Infracommerce anuncia a incorporação de 100% das ações representativas do capital social da Ecomsur

A Infracommerce celebrou um contrato para a incorporação de 100% das ações representativas do capital social da Ecomsur Holding.

O comunicado foi feito pela empresa (BOV:IFCM3) nesta segunda-feira (09).

Também destaca que a operação está sujeita ao cumprimento de determinadas condições precedentes, incluindo a aprovação da incorporação da Ecomsur pela companhia em assembleia geral a ser oportunamente convocada.

A transação pretendida faz parte da estratégia adotada pela Companhia de crescimento no setor de Full Commerce na América Latina e é de alta complementariedade geográfica, uma vez que a Ecomsur atua fortemente no Chile e no México, países em que a Infracommerce ainda não é líder absoluta. Com a implementação da transação, a Infracommerce passará a liderar o setor de E-commerce, em seu segmento de atuação, em todos os 8 países em que opera.

Fundada em 2011 no Chile, onde fica sua sede, a Ecomsur também possui operações no México, Colômbia, Peru e Panamá, tendo o seu faturamento total somado em 2022 de aproximadamente 24 milhões de dólares americanos. Além da consolidação das operações na Colômbia, Peru e Chile, países em que a Infracommerce já está presente, a Companhia também passará a ter maior exposição no México, território estratégico para a sua atuação, e que possui o maior potencial de crescimento do mercado de Ecommerce da América Latina. Ainda, esta união com Ecomsur marca a entrada da Infracommerce no Panamá, que é um hub estratégico para atendimento de diversos países e que já estava nos seus planos futuros de expansão.

A Ecomsur conta hoje com mais de 400 funcionários e possui um sistema OMS/WMS próprio, atendendo mais de 70 clientes e operando de maneira integrada e escalável. Seu ecossistema de serviços digitais está direcionado para impulsionar a estratégia omnicanal e de direct to consumer de seus diversos clientes, com nomes como Samsung, Levi’s, Phillips, Pandora e Hershey’s.

A Ecomsur foi fundada pelo empreendedor Mario Miranda e apresentou um crescimento exponencial suportado pelo fundo de private equity Igneous, sediado no Chile.

A incorporação da Ecomsur será feita mediante a entrega de ações, sendo parte delas emitida pela Infracommerce (16,3 milhões de ações, representando participação societária inferior a 5% do capital social da Companhia) e a outra parte emitida pela New Retail Limited (representando participação minoritária de 20,5% da New Retail Limited), controlada da Infracommerce que concentra os ativos da Companhia na América Latina.

A definição de quantidade de ações foi tomada tendo como base valores superiores a R$5,01, que foi o valor utilizado no aumento de capital por subscrição privada da Companhia realizado em outubro de 2022. Considerando ao cotação atual(1) das ações da Infracommerce, o valor da incorporação possui múltiplos atrativos para a Companhia, sendo aproximadamente 9 EV/EBITDA 23; 4 EV/ EBITDA 23 pós sinergias já identificadas; 0,7 EV/Net Revenue 23.

Além da sinergia comercial imediata para expandir os serviços multi-país em sua base de clientes multinacionais, foram mapeadas sinergias de custos, preliminarmente, na ordem de 20 milhões de reais, em base anualizada. Essas sinergias iniciais se concentram em redução de despesas de tecnologia, hospedagem, meios de pagamento, custos administrativos e de logística.

A Companhia submeterá a transação pretendida à aprovação da Assembleia Geral de Acionistas, a ser oportunamente convocada. Posto que o preço por ação é inferior ao maior dos critérios previstos, não haverá direito de retirada para os acionistas dissidentes da deliberação da AGE.

Nuvem Pay movimenta R$ 77 milhões em quatro meses desde o lançamento

A Nuvem Pay, solução de checkout que aumenta as chances de venda em lojas virtuais da Nuvemshop – plataforma de e-commerce líder na América Latina com mais de 100 mil lojistas –, movimentou mais de R$ 77 milhões em quatro meses após seu lançamento, realizado em agosto de 2022. Mais de 1,2 milhão de consumidores já se cadastraram para utilizar a Nuvem Pay, com mais de 260 mil transações realizadas.

O levantamento da Nuvem Pay sobre os primeiros meses de atuação mostra que consumidores que utilizam a solução fecharam as compras 24% mais rápido ante aqueles que não são cadastrados. Além disso, consumidores cadastrados na Nuvem Pay fecham até 6% mais compras do que os clientes que não fazem parte da solução. Mais de 50 mil lojas da Nuvemshop já aderiram à solução.

“A Nuvem Pay foi desenvolvida de ponta a ponta pela Nuvemshop para proporcionar uma melhor experiência de compra, possibilitando um checkout simples e seguro, com poucos cliques, em qualquer uma das lojas ativas da Nuvemshop cadastradas na solução”, explica Filipi Assis, Diretor de Produto da Nuvem Pay. “Os resultados desses primeiros quatro meses de funcionamento já mostram a excelente aceitação pelos lojistas e consumidores”.

Integrada ao checkout das lojas da Nuvemshop, a Nuvem Pay permite aos consumidores cadastrados comprar em qualquer e-commerce da plataforma sem a necessidade de preencher formulários extensos, uma vez que os dados pessoais e de entrega já ficam salvos no perfil do cliente.

Também há a possibilidade de salvar as informações de pagamento com cartão de crédito em lojas virtuais que utilizam o Nuvem Pago, meio de pagamento da Nuvemshop. Todas as informações coletadas estão em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e são criptografadas integralmente.

Respeito: a grande conquista da experiência do cliente

As empresas que mais respeitam o consumidor, mais do que líderes em percepção de marca, representam o triunfo da experiência do cliente.

O significado da palavra “respeito” muda de acordo com diferentes culturas e gerações, mas é fato que nem mesmo o tempo foi capaz de eliminar o valor agregado a esse conceito. Seja em relações interpessoais, seja entre empresas e clientes, respeitar é fundamental e indispensável. Não por acaso, em 2022, o estudo Empresas que Mais Respeitam o Consumidor completa 20 anos e permanece relevante e estratégico para as organizações.

Desta vez, a coordenação do estudo foi feita pela CX Brain, unidade de inteligência ligada à Consumidor Moderno, com pesquisa de campo realizada pela Opinion Box, uma empresa inovadora, especializada em estudos sobre atributos e preferências do consumidor. Mas o que haveria de novo em um estudo realizado anualmente? Quais são os pontos de destaque? Como enquadrar corretamente o atributo de respeito, comprovando sua máxima relevância para a estratégia corporativa?

Em 2022, o estudo consolidou uma série de mudanças que vinham ganhando espaço desde meados da década passada – antes, de modo mais comedido e, nos últimos três anos, com enorme aceleração. Tais transformações envolvem a digitalização, o estabelecimento de novos padrões de comportamento por parte dos consumidores e o aumento das expectativas em relação aos acordos e às promessas das empresas.

Durante décadas a fio, a qualidade de produtos e serviços foi considerada um fator básico e indispensável na avaliação, escolha e expectativa do cliente. Para se diferenciarem, então, as marcas precisavam ir além desse “arroz e feijão”. Mas como? A resposta estava na construção de imagens de marca trabalhadas pela publicidade comercial, que absorvia a cultura popular e tornava produtos e serviços partes intrínsecas à vida das pessoas.

“AO COLOCAR A VIDA NO CENTRO, PASSA-SE A ACEITAR CLIENTES COMO PESSOAS COMPLEXAS E EM CONSTANTE MUDANÇA, CUJOS COMPORTAMENTOS SÃO PROFUNDAMENTE IMPACTADOS POR FORÇAS EXTERNAS IMPREVISÍVEIS.”
Fabio Nantes-diretor do Adobe Business Group LATAM da Accenture Song

Com a digitalização, entretanto, isso também mudou. O conteúdo associado à marca, ao produto e ao serviço passou a ser uma forma de criar conexões, interações e vínculos com os consumidores. Portanto, já não basta que um produto esteja fisicamente disponível em um ponto de venda ou que um serviço esteja ao alcance das pessoas. É necessário que essa oferta esteja associada a um conteúdo que se insira na realidade do cliente, criando uma associação entre a marca e o cotidiano individual, e esteja disponível quando o cliente desejar, no canal em que ele preferir.

Além disso tudo, é fundamental que a marca entregue aquilo que promete em seu conteúdo – inclusive os acordos tácitos, ou seja, as promessas não expressas formalmente, mas embutidas na proposta de valor. Um produto deve realizar sua função, despertar emoções genuínas e positivas – segurança, afeto, carinho, alegria, espontaneidade – e criar identificação com a vida do cliente. Assim, a marca passa a não apenas colocar o cliente no centro (atendendo às suas vontades expressas), mas também a colocar a vida no centro (demonstrando que o compreende para além do que é possível colocar em palavras).

RESPEITO AO CLIENTE É COLOCAR A VIDA NO CENTRO
“As pessoas, na figura de ‘novos consumidores’, passaram a encarar um mundo novo que parece estar fora de controle. Em um tempo em que crises econômicas, sociais, ambientais e políticas estão virando quase tudo de cabeça para baixo, elas veem a si mesmas muito mais influenciadas por esses fatores, mudando a forma como enxergam suas próprias vidas”, afirma Fabio Nantes, diretor do Adobe Business Group LATAM da Accenture Song.

Colocar a vida no centro é uma ideia que traz uma dimensão mais exata da complexidade da gestão de clientes, como destaca Nantes: “a grande diferença é que, ao se considerar o cliente no centro, cria-se uma estratégia que prioriza a experiência e a conveniência como fatores fundamentais. No entanto, ao colocar a vida no centro, passa-se a aceitar clientes como pessoas complexas e em constante mudança, cujos comportamentos são profundamente impactados por forças externas imprevisíveis”.

Nesse mundo incrivelmente desafiador, de fato respeitar o cliente é um objetivo absoluto das empresas focadas em desenvolver uma estratégia de CX eficiente.

Essa imprevisibilidade, que traduz o caos da vida, está associada à ideia de “grande exaustão” – tendência explorada na matéria sobre megatrends, nesta mesma edição –, que dá nome à enorme pressão psicológica que se abateu sobre as pessoas nesse período de mudanças e instabilidades profundas, causando desgaste e fragilidade na hora de lidar com as adversidades que parecem sempre se avolumar. Esse cenário faz com que o relacionamento com a empresa represente a busca por uma âncora emocional, um refúgio e um ponto de acolhimento para o consumidor.

Sendo assim, respeitar o cliente é uma forma de as empresas mostrarem que estão disponíveis para compreender o momento e a ansiedade vividos por ele, oferecendo o mínimo de atrito nas interações relacionais e transacionais.

O RESPEITO EM 2022
Neste ano, o estudo Empresas que Mais Respeitam o Consumidor consolidou algumas premissas que vinham ganhando relevância e comprovou que há uma mudança na forma como modelos de consumo estão sendo seguidos pelos clientes.

Uma demonstração disso está no ranking geral, que destaca as 45 empresas líderes dos 45 segmentos abordados pelo estudo. Nesse retrato, os segmentos de maior destaque no atributo Respeito foram Meios de Pagamento/Tags/Mobilidade, Instituições de Ensino e Saúde. Esses são elementos importantes para a população em geral e refletem preocupações universais para a população brasileira – transporte, saúde e educação.

Outro exemplo está nos segmentos que mais cresceram nos percentuais de avaliação nos últimos três anos: Alimentos, Streaming por Assinatura, E-marketplace, E-commerce e Neobancos. Essa evolução evidencia a escalada de negócios disruptivos, de ênfase digital e com apelo construído sobre conveniência, pagamento invisível, fluidez, acesso e inclusão.

A ascensão desses negócios vai ao encontro dessa busca pela compreensão do momento do cliente. Os neobancos compreenderam, rapidamente, a dimensão e o alcance do Pix e de sistemas como Open Banking e Open Finance e, inclusive, estão incomodando os bancos tradicionais.

Por sua vez, os e-marketplaces e os e-commerces já redesenharam o panorama do varejo – e o segmento está ganhando contornos cada vez mais phygitais. Os streamings por assinatura ganharam impulso durante a pandemia, entraram em forte concorrência e tornaram-se uma alternativa de lazer familiar, individual, conveniente e acessível a qualquer momento, com o conteúdo perfeito para cada hora do dia.

INSIGHTS DE RESPEITO
Antes de conhecer os destaques de 2022, é preciso destacar dois pontos:

O estudo Empresas que mais Respeitam o Consumidor mostra que há uma mudança de prioridades de consumo por faixa etária bastante clara. “Para as gerações de maior senioridade, a ideia de Respeito está mais associada a concessionárias de serviço público – gás encanado, por exemplo – e serviços e produtos ligados à área de saúde, com ênfase para as operadoras de saúde e os produtos farmacêuticos”, analisa Jacques Meir, CEO da CX Brain. “Isso é um reflexo do momento do cliente”, afirma.

Respeitar o cliente é uma forma de as empresas mostrarem que estão disponíveis para compreender o momento
e a ansiedade vividos por ele, oferecendo o mínimo de atrito nas interações relacionais e transacionais.

Meir destaca que as avaliações feitas pelas gerações mais jovens – Millennials e Zs – são mais fragmentadas e menos uniformes. Para os Zs, o respeito está mais concentrado em empresas de Alimentos, Eletrodomésticos e Varejo de Eletrônicos; para os Millennials, está em Meios de Pagamento e Mobilidade, Higiene Pessoal e Cosméticos e Construtoras.

Essa fragmentação revela um ser humano mais paradoxal, o que só reforça o conceito de “vida no centro” proposto por Fabio Nantes, da Accenture: “A instabilidade global, causada por fatores como pandemia, inflação, movimentos sociais, mudanças climáticas etc., faz com que os consumidores se permitam ser inconsistentes quando conciliam valores pessoais com realidades práticas. Isto é, ao mesmo tempo em que as pessoas estão priorizando a si mesmas, querem promover mudanças para os outros; elas querem agir em linha com seus próprios valores, mas não abrem mão dos menores custos; têm resolvido problemas sozinhas, mas também querem que as empresas lhes peguem pela mão”.

Ao fim e ao cabo, ser uma entre as empresam que mais respeitam o consumidor é um diferencial cada vez mais identificado com a habilidade de “pegar o cliente pela mão”, oferecendo uma experiência multissensorial (o metaverso está aí para expandir os limites da experiência híbrida, entre o digital e o real) e, ao mesmo tempo, sendo acolhedora e envolvente. Nesse mundo incrivelmente desafiador, de fato respeitar o cliente é um objetivo absoluto das empresas focadas em desenvolver uma estratégia de CX eficiente.

COMO AVALIAR O RESPEITO AO CONSUMIDOR?
Para obter esses insights, o estudo As Empresas que mais Respeitam o Consumidor utilizou a seguinte metodologia:

Primeiramente, a CX Brain, unidade de inteligência ligada à Consumidor Moderno (que incorporou o Centro de Inteligência Padrão – CIP), selecionou um conjunto de mais de 220 empresas, inseridas em 45 segmentos de mercado. Tais empresas foram incorporadas a um questionário aplicado pela Opinion Box a mais de 2 mil pessoas.

Cada entrevistado teve de apontar o “nível de respeito” em pelo menos seis segmentos distintos. Na avaliação, o indivíduo pode citar marcas que, posteriormente, são associadas às empresas que as detêm. Isso acontece porque a relação do cliente com a empresa normalmente acontece a partir das marcas. Ou seja, dificilmente o cliente mencionará empresas – como Unilever, Mondelez ou Bimbo –, pois as reconhece em suas marcas, como Omo, BIS e Pullman.

Então, a partir das diversas respostas para diversas marcas inseridas nos segmentos, é feita a ponderação para que se saiba qual o nível de respeito da empresa. Uma vez encerrado o período de pesquisa, a CX Brain pondera todos os indicadores e define as vencedoras de cada segmento, bem como os recortes posteriores.

As avaliações foram feitas a partir de oito critérios que compõem a “equação” de respeito. São eles:

• Qualidade
• Preço Justo
• Experiência Phygital
• Facilidade
• Multicanalidade
• Atendimento
• Resolutividade
• Inovação

Big Techs perdem quase US$ 4 trilhões em valor de mercado em 1 ano

Setor foi afetado por inflação alta nos Estados Unidos e retorno das vendas para níveis pré-pandemia.

O grupo de “big techs” formado por Apple, Microsoft, Amazon, Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp) e Alphabet (Google) perdeu US$ 3,901 trilhões em valor de mercado nos últimos 12 meses. Isso equivale a cerca de R$ 21 trilhões, na cotação de 4 de janeiro.

Os dados são de um levantamento feito por Einar Rivero, da consultoria TradeMap, a pedido do g1, comparando os valores de mercado no último dia 4 com os de 1 ano atrás.

Ao mesmo tempo, bilionários da área também viram suas fortunas diminuírem. Elon Musk, que deixou de ser o homem mais rico do mundo em dezembro, tem acumulado perdas nos últimos meses. Desde novembro de 2021, seu patrimônio encolheu em US$ 212 bilhões, de acordo com a agência Bloomberg.

Entre outras empresas, Musk é o dono da montadora de carros elétricos Tesla, que também patinou no mercado de ações no ano passado, e do Twitter, que se retirou da bolsa com a venda para Musk, concluída em outubro.

O que explica o ano ruim das ‘big techs’?
Inflação nos EUA: menos anúncios
Para começar a entender a situação das “big techs”, é preciso levar em conta as altas seguidas na taxa de juros nos últimos meses, nos Estados Unidos, para conter a inflação.

Além de impactar nas vendas, o cenário tem feito empresas diminuírem gastos com publicidade, o que afeta em cheio as gigantes da tecnologia que dependem de anúncios.

O Google, por exemplo, até teve um leve crescimento de faturamento com publicidade no 3º trimestre de 2022, mas aquele vindo de propaganda no YouTube caíram 2%. E a receita da Alphabet teve a menor alta desde 2013.

Na Meta, houve queda no faturamento com publicidade nos 2º e 3º trimestres do ano passado, em relação a 2021. E isso em um momento em que a empresa de Mark Zuckerberg tem investido “rios” de dinheiro no chamado metaverso, ainda longe de dar resultados.

A Amazon citou a desaceleração econômica ao planejar a demissão de funcionários também no fim do ano. Na quarta-feira (4), a empresa anunciou que cortará mais de 18 mil empregos de sua força de trabalho. O plano de redução de pessoal é o maior entre os recentes anúncios de cortes que afetam o setor de tecnologia nos Estados Unidos e o plano mais severo da história da empresa, segundo a France Presse.
Por outro lado, a empresa acaba de fazer um empréstimo de US$ 8 bilhões para se proteger da turbulência do mercado.

Declínio da pandemia
Quem explica esse fator é o próprio Mark Zuckerberg: “No início da Covid, o mundo rapidamente se moveu para o online e a onda de comércio eletrônico levou a um crescimento de receita. Muitas pessoas previram que esta seria uma aceleração permanente e que continuaria mesmo após o término da pandemia”.

“Eu também [acreditei num cenário estável]. Então, tomei a decisão de aumentar significativamente nossos investimentos. Infelizmente, isso não saiu como eu esperava”, completou Zuckerberg.
A declaração foi dada em novembro, quando ele anunciou o corte de 11 mil vagas na Meta, em novembro.

No caso da Apple, a pandemia trouxe mais um revés: uma nova onda do coronavírus na China, no fim de 2022, afetou a parceira Foxconn, maior responsável pela produção de iPhones no mundo.

Por conta da antiga política de “Covid zero” do país asiático, a fabricante diminuiu sua capacidade de operação durante o ano, o que também afetou as vendas do aparelho.

Tesla também cai
O valor de mercado da Tesla, que também costuma ser associada ao setor de tecnologia, caiu de US$ 936 bilhões para US$ 338 bilhões entre 2021 e 2022, de acordo com Einar Rivero, da consultoria TradeMap, a pedido do g1.

Além de a montadora também ter sido afetada pela nova onda de Covid na China, que fez sua fábrica local fechar temporariamente, e sofrer com problemas na cadeia de abastecimento, a queda nas ações é explicada pelas movimentações de seu presidente-executivo, Elon Musk.

De novembro de 2021 a dezembro de 2022, o empresário vendeu US$ 39 bilhões em papéis da Tesla. Parte do valor foi usada para financiar a compra do Twitter por cerca de US$ 44 bilhões.

Com a venda das ações, a Tesla deixou de ser a maior fonte do patrimônio de Musk e foi ultrapassada pela SpaceX, do setor aeroespacial, segundo a Bloomberg.

Isso tudo, junto a um início bastante turbulento à frente do Twitter, fez uma parcela dos investidores da montadora temer que o empresário gaste muito tempo com a rede social e acabe perdendo o foco com a produção de carros.

https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2023/01/05/big-techs-perdem-quase-us-4-trilhoes-em-valor-de-mercado-em-1-ano.ghtml

Loggi e Melhor Envio firmam parceria para otimizar entrega de encomendas para e-commerce

A Loggi é a mais nova transportadora a integrar seus serviços à plataforma de intermediação logística Melhor Envio. Com a novidade, lojistas virtuais que usam a plataforma de fretes podem, em poucos segundos e sem compromissos, fazer a comparação de preços e prazos com 7 transportadoras diferentes, escolhendo a melhor opção de entrega para as vendas do seu negócio.

Para descomplicar o acesso de empreendedores virtuais a fretes, o Melhor Envio aposta em novas integrações e parcerias, sempre em busca de complementar serviços e ferramentas que impactam positivamente no dia a dia dos negócios, como centros de distribuição de encomendas (Melhor Ponto) e programas de vantagens (Melhor Nível). Além das transportadoras, a tecnologia da companhia conta com mais de 70 integrações, incluindo plataformas de comércio eletrônico, HUBs, marketplaces e ERPs. No terceiro trimestre de 2022, a empresa teve um aumento de 8,7% de etiquetas emitidas e, por conta de uma revisão/atualização nos preços praticados na plataforma, um crescimento de cerca de 64% na receita líquida.

“A Loggi é mais uma opção para fazer o envio dos pedidos da loja virtual de forma rápida, descomplicada que cabe no bolso do empreendedor e do seu potencial cliente, com frete rápido e barato como importante fator de decisão de compra. Estamos muito animados em integrar o Melhor Envio com a Loggi pela alta tecnologia da companhia, assim como seu alcance nacional”, analisa Éder Medeiros, CEO do Melhor Envio.

A tecnologia da Loggi oferece serviços de envios ideais para lojas virtuais e empresas dos mais variados tamanhos. Com a parceria entre a transportadora e o Melhor Envio, os empreendedores ganham mais uma opção de frete com preços competitivos e com uma entrega expressa, que pode ser concluída de 1 a 7 dias úteis em todo o território nacional. O valor do envio varia conforme a dimensão do pacote e sua rota de entrega. Inicialmente, as postagens com o Melhor Envio serão feitas exclusivamente no Melhor Ponto, que possui 17 unidades em endereços estratégicos no estado de São Paulo.

“A Loggi é a solução preferencial de envio para milhares de clientes espalhados pelo Brasil por conta da abrangência de entregas, competitividade de preços e tecnologia aplicada em todas as etapas da entrega. Estar próximo ao ecossistema da Melhor Envio reforça nosso objetivo de atender quem é pequeno e tem intenção de crescer com envio de seus pacotes e cada vez mais ofertar um serviço com parceiros estratégicos”, conta Ariel Herszenhorn, vice-presidente de Vendas e Marketing da Loggi.

A lista de produtos que podem ser enviados pela transportadora é bem extensa, acompanhando as demais transportadoras que realizam entregas para o e-commerce brasileiro. Não há dimensões mínimas para o envio, porém o lojista deve respeitar a pesagem máxima de 30 kg e 100 cm por lado no máximo por dimensão. Outro fato importante para conhecimento do lojista é de que o produto enviado pode ter um valor de no máximo R$ 3 mil.

Para ter acesso aos serviços da Loggi na plataforma do Melhor Envio, não é necessário fazer nenhuma instalação, já que os preços e prazos da transportadora vão ser exibidos como mais uma opção na calculadora de frete dos clientes que têm acesso às unidades do Melhor Ponto.

Amazon Prime Air finalmente inicia entregas por drone

A Amazon confirmou, no último dia 23, o início das operações com drones do Amazon Prime Air nas cidades norte-americanas de Lockeford, na Califórnia, e College Station, no estado do Texas. O serviço foi anunciado pela primeira vez em junho de 2022, no entanto, só entrou em vigor oficialmente seis meses depois.

A empresa recebeu autorização para iniciar as entregas em 2020 e desde então tem trabalhando em parceria com as autoridades da Administração Federal de Aviação dos EUA. Para finalmente realizar os testes com o público, a empresa ainda precisou conversar com oficiais de ambas as cidades para conseguir a permissão de atuar.

“Nosso objetivo é introduzir com segurança nossos drones nos céus. Estamos começando nessas comunidades e gradualmente expandiremos as entregas para mais clientes ao longo do tempo”, disse Natalie Banke, porta-voz da Amazon Air.

Segundo a empresa, assim que uma compra é feita, um drone levará o pacote até o quintal do cliente, descendo o suficiente para deixar a encomenda e, em seguida, voar para longe. A Amazon informará aos clientes quando as entregas pelo Prime Air estiverem disponíveis em sua área.

Dados da DataUSA apontam que Lockeford possui cerca de 4 mil habitantes e fica localizado no Condado de San Joaquin, perto de Sacramento. Enquanto College Station é uma cidade de tamanho médio na área de Houston, com pouco mais de 120 mil moradores.

Conheça quatro tendências em inovação tecnológica para 2023

Tecnologia 5G e Inteligência Artificial são algumas das principais tendências em aceleração no ano que chegou.

Uma pesquisa do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (FGVcia) apontou que no início de 2023 o Brasil atingirá a marca de 216 milhões de computadores (desktop, notebook e tablet) em uso, o que significa chegar à marca de 1 computador por habitante. É fato: a conectividade dos brasileiros cresce exponencialmente a cada ano. Diante deste cenário, a TriggoLabs – empresa brasileira focada em inovação, Service Design Thinking, UX e UI – elencou quatro tendências em inovação tecnológica para 2023.

“As organizações que desejam sobreviver e, melhor, crescer nessa nova era devem se preparar de modo proativo o mais rápido possível. Um dos roteiros essenciais para essa inserção na economia digital é baseado na capacidade de coleta, análise e contextualização de dados e no uso apropriado das ferramentas de Data Analytics, uma das tendências em aceleração e crescente adoção em tecnologia e inovação para 2023”, ressalta o diretor de Inovação da TriggoLabs, Matheus Barreto.

Expansão do 5G

Haverá uma forte intensificação do uso do 5G no Brasil em 2023. A tecnologia chegou ao país, mas ainda não houve tempo suficiente para as empresas e marcas explorarem todo o potencial da nova geração.

São muitas alterações em relação ao 4G que vão amplificar em grande escala as aplicações corporativas. Maior capacidade de tráfego por área, maior eficiência energética, ampliação da capacidade de conexão de dispositivos por metro quadrado e redução de latência são algumas das mudanças em relação à tecnologia anterior, que visava beneficiar especialmente o usuário final.

Com o 5G, serão possíveis aplicações robustas por parte de empresas e marcas, viabilizando, por exemplo, a propagação do uso de objetos 3D e de mídias mais complexas, sem falar em uma nova geração de jogos e aplicativos que começará a povoar os smartphones a partir de 2023, com o maior uso do 5G.

Ampliação da Internet das Coisas (IoT)

O maior uso da tecnologia 5G e também de redes específicas como LoRa irá potencializar a expansão da Internet das Coisas no Brasil. Na realidade, a expectativa é de intensificação da IoT em esfera global.

De acordo com a IoT Analytics Research 2021, os investimentos em Internet das Coisas vão crescer de US$ 128 bilhões em 2020 para mais de US$ 400 bilhões em 2025. Os 13 bilhões de dispositivos conectados em 2022 serão mais de 25 bilhões em 2025, o que significa um crescimento de quase duas vezes em três anos, com amplificação do uso nas áreas automotiva, de saúde, cadeias de suprimentos e outras áreas de alto potencial.

Hoje amplamente utilizados em ambientes rurais e industriais, devemos presenciar uma invasão de sensores e soluções baseadas em dispositivos conectados (devices e wearables) no próximo ano em casas, hospitais e no comércio, além de novas plataformas, arquiteturas e soluções para que marcas e empresas possam explorar mais a fundo a Internet das Coisas em seus negócios.

IA e ML aplicados a negócio

O uso de Inteligência Artificial e de soluções de Machine Learning nos negócios também terá maior tendência. A aplicação dessas tecnologias ainda foi relativamente tímida em 2022, mas alguns cases, como o da Natura&Co, por exemplo, sinalizam o grande potencial de uso para os próximos anos e nos mais diferentes segmentos.

A empresa passou a aplicar IA na análise de manchas, sinais e outros indicadores na pele de seus clientes, por meio de uma foto capturada pelo smartphone. Nesse exemplo da Natura, a aplicação criativa dessas tecnologias gera resultados de negócio, mas, principalmente, valor real para o usuário final, que pode identificar a melhor rotina de skin care ou mesmo a necessidade de acompanhamento clínico e dermatológico.

Big Data e Advanced Analytics

Segundo avaliação da TriggoLabs, o número de pessoas consumindo Analytics nas organizações aumentou acima da média em 2022. Existe uma tendência das empresas continuarem expandindo as áreas de D&A (Data e Analytics) em 2023, pelas próprias exigências do mercado, cada vez mais competitivo e dependente dos novos insumos tecnológicos.

Entre os benefícios, o uso de Data Analytics é relevante, por exemplo, na definição da melhor estratégia de venda de um produto, com base nos dados devidamente analisados e processados do potencial consumidor. Dados que podem ser interpretados e apresentados em tempo real pelas ferramentas de D&A. Cada empresa tem a sua cultura e a própria forma de resolver seus desafios. Entretanto, há problemas semelhantes e equacioná-los passa necessariamente por uma boa gestão e boa governança de dados.

Plataformas e aplicações de dados entraram nos últimos anos em uma nova fase de maturidade com novos paradigmas para coleta, transformação e análise de dados como o ‘Modern Data Stack’ e soluções nativas na nuvem, amplamente escaláveis e disponíveis para Data Lake, Data Lakehouse (abordagem moderna que une os pontos fortes do Data Warehouse com o Data Lake), ELT (extração, carga e transformação) e outras disciplinas relacionadas.

Conheça soluções de pagamento para oferecer a melhor experiência do cliente

Dezembro é um dos meses mais valiosos para o Varejo

As vendas de Natal e Ano Novo, para presentes e ceias, movimentam o comércio e injetam bilhões na economia. Estar preparado para o período, seja com estratégias de vendas definidas, produtos em estoque e promoções é essencial para obter sucesso.

Além disso, a diversidade de produtos, serviços e soluções de pagamento oferecidas garantem que o consumidor tenha a liberdade de escolher como prefere realizar uma compra, levando consigo uma experiência que pode garantir a fidelidade em próximas aquisições e gerar uma maior margem de vendas ao lojista.

Mayra Borges, vice-presidente de Negócios da Getnet Brasil, elenca algumas soluções digitais para quem quer oferecer a melhor experiência ao seu cliente.

Link de pagamento
Traz conveniência, segurança e agilidade para aqueles que têm ou não uma loja virtual. Com o link de pagamento é possível realizar vendas de qualquer local, utilizando os canais de preferência do consumidor, como WhatsApp, Facebook e Instagram, por exemplo. De forma segura, o link de pagamento permite que o cliente preencha os dados do cartão de crédito ou débito e finalize a compra, sem precisar acessar o seu e-commerce ou ir até uma loja física. Além disso, é uma solução plug&play, ou seja, o lojista, após contratar uma solução de link de pagamento, na maioria das vezes consegue gerar e enviar links a partir de um aplicativo, sem precisar fazer integrações complexas com seu sistema de caixa. Algumas soluções de link de pagamento são bem completas, e disponibilizam outras formas de pagamento como Pix ou boleto.

Loja virtual
Essa opção é ótima para garantir uma vitrine de todos os produtos para seus consumidores e futuros clientes, gerando um alcance que independe da barreira geográfica. Ter uma loja virtual ajuda a ampliar as vendas. Contudo, é fundamental que a loja online conte com ferramentas de antifraude, para garantir uma compra segura para você e seus clientes. Existem várias plataformas no mercado que permitem a construção e publicação de sua loja virtual no modelo “faça você mesmo”, com preços acessíveis aos pequenos comércios. Mas o segredo para sua loja digital dar certo é buscar soluções que estejam conectadas com ferramentas que tragam fluxo para o seu site, como buscadores ou conexões com grandes marketplaces. Por isso, a dica é avaliar esse ponto na hora de escolher qual ferramenta contratar.

Pagamento por aproximação
Tenha opções de maquininhas que ofereçam tanto Pix por QR Code como pagamento por aproximação. Ambos os formatos ganharam força durante a pandemia, já que apenas com aproximação de uma carteira digital – que pode estar em celulares e smart watches, o consumidor pode realizar uma compra, evitando levar cartões de débito e crédito ao estabelecimento. Entre as tecnologias oferecidas pelas carteiras digitais, estão a leitura por QR Code e a leitura pela Near Field Communication – NFC.

Pix
Criado pelo Banco Central do Brasil, este é um dos meios de pagamentos favoritos do consumidor hoje em dia e foi muito utilizado durante a black friday este ano. De acordo com a Febraban – Federação Brasileira de Bancos, de 16 de novembro de 2020, data em que o Pix começou a funcionar no País, até o último dia 30 de setembro, foram mais de 26 bilhões de operações feitas, movimentando cerca de R$ 12,9 trilhões. Disponibilizar o pagamento via Pix, seja na máquina de pagamento ou no comércio eletrônico, mostra ao consumidor que ele tem a liberdade de escolher a melhor forma para realizar suas compras. É colocar o cliente como tomador de decisão. No caso do uso da máquina de pagamentos, o QR code pode ser um aliado nesse modelo, sendo igualmente rápido, atualizado, seguro e gratuito para o seu cliente. Além disso, disponibilizar o Pix na máquina de pagamentos facilita a integração com o extrato e a conciliação, melhorando a gestão do caixa.

Ferramentas de Automação Comercial
Contar com soluções de automação comercial ajudam a agilizar as vendas e facilitar a gestão do negócio. Entre essas ferramentas estão comandas eletrônicas, cardápios digitais e aplicativos de vendas que permitem que o próprio consumidor lance seus pedidos e solicite entregas pelo celular, sem a necessidade de fazer o download do aplicativo.

Outra facilidade para o lojista é a utilização de uma frente de caixa móvel, integrada aos meios de pagamentos e emissão do documento fiscal – NFC. Com esta solução, o comerciante não precisa de um computador ou de um caixa físico.

Amazon registra perda de R$ 5 trilhões, a maior de sua história

Logo no início do ano, Amazon apresentou o primeiro resultado negativo em sete anos e viu o valor das ações cair 8%
Amazon registrou perda de mais de 1 trilhão de dólares (quase R$ 5,1 tri) em valor de mercado;

Aumento da inflação e aperto da política monetária com aumento das taxas de juros seriam os principais motivos;

Reportagem do New York Times afirmou que a Amazon planejava demitir cerca de 10.000 funcionários em seus setores corporativo e de tecnologia ainda neste ano.

A Amazon, companhia de varejo online, não tem vivido dias muito favoráveis. Após a suspensão da construção de novos armazéns e de anunciar uma demissão em massa, a empresa contabilizou um prejuízo de mais de 1 trilhão de dólares (quase R$ 5,1 tri) em valor de mercado.

Em novembro, a Bloomberg já havia informado sobre uma perda de US$ 1 bilhão em valor de mercado da Amazon e que os principais motivos para esse novo registro seriam o aumento da inflação, o aperto da política monetária com aumento das taxas de juros no país para controlar os preços, ambiente econômico mais apertado e temores de uma recessão.

Logo no início do ano, a empresa apresentou o primeiro resultado negativo em sete anos e viu o valor das ações cair 8%. O Bloomberg Billionaires Index estimou que Jeff Bezos perdeu cerca de US$ 13 bilhões em apenas algumas horas com a movimentação do mercado financeiro.

No mês passado, uma reportagem do New York Times afirmou que a Amazon planejava demitir cerca de 10.000 funcionários em seus setores corporativo e de tecnologia ainda neste ano.

Este seria o maior número de cortes de empregos realizados em qualquer ponto da história da gigante do comércio eletrônico com sede em Seattle. A companhia estaria sentindo os efeitos do mau momento econômico que prejudica grandes empresas de tecnologia.

As demissões afetarão principalmente os envolvidos com projetos ligados ao assistente de voz Alexa da Amazon, bem como seus departamentos de varejo e recursos humanos, de acordo com o Times.

A empresa ainda não definiu um número específico de cortes de empregos, embora demitir 10.000 pessoas represente cerca de 3% de seu quadro de funcionários corporativos e menos de 1% de sua força de trabalho global de 1,5 milhão.

Shein avança em modelo no país, cria taxa de 10% e reforça logística

Plataforma iniciou neste ano venda de produtos nacionais.

Beneficiada pelo “boom” de plataformas estrangeiras no Brasil, especialmente asiáticas, que vendem milhares de produtos baratos, a Shein dá novos passos para estruturar sua operação no país.
Em busca de um modelo mais sustentável em termos financeiros, o Valor apurou que a empresa informou aos seus vendedores, em outubro, o início de cobrança da taxa de comissão de 10% sobre o valor da venda. A plataforma, que não cobrava nada até então, confirmou a mudança.

Outra movimentação ocorre na logística, com ampliação de áreas de atendimento a lojistas e acordos locais. Para reduzir a dependência dos Correios – caminho já adotado há anos por Mercado Livre e Shopee – a plataforma vem trabalhando há alguns meses com as operadoras Sequoia e JadLog, apurou o Valor.
Outra empresa que vem reforçando a distribuição é a Anjun, mas esta (muita utilizada pelos marketplaces asiáticos no país) faz o envio já a partir da China. Todos os produtos importados que a Shein vende aqui vêm de avião.

“Estamos avaliando as melhores opções logísticas dependendo da região. Para prazo menor, o custo será maior, e vice-versa, então há escolhas a fazer. Hoje são 14 dias desde produção na Ásia e distribuição aqui, e mais até duas semanas para a entrega. Podemos ser mais rápidos”, disse Felipe Feistler, gerente-geral da Shein desde junho.

Nessa “fase de ajustes” da operação, Feistler deixa em aberto outras adaptações, na taxa de comissão, agora em 10%. “Vamos avaliar se manteremos nessa faixa ou se segmentaremos [por categoria]. Passamos a cobrar, mas ainda somos competitivos, há taxas de mais de 20% e plataformas que cobram mais de uma taxa”. Parte dessas empresas, porém, oferece serviços ao lojista, como linhas de crédito, armazenagem e publicidade, algo que a Shein não explora.

A mudança reflete a necessidade de adaptar a estrutura ao aumento de custos internos, passada a pandemia e com a escalada inflacionária no setor. Desde dezembro de 2021, Magazine Luiza, Via, Americanas, Shopee fizeram algum repasse de custos no on-line.

O grupo ainda abriu, neste ano, a venda no site e “app” de produtos de lojistas nacionais, e aumentou contatos com fabricantes locais, para verificar se a cadeia fabril comportaria maior produção.

O projeto começou a ganhar corpo no começo do ano, mas decolou neste semestre, dizem fontes. A intenção é complementar a oferta com lojas brasileiras – mas o negócio deve continuar um site majoritariamente de itens asiáticos, pelos preços agressivos e alta variedade.

Há roupas femininas no “app” a partir de R$ 11. O cadastro de vendedores começou por São Paulo, dizem lojistas ouvidos e contatados pela Shein, em bairros como Brás e Bom Retiro. Vendedores também vêm testando uso de pontos de envio de produtos, espécies de pequenas agências de despacho em galerias nesses bairros.

Um segundo passo será a coleta dos produtos diretamente nos lojistas mais relevantes em vendas – algumas lojas de São Paulo vêm sendo informadas que isso será possível em 2023. “Eles querem lojas que tenham maior estrutura para atender em prazos curtos. Pegam muitos dados, fotografam até estoques”, diz um vendedor procurado pela equipe da Shein.

A respeito desse movimento de busca da indústria e do varejo local, Feistler diz que a modelagem no país difere da asiática, mesmo seguindo medidas padrão. E que há vendedores no país competitivos. Mas lembra que o modelo operacional da Shein na Ásia é difícil de ser superado. A indústria e o varejo têxtil no país passaram por diferentes crises, o que teve efeito no negócio. “Lá fora, nós produzimos e distribuímos no período de 10 a 14 dias, versus até 90 dias [no Brasil]”, diz. São mais de 6 mil fornecedores asiáticos da Shein, empresa sediada em Cingapura, segundo a imprensa da região.

“Nosso sistema de não carregar estoque e só produzir depois que a coleção começa a vender reduz em 20% a 30% o custo de produção. Em vez de fazer 10 mil peças e estocar, são fabricadas 200. Aí se vender, escalamos”. Especialistas dizem que esse foi um dos “pulos do gato” da Shein, fundada em 2008 – diferentemente da Forever 21, que não seguia esse sistema de “travar” estoque, passou a queimar muito caixa e quebrou.

Outro caminho envolve a abertura de mais lojas temporárias no país, como a aberta no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo, em novembro. A unidade operou por cinco dias, causando grande exposição para a marca, e gerando filas por horas. Para 2023, serão, no mínimo quatro lojas do tipo – Belo Horizonte, e alguma praça do Nordeste estão na lista.

Ao colocar um nome da marca num espaço físico, a Shein quer dizer à consumidora que não existe apenas no mundo digital e derrubar a resistência de clientes que não usam a plataforma pelo receio da qualidade dos produtos e do risco de falhas na entrega – os dois obstáculos centrais do modelo de operação de plataformas asiáticas no país. Sobre essa questão da qualidade – há “memes” nas redes comparando as roupas nas modelos do site com as entregues – Feistler diz que “a percepção geral de Shein globalmente é de que são itens de qualidade”.

Com exceção da iniciativa em lojas, é um caminho muito parecido com o que a rival Shopee tomou por aqui de um ano e meio para cá. Feistler esteve de 2019 a 2022 na Shopee, na área de desenvolvimento e de comércio on-line para América Latina. Em ambas as empresas, as ações são mapeadas e testadas discretamente. A partir de 2023, devem começar a ser mais comunicadas ao mercado.