A logística reversa e o resgate da consciência ambiental

O não cumprimento das regras para tratar de problemas ambientais estimula a reação por parte dos empresários no setor de logística.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, representou um dos principais avanços jurídicos na garantia da sustentabilidade ambiental. Com o passar dos anos, as metas estabelecidas no decreto de eliminar os lixões até 2014 não foram executadas. A questão envolve a reciclagem de materiais inutilizados, porém, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o Brasil recicla apenas 2,1% do total dos resíduos coletados.

Protagonistas no setor de transporte de cargas enxergam mudanças na maneira em como a área encara essa situação e, por causa disso, procuram reverter o cenário por meio de ações em suas empresas. É o caso de Gislaine Zorzin, Diretora Administrativa da Zorzin Logística, que acredita na mobilização dos administradores em controlar os resíduos gerados pelas instituições. “Os investimentos na área serão cada vez maiores, uma vez que a preocupação com o meio ambiente e a responsabilidade do fabricante em controlar os resíduos gerados estão mais evidentes”, esclarece Gislaine.

A empresária complementa dizendo que as indústrias observarão melhoras nos seus balanços financeiros se implementarem a sustentabilidade nos seus valores. De acordo com Gislaine, “a logística reversa gera mais operações e melhores oportunidades. Para as indústrias, o uso dessa estratégia é obrigatório, pois falamos do controle de resíduos que podem gerar danos ao meio ambiente quando descartados de maneira irregular. A redução do impacto ambiental gera a diminuição do risco”.

Assim, uma das soluções que o setor de transporte rodoviário de cargas aponta é o uso da logística reversa. Nesse sentido, indústrias e transportadoras atuam lado a lado, pois o deslocamento dos produtos até os locais de distribuição ou venda é parte integrante do processo de logística tradicional – que trabalha com a mercadoria desde o fornecedor até o ponto de consumo – e, por consequência, da reversa também.

Apesar de opostos, os dois conceitos estão relacionados. Na logística reversa, o trabalho do gestor é pensar nas formas de planejamento, de organização e de fluxo do produto desde o retorno do ponto de consumo ou de venda até o fabricante, com o objetivo de ser reutilizado e de evitar o descarte inadequado das cargas. Os benefícios da adoção dessa prática nas empresas, de acordo com Gislaine, são “a melhora da conscientização, a redução dos impactos negativos – ocasionados pelo descarte incorreto dos resíduos – e o aumento dos lucros com a diminuição de aquisição de matéria-prima”.

Em sua empresa, ela trabalha a proposta da logística reversa no transporte de resíduos com os clientes que fazem o destino dos rejeitos conforme a PNRS e finaliza enfatizando que o desenvolvimento sustentável e a melhora da economia passam pelo setor de transporte devido à sua importância à viabilização das metas da indústria.

A qualidade do serviço e a contenção do desperdício se complementam, e o transporte de cargas por rodovias é um dos responsáveis por tornar esse cenário viável.

As soluções para os problemas que afligem a população passam pelo mercado e por aqueles que participam dele. Com a legislação avançando e a sustentabilidade se tornando tendência, o gestor serve de exemplo como figura de referência aos demais indivíduos, auxiliando nas mudanças de comportamento na sociedade.

Sobre Gislaine Zorzin:

Gislaine Zorzin é formada em logística pela Uniradial São Paulo e atua como diretora administrativa e de novos negócios na Zorzin Logística. Além disso, faz parte do Projeto 25, desenvolvido pela Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos.

E-commerce dá fôlego a embalagens e faz setor crescer acima da média do PIB

O setor de embalagens, historicamente, tem um crescimento ligado ao Produto Interno Bruto (PIB). Não por acaso, é visto como um termômetro da atividade: como a economia brasileira é bastante ligada ao consumo, a área possui um ritmo de expansão similar. Mas, desde o início da pandemia, houve um descolamento, puxado principalmente pelo aumento do e-commerce. Enquanto o PIB teve queda de 4,1% em 2020, o setor cresceu 0,5%, na contramão da indústria. O papel, sozinho, teve alta de 1%.

E, agora, com um crescimento de cerca de 4% esperado para o PIB em 2021, o segmento de papel deve ter um ano ainda melhor. Somente no primeiro trimestre, o crescimento foi de 9,6% na comparação com o mesmo período de 2020, o que fez com que as previsões do setor mudassem. Segundo a Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel), o crescimento anual será de 8,8%, ante 4,9% da estimativa anterior.

Trata-se de um crescimento sustentável? Na visão de Gabriella Michelucci, presidente da Empapel, sim. “O mercado interno está aquecido, e a procura continua intensa. A entrega de alimentação e as compras por e-commerce dispararam. Por isso, os investimentos na área estão subindo.”

Esses bilhões de reais em investimentos têm resultado em mais produção. Em maio de 2021, a prévia do Índice Brasileiro de Papelão Ondulado (IBPO) subiu 24,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse bom momento tem impactado diretamente no balanço das empresas do setor. Não por acaso, nos últimos dois trimestres houve uma virada no balanço da Klabin: o setor de embalagens passou a ser maior do que o da celulose.

Isso fez com que a empresa anunciasse um investimento adicional de R$ 2,6 bilhões no projeto Puma II, localizado na cidade de Ortigueira (PR). O novo aporte será utilizado na instalação de uma máquina de papel cartão, utilizado para embalagens de alimentos. O investimento total na planta será de R$ 12,9 bilhões até 2023.

“Houve muita dúvida no início da pandemia, e tomamos um susto com a demanda. Esse cenário era inimaginável em 2018”, diz Douglas Dalmasi, diretor de embalagem da Klabin.

Após crescer 41% em 2020, segundo dados da consultoria Ebit em parceria com a Nielsen, o aumento esperado para as vendas on-line é de 26%. Por isso, a Irani, outra empresa focada em papel e listada em Bolsa, está ampliando os aportes.

A companhia já começa a planejar novos investimentos além dos R$ 743 milhões que estão em execução até 2023 na Plataforma Gaia, que é o plano de expansão e modernização das fábricas. No início de junho, a companhia teve um financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 484 milhões aprovado, o que ajudará a companhia a diminuir a alavancagem.

Porém, Sérgio Ribas, CEO da Irani, não está de olho em aquisições. “É preferível fazer um investimento em máquina a fazer uma aquisição e ter um trabalho absurdo de incorporação.”

Os analistas e investidores estão otimistas com o setor. As ações da Irani, por exemplo, tiveram uma alta de 69% desde janeiro. E a tendência é de alta, segundo a corretora XP, principalmente após o crescimento de 214,2% do lucro da Irani no primeiro trimestre deste ano.

A Klabin, por sua vez, não está tendo seus melhores anos na Bolsa. Desde janeiro, as suas ações estão com queda de 3,3%. Porém, na visão do analista Ilan Arbertman, da Ativa Investimentos, o setor de embalagens será um importante vetor de expansão da companhia. Ele enxerga uma possibilidade de alta de quase 50% das ações. ‘A preocupação com o ESG também ajuda o setor, já que o papel é mais sustentável do que o plástico.”

Logística reversa: Caminhos da Reportagem aborda o lixo que não é lixo

Muito do que vai parar no lixo não deveria estar ali. Materiais perigosos são descartados sem cuidado, como pilhas, baterias, lâmpadas e remédios, mesmo já existindo uma legislação que garanta o retorno deles aos fabricantes. Culpa de quem? Nesse processo, chamado logística reversa de resíduos, todos têm responsabilidades, que foram definidas há dez anos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Pela PNRS, é necessário ter uma coleta diferenciada de materiais mais contaminantes, como agrotóxicos e suas embalagens, baterias de chumbo ácido, eletroeletrônicos, óleo lubrificante e suas embalagens, embalagens de aço, lâmpadas, medicamentos, pilhas, baterias, pneus e latas de alumínio. A logística reversa garante que fabricantes, comerciantes e consumidores se responsabilizem, fazendo cada um a sua parte na devolução, recolhimento e reciclagem desses materiais.

Nesse sistema, o mesmo caminho feito pelo produto seria feito ao contrário para o reaproveitamento. Uma lâmpada, por exemplo, após ser usada, deve ser entregue pelo consumidor a um ponto de coleta, geralmente nas próprias lojas onde são vendidas, e depois o fabricante ou importador é responsável pela coleta e envio para reciclagem. Cada tipo de material tem definido na PNRS como deve ser o retorno dele até chegar ao reaproveitamento na indústria, minimizando custos e também danos ambientais.

Mas o Brasil, que está longe de ser exemplo mundial em reciclagem de materiais não tóxicos, o que dirá dos mais perigosos. A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) elabora anualmente o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. Os dados ainda são desanimadores, apesar da melhora nos últimos anos.

Apenas 3% do lixo que poderia ser reciclado é reaproveitado no país. O baixo índice é seguido por outros números não tão otimistas: 8% do que é jogado fora não é sequer coletado. Segundo o diretor-presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho, mesmo o que é recolhido, 40% tem como destino final locais impróprios, como os lixões. “Em torno de 30 milhões de toneladas por ano vão para locais inadequados, que contaminam o meio ambiente de maneira contínua e tem volume crescente”, disse.

O país se destaca apenas na reciclagem de latinhas de alumínio – 98% delas são recicladas. Os agentes responsáveis por isso não são os consumidores, fabricantes ou vendedores, mas os catadores de lixo. Já quando se trata de plástico, somos o 4° maior produtor mundial e, inversamente, reciclamos apenas 1,3% desse material, segundo dados da WWF.

Soluções complexas

As medidas para aumentar a reciclagem no país são complexas e vão além de apenas a conscientização. A logística reversa de medicamentos é um exemplo disso. Depois do setor farmacêutico se recusar a fazer um acordo com o governo, foi implantada no ano passado a obrigatoriedade de garantir ao consumidor que farmácias e fabricantes possam aceitar os produtos não usados ou vencidos de volta.

Além disso, os governos locais também começam a dar mais atenção à gestão de resíduos sólidos – algo que o Plano Nacional de Saneamento Básico trouxe como uma obrigação dos municípios. No Distrito Federal, foi criado o Centro Integrado de Reciclagem, junto ao aterro sanitário local, capaz de processar até 5 mil toneladas de resíduos sólidos por mês, incluindo 500 catadores na triagem do material, podendo ser expandido para até 750 pessoas, caso seja criado um terceiro turno de trabalho.

O coordenador do grupo de Resíduos Sólidos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), José Fernando Jucá, explica os benefícios. “Enquanto um aterro sanitário gera 1 emprego para cada 10 mil toneladas de lixo, uma triagem manual de resíduos gera 350 empregos a cada 10 mil toneladas, ou seja, além de gerar empregos, também reduz os impactos ambientais”, enfatiza.

O Brasil também está entre os principais geradores de alguns resíduos perigosos, como o lixo eletrônico: somos o 5° no ranking mundial.  Também na capital federal, esse tipo de resíduos recebeu atenção com o projeto Reciclatech. Pontos de coletas e vans recolhem no Distrito Federal computadores, celulares e outros tipos de objetos eletrônicos não mais usados. Após a triagem, parte dos produtos é enviada para reciclagem e outra parte se torna computadores para a população mais carente.

Além desses desafios e soluções, o próximo episódio do programa Caminhos da Reportagem traz mais informações sobre a reciclagem, logística reversa e as responsabilidades sobre o lixo no Brasil. “Logística reversa: o lixo que não é lixo” foi exibido no último dia 6, na TV Brasil e encontra-se gravado no endereço: https://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem .

 

C&A vai usar caminhão elétrico para entregas em lojas de São Paulo

Companhia prevê expandir projeto com a compra de novos veículos.

A C&A Brasil vai começar a usar um caminhão elétrico para levar produtos do Centro de Distribuição Tamboré, em Barueri (SP), para lojas da Região Metropolitana de São Paulo. O projeto foi desenvolvido com a Soluciona Logística e começa a ser testado no próximo trimestre.

Com a iniciativa, o foco da empresa é na redução das emissões de gases de efeito estufa. A companhia prevê expandir o projeto com a compra de novos veículos, ampliação de rotas e regiões até o final de 2021.

Com capacidade para quatro toneladas, o caminhão elétrico realizará dois circuitos diários: do Centro de Distribuição até as lojas correspondentes à sua rota e vice-versa. O veículo tem autonomia para rodar, em média, 200 quilômetros com uma única carga de bateria e sua recarga será realizada todas as noites no próprio CD da varejista.

Para o CEO da Soluciona Logística, Toni Trajano, investimentos como esse elevam as oportunidades do negócio e contribuem para soluções cada vez mais sustentáveis.

O diretor de Supply Chain da C&A Brasil, Alan Yarschel, complementa: “A vantagem de utilizarmos este tipo de serviço é a drástica redução de emissão de poluentes no meio ambiente, pois um caminhão elétrico não emite CO2. A médio prazo, queremos ampliar o número de veículos elétricos, além de implantar outras soluções de logística verde na operação. Estamos empenhados em construir uma moda com impacto positivo e, por isso, garantir devemos realizar novos investimentos para alcançarmos este objetivo.”

Outras iniciativas mais sustentáveis 

No começo deste ano, a C&A Brasil anunciou a construção de duas usinas solares no País em parceria com a Faro Energy – empresa que realiza investimentos em projetos de energia solar distribuída e eficiência energética no Brasil. Com previsão de entrega no segundo semestre de 2021, as usinas abastecerão, incialmente, 11 lojas da varejista localizadas no Rio de Janeiro e em Brasília por dez anos, com possibilidade de prorrogação de contrato por mais uma década e ampliação no número de unidades a receber energia limpa.

Com o uso de energia solar proveniente das usinas, anualmente a C&A Brasil evitará a emissão de 1,8 mil toneladas de CO2, montante equivalente ao plantio de 11 mil árvores ou menos mil veículos, com média de 12 mil quilômetros rodados cada, circulando pelas estradas brasileiras. A varejista estima ainda uma economia potencial de cerca de R$ 20 milhões até o final do contrato, além dos ganhos ambientais, como redução das emissões dos gases de efeito estufa e a obtenção de energia renovável.

Varejo e indústria movidos a dados têm lucros 30% maiores do que a média

Empresas que entraram na pandemia apoiadas por suas bases prosperaram.

A forte maturidade analítica está ajudando 62% dos “data masters” (os “mestres de dados”, em tradução livre) entre as empresas de bens de consumo e varejo a ganhar escala com Inteligência Artificial (IA) e análise de dados. É o que mostra o último relatório do Capgemini Research Institute, “A Era do Insight: Como as companhias de produtos de consumo e varejistas podem acelerar a captura de valor dos dados”.

O estudo sinaliza que os “data masters” – aquelas organizações que podem criar, processar e alavancar dados de forma proativa para cumprir seu propósito corporativo de atingir seus objetivos de negócios e impulsionar a inovação – desfrutam de margens de lucro operacional 30% maiores do que a média da indústria.

Isso ocorre implementando melhores filtros de dados ou práticas de gerenciamento – como automatização da coleta, combinação de dados externos para análise e consideração da qualidade dos dados desde a captura, entre outros motivos.

A organizações de varejo e bens de consumo que entraram na pandemia apoiadas por suas bases de dados foram capazes de prosperar em resposta ao novo ambiente digital-first, em comparação com aquelas que não tinham uma cultura de dados.

Consequentemente, elas conseguiram adicionar novos fluxos de receita por meio de novos produtos, serviços e modelos de negócios, permanecer relevantes para seus clientes e conceder ofertas de acordo com as necessidades do mercado, ganhando vantagem competitiva.

Desafios de dominar dados e análises

Apenas 16% das organizações de varejo e bens de consumo se qualificam como “data masters”, em linha com a média exibida entre outros setores, mas, considerando-se apenas as de varejo, só 6% ultrapassam esse benchmark. Esses líderes mostram o caminho a seguir para a indústria enfrentar os desafios de alcançar o domínio sobre os dados e as análises.

Os “data masters” também são capazes de detectar lacunas em seus dados e fazer alterações rapidamente quando necessário, tendo total visibilidade dos consumidores e das operações, conforme o relatório. Essa ponto de vista é ainda mais latente para os varejistas que estão na vanguarda da interação com o consumidor.

“Há evidências claras de que, no ambiente em rápida mudança de hoje, a geração de dados é fundamental para o sucesso das organizações de varejo e produtos de consumo. À medida que a intensidade competitiva aumenta dentro e fora do setor, as empresas precisam promover uma cultura que lhes permita obter insights e agir rapidamente. As organizações de varejo e bens de consumo precisam modernizar suas plataformas, fortalecer a confiança e capacitar a tomada de decisão baseada em dados para progredir em direção ao domínio dessas informações e gerar uma vantagem competitiva sustentável”, afirma o líder global de Bens de Consumo e Varejo da Capgemini, Tim Bridges.

Aprimorando ações de sustentabilidade

Organizações também estão usando dados e análises para implementar modelos de negócios de economia circular, uma vez que 79% dos consumidores dão valor ao tema. Outros 77% das organizações revelaram que as abordagens da sustentabilidade aumentaram a lealdade do consumidor e 63% disseram que isso levou ao aumento das receitas.

Quase metade das organizações (47%) que participaram da pesquisa do Capgemini Research Institute estão investindo em sensores de IA, machine learning e Internet das Coisas Industrial para impulsionar seus objetivos de sustentabilidade.

“Não é suficientemente simples reagir às mudanças; produtos de consumo e organizações de varejo precisam sentir as mudanças no comportamento do consumidor antes que surjam como tendências. Isso é particularmente relevante quando se trata de sustentabilidade. Estamos vendo os ‘data masters’ otimizarem seus insights para desafiar as formas tradicionais de trabalhar em favor de modelos de negócios de economia circular – desde cadeias de suprimentos e logística até fabricação e ciclo de vida do produto”, explica Benjamin Alleau, líder de Sustentabilidade e da área de Tecnologia de Negócios.

Preparando-se para o futuro

O relatório revela uma variedade de desafios que impedem as organizações no caminho para o domínio dos dados. Os mais prevalentes incluem silos de dados, escassez de habilidades e falta de confiança.

Funcionalidade e integração foram consideradas os obstáculos mais críticos, com a maioria das organizações (57%) afirmando que ainda estão tentando contornar sistemas legados que, de forma inata, impedem o uso de automação e IA.

As empresas de varejo e bens de consumo estão atrás de outros setores no tema. Elas têm 31% menos probabilidade de usar dados em sua tomada de decisão quando comparados com negócios bancários e mais de 10% de ter menos probabilidade em comparação com organizações de ciências biológicas e saúde.

Para organizações de CPR que buscam desbloquear o valor comercial de seus dados, o relatório recomenda quatro áreas de foco:

  1. Promova uma cultura baseada em dados e capacite as equipes com dados no momento em que são necessários;
  2. Modernize a plataforma de dados para uma implementação mais rápida de insights;
  3. Fortaleça a confiança nos dados com governança e ética de dados corretas;
  4. Conecte-se a ecossistemas de dados externos para permitir novos modelos de negócios e compreenda profundamente os consumidores e as operações.

B2W Digital inicia operação com caminhões movidos a biometano e GNV

Com investimentos crescentes em soluções que gerem menos impacto no meio ambiente, a B2W Digital — dona das marcas Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato — inicia a operação de uma frota de caminhões movidos a biometano e gás natural veicular (GNV), a primeira do e-commerce no país. Até o fim de maio, 10 caminhões estarão circulando por diferentes rotas da região Sudeste com a tecnologia mais sustentável.

Com capacidade de transportar até 23 toneladas de carga, oito veículos da frota já realizam viagens diárias para garantir as entregas em até 24 horas das marcas da B2W. Os caminhões circulam entre as capitais dos estados da região Sudeste, ligando os centros de distribuição aos hubs (ponto de partida da operação de “last mile”, a última milha da logística de entrega).

De acordo com a B2W, os veículos utilizados são híbridos e permitem o abastecimento com biometano ou GNV, gerando menos impacto no meio ambiente. Em uma viagem no trajeto Rio de Janeiro a São Paulo usando biometano, por exemplo, cada veículo evita a emissão de cerca de meia tonelada de CO2e na atmosfera, reduzindo as emissões em até 95% em comparação com o modelo movido a diesel.

“A frota de caminhões com tecnologia mais sustentável faz parte do nosso compromisso de ter uma operação que gere menos impacto ambiental, em linha com a estratégia de redução de emissão CO2 da B2W. Temos como objetivo ampliar este tipo de frota na medida em que mais regiões do país passarem a contar com postos com GNV e biometano”, explica Welington Souza, diretor geral da LET’S, plataforma de gestão compartilhada dos ativos de logística e distribuição da Americanas e B2W.

Outras iniciativas da B2W

Em 2020, a B2W chegou ao número de 1,8 milhão de entregas com bicicletas convencionais, número três vezes maior que em 2019. Investindo neste modal de entrega, a companhia colocou nas ruas uma frota de 50 bicicletas elétricas. No mesmo sentido, em março deste ano, a aposta da vez foram os tuc-tucs, que com uma maior capacidade cargueira aumentaram as possibilidades de entrega com os veículos elétricos.

Essas iniciativas estão em linha com a Agenda 2030 da ONU, na qual sociedade, governos e empresas se comprometem a desenvolver os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) até o ano de 2030, contribuindo para a estratégia de ESG da B2W Digital. Em 2020, por meio de um estudo de materialidade realizado para a nossa estratégia ESG, mapeamos os principais ODS que norteiam nossas ações. Entre eles, está o ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima).

B2W coloca favelas no mapa do e-commerce com entregas em becos e vielas

Compras feitas nos sites da Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato já são entregues em Paraisópolis; ideia da B2W é expandir para comunidades do Rio de Janeiro.

Moradores de Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo, podem agora receber compras feitas nos e-commerces da B2W Digital na porta de casa, mesmo nos becos e vielas de difícil acesso. A B2W engloba Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato.

Por meio de um novo projeto de logística participativa da B2W Digital, os mais de 100.000 moradores da comunidade deixam de depender dos pontos de retirada dos produtos adquiridos pela internet, como agências de correios. A ideia é escalar a iniciativa para mais comunidades no país.

O projeto foi desenvolvido em parceria com o Favela Brasil Xpress, startup de logística local, e o G10 Favelas, bloco de líderes e empreendedores de impacto social das dez favelas mais ricas do Brasil.

Desde o início de abril, o Favela Brasil Xpress fez, diariamente, cerca de 350 entregas do e-commerce da B2W Digital aos moradores de Paraisópolis.

A operação conta com uma equipe de 35 colaboradores, incluindo entregadores da própria comunidade, que conhecem o bairro.

“O projeto desenvolvido em Paraisópolis envolve não apenas a venda e a conveniência na entrega de produtos mas também uma série de compromissos de sustentabilidade da empresa, como a geração de renda, inclusão e capacitação de pessoas em comunidades de vulnerabilidade social. Estamos usando a força da B2W para gerar impacto positivo na vida de muitas pessoas”, afirma André Biselli, gerente de operações da B2W Digital responsável pela logística “last mile”.

A próxima favela a ser atendida pela B2W é Heliópolis, também na capital paulista. Depois disso, a empresa pretende começar a operar em comunidades do Rio de Janeiro.

E se o seu vizinho lhe entregasse as encomendas?

A Shopopop, líder europeia de entregas colaborativas entre particulares, chega a Portugal para demonstrar que o seu modelo de delivery é uma solução segura, rápida – assegurando entregas a partir de duas horas após a recepção de pedido – e sustentável.

As entregas são realizadas por Shoppers, pessoas comuns, que rentabilizam os seus trajetos diários e tempos livres para ajudarem a sua comunidade e, em simultâneo, terem um rendimento extra.

Nos primeiros meses de operação, conta já com parceiros como lojas Minipreço, E.Leclerc, Meu Super e Horto do Campo Grande, e diversas pastelarias e mercearias.

A Shopopop é “a plataforma de logística ideal para sectores de atividade de grande distribuição alimentar, mas também para muitos outros negócios, cujas encomendas não se tratem de produtos para consumo imediato e não tenham dimensão superior à transportável num carro particular, de que são exemplo as floristas, mercearias, garrafeiras e grandes superfícies especializadas“, refere em comunicado.

Adicionalmente, disponibilizando serviços de ship from store, isto é, entregas ao domicílio a partir da loja, mas também store to store, assegurando o transporte de stock entre superfícies comerciais, num raio de 15km, a Shopopop representa também, em si própria, uma solução económica para o problema associado à last mile, onde se concentra 40% do custo total da logística.

Shopopop

Desde o seu lançamento em França, em 2016, a Shopopop acumulou 1400 parceiros com uma forte presença nas maiores cadeias de grande distribuição, como Intermarché, Eleclerc e Auchan, contabilizando cerca de 130 000 entregas mensais. Atualmente presente também em Itália, Bélgica e Portugal, o sucesso do modelo deriva do crescimento esperado do e-commerce para os próximos anos – o qual foi amplamente potencializado pelo contexto de Covid-19 –, mas também da tecnologia, do foco no cliente, facilidade de implementação, preço reduzido, capacidade de gerir as variações de volume de encomendas e ainda da sua vertente sustentável”, afirma João Sanches, Country Manager da Shopopop em Portugal.

“Na França, 20% dos supermercados já oferecem entregas colaborativas. Será interessante ver o quão rápido alcançaremos esta penetração nos novos países”, acrescenta.

Possibilitando entregas aos fins de semana e feriados e garantindo precisão horária de entrega ao cliente final, através de mensagens de aviso e possibilidade de monitorização em tempo real na plataforma, a Shopopop aproxima vizinhos e comunidades para assegurar entregas colaborativas eco-friendly, agora em Portugal.

 

 

C&A implementa entregas no mesmo dia utilizando bicicletas e patinetes

A varejista de moda C&A iniciou sua operação de entregas no mesmo dia de produtos comprados on-line utilizando bicicletas e patinetes elétricos. Em princípio, o modal será testado apenas em delivery na zona sul do Rio de Janeiro, mas a ideia é levar o meio de transporte para outros grandes centros do Brasil.

Inicialmente, de 10 a 20 bicicletas e patinetes estarão a postos para realizar até 600 entregas por dia. A quantidade de entregadores será ajustada de acordo com o raio de atuação da loja e eventual aumento no volume de pedidos para possibilitar entregas no mesmo dia ou no máximo dia seguinte.

Com as entregas no mesmo dia, a C&A espera  se aproximar mais do seu público, oferecendo a oportunidade do consumidor escolher produtos no site ou no aplicativo durante o dia, fazer o pagamento e já poder vestir a roupa de noite.

A entrega através de bicicletas e patinetes faz parte de um plano sustentável da empresa, que incentiva a moda com produtos reutilizáveis e que não agridem o meio ambiente.

Além disso, com a implementação do delivery, a C&A espera fortalecer o seu modelo de ship from store, com as grandes lojas servindo como estoque e centros de distribuição.

Pandemia impulsiona transformações no modelo de negócios do varejo

Pesquisa global da PwC revela uma clara aceitação da sustentabilidade.

Tendências de mudança no comportamento dos consumidores que já estavam em curso antes da pandemia da Covid-19 foram aceleradas pela crise e levarão os varejistas a reinventar a maneira como fazem seus negócios, de acordo com o estudo Global Consumer Insights Survey 2020, da PwC. No Brasil, um dos 36 países nos quais a pesquisa foi realizada, 53,4% dos consumidores informaram ter realizado compras de alimentos pela internet no último ano; enquanto 50,3% afirmaram terem optado por serviços on-line de entrega de alimentos. No total, foram consultadas 23,5 mil pessoas em todo o mundo, sendo 1.002 no Brasil.

“Embora certas tendências estejam em alta há algum tempo, a pesquisa revela que a pandemia aumentou o desejo dos consumidores por transparência, sustentabilidade e conveniência. As empresas mais recompensadas nesse cenário atual são aquelas que conhecem mais profundamente seu cliente, estabeleceram a confiança com o consumidor, investiram em uma jornada de compra de ponta a ponta, sem problemas e sem atritos, e priorizaram a saúde e a segurança dos consumidores”, avalia Carlos Coutinho, sócio da PwC Brasil.

O estudo, produzido a partir de dados coletados antes e durante a pandemia, tem como objetivo analisar os hábitos e comportamentos de compra do consumidor residentes em áreas urbanas e como a interrupção das atividades, em nível global, forçou a aceleração de um modo de vida mais digital, gerando uma nova era no consumo – uma vez que as cidades concentram a maior parte da atividade econômica.

Os hábitos dos brasileiros
Entre os consumidores brasileiros, consultados somente na primeira fase do estudo (antes da pandemia), para a maioria deles, as compras on-line já são uma realidade: 10,3% disseram fazer compras pela internet diariamente, contra 19,9% uma vez por semana e 31,2% uma vez por mês, enquanto 32,3% realizam compras on-line algumas vezes por ano, 4% uma vez por ano e apenas 2,3% nunca efetuam esse tipo de operação. Nessa amostra, o equipamento mais utilizado ainda é o computador entre 33,9% dos entrevistados. O smartphone vem em seguida, com 31,6%, e o tablet com 18,4%. Os assistentes de voz, mais recentes no mercado, são responsáveis por 13,5% das transações.

As medidas de distanciamento social adotadas em decorrência da pandemia do novo coronavírus afetaram os consumidores em todos os aspectos de suas vidas, incluindo a forma como eles compram mantimentos. Embora as compras nas lojas físicas sejam o principal canal de escolha em nível global, mais de um terço dos consumidores (35%) estão comprando alimentos nos canais on-line, e 86% destes planejam continuar a fazê-lo após o término das medidas de isolamento social.

Em relação aos itens não alimentícios, antes da pandemia as compras nas lojas físicas ainda eram dominantes (47%) em comparação às compras on-line, por meio de telefones celulares (30%), computadores (28%) e assistentes de voz inteligentes (15%). Desde então, essas compras tiveram um aumento substancial (celulares 45%; computadores 41%; e tablets 33%) e essa tendência é especialmente relevante na China e no Oriente Médio, com 60% e 58% dos entrevistados, respectivamente, dizendo que começaram a comprar mais usando seus celulares.

A pesquisa global mostrou uma clara aceitação da sustentabilidade e um senso de dever cívico. Nos resultados de pesquisas anteriores, realizadas antes da pandemia, 45% dos entrevistados em todo o mundo disseram que evitam o uso de plástico sempre que possível, 43% esperam que as empresas sejam responsáveis pelo impacto ambiental e 41% esperam que os varejistas eliminem sacolas plásticas e embalagens de itens perecíveis. Quando questionados sobre os maiores responsáveis pelo incentivo de comportamentos sustentáveis em suas respectivas cidades, 20% responderam “Eu, o consumidor”, enquanto 15% escolheram a opção “O produtor ou fabricante”. Quando consultados sobre sua disposição em compartilhar dados, 49% disseram que estavam dispostos a fazê-lo se isso ajudasse a melhorar sua cidade.