Como a gestão pode ajudar as entregas no e-commerce.

O comércio eletrônico é um modelo de negócios em que pedidos pequenos – a maioria de um produto apenas – são vendidos a muitos consumidores localizados nos mais diversos pontos. Isso traz um grande desafio às operações de comércio eletrônico: fazer entregas fracionadas, com frequências incertas e pulverizadas, tendo lucro.

Ainda que esse formato seja vantajoso para os prestadores de serviços em logística, para as lojas virtuais esse cenário traz a necessidade de gerenciamento rigoroso com os custos de transporte. Uma equação complicada: ter o menor custo possível, sem comprometer a margem de lucro e evitar a queda no índice de conversão de vendas.

Uma boa gestão, guiada com o auxílio da tecnologia, pode ajudar e muito as operações de e-commerce. Saiba mais neste artigo.
O relatório Webshoppers, da Ebit/Nielsen, mostra que, em 2020, três de cada dez consumidores que fizeram alguma reclamação sobre compras online indicaram o prazo de entrega como motivo da queixa. Quando a reclamação era sobre frete grátis, a taxa foi de 5,9% do total de insatisfações. Já quando o frete não era gratuito, esse número foi de 15,7% do total de reclamações sobre lojas virtuais. Isso apenas comprova que o valor do frete é um elemento decisivo na decisão de compra.

Portanto, é fundamental para as operações de e-commerce colocar em prática estratégias que visem a oferecer fretes com o máximo custo-benefício. Essas estratégias envolvem uma boa dose de gestão e, é claro, auxílio da tecnologia. Vamos entender como.

Mix de transportadoras
A primeira iniciativa é, naturalmente, pensar nos fornecedores de transporte. Contratar e gerenciar essas parcerias é importantíssimo. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Brasil tem hoje cerca de 700 mil transportadores, entre empresas e autônomos. Dessa forma, o vendedor virtual chega a uma encruzilhada: ter poucas transportadoras, o que facilita o gerenciamento e dá mais poder de negociação, ou trabalhar com muitos fornecedores, o que otimiza preços e prazos, mas torna a gestão mais complexa?

Nesse ponto, você deve estar se lembrando dos Correios, certo? É natural, pois é a empresa que executa aproximadamente 45% das entregas no país (dados de 2020), contudo é limitada em entregas de grandes volumes ou do tipo expressas, o same day/same hour delivery. Os Correios, apesar disso, devem fazer parte da estratégia, especialmente nas entregas para localidades muito distantes.

Um bom caminho é ter transportadoras adequadas ao mix de produtos trabalhados pela operação. Correios para volumes pequenos, transportadoras especializadas em grandes volumes e mais uma ou duas opções para entregas expressas.

Escolha dos parceiros
Há critérios importantes para a escolha das transportadoras parceiras. São pontos que ajudam o vendedor a decidir pela contratação ou mesmo deixar de trabalhar com um fornecedor.

O primeiro deles é o custo. Diversas variáveis impactam o custo do frete: peso e dimensão dos pacotes, quantidade de produtos, valor na nota fiscal, distância, problemas de trajeto e acesso. Assim, deve-se verificar a credibilidade da transportadora, quão próxima ela está do CEP de origem e dos principais CEPs de destino, verificar se as tabelas de frete para o perfil da operação são condizentes e analisar outros fatores que possam interferir nesse curso.

O segundo é a aderência. Significa avaliar se o parceiro tem a estrutura necessária para fazer as entregas que a loja virtual precisa. Ver itens como: veículos apropriados para os tipos de produtos, capacidade de atender períodos de pico (como a Black Friday), franquia de volumes e taxas por ultrapassar essa franquia, tecnologias de rastreamento, seguros nas viagens, abrangência de atuação, entre outros.

O terceiro é a confiança, talvez o mais importante. Aqui, o empresário deve avaliar se a transportadora tem um bom nível de comprometimento. Itens como SLA, aumentos sazonais, faturamento mínimo mensal ou por coleta e limites de capacidade devem constar em contrato.

Negociando com transportadoras
Antes de contratar uma transportadora parceira, é interessante que o lojista compartilhe com ela algumas características de sua operação, como local de coleta, ticket médio das notas fiscais, rotas mais demandadas, média de remessas por mês, perfil dos compradores (B2B ou B2C), peso médio e dimensões dos pacotes e representatividade de cada estado, cidade ou CEP no total dos pedidos.

O lojista também deve entender as tarifas cobradas pela transportadora. As principais costumam ser frete-peso (despesas administrativas), frete-valor (cobertura de gastos com avarias e acidentes, custo de equipamentos especiais de carga/ descarga, seguros obrigatórios etc.) e taxas complementares (pedágios, tributos, tarifas de armazenagem etc.).

Outros itens como taxas de despacho, taxa de coleta e fator de cubagem também devem ser detalhados pelo fornecedor.

Tecnologia
Boa gestão conta com apoio de ferramentas e softwares. Do lado do vendedor, a principal é o ERP, sistema que dá apoio às informações de cada entrega e rastreamento. Para as transportadoras, é importante contar com sistemas de radiofrequência (RFID) nos pacotes, sistema de gestão de transportes (TMS) – software usado para otimizar a atividade de transporte como um todo -, roteirizador de entregas e coletas – sistema que planeja rotas mais eficientes e econômicas -, e sistema de gestão de entregas, solução que monitora as entregas e a produtividade da frota.

Nem sempre as transportadoras terão todas essas tecnologias, mas tendo algumas já é um diferencial. Esses pontos ajudam muito o vendedor on-=line a tornar o frete um aliado e não um obstáculo às vendas. Dá trabalho, contudo é um dos caminhos para o crescimento da operação, menos abandono de carrinho e mais vendas.

Estudo prevê criação de cerca de 170 mil vagas em logística nos próximos três anos.

De acordo com a pesquisa, crescimento da área e procura por profissionais é um reflexo da expansão do e-commerce no Brasil; cenário positivo ressalta também a necessidade de capacitação.

Perspectiva positiva para os profissionais da área de Logística. De acordo com o estudo do Observatório Nacional da Indústria, a projeção para os próximos três anos é de que sejam criadas cerca de 170 mil novas vagas no setor.

Segundo a pesquisa, a área está aquecida por causa da expansão do e-commerce. O levantamento CupomValido apontou que o Brasil é o primeiro no ranking dos países em que o comércio eletrônico mais cresce. Por aqui, a expectativa é que o ano de 2022 encerre com uma alta de 22,2%.

Apesar dos impactos da pandemia, o transporte segue em recuperação nos últimos dois anos e foi um dos destaques no desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) de 2021. Considerando o resultado anual, o carro-chefe da logística brasileira cresceu 11,4% em 2021 – contra 4,6% do PIB geral – em relação a 2020.

Outro dado relevante veio do Banco Nacional de Empregos (BNE): de acordo com a plataforma, no ano passado houve aumento de 37% em vagas abertas para profissionais da área de transporte.

Aumento da Demanda Exige Capacitação
Junto às projeções positivas para o setor vem a necessidade por capacitação. “A fim de alcançar uma vaga, o profissional precisa se especializar e se aperfeiçoar na área”, explicou o gerente administrativo do Cebrac, Thiago Busignani.

Esse aperfeiçoamento vai além de elementos técnicos da área. Segundo o Fórum Econômico Mundial, algumas das habilidades mais importantes nos profissionais até 2025 serão raciocínio lógico, inteligência emocional, criatividade e capacidade de resolução de problemas. O estudo também cita skills como controle de tecnologias, experiência de usuário, foco no cliente e inovação.

PRODUTIVIDADE: 15 SOLUÇÕES PARA REDUZIR O TEMPO DO PROCESSO LOGÍSTICO

Diante do cenário econômico atual, as empresas de logística e distribuição buscam soluções para reduzir custos, melhorar prazos e aumentar a qualidade dos produtos e serviços.

Além da modernização e automação do processo logística, que traz mais agilidade. Afinal, processos logísticos longos e demorados prejudicam os negócios e comprometem, inclusive, a imagem e a sobrevivência das empresas.

Portanto, para melhorar a gestão, a Buonny listou dicas importantes para fazer a diferença no dia a dia. Confira:

Identificar fornecedores com capacidade de se ajustar aos prazos da empresa e comprometidos com a entrega ágil dos insumos.
Aprimorar o controle e a gestão de estoques conforme a previsão de demandas e a capacidade produtiva.
Investir em ferramentas para agilizar a comunicação entre os envolvidos no processo logístico e qualificar os dados disponibilizados.
Utilizar métodos de análise capazes de identificar pontos fortes e fracos da operação, a fim de priorizar os investimentos na solução dos principais gargalos da cadeia de suprimentos.
Considerar as demandas, necessidades e particularidades do processo logístico e dê atenção diferenciada a cada uma delas.
Automatizar as atividades operacionais, otimize os fluxos internos e dedique mais tempo à inteligência do processo logístico.
Agilizar a tomada de decisões com base em informações precisas, confiáveis e obtidas em tempo real.
Capacitar fornecedores e profissionais envolvidos no processo logístico.
Definir metas e objetivos claros, estabelecendo parâmetros para o acompanhamento do processo logístico.
Manter atualizados os dados sobre a necessidade de insumos, prazos de produção e entrega, estoques disponíveis e logística de transporte.
Apostar em sistemas de roteirização, gestão de armazém, gestão de frotas, controle de entregas e gerenciamento de riscos.
Fazer a integração de sistemas de forma a facilitar a interface entre todas as áreas da empresa que influenciam, de alguma forma, no processo logístico.
Pesquisar a opinião dos clientes e mensure o nível de satisfação sobre a qualidade dos produtos, reposições, prazos de entrega e preços.
Monitorar os transportes, que assim como a qualidade das mercadorias é uma das etapas de maior influência na satisfação dos clientes. Confira se as entregas estão no prazo, se a mercadoria é entregue sem avarias e se a frota recebe a manutenção necessária.
Apostar em inovação e tecnologias que reduzam os gargalos e aumentem a performance logística. A tecnologia ajuda na criação de um ambiente competitivo.

Lucro da empresa chinesa de comércio eletrônico JD cresce mais de cinco vezes no 2º tri

A receita líquida aumentou 5,4%, para 267,60 bilhões de yuans, impulsionada por um aumento de 22% na receita líquida de serviços, enquanto a receita líquida de produtos aumentou 2,9%.

A empresa de comércio eletrônico chinesa JD registrou um aumento de mais de cinco vezes no lucro líquido do segundo trimestre, para 4,38 bilhões de yuans (US$ 639,5 milhões), de 794 milhões de yuans no mesmo período do ano anterior.

O lucro operacional somou 3,8 bilhões de yuans, acima dos 300 milhões de yuans no segundo trimestre do ano passado. A receita líquida aumentou 5,4%, para 267,60 bilhões de yuans, impulsionada por um aumento de 22% na receita líquida de serviços, enquanto a receita líquida de produtos aumentou 2,9%.

As contas anuais de clientes ativos cresceram 9,2% para 580,8 milhões nos 12 meses encerrados em 30 de junho, em comparação com 531,9 milhões nos 12 meses encerrados em 30 de junho de 2021.

“Ficamos satisfeitos em registrar um crescimento superior que ultrapassou o setor durante um período desafiador, bem como lucratividade e fluxo de caixa saudáveis”, segundo o diretor financeiro da JD.com, Sandy Xu, em comunicado.

Amazon acelera plano e abre 11 centros de distribuição em 2 anos

Menor do que as rivais no Brasil, companhia planeja seguir ampliando a estrutura de logística.

Gigante do comércio mundial, perde apenas para Walmart, a maior varejista do mundo, a Amazon investiu nos últimos dois anos no Brasil para ampliar sua participação no mercado brasileiro. A companhia passou, desde 2020, de um para 12 o número de centros de distribuição no país, com tamanhos entre 30 mil e 50 mil metros quadrados. A logística, apontam especialistas, ganha mais importância na atuação do varejo, diante de um consumidor que quer receber suas compras em prazos cada vez menores.

Mesmo com a expansão, o número de unidades da Amazon é menor que o de concorrentes, que chegam a ter 30 centros, como é o caso da Via (dona de Casas Bahia e Ponto). A Americanas S.A. (Lojas Americanas e B2W Digital) tem 25 de centros de distribuição, enquanto o total da Magazine Luiza é de 24. Mercado Livre tem 10.
Muitos varejistas também apostam no modelo “cross-docking” – um galpão menor para redirecionamento de entregas dentro da própria rede, como um entreposto. Ou ainda no uso de lojas físicas como “mini-hubs” de distribuição, não apenas de produtos próprios (1P, no jargão do setor), mas também de terceiros (conhecidos como “sellers”, no chamado 3P) – caso do Magazine Luiza.

Ao contrário do mercado mundial, onde é vice-líder, a Amazon ainda tem desempenho no Brasil muito aquém dos rivais, segundo estimativas de mercado. Ranking da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) dos maiores “marketplaces”, plataformas on-line que comercializam produtos próprios e de terceiros, aponta a Amazon como sexta colocada, com R$ 3,832 bilhões de mercadorias vendidas em 2021. O valor não inclui as vendas de terceiros. Se consideradas essas outras vendas, o número estimado sobe para R$ 10 bilhões, de acordo com a consultoria Varese Retail.

Ainda assim, são cifras menores do que as das primeiras do ranking: Mercado Livre (R$ 68 bilhões), Americanas S.A. (R$ 42,195 bilhões), Magazine Luiza (R$ 39,751 bilhões) e Via (R$ 26,423 bilhões).
Sem revelar valores de investimentos nem de receita, Ricardo Pagani, líder de Operações da Amazon no Brasil, diz que foram feitos “investimentos importantes” e que a empresa está apenas no início de sua atuação no Brasil. Embora tenha chegado em 2012, inicialmente vendendo apenas livros digitais e o Kindle (leitor), a ampliação da oferta de produtos e categorias foi gradual. Os livros físicos começaram a ser vendidos em 2014, depois vieram os itens em parceria com terceiros (“sellers”) e só em 2019 passou a adquirir produtos para revenda e vender dispositivos como a assistente virtual Alexa.
Atualmente, a Amazon tem uma variedade de 50 milhões de produtos à disposição dos clientes, em 30 categorias.

“Assim como em outros mercados, a Amazon está no Brasil com uma visão de longo prazo. Estamos construindo uma operação de forma sustentada. São investimentos importantes feitos agora, inicialmente com um horizonte de retorno de cinco a dez anos”, afirma. Pagani minimizou a disputa por uma posição de liderança no Brasil e reforçou que é possível avaliar a posição de cada concorrente em diferentes categorias. No caso de livros vendidos pelo canal on-line, por exemplo, a Amazon está na dianteira.
Os investimentos em centros de distribuição, segundo o executivo, estavam previstos antes da covid-19 chegar ao país, mas foram acelerados durante a pandemia.

Cinco dos 12 centros estão na cidade de Cajamar (SP), dois em Cabo de Santo Agostinho (PE), um em Nova Santa Rita (RS), um em São João de Meriti (RJ), um em Santa Maria (DF), um em Betim (MG) e o outro em Itaitinga (CE). Cada um deles leva o nome do aeroporto mais próximo. Os de Cajamar, por exemplo, são GRU5 ou GRU8, em referência ao aeroporto de Guarulhos.

A Amazon pretende continuar a investir em novos centros de distribuição. A ideia é também ampliar o número de estações de entrega, que hoje são cinco: (três em São Paulo, além de Rio de Janeiro e Minas Gerais). As unidades respondem pela “última milha” da operação, que é a etapa final até o consumidor, e funcionam em determinadas situações.

A logística, diz o fundador e diretor da 360Varejo, Luiz Claudio Dias de Melo, é a bola da vez do varejo, e exige investimentos elevados. Um sinal da preocupação da Amazon com as entregas, segundo ele, é a compra recente de 10% da Total Express, empresa de logística e distribuição.

Só que a Amazon chegou depois nessa ofensiva do varejo em ampliar centros de distribuição no Brasil, observa Melo, que diz que a companhia enfrenta “um campo minado”. Enquanto domina o mercado americano, no Brasil enfrenta concorrentes maiores e à frente em termos de estrutura logística: “Esse movimento que a Amazon faz é tardio. O mercado é bastante ocupado e ‘minado’. Os investimentos dos grandes operadores vêm ocorrendo há anos”, diz ele.

A avaliação da chegada tardia é compartilhada pelo sócio e fundador da consultoria Varese Retail, Alberto Serrentino, que aponta uma escalada agressiva da varejista fundada por Jeff Bezos. “A Amazon começou depois, está se estruturando, mas vem escalando muito agressivamente, com investimentos pesados, com muitos ‘fulfillment centers’ “, diz Serrentino.

O especialista em varejo faz referência a centros que recebem os itens, estocam, embalam e despacham o produto, além de atender o cliente quando há alguma reclamação depois de ter recebido a encomenda. No caso do centro de Cajamar (GRU8), onde há operações de marketplace, também oferecem este tipo de serviço a terceiros que usam a plataforma. Os centros de distribuição que a Amazon está montando no país “vão dar a infraestrutura e a musculatura para melhorar o nível de serviço e a capacidade de prestar serviços de logística para os ‘sellers’, que é a fortaleza deles nos Estados Unidos”.

Um dos caminhos para a empresa ampliar a base de clientes no Brasil, diz Serrentino, é o programa Prime, que prevê entrega grátis para uma gama de produtos, independente do valor, e o Prime Video, que é o serviço de “streaming”.

Procuradas para comentar sobre o avanço da Amazon no Brasil, Mercado Livre, Americanas S.A., Magazine Luiz e Via preferiram não responder, mas deram indicadores sobre os prazos de entregas, um dos parâmetros nessa disputa pelo consumidor.

Segundo o diretor executivo de Logística da dona de Casas Bahia e Ponto, Fernando Gasparini, mais de 15% das entregas da empresa são feitas atualmente no mesmo dia da compra e mais de 40% dos produtos chegam no prazo de 24 horas. Na Americanas S.A., 61,2% das entregas são feitas em 24 horas, sendo 40% realizadas em apenas três horas, segundo dados do segundo trimestre do ano.
No Magazine Luiza, 80% dos pedidos de produtos próprios (ou seja, sem considerar os “sellers”) são entregues em até 48 horas, sendo uma parcela “importante” em até 24h, de acordo com a empresa.

A própria Amazon não divulga esses números, mas revela que, pelo Amazon Prime, o frete grátis em até um dia está em 100 cidades e o de dois dias, para mais de 1 mil municípios.

Perspectivas do varejo para o segundo semestre e os desafios para 2023

Não é novidade o quanto as transformações digitais têm gerado impacto no setor varejista. A aceleração do e-commerce, por exemplo, indica um novo caminho para o setor e reforça a importância da diversificação dos canais de venda e atendimento ao cliente.

A preocupação com o atendimento humanizado, processo de logística inteligente, integração dos processos de venda e jornada de compras otimizada são rotinas cada vez mais comuns para as PME’s. Mas o que tudo isso tem em comum? A tecnologia. Empresas mais conectadas, receptivas à novas tecnologias e abertas a descobrir e adotar novas soluções tendem a se destacar.

Os reflexos da crise sanitária causada pela pandemia da covid-19 ainda impactam consideravelmente a economia brasileira, principalmente os setores da indústria e do varejo, que se viram obrigados a rever os seus modelos de negócio para atender às novas necessidades do mercado.

A migração do analógico para o digital foi antecipada sem aviso prévio. Empresas de diversos setores passaram a repensar seus espaços de trabalho e novos hábitos de consumo surgiram, com novas necessidades e desafios.

O contexto, apesar de desafiador, indica um cenário de oportunidades. A boa adesão às compras online deu suporte para as empresas que experimentaram o comércio online pela primeira vez, o que manteve as vendas aquecidas durante o isolamento social.

No entanto, a maior mudança ocorreu no varejo físico. As lojas físicas nunca estiveram tão conectadas com os canais online. Existe uma sinergia promissora entre o digital e o analógico, o que permite que as empresas mais afastadas dos grandes centros urbanos possam ganhar agilidade e visibilidade, sem deixar de lado a experiência de venda mais consultiva, característica do ambiente físico.

Pequenas e médias empresas, que se apoiam no regionalismo e na proximidade dos seus consumidores alvo, estão mais adeptas às novas tecnologias. O que se vê é a adoção de novas práticas no varejo local, como a venda e o atendimento por aplicativos, redes sociais e outros meios digitais, entregas por delivery e a possibilidade de comprar online e retirar na loja, por exemplo.

Por outro lado, essa mudança de perspectiva traz consigo alguns desafios. Uma consequência da diversificação dos canais de venda (física e online) é o aumento da demanda, o que exige um controle ainda maior das vendas e estoque.

Esse controle possibilita ter acesso a dados extremamente valiosos, como os padrões de consumo e sazonalidade, por exemplo, que não só aumentam as vendas como melhoram as margens, reduzem custos com desperdícios e maximizam o lucro.

Além disso, a alta adesão às plataformas digitais e o crescente compartilhamento de dados online impulsionou os chamados crimes cibernéticos. As empresas que atuam em ambiente digital devem estar preparadas para garantir a privacidade e a segurança de dados de seus clientes.

As empresas devem, portanto, estar preparadas para oferecer experiências satisfatórias tanto no físico como no online e de forma integrada, seja para controles de estoque, atendimento assíncrono ou acesso às informações de clientes em qualquer unidade e canal. O uso de ferramentas e sistemas personalizados podem contribuir para um processo de venda integrado e multiplataforma.

Todos os pontos levantados não seriam viáveis sem a possibilidade de contar com parcerias estratégicas. O pequeno varejista deve contar com parceiros que facilitem a digitalização e integração dos processos de venda e gestão de suas empresas, com segurança e de forma descomplicada.

Em 2023, o desafio está em buscar alternativas em gestão empresarial que otimizem os custos transacionais e logísticos envolvidos no cotidiano dos pequenos e médios empresários, proporcionalmente sustentável ao processo de recuperação econômica e financeira do País nos próximos anos.

Americanas anuncia parceria com Google com foco em coinovação

A Americanas S.A. e o Google Cloud, o braço de tecnologias de nuvem do Google, anunciaram na sexta-feira (19) uma parceria estratégica de longo prazo, com foco em coinovação. Esta é a primeira parceria do tipo com um varejista no Brasil e tem como objetivo gerar novas oportunidades de negócios e trazer ganhos de eficiência.

Com a parceria pretende-se atingir o que se chama de “hiper personalização” por meio do uso de dados. Isso fará com que os consumidores encontrem os produtos que querem com maior facilidade, e recebam recomendações mais apropriadas da plataforma.

Outro ponto da parceria é que, com a Inteligência Artificial e Machine Learning do Google Cloud, a Americanas S.A. habilitará uma análise de dados em tempo real.

Por fim, a Americanas irá investir em soluções do Google Cloud que permitem prever a demanda e controlar o estoque para tomar decisões em tempo real, trazendo maior visibilidade sobre a cadeia de suprimentos. A varejista também vai agilizar o processo de entrega com uma solução que otimiza a última milha, atuando diretamente no planejamento dos operadores de logística e resolvendo solicitações de planejamento de rota mais rapidamente.

“Somos uma multiplataforma de inovação tecnológica e atuamos de forma ágil, com análise de dados que sustentam nosso planejamento e antecipação de cenários para gerar a melhor experiência de consumo para todos os nossos clientes. Esta parceria estratégica com um player com tanta experiência em seu campo de atuação vai nos trazer ainda mais oportunidades, não só de eficiência, mas também de inovação em novos modelos de negócios”, explica Márcio Cruz, CEO de plataforma digital da Americanas S.A.

“Empresas de todos os segmentos já começaram ou vão entrar em uma jornada de disrupção para se tornarem empresas de tecnologia. E o Google Cloud tem sido um importante aliado, atuando como parceiro de negócio e disponibilizando inovadoras tecnologias desenvolvidas por anos no Google para ajudá-las a alavancar a transformação digital, trazer inovação para todas as etapas de suas cadeias de valor e criar melhores experiências para os clientes”, explica Eduardo López, Presidente do Google Cloud para a América Latina.

Dona da Shopee eleva prejuízo no 2º trimestre; receitas no Brasil sobem 270%

Por conta do cenário macroeconômico incerto, a Sea suspendeu suas metas de receitas para comércio eletrônico no ano.

A Sea, controladora da Shopee, registrou prejuízo líquido de US$ 569,8 milhões no segundo trimestre de 2022, piorando em 77,4% as perdas na comparação anual, com alta de 52,3% na despesas operacionais. As receitas entre abril e junho somaram US$ 2,94 bilhões, alta de 29% sobre o mesmo período de 2021.

No segmento de comércio eletrônico, as receitas subiram 75,6% em um ano, a US$ 1,75 bilhão. A companhia destaca que o volume bruto de mercadorias (GMV) da Shopee subiu 27,2% em um ano, a US$ 19 bilhões. No Brasil, as receitas subiram mais de 270% em um ano.

Já o prejuízo operacional da Shopee subiu de US$ 579,8 milhões há um ano para US$ 648,1 milhões no segundo trimestre.
“Nossos resultados robustos no trimestre refletem a continuidade do nosso progresso em aumentar eficiência e fortalecimento do nosso ecossistema”, diz Forrest Li, diretor-presidente da Sea, em nota.
Por conta do cenário macroeconômico incerto, a Sea suspendeu suas metas de receitas para comércio eletrônico no ano. A empresa diz que os esforços vão ajudar a companhia a capturar oportunidades de crescimento de longo prazo.

O segmento de entretenimento digital da Sea, que tem como principal produto o jogo para celular “Free Fire”, registrou queda de 12,1% nas receitas, a US$ 900,2 milhões. Houve queda de 14% na base de usuários ativos, a 619,3 milhões. A porcentagem de usuários que utilizam dinheiro no jogo caiu de 12,7% para 9,1%.

Logtech brasileira é finalista em concurso mundial da Coca-Cola

A startup brasileira Easy Pallet foi finalista no System Productivity Challenge, um concurso mundial de inovação e produtividade realizado pela The Coca-Cola Company em Atlanta (EUA). Entre os 180 projetos submetidos por diversas empresas do mundo, a solução apresentada pela Easy Pallet ficou entre as 10 primeiras colocações. O projeto foi submetido pelo grupo Solar Coca-Cola, juntamente com a Brasal Refrigerantes.

A logtech foi idealizada para automatizar o processo de picking em centros de distribuição. Por meio da solução, os gestores substituem o uso de papel e planilha por smartphones e tablets para realizar todo o fluxo da operação de picking, desde a montagem, conferência e empilhamento até a liberação dos veículos.

Com o algoritmo de ordenação, é possível dividir os produtos em camadas e entregar aos montadores a melhor ordenação para montagem. Além disso, a solução conta com integração de dados com grandes sistemas, como, por exemplo, o SAP na Coca-Cola.

“Estamos muito orgulhosos e felizes pela confiança em nosso trabalho e por nossa solução ter atingido o top 10 em esfera internacional no tema inovação e produtividade dentro da Coca-Cola, o trabalho em equipe e a superação fez com que chegássemos até aqui”, comentou Jadson Salomão, fundador e CEO da Easy Pallet.

“Acreditamos no Easy Pallet desde a primeira apresentação”, destacou o especialista em Planejamento Logístico da Solar Coca-Cola, Rafael Fernandes. “A área de picking das nossas fábricas e CDs era um território sem tantos indicadores e controles pela dificuldade de digitalizar o processo. O Easy Pallet veio para estabelecer isso para a a companhia. Agora, temos processos bem definidos, indicadores em tempo real e tecnologia na operação, tudo isso com a visão de sustentabilidade.”

Ranking SBVC 2022 mostra a importância do e-commerce e da digitalização para o varejo

O SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) acaba de apresentar o relatório das 300 maiores empresas de varejo brasileiro de 2021. E, de acordo com o Ranking SBVC 2022, o grupo teve um crescimento de dois dígitos em seu faturamento pelo segundo ano consecutivo. Em 2021, portanto, o faturamento consolidado das empresas deste Ranking foi de R$ 892,426 bilhões. Ou seja, uma alta de 12,22% em relação aos dados das 300 maiores do ano anterior — que, por sua vez, havia avançado 13,07% sobre as varejistas listadas na edição 2020. Considerando apenas as 209 empresas que divulgaram seus faturamentos brutos em 2021 e 2020, o crescimento anual foi de 13,17%.

Segundo Ranking SBVC sobre o varejo, três setores se destacam na lista dos maiores e-commerces brasileiros em faturamento: Eletromóveis, Moda e Drogaria / Perfumaria. Com isso, as maiores empresas continuam apresentando índices de crescimento consistentes, acima da inflação oficial medida pelo IBGE. Em 2021, as vendas das 300 maiores ficaram em linha com o crescimento apontado pelo IBGE para o Varejo Restrito (13,9%) e abaixo dos 18% de expansão do Varejo Ampliado (que insere o setor automobilístico, que não é incluído neste Ranking).

Conversamos com Ronald Nossig, vice-presidente da SBVC, sobre o poder do e-commerce dentro do ranking. “O e-commerce ainda está longe de todo o seu potencial, mas pode-se dizer que ele é fundamental para as empresas em geral. Afinal, a jornada de compra já começa por ele e, com o incremento gradual da tecnologia 5G, acredito que haverá um aquecimento ainda maior do setor e uma oportunidade de crescimento ainda mais efetiva”.

Os líderes do e-commerce
Assim como aconteceu nas duas edições anteriores do Ranking SBVC, a líder nacional em vendas online é o Magazine Luiza. Com R$ 26,688 bilhões, teve um crescimento de 28,4% em relação a 2020 e o equivalente a 62,73% do faturamento bruto da empresa. Para que se tenha uma visão mais clara da expansão digital da empresa, em 2019 o seu e-commerce movimentou R$ 9,336 bilhões — um crescimento de 185,86% em dois anos. Portanto, no recorte do estudo (e se fosse uma companhia isolada), o “Magalu.com” seria a 7º maior varejista do país.

A vice-liderança digital, por sua vez, mudou de mãos. A Americanas, 3ª colocada em 2020, subiu uma posição ao aumentar suas vendas online em 41,9%, para R$ 19,107 bilhões, o equivalente a 59,36% do faturamento da companhia. A evolução digital da empresa nos últimos anos é notável, pela integração da antiga B2W (Submarino, Americanas.com, Shoptime) e uma forte atuação omnichannel, tanto com click & collect quanto com ship from store. O pódio do e-commerce brasileiro se completa com a Via, cujas vendas online avançaram 22,9% em 2021 e chegaram a R$ 16,825 bilhões, ou 44% do faturamento total da companhia.

Enquanto essas três empresas concorrem intensamente em um posicionamento generalista no e-commerce, com vendas multicategorias, as empresas que as seguem no top 10 do e-commerce possuem atuação segmentada. Raia Drogasil, Grupo Boticário, Grupo SBF, Lojas Renner, Burger King, C&A e Arezzo&Co mostram que existem grandes oportunidades nos mais variados setores do varejo. O consumidor entende, aceita e gosta da experiência de compra online. Portanto, varejistas que se posicionarem bem nessa arena, especialmente com operações omnichannel bem definidas e altamente eficientes, continuarão a se destacar.

O poder do digital para o varejo
Somadas, as cinco maiores empresas em volume de vendas online do país alcançam R$ 70,772 bilhões. Neste caso, equivale a 38,73% das vendas totais do e-commerce brasileiro, estimadas em R$ 182,7 bilhões pela Ebit | Nielsen. O número também representa 7,93% das vendas das 300 maiores varejistas brasileiras (eram 3,98% há dois anos).

Três setores se destacam na lista dos maiores e-commerces brasileiros em faturamento: Eletromóveis, Moda e Drogaria / Perfumaria. Representantes desses segmentos somam 13 dos 20 maiores e-commerces do país, refletindo a grande relevância desses setores nas vendas online e a primazia no varejo omnichannel.

A participação do online no faturamento das maiores varejistas brasileiras tem grande variação, refletindo níveis de maturidade digital diferentes. Uma direção, porém, é clara: o digital vem se tornando cada vez mais importante para impulsionar o relacionamento com o cliente, as vendas e os resultados das empresas. “Porém, é preciso alinhar o discurso ao que o consumidor necessita. Ao oferecer uma entrega rápida, é preciso cumprir com a oferta, pois o cliente irá avaliar a empresa inclusive por isso. Minha segunda dica é: seja bom naquilo que você oferece, e isso vale para produto, garantia de entrega, atendimento, meios de pagamentos… Não estamos falando de reinventar a roda, mas de ter esses pilares sempre alinhados para fidelizar os clientes, independente do tamanho que for o negócio”, diz Nossig.

Aceleração digital nas maiores empresas do varejo
A manutenção do ritmo de expansão das 300 maiores do varejo mostra que o setor encontrou alternativas para continuar próximo dos consumidores. Essas empresas vêm se mostrando referências na aceleração da transformação digital dos negócios. Parte disso é mérito à uma gestão mais profissional, cultura mais inovadora e acesso facilitado a recursos financeiros e tecnológicos.

As cinco maiores empresas do varejo brasileiro somaram um faturamento bruto de R$ 239,761 bilhões, o equivalente a 26,86% do faturamento total das 300 maiores. Na comparação com a edição anterior do Ranking, a concentração nas Top 5 do varejo caiu 0,4 ponto percentual. Já os 10 maiores varejistas somam R$ 353,461 bilhões, ou 39,6% do faturamento total das 300 maiores — e 0,8 ponto percentual abaixo da edição passada.

Alguns fatores explicam a diminuição da concentração no varejo brasileiro. Entre eles, a aceleração da digitalização do varejo como um todo foi de suma importância. Se no início da pandemia os maiores varejistas, mais avançados na transformação digital, se beneficiaram, em 2021 foi a vez de um grupo muito maior de empresas colher os frutos de suas estratégias.

Ajuda dos marketplaces
Foi a partir dos marketplaces, da aceleração das vendas no e-commerce e do amadurecimento de alternativas omnichannel (click & collect e ship from store) que empresas além do top 10 puderam acelerar seu crescimento.

Na edição passada do SBVC, a aceleração da digitalização dos negócios permitia aos líderes do varejo a captura mais rápida das oportunidades de mercado. No entanto, a partir de agora isso já é a realidade de um grupo muito maior de empresas — que, por consequência, aumenta a competitividade do varejo brasileiro.

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As grandes tendências que emergiram em 2020, no início da pandemia, se solidificaram. Marketplaces, social selling, startups e fusões/aquisições continuam na pauta das empresas, ao lado de iniciativas de aumento de produtividade, ganho de agilidade e aceleração da inovação. O varejo continuou avançando rumo aos ecossistemas, mas com um twist: esse movimento se democratizou.

Cultura de dados no varejo
Em 2020, líderes como Carrefour, Assai, Magazine Luiza, Via Varejo e GPA Alimentar foram os grandes estandartes da “cultura startup” no varejo. Na ocasião, revolucionaram um setor tradicionalmente low tech e high touch. Hoje, porém, esse movimento faz parte do dia a dia da maioria das 300 maiores empresas do varejo. Em questão de dois anos, o varejo brasileiro aprofundou muito sua adoção de uma cultura baseada em dados. Ou seja, que privilegia informações colhidas diretamente na fonte: o comportamento dos consumidores.

Mais uma vez, a edição deste ano do Ranking 300 apresenta alterações importantes nas primeiras colocações. Se o top 4 não se movimentou, com Carrefour, Assai, Magazine Luiza e Via, o restante do top 10 viu mudanças. A Americanas, por exemplo, cresceu 25,3% no ano, impulsionada pelo varejo digital, e se tornou a quinta maior varejista do País.

Setores no ranking do varejo do SBVC
Entre as 10 maiores varejistas brasileiras listadas pelo SBVC, estão:

*quatro supermercadistas/atacadistas;
*três redes de drogarias/perfumarias;
*duas redes de lojas de departamentos;
*e uma empresa de eletromóveis.

Os supermercados compõem exatamente 50% da lista das 300 maiores. Por se tratar de um setor considerado essencial, manteve suas portas abertas durante toda a pandemia. Portanto, continuou a encontrar oportunidades de expansão no digital para atender clientes que não se dispuseram a visitar lojas.

O segundo setor mais representado, em número de empresas, entre as 300 maiores é o de Moda, Calçados e Artigos Esportivos: 38 empresas (uma a menos do que em 2018). Esse foi o segmento mais prejudicado com o isolamento social. E não apenas pelo fechamento das lojas físicas. Afinal, o crescimento do trabalho em home office diminuiu a demanda por vestuário. O mesmo vale para a manutenção das restrições para eventos, bares e restaurantes, que reduziu a questão social sempre envolvida nas compras de vestuário. Por outro lado, a aceleração da presença digital e a progressiva liberação das restrições permitiu que, depois de um 2020 complicado, as principais empresas do setor tivessem desempenhos bastante expressivos.

Digitalização foi fundamental para o varejo
Com 30 empresas listadas no Ranking (uma a menos que em 2020), o setor de Eletromóveis teve um primeiro semestre positivo, impulsionado pelas baixíssimas taxas de juros. No segundo semestre, a inflação em alta e a aceleração da taxa Selic fizeram o mercado refluir e impactaram fortemente o desempenho das empresas do setor.

Para o SBVC, os ganhos obtidos em 2020 com a digitalização dos negócios e as vendas via WhatsApp se tornaram parte do arsenal dos vendedores. Ainda assim, não foi suficiente para reverter um cenário de forte desaceleração econômica. Especialmente nos períodos mais fortes de venda, como na Black Friday e Natal, quando a curva de juros passou a subir de forma ainda mais acentuada.

Sobre futuro do varejo, Nassig faz uma previsão: “Por conta do passado recente, de uma queda representativa em alguns setores do varejo, acredito que haja uma grande melhora para 2023 e 2024. Passamos por um ano de recuperação em diversos setores do varejo. Houve uma redução de consumo de mercado, pois as pessoas em 2021 ficaram mais em casa e agora estão voltando a consumir fora. Na minha visão, o grande desafio para 2022, e talvez por mais uns 2 ou 3 anos, será a questão dos juros altos, uma vez que o varejo também depende do crédito. Por outro lado, o auxílio de R$ 600 impacta em regiões do país menos abastadas onde o varejo está saindo melhor que outros lugares”, finaliza.