DHL investe em avião próprio para reduzir tempo de entrega no Brasil

No total, empresa de logística está aportando R$ 370 milhões no País.

A multinacional de logística DHL Express agora tem um avião próprio para fazer entregas no Brasil. A aeronave, um Boeing 767 com capacidade de 52 toneladas, faz a rota Miami-Campinas-Bogotá numa frequência de seis vezes na semana, com uma pausa técnica para manutenção, e custou R$ 130 milhões. No total, a DHL está investindo R$ 370 milhões no Brasil para diminuir o tempo de entrega de mercadorias, ampliar a atuação em ações ESG e aumentar a participação de mercado da empresa.

“Queremos aumentar nossa participação no mercado sem deixar a qualidade de lado e inserindo, cada vez mais, ações de sustentabilidade. De 2019 a 2021, foram investidos R$ 90 milhões. De 2022 a 2025, serão outros R$ 280 milhões, incluindo o avião”, destaca a CEO da DHL, Mirele Mautschke. Segundo ela, com o avião próprio a empresa quer dar a garantia de embarque para todos os clientes, independentemente do tamanho da remessa, em qualquer época do ano, sem depender das malhas aéreas comerciais.

A DHL continuará com voos diretos para os principais países da América Latina e Europa, oferecendo, assim, menor tempo de trânsito para as encomendas. Os clientes do Estado de São Paulo serão beneficiados com um dia a menos no tempo de trânsito para alguns tipos de importações.

Investimento em Viracopos
Maior aeroporto de cargas do País, Viracopos, em Campinas, também vai receber parte dos investimentos anunciados. Serão aportados R$ 40 milhões, nos próximos anos, para aumentar a capacidade de operação dos serviços de exportação. O investimento torna a DHL a primeira empresa a ter armazém alfandegário próprio no Brasil, o que permitirá ter o total controle sobre a cadeia logística das remessas no desembaraço da importação formal.

Em 2019, a Receita Federal do Brasil certificou a empresa como Operador Econômico Autorizado (OEA), na função de Agentes de Carga, Transportadora e Depositário Fiel.

A empresa também está investindo quase R$ 3 milhões para abrir ou ampliar lojas da DHL em diversas cidades do País, como Florianópolis (SC) e Vitória (ES). Ainda no Espírito Santo, outros R$ 3,5 milhões foram investidos na ampliação da filial DHL na cidade de Serra, região metropolitana da capital capixaba, para aumentar a capacidade de atendimento. A DHL possui 16 lojas próprias com mais de 450 parceiros e 19 filiais.

A DHL também vai eletrificar a frota de carros e motos, em até 60%, até 2030. Outro destaque é a parceria de R$ 2 milhões com a ONG Sobrasa, que atua na prevenção a afogamentos no mar e em águas doces.

Venda digital perde fôlego e varejistas seguram despesas

Projeção de expandir 8% cai para 5% no ano; plataformas cortam custos e tiram benefícios do cliente.

“O Mercado Livre entregava com frete grátis se a compra [de supermercado] chegasse a R$ 79 ou mais. Agora [o valor] é R$ 199”, desabafava no Twitter, dias atrás, um dos clientes da plataforma, Gabriel Belusio. “Finalmente um cupom de frete grátis na Shopee sem preço mínimo”, comentava na sequência a consumidora sob o pseudônimo “Ash”, na última quinta-feira, data de um evento da Shopee no Brasil. O que se vê nas últimas semanas nas redes sociais, em centenas de mensagens sobre as ações das plataformas, é só um dos reflexos da mudança no ambiente do mercado digital no país.

O “boom” do comércio eletrônico após a pandemia perdeu força rapidamente neste ano, os custos logísticos e de mídia têm subido, e esse ciclo negativo já atingiu o consumidor que se acostumou, após a euforia nas vendas de 2020, a benefícios e vantagens na hora da compra. Esses ganhos vêm sendo revistos na busca dos grupos por maior eficiência.

Essa pressão cresce mais com a inesperada queda nas vendas no comércio eletrônico neste ano, com os primeiros recuos em abril (-6,4%) e maio (-1%), segundo dados de vendas mensais da empresa de pesquisas MCC/Neotrust. Era projetado desaquecimento, dizem analistas, mas não recuos seguidos. E isso ocorre não só pela base de comparação forte de 2021 e a volta do comércio nas lojas, mas há efeito da perda de renda e alta inflação nos preços. Americanas, Mercado Livre, Magazine Luiza e Via vêm crescendo em ritmo menor neste ano frente a 2021. A Shopee estaria mantendo ritmo pela base de vendas menos madura.
Nos últimos dias, o Valor reuniu junto a executivos e especialistas exemplos de alterações em políticas nas empresas, que podem afetar projetos e investimentos no ano. Por exemplo, aumentaram os valores mínimos de gastos em compras, definidos para obter entrega gratuita ou descontos. E parou de subir o peso da venda com frete grátis dentro do bolo total.

“Pelas nossas pesquisas, esse frete gratuito já se estabilizou no ano e não duvido que caia dentro do total no segundo semestre”, diz Fabrício Dantas, CEO da Neotrust. “É outro cenário hoje frente a 2020 e 2021. Está difícil estimar para frente, mas decidimos rever nossas projeções com a queda recente nas vendas”.
A estimativa no começo do ano era de uma alta no faturamento on-line de 8%, diz Dantas, e se espera agora crescer 5%, para R$ 169 bilhões. São R$ 8 bilhões a mais em vendas (mas quase R$ 5 bilhões a menos do projetado antes). Em valor, é a menor adição à base total desde 2019.

“Esperamos uma reaceleração do GMV [vendas pelas plataformas] no terceiro trimestre, porém mais lento. A expansão de 20% ao ano até 2025 caiu para 16%”, disse, dias atrás, em relatório, Daniel Federle, analista do Credit Suisse.
Esse cenário leva a revisões de prioridades nos grupos e afeta a relação com o cliente, apesar de eventual esforço para não cair o nível do serviço.

Desde o início do ano, grandes “marketplaces” como Renner, GPA, Magazine Luiza e Via falam em ser mais “racionais” na estratégia, com atenção maior à rentabilidade. “Temos sido muito acionados para ajudar a rever alguns processos. Não faz mais sentido ficar ‘comprando’ cliente digital a qualquer CAC [sigla de custo de aquisição de cliente], e sem conseguir diluir isso, pelos níveis baixos de venda”, diz Luciana Batista, sócia da consultoria Bain & Company.
“ Há análises sendo refeitas em investimentos, por exemplo, em ‘dark- stores’ [lojas que estocam produtos para entrega on-line] e sobre a real eficiência dos mini-hubs no país [pontos com ampla área de estoque]”, diz. “Será que vale mesmo abrir três ‘dark-stores’ no ano, com custo por metro quadrado alto, para a entrega a clientes num prazo mais curto, se o cliente da região aceita receber em prazo maior? Outro ponto tenho lojas com estoque que cobrem as entregas on-line em 75% da área, por que investir em mais mini hubs? Há projetos que estão ficando em stand-by ”, afirmou.
O comando da Petz disse, a analistas em maio, que fez “ajustes táticos”. “Havia alguns incentivos que a gente dava em programa de fidelidade, ou de descontos para ‘ship from store’ [venda on-line de estoque da loja], que não necessariamente traziam todo o benefício versus, eventualmente, a gente fazer um investimento maior no ‘Minhas Ofertas’ [no app próprio da rede ]”, disse a vice-presidente financeira, Aline Penna. “Estamos focando mais os investimentos em ‘pricing’, naqueles programas que nos trazem mais retorno”.
Em relatório na semana passada, analistas do Credit Suisse citam que a Vtex, fornecedora de tecnologia a empresas on-line, adotou uma postura mais conservadora neste ano depois que “começou a notar um crescimento mais fraco na sua base de clientes, em adição a uma implementação mais lenta de projetos em andamento”, diz o informe. Sobre a questão, a Vtex diz que cresce acima da média e vem gerando valor a seus clientes.

Fornecedora de serviços ao comércio eletrônico, a Infracommerce diz que “há clientes falando em segurar um pouco mais novos projetos”, segundo o vice-presidente de finanças Fabio Bortolloti.
Outra iniciativa envolve um aumento de investimento nas ações de marketing nos apps e sites das plataformas, e uma racionalização maior dos incentivos em buscadores, após a alta na inflação dos “cliques” entre 2020 e 2021. Empresas pagam se a venda é oriunda dos buscadores, como Google. “Essa é uma das maiores despesas dessas empresas digitais e a mais fácil de ser mexida. Como se trata de uma compra de mídia de performance, ela é fundamental hoje, mas há maior flexibilidade em ajustá-la”, diz Marcelo Tripoli, fundador da agência digital Zmes.

Ainda aumentaram as ações para incentivar a venda pelo sistema de retirada da compra on-line na loja. “Com o combustível caro, tem rede dando um agrado para fazer o cliente pegar o item na loja. A cada retirada, posso diminuir a minha rota de entrega. Além disso, o subsídio ao frete vem caindo, a depender do perfil do comprador”, diz um executivo da área de moda.

Nas últimas semanas, algumas medidas que afetam o consumidor vêm se tornando públicas, como a decisão do Mercado Livre de subir, a partir do dia 7 de junho, de R$ 79 para R$ 199, o valor mínimo para obter frete grátis na compra de itens de supermercado. Isso tende a diminuir o subsídio da empresa ou dos lojistas aos clientes.

Aos lojistas, a empresa disse em comunicado que está “reduzindo custos para que [o vendedor] possa baixar seus preços na seção”. Em receita, o Mercado Livre cresceu 63% no Brasil de janeiro a março, abaixo do ritmo dos trimestres anteriores, mesmo cenário visto no Magazine, Via e Americanas – efeito da base de comparação e da menor demanda, dizem analistas.
Na Shopee, consumidores já vêm mencionando em redes sociais há meses a política mais restritiva na concessão de benefícios. Em maio, ela aumentou, de R$ 20 para R$ 29, o preço mínimo para o cliente ter acesso ao frete grátis. A empresa cita, em balanços trimestrais globais, perda menor nas entregas no Brasil. “O dinheiro ‘enxugou’, e mesmo plataformas estrangeiras vêm adotando uma racionalização maior” diz Gabriel Lima, CEO da consultoria Enext.

Também existe hoje no mercado uma nova onda de repasses de custos aos lojistas, iniciada no fim de 2021. São medidas para absorver custos financeiros e operacionais maiores no ano. O Mercado Livre aumentou de até cinco dias para oito dias o prazo de pagamento a lojistas nas vendas feitas pelo Mercado Envios (para itens novos e vendedores com boa nota na plataforma). Ou seja, o valor ficará mais tempo com a companhia. Para itens usados e lojistas sem reputação, serão 12 dias.

A mudança vale a partir do dia 20. O parcelamento de vendas acima de R$ 500 também caiu de 12 vezes sem juros para 10, desde o dia 30 de junho, na categoria “premium”. Isso reduz custos de financiamento da empresa, em tempos de juros altos. Procurada, a companhia diz que são “ajustes em sua política de custos em função do cenário econômico” e isso afeta serviços como frete e formas de pagamento. Afirma que são atualizações necessárias para seguir com o objetivo de oferecer um melhor ecossistema de negócios.

O Valor já antecipou na semana passada que, desde a sexta-feira, a Via parou de antecipar o pagamento a lojistas de maior porte em seu “marketplace”. E após o dia 13, o Magazine Luiza passa de 16% para 18% a taxa cobrada do lojista que quiser receber o valor de sua venda à vista, na maioria das categorias de sua plataforma.

Internet das Coisas: os impactos da chegada do 5G

Com o aumento das conexões digitais, a nova geração da internet deve transformar o mercado brasileiro.

Na última semana, foi confirmada a chegada da última geração da internet móvel ao Brasil. Primeiro, o 5G foi implementado em Brasília e, agora, está sendo gradualmente disponibilizado nas capitais restantes. Como esperado, a novidade vai aprimorar e agilizar as conexões entre aparelhos eletrônicos, mas não para por aí. O sinal 5G pode impactar o conceito da Internet das Coisas (IoT na sigla em inglês) e atuar nas áreas de educação, saúde, transporte, segurança, entretenimento e finanças.

De forma direta, quando falamos sobre a chegada de uma conexão mais rápida, os benefícios imediatos que pensamos são aqueles mais rasos: rapidez na entrega de mensagens, melhora no download de arquivos, fim da lentidão em chamadas de vídeos, entre outros. Contudo, a revolução que a nova tecnologia deve trazer vai além do setor de telecomunicações – é aí que entra a Internet das Coisas (IoT).

A expressão IoT foi criada em 1999 por Kevin Ashton, pesquisador britânico do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e nada mais é do que a possibilidade de conexão entre as pessoas e os objetos que as cercam, que funciona a partir de redes sem fio. Alguns exemplos comuns do uso dessa tecnologia são encontrados em Smart TVs, fechaduras inteligentes, smartwatches etc.

Seguindo o conceito de IoT e começando pela área de educação, a tecnologia pode impulsionar o ensino digital do País através do acesso à internet mais rápida. Durante a pandemia, muitos professores e estudantes sofreram com a falta de acessibilidade digital na educação a distância. O 5G vai expandir essa acessibilidade e transformar o ensino de diversas instituições que mantiveram o modelo a distância ou híbrido.

Falando de saúde, a estabilidade da rede faz com que seja possível que médicos auxiliem cirurgias de maneira remota, o que facilita a intervenção e o acompanhamento de pacientes que não conseguem comparecer ao local de atendimento específico.

Os impactos aos meio de transporte e segurança andam juntos, já que os automóveis poderão estar conectados e em sintonia a fim de diminuir os números de acidentes. No entretenimento, as vantagens encontram-se na rapidez do download de games e streamings.

O 5G, por fim, também tem o poder de movimentar o ecossistema de negócios e, consequentemente, as finanças do País. Com a possibilidade de desenvolvimento de novas tecnologias, como as citadas acima, há a expectativa de uma geração significativa de novos empregos. Além disso, a rede deve agilizar processos operacionais burocráticos, como os de onboarding e os de pagamentos digitais.

Falando em números, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pretende arrecadar até R$ 49,7 bilhões com o leilão do 5G, sendo R$ 39,1 bi em investimentos e outros R$ 10,6 bi em outorgas.

A Accenture, empresa de consultoria global, publicou um estudo que diz que a tecnologia vai gerar um lucro de mais de 2 trilhões de euros entre 2021 e 2025 na Europa. Nos Estados Unidos, os ganhos devem chegar em mais de US$ 2,7 trilhões de vendas, com o potencial de criar 16 milhões de empregos em todos os setores da economia norte-americana.

A empresa de consultoria afirmou que ainda é muito cedo para ter certeza do impacto no Brasil, já que a tecnologia ainda nem chegou em todas as cidades, mas as expectativas são boas. Estamos em um momento propício para acompanhar a aceleração digital que já acontece em outros lugares do mundo.

Com a mão de obra correta, o 5G pode ser o recurso que faltava para que consigamos ampliar nosso gerenciamento da tecnologia. Enquanto esperamos pelos resultados futuros que podem revolucionar o mercado brasileiro, os usuários já podem aproveitar o envio rápido de mensagens e as chamadas de vídeo sem travar.
Carlos Carvalho é CEO da Truppe!

Inflação no comércio eletrônico deve crescer 0,27% em junho

Maiores altas foram nos preços de notebooks, panelas elétricas e bicicletas.

O Índice de Inflação na Internet (E-Flation), que mede a variação no preços dos produtos comprados virtualmente, deve crescer 0,27% em junho, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). No acumulado dos últimos seis meses, o índice deve manter estabilidade.

“Apesar das alterações bastante significativas mês a mês, nos últimos seis exercícios, os preços na internet ficaram praticamente estáveis no acumulado do semestre, ou seja, uma variação positiva de apenas 0,8%. No mesmo período, apenas como referência, pois se trata de uma outra cesta de bens, o IPCA cresceu 5,5%”, analisa Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar, em nota à imprensa.

Em junho, as maiores altas no E-Flation foram nos preços de notebooks, com aumento de 6,54%; panelas elétricas, com 2,92%; bicicletas, com 2,76%; e lavadora de roupas, com 2,61% aparecem em seguida.

Os itens que apresentaram menor variação de preço foram TVs, com queda de 3,58%; geladeiras, com baixa de 3,17%; fones de ouvidos, com 2,75%; e micro-ondas, com 1,63%. A única categoria a se manter estável no mês foi a de calçados. O Ibevar coletou informações de preços dos produtos mais vendidos no ambiente digital em 35 categorias.

Amazon lança novo serviço de análise de lojas físicas de varejo

Tecnologia dará informações sobre como os produtos são descobertos, considerados e comprados nas lojas.
A Amazon lançou um novo serviço de análise de lojas físicas de varejo que oferece às marcas insights sobre o desempenho de seus produtos, promoções e campanhas de anúncios.

Através de dados agregados e anonimizados, o Store Analytics dará às marcas acesso a informações sobre como seus produtos são descobertos, considerados e comprados nas lojas Amazon Go e Amazon Fresh, nos Estados Unidos, que usam Just Walk Out e Dash Cart – tecnologia que permite que os clientes comprem, depois deixem a loja sem esperar na fila para pagar.

As empresas também terão acesso a dados sobre como seus produtos se classificam e se comportam, além de métricas de desempenho para campanhas na loja, como sinalização digital.

Esses insights ajudarão as lojas a tomarem decisões informadas sobre promoções e campanhas de anúncios e a melhorarem a experiência dos clientes, tornando o layout da loja mais fácil, melhorando a seleção e a disponibilidade de produtos e entregando valor através de promoções e publicidade relevantes.

“Sabemos que os compradores se preocupam com a forma como suas informações são usadas e compartilhadas, por isso pensamos muito em como podemos tornar esse serviço útil para as marcas, enquanto continuamos a proteger a privacidade dos compradores”, informou a Amazon.

Nenhum dado que possa ser vinculado a um comprador individual será compartilhado. Serão fornecidas informações como a porcentagem de quantas vezes seu produto foi retirado da prateleira e depois comprado durante essa visita à loja ou mais tarde em Amazon.com.

Os compradores que não quiserem os dados usados para o Store Analytics podem optar pelo site da empresa Store Analytics.

Caravana Magalu chega a mais uma cidade

As atividades ligadas à Caravana Magalu acabam de começar em João Pessoa, capital paraibana. O evento principal, que acontece no dia 14 de julho, é antecedido por diversas ações. A cidade, que é o segundo destino do projeto da empresa no nordeste, vai receber atrações que interessam a empreendedores individuais, empresas de pequeno porte e companhias de médio porte.

O foco é digitalizar os pequenos comércios e também abranger estabelecimentos maiores, que buscam se aprofundar nas vendas on-line.

Visitas a empreendedores locais
Um time do Magalu já vem percorrendo João Pessoa e cidades próximas realizando a apresentação da plataforma Parceiro Magalu e oferecendo credenciamento. Todos da equipe estão identificados com colete e crachá da companhia.

Além disso, caso os empreendedores prefiram, podem preencher cadastro no serviço posteriormente seguindo as orientações desses colaboradores. E também conseguem fazer a inscrição em qualquer loja do Magalu.

Carreta com capacitação para empreendedores
Na semana que antecede o evento principal da Caravana Magalu, está prevista como atração uma carreta com capacitação especial para empreendedores. O caminhão oferecerá uma equipe treinada para tirar todo tipo de dúvida dos varejistas locais sobre e-commerce e temas relacionados a vendas em geral.

O ponto em que o veículo permanecerá e o horário de funcionamento ainda vão ser divulgados por meio de canais oficiais da empresa.

Nessa oportunidade, além de suporte a quem tem interesse em se tornar um Parceiro Magalu, a carreta disponibilizará treinamentos durante a semana toda. Os focos serão bastante variados, englobando inclusive como aumentar as vendas, elaboração de textos, fotos e vídeos por meio de redes sociais e mensuração de resultados.

Evento principal da Caravana Magalu
Para coroar toda essa movimentação, em 14 de julho acontece o evento principal da Caravana Magalu. A ação vai trazer palestras e uma feira de negócios com patrocinadores e empresas do grupo. Os conteúdos abordados na data passam por logística, setor financeiro e outros temas ligados a comércio e vendas on-line.

Além disso, o encontro contará com a participação de Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, e Frederico Trajano, CEO do Magalu.

Assim como em Maceió e João Pessoa, a Caravana Magalu percorrerá várias cidades do país para auxiliar pequenos e médios varejistas a entrarem no mundo do comércio eletrônico.

Renner implanta RFID e registra melhoria de 64% na precisão dos estoques

A Renner concluiu a implantação de um sistema para gestão, controle, reposição e segurança de estoques com identificação por RFID, que resultou na melhoria de 64% na acuracidade dos estoques. Já a chamada ruptura de estoque teve queda geral de 87% graças aos alertas automáticos emitidos aos “Bluebirds”, dispositivos móveis usados pelos colaboradores nas lojas.

A iniciativa faz parte dos projetos que a varejista tem realizado em prol da aceleração digital, que, segundo a empresa, tem o objetivo de melhorar a experiência de compra do cliente por meio de uma atuação omnicanal.

Com o projeto, etiquetas de RFID são aplicadas em 100% dos itens comercializados pela Renner, com uma tecnologia que combina funcionalidades de alarme antifurto com a gestão de dados e da disponibilidade dos produtos em tempo real. Desenvolvida desde 2018 em parceria com a Sensormatic, do grupo Johnson Controls, a solução hoje é utilizada em toda a operação da empresa no país, que inclui quase 400 lojas físicas.

Implantado de forma gradual, o sistema foi concluído ao longo de 2021 e garantiu à Renner o segundo lugar na categoria varejo no RFID Journal Awards deste ano.

Outros resultados alcançados foram a melhoria na gestão dos estoques e ganhos de produtividade nas lojas. O ato de registro da venda, no checkout dos clientes, evoluiu para a leitura automática de todos os itens com a desativação do alarme em um único processo.

“A implementação do RFID é estratégica para a evolução dos nossos negócios e para aprimorar cada vez mais a experiencia de compra. Com esta inovação, melhoramos a acuracidade dos nossos estoques, a disponibilidade das mercadorias à venda e a produtividade das operações, com aprimoramento contínuo da gestão e foco no encantamento dos clientes.” – Fabio Faccio, diretor presidente da Lojas Renner.

Mais de 500 milhões de produtos vendidos pela Renner já receberam as etiquetas únicas de RFID e segurança, e aproximadamente 4 milhões de leituras são realizadas diariamente.

PARCEIROS BENEFICIADOS PELA TECNOLOGIA
Os fornecedores de confecção da varejista, que aplicam as etiquetas nos produtos, também são beneficiados. Aproximadamente 30% deles já utilizam o novo sistema como ferramenta de controle dos próprios processos internos. Com isso, conseguiram reduzir os volumes de devolução e reenvio de pedidos por erros na contagem ou na seleção de modelo e/ou tamanho das peças encomendadas.

“O processo de implantação da solução de RFID foi desafiador e estruturante, pois exigiu o envolvimento de diversas áreas da Companhia e dos nossos fornecedores”, diz o diretor de Riscos da Lojas Renner, Alexandre Ribeiro. “Nenhuma varejista de moda do nosso tamanho conseguiu aplicar esta tecnologia com a mesma inovação, agilidade e escala que nós alcançamos, e isso nos enche de orgulho.”

Projeto de Lei obriga e-commerces a oferecerem SAC

E-commerces que vendem diretamente para o cliente poderão ser obrigados a manterem um serviço de atendimento ao consumidor (SAC). O PL 1.409/2022 será analisado pelo Senado e tem objetivo de garantir mais eficácia para a resolução de problemas decorrentes do segmento de comércio eletrônico. A proposta foi apresentada pela senadora Rose de Freitas (MDB/ES).

O texto altera a Lei 8.078, de 1990, que obriga o oferecimento do SAC apenas para serviços regulados pelo Poder Executivo federal.

A senadora afirma na justificativa do projeto que, atualmente, apenas bancos, companhias aéreas, prestadoras de serviços de telefonia e televisão por assinatura, empresas de planos de saúde e companhias de água e energia têm a obrigação por lei de manter o SAC.

“Defendemos que as empresas varejistas também sejam obrigadas a manter o serviço de atendimento ao consumidor (SAC), abrangendo inclusive as empresas estrangeiras, como por exemplo a Shein, que atuam no território nacional “, explica.

A proposta ainda aguarda despacho para as comissões do Senado.

Mercado Livre e Shopee são as principais plataformas de compras nas favelas do Brasil

Entrega é uma das principais barreiras para a expansão desse mercado nas comunidades.

Mercado Livre e Shopee são as principais plataformas de compras nas 15 maiores favelas do Brasil. Com um potencial de compra de R$ 9,9 bilhões, os moradores das 15 maiores comunidades do Brasil aderiram as compras online e 38% fazem compras por este canal. Desenvolvida pelo Outdoor Social Inteligência, a Pesquisa Persona Favela mapeou os itens mais comprados entre eletroeletrônicos e carros e motocicletas, as plataformas de compras e a forma de entrega mais utilizada nas favelas.

Foram entrevistados 462 moradores das 15 maiores comunidades dos municípios de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís e Belém.

Segundo a pesquisa, as plataformas mais utilizadas para fazer compras são Mercado Livre (49%), Shopee (37%), Ifood (31%), Americanas (25%) e Magazine Luiza (20%).

“Mercado Livre e Shopee se destacam pela cultura de startup, visão global, e por enxergarem a favela sem preconceito. O modelo de marketplace que vende de tudo, desde um sapato a um eletroeletrônico, também reafirma esse olhar para a favela como potência e que lá a audiência para ser alcançada”, afirma Emilia Rabello, CEO da holding Outdoor Social.

Apesar de 82% dos entrevistados que realizam compras pela internet receberem o produto na porta de casa, Emília destaca que essa é ainda é uma barreira muito grande para a expansão das compras online.

Para viabilizar a entrega porta a porta, as empresas devem olhar para dentro das favelas, gerar empregabilidade e renda para os moradores, para que eles realizem as entregas. Como exemplo, Emília cita os projetos Favela Brasil Xpress e o NaPorta, que viabilizam as entregas dentro das comunidades cadastradas, empregando os entregadores locais.

“O consumo online está em expansão, mas ainda existe um oceano azul muito grande para ser navegado. A expansão desse mercado depende dos investimentos da indústria e dos grandes varejistas. É preciso um olhar especial para esse público. Falar diretamente com os moradores dessas comunidades”, diz.

Varejo aposta corrida por título de entrega mais rápida do Brasil

Era por volta de 11h da manhã de uma quarta-feira quando a representante Letícia, 23, recebeu uma nova leva de pedidos para entrega no mesmo dia no seu aparelho portátil (handheld). Funcionária há dez meses do centro de distribuição (CD) do Mercado Livre em Cajamar, a 29 quilômetros da capital paulista, ela precisa ser rápida: todos os pedidos desta categoria devem sair do CD até as 12h59 em ponto.

Empunhando um carrinho de inox vazado, com capacidade para acomodar seis grandes caixas de plástico amarelas, ela circula com agilidade por algumas das 202 ruas do CD de 1.500 m², que abriga 800 mil itens de produtos diferentes, em pouco mais de 1 milhão de “endereços” -caixas com códigos de barras que identificam o estoque.

O sistema de gerenciamento de armazém (WMS, na sigla em inglês) do Mercado Livre indica à representante qual rota ela deve seguir para buscar todos os cerca de 30 produtos daquela leva da maneira mais eficiente possível: andando no máximo 12 ruas, em um percurso de até 30 minutos.

O fluxo nas ruas do maior CD de comércio eletrônico da América Latina é intenso: a cada “esquina”, ela bate as manoplas do carrinho para avisar aos colegas que está passando e assim evitar acidentes. São 3.000 funcionários no local que se revezam em turnos durante 24 horas, sete dias por semana.

Assim que termina de preencher as caixas com os pedidos, cada uma para localidades diferentes, ela deposita as caixas em uma esteira que segue até a seção de embalagem. Lá, outra representante tem até 18 segundos para empacotar e etiquetar cada produto, de acordo com as especificações informadas no sistema: caixa de papelão automontável para itens frágeis, saco de plástico amarelo para os demais.

O produto volta para uma esteira e segue até uma seção com tobogãs: assim que descem, os itens com entrega no mesmo dia recebem prioridade e são separados por CEP e armazenados em contêineres, alocados dentro de um caminhão baú. O pedido finalmente sai para a entrega, antes das 13h.

A rotina pode parecer banal, mas representa o novo estágio da disputa entre os grandes varejistas do comércio eletrônico no país: a entrega ultrarrápida, feita no mesmo dia, cada vez mais crucial para se definir uma venda no crescente comércio eletrônico, que faturou cerca de R$ 220 bilhões em 2021.

O Mercado Livre acaba de dobrar o número de cidades em que promove esta entrega ultrarrápida, de 50 para 100 no Brasil. O esforço consumiu parte dos investimentos de R$ 17 bilhões anunciados este ano no país, montante 70% superior ao do ano passado, que envolvem operações, tecnologia e finanças (a empresa também é dona da fintech Mercado Pago).

O novo patamar de entrega no mesmo dia também foi conquistado graças à parceria anunciada em abril com a Gol, envolvendo o fretamento de seis aviões cargueiros da GolLog, exclusivos para o Mercado Livre.

“Velocidade gera conversão em vendas”, diz o diretor de logística do Mercado Livre, Luiz Vergueiro. Os atuais 12 CDs no Brasil são “fulfillment”: estão equipados para armazenar e gerenciar o estoque dos lojistas virtuais, os “sellers”, que são desde pequenas empresas a grandes indústrias que vendem dentro da plataforma da companhia.

Americanas lidera entrega no mesmo dia, chegando a 900 cidades Com as cem cidades com entrega no mesmo dia, o Mercado Livre ultrapassa a Via, dona das varejistas Casas Bahia e Ponto, que oferece o serviço em 65 cidades do país. Mas ainda fica atrás do Magazine Luiza -onde o consumidor de 150 cidades pode receber no dia a compra feita no site- e permanece distante da Americanas, que oferece o serviço em 900 cidades do país.

As três grandes redes de varejo do país (Magalu, Via e Americanas) têm mais da metade das suas vendas hoje feitas pela internet.

A Americanas acaba de anunciar a integração de 100% da sua malha logística, depois da fusão entre Lojas Americanas e B2W (Americanas.com, Shoptime e Submarino), promovida no ano passado. “Hoje, 35% das nossas entregas são feitas em até três horas e 59% em até 24 horas”, afirma Welington Souza, diretor da plataforma de logística da Americanas. Até ano passado, a entrega em três horas representava 14% do total, diz ele.

Com 25 CDs em 11 estados, a empresa conta com a ampla rede de 3.500 lojas e franquias, que servem como pequenos centros de distribuição, armazenando parte do estoque próprio e dos 132 mil sellers.

“Estamos investindo para entregar em 100% das residências brasileiras, incluindo becos e vielas das favelas”, diz Souza, destacando que a empresa deve chegar até 53 microbases em comunidades até ano que vem, com parceiros como a startup de logística Favela Brasil Express.

Já o Magazine Luiza, dono de 24 CDs em 15 estados e no Distrito Federal, vem se dedicando à implantação da tecnologia que vai transformar todos os centros de distribuição em fulfillment, a fim de acomodar o estoque dos 180 mil sellers.

“Com isso, vamos agilizar a entrega ultrarrápida em todo o país, hoje ainda muito concentrada no Sul e no Sudeste”, diz Luciano Telesca, gerente de entrega ultrarrápida do Magalu. “O cliente é muito sensível a prazo.”

A área ganhou impulso no ano passado, após a compra da Sode, plataforma digital especializada em logística urbana para entregas ultrarrápidas. Assim que entra o pedido, o sistema dispara as ordens de trabalho para o estoquista da loja e para o entregador, um motociclista parceiro, que leva o pedido em uma hora.

Com 30 CDs em 22 estados, a Via consegue entregar em 24 horas em 2.500 cidades. Segundo Fernando Gasparini, diretor executivo de logística da empresa, a implantação da tecnologia fulfillment nos centros de distribuição está evoluindo paulatinamente: hoje já está presente nos pontos em Jundiaí (SP), Barueri (SP), Extrema (MG) e Serra (ES).

“No início deste ano, a Via comprou a logtech CNT, marcando oficialmente nossa entrada nos serviços de fullfilment e fullcommerce”, diz Fernando Gasparini, diretor de logística da Via. No modelo de negócio fullcommerce, a varejista fica responsável pela comercialização e entrega da operação online de uma fabricante.

O primeiro contrato foi assinado em abril com a Mallory, de eletroportáteis: a Via assumiu toda operação do site de e-commerce da empresa, que inclui seu planejamento, operação, atendimento, segurança digital, vendas e entregas.

Leite condensado foi o campeão de vendas no Mercado Livre em 2021 Ter CDs em pontos estratégicos garante a entrega rápida. No Mercado Livre, a entrega no mesmo dia é oferecida em cidades próximas aos atuais 12 centros de distribuição fulfillment (até o fim do ano, o 13º será inaugurado em Belo Horizonte). O cliente visualiza o produto no site e aquele que tem o selo “full” está estocado no CD, pronto para envio imediato. Se o consumidor pede até as 11h da manhã, chega no mesmo dia. Se for depois deste horário, chega até o dia seguinte.

“Hoje cerca de 40% das nossas vendas são full”, diz Julia Rueff, diretora de marketplace do Mercado Livre. O Brasil representa pouco mais da metade (54%) das vendas da multinacional argentina, presente em 18 países da América Latina e que registrou vendas brutas no ano passado de US$ 28,35 bilhões (R$ 138,8 bilhões).

No Brasil, a empresa conta com 4 milhões de sellers. A categoria mais vendida no ano passado foi eletrônicos, enquanto em produto foi leite condensado.

A companhia subsidia parte das vendas em algumas categorias escolhidas, oferecendo cupons e descontos em parcerias com os lojistas.

Hoje o Mercado Livre tem 4.000 vagas em aberto, nas áreas de tecnologia, operações e finanças, e deve somar 17 mil funcionários até o fim do ano. “Mesmo com a reabertura das lojas físicas, o consumidor pós-pandemia mudou e quer a comodidade de comprar online”, diz Julia. “É uma mudança que veio para ficar. Em 2019, o comércio eletrônico representava cerca de 6% das vendas do comércio em geral. Este ano, deve atingir 14%.”