Nespresso e Correios se unem para aumentar pontos de coleta de cápsulas

A Nespresso vai disponibilizar uma base para recebimento de cápsulas de café usadas em unidades dos Correios. O projeto-piloto é fruto de uma parceria inédita entre as duas organizações, como parte da estratégia da Nespresso em ampliar sua capacidade de reciclagem em nível nacional. A ação começou em Fortaleza (CE) e agora segue para outros importantes mercados: São Paulo, Piracicaba e Santos, todas cidades paulistas, inicialmente como piloto também.

Os consumidores podem levar suas cápsulas usadas e descartá-las em local determinado dentro da unidade dos Correios, que fará a transferência do material até o Centro de Reciclagem da Nespresso, localizado na Região Metropolitana de São Paulo, para separar o pó de café do alumínio, sem a utilização de água.

“No processo de economia circular, o alumínio é infinitamente reciclável, ou seja, ele volta para o seu ciclo de vida em formas variadas, como bicicletas e canetas. Enquanto o pó de café será compostado, se tornando adubo orgânico”, explica Cecilia Soares, gerente de Sustentabilidade da Nespresso no Brasil.

Ações que geram ‘valor à sociedade’

A parceria com as agências nacionais dos Correios começa como um projeto embrionário, que pretende chegar a outros lugares, na medida em que evoluir. O presidente da estatal, Floriano Peixoto, ressaltou que “os Correios estão engajados em ações que promovam a sustentabilidade, fornecendo soluções acessíveis e confiáveis para aumentar a participação da população. A empresa tem adaptado seus serviços a essas necessidades, somando atitudes empresariais e individuais que gerem valor a sociedade”.

No Brasil, a Nespresso iniciou a reciclagem em 2011 e investe mais de R$ 5 milhões de reais por ano em ações ligadas à reciclagem. Desde 2011, atua com um sistema próprio de reciclagem, responsável por separar o pó de café do alumínio em seu Centro de Reciclagem.

Atualmente, a companhia possui 200 pontos de coleta espalhados pelo Brasil e tem a meta de atingir 30% de reciclagem efetiva até dezembro de 2021. Tanto as cápsulas da linha doméstica quanto da linha profissional podem ser recicladas.

Depois do e-commerce, Via Varejo foca em sustentabilidade e passará a fazer entregas por veículos elétricos

A Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, está aderindo à mobilidade elétrica em suas operações. A partir deste mês, a empresa vai colocar em circulação 10 veículos totalmente elétricos para realizar entregas na cidade de São Paulo. A expectativa é que o número de veículos dobre ainda nos próximos meses.

Os caminhões e vans terão baterias com até 300 quilômetros de autonomia e serão capazes de transportar, individualmente, até 720 kg em mercadorias. Inicialmente, os carros irão rodar na zona sul da capital paulista, mas devem expandir as operações para outras regiões ainda em 2021.

“Em 2020 deixamos claro ao mercado nossos esforços para ESG -Environment, Social and Governance, como um todo, sobretudo na governança. Agora, do lado ambiental, sempre tivemos uma grande preocupação e a mobilidade elétrica surge como mais uma ampliação disso”, diz Roberto Fulcherberguer, presidente da Via Varejo.

A iniciativa faz parte dos planos da companhia de reduzir suas emissões de carbono até 2025 e tornar os processos de logística cada vez mais sustentáveis. Segundo Fulcherberguer, ações ambientais são parte indispensável da atuação da empresa, que já possui diferentes programas de logística reversa e economia circular. Um exemplo disso é que em 2020, a rede dobrou o número de lojas que servem de postos de coleta para o descarte de eletrônicos, chegando a 400 unidades.

Caminhão elétrico da Via VarejoVia Varejo

Aos consumidores que já autorizam a retirada das embalagens dos produtos no momento da entrega, a Via Varejo também faz o caminho reverso ao encaminhá-las a 11 cooperativas que ficam a cargo de reciclar as embalagens. Segundo Fulcherberguer, mais de 5 mil toneladas já foram recicladas e 250 famílias foram beneficiadas por meio do programa, que leva o nome de Reviva.

Os veículos elétricos, diz o executivo, também contemplam esforços da companhia em busca de matrizes energéticas mais limpas. “Já temos todas as lojas de Minas Gerais e 57 lojas no Rio de Janeiro são abastecidas unicamente com energia solar. Fazemos isso para reduzir nosso impacto”, diz.

Parte dos esforços “verdes” da Via Varejo nos próximos meses estarão voltados à eficiência logística. Com a compra da ASAP Log, empresa de tecnologia voltada a chamada “entrega de última milha” (trajeto entre o centro de distribuição e o destino final de um produto), em abril de 2020, a Via Varejo quer otimizar e trazer mais veículos eletrificados e até de motorizados como bicicletas, por exemplo, como alternativas para entregas em centros urbanos. Segundo Fulcherberguer, a parceria com a ASAP Log reduziu drasticamente o número de caminhões em circulação desde o ano passado.

Apesar de ter divulgado a emissão de 291,6 toneladas de CO2 em 2020, a empresa ainda não consolidou dados sobre a participação de cada etapa da operação nesse total. Sendo assim, ainda não é possível medir o impacto da operação logística e de transportes nas emissões da companhia. O portfólio de emissões, bem como as metas sustentáveis para o próximos anos serão divulgadas em breve, afirma Fulcherberguer.

Com a ação, a Via Varejo entra para o rol de empresas que olham para a mobilidade elétrica como solução para limpar suas operações. Em meados de março, a TelhaNorte anunciou a integração de caminhões elétricos para entregas, também na cidade de São Paulo.

“A evolução para uma frota de veículos é um pontapé inicial no que pode vir a ser uma grande revolução no nosso processo logístico a curto prazo”, diz Fulcherberguer.

FedEx coloca ambiciosa meta de neutralizar todo o carbono de seus voos até 2040.

A FedEx Corp, controladora da maior companhia aérea de cargas do mundo, anunciou uma meta ambiciosa de alcançar operações neutras em carbono globalmente até 2040. Para ajudar a atingir seu objetivo, a empresa está destinando inicialmente mais de US$ 2 bilhões de investimentos em três áreas-chave: veículos elétricos, energia sustentável e sequestro de carbono.

A iniciativa inclui também uma colaboração para a Universidade de Yale no valor de US$ 100 milhões para ajudar na criação do Yale Center for Natural Carbon Capture (Centro Yale de Captura de Carbono Natural) para acelerar pesquisas de métodos de sequestro de carbono em escala. O foco inicial será no suporte para compensar as emissões de gases de efeito estufa equivalentes às emissões atuais da companhia aérea.

“Temos a responsabilidade de realizar essas medidas ousadas para enfrentar os desafios climáticos”, disse Frederick W. Smith, Chairman e CEO da FedEx Corp. “Este objetivo se baseia em nosso compromisso de longa data com a sustentabilidade em todas as nossas operações, ao mesmo tempo em que investimos em soluções transformadoras de longo prazo para a FedEx e toda a nossa indústria”.

Os principais passos para alcançar o objetivo de carbono neutro incluem:

Veículos elétricos: até 2040, toda a frota de coleta e entrega de pacotes da FedEx será de veículos elétricos com emissão zero. Isso será feito por meio de programas, em fases, para substituir os veículos existentes. Por exemplo, até 2025, 50% das compras globais de veículos de coleta e entrega da FedEx Express serão elétricos, chegando a 100% de todas as compras até 2030.

Soluções sustentáveis para o cliente: a FedEx trabalhará com os clientes para oferecer serviços mais sustentáveis de ponta a ponta para suas cadeias de suprimentos, por meio de ofertas de remessas neutras em carbono e soluções de embalagem sustentáveis.

Combustíveis sustentáveis: a FedEx continuará a investir em combustíveis alternativos para reduzir as emissões de aeronaves e veículos.

Conservação de Combustível e Modernização de Aeronaves: a FedEx aproveitará suas iniciativas bem-sucedidas do FedEx Fuel Sense projetadas para  reduzir o consumo de combustível em suas aeronaves. Desde 2012, os programas FedEx Fuel Sense e o Aircraft Modernization pouparam 1,43 bilhões de galões de combustível para aviação e evitaram mais de 13,5 milhões de toneladas métricas de emissões de dióxido de carbono (CO2).

Instalações: a FedEx continuará seus esforços para tornar suas mais de 5.000 instalações em todo o mundo mais sustentáveis por meio de investimentos contínuos em instalações eficientes, energia renovável e outros programas de gerenciamento de energia.

Sequestro de carbono natural: o financiamento da FedEx ajudará na criação do Yale Center for Natural Carbon Capture (Centro Yale de Captura de Carbono Natural) para apoiar a pesquisa aplicada em soluções de sequestro de carbono natural.

O caminho rumo à sustentabilidade requer novas estratégias para remover e armazenar o excesso de carbono da Terra. O Yale Center for Natural Carbon Capture (Centro Yale de Captura de Carbono Natural) catalisará a pesquisa interdisciplinar em ciências naturais e engenharia em um esforço para acelerar este trabalho.

Os pesquisadores do Centro desenvolverão métodos baseados em sistemas naturais de armazenamento de carbono, incluindo ecossistemas biológicos e o ciclo geológico do carbono, melhorando, onde for possível, a rapidez com que essa substância pode ser absorvida, quanto pode ser contida e por quanto tempo pode ser armazenada. Por meio destes esforços, os cientistas de Yale pretendem criar um portfólio de estratégias de remoção de carbono que tenha impactos em escala global.

Com base nos sucessos iniciais no setor de aviação, o centro ampliará seu escopo para abordar fontes globais adicionais de emissões – publicando e compartilhando suas descobertas para que empresas, indústrias e governos possam se beneficiar de trabalhos que irão acelerar a adoção e a implementação de estratégias de captura natural de carbono em todo o mundo.

O compromisso da FedEx se baseia em um histórico de práticas sustentáveis. Desde 2009, os esforços da empresa contribuíram para uma redução de aproximadamente 40% na intensidade das emissões de CO² em toda a companhia, enquanto o volume de pacotes aumentou 99% durante esse período. Recentemente, a FedEx foi classificada em primeiro lugar em seu setor na lista da JUST Capital’s 2021 de “America’s Most Just Companies”  na categoria de meio ambiente e, em primeiro lugar, na categoria de viagens, transporte e logística da Newsweek  – America’s Most Responsible Companies 2021.

Ex-executivo do Walmart cria startup de entregas em caixas reutilizáveis

O aumento das compras on-line durante a pandemia criou pilhas de caixas nas portas de casas nos Estados Unidos. Um ex-executivo do Walmart e especialista em logística quer reduzir as montanhas de papelão.

Nate Faust, que por anos trabalhou ao lado do responsável pelas vendas on-line do Walmart Marc Lore, que saiu da empresa recentemente, estreou na última quarta-feira (17), um serviço de entrega chamado Olive, que consolida pedidos de marcas de moda como Michael Kors, Coach e Stuart Weitzman.

O serviço reunirá itens de mais de 100 marcas em seus dois centros, onde as caixas serão recicladas enquanto as mercadorias são enviadas aos consumidores sem custo extra em um contêiner reutilizável.

Faust, de 41 anos, reconhece que os clientes terão que esperar mais para receberem seus pedidos. Mas ele aposta que consumidores abastados e frequentes que lideram as compras de moda on-line não se importarão em esperar alguns dias extras para obter todas as compras em uma embalagem organizada. Itens indesejados podem ser devolvidos na mesma embalagem na porta de casa.

Ele teve a ideia de criar a Olive depois de observar pilhas de papelão nas calçadas de seus vizinhos em uma rua em Nova Jersey.

“Pensei: ‘Isso é loucura, depois de anos de comércio eletrônico, ainda é a experiência de entrega status quo’”, disse Faust, que cofundou a Jet.com com Lore antes de vendê-la ao Walmart por US$ 3,3 bilhões em 2016. Com a Olive, “é assim que o e-commerce deve funcionar, do ponto de vista do consumidor e de uma perspectiva ambiental”.

Logística da Olive

A Olive, que opera tanto como um aplicativo quanto como uma extensão no navegador em sites de parceiros, lucra ao receber cerca de 10% de cada pedido que consolida de suas marcas afiliadas, que incluem Adidas, Everlane e Hunter. O serviço conta com a Primary Venture Partners, Invus e SignalFire entre seus investidores.

A Olive, por sua vez, paga sua rede de transportadoras, que cuida das entregas e devoluções. Os clientes dizem à Olive quais itens não querem e, em seguida, deixam a caixa reutilizável na entrada da residência.

Carrefour reduz em 17% a tonelada de CO2 emitido na logística de transportes

O Grupo Carrefour está investindo em iniciativas para aumentar a eficiência em logística, na mudança da matriz energética da sua frota e em um programa de neutralização de carbono no Brasil. O objetivo é alinhar a operação à meta internacional da companhia de descarbonizar seus negócios e reduzir as emissões de CO2 dos produtos vendidos em suas lojas em 20 megatons até 2030.

Como resultado dessas medidas, comparando o primeiro semestre de 2020 com o de 2019, houve uma redução de 17% na tonelagem de CO2 emitido na distribuição de mercadorias.

A revisão de processos para aumentar a eficiência nos transportes proporcionou a redução da quilometragem rodada, o aumento do volume expedido por veículo e, consequentemente, um número menor de viagens. Em 2019, por exemplo, a rota São Paulo/Manaus começou a ser realizada via cabotagem, evitando-se 203 mil Km rodados em estradas. Já na rota São Paulo/Pernambuco, foi adotado o Rodotrem – um veículo com maior capacidade de carga.

Ajustes na logística, com a expedição direta entre Centros de Distribuição (CD) nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e para o Distrito Federal, bem como a melhor ocupação e acomodação da carga nos CDs, também implicaram em maior eficiência. A alteração no perfil dos veículos para abastecer a loja Pamplona, em São Paulo, é outro exemplo de aumento da produtividade. Em vez de empregar nove veículos de pequeno porte e um de grande porte, a operação passou a ser feita por cinco de porte grande e apenas um de pequeno porte. Esse modelo gerou maior aproveitamento dos transportes e, portanto, menos viagens.

Tecnologia amiga

A tecnologia também é uma aliada do Grupo Carrefour Brasil para a diminuição dos gases poluentes na operação. Para reduzir a dependência de energias fósseis, a companhia adotou o Gás Natural Liquefeito (GNL). Dois caminhões ecológicos – que emitem 15% menos CO2 que a versão a diesel – estão circulando desde julho e atendem lojas da capital paulista e interior do Estado.

Neste mês, dois veículos 100% elétricos, equipados com uma bateria de 97 kWh, com 250km de autonomia e zero de poluição, começarão a rodar com a bandeira do Carrefour. Além de não emitirem CO2, também não provocam vibração ou ruídos, colaborando para redução da poluição sonora. O grupo também busca parcerias para a utilização de agrocombustíveis como o biometano, cuja redução de gases poluentes pode chegar a 90%, mas ainda não está disponível em larga escala no mercado.

“O aumento de produtividade na logística é fundamental para reduzirmos a pegada de carbono de nossa operação e colaborarmos para conter as mudanças climáticas”, avalia Lucio Vicente, head de Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil. “A adoção de transportes com alimentação alternativa e de outros modais como a cabotagem, que respeitem o meio ambiente, também é uma transformação que começamos a viabilizar”, completa.

Negócio mais verde

Outra frente para assegurar a sustentabilidade em logística é a neutralização de emissão de CO2. O grupo tem mitigado os gases de efeito estufa de sua operação, por meio de projetos ecossistêmicos que englobam reflorestamento e proteção da biodiversidade, piscicultura, apicultura e educação ambiental. Apenas no primeiro semestre de 2020, houve 100% de compensação do CO2 emitido na operação de perecíveis de São Paulo, o equivalente a cerca de uma tonelada do gás.

“A meta é alcançar de 30 a 40% de redução de emissões logísticas, apenas com o sequestro de carbono”, informa Marcelo Lopes, Diretor Executivo de Supply Chain do Grupo Carrefour Brasil. “Em longo prazo, também planejamos ter infraestrutura para transformar resíduos de alimentos das lojas em biomassa para combustível de nossa frota, o que seria um ganho também no aspecto da economia circular”, antecipa.

Cresce a busca por práticas sustentáveis ​​de varejo entre a Geração Z

Um estudo recente da First Insight, realizado com mais de mil consumidores norte-americanos, entrevistados em dezembro de 2019, constatou que a geração Z está tomando mais decisões de compras com base em práticas sustentáveis de varejo do que as outras gerações.

De acordo com a pesquisa, 62% dos participantes da geração Z preferem comprar de marcas sustentáveis, enquanto 54% da geração X e 44% da geração silenciosa disseram o mesmo. Já os Baby Boomers são os que estão menos preocupados com a sustentabilidade: apenas 39% da geração concorda com o posicionamento.

“Embora os Baby Boomers pareçam ser os pontos fortes quando se espera práticas mais sustentáveis no varejo em geral, a pesquisa mostra que a cada geração, a sustentabilidade está se incorporando ainda mais nas decisões de compra“, expôs Greg Petro, CEO da First Insight.

Por outro lado, o estudo aponta que todas as gerações esperam que os varejistas e as marcas se tornem mais sustentáveis: 73% da geração Z, 78% da geração Y, 84% da geração X, 73% da geração X, 73% da geração baby–boom e 68% da geração silenciosa, desejam mais consciência no comportamento das empresas.

“É incrivelmente importante que varejistas e marcas continuem seguindo as vozes de seus clientes. Com a Geração Z em vias de se tornar a maior geração de consumidores este ano, os varejistas e as marcas devem começar a sobrecarregar as práticas de sustentabilidade agora, a fim de acompanhar as expectativas em torno da sustentabilidade para os consumidores da próxima geração, seja por consignação, upcycling ou até presentear nos principais feriados”, afirma Greg Petro.

Recommerce cresce entre os consumidores
Visto como uma opção de um consumo mais sustentável, o recommerce está ganhando força em todas as gerações. Conhecido como um comércio reverso, onde acontece o processo de venda de produtos novos ou usados, a alternativa traz grandes benefícios para o consumidor e o meio ambiente, diminuindo novas produções, muitas vezes desnecessárias.

A pesquisa mostra que a geração Z (59%), a geração X (63%), a geração Y (64%) e a geração silenciosa (62%) e até os Baby Boomers (52%) estão comprando em mercados secundários.

Outro modelo sustentável que está ganhando espaço entre os consumidores é o mercado de produtos reciclados: 59% da Geração Z, 57% da geração Y, 47% da Geração X e 38% dos Baby Boomers disseram que compram produtos feitos de objetos ou materiais descartados.

Qualidade x Sustentabilidade
Por mais que os resultados sejam agradáveis, a sustentabilidade ainda não é o principal fator que influencia os consumidores a escolherem adquirir ou não um produto.

Quando perguntados sobre o que era primordial para realizar uma compra, a qualidade ficou como superior às preocupações ambientais em todas as gerações: 78% da Geração Z, 85% da geração Y, 81% da geração X, 83% dos Baby Boomers e 70% da Geração Silenciosa classificaram a qualidade como importante.

Já as preocupações ambientais foram classificadas em segundo lugar com: 70% da geração Z, 71% da geração Y, 70% da geração X, 72% da geração Baby Boomers.

Contudo, as preocupações vão muito além do consumo pessoal na hora de presentear um ente querido. A busca por artefatos que agridem menos o meio ambiente também tem se tornado uma opção preferível: 65% da geração Z acredita que dar e receber presentes sustentáveis é extremamente importante.

Sustentabilidade deve ser parte da essência dos negócios para trazer resultados

O painel “Missão de base: a jornada para a sustentabilidade” fez mais do que apresentar programas complementares ou esforços pontuais para a sustentabilidade no palco do NRF Retail’s Big Show. Ele destacou as marcas que estão no mercado há muito tempo, tecendo conceitos e compromissos, como fornecimento ético, produtos artesanais, comércio justo e embalagens reduzidas para quem elas são.

Jennifer Walsh, fundadora da Beauty Bar e da Walk with Walsh, levou ao palco Heather Deeth, gerente de Compras Éticas da Lush Cosmetics North America, e Jennifer Gootman, vice-presidente de Inovação Social e vice-presidente de Responsabilidade Social Corporativa da West Elm. Deeth e Gootman compartilharam brevemente os esforços contínuos de suas empresas e, em seguida, responderam a um punhado de perguntas de Walsh.

A Lush é uma marca global de beleza de bilhões de dólares do Reino Unido. Possui 900 lojas – 250 nos Estados Unidos e Canadá – e uma presença digital significativa. A Lush North America também é verticalmente integrada, possuindo lojas próprias, fabricando e distribuindo seus próprios produtos no Canadá e comprando matérias-primas em fazendas no Arizona, Guatemala, Uganda e Peru.

Em termos de sustentabilidade como parte da estratégia, Deeth disse: “Temos muita sorte, porque temos seis valores que estão no nosso negócio desde o início.” Isso inclui políticas rigorosas contra testes em animais, cosméticos frescos com datas de produção, compras éticas, uma linha de produtos 100% vegetariana (80% vegana), foco em itens artesanais e embalagens “nuas”.

A compra ética se destaca, disse ela, devido ao enorme escopo de produtos e ingredientes envolvidos. Os valores compartilhados e a transparência vão além dos fornecedores de nível 1. As parcerias de longo prazo são importantes, assim como o fornecimento direto, tanto quanto possível, e uma política de “ir além” que se estende além da assinatura de códigos de conduta para explorar ecossistemas inteiros, a cadeia de suprimentos, a mão-de-obra e muito mais.

“Na Lush, estamos criando uma revolução cosmética para salvar o planeta”, disse Deeth. “Na verdade, acho que precisamos de uma revolução… Todos nós precisamos participar.”

Quanto à West Elm, Gootman levou o público de volta à fundação da empresa, em 2002, no Brooklyn, com o simples lema de ser “um pouco mais verde a cada dia”. A jornada para a produção ética e materiais responsáveis ​​continuou, especialmente quando a West Elm deixou de ser uma empresa de mobiliário para se tornar uma marca de estilo de vida. Começou a investir em artesãos, por exemplo, e em 2014, tornou-se a primeira varejista doméstica a obter a certificação Fair Trade.

Em 2016, a West Elm estabeleceu metas públicas em toda a empresa para algodão e madeira de origem responsável. E em 2018, trouxe programas de visão do bem-estar dos trabalhadores para 20.000 operários e tornou-se a primeira varejista a lançar o Selo Artesanal Ético da Nest nos produtos.

“Foi uma evolução e uma jornada”, disse Gootman. “Acho que é importante reconhecer que muitos varejistas que estão realmente interessados ​​neste espaço. Nem tudo acontece ao mesmo tempo. Você pode evoluir, aprender e descobrir o que é material para o seu negócio e desenvolvê-lo a partir daí. Se eu pudesse dizer o que nos tornou bem-sucedidos neste espaço, diria que esta visão é essencial para nossos negócios, está incorporado em nosso produto e atinge diretamente nossos clientes”.

Os participantes do painel ofereceram outras informações importantes sobre a cadeia de fornecimento. Gootman disse que foi útil construir relacionamentos com certificações independentes de terceiros e outros. Ela também observou que os esforços de sustentabilidade devem atingir todas as funções essenciais da empresa para serem bem-sucedidos e gerar valor.

Deeth falou sobre a importância de ver a rede de comércio como um estabilizador para muitas comunidades. “Não é uma coisa de caridade”, disse ela.

E uma última coisa: o trabalho está em constante evolução. “Nós realmente resolvemos problemas”, disse Gootman. “E não faltam problemas no varejo para resolver.”

Embalagem sustentável: o que os consumidores esperam no Natal?

Pesquisa realizada pelo Radar Pesquisas mostra preocupação dos consumidores com a embalagem de suas compras no fim de ano. De acordo com o levantamento, 69% dos brasileiros realizam compras de Natal pela internet. 41% dos entrevistados acreditam que as compras produzem muito lixo, enquanto metade acha que é possível reduzir a quantidade de embalagens envolvidas nas compras.

Além disso, 62% dos entrevistados diz que o e-commerce é uma opção mais econômica para comprar. Eles levam em consideração o custo que teriam em transporte e valor do estacionamento caso comprassem em um estabelecimento físico.

De acordo com a pesquisa, 80% dos consumidores acreditam que as lojas precisam repensar a maneira como embalam seus produtos para oferecerem opções mais sustentáveis.

Perfil do consumidor

A pesquisa mostra também o perfil do consumidor. Dos respondentes, 55% realizam reciclagem com frequência — por ponto de retirada no condomínio ou por levarem o lixo a um local adequado. Além disso, 3/4 dos respondentes sentem algum incômodo com relação ao excesso de lixo produzido durante as festas de fim de ano. Destes, 73% dizem buscar opções que produzam menos resíduos.

Com relação à atenção dos consumidores, 52% dizem se atentar aos embrulhos dos presentes e buscam reutilizá-los em ocasiões futuras.

Compras de Natal

A média dos entrevistados é de 6 presentes comprados, sendo que a classe A compra em média 9 presentes.

74% dos entrevistados acham ainda que os lojas não devam cobrar pela embalagem de presente. Além disso, 94% dos consumidores brasileiros recomendariam uma loja ao perceber que o embrulho foi pensado de maneira sustentável.

Embalagens online

Dos que realizam compra online, 60% diz jogar fora as embalagens em um ambiente próprio para o lixo reciclável. 50% acham que as empresas poderiam reduzir a quantidade de resíduo envolvido na embalagem do produto entregue e 41% acreditam que as compras online geram muito lixo devido ao excesso de embalagens.

Ao comprar online, muitos usuários também não se atentam à compra de uma embalagem para presente. Apenas 1/3 diz comprar as embalagens neste ambiente. Com relação à qualidade das embalagens oferecidas online, 4 em cada 10 responderam que sentem falta de embrulhos de qualidade, por isso, realizam as embalagens em casa.

Vivo inaugura loja sustentável

Vivo acaba de inaugurar uma loja que se destaca no cenário sustentável. Composta pelos padrões LEED – Leadership in Energy and Environmental Design, a empresa é a primeira operadora no país a seguir os quesitos internacionais de certificação em ponto de venda. O selo é um dos principais reconhecimentos para empresas e projetos de construção civil do mundo.

Se destacando no conceito de inovação sustentável, o espaço de 167m², localizado no Shopping VillaLobos, na capital paulista, atende as categorias da certificação ambiental internacional com o objetivo de atingir o selo Platinum.

“A sustentabilidade faz parte da estratégia de lojas da Vivo, que busca transformar pontos de venda em pontos de experiência, oferecendo espaços cada vez mais relevantes para os consumidores e a sociedade”, ressalta o diretor de Canais da Vivo, Fernando Rheingantz.

Mais sustentável do que nunca

A experiência sustentável dentro da empresa parte por muitos pontos, desde a redução do consumo de energia, até a não utilização de papel e copos descartáveis. De acordo com Rheingantz, “até o final de outubro, nenhuma das lojas da Vivo utilizará mais copos plásticos”.

A empresa também adere ao projeto Paper Less, que busca reduzir o volume de impressões de documentos e por versões digitais em tablets e smartphones.

Para se ter ideia, em 2018 foram assinados 11 milhões de contratos digitais em lojas e unidades administrativas da Vivo – uma economia de 56 milhões de folhas de papel.

Pensando na economia de energia, foram instalados sistema de automação para controle da iluminação, com sensores de presença e de desligamento automático.

A geração de energia também é 100% renovável por meio de sistema fotovoltaico e da contratação de energia verde no mercado livre incentivado.

Equipamentos de ar-condicionado com consumo reduzido de água gelada com sistema de recuperação de energia também foram instalados.  A previsão é que a redução do consumo ultrapasse 28% quando comparada com uma loja tradicional.

Os móveis da nova loja também ganharam madeira certificada FSC, que atesta o manejo correto e adequado às normas ambientais.

Já as paredes foram planejadas para causar o mínimo possível de impactos ao meio ambiente. As tintas usadas possuem baixo ou nenhum índice de Componentes Voláteis Orgânicos (COV) em sua composição.

A empresa ainda possui o programa Recicle com a Vivo, onde a operadora oferece para clientes e não clientes a coleta e destinação correta de celulares, carregadores e baterias sem uso.

Após passar pela arrecadação, os objetos são destinados à reciclagem de acordo com as normas ambientais. Em 2018, a empresa coletou cerca de cinco toneladas de equipamentos – mais de 76 mil itens.

Quem planeja trocar seu smartphone ainda pode optar pelo programa Vivo Renovaque oferece descontos mediante a entrega do aparelho usado.

Em 2018, foram recolhidas cerca de 12,9 toneladas de aparelhos, o equivalente a 84,2 mil itens. Com a ação a Vivo amplia o acesso dos clientes às novas tecnologias e dá ao equipamento usado uma destinação adequada.

Atualmente também é possível comprar um smartphone mais ecológico. Aproximadamente 73% dos aparelhos vendidos nas lojas Vivo possuem o selo Ecorating – avaliação desenvolvida pela ONG Forum for The Future, que analisa mais de 100 critérios socioambientais na produção e destinação dos aparelhos.

As apostas no varejo sustentável

Sustentabilidade virou a palavra da moda. Dos canudos plásticos proibidos até as ilhas de plástico no oceano, vemos no Brasil todo um processo de conscientização sobre o meio ambiente. No exterior, medidas decisivas em relação a esse assunto vêm sendo tomadas pelos governos. O Canadá, por exemplo, vai proibir os plásticos de um só uso até 2021.

Os consumidores começaram a entender que, se não adotarem um mundo mais sustentável, não vamos deixar nada para as próximas gerações. De acordo com uma pesquisa da Nielsen, pelo menos 68% (chegando até a 94% na América Latina) dos entrevistados no mundo todo entendem que as empresas devem implementar programas que melhorem o meio ambiente.

Temos três pilares dentro da sustentabilidade: ambiental, social e econômica:

A sustentabilidade ambiental é a de água, energia, resíduos e emissões carbônicas.  A água e energia têm um valor econômico muito importante, pois ao economizar, além de salvar o planeta, pode se reduzir o custo de sua própria operação. Resíduos e emissões carbônicas podem ser reduzidos pela troca de produtos ou reciclagem dos seus resíduos.

A sustentabilidade social é a educação de seus colaboradores e o respeito aos seres humanos. Também se destaca a escolha cuidadosa de fornecedores, evitando trabalhar com parceiros que tenham práticas negativas. Exemplo da Nike, que usava parceiros com alegações de trabalho escravo no China.

A sustentabilidade econômica advém do fato de que ao procurar defender o meio ambiente e a sociedade, a empresa tem que ser viável. Não adianta um modelo econômico que não gere lucro. O negócio tem uma razão de existir e, ao mesmo tempo, segue os outros dois pilares. Dentro da sustentabilidade econômica também existe a parte de “compliance” que exige governança corporativa.

Dentro da sustentabilidade ambiental podemos destacar diversos casos, como as sacolas de folhas de bananeiras para embalar frutas e legumes, que começaram a ser usadas na Tailândia e agora no Empório Santa Luzia, em São Paulo.

Outros varejistas como GPA, Carrefour e Wallmart oferecem sacolas reutilizáveis ecológicas. O Carrefour foi além e lançou na Espanha embalagens de algodão para frutas e legumes, que podem ser lavadas e reutilizadas. A expectativa é reduzir em 80% o consumo de sacolas plásticas.  Na Inglaterra, a rede de supermercados Lidl também criou “ecobags” que podem ser reutilizadas, reduzindo o consumo de plástico em sua rede.

Para minimizar o impacto ambiental, esses mesmos varejistas oferecem um espaço para coleta de materiais que serão reciclados, minimizando o impacto no meio ambiente.

Outro case de sustentabilidade ambiental que pode ser destacado é o posto eco eficiente da rede Ipiranga. O posto tem gestão de energia e água com fluxos controlados e desligamento automático. Algumas unidades contam inclusive com placas solares para gerar sua própria energia, além de reutilização da água da chuva. A rede também desenha suas lojas com muito vidro para maximizar a luz solar. O Ipiranga consegue com tudo isso reduzir seu custo de energia e água, tendo uma visão de empresa sustentável, atraindo cada vez mais consumidores para seus postos. Essa gestão de materiais, resíduos faz com que o negócio reduza a quantidade de poluição e materiais tóxicos que lança dentro do planeta Terra.

E você, caro leitor, o que sua empresa está fazendo de sustentável? Como você irá acompanhar esse novo cliente que exige empresas sustentáveis que ajudem a garantir o futuro do planeta?