Shein no Brasil: qual seria o impacto em varejistas como C&A (CEAB3), Renner (LREN3) e outras?

De acordo com o site Neofeed, a gigante de moda Shein prepara uma estrutura local para expandir sua operação no Brasil. A companhia já está presente aqui através do seu aplicativo, com todos os produtos importados, mas recentemente estruturou um escritório e um centro de distribuição (CD), além de estar buscando parcerias com fornecedores locais.

XP avalia o movimento como negativo para as varejistas brasileiras focadas em média e baixa renda, uma vez que deve aumentar o ambiente competitivo do setor.

Para os analistas, são os principais atrativos da Shein:

i) a velocidade e atualidade dos itens de moda;

ii) seu vasto sortimento e

iii) posicionamento de preço bastante competitivo.

O prazo de entrega, a falta de multicanalidade e o processo de logística reversa como obstáculos para a escala do marketplace, segundo a XP, mas a estrutura local (seja com mais CDs, possíveis lojas/pop-ups e/ou fornecimento local) pode melhorar esses pontos.

Nesse sentido, a XP vê as varejistas focadas em baixa renda como as mais expostas ao risco da concorrência. Entretanto, players de média renda também podem ter algum impacto, ponderam os analistas.

C&A (CEAB3), Hering – controlada pelo Soma (SOMA3) – e Lojas Renner (LREN3) serão as mais impactadas, na avaliação da XP, nessa ordem.

Por volta das 11:00 desta terça-feira (22), os papéis CEAB3 subiam 0,18%, a R$ 5,40. SOMA3 avançava 4,15%, a R$ 12,81. LREN3 crescia 1,06%, a R$ 26,65.

No entanto, como a Hering tem um posicionamento de moda mais básica (vs. Shein com um perfil mais forte em moda fast fashion), o risco pode ser mitigado.

Mais sobre a Shein

A empresa foi fundada na China em 2008 com um nome diferente (ZZKKO), sendo inicialmente focada em vestidos de casamento. No entanto, ela depois expandiu para a moda feminina, mudou seu nome para Sheinside e posteriormente simplificando para Shein.

A companhia nasceu como uma empresa digital focada na exportação para países fora da China, se alavancou na indústria de roupas bem desenvolvida do país (com milhares de fabricantes terceirizados) e um sistema de logística eficiente para chegar a vários países com preços bem competitivos.

Atualmente, a Shein exporta para mais de 220 países, e apenas a China opera como sua base de produção, já que seu preço baixo não se trata exatamente de um diferencial entre concorrentes locais chineses.

A empresa tem sido um grande sucesso, especialmente entre os consumidores da Geração Z, devido à sua natureza digital, forte presença no TikTok – a mídia social favorita da Geração Z – bem como sua atuação ativa com digital influencers e preços muito acessíveis.

Com US$31 bilhões de receita em 2021 em publicidade, Amazon supera YouTube

Em sua última conferência de resultados, a Amazon divulgou seus resultados com publicidade, e os números são impressionantes. No último trimestre, a Amazon faturou US$9,7 bilhões, um crescimento de 33% ano contra ano. No mesmo período, o YouTube faturou US$8,6 bilhões.

Em 2021, pela primeira vez, a receita de advertising da Amazon superou a do YouTube. No relatório, a Amazon reportou um faturamento de US$31 bilhões em 2021 contra US$28,8 bilhões do YouTube.

Crescimento do Amazon Ads

Desde 2016, a Amazon vem abocanhando cada vez mais o market share de publicidade no mercado americano, saindo de 2% em 2016 para 14% em 2023 (estimado).

Isso significa que apenas um braço da Amazon será quase do mesmo tamanho do Facebook em uma área que não é o core da empresa.

Tendência nas varejistas

Desconhecidos nas terras brasileiras, os anúncios em marketplaces estão crescendo em alta velocidade no mercado americano.

Após a Amazon, outras grandes varejistas americanas como Walmart, Instacart, Home Depot, Cosco, Kroger e Wayfair lançaram suas próprias plataformas de advertising.

O próprio Walmart lançou sua plataforma de advertising self-service em 2019 e consegue ver um crescimento expressivo em sua receita de ads.

O movimento revela a tendência de grandes varejistas criarem seus próprios produtos de advertising dentro dos seus sites, diversificando seu modelo de negócios, aumentando suas margens e gerando valor para as marcas que já vendem em suas plataformas.

Aqui no Brasil, B2W, Magalu e Mercado Livre já deram seus primeiros passos com seus produtos de advertising, porém ainda bem lentamente se comparados com outros mercados.

Segundo um estudo da empresa enext, a publicidade em marketplaces deve crescer 550% até 2023, saindo de R$400 milhões para R$2,6 bilhões.

Motivos para anunciar na Amazon

Menor competição e maior retorno

Na Alemanha, foi realizado um estudo comparando o custo por clique e a taxa de conversão (divisão de compras totais por cliques totais no anúncio) das mesmas palavras-chave para os mesmos produtos em diversas categorias. E o resultado foi o seguinte:

  • Amazon ads possuía uma taxa de conversão 70% mais do que o Google Ads.
  • O custo por clique no Amazon ads era 65% menor do que no Google Ads.
  • Retorno sobre investimento na Amazon Ads era 60% maior do que no Google Ads devido a um custo menor por clique e uma maior taxa de conversão.

O estudo alemão pode ser conferido aqui.

Amazon Ads influencia a venda orgânica

Se não bastasse o retorno do Amazon ads ser 70% maior do que o do Google Ads, ao usar a publicidade da Amazon, você pode influenciar suas vendas orgânicas.

Recentemente, escrevi um artigo sobre todos os fatores que o algoritmo da Amazon leva em consideração para mostrar um produto na primeira página e deixo aqui o link para você conferir todos os fatore.

Um dos fatores que o algoritmo olha é para as vendas totais do seu produto. E. ao usar o Amazon ads, você tem a possibilidade de aumentar a visibilidade de seu produto. Isso gera mais vendas e, de quebra, aumentando seus rankings orgânicos.

Diferentemente do Google, em que os rankings orgânicos independem dos gastos com anúncios, na Amazon, cada real investido ajuda seus produtos a aparecerem mais organicamente.

Cookieless future

Existe uma grande discussão no mercado de marketing digital em relação ao uso de dados third party. Apple e Google se movimentaram em direção a uma maior privacidade dos seus usuários.

As grandes varejistas possuem hoje uma vantagem de ter os históricos de compras e uma relação muito próxima com seus usuários, vindo de anos de vendas offline, como no caso do Walmart, que pode usar first party data com seus anunciantes com muito mais privacidade do que o Facebook ou a mídia programática, por exemplo.

As varejistas estão sendo positivamente afetadas com essas mudanças de privacidade oriundas da Apple e Google à medida que já existe uma movimentação de marcas migrando seus budgets do Facebook para a Amazon após o cerco da Apple se fechar mais.

E-commerce registra alta de 20,56% nas vendas em janeiro de 2022

O setor de vendas do mercado online brasileiro, que inclui todas as vendas de bens de consumo e entretenimento, cresceu 20,56% em janeiro de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados são do indicador MCC-ENET, uma parceria entre a Companhia Compre & Confie e a Câmara Brasileira da Economia Digital.

Já na comparação entre janeiro de 2022 com o mês de dezembro de 2021, as vendas realizadas por e-commerce tiveram uma leve alta de 0,63%. No acumulado dos últimos 12 meses, a expansão foi de 16,14%.

“No primeiro mês de 2022, observamos a mesma tendência de crescimento sustentável das vendas online no Brasil, já observada nos últimos anos. O faturamento do segmento nos últimos 12 meses, comparado ao período anterior, alcançou mais de 25% de crescimento. São sinais fortes da força do canal online nos hábitos de consumo do brasileiro. Esperamos crescimento de dois dígitos no volume de vendas para 2022 em relação ao ano passado”, afirma Gastão Mattos, responsável pela Divisão de Varejo Online da Câmara Brasileira da Economia Digital.

As categorias mais vendidas, segundo o levantamento, foram equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (43,1%); móveis e eletrodomésticos (28,2%); e tecidos, vestuário e calçados (10,3%).

Na sequência, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7%); outros artigos de usos pessoal e doméstico (5,5%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,9%); e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (2%).

Na avaliação regional, usando o período comparativo de janeiro de 2022, ante o mesmo mês do ano passado, a composição ficou da seguinte forma: Norte (33,49%); Centro-Oeste (28,87%); Nordeste (27,35%); Sul (23,19%); e Sudeste (17,22%).

Já no acumulado dos últimos 12 meses, a região Nordeste é que apresentou o melhor desempenho (27,98%); seguido do Centro-Oeste (25,70%); Norte (24,68%); Sul (22,78%); e Sudeste (11,10%).

O faturamento do segmento, por sua vez, cresceu em 8,09% em janeiro de 2022, em relação a dezembro de 2021. O acumulado dos últimos 12 meses teve variação positiva de 25,31%.

A pesquisa do MCC-ENET mostra ainda que, no trimestre de outubro a dezembro de 2021, 18,5% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra online.

Um dado que chama a atenção é o crescimento do pagamento das compras online via PIX em 2021. Enquanto em janeiro 1% das compras online eram pagas com PIX, em dezembro esse índice já era de 4%.

Na média, em 2021, o PIX representou 2,3% de todos os métodos de pagamento pela internet, segundo levantamento da Neotrust, empresa responsável pelo monitoramento de 85% do e-commerce brasileiro.

As categorias em que os brasileiros mais compraram com PIX em 2021 foram: moda e acessórios, alimentos e bebidas, beleza e perfumaria, utilidades domésticas e eletroportáteis.

Já as categorias de maior faturamento foram: telefonia, informática, eletrodomésticos, móveis e eletrônicos.

O pagamento no e-commerce com wallet – as conhecidas carteiras digitais – também subiu em 2021, atingindo 6,03%.

Em 2020, o índice de pagamento com wallet chegou a 5,91%, sendo que em 2019 esse número era de apenas 0,26%.

PMEs crescem 7,7% em um ano, mas agravamento da pandemia limita resultados

Os efeitos da covid-19 na economia continuam afetando as pequenas e médias empresas (PMEs) em 2022, mas em menor escala do que em 2021. Pelo menos, é o que mostra o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). Segundo o estudo, ainda que o início do ano não tenha sido tão bom quanto o final de 2021, até mesmo pela sazonalidade da época, janeiro registrou um crescimento na média da movimentação financeira real das PMEs de 7,7% na comparação com um ano atrás.

Já a comparação direta com dezembro do ano anterior aponta uma retração de 16,4% no último mês, a qual está associada, em grande parte, à perda sazonal de fôlego da economia nos primeiros meses de cada ano.

Comércio apresenta melhores resultados em 2022 para PMEs

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 622 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

IODE-PMEs
(Número índice – base: média 2019=100) / Fonte: IODE-PMEs (Omie)

Ao analisar as aberturas setoriais do IODE-PMEs em janeiro, é possível observar que o crescimento do índice frente ao mesmo período do ano anterior foi puxado, sobretudo, pelo crescimento dos setores de Comércio. O aumento foi de 18,7% ante janeiro de 2021. Logo em seguida vem o setor  de Infraestrutura, com alta de 17,9%.

O indicador também mostra crescimento da movimentação financeira nos setores de Serviços (+4,7%) e Indústria (+8,8%) na mesma base de comparação. A única exceção no mês foi a retração verificada no segmento Agropecuário (-2,0%).

Influência da pandemia

É importante pontuar que janeiro de 2021 foi um período difícil para as empresas brasileiras – o IODE-PMEs mostrou retração de 10,1% em janeiro de 2021 na comparação anual -, diante da configuração da segunda grande onda de covid-19 no país, com o espalhamento da variante Gama. Esta variante foi descoberta em Manaus no quarto trimestre de 2020, gerando um aumento da pressão no sistema de saúde em vários estados a partir do início de 2021, o que resultou na reimplementação de medidas restritivas à circulação de pessoas no país.

“Apesar da recente disparada dos casos de covid-19 no Brasil desde os primeiros dias de 2022, a situação atual é bastante diferente. Proporcionalmente aos casos da doença, observa-se que a pressão no sistema de saúde é relativamente menor do que o visto em 2021, reflexo da evolução da vacinação no país”, informou o Omie, em nota.

Atualmente, o Brasil conta com cerca de 71% da população vacinada (tomando como referência as pessoas que tomaram 2 doses da vacina ou a vacina de dose única), ao passo que, no início de 2021, o país ainda estava nos primórdios da campanha de imunização.

Com isso, a onda recente ocasionada pelo espalhamento da variante Ômicron no país não foi acompanhada por grandes restrições à mobilidade, como aconteceu em momentos anteriores. “De fato, os resultados recentes do IODE-PMEs indicam que os efeitos da pandemia sobre o funcionamento das PMEs no Brasil têm se mostrado mais restritos no início de 2022, uma vez que houve crescimento da movimentação financeira real na maioria dos setores monitorados, comparativamente ao desempenho do mesmo período do ano anterior”, completou a nota.

Setores afetados

Nesse sentido, importantes atividades econômicas das PMEs brasileiras que foram afetadas nos períodos mais críticos da pandemia, sobretudo nos setores de Comércio e Serviços, mostram robusta recuperação na comparação anual em janeiro. Tanto o comércio atacadista quanto o comércio varejista mostraram importante avanço ante o ano anterior, ainda que se observe enfraquecimento sazonal das atividades (movimento usual na passagem de dezembro para janeiro).

Já no setor de Serviços, é possível verificar recuperação na comparação anual na maioria das atividades das PMEs do segmento, com destaque para alguns grupos muito afetados em contextos de maiores restrições por conta da pandemia, tais como ‘Agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas’, ‘Alojamento’ e ‘Alimentação’. Na Indústria, por sua vez, o crescimento em termos anuais no último mês foi puxado pela reação da indústria de transformação (alta de 9% ante janeiro de 2021), com destaque para o bom desempenho da atividade de fabricação de bebidas, além do avanço da produção de produtos alimentícios.

Assim, ainda que não seja possível dizer que a economia passe totalmente ilesa a esta e outras eventuais ondas da covid-19 no país, os dados do IODE-PMEs mostram que começamos a colher os frutos do avanço da vacinação também na manutenção do funcionamento da economia em períodos de recrudescimento das ondas virais. Em suma, a pandemia seguirá como um importante fator de risco à atividade econômica no curto prazo, porém os resultados recentes do IODE-PMEs trazem sinais mais animadores.

Mercado Livre e Shopee driblam a perda de fôlego do comércio digital, que tem afetado o varejo

Todas as outras empresas perderam participação — Magazine Luiza, Americanas, Via (Casas Bahia) e Amazon — no total de aplicativos baixados no Brasil

A desaceleração do comércio on-line afeta diferentes segmentos e varejistas, mas há sinais de que essa perda de fôlego, desde setembro e outubro do ano passado, pode estar impactando mais determinados negócios do que outros.

Como os dados disponíveis são limitados, já que boa parte das empresas de comércio eletrônico no país são fechadas, e as companhias abertas ainda não publicaram balanços após o terceiro trimestre de 2021, analistas vêm acompanhando indicadores de visitação aos sites e “apps”, e o ritmo de downloads para ter alguma sinalização mais clara desse cenário de competição.

Ocorre que os números de 2022 indicam que a caça às ofertas por parte da população pode estar sendo especialmente difícil para as operações brasileiras, mostram relatórios de analistas de bancos desta semana. Nesse ambiente, o aspecto central é quando se terá indícios de que a fase de queda na taxa de crescimento do varejo de bens duráveis e semiduráveis irá cessar e voltará a se recuperar.

Numa comparação deste início de ano em relação ao começo de 2021, a participação do Shopee, do Sea Group, de Cingapura, e do Mercado Livre, sediado na Argentina, subiu em relação ao total de aplicativos baixados no Brasil. Os índices passaram de 23,4% para 26,8% na Shoppe e de 10,2% para 12,6% no Mercado Livre no intervalo. Todas as outras empresas perderam fatia — Magazine Luiza, Americanas, Via (Casas Bahia) e Amazon.

Os dados foram pesquisados pela equipe de análise do UBS, que regularmente levanta e cruza dados de vários países, com apoio de suas filiais. Eles foram obtidos junto à americana Sensor Tower, considerada uma espécie de especialista da coleta de dados em “apps” para as empresas, e publicados no dia 9 de fevereiro. O Shopee continua sendo o líder em downloads de aplicativos no país, com um participação de mercado média de 31% em janeiro.

O cenário se repete no segmento de moda, com empresas mais focadas em produtos de tíquete baixo ou em público com renda menor ganhando participação no bolo total de downloads. A americana Shein atingiu 48,7% dos aplicativos baixados em janeiro, até o dia 24 daquele mês, quase o dobro da fatia de 26,9% no início de 2021. A Marisa também ganhou um pouco mais de peso (3,7% para 3,9%).

No entanto, o relatório mostra que Lojas Renner, Riachuelo, C&A, Centauro, Privalia, Dafiti perderam “share” no total.

Como a comparação sobre o início de 2021 leva em consideração de um período de atuação forte dos sites e “apps” ainda forte — as lojas foram reabrir em alguns Estados depois de abril —, esses números são mais comparáveis.

O ponto positivo é que as análises iniciais de consultorias e empresas de pesquisas apontam para uma retomada mais rápida, neste ano, na venda digital, em comparação com o canal de lojas físicas. Isso porque, para empresas como GFK Brasil, que recebem semanalmente dados de vendas das varejistas, a menor circulação de consumidores após a alta no contágio com a ômicron e a influenza podem dar um gás maior à demanda no on-line, enquanto as lojas devem ir se recuperando ainda de forma mais lenta.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/02/19/mercado-livre-e-shopee-driblam-a-perda-de-folego-do-comercio-digital-que-tem-afetado-o-varejo.ghtml

Varejo de moda dá sinais de recuperação, mas ainda não alcança nível pré-pandemia

Em enquete mensal realizada pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), que representa 110 grandes marcas do varejo de moda nacional, as associadas apontam desempenho positivo em janeiro de 2022 comparado ao mesmo mês de 2021. Das empresas respondentes, 93% avaliaram que as vendas das lojas físicas tiveram melhor desempenho no comparativo a jan/21. Já a performance do e-commerce, neste mesmo período, foi considerada melhor por 67% das varejistas.

Para Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX, mesmo que os resultados reportados tenham demonstrado sinais positivos, ainda há cautela por parte dos varejistas. “Quando comparado aos anos anteriores pré-pandêmicos, tanto com janeiro de 2020 quanto de 2019, é perceptível que metade das empresas não recuperou os volumes comercializados antes do surto. Portanto, é um desafio aos varejistas.”

Lima acrescenta que “o ano de 2022, além de apresentar o cenário com efeitos vinculados à pandemia, como o adiamento do carnaval em grandes cidades, tem ainda a inflação elevada, campanha eleitoral e evento da copa do mundo no final de ano”.

 

Depósitos apostam no e-commerce e ganham versão só para empresas

Na Good Storage, a participação dos clientes pessoa jurídica era quase zero em 2019; neste ano, a fatia deve ser de 50%.

A Good Storage surgiu em 2013 de olho em um mercado bastante forte em outros países, especialmente nos Estados Unidos, mas ainda pouco explorado no Brasil: os depósitos chamados de self-storage, que são vistos como uma opção para estocar itens que não cabem mais nas residências. Agora, porém, o que está movimentando o mercado não são pessoas em busca de mais espaço, mas sim companhias de comércio eletrônico procurando meios de facilitar e acelerar as suas entregas.

Segundo Thiago Cordeiro, presidente da Good Storage, a demanda das empresas do setor por esses espaços deu um salto nos últimos anos. Se em 2019 a procura era quase zero, em 2022 o segmento deve representar uma fatia de 50% do negócio. Hoje, a empresa possui 19 unidades e outros três parques logísticos voltados aos clientes corporativos.

De acordo com Cordeiro, já estão em construção outras nove unidades e quatro parques logísticos, que devem ser entregues até o fim de 2024.

Com as entregas, a área bruta locável da Good Storage vai passar de 133 mil metros quadrados para 245 mil metros quadrados, um aumento de 84%. No total, com as inaugurações previstas nos próximos dois anos, a companhia terá investido cerca de US$ 300 milhões (mais de R$ 1,5 bilhão). O investimento vem da gestora de private equity Evergreen, que tem US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 30 bilhões) sob gestão.

Tanto investimento se apoia no fato de que, com a disputa mais forte na velocidade das entregas das compras feitas pela internet, as grandes varejistas encontraram nos self-storages uma saída para ampliar a eficiência do last mile – a última etapa do envio das mercadorias. Neste cenário, a companhia estima crescer 30% e chegar a um faturamento de R$ 100 milhões.

“Os negócios são similares e temos o mesmo posicionamento de tentar resolver o mesmo problema para pessoas físicas e empresas, que é a falta de espaço”, diz o executivo. “Queremos estar nos lugares certos da cidade e trazer essa facilidade.”

Diferenças

Se nos empreendimentos destinados a pessoas físicas, reinam os depósitos com formato similar às garagens e espaços de 1 m² a 150 m², nos parques logísticos há também espaço para as empresas montarem a sua operação, em uma área que ultrapassa os 2 mil m² – é justamente nesse segundo modelo de negócio que a empresa está apostado para os próximos anos.

Para Cordeiro, esses investimentos estão longe de suprir a necessidade deste tipo de espaço logístico em São Paulo. Então, é praticamente certo que novas captações sejam necessárias para manter o ritmo de expansão. No longo prazo, até mesmo a abertura de unidades em outras cidades além da capital paulista está em estudo. De acordo com dados da consultoria Brain, apesar do otimismo de Cordeiro, a vacância no mercado de depósitos ainda é alta. No terceiro trimestre de 2021, último dado divulgado, 20,8% da área bruta locável estava vazia.

Para Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain, o fato de as empresas de comércio eletrônico abraçarem o modelo para agilizar suas entregas pode trazer, no futuro, vantagens também para os clientes pessoa física no setor.

“À medida que o setor cresce e ganha escala, ele passa a ter preços mais competitivos, o que o tornará mais acessível às pessoas físicas”, diz Araújo. “E esse é um mercado que pode desacelerar, mas dificilmente vai retrair, já que tem um espaço muito grande para crescer.”

Dois modelos

  • Para residências: O modelo clássico dos depósitos pessoais serve de “abrigo” para móveis que não cabem mais nas residências: por isso, os boxes desses empreendimentos partem de apenas 1 metro quadrado
  • Grandes espaços: Em contrapartida, muitas empresas mantêm um grande quantidade de produtos nos parques logísticos urbanos, cujas áreas individuais podem superar 2 mil m²

KPMG apresenta principais riscos para a indústria de consumo e varejo

Um relatório realizado pela KPMG apontou os principais riscos relacionadas à indústria de consumo e varejo no próximo ano. O documento levantou os fatores que podem afetar as empresas desses setores em nove âmbitos diferentes que vão desde as questões regulatórias e de tecnologia, passando por sociedade e pessoas, reputação e ética, clientes até estratégia, saúde, segurança e meio ambiente, crescimento e concorrência e produção e operações.

Segundo o sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gambôa, com a pandemia, o setor de consumo foi um dos mais afetados pelos riscos ligados à saúde.

“Os riscos emergentes baseiam-se nas mudanças atuais e a pandemia foi uma delas. Em outras palavras, as empresas precisam estar atentas aos sinais de mudanças do mercado e apresentar mudanças significativas”, analisa.

Os principais riscos estão relacionados às seguintes áreas:

Compliance — Riscos regulatórios relacionados ao não cumprimento de leis, regulamentos e regulamentações e padrões éticos dentro da jurisdição das operações.

Sociedade e pessoas — O não atendimento às responsabilidades corporativas e sociais e a dificuldade em atrair e reter pessoal qualificado; riscos relacionados aos recursos humanos e mão de obra no que diz respeito à capacitação e segurança.

Reputação e ética — Insucesso na manutenção da privacidade e segurança e riscos relacionados à manutenção de altos níveis de qualidade e manutenção de serviços.

Rentabilidade e liquidez — Lojas de varejo utilizando sites de comércio eletrônico para vender produtos com desconto e menores preços; riscos relacionados a fornecedores; insucesso no desempenho do negócio na geração de caixa como esperado; riscos de fraudes, incluindo cartão crédito e a manutenção de descontos.

Estratégia — Risco de expansão das operações internacionais; operações de varejo eletrônicas e conversões de lojas de descontos afetam os concorrentes tradicionais; riscos de reputação aumentaram em função das redes sociais e internet; riscos financeiros dependem das estratégias de compra e de exportação.

Clientes — declínio no dispêndio com o consumo; varejistas são forçados a apresentarem produtos de marca para atender as expectativas do cliente.

Saúde, segurança e meio ambiente — Divulgação de doenças e riscos da pandemia.

Crescimento e concorrência — Pressão crescente para atender a demanda imprevisível dos clientes; concorrência globalizada intensa; oscilações em moeda corrente e outros riscos de mercado; insucesso ao atendimento a uma gama de preferências pessoais.

Tecnologia — Ameaças crescentes de ataques cibernéticos e de segurança; empresas que contam com um único fornecedor para todas as necessidades poderiam enfrentar um tempo maior de inatividade; insucesso na manutenção ou melhoria de infraestrutura tecnológica.

Produção e operações — Vantagem competitiva através da automação e da adoção de tecnologia emergentes; risco resultante de interrupção da atividade causada por sindicatos, greves e paradas de trabalho; qualidade e segurando do produto; disrupções na distribuição ou no processamento de mercadorias.

“Os riscos são os mais variados e relacionados às várias áreas das empresas. Por isso, precisam estar atentas a cada um deles e se antecipar a essas consequências para evitar que o negócio seja impactado”, finaliza o sócio-diretor de Gestão de Riscos da KPMG, Luís Navarro.

Americanas Marketplace apresenta oportunidades para empreendedores em live com Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Quem empreende sabe: escolher as parcerias certas faz a diferença. Foi por isso que a revista Pequenas Empresas & Grandes negócios convidou Valmir Andrade, Diretor Executivo da Americanas S.A., Mayra Gianoni, Gerente de Negócios da Americanas Marketplace e Natália Moraes, dona da Loja Vitrine dos Importados e parceira da Americanas Marketplace, para falar sobre as oportunidades que a plataforma oferece para empreendedores de todos os tamanhos e segmentos.

“A Americanas Marketplace é a plataforma que reúne as marcas Americanas, Submarino e Shoptime”, contextualizou a mediadora Aline Scherer. “Com um só cadastro os parceiros podem vender nos três sites ao mesmo tempo. Negócios de todos os tamanhos, do pequeno ao grande; lojas, mercados e até restaurantes!”, listou.

Com mais de 1 bilhão de visitas e 50 milhões de clientes ativos, a Americanas Marketplace abre as portas das maiores marcas da internet para que empreendedores de todo o país multipliquem vendas e impulsionem seus resultados.

“O parceiro que vem para cá chega nesses clientes com muito mais potência, abertura e omnicanalidade”, disse Valmir, destacando também o ecossistema completo de soluções disponível para o lojista. “Temos conteúdos para capacitá-los, os serviços de logística para ajudar na operação, o crédito que alavanca o negócio, americanas advertising para conseguir mais visibilidade aos produtos no online e no físico e cada vez mais serviços para que se desenvolvam”.

A Americanas Marketplace sabe do que o lojista precisa para chegar mais longe. “Somos uma empresa que está online há muito tempo”, disse Mayra. “Já passamos por todos os desafios que os empreendedores vão passar. Os serviços que oferecemos é para que vocês cresçam cada vez mais, para abrirmos cada vez mais portas. Temos serviços com condições especiais que, em algum momento da jornada, serão necessários.”

A empreendedora Natália criou sua loja há onze anos, é parceira da Americanas Marketplace há sete e hoje faz até vendas internacionais. “É uma honra representar tantos vendedores e tirar a imagem de que vender em uma grande marca é um bicho de sete cabeças”, disse Natália.

“Procurei a Americanas Marketplace em 2015 porque queria expandir minha empresa a um outro nível. Fui vendo como era enriquecedor, não só pelo aumento das vendas, mas pela credibilidade de mercado que você ganha, pelo fortalecimento da sua marca. É uma porta para um mundo de possibilidades: hoje, tenho três lojas, uma equipe. Apostei todas as fichas e forças no digital, porque você coloca sua loja no marketplace e ele traz as pessoas até você, sem precisar correr atrás disso. Foi o melhor passo que eu dei”.

“Ela não tinha uma loja online e começou a vender pelo marketplace”, reforçou Mayra. “Você não precisa ter uma loja física ou um site próprio para vender no marketplace, pode simplesmente conectar esses produtos e eles vão estar disponíveis para os clientes sem precisar investir em uma plataforma, em meios de pagamento ou na sua própria logística. Vemos esse encurtamento de caminho, e o marketplace é essa ponte”.

“O primeiro passo para quem quer vender online é o marketplace”, concordou Natália. “É maravilhoso e tudo muito simples. Toda loja que eu criar vai estar dentro da Americanas Marketplace”.

Valmir trouxe dados que mostram que, atualmente, a Americanas Marketplace tem mais de 110 mil parceiros vendendo na plataforma. “Desses, 60% são micro, pequenos e médios empreendedores”, disse. “Temos um espaço de visibilidade para todos, não importa o tamanho ou o estágio, se é um grande varejista, uma franquia, uma loja física ou alguém que está começando do zero. Estaremos lá para te apoiar e buscar soluções em conjunto, oferecendo aquilo que é necessário para você dar o próximo passo do ponto em que estiver para se desenvolver e fazer boas vendas”.

Entre os diferenciais da Americanas Marketplace, os participantes lembraram que a plataforma tem zero investimento inicial. “Você só paga uma comissão em cima do produto vendido, que varia dependendo do departamento”, explicou Mayra. Outro ponto de destaque é que o cliente pode parcelar a compra, mas o lojista recebe o valor integral de uma vez.

A diversidade de público, que se transforma em vantagem competitiva, também foi abordada. “De cara, você tem a possibilidade de estar em três grandes marcas com públicos muito diferentes”, disse ela. “Criamos uma audiência qualificada e maciça de clientes em programas de televisão, na internet, em portais de notícias. Isso traz o cliente para comprar os produtos dos nossos parceiros também”, completou Valmir.

“Gratidão à família Americanas Marketplace, porque é uma família mesmo”, encerrou Natália.

Esses resultados também podem ser seus! Cadastre-se na Americanas Marketplace e multiplique visibilidade, clientes e vendas com a força da marca por trás das grandes marcas.

Frete mais baixo e atendimento via WhatsApp se destacam no varejo online

Almanaque do e-commerce mostra comportamento do consumidor em 2021 e tendências para 2022.

Segundo o relatório, as visitas aos e-commerces via mobile cresceram mais de 28% no segundo semestre do ano passado. “Este é um movimento que pode estar atrelado à popularidade do social commerce, por exemplo, considerando que nossos estudos revelam que 76% dos brasileiros utilizam as redes sociais para pesquisar produtos”, afirma o líder de produtos da All iN/Social Miner, Ricardo Rodrigues.

Também de acordo com o relatório, a prática do frete grátis cresceu de 2019 a 2021 no varejo. Além disso, o valor médio do frete diminuiu nas vezes em que ele é cobrado. Para Ricardo, isso indica que o comerciante está atento aos desejos dos consumidores. “Hoje as empresas já têm acesso a uma grande base de dados que pode ser usada para nortear essas estratégias para oferta de benefícios como esses, a fim de que cupons ou frete grátis, por exemplo, sejam distribuídos de forma inteligente para aqueles consumidores com maior potencial de conversão.”

Outra estratégia usada pelos varejistas para fidelizar clientes está baseada na melhoria do atendimento pós-venda. Considerando-se os três canais pesquisados – WhatsApp, e-mail e chat -, o WhatsApp foi o mais usado e também o que mais cresceu no último ano. Para Ricardo, o resultado evidencia a vantagem de o canal esta sempre à mão, ser prático e ágil para o dia a dia.

Quanto às formas de pagamento, o cartão segue liderando em 2021, tendo crescido 4,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior e chegando a representar 71,7% das vendas do varejo online. A participação dos boletos caiu de 32,4% para 24,4% e o Pix representou 3,6% das transações em 2021.

Alta no faturamento

O faturamento do varejo online cresceu 26% em 2021 em relação a 2020, chegando a R$ 161 bilhões no ano, com 353 milhões de pedidos e ticket médio de R$ 455. As categorias de produtos que mais faturaram foram Celulares (20%), Eletrodomésticos (13%), Eletrônicos (10%), Informática (9%) e Moda (9%). “O varejo se mostrou resiliente e, com criatividade, estratégia e apoiado pela tecnologia, vem entregando resultados positivos”, destaca Ricardo Rodrigues. Novembro, mês da Black Friday, foi o mês com maior destaque em visitas, cadastros e vendas em 2021.

A categoria Farmácia e Saúde foi a que mais cresceu em número de visitas no ano de 2021, com aumento de 132% em relação ao ano anterior. Outra categoria que teve um expressivo crescimento foi Materiais de Construção, com incremento de 46% nas visitas. Durante o ano, porém, aconteceram variações nas buscas entre o primeiro e segundo semestre no varejo online. Eletrodomésticos e Eletroportáteis foram procurados 58% a mais na segunda parte do ano. Já Materiais de Construção e Bebidas tiveram destaque na primeira metade.

“O relatório mostra que alguns setores que se destacaram em 2021, a exemplo de Farmácia e Saúde, podem continuar relevantes neste ano. Além disso, vale sempre destacar que é essencial para os varejistas usar os cadastros e os dados coletados na sua base para entender o comportamento do consumidor e qual a melhor forma de se comunicar – dica que vale para todos os segmentos”, finaliza Ricardo Rodrigues.

relatório foi elaborado pela All iN/Social Mine, em parceria com a Neotrust, Vindi, Octadesk e Delivery Direto.