Como ficam pequenos e médios varejistas em meio à crise de alguns dos maiores marketplaces do Brasil?

A integração de pequenas lojas físicas a plataformas de renome faz parte da estratégia de vendedores em todo o país – milhares de varejistas de pequeno e médio porte atuam no mundo digital por meio de marketplaces como Americanas, Amazon, Magalu, Marisa, Tok & Stok, entre outros. Mesmo com a reabertura do comércio, as parcerias, que ganharam força na pandemia, seguem batendo recordes de visitas mês a mês em todos os sites – para se ter ideia do tamanho da tendência, em novembro de 2022, o varejo eletrônico chegou à marca de 1,15 bilhão de acessos.

Apesar das vantagens, essa estratégia não está imune a riscos, como revela o caso das gigantes Marisa e Tok & Stok, que, mesmo em meio à tendência positiva, recentemente sinalizaram uma possível crise, e das Lojas Americanas, que se encontra em recuperação judicial.

A dependência exclusiva de grandes marketplaces para todas as vendas, ou seja, quando empreendedores vendem seus produtos apenas em sites de outras marcas, faz com que qualquer impacto nelas prejudique os negócios que operam ali, pois lojas parceiras correm o risco de perder credibilidade, visitantes e até de terem seus repasses atrasados.

Diversificação de canais de venda
Nesse contexto, é fundamental que empreendedores diversifiquem seus canais de venda, e possuir um e-commerce próprio é a opção mais assertiva. Por meio dele, um varejista de pequeno ou médio porte tem a chance de construir um relacionamento direto com o cliente, ao passo que, quando opera somente em marketplaces, o único relacionamento fortalecido é o que existe entre a marca do canal de venda e seus consumidores.

A ideia de possuir uma loja que vende apenas por meio de marketplaces é semelhante a construir um negócio no quintal do vizinho. Ocupar um espaço com maior visibilidade tem suas vantagens, mas a verdade é que um varejista que utiliza unicamente essa estratégia está somente tirando pedidos em vez de criar um relacionamento com seu cliente. Existem lojas nesse modelo que sequer constroem uma marca – utilizam apenas seu nome jurídico, enquanto há muitas maneiras de começar um e-commerce proprietário de forma acessível.

Para além da possibilidade de se relacionar melhor com o cliente, a importância de se construir um e-commerce próprio está, também, no aumento de sua margem de vendas. Quanto maior o controle da operação de venda e logística, menores serão os custos envolvidos. Ao vender diretamente de seu e-commerce, uma empresa pode gerenciar os lucros integralmente, em vez de esperar pelo repasse de uma porcentagem que corre o risco de ser prejudicada ou atrasada dependendo da situação em que a marca se encontra.

Por fim, a diversificação de canais de vendas online ideal segue uma proporção de 70% para e-commerce próprio e de 30% para marketplaces. Grandes marcas também vendem em marketplaces, mas a maior proporção das vendas geralmente tende para seus próprios e-commerces.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/como-ficam-pequenos-e-medios-varejistas-em-meio-a-crise-de-alguns-dos-maiores-marketplaces-do-brasil

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Cashback, lives, entregas-relâmpago: quais são as estratégias das grandes varejistas para reconquistar clientes

Rombos e falências, além de quedas nas vendas, ressaltam a importância de adotar o relacionamento on-line como prioridade.

O varejo anda machucado. Mas como continuar atraindo o consumidor neste cenário? A Americanas relatou rombo contábil de R$ 20 bilhões, a Marisa busca renegociar dívidas brutas de curto prazo de menos de R$ 300 milhões e a Livraria Cultura teve a falência decretada. Pouco antes, o setor havia encerrado 2022 com o crescimento mais fraco em seis anos, segundo o IBGE. Apesar da alta de 1% nas vendas no período, foi o pior desempenho desde 2016 (-6,2%) e abaixo do ganho de 1,4% em 2021 – a escalada dos juros, com o encarecimento do crédito, é considerada uma das razões do freio nas compras.

Para consultores de mercado e executivos de grandes varejistas, os números “doloridos” não devem tirar o foco do ativo mais importante desse ramo da economia: o consumidor. A estratégia agora é tirar as melhores mágicas da cartola para que o espetáculo de compra & venda continue, com o relacionamento on-line como protagonista do show.

Antigos artifícios para seduzir o comprador, como o frete grátis e promoções-relâmpago, continuam na mesa, mas abrem espaço para novos apelos de gastos, como sessões de ofertas ao vivo nas madrugadas nos stories das redes sociais das fornecedoras; cupons de cashback, que permitem usar “créditos” em pedidos futuros, e até campanhas por divisão geracional.

“Uma das frentes que contribuem para engajar consumidores são as lives, transmissões ao vivo no app, com demonstração e vendas de produtos”, diz Felipe Piringer, head de marketing da Shopee, plataforma nascida em Cingapura que reúne mais de 30 categorias de itens de vendedores brasileiros e internacionais. No ar desde março de 2022, o recurso acumula mais de 750 transmissões e 10 milhões de visualizações. Alguns comerciantes com itens exibidos nas sessões chegaram a ter 70% de aumento no fluxo das lojas, comparado a um dia normal, e as vendas chegaram a representar 30% do total faturado em um único dia. Em fevereiro, foi realizada a primeira live na madrugada – entre 23h45 e 2h.

No Brasil desde 2019, a Shopee, que também opera com um site, não abre o número de consumidores ativos e prefere apostar as fichas de relacionamento na abordagem “app first” ou prioridade por operações feitas no aplicativo – mais de 95% das vendas são fechadas pelo celular. E a razão disso não está longe do aparelho: a varejista ultrapassou 15 milhões de seguidores, somando todas as redes sociais. “Sempre avaliamos como podemos ajudar empreendedores, consumidores e marcas a se beneficiarem do crescimento da economia digital”, afirma Piringer.

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A busca ativa pelo comprador inclui ainda cupons de cashback, para garantir o retorno aos balcões virtuais, e os “dias Shopee”, geralmente em datas de dígitos duplos (2/2, 4/4), em que as vantagens para os usuários são concentradas por períodos e categorias de produtos, como tecnologia ou moda. A campanha “2.2”, a primeira de 2023, ofereceu R$ 6milhões em cupons de descontos e vouchers de frete grátis para faturas acima de R$ 29. A fim de manter os usuários por mais tempo no app, o marketplace também coleciona joguinhos desenvolvidos para a plataforma, como Candy, Bolhas e Letras, inspirados em similares do mercado.

“Nosso consumidor é, na maioria, mais jovem”, justifica o executivo. Em uma pesquisa recente com 12 mil consumidores, ao serem questionados sobre o que buscam no app, a maior parcela (29%) apontou “renovar o guarda-roupa”, enquanto 14% optam por equipamentos de segurança para residências e negócios e 11% procuram itens para incrementar carros e motos. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná são os estados onde a Shopee finaliza mais negócios.

Apesar das novidades em curso, Piringer destaca que campanhas “mais tradicionais” de descontos não decepcionam. Até hoje, a promoção de maior sucesso aconteceu em novembro de 2022, em dois dias de Black Friday. Foi registrado um aumento de mais de 300% nas vendas de lojas locais ante um dia comum – com uma movimentação de R$ 65 milhões somente de vantagens para os usuários, como cashbacks e cupons.

“Por conta da facilidade de comparação de preços no mundo digital, os descontos são os recursos que mais chamam a atenção do consumidor”, diz Maurício Morgado, coordenador do Centro de Excelência em Varejo da FGV-Eaesp. Com isso, os preços dinâmicos, aqueles que mudam ao longo dos dias com base em variáveis como demanda e popularidade, acabam perdendo força. “É muito fácil fazer pesquisa de preço on-line, então não adianta organizar promoções como concursos ou sorteios. As pessoas comparam os valores entre as lojas.”
Aquilo que parece funcionar melhor hoje para fisgar o consumidor passa pelas redes sociais, segundo Morgado, que acaba de voltar da feira de negócios americana NRF Retail’s Big Show, um dos maiores eventos sobre varejo do mundo. “Isso faz com que o comprador entre em interação com a marca”, afirma. A “pesca” já acontece no Instagram e, mais recentemente, no TikTok. “Como esse relacionamento se inicia no celular, as varejistas podem continuar a conversa no WhatsApp, o que acaba trazendo melhores resultados.”

Porém, diz o especialista, uma interação digital sem informações úteis sobre o usuário não se sustenta por muito tempo. As empresas precisam, cada vez mais, juntar dados sobre os consumidores e mandar somente as ofertas que eles gostariam de receber. “Para isso, é necessário saber captar o estilo de vida, idade e gênero, além de deduzir a renda do público, para gerar mensagens mais customizadas”, diz Morgado.
Marcelo Giugliano, diretor de varejo para moda, casa & garagem e entretenimento da Amazon Brasil, que oferece mais de 50 milhões de produtos em 30 categorias via site ou app, diz que o trabalho de escuta é constante. “Estamos sempre observando o que o cliente quer”, destaca. Um exemplo foi o lançamento de novas divisões de mercadorias, como instrumentos musicais e cervejas, com base nas buscas dos internautas em 2022.

Em campanha recente de volta às aulas, iniciada em dezembro do ano passado, a marca disparou uma pesquisa para “centenas” de consumidores para checar a experiência de compras na plataforma. Descobriu que o brasileiro queria, além da conveniência da aquisição a distância, preços mais baixos. Isso levou à criação de uma nova ferramenta de busca de itens, dividida por personagens famosos nas papelarias, como Harry Potter e Hello Kitty, que facilitasse a visualização dos artigos. “Também foi possível direcionar a seleção por marcas ou idade escolar”, diz Giugliano.

Relatório destaca importância da ênfase na segurança dos dados de usuários, personalização de serviços e solução de problemas na compra

Fora das vitrines digitais, uma das principais ferramentas de fidelização da Amazon continua sendo o programa de benefícios Prime, que dá acesso a promoções exclusivas no comércio eletrônico, entrega gratuita de bens selecionados e opções de entretenimento no streaming de filmes, séries e músicas. “São 200 milhões de membros, em todo o mundo.”

No Brasil, Giugliano diz que a companhia fundada pelo bilionário Jeff Bezos está acelerando o potencial de remessa de mercadorias. De 2019 até hoje, o grupo passou de 1 para 12 centros de distribuição no país, o que ajuda a enxugar os prazos de chegada das encomendas. Já é possível enviar os pacotes em mais de mil cidades em até dois dias úteis e em mais de cem, em um dia.

Na opinião de Fernando Gambôa, sócio-líder de consumo e varejo da consultoria KPMG no Brasil e América do Sul, além do fator preço, o tempo de recebimento dos pedidos é o que mais pesa na decisão de finalizar uma compra nos apps. “Não adianta a loja ter boas ofertas se continua com prazos maiores de entrega e taxa de frete acima das concorrentes.”

O consultor de empresas César Souza, autor do livro “O jeito de ser Magalu” (editora Rocco), que fala sobre o modelo de negócios e filosofia de gestão do Magazine Luiza, diz que o comércio vai ter que se reinventar além da rapidez do envio e da possibilidade de compra em redes sociais. “O varejo está meio obsoleto e pobre de ideias novas”, diz.

Para ele, nos próximos meses ganharão relevância a flexibilidade de pagamentos, como customizar condições especialmente para itens mais caros, e a melhor “apresentação” das mercadorias nas vitrines virtuais. “É preciso diferenciar os produtos, apontando os benefícios para o consumidor, em vez de mostrar somente descrições técnicas”, afirma. “Uma coisa é dizer que o equipamento tem 500 GB de memória e outra é informar que ele vai eliminar dez minutos por hora de trabalho.”

A mudança na relação do varejo com um consumidor mais exigente, apontada por Souza, aparece no Relatório Global de Excelência na Experiência do Cliente, levantamento conduzido pela KPMG em 2022 com mais de 89 mil consumidores em 25 países, inclusive o Brasil. O documento identifica os pilares essenciais para a construção de melhores ligações com o comprador. Entre eles, estão a ênfase na segurança dos dados dos usuários, a resolução da “dor” do cliente ou como priorizar a solução de um problema durante a compra antes de nvestigar a causa do “perrengue” e a personalização dos serviços.

No último caso saudar o cliente pelo nome ou lembrar de datas de aniversário em e-mails pode ter até um efeito positivo, mas o público não se impressiona mais com isso – além do fator preço, o tempo de recebimento dos pedidos é o que mais pesa na decisão de finalizar uma compra nos apps. “O foco na experiência do cliente não deve ser apenas uma atribuição da força de vendas, na etapa da pré-venda, mas um mantra a ser adotado por toda a organização”, diz Gambôa, da KMPG.

É o que promete fazer o GPA, dono das bandeiras Pão de Açúcar e Extra, com mais de 30 milhões de clientes cadastrados. “As vendas on-line representam atualmente cerca de 10% do faturamento do grupo [era de 3% antes da pandemia] e temos como meta dobrar essa participação até 2024”, afirma Marcelo Rizzi, diretor-executivo de digital e transformação.

Uma das frentes de trabalho é incrementar o app com recursos de “push notification” (mensagem de alerta) para ofertas personalizadas. Para isso, o GPA está investindo em um novo sistema de CDP (Customer Data Plataform) que ajuda a armazenar, organizar e enriquecer os dados coletados dos clientes. Hoje, mais da metade dos consumidores que compram nos canais digitais do grupo é composta de mulheres (53%), e a maioria (63%) tem entre 25 e 49 anos, informa Rizzi.

No varejo alimentar, quando se fala em compras pela internet, especialmente as de produtos perecíveis, há o desafio também de fazer com que cheguem o quanto antes a casa do cliente, com a mesma qualidade e na embalagem correta, lembra o executivo.

Nessa linha, a principal aposta para não deixar ninguém insatisfeito é encurtar o prazo de entrega, especialmente para remessas consideradas “ultrarrápidas”. O GPA ampliou os horários dos envios (até 22h) em mais dias (incluindo sábados e domingos) e em menos tempo (até 60 minutos). Faz parte desse esforço a incorporação do James Delivery, aprovada em novembro. Lançado em 2019 pelo próprio GPA e concorrendo com iFood e Rappi, o negócio corresponde agora a 15% das expedições realizadas em até 90 minutos e conseguiu elevar a participação desse tipo de despacho de 40% para 70%, nos últimos anos, com o apoio de 200 lojas.
O corte no tempo dos envios visa abrir ainda novas alternativas de receita, segundo o diretor. “Uma das ideias é aumentar a venda de sushis, feitos nos supermercados, atendendo a uma demanda dos clientes.”
Para Elói Assis, diretor-executivo de produtos de varejo da Totvs, que desenvolve sistemas sob medida para empresas de vários setores, há uma nova geração de consumidores que ajuda a pressionar os projetos. “São usuários com ciclos de engajamento e atenção cada vez menores, embalados pelos 280 caracteres permitidos no Twitter ou os vídeos de 15 segundos do TikTok”, compara.

Para o especialista, por causa desse novo freguês, “mais apressado”, a tendência é de crescimento do conceito conhecido como “hiperconveniência”. O cliente prefere consumir via apps ou sites capazes de proporcionar uma entrega entre 15 minutos e, no máximo, duas horas; procura lojas de conveniência dentro dos condomínios, “vending machines” em locais de fácil acesso e comércios “grab and go” (pegue e saia, do inglês), com pedido antecipado pelo celular.

Outro movimento que tem ocupado as agendas dos varejistas, diz Assis, é o “social commerce”, ou a venda direta em plataformas sociais. O Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) de Varejo, levantamento elaborado pela Totvs em parceria com a H2R Pesquisas Avançadas, concluiu que 94% dos lojistas dispõem de, ao menos, um canal de vendas digital. O estudo ouviu 673 empresas nacionais e multinacionais de todas as regiões do Brasil, com faturamento igual ou superior a R$ 2 milhões.

De acordo com a pesquisa, os canais on-line mais usados são o “chat commerce” (via WhatsApp ou Messenger, com 80% de participação), seguido por Instagram e Facebook (67%) e o site próprio da marca (61%). “Ou seja, o ‘social’ já representa, para todos os efeitos, a maioria dos recursos digitais. O varejo tem de ir onde o consumidor está.”

Prova disso é a recente movimentação da fintech Magalu, braço financeiro do Magazine Luiza, que pretende criar um token nativo próprio para servir como moeda digital em um programa de benefícios voltado para consumidores e lojistas do ecossistema de varejo.

A marca, com 37 milhões de clientes, também estuda permitir a compra de produtos por meio de criptomoedas. “O consumidor encontra tudo o que precisa aqui, do umidificador de ar à cerveja e amendoim”, diz Felipe Cohen, diretor de operações de marketplace, na companhia há mais de sete anos.
Júlia Rueff, diretora sênior de marketplace do Mercado Livre, com mais de 88 milhões de usuários ativos em 18 países e 36 vendas realizadas por segundo, de acordo com a empresa, diz que é preciso estudar melhor como a divisão geracional dá as cartas no varejo digital – inclusive entre aqueles que não dão muito bola para os “feeds” do Instagram.

Pesquisas da empresa indicam que a geração Z, dos nascidos a partir de 1997 e considerada a mais “digital”, é o grupo que mais cresce nas filas dos caixas, representando 13% dos compradores da plataforma. Os millennials (1981-1996) são os que mais gastam, principalmente na seção de tecnologia, com 18% a mais de despesas ante a média dos outros usuários.
“Já os baby boomers (1946-1964) são os visitantes mais frequentes e acumulam 12% a mais de idas às compras em relação à média”, explica. “Gastam 28% mais com vinhos, por exemplo, do que os demais consumidores.” A executiva destaca ainda que o aumento da adesão a meios de pagamentos digitais deu um salto na pandemia e alargou a base de clientes. A possibilidade de pagar com Pix incluiu 700 mil novos usuários ao cadastro.

Para dar conta da diversidade de público, o plano do Mercado Livre é investir em novas tecnologias e nas categorias em oferta – somente no ano passado, foram aplicados R$ 17 bilhões, 70% a mais do que o registrado em 2021. Neste ano, os investimentos devem somar R$ 19 bilhões em operações no Brasil, principalmente nas áreas de tecnologia, logística e publicidade. Na cesta da inovação, entram sistemas de “machine learning” (aprendizado de máquina) que conseguem prever vendas futuras e garantir que os produtos estejam armazenados no centro de distribuição mais próximo do comprador. Nessa operação, mais de 200 mil previsões são feitas por minuto.

Nas “prateleiras”, a intenção é que a seção de moda ganhe mais reforço em 2023. Mais de 4 milhões de pesquisas de peças são realizadas diariamente e 27 milhões de interessados são registrados, ao mês, por essa linha, que conta com 1,7 mil marcas. “Já implementamos ferramentas como tabelas de medida para roupas e melhoramos a qualidade das fotos das mercadorias”, diz Rueff. “O cliente espera não só encontrar um look perfeito, mas conseguir escolher tamanho e caimento ideal.”

Enquanto os lojistas refinam estratégias de contato com o consumidor, a indústria do varejo tem um nó para resolver nos bastidores. Dirigentes do setor estão se movimentando contra plataformas internacionais, principalmente as asiáticas sob a alegação de concorrência desleal.

“Não é só uma questão de não pagar tributos por produtos fabricados lá fora e entregues aqui [a estimativa de representantes do segmento é que a evasão fiscal no país, por conta do comércio via apps estrangeiros, gire em torno de R$ 14 bilhões anuais], mas pela facilidade de oferecer as mercadorias em qualquer lugar”, diz Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), entidade que produz estudos de mercado para as empresas do setor. Compras internacionais entre pessoas físicas são isentas de taxas até o valor de US$ 50 e, muitas vezes, as remessas das fornecedoras orientais são consideradas transações dessa natureza.

“Queremos trabalhar com essa mesma facilidade, ou seja, vender um produto para qualquer usuário no mundo e postar pelo correio, sem burocracia.” Para discutir esse tema com autoridades e pares estrangeiros, Terra e uma comitiva de 40 varejistas devem desembarcar na China em setembro. “O mercado depara com uma questão global, de ‘cross border’ [modalidade de negócio baseada no fluxo de itens entre diferentes países], que poderá definir o futuro do varejo.”

Fonte : https://valor.globo.com/eu-e/noticia/2023/03/24/cashback-lives-entregas-relampago-quais-sao-as-estrategias-das-grandes-varejistas-para-reconquistar-clientes.ghtml

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Saiba quem é a próxima Shein e como ela quer desbancar a líder global de ‘fast fashion’

Chinesa Temu vem avançando nos EUA e ameaça a liderança no país da maior varejista de moda rápida do mundo.

A chinesa Shein, adorada pela Geração Z por suas roupas ultrabaratas, levou uma década para alcançar a Zara, como a maior varejista de ‘fast fashion’ do mundo. Agora, um novo estreante nas plataformas digitais quer superá-la.

A Temu, uma plataforma de compras que pertence ao peso-pesado do comércio eletrônico chinês PDD Holdings, estabeleceu meta de vendas ambiciosa para seus negócios na América do Norte: ter ao menos um único dia de vendas que supere o da Shein, entre agora e 1º de setembro, para marcar o aniversário de sua entrada no mercado americano.

Este é o primeiro passo nos planos mais amplos da Temu para dominar o cenário de compras on-line. A Temu vê a Shein como sua maior rival no curto prazo e quer superar seu domínio nos próximos anos, disseram fontes. Mas a empresa, que vende de tudo, de roupas a utensílios de cozinha, pretende ir além e enfrentar os gigantes globais do e-commerce , como a Amazon.com e o eBay

A Temu vem crescendo bem e tem sido o aplicativo mais baixado na loja da Apple nos EUA durante grande parte dos últimos meses. A empresa alcançou cerca de US$ 500 milhões em vendas nos Estados Unidos durante seus primeiros cinco meses de operação, de acordo com a empresa de análise de dados YipitData.

Somente em janeiro, as vendas foram de quase US$ 200 milhões, mostram os dados. A empresa lançou seu app no Canadá em fevereiro.

A fórmula do aplicativo de preços ultrabaixos e vendas rápidas provou ser atraente em um momento em que os consumidores estão apertando o cinto, disse Abe Yousef, analista sênior da Sensor Tower, rastreador de aplicativos.

O app da Temu foi baixado 24 milhões de vezes desde seu lançamento e reuniu cerca de 11 milhões de usuários ativos mensais em janeiro, um aumento de 47% em relação à temporada de compras de dezembro, estima Yousef.

– Dado o atual ambiente macroeconômico desafiador e o apoio da controladora PDD Holdings, a Temu está bem posicionada para continuar sua estratégia agressiva de crescimento entre os consumidores dos EUA – acrescentou.

Domínio em moda rápida
A Shein já domina o mercado de moda rápida dos Estados Unidos, superando em muito as rivais Zara e H&M, de acordo com a YipitData. No mês passado, o Financial Times informou que a Shein prevê que o as vendas globais crescerão para US$ 80,6 bilhões em 2025, um aumento de 174% em relação ao ano passado.

Com dez anos de criação, a Shein Shein domina o mercado de moda rápida dos EUA, superando em muito as rivais Zara e H&M — Foto: Bloomberg

A equipe da Temu não recebeu uma meta diária de vendas – é um número mantido entre os gerentes seniores. Em vez disso, eles foram instruídos a deixar de aumentar a base de usuários de seu aplicativo e site para criar maneiras de aumentar o quanto os clientes gastam, disseram as fontes.

Procurada pela reportagem, a empresa não respondeu aos pedidos de comentários.

Concorrente de peso
O rápido sucesso da Shein abriu caminho para uma série de empresas recém-chegadas que desejam entrar no mercado de comércio eletrônico em expansão, mas a Temu está sendo amplamente vista como a concorrente mais séria.

‘Clique djá’ para comprar: Varejistas aderem ao live shopping na internet
Ela já está correndo atrás de funcionários da Shein e visando fornecedores, ao mesmo tempo em que aproveita os altos recursos, extensas cadeias de suprimentos e experiência – particularmente em dados do consumidor que permitem mudanças rápidas nas ofertas – da controladora PDD, que já controla cerca de 13% do varejo on-line chinês por meio de sua plataforma Pinduoduo.

Embora ambas as empresas sejam sinônimo de produtos baratos e fáceis de obter, a Temu opera mais como um mercado do que como uma marca própria, como a Shein. Ela não lida com design e produção, mas recruta fornecedores para oferecer uma lista de produtos, que seleciona e permite que uma loja seja aberta em sua plataforma.

Depois que os vendedores enviam produtos para os armazéns da Temu na China, a empresa cuida da entrega, marketing e promoção e serviços pós-venda.

Estratégia para aumentar vendas
A Temu está apostando que uma grande campanha de marketing impulsionará o crescimento das vendas. A empresa fez sua estreia publicitária no Super Bowl em meados de fevereiro, exibindo dois anúncios de 30 segundos, que normalmente custam milhões de dólares para produzir e transmitir.

Os anúncios apresentavam um comprador girando e dançando entre uma variedade de roupas. Também está implementando práticas de marketing social semelhantes às estratégias da Pinduoduo na China, incluindo descontos, recompensas em dinheiro e brindes para clientes que indicarem seus amigos.

A estratégia está dando frutos, com visitas ao seu site superando as da Shein em janeiro. Se a Temu for capaz de sustentar seu ímpeto, também se juntará a um punhado de serviços de internet de propriedade chinesa que tiveram sucesso nos EUA, incluindo o Aliexpress, do grupo Alibaba, e o TikTok , o aplicativo de vídeos curtos da ByteDance.

Fonte : https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2023/03/saiba-quem-e-a-proxima-shein-e-como-ela-quer-desbancar-a-lider-global-de-fast-fashion.ghtml

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Varejo pede taxação de AliExpress, Shein e Shopee e ação antipirataria

Entidades do varejo têm pressionado o governo e o Congresso na tentativa de melhorar a competição com e-commerces estrangeiros que passaram a atuar no mercado de vendas online no Brasil. Empresas nacionais vêm se sentindo prejudicadas por sites como Shein, Shopee e AliExpress, alegando que eles não pagam tributos e tampouco respeitam regulamentações de segurança e antipirataria no País.

A estimativa de representantes do setor é que a evasão fiscal por conta desse cenário gire em torno de R$ 14 bilhões anuais. Com o aumento das vendas, a situação vem piorando, dizem as entidades. Questionadas sobre a cobrança de tributos, porém, a AliExpress, a Shopee e a Shein afirmam que atuam conforme as regras e os regulamentos estipulados pela lei brasileira.

De acordo com as varejistas brasileiras, o problema ocorre, principalmente, por causa do atual esquema de tributação na importação de produtos. Compras internacionais entre pessoas físicas são isentas de taxas até o valor de US$ 50. Muitas vezes, vendas em plataformas estrangeiras são consideradas transações deste tipo.

“Nas operações B to C (business to consumer), onde você tem uma pessoa jurídica de um lado, no caso, as plataformas internacionais, e os consumidores brasileiros do outro, não é legal este tipo de operação”, defende Edmundo Lima, porta-voz da Associação Brasileira de Varejo Têxtil (Abvtex).

A situação tem feito com que representantes do setor acusem a participação dessas empresas no mercado como uma espécie de concorrência desleal. Com sites e apps traduzidos para o português e opções de pagamento iguais às das varejistas nacionais, os consumidores têm a mesma facilidade de compra em e-commerces estrangeiros do que nas versões digitais de varejistas nacionais.

Concorrência
“Gera concorrência desleal com os e-commerces situados aqui no Brasil, que estão regulados, que têm estoque e têm de cumprir com a legislação tributária e trabalhista”, diz Mauro Francis, presidente da Associação Brasileira de Lojistas Satélites (Ablos), que reúne os principais varejistas brasileiros.

Além dos problemas tributários, os varejistas alegam que os e-commerces internacionais também não respeitam as normas técnicas para venda de produtos, além de abrirem espaço para a comercialização de produtos falsificados nas plataformas.

“Afeta a concorrência, já que as empresas têm uma preocupação em relação à origem dos produtos, não comercializam produtos falsificados, além de todo o cumprimento da legislação vigente em relação à etiquetagem e à saúde e segurança do consumidor”, explica Edmundo Lima, da Abvtex.

Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV, afirma considerar que a situação atual é uma “evolução tecnológica do que a gente tinha antigamente com o camelô”. “Agora, o consumidor consegue comprar diretamente da China. Ficou muito fácil comprar”, diz.

Em relação às normas técnicas para a venda de produtos, a AliExpress diz que monitora “qualquer produto suspeito que possa desrespeitar os direitos intelectuais”. Já a Shopee diz que toma “medidas proativas para impedir que tais produtos sejam listados no marketplace”. Também em nota, a Shein afirma exigir que seus fornecedores “cumpram todos os parâmetros legais”.

Fonte : https://www.contadores.cnt.br/noticias/empresariais/2023/02/27/varejo-pede-taxacao-de-aliexpress-shein-e-shopee-e-acao-antipirataria.html

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Dia do Consumidor: Pesquisa revela que a média de gasto será de R$ 250 por pessoa

Categorias em que os consumidores mais pretendem investir são celular e acessórios, eletrodomésticos e informática

Uma pesquisa in-app realizada com mais de 1.700 usuários pela Shopee, plataforma de comércio eletrônico que conecta vendedores, marcas e consumidores, revelou que a maioria dos brasileiros pretende realizar suas compras em marketplaces (76%) no Dia do Consumidor 2023 (15.3) e que a média de valor de investimento será de R$ 250. As categorias que mais pretendem investir são: Celular e Acessórios, Eletrodomésticos e Itens de Informática.

“O Dia do Consumidor já se tornou um dos momentos mais importantes do varejo brasilieiro. A data é uma oportunidade para pequenos e médios vendedores e grandes marcas apostarem em promoções e competir pela atenção do consumidor. Sabemos que as pessoas buscam conveniência e oportunidades de economia.”, comenta Felipe Piringer, responsável pelo Marketing da Shopee.
Motivação de compra

Os resultados mostram que 45% das pessoas pretendem comprar durante a data. No entanto, a maioria (75%) respondeu que só pretende comprar algo após a comparação de preços em diversos apps e na internet e perceberem vantagens e benefícios que geram economia. Já 68% dos respondentes comparam as promoções e os descontos do Dia do Consumidor com o que foi oferecido em outras datas importantes do varejo como a Black Friday, por exemplo. Entre as motivações para compras no Dia do Consumidor, 62% das pessoas estão em busca de itens de desejo com o melhor preço e 30% procuram produtos de necessidades básicas também com um ótimo valor.

No comparativo com a Pesquisa de Intenção de Compras de Dia do Consumidor da Shopee em 2022, a média de gasto aumentou de R$ 218 para mais de R$ 250 (+18%) e a categoria que mais cresceu no quesito pretensão de compra foi Eletrodomésticos (+2,4%). Já em 2023, as categorias preferidas são: Cozinha e Decoração, Roupas femininas e Calçados.

Além disso, a pesquisa, realizada em todas as regiões do país, indica que os métodos de pagamento que os consumidores mais pretendem utilizar são cartão de crédito (49%), PIX (38%) e boleto bancário (6%), cartão de débito (4%) e outras opções de pagamentos como dinheiro, link de pagamento e QR Code representam apenas 1% da preferência dos usuários.

Fonte : https://miriangasparin.com.br/2023/02/dia-do-consumidor-pesquisa-revela-que-a-media-de-gasto-sera-de-r-250-por-pessoa/

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Varejo cresce 4,9% em janeiro, aponta índice ICVA

As vendas no varejo em janeiro de 2023 cresceram 4,9%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2022. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) registrou alta de 13,8%.

Janeiro deste ano foi um mês favorecido pelos efeitos de calendário. O dia de ano novo caiu em um domingo, o que abriu espaço para um dia útil a mais que em janeiro de 2022, quando o dia 1º caiu em um sábado. Descontados tais efeitos, o crescimento em janeiro foi de 4,5%.

De acordo com Vitor Levi, superintendente de dados e inovação da Cielo, janeiro marcou o 15º mês seguido de aceleração do varejo. “O mês apresentou bom desempenho. Os três macrossetores registraram crescimento, com destaque para Serviços. Em parte, isso pode ser explicado pela onda da variante ômicron, que prejudicou os resultados em janeiro do ano passado e beneficiou o mês de janeiro deste ano na comparação. Este efeito fica mais claro quando observamos a queda sofrida pelo Setor de Drogarias e Farmácias”, afirma.

Setores do varejo
Descontada a inflação e desconsiderados efeitos de calendário, os dados do ICVA indicam que todos os macrossetores cresceram em janeiro. Essa situação não ocorria desde maio de 2022.

O maior destaque foi o de Serviços, alavancado por Turismo e Transporte. “É possível supor que este incremento ainda esteja ligado à demanda reprimida causada pela pandemia, que dificultou viagens e deslocamentos por quase dois anos”, afirma Levi.

O segmento de Postos de Combustíveis foi o que mais contribuiu para a alta do setor de Bens Não Duráveis.

Já no setor de Bens Duráveis e Semiduráveis o destaque foi o segmento de Óticas e Joalherias.

Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, apontou alta de 0,53% em janeiro. O índice acumulado nos últimos 12 meses ficou em 5,77%.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a alta em janeiro teve maior influência do grupo de Alimentação e Bebidas. A segunda maior variação foi de Transportes. Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do varejo ampliado acumulada em 12 meses em janeiro foi de 8,5%, com desaceleração em relação ao índice registrado no mês anterior.

Regiões
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a janeiro de 2022 foram: Sul (+5,1%), Sudeste (+4,2%), Nordeste (+3,6%), Centro-Oeste (+3,2%) e Norte (+3,2%).

Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, os destaques foram as regiões: Sudeste (+15,4%) e Sul (+13,2%). Na sequência aparecem Nordeste (+10,2%), Centro Oeste (+9,9%) e Norte (+9,4%).

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/varejo-cresce-janeiro-icva?view=v2

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Ministros analisam caso de grande impacto para o varejo

STF retomou julgamento cujo impacto para as dez maiores varejistas do país é estimado em R$ 5,6 bilhões.

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou na sexta-feira um julgamento de grande impacto para o varejo, especialmente o comércio eletrônico. Trata-se da possibilidade de uso de créditos de ICMS. É a quarta tentativa dos ministros de concluir o tema.

A discussão foi aberta depois de o STF, em abril de 2021, impedir a cobrança do imposto na transferência de mercadorias, de um Estado para outro, entre estabelecimentos de um mesmo contribuinte (ADC 49).
Essa decisão, aparentemente, beneficia o setor. Só que existe um efeito colateral: mexe nos créditos aos quais as empresas têm direito e usam para abater dos pagamentos do imposto estadual.

Com esse julgamento, as dez maiores empresas do varejo correm o risco de perder R$ 5,6 bilhões de créditos tributários por ano, segundo impacto estimado em um parecer da Tendências Consultoria Integrada (ADC 49).
A questão dos créditos é importante porque o regime do ICMS é não cumulativo. Ou seja, o que a empresa paga na etapa anterior, ao adquirir a mercadoria para revenda, serve como crédito para abater na etapa seguinte.
Com a decisão de abril de 2021, o uso do crédito fica restrito ao Estado de saída da mercadoria. Isso gera desequilíbrio no fluxo de caixa porque pode sobrar crédito em um Estado e no outro a empresa ser obrigada a desembolsar, em dinheiro, todo o pagamento.

É isso que os ministros estão analisando agora, por meio de embargos de declaração. Eles vão definir a partir de quando a decisão que derrubou a cobrança de ICMS tem validade e, mais importante para as empresas, como será a regulamentação do uso dos créditos.
Os embargos começaram a ser julgados em outubro de 2021 no Plenário Virtual. E os ministros estão divididos – o placar está em quatro a quatro.
Ainda faltam três votos que deverão ser depositados até sexta-feira, ou o caso pode ser suspenso por pedido de vista ou destaque.

O relator, ministro Edson Fachin, posicionou-se pelo fim da cobrança do ICMS a partir de 2023. Ele diz, em seu voto, que os contribuintes terão garantido o direito à transferência dos créditos se até essa data os Estados não tiverem ainda regulamentado a questão.

O voto foi ajustado. Inicialmente, Fachin entendia que a decisão deveria valer já em 2022 e não dava prazo de adequação para os Estados. Ele acabou se alinhando, com o novo voto, ao entendimento do ministro Luís Roberto Barroso. Os ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski aparecem, no sistema, em acordo com o relator, assim como Barroso.

O ministro Dias Toffoli deu início à divergência. Ele propõe que a decisão que impede a cobrança do ICMS tenha eficácia após o prazo de 18 meses contados da data de publicação da ata de julgamento dos embargos de declaração. Ele optou por não se posicionar em relação aos créditos.
Para Toffoli, cabe ao legislador complementar a regulamentação do regime de transferência dos créditos de ICMS entre os estabelecimentos de um mesmo titular. Os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Nunes Marques estão acompanhando o voto divergente.

Último a votar, o ministro Nunes Marques, afirma que “não há falar em anulação do crédito relativo às operações anteriores nessa situação”. A transferência de mercadoria entre estabelecimentos do mesmo contribuinte, a rigor, acrescenta, não é operação mercantil, trata-se de “simples movimentação física da mercadoria, como transferir uma mercadoria de uma prateleira para outra”.

Para o ministro, deve ser concedida a projeção dos efeitos, tanto para se preservarem as operações consolidadas, em que houve recolhimento do imposto (antes da publicação da ata do julgamento de mérito da ação), quanto para se conceder prazo hábil à regulamentação da transferência dos créditos de ICMS.
“Compreendo que a proposta do ministro Dias Toffoli, de ser estabelecido prazo de 18 meses contados da data da publicação da ata de julgamento dos embargos de declaração, é a solução mais razoável, em vista, sobretudo, da necessidade de edição de novos marcos legais”, diz.

Fonte : https://valor.globo.com/legislacao/noticia/2023/02/13/ministros-analisam-caso-de-grande-impacto-para-o-varejo.ghtml

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Shein atropela Magazine Luiza, Renner e Riachuelo no digital

Uma das marcas queridinhas do momento para os fãs de moda, a gigante chinesa Shein conseguiu atropelar o resultado de varejistas como Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Renner (LREN3) e Riachuelo (GUAR3) no digital. De acordo com dados divulgados nesta segunda (6), o aplicativo movimentou R$ 7,1 bilhões em 2022 em suas operações online.

Segundo uma pesquisa feita pela Aster Capital, após a Shein, aparece o Mercado Livre (MELI34), com R$ 6,5 bilhões nessas movimentações. O Magazine Luiza fica em terceiro lugar no ranking, com R$ 3 bilhões, seguido pela Dafiti (R$ 2,5 bilhões) e pela Shopee (R$ 2,1 bilhões).

Enquanto isso, varejistas tradicionais do setor de moda aparecem longe do “fenômeno” Shein. Confira:

Lojas Renner: R$ 1,5 bilhão;
Soma (SOMA3): R$ 1,2 bilhão;
Arezzo (ARZZ3): R$ 1 bilhão;
Riachuelo/Guararapes: R$ 619 milhões;
C&A (CEAB3): R$ 511 milhões.

“Empresas como Renner, Guararapes e C&A têm um desafio pela frente por conta da situação de crédito e da Shein, que atende um público semelhante e tem uma força assustadora”, explica Rodrigo Nasser, sócio e managing partner da Aster Capital, em entrevista ao NeoFeed.

O estudo feito pela Aster considerou dados oficiais do balanço de empresas abertas e, quando essas informações não estavam disponíveis, foram feitas estimativas com base em entrevistas com funcionários e consultas às companhias.

Nasser ressalta que o Mercado Livre corre por fora e não é visto, à primeira vista, como um competidor pelas empresas de varejo. “Mas ele tem uma quantidade de sellers tão grande que em qualquer vertical é importante”, ressalta o especialista.

O integrante da Asper também aponta que o Grupo Soma pode sofrer com a Shein por causa da exposição da Hering ao público da classe C. Contudo, a Arezzo deve passar ilesa desse fenômeno, tendo em vista que foca nos consumidores de alta renda.

Magazine Luiza e varejo terá ano da virada em 2023?
Após sofrer com a pandemia da Covid-19 e ver suas ações derreterem na Bolsa de Valores ao longo de 2022, as empresas do varejo esperam por dias melhores em 2023. Contudo, na visão dos analistas, o próximo ano não será nada fácil para o setor. Inflação sem trégua, juros altos e incertezas políticas aparecem como alguns dos vilões de empresas como Magazine Luiza e Via (VIIA3).

“As perspectivas, ao menos por enquanto, são bem ruins para o varejo, por causa da taxa de juros. Antes, o mercado precificava uma queda da taxa de juros pela frente e, agora, já começa a ver uma manutenção ou até uma alta”, destaca Vitorio Galindo, head de análise fundamentalista da Quantzed, em entrevista ao Suno Notícias.

Com os juros nas alturas, o custo das dívidas dessas empresas fica muito alto. “As margens do varejo são muito apertadas. É difícil olhar para o varejo, no geral, e achar que as perspectivas são boas ou que as ações vão perfomar bem. Para acontecer isso, algo tem que mudar”, analisa. Além disso, empresas como a Shein e a Shopee deixam o cenário ainda mais acirrado.

Fonte : https://administradores.com.br/noticias/shein-atropela-magazine-luiza-renner-e-riachuelo-no-digital

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Americanas demite funcionários terceirizados e encerra televendas

A rede varejista em recuperação judicial confirmou os cortes e garante que está trabalhando para que empregados diretos não precisem passar por cortes.

Nos últimos dias a Americanas (AMER3) encerrou contratos com empresas prestadoras de serviços terceirizados, como o serviço de televendas. Até o momento, 50 prestadores de serviços foram desligados entre São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, segundo os Sindicatos de Comerciários.

No último mês, a rede varejista protagonizou um escândalo contábil que resultou em um pedido de recuperação judicial emergencial. A Americanas declarou à Justiça que possui dívidas superiores a R$ 41 bilhões com cerca de oito mil credores.

Em resposta à Forbes, a empresa confirmou o desligamento de prestadores de serviços. Ao discar o número de televendas, o cliente irá ouvir uma mensagem eletrônica que avisa que o serviço foi encerrado e que é possível efetuar as compras pelo aplicativo ou site da empresa.

Segundo a Americanas, a empresa está focada no processo de recuperação judicial, que tem como “um dos objetivos” garantir “a continuidade das atividades da empresa, incluindo o pagamento dos salários e benefícios de seus funcionários em dia”, afirma em nota à Forbes.

“O plano de recuperação definirá quais serão as ações da empresa para os próximos meses e será amplamente divulgado assim que for finalizado.”

Fonte : https://forbes.com.br/forbes-money/2023/02/americanas-demite-funcionarios-terceirizados-e-encerra-televendas/

Varejistas iniciam queimas de estoque de verão com descontos e promoções

Produtos de diversas categorias estarão com até 80% de desconto em lojas físicas e canais digitais.

Após o Natal, está aberta a temporada de descontos de verão em varejistas de todo o País. Entre os meses de janeiro e fevereiro, os consumidores terão a oportunidade de aproveitar o saldão de verão com ofertas em artigos de vestuário, acessórios, eletrônicos e muito mais.

Começa nesta sexta-feira, 6, a 30ª edição da Liquidação Fantástica do Magalu. O evento, criado pela companhia em 1994, é uma das maiores e mais tradicionais queimas de estoque do País. Produtos de diversas categorias estarão com até 80% de desconto nas lojas físicas e canais digitais do Magalu. Marcas integrantes do ecossistema, como Netshoes, KaBuM! e Consórcio Magalu, também vão oferecer descontos aos consumidores durante o mês de janeiro.

A promoção acontece no sistema “pegou, levou”, ou seja, o consumidor deve levar para casa os seus produtos, inclusive os de mostruário, na hora da compra. Tradicionalmente, a data reúne clientes na porta das lojas antes da abertura, que acontece às 7 horas da manhã – uma hora mais cedo do que os outros dias.

Nesta edição, cada varejista terá ofertas de acordo com seu estoque – a disponibilidade e a quantidade de itens variam em cada ponto físico. Por isso, para impulsionar as promoções de cada localidade, os descontos serão anunciados por meio de lives com influenciadores regionais.

O KaBuM!, e-commerce de tecnologia e games, vai participar da megapromoção com descontos de até 60% em dezenas de produtos de categorias como hardware, periféricos, computadores, portáteis, áudio e vídeo e conectividade.

Vestuário e beleza
A Netshoes participará da liquidação com preços até 80% menores em calçados, roupas, acessórios esportivos e bikes. Os itens de futebol estarão com até 70% de desconto e marcas como Adidas, Asics, Mizuno e Oakley terão valores especiais. Além disso, os clientes poderão aproveitar descontos exclusivos para pagamentos no Pix.

A rede francesa Sephora terá descontos de até 50% em produtos selecionados e garante a oportunidade ideal para rechear a nécessaire com marcas exclusivas durante o primeiro mês do ano. O benefício é oferecido em produtos selecionados e disponíveis nas lojas de todo o Brasil, e-commerce e aplicativo da marca até o dia 15 de janeiro ou até quando durarem os estoques. Sephora Collection, KVD, Nars, Fenty Beauty, Benefit, Caudalie, MAC e Wella Professionals são algumas das marcas que participam da iniciativa.

Drive-thrus e lockers para a retirada das compras
Os consumidores dos shoppings administrados pela Aliansce Sonae também poderão contar com promoções e descontos. Além das compras presenciais, os clientes têm a opção de escolher os produtos pelos canais digitais oferecidos pelos shoppings e receber em casa ou retirar nos empreendimentos. As unidades contam com drive-thrus e lockers para a retirada das compras.

Ao todo, serão 31 shoppings em 8 estados participando da ação. São eles: Montes Claros Shopping, Plaza Sul Shopping, Santana Parque Shopping, Shopping Campo Limpo, Shopping Metrópole, Shopping Praça Nova Araçatuba, Shopping Praça Nova Santa Maria, Shopping Taboão, Shopping Eldorado, Parque D. Pedro Shopping, Bangu Shopping, Boulevard Shopping Brasília, Boulevard Shopping Campos, Boulevard Shopping Campos, Boulevard Shopping Vila Velha, Carioca Shopping, Caxias Shopping, Pátio Alcântara, Santa Cruz Shopping, Passeio Shopping, Recreio Shopping, São Gonçalo Shopping, Shopping Grande Rio, Via Parque Shopping, Boulevard Belém, Parque Belém, Feira de Santana, Boulevard Conquista, Parangaba, Parque Shopping Maceió e Cariri Shopping.

As promoções começam no dia 05 de janeiro e vão até 19 de fevereiro.

Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/05/01/2023/noticias-varejo/varejistas-iniciam-queimas-de-estoque-de-verao-com-descontos-e-promocoes/