidos. Sustentabilidade, diversidade, excelência e inovação são alguns deles. Além disso, o uso de veículos elétricos traz muitas vantagens, como é o caso da menor geração de ruído, liberação de restrições de circulação e, claro, a não emissão de gases, reduzindo assim a pegada de carbono das organizações”, ressalta Gabriela Guimarães.

“Esse movimento é um passo importante que reforça o trabalho de longa data que realizamos em ESG, especialmente na frente ambiental. Avançamos nesta agenda, mas sabemos que ainda há muito a ser feito para preservação dos recursos naturais”, afirma Fernando Modé, CEO do Grupo Boticário.

“Planos verdes” do Grupo Boticário
A iniciativa faz parte dos planos do Grupo Boticário de ampliar seu impacto positivo para a sociedade até 2030. Em abril, a companhia assumiu 16 compromissos socioambientais reunidos na plataforma “Uma Beleza de Futuro”, que incluem “neutralizar o impacto ambiental de emissões de GEE, água e energia de 100% da operação direta” e “reduzir em 50% o impacto ambiental de emissões de GEE, água e energia dos nossos fornecedores críticos”.

Outro aspecto da parceria é a diversidade. A DHL Supply Chain está com um programa para formar motoristas femininas para realizar estas entregas.

Atualmente, a DHL Supply Chain dispõe de uma frota elétrica de mais de 60 veículos no Brasil, entre vans e um caminhão elétrico, realizando entregas verdes nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. A operadora logística utiliza também bicicletas para entregas urbanas de baixo volume e dispõe de um Centro de Distribuição com uma usina solar no teto que gera quase toda a energia que consome.

Nos próximos doze meses, a companhia planeja adquirir cerca de 200 veículos elétricos no Brasil, a fim de expandir ainda mais suas soluções logísticas verdes, hoje mais focadas nos mercados de varejo, moda, eletroeletrônicos e medicamentos.

Americanas expande entrega de encomendas em favelas

Após um teste em abril, a varejista estendeu o projeto para outras quatro dessas comunidades neste mês, incluindo Rocinha e Vila Cruzeiro (RJ), além de Heliópolis e Cidade Júlia (SP).

A Americanas está expandindo a entrega de encomendas em favelas, tentando marcar posição entre um público de milhões de consumidores “subatendidos” e se cacifar na disputa cada vez mais aguerrida do comércio eletrônico no Brasil.

Após um teste em abril, a varejista estendeu o projeto para outras quatro dessas comunidades neste mês, incluindo Rocinha e Vila Cruzeiro (RJ), além de Heliópolis e Cidade Júlia (SP). O modelo consiste na entrega das encomendas pela Americanas nas margens da favela, e um contêiner que serve como centro logístico. A partir daí, a ‘última milha’ é realizada por moradores sob direção da G10 Favelas, grupo de líderes para iniciativas de impacto social e econômico nessas comunidades.

O modelo foi expandido após a Americanas ter colhido desde abril um aumento de cerca de seis vezes do número diário de entregas em Paraisópolis, uma das maiores favelas em São Paulo, dado o maior êxito de entregadores da Favela Brasil Xpress em chegar a moradias em becos e vielas, muitas sem CEP ou numeração.

Segundo o presidente nacional do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, a meta para 2021 é expandir o projeto para 50 favelas, chegando mais adiante às mais de 300 comunidades no país.

Segundo o o gerente de operações da Americanas, André Biselli, a parceria, combinada com projetos de inclusão como bolsas de estudos em logística para moradores das favelas, tem se mostrado um caminho mais efetivo de alcançar clientes ao criar um envolvimento com as comunidades.

Devido aos casos frequentes de assaltos e roubos a caminhões com entregas de encomendas nessas áreas urbanas, normalmente em morros, com ruas estreitas e muitas vezes dominadas pelo crime organizado, grandes varejistas passaram a evitar vendas de certos produtos para entrega em favelas, como eletrônicos.

Segundo Biselli, desde o início do modelo compartilhado de entregas em Paraisópolis, não houve nenhum incidente de segurança envolvendo entregas da Americanas naquela região.

Rodrigues diz que moradores de dezenas de favelas no país têm pedido para também terem pontos de entrega locais e também está conversando com empresas interessadas de outros setores.

“Estamos mostrando que a população da favela não quer ser coitadinha, mas ter o mesmo acesso que os demais”, disse ele.

O presidente da ONG afirmou que o projeto não envolve acordos com líderes de gangues e que ele tem tido êxito por causa da percepção de que beneficia as comunidades.

Além das entregas de encomendas, a parceria prevê que negócios criados por moradores das favelas também tenham seus produtos vendidos no marketplace da Americanas.

Mercado gigante
Com cerca de 6% da população do país, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou cerca de 13 milhões de pessoas, as favelas têm um consumo estimado em cerca de 168 bilhões de reais por ano.

O movimento da Americanas mostra como grandes varejistas do país estão desenvolvendo iniciativas para alcançar esse público, especialmente a partir do ano passado, quando programas de auxílio criados para combater os efeitos da crise provocada pela pandemia da Covid-19, alguns deles por meio de contas digitais, acabaram por acelerar a bancarização de milhões de pessoas no Brasil, incluindo de moradores de regiões menos alcançadas pelo poder público e por serviços financeiros, caso das favelas.

A iniciativa acontece também após a Americanas ter divulgado resultados de vendas do segundo trimestre com crescimento abaixo dos exibidos por rivais do comércio eletrônico no Brasil, como Mercado Livre e Magazine Luiza apesar da implementação de frete grátis e dos incentivos para que os vendedores usem o atendimento.

Logística reversa avança no Brasil e contribui para a preservação ambiental

O consumidor pode ajudar com descarte adequado de materiais como pilhas e baterias, pneus e óleo lubrificante.
Instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos e frente importante de atuação do Programa Lixão Zero, do Ministério do Meio Ambiente, a logística reversa tem avançado no país. A logística reversa é o procedimento que permite ao consumidor retornar à empresa um produto após seu consumo, de forma que o fabricante possibilite um descarte correto.

Em 2020, o Brasil bateu recorde reciclando 97,4% das latas de alumínio que entraram no mercado, segundo dados do setor. Com o Lixão Zero, o Governo Federal também avançou na logística reversa de baterias de carro, eletroeletrônicos, medicamentos e óleo lubrificante.

O secretário de qualidade ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André França, detalhou como esse processo contribui para a preservação do meio ambiente e destacou o papel do cidadão para ajudar na implementação da logística reversa.

O que prevê a logística reversa e o que ela representa para a melhoria da gestão ambiental e da correta destinação dos resíduos sólidos?

A logística reversa é um instrumento muito importante da Política Nacional de Resíduos Sólidos que neste mês de agosto completou 11 anos. A política data de 2010 e um dos instrumentos que precisavam ser efetivamente implementados é a logística reversa que é um sistema que permite o retorno dos produtos e embalagens após o uso pelo consumidor. É o retorno desses materiais para o ciclo produtivo, assim, eles podem ser reutilizados, reciclados ou ter outras formas de destinação final ambientalmente adequados. E tudo isso gerando emprego e renda com sustentabilidade, ao mesmo tempo que também evita o descarte desses materiais em locais inadequados como os lixões e aterros controlados. Então, a logística reversa tem esse propósito.

Como o consumidor pode participar desse processo?

O consumidor participa fazendo descarte adequado desse produto ou dessa embalagem. Alguns exemplos para que o consumidor tenha mais familiaridade, estamos falando aqui das embalagens de forma geral, das pilhas e baterias, dos pneus, também do óleo lubrificante usado ou contaminado, embalagem desse óleo lubrificante usado ou contaminado, as lâmpadas fluorescentes, as latas de alumínio e também os eletroeletrônicos. São exemplos de materiais que devem ser descartados em um dos pontos de entrega voluntária. Tem mais informações sobre isso no nosso site, o www.gov.br/mma. O descarte adequado é o primeiro passo para que esses materiais sejam destinados de forma adequada e retornem para o ciclo produtivo.

É possível estimar quantos produtos podem ser devolvidos pelo consumidor por meio da logística reversa?

Temos números bastante expressivos. Um deles é a lata de alumínio para bebidas que no ano passado bateu recorde. Foram mais de 30 bilhões de latas recicladas no país. Também outros números atualizados bastante expressivos, por exemplo, as embalagens de defensivos agrícolas, foram 45.500 toneladas recolhidas em 2019.

Pilhas e baterias foram 155 toneladas recolhidas e destinadas de forma adequada. O pneu tem duas formas de logística reversa, primeiro a própria reutilização por meio da reforma de pneus, uma atividade importante. Só aí são sete milhões de pneus de transporte de carga reformado, mais de cinco milhões de pneus automotivos, ou seja, mais de 12 milhões de pneus reformados. Além daqueles que são descartados para reciclagem, em 2019 foram aproximadamente 420 mil toneladas.

Um outro dado importante é o do óleo lubrificante usado ou contaminado. Foram quase 490 milhões de litros, em 2019. Um litro de óleo lubrificante usado pode contaminar até um milhão de litros de água. Então veja a importância que é um sistema de logística reversa, que recolhe e envia para reciclagem cerca de 490 milhões de litros em um ano.

Para citar um exemplo recente, que foi aprovado por meio de decreto pelo Presidente Jair Bolsonaro, no ano passado, temos também a logística reversa de medicamentos vencidos. Esse sistema começou em 2020 a ser estruturado e hoje está presente em mais de 1.800 pontos de entrega. O cidadão pode fazer o descarte adequado do seu medicamento vencido que ele vai ter a destinação adequada.

Quais são os desafios para a implementação total da logística reversa?

A logística reversa vem avançando nessa gestão. É prioridade do Ministério do Meio Ambiente, tanto que três novos sistemas foram instituídos. Sobre as baterias automotivas – as baterias de chumbo – foi instituído em agosto de 2019 o instrumento que prevê o recolhimento dessas baterias de chumbo e envio para reciclagem.

Esse sistema foi projetado para abranger 16 milhões de baterias de chumbo por ano, o que permite uma reciclagem de mais de 155 mil toneladas de chumbo. Chumbo esse, que se fosse descartado de forma inadequada, traria contaminação do solo e das águas. Mas a logística reversa permite que esse material seja recolhido e enviado para unidades especializadas, que farão a desmontagem dessa bateria e é utilizado na fabricação de novas baterias. Então, esse é um bom exemplo da logística reversa. Você evita a poluição ao mesmo tempo que gera emprego e renda com a reciclagem, com a reutilização.

Outro sistema criado recentemente foi o de eletroeletrônicos, também sancionado pelo Presidente Jair Bolsonaro em 2020, que projeta a implantação de mais de 5 mil pontos de entrega voluntária, em todo país, para o que cidadão possa fazer o descarte adequado, desde o fone de ouvido até a geladeira, para que esse material siga para unidade desmontagem. Dali, cada tipo de material é enviado para reciclagem ou outra forma de destinação final adequada.

Têm medicamentos que nós já citamos e dois outros sistemas foram aprimorados: a logística reversa de óleo lubrificante usado ou contaminado e também o da logística reversa das latas de alumínio para bebidas, que foi aperfeiçoado.

Temos excelentes exemplos no Brasil de logística reversa. Um deles é a lata de alumínio para bebidas que, no ano passado, alcançou uma marca recorde de mais de 97% das latas recicladas. Isso totaliza um universo de mais de 30 bilhões de latas, de forma que a lata fica fora desse ciclo produtivo por apenas 60 dias, segundo dados do setor. Esse é o tempo de uma lata voltar a ser uma nova lata no âmbito da logística reversa.

Esse resultado nos coloca a frente de países como Japão, Estados Unidos e União Europeia, países da OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. Ninguém ganha do Brasil. O Brasil é primeiro lugar disparado no que diz respeito à logística reversa da lata de alumínio e também assume posição de destaque em outros segmentos, como a reciclagem de pneus, a reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas, óleo lubrificante usado ou contaminado. Também somos referência para o mundo nesses outros segmentos.

Quais os outros investimentos do governo brasileiro para incentivar esse processo?

Tudo isso está contido no Programa Lixão Zero. Esse programa foi lançado em 2019 e abrange 12 ações estratégicas para aumentar a coleta seletiva, a reciclagem, o aproveitamento dos orgânicos com aquela fração que não é passível de ser reciclado ou reutilizado, o reaproveitamento energético. Alguns resultados importantes do programa, por exemplo, foi o lançamento do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos, o Sinir, que era aguardado desde 2010 e foi lançado em 2019. Hoje temos as informações da gestão de resíduos informatizadas e também a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Para além disso, o ministério tem desenvolvido editais para apoiar municípios e consórcios para melhorar os seus resultados de coleta, de reciclagem, de valorização dos orgânicos e também do aproveitamento energético sempre que você não tiver a reciclagem disponível no local específico.

Então, são várias as medidas em curso. Já são mais de R$ 180 milhões mobilizados para apoiar municípios, consórcios, mas também permitindo uma maior participação da iniciativa privada como, por exemplo, na logística reversa que vem justamente dar cumprimento à Lei 12.305 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ou seja, possibilitando que esses materiais retornem para o ciclo produtivo e atribuindo responsabilidades aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.

Mas tudo isso, importante reforçar, só funciona se o cidadão fizer o descarte adequado do lixo, separar os recicláveis. Muita gente pergunta, mas como é que eu vou saber o que é reciclável? No dia a dia começa separando as embalagens que, no geral, têm indicação do que é reciclável. Começa separando o material seco do material orgânico e dali, junto a informações que podem ser obtidas no nosso site, o cidadão vai poder fazer o descarte adequado.

As empresas também são beneficiadas com esse tipo de reciclagem por gerar economia para elas, não é isso?

Exatamente. Muitos desses materiais que voltam para o setor produtivo, o país demanda inclusive importação. É o caso das baterias de chumbo. Então, quando esse material retorna para o setor produtivo, isso também estimula, na medida em que além de apresentar um impacto ambiental positivo, porque preserva também os recursos naturais, evita o descarte inadequado e evita a poluição, isso também representa matéria-prima voltando para o ciclo produtivo.

Se a gente observar bem, o que é o lixo? Nada mais é do que matéria-prima ou energia fora do lugar. Se o descarte for feito de maneira adequada e isso começa com o cidadão, na sua casa, no seu local de trabalho, na rua, evitando jogar lixo no chão, evitando jogar o lixo misturado de qualquer jeito, porque isso depois diminui a efetividade das ações de triagem para reciclagem. Isso já faz uma grande diferença.

E tem uma vertente que combate o lixo no mar. Pode falar sobre isso?

Outro programa relacionado ao Lixão Zero é o nosso plano de combate ao lixo no mar. Sabe qual o item que mais se encontra, em geral, nas ações de limpeza das praias, dos rios e dos mangues? É justamente a bituca de cigarro. A pessoa tende a achar que uma bituca de cigarro não vai causar impacto porque é algo tão pequeno, mas quando a gente faz esses mutirões de limpeza é o item que mais encontramos. Justamente porque todas aquelas pessoas acharam que aquele item pequeno não ia fazer diferença. Mas no final faz muita diferença. Em quantidade é o item que costuma liderar em relação ao que é retirado do meio ambiente.

Então, lembrar que aquele lixo jogado perto do bueiro invariavelmente vai parar nos rios, vai parar no mar, afeta o meio ambiente e, mais do que isso, afeta também a qualidade de vida das pessoas. Então, essa orientação é muito importante. Muita gente pergunta o que eu posso fazer para um meio ambiente melhor e a gente responde: começa separando o seu lixo, separando os recicláveis e evitando o descarte inadequado desses materiais, que muito de positivo já vem a partir daí.

É importante lembrar que 85% da nossa população vive nas cidades e são as cidades que acumulam os principais desafios ambientais. Cada um fazendo a sua parte, não fica pesado para ninguém.

Natura e Avon testam entregas com drones

Empresas buscam melhorar a experiência de entrega para as consultoras e representantes.
Natura e Avon, parte do grupo Natura &Co, iniciam etapa de testes técnicos para a realização de entregas dos produtos das marcas por meio de drones. Com a nova tecnologia, as empresas buscam melhorar a experiência de entrega para as consultoras e representantes. Além disso, dado que a tecnologia de drone não gera emissões de gases de efeito estufa, o projeto contribuirá para alcançar a meta do grupo de atingir zero emissões líquidas de carbono até 2030 para suas quatro marcas: Avon, Natura, The Body Shop e Aesop.

Para o projeto, Natura &Co firmou parceria com a startup brasileira Speedbird Aero, primeira empresa a receber o CAVE (Certificado de Autorização de Voo Experimental) pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), no ano passado.

Natura &Co e Speedbird já começaram os testes técnicos e deram encaminhamento ao processo de autorização da ANAC para a execução do projeto piloto de entrega em condições reais, que será feito em um raio de até 200km já no primeiro trimestre de 2022. A operação buscará realizar as entregas de forma ágil e segura em locais mais afastados ou de difícil acesso. A iniciativa está sendo implementada por Natura &Co por meio do Natura Startups, programa que reforça a atuação da companhia no ecossistema de inovação e empreendedorismo para o desenvolvimento de soluções e serviços disruptivos.

A tecnologia de drone para fazer entregas de produtos de primeira necessidade e de bens de consumo já é uma realidade em diversas partes do mundo, como Ruanda e Gana, onde os drones permitem distribuir doações de sangue. Em países como Finlândia, Islândia, Suíça, China, Japão e Estados Unidos, drones estão sendo utilizados para entregas de varejo, alimentos e medicamentos. Além da redução significativa no tempo de entrega, outra vantagem dessa modalidade é o baixo impacto ambiental, uma das grandes prioridades no modelo de negócio das marcas do grupo Natura &Co.

“Nossa Visão de Sustentabilidade, o Compromisso com a Vida 2030, tem a ambição de tornar Natura &Co um grupo zero emissões líquidas de carbono vinte anos antes do que a meta estabelecida pela ONU. Por isso, é fundamental investirmos em soluções de entrega que não gerem emissões na nossa cadeia logística, como os drones, em linha com a nossa aspiração de sermos o melhor grupo de beleza PARA o mundo”, afirma Leonardo Romano, diretor de Supply Chain e Inovação Logística de Natura &Co. “Buscamos constantemente soluções de vanguarda que aprimorem as experiências das nossas consultoras, representantes e clientes com os produtos das nossas marcas. A logística através dos drones irá habilitar rotas de entrega em tempos muito curtos, com baixo custo e baixo impacto ambiental”, agrega o executivo.

Para Manoel Coelho, CEO e fundador da Speedbird, o projeto com Natura e Avon permitirá testar o modelo de entrega em uma escala mais ampla de operação. “Somos pioneiros no Brasil em obter a certificação da ANAC para testar o modelo em condições reais de operação e na parceria com a Natura &Co será interessante observar que, ainda que feito em maior escala, o drone delivery seguirá sendo uma opção segura e viável”, assegura Coelho.

Biker Mober: mobi logística cria projeto de mobilidade sustentável

Incentivando o uso da bicicleta nas entregas de pequenas encomendas em centros urbanos, empresa quer melhorar qualidade de vida dos colaboradores e contribuir para a preservação ambiental.

O desenvolvimento sustentável é apontado como um elemento fundamental para o sucesso das empresas. Trata-se, inclusive, de uma definição criada na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas). Visando isso, a Mobi Logística criou o projeto Biker Mober, um projeto de consiste na opção pela bicicleta nas entregas em centros urbanos. A solução foi desenvolvida com dois objetivos: melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e contribuir para a preservação ambiental.

Atuando no setor de transporte e logística, a Mobi Logística é voltada a entrega de pequenas encomendas, com atuação em todos os estados brasileiros por meio de 90 filiais e mais de 1,8 mil colaboradores. Desses, 70% utilizam motocicleta para trafegarem, em média, 60km por dia em regiões metropolitanas – o que acarreta na liberação de aproximadamente 7g de CO2, além de outros poluentes, por quilômetro rodado.

Ao deixar a moto de lado e passar a usar bicicletas, cada Mober Ciclista conseguirá reduzir a emissão de 420g diários de CO2, equivalente a 100,8 quilogramas desse poluente a menos por ano.

Além do benefício ambiental, o projeto Biker Mober também contribui com a saúde do ciclista, melhorando o condicionamento físico e fortalecendo o sistema cardiorrespiratório e a circulação sanguínea. Entre os benefícios está a diminuição do risco de morte precoce por AVC, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica, bem como a liberação de endorfina, o que contribui no combate da ansiedade e da depressão.

Em fase piloto, o projeto Biker Mober dispõe de 20 ciclistas pedalando nos centros de São Paulo e do Rio de Janeiro. Diante dos resultados obtidos, a empresa pretende colocar cerca de 300 ciclistas nos próximos seis meses, aumentando gradualmente esse número durante o tempo.

Projeto cria sistema de crédito de logística reversa para destinação de resíduos sólidos

Municípios que implementarem o sistema poderão ter prioridade no repasse de recursos federais.
O Projeto de Lei 1893/21 determina que os recursos federais para limpeza urbana e resíduos sólidos serão destinados, prioritariamente, aos municípios que implementarem sistemas de crédito de logística reversa. O texto tramita na Câmara dos Deputados.

Créditos de logística reversa são certificados que comprovam a realização de um serviço de logística reversa, com a destinação adequada dos resíduos sólidos. A ideia do projeto é que esses créditos sejam emitidos e vendidos por quem fez a coleta, e comprados por empresas legalmente obrigadas a realizar logística reversa (como fabricantes de pneus e eletroeletrônicos).

Pelo texto, o sistema de crédito integrará o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Além disso, a coleta será de responsabilidade de empresas, e não de cooperativas de catadores. O objetivo é aumentar a escala da coleta seletiva. As cooperativas continuariam tendo prioridade nos locais que não tiverem sistemas de crédito de logística reversa.

“A proposta poderá trazer ganhos substanciais para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes, a atratividade econômica da atividade de logística reversa e a conservação dos recursos naturais”, diz o deputado Carlos Henrique Gaguim (DEM-TO), autor do projeto.

O texto altera a lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e é baseado em uma experiência ocorrida no Rio de Janeiro que acabou não vingando, entre outros motivos, por falta de previsão legal do mecanismo.

Tramitação
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Pesquisa: ecossistema de dados pode levar a ganhos financeiros de até 9%

Uma nova pesquisa do Capgemini Research Institute revela que, globalmente, as organizações envolvidas no compartilhamento, troca e colaboração com dados, como parte de um ecossistema de dados, podem obter benefícios financeiros de até US$ 940 milhões (ou 9% de receita anual para uma organização típica com um faturamento anual de US$ 10 bilhões).

Nos próximos cinco anos, esses benefícios serão obtidos por meio da economia de custos, novos fluxos de receita e melhorias de produtividade. De acordo com o relatório, ” Data Sharing Masters: como organizações inteligentes usam ecossistemas de dados para obter uma vantagem competitiva imbatível” (tradução livre para “Data sharing masters: How smart organizations use data ecosystems to gain an unbeatable competitive edge”), estima-se um adicional de 10 pontos percentuais de vantagem financeira para organizações que atuam com ecossistemas de dados complexos e mais colaborativos.

Ainda assim, 61% das organizações se envolvem principalmente em ecossistemas de dados ligados ao compartilhamento simples de dados e baixos níveis de colaboração, e apenas 39% das organizações estão transformando insights baseados em dados em uma vantagem competitiva sustentável.

Aumento do interesse em monetizar dados

Em termos dos principais motivadores de negócios para participação em ecossistemas de dados, 54% das organizações declaram um interesse crescente em monetizar dados. Isso ocorre porque esse sistema tem causado um impacto significativo em várias frentes nas organizações: melhorando a satisfação do cliente em 15%, aumentando a produtividade/eficiência operacional em 14% e reduzindo os custos em 11% ano a ano. Dessa forma, a maioria das organizações está otimista sobre os ecossistemas de dados e espera ver o mesmo nível de benefícios nos próximos três anos.

As organizações estão planejando acelerar o compartilhamento de dados em ecossistemas
Impulsionado pela percepção do valor do negócio, o estudo também descobriu que uma em cada quatro organizações investirá mais de US$ 50 milhões em ecossistemas de dados³ nos próximos dois a três anos; 76% vão investir mais de US$ 10 milhões. Em média, haverá um investimento de US$ 40 milhões por organização.

O investimento varia muito entre setores e países: 55% das organizações de telecomunicações investirão mais de US$ 50 milhões, enquanto 43% das companhias bancárias o farão. As entidades de saúde e governamentais, no entanto, ficam para trás, com 18% e 7%, respectivamente, investindo mais de US$ 50 milhões. Enquanto isso, os Estados Unidos e o Reino Unido serão os que mais gastam, com mais de uma em cada três organizações em ambas as regiões gastando mais de US$ 50 milhões nos próximos três anos.

Quase metade das organizações pesquisadas (48%) está procurando entrar em novos ecossistemas ou iniciativas, e 84% delas planejam fazê-lo nos próximos três anos. Mais de uma em cada três organizações (36%) estão trabalhando no fortalecimento de suas iniciativas de ecossistêmicas existentes.

Embora os benefícios financeiros sejam claros, 61% das organizações ainda estão engajadas em ecossistemas tradicionais de baixo valor que envolvem relativamente pouca colaboração e tipos simples de compartilhamento de dados. Apenas 14% das organizações adotaram os modelos de ecossistema mais colaborativos e tipos complexos de compartilhamento de dados.

Ecossistemas de dados para impulsionar a agenda de sustentabilidade

Entre os fatores internos que impulsionam a mudança, 60% das organizações citam a disposição de progredir nas metas de desenvolvimento sustentável ou nas mudanças climáticas como um dos principais motivadores para participar do ecossistema de dados. Entre as organizações que desejam criar um impacto social e de sustentabilidade com ecossistemas de dados, a maioria das organizações se concentra em se engajar nesse sistema para o desenvolvimento sustentável de uma perspectiva ambiental, social e de governança (ESG) (73%) e em permitir a inclusão social de setores marginalizados da sociedade (65%).

Christina Poirson, Group Chief Data Officer da Société Générale explica, “os dados são muito mais do que um ativo para nós e estamos organizados para maximizar seu potencial por meio do compartilhamento de informações. Estamos testemunhando um forte impulso regulatório na União Europeia (EU) para estabelecer sistemas de compartilhamento de dados mais suaves no setor de serviços financeiros.

As estruturas de governança de dados robustas e abrangentes que implementamos, ao mesmo tempo em que protegemos os dados confidenciais dos clientes, estão de acordo com essa regulamentação em evolução. Eles não apenas contribuem para uma troca de dados mais suave com nossos parceiros do ecossistema, mas também trazem mais benefícios para nossos clientes”.

Zhiwei Jiang, CEO of Insights & Data da Capgemini afirma: “Os dados estão no epicentro da inovação. As organizações que já estão explorando seu potencial estão vendo os benefícios claros que o compartilhamento de dados pode trazer. Eles agora estão olhando além das fontes tradicionais de dados, como agregadores e interruptores de dados, para encontrar insights relevantes e de boa qualidade que impulsionem ainda mais novas ideias, decisões de negócios e, o mais importante, para estender sua vantagem competitiva”.

As formas emergentes de compartilhamento de dados permitem que as organizações atuem de maneira menos intrusiva e são projetadas para trabalhar com dados anônimos. No entanto, 56% das organizações citam a falta de plataformas de compartilhamento que possam controlar os direitos de acesso como o principal desafio tecnológico para embarcar e dimensionar suas iniciativas de compartilhamento de dados. A Capgemini recomenda um roteiro de cinco etapas essenciais, envolvendo:

• Formulação de uma estratégia de ecossistema de dados
• Tomada de decisões importantes de design que pertençam ao ecossistema
• Elaborar e lançar um plano de implementação que seja claro
• Sustentando a vantagem do uso dos dados para medir e monitorar cases de sucesso
• Abordar proativamente os requisitos de privacidade, ética, confiança e regulamentação.

Metodologia
As descobertas da Capgemini têm como base uma pesquisa primária com 750 executivos seniores (nível de diretor e acima) de organizações com receita anual global superior a US$ 1 bilhão nos EUA, Europa e APAC que estão atualmente envolvidos no compartilhamento de dados externos. Além disso, a Capgemini também conduziu entrevistas aprofundadas com 30 executivos e acadêmicos da indústria.

A pesquisa baseia-se no estudo de 2020 da Capgemini “The data powered enterprise”, que explorou as práticas de dados em relação à cultura organizacional.

Com ampliação de frota ecoeficiente, Americanas S.A. encerrará o ano com 500 veículos

Segundo testes realizados, automóveis elétricos têm autonomia de até um dia e meio de operações; eles serão usados na etapa última milha da logística de entrega, que começa ainda neste mês.

A Americanas S.A. anunciou que iniciará a operação com automóveis elétricos ainda neste mês. Com o novo modal, a companhia prevê encerrar o ano com uma frota ecoeficiente de mais de 500 veículos. Além dos automóveis, a frota também será composta por 150 tuk-tuks e 170 bicicletas comuns e elétricas que atuam no last mile, a última milha da logística de entrega de produtos.

De acordo com a empresa, a iniciativa vai ao encontro das metas da Americanas S.A., que consistem em ter 10% do total de entregas ecoeficientes em 2021 e neutralizar as emissões de carbono de toda a companhia até 2025. Os compromissos fazem parte da estratégia ESG (em português, Ambiental, Social e Governança) da Americanas S.A. para mitigar os efeitos da mudança global do clima. A questão é tema do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13 da Agenda 2030 da ONU.

De acordo com Welington Souza, diretor da LET’s plataforma de logística e fulfillment da Americanas S.A., a empresa quer ser um player que contribui para a construção da logística do futuro.

“Os veículos elétricos são mais um importante passo na estratégia de sustentabilidade da companhia e uma alternativa logística para a redução das emissões de carbono, contribuindo para o movimento de transição para uma economia de baixo carbono. Com a nova operação, vamos evitar a emissão de mais de 350 toneladas de CO² equivalente no meio ambiente entre junho e dezembro deste ano.” – Welington Souza, diretor da LET’s plataforma de logística e fulfillment da Amaericanas S.A.

VEÍCULOS: AUTONOMIA DE UM DIA E MEIO DE OPERAÇÃO
A nova frota de carros elétricos é especializada no transporte de carga e circulará, inicialmente, com 80 utilitários nas áreas metropolitanas de São Paulo, em Campinas e Ribeirão Preto, além da cidade do Rio de Janeiro. Até dezembro deste ano, chegarão outros 100 automóveis, que permitirão expandir a operação da frota elétrica para outras praças, como Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Porto Alegre.

Testes realizados pela companhia mostram que cada veículo deste tipo possui autonomia de 200 km a 250 km com uma carga completa de bateria, o suficiente para um dia e meio de operação.

“Além dos ganhos ao meio ambiente, os veículos elétricos têm um custo menor de operação. Os gastos com ‘combustível’ chegam a uma redução de 90%, dependendo da faixa de horário do carregamento”, comenta Welington. Outra vantagem apontada é a manutenção do motor que, por ser elétrico, não tem peças mecânicas, óleo, atrito.

Os investimentos na iniciativa incluem a compra de veículos, locação de carregadores e carros elétricos, software de gestão, equipes de motoristas e gestão da frota, e adequação da infraestrutura. A companhia está realizando adaptações em 21 hubs last mile nas cidades previstas, incluindo cabeamento de média tensão de energia nos centros de distribuição e a implementação da tecnologia para gestão da frota.

A chegada da nova frota de automóveis elétricos irá gerar cerca de 200 oportunidades diretas e indiretas de emprego, incluindo uma equipe dedicada a gerir toda a frota. Os motoristas dos veículos receberão capacitação especial e serão beneficiados por guiar modelos de carros que oferecem maior conforto e ergonomia.

BICICLETAS E TUK-TUKS ELÉTRICOS
A Americanas S.A. tem investido em iniciativas ecoeficientes de entrega. Em 2020, a companhia alcançou o marco de 1,8 milhão de entregas com bicicletas e adquiriu uma malha própria de bikes elétricas que operam hoje nas principais capitais do país. Neste ano, a companhia também anunciou o início da operação com 90 tuk-tuks elétricos nas principais capitais das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, além de caminhões movidos a biometano e gás natural que têm capacidade para transportar até 23 toneladas de carga.

A Lojas Renner está ligada no 220 volts (e bota pilha em novo marketplace)

A rede varejista faz acordo com a Enel para abastecer 170 lojas e um novo centro de distribuição com energia eólica, começa a testar um marketplace da marca Renner e se prepara para aquisições, após o follow on de quase R$ 4 bilhões em maio.
Em um movimento para cumprir metas de sustentabilidade assumidas para o fim de 2021, a Lojas Renner está assinando um contrato com a Enel para comprar energia eólica para abastecer 170 lojas e um novo centro de distribuição que está em construção em Cabreúva (SP).

Com o acordo, 80% do consumo corporativo da Lojas Renner, que inclui prédios administrativos, centros de distribuição e lojas, passarão a ser atendidos por fontes renováveis, como energia eólica, solar e de pequenas centrais hidrelétrica. A meta era chegar ao fim deste ano com 75%.

“A intenção sempre foi ter uma fonte energia que fosse renovável, mas com o acordo vamos ter também uma economia de 40% na conta de energia”, afirma Fabio Faccio, presidente da Lojas Renner. Ao longo de 15 anos, a economia estimada é de mais R$ 500 milhões.

Considerando só as lojas, 40% de todo o consumo da marca Renner no Brasil será suprido com o volume de energia previsto no contrato com a Enel. Atualmente, o grupo Renner conta com 634 lojas, sendo 403 da marca Renner – as demais são da Camicado (casa e decoração), Youcom (moda jovem) e Ashua Curve & Plus Size (roupas nos tamanhos 46 a 54).

Além da meta de energia, a Lojas Renner planejou ter também 100% de sua cadeia nacional e internacional de fornecedores com certificação socioambiental até o fim de 2021. Outro objetivo é reduzir em 20% as emissões de CO2 em relação aos níveis de 2017 – a rede varejista diz já que neutraliza suas emissões. “A nossa expectativa é reduzir as emissões em 36% até o fim deste ano”, diz Faccio.

A energia para suprir as necessidades previstas no contrato com a Lojas Renner será produzida no complexo eólico Fontes dos Ventos II, que está em construção no município de Tacaratu (PE), na bacia do rio São Francisco. “A Lojas Renner é o primeiro parceiro em que desenvolvemos esse tipo de contrato”, diz Nicola Cotugno, country manager da Enel no Brasil. O contrato com a rede varejista será de 15 anos.

A Enel está investindo cerca de R$ 5,6 bilhões em cinco novos empreendimentos (quatro eólicos e um solar) que somam 1,3 GW de capacidade instalada. Além dos projetos em construção, a Enel já possui no País uma capacidade instalada renovável em operação de mais de 3,7 GW (1.498 MW eólicos, 979 MW solares e 1.269 MW hidrelétricos).

80% do consumo corporativo passarão a ser atendidos por fontes renováveis.

Marketplace e aquisições

Depois de captar quase R$ 4 bilhões em um follow on, em maio deste ano, em que levantou rumores de que se preparava para uma grande aquisição, Faccio diz a companhia usará os recursos para avançar na sua digitalização.

Isso não quer dizer que a varejista não será ativa em M&A. Sobre aquisições, Faccio diz que a companhia deve iniciar em breve um movimento. Mas avisa: “Vamos começar a ter algumas aquisições, mas não grandes, para acelerar algumas iniciativas.”

De acordo com ele, a Lojas Renner trabalha em iniciativas ligadas ao aumento de sortimento de produtos e serviços. “Principalmente na plataforma tecnológica, de logística, de conteúdo e de loyalty”, afirma Faccio.

O executivo também confirmou que trabalha com um teste de um marketplace para a marca Renner, mas diz que a iniciativa ainda é recente e não quis fornecer mais detalhes.

Atualmente, a Camicado conta com um marketplace que reúne 100 fornecedores, que representaram 15% das vendas digitais da marca, segundo informou a companhia na divulgação de seu resultado do primeiro trimestre de 2021.

Os marketplaces são uma tendência em todos os setores, inclusive na área de moda. Em maio deste ano, a rival Riachuelo iniciou as operações de seu marketplace. A C&A também atua com vendedores terceiros em sua plataforma digital.

Essa estratégia deve ajudar a Lojas Renner a aumentar suas vendas on-line. Nos três primeiros meses deste ano, o desempenho dos canais digitais seguiu em patamares elevados, quando as vendas cresceram 173,4% e representaram 17,5% do total de uma receita líquida de R$ 1,3 bilhão.

Faccio também se mostrou otimista com o desempenho do segundo semestre, à medida que a vacinação vai se ampliando. A Lojas Renner está com todas as suas lojas abertas, mas algumas delas ainda mantêm restrições de horários de funcionamento.

“Os meses recentes vêm mostrando o aumento de consumo a níveis de antes pandemia”, diz o presidente da Lojas Renner. “Estamos com uma expectativa positiva no segundo semestre.”

Em relatório, o Itaú BBA destaca que a Lojas Renner é a companhia do setor melhor posicionada para capturar os benefícios do varejo digital, além de possuir um balanço financeiro robusto. Na B3, a Lojas Renner vale R$ 35,6 bilhões. As ações sobem 3,7% em 2021 cotadas a R$ 44,89 na segunda-feira, 12 de julho.