E-commerce brasileiro registra primeira alta nos acessos em quatro meses

Acessos às plataformas de e-commerces saltaram 8% em março, puxados pelo Dia da Mulher; participação de marketplaces asiáticos aumenta.

A primeira data comemorativa de peso do ano – o Dia da Mulher, no começo de março – impactou positivamente o tráfego das plataformas de e-commerce brasileiro. Depois de uma queda de quase 15% em fevereiro, o número de acessos subiu 8% no mês seguinte, alcançando 2,31 bilhões de visitas únicas, segundo o Relatório Setores do E-commerce, da Conversion. Foi a primeira alta no tráfego do comércio eletrônico do país em quatro meses – puxada principalmente pelos acessos via web (9,2%).

Segundo a Conversion, o início do ano é marcado por uma situação financeira complicada das famílias. As dívidas contraídas no fim de 2022, com as compras de Natal, estão sendo liquidadas agora, o que permite que as pessoas possam voltar a consumir bens não essenciais ou mesmo para presentear alguém novamente.

O impacto do Dia da Mulher se vê melhor pelos setores mais acessados em março: o de Presentes e Flores registrou o melhor desempenho, subindo 17%. Além dele, o de Joias e Relógios também cresceu significativamente (13,3%). Ambos estão diretamente ligados a presentes costumeiramente dados na data.

Já o setor mais relevante do e-commerce, o de marketplaces, que engloba desde grandes redes de varejo até pequenos lojistas inseridos no mercado online, cresceu 9% no mês, atingindo 989,5 milhões de visitas – um aumento que também pode ser analisado a partir dos presentes procurados para o 8 de Março.

A melhora no mês foi tão significativa, na verdade, que somente um único setor analisado na pesquisa perdeu acessos: o de produtos para pets, que caiu sutilmente em 1,3%.

E-commerces asiáticos são os mais acessados

Como não poderia deixar de ser, o desempenho positivo de março afetou o tráfego das marcas. O Mercado Livre permanece na ponta, somando quase o dobro de visitas únicas do segundo lugar, a Amazon Brasil. Em março, a plataforma argentina cresceu 8%, chegando a 340 milhões de acessos. A Amazon, por sua vez, cresceu 13,7%, enquanto a Shopee teve uma alta mais tímida, de 4%.

Mas as plataformas asiáticas ganham tráfego mês a mês. Hoje, além da Shopee, a AliExpress já se consolidou na quinta colocação entre as mais visitadas, subindo seus acessos em 14% no mês passado. Com 82,2 milhões de visitas, ela vê a chinesa Shein – que ocupa a sexta posição – se aproximar, com 75,9 milhões.

Esses dados são ainda mais relevantes considerando as últimas discussões acerca da taxação de encomendas internacionais, visto que os e-commerces asiáticos retém grande parte da participação no mercado online brasileiro. Prova disso é que das 10 plataformas mais visitadas do País, um quarto é asiática.

Mercado Livre e a missão de democratizar o comércio eletrônico

O Mercado Livre reforçou recentemente sua estratégia de negócios no Brasil. Mais do que isso, no caminho para impulsionar a fidelização de vendedores em sua plataforma e o crescimento de vendas, no dia 18 de abril, executivos da companhia receberam jornalistas em sua sede em São Paulo para falar da missão do Mercado Livre em democratizar o comércio eletrônico no Brasil .

Na ocasião, Julia Rueff, Vice-presidente de Marketplace do Mercado Livre e André Santos, Embaixador do Mercado Livre, abordaram os objetivos da companhia nessa jornada, e também apresentaram algumas novidades para 2023.

Um dos objetivos do Mercado Livre para esse ano é seguir com a capacitação de seus vendedores, ofertando treinamentos, linhas de crédito e muito suporte tecnológico. “Um dos propósitos do Mercado Livre é democratizar o comércio eletrônico. Nosso objetivo é que todo vendedor cresça e se desenvolva na nossa plataforma”, salienta Julia Rueff.

Brasil como destaque para o Mercado Livre
O Brasil segue sendo o principal mercado para a companhia, e responsável por 54% do faturamento da empresa. No último trimestre de 2022, foram 9.6 bilhões de dólares em volume de mercadorias vendidas no país. Com média de 40 compras por segundo, o Mercado Livre coloca toda a força de seu ecossistema à disposição do vendedor para ensiná-lo na prática como lucrar com a plataforma e evoluir em seu negócio.

Nesse caminho sobre capacitação, os executivos destacaram o conteúdo multiplataforma, voltado para a profissionalização dos vendedores e as trilhas de treinamento. Elas oferecem qualificação, com ferramentas desde as soluções logísticas (Mercado Envios), financeiras (Mercado Pago), publicitárias (Mercado Ads), até para desenvolvimento de site de e-commerce próprio (Mercado Shops).

Além disso, os vendedores também têm acesso à Central de Vendedores. Neste ambiente, são disponibilizados desde o passo a passo para começar a vender na plataforma até conteúdos mais direcionados, como estratégias de finanças e precificação, marketing, cálculo de margem de lucro, atendimento ao cliente, reputação digital, logística, tributação, crédito, meios de pagamento, gestão de indicadores e organização de estoque.

“Apesar de todos o sucesso da companhia, entendemos o momento de mercado difícil do ponto de vista de inflação e juros no Brasil, e o Mercado Livre se compromete a dar todo o apoio e capacitar os vendedores a lidarem com momentos de maior dificuldade também”, pontua a VP Julia Rueff.

Hoje, o Mercado Livre facilita o comércio de mais de 500 mil PMEs e gera 35 empregos por dia no Brasil. “Isso torna possível o acesso ao giro de capital, já que 40% das PMEs receberam crédito pela 1ª vez na plataforma. E, claro, tudo isso impacta positivamente a experiência do cliente, que passa a contar com um marketplace cada vez mais completo, que entrega tudo de que ele precisa e de forma rápida”, completa Julia Rueff.

Conheça o Mundo do CX

Programa de Vendedores do Mercado Livre
Outra atividade desatada foi o Programa de Vendedores. Além de módulos direcionados para cada momento de seu negócio, o vendedor também tem acesso a consultores, certificados pela empresa, que fornecem orientações nos mais variados temas.

André Santos, Embaixador do Mercado Livre, e autor do livro “Você Vendeu: como vender no Mercado Livre”, explica cada um deles: O primeiro módulo é o “Você Chegou”, para empreendedores iniciantes ou que estão pensando em começar a vender. Ele traz um passo a passo para quem quer realizar as primeiras vendas no Mercado Livre. Em seguida temos o ‘Você Vendeu’, para quem já está vendendo, mas busca maior profissionalização. Depois o ‘Você Cresceu’, para quem já conhece as ferramentas do Mercado Livre, nesse ponto oferecemos uma consultoria de três meses voltada para elevar os ganhos do negócio. E por fim, o ‘Você Venceu’, uma consultoria de quatro meses para alavancar ainda mais seus ganhos”.

Para se ter uma ideia, nos primeiros meses do ano, para aqueles que participaram do módulo de aceleração “Você Chegou”, houve uma taxa de sucesso de 32% do vendedor iniciante. Além disso, os vendedores que participaram de todos os programas de aceleração faturam cerca de 19% a mais do que os vendedores que não fizeram parte dessas iniciativas.

O Mercado Livre possui ainda a Central de Promoções, onde o vendedor encontra diferentes modalidades de ofertas oferecendo descontos nos seus produtos. Mais de 70% dos vendedores com anúncios ativos na central de promoções tiveram aumento em suas vendas e a média de aumento supera 55%, tornando a Central de Promoções uma forte aliada na alavanca de vendas.

Educar, capacitar e gerar negócios
Ponto de destaque na apresentação, a educação, segundo os executivos do Mercado Livre, é uma das principais missões da marca no Brasil, e que fortalece todo ecossistema de vendas da companhia no país. “Um dos pilares do Mercado Livre é falar de educação o tempo inteiro. Nós criamos esses programas de capacitação sobre negócios justamente para isso”, pontua André Santos.

Hoje, o e-commerce no Brasil tem uma penetração de 14%, bem menor que as de mercados mais desenvolvidos como EUA (+25%) e China (+40%). No entanto, desde o início da pandemia, cerca de 220 mil empresas formalizadas entraram no Mercado Livre.

Para VP Julia Rueff, o Brasil é um grande potencial de crescimento para o Mercado Livre, onde a preocupação da companhia em oferecer serviços e ferramentas para impulsionar e democratizar o acesso ao comércio eletrônico é o diferencial. “A tecnologia é um dos diferenciais do Mercado Livre. Só no Brasil temos 15 mil engenheiros de tecnologia desenvolvendo melhorias e novidades em ferramentas de usabilidade para nossa plataforma. E seguimos aumentando esse quadro de profissionais, para acompanhar as necessidades do consumidor”, frisa Júlia.

Mercado Livre Experience
Ponto final do encontro foi a apresentação da edição deste ano do Mercado Livre Experience. O evento acontece nos dias 30 e 31 de agosto, no Expo Transamérica, em São Paulo. O tema do evento será “Seu universo fora da caixa”, com foco em tendências para contribuir e estimular o crescimento e sucesso de empreendedores de todos os tamanhos, além de promover networking entre os participantes. Para este ano serão 80 palestras e mais de 100 parceiros e patrocinadores.

Segundo Julia Rueff, vice-presidente de Marketplace do Mercado Livre, este encontro é a oportunidade para ouvir vendedores e promover a troca de conhecimentos. “Nosso objetivo é gerar ainda mais conexão, desde o micro até o grande que quer escalar sua operação”, ressalta Julia.

Além dos quatro palcos simultâneos abordando todas as iniciativas do Mercado Livre, o Mercado Livre Experience 2023 terá uma Arena de Patrocinadores, onde os empreendedores poderão acompanhar conteúdos exclusivos das marcas presentes no evento. Haverá também estações para workshops de temas variados. Para mais informações, basta acompanhe o Instagram do evento.

Nova rota aérea de carga China-Brasil promove comércio eletrônico

A abertura de uma nova rota aérea de carga ligando Shenzhen, no sul da China, a São Paulo, nesta segunda-feira, 3, deverá estimular o comércio eletrônico entre os dois países.

A rota aérea foi lançada pelo Aeroporto Internacional Shenzhen Bao’an e pela Rede Cainiao, o braço logístico do gigante chinês do comércio eletrônico Alibaba Group. A rota terá dois voos semanais conduzidos pelos aviões de carga Boeing 747 da Atlas Air.

O primeiro voo com 100 toneladas de produtos de comércio eletrônico decolou da cidade de Shenzhen no domingo, carregando produtos especializados de comércio eletrônico em Shenzhen.

Desde o início deste ano, o Aeroporto Internacional de Shenzhen Bao’an tem cooperado com companhias aéreas e operadores logísticos para abrir novas rotas aéreas transfronteiriças, com o volume de transporte aéreo de produtos transfronteiriços aumentando em 70% ano a ano, disse o aeroporto.

O comércio bilateral entre a China e o Brasil atingiu US$ 171,49 bilhões em 2022, um aumento anual de 4,9%, de acordo com as estatísticas da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês).

Cainiao constrói o Air Cargo Hub
Uma empresa de logística chinesa lançada por Alibaba anunciou um acordo de cooperação com o Aeroporto Internacional Shenzhen Bao’an para construir em conjunto o primeiro centro nacional de carga aérea para o Cainiao international express e introduzir mais rotas internacionais de carga aérea, aumentando a capacidade dos cargueiros completos.

Para melhorar a cooperação entre as partes, a Cainiao e a Atlas Air lançaram a rota de voos charter de carga China Shenzhen-Brasil São Paulo. Esta é a primeira rota de carga internacional de carga de Shenzhen para a América do Sul.

A aeronave Boeing 747 de carga opera dois voos por semana com uma capacidade de carga superior a 220 toneladas por voo. Ele oferece serviços de transporte para comércio eletrônico transfronteiriço e mercadorias de comércio em geral, tais como eletrônicos e semicondutores.

Depois que o centro for colocado em uso, o tempo de entrega de encomendas será ainda mais otimizado. As encomendas e mercadorias de Shenzhen e do sul da China entraram nos aeroportos mais rapidamente após serem coletadas pelo serviço de linha rápida da Cainiao, que pode entrar diretamente no centro para distribuição.

Por outro lado, o centro integra funções de transferência que podem transportar encomendas e mercadorias para outros portos ou aeroportos, melhorando a eficiência.

A Cainiao criou seis centros logísticos inteligentes no mundo inteiro, cobrindo mais de três milhões de metros quadrados de armazéns transfronteiriços.

Eles utilizam mais de 240 aviões fretados por mês para o transporte de troncos e colaboram com mais de sessenta portos globais para estabelecer um sistema inteligente de desembaraço aduaneiro e construir uma rede logística global de alta qualidade.

Seus produtos logísticos acessíveis estão disponíveis em vinte países, ajudando os comerciantes transfronteiriços a reduzir os custos de transporte.

A instalação terá um papel fundamental na racionalização e otimização dos processos de separação de pacotes e desembaraço aduaneiro para importação e exportação de mercadorias no aeroporto.

Também aproveitará as capacidades logísticas inteligentes da Cainiao, com soluções e equipamentos como o dispositivo portátil da Cainiao – LEMO PDA, sistema digital de desembaraço aduaneiro e sistema de gerenciamento de armazém (WMS).

As mercadorias enviadas via aérea de Shenzhen e da região sul da China podem entrar diretamente no aeroporto para carregamento em aviões de carga. As mercadorias em trânsito também podem ser transferidas sem problemas para outros portos e aeroportos através do centro de carga aérea.

Com o avanço, o centro de carga aérea deverá proporcionar um aumento de 20-30% na eficiência do processamento de encomendas e a capacidade de conduzir operações 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante as estações de pico.

“Esta colaboração entre Cainiao e o Aeroporto de Shenzhen representa um marco significativo ao estabelecer centros de carga aérea em aeroportos internacionais chave para integrar nossas tecnologias de logística inteligente e rede global dentro da cadeia de valor”, disse o Dr. Ding Hongwei, vice-presidente da Rede Cainiao, o braço logístico do Grupo Alibaba.

“Ao aproveitar a extensa infraestrutura e rede logística internacional da Cainiao, otimizaremos ainda mais a cadeia de valor da logística internacional em Shenzhen e, mais amplamente, na região do sul da China. Os comerciantes, por sua vez, se beneficiarão de serviços de transporte marítimo internacional de mais fácil acesso quando venderem globalmente”.

“Temos o prazer de anunciar o lançamento de novas rotas internacionais de carga com a Cainiao”, disse John Dietrich, presidente e chefe executivo da Atlas Air Worldwide. “Através de uma cooperação aprofundada com a Cainiao, seremos capazes de servir melhor as marcas chinesas à medida que exportam para o resto do mundo”.

Fonte: CAACNEWS; GD.GOV

Tíquete médio deve encolher no e-commerce

Mesmo com previsão de leve crescimento nas vendas em 2023, empresas precisarão ter maior controle sobre os custos da operação.

Apesar da incerteza sobre os rumos da economia brasileira em 2023, a perspectiva é positiva para o comércio eletrônico. Pelas projeções da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o faturamento de 2023 deverá avançar 5% em relação a 2022, totalizando R$ 185,7 bilhões.

“A previsão coincide com a consolidação do e-commerce, à medida que as pessoas voltaram a comprar nas lojas físicas. Mas o ritmo de crescimento será mais lento, se comparado ao boom de 2020”, analisa Rodrigo Bandeira Santos, vice-presidente da ABComm, que representa empresas de varejo e prestadores de serviços nas áreas de tecnologia da informação, mídia e meios de pagamento.

Já o número de pedidos poderá atingir a marca de 395 milhões em 2023, gerados por 88 milhões de compradores, destaca Santos. No ano passado, segundo a associação, foram 301,1 milhões de pedidos, puxados por 77 milhões de compradores, com tíquete médio mantido em R$ 420.

Nessa mesma direção, a Neotrust, empresa que monitora vendas reais do varejo digital, aponta um crescimento tímido em 2023 sobre 2022, diz Luis Cambraia, head of sales da companhia, sem mencionar a variação estimada. Os dados da empresa apontam movimentação de 379,2 milhões de pedidos em 2022, variação de 0,4% em relação ao ano anterior. No mesmo p período, o faturamento caiu 4,2%, para R$ 168,7 bilhões.

Os dados de mercado podem variar de acordo com a base pesquisada. A 47ª edição do relatório Webshoppers, elaborado anualmente pela NielsenIQ eBit, destaca, por exemplo, que a quantidade de pedidos cresceu 7,9% em 2022, na comparação com o ano anterior. Mas houve baixa geral de 7,5% no tíquete médio, nas 12 categorias analisadas.

A tendência de mais vendas on-line de produtos de menor valor, assim considerados aqueles que custam abaixo de R$ 300, deverá permanecer em 2023. Dessa maneira, controle sobre custo de frete e prazo de entrega assumem caráter ainda mais nevrálgico para as operações das empresas em cenário de juros altos, escalada inflacionária, pressão por rentabilidade e disciplina de caixa, além do risco de uma crise de crédito por conta do caso da Americanas.

“A logística vem ganhando espaço como um dos diferenciais competitivos”, afirma Santos, da ABComm. Frete no Brasil é caro e precisa ser encarado como investimento no cliente, argumenta. Segundo Cambraia, da Neotrust , no ano passado muitos lojistas passaram a zerar o frete para não perder clientes. “Ações como essa devem ser tendência para o e-commerce em 2023, especialmente em datas sazonais”, prevê.

Outras inciativas incluem condicionar o frete grátis a um valor mínimo de compra. “E cada vez mais a entrega de urgência, ou programada, fará parte da oferta das empresas para atrair consumidores. Nesse segundo caso, o consumidor já considera que o frete é por conta dele”, acrescenta Santos. De acordo com Cambraia, 59% das compras no e-commerce em 2022 ofereceram frete grátis, a maior porcentagem desde 2019.

A pesquisa Webshoppers da NielsenIQ eBit informa que, em 2022, 49% dos pedidos tiveram frete grátis, aumento de três pontos percentuais em relação a 2021. O estudo também indica que quanto mais distante está o consumidor dos centros de distribuição dos produtos, menos consegue frete grátis. De acordo com o relatório, 60% das compras entregues em cidades do Sudeste tiveram frete grátis. No Nordeste, esse percentual cai para 17%; no Sul, para 12%; no Centro-Oeste, para 6%; e no Norte, para 5%.

Não por acaso, os planos de grandes players do setor passam pela descentralização de seus pontos de distribuição, a fim de atender clientes diretos ou consumidores que compram de vendedores reunidos nos marketplaces que administram. Três deles – Via (dona de marcas como Casas Bahia, Ponto Frio e Extra), Magazine Luiza (que opera o Magalu, além de Kabum, Netshoes, Zattini, Shoestock e Época) e Amazon Brasil – mantêm expectativas positivas para 2023. “Vamos, sim, crescer o GMV, preservando a rentabilidade”, afirma Fernando Gasparini, diretor-executivo de logística da Via. GMV é a sigla para Gross Merchandise Volume, métrica que calcula as vendas por canais digitais. Em 2022, o GMV da companhia atingiu R$ 44,3 bilhões, queda de 0,5% sobre 2021. A receita líquida da Via anotou R$ 30,8 bilhões, repetindo o ano anterior, com prejuízo líquido de R$ 342 milhões, mostra o balanço financeiro.

Entre os projetos da área de logística, Gasparini cita a recente implantação do sistema de gestão automatizada (WMS) no Centro de Distribuição da empresa em Jundiaí (SP). “A expectativa é que a ferramenta atinja 90% da malha logística da Via e de seu ecossistema ainda em 2023, o que garantirá ainda mais a integração digital demandada especialmente pela área de e-commerce”, explica. O projeto é parte da estratégia da Via de buscar soluções que tornem as entregas mais rápidas e sustentáveis.

A Via conta com 30 CDs espalhados pelo Brasil e 1.133 lojas que funcionam como mini-hubs para entregas de última milha e recebimento de mercadorias em 450 cidades, tanto dos produtos próprios como dos 151 mil sellers do marketplace. No ano passado, a companhia comprou duas logtechs, a partir das quais lançou serviços de fulfillment e full commerce para sellers, como também no mar aberto (fora de sua carteira de clientes).

Segundo o balanço financeiro, a malha própria de logística sustentou 72% de todas as entregas de produtos vendidos diretamente pelas marcas da Via, que representaram 4,5 vezes o volume de 2019. Em função dessa estrutura, Gasparini observa que, atualmente, cerca de 15% das entregas da Via estão disponíveis para que aconteçam no mesmo dia.

O Magazine Luiza também conta com a abrangência da malha e omnicanalidade para impulsionar as vendas. “Na logística, os nossos sellers têm à sua disposição toda a estrutura do Magalu”, afirma Felipe Cohen, diretor de operações do marketplace da empresa, que fechou 2022 com 260 mil sellers.
Com e-commerce total, entre venda de produtos próprios e de terceiros, a companhia obteve GMV de R$ 43,3 bilhões (crescimento de 9% sobre 2021), sendo R$ 15,4 bilhões sustentados pelo marketplace (aumento de 18%). De acordo com o diretor, o foco é ampliar ainda mais as entregas dos sellers pelo Magalu Entregas, já responsável por 80% dos pedidos, dos quais 43% são entregues em até 48 horas, diz Cohen.

Para isso, a companhia conta com uma malha que abrange 1.430 pontos, sendo 1.339 lojas físicas em 21 Estados. Completam a malha 269 unidades de logística, entre 23 CDs, cinco deles funcionando como fulfillment, e 246 cross-docking (armazéns de passagem rápida).

Segundo Cohen, em 2022, o e-commerce representou 72% das vendas totais do Magazine Luiza. A receita líquida da empresa registrou R$ 37,2 bilhões no ano passado, aumento de 5,7% na comparação com 2021, conforme o balanço divulgado. Mas operou com prejuízo de R$499 milhões.

Como os outros dois players, a Amazon Brasil revela confiança de que seguirá a tendência de crescimento registrada em 2022. “Nós já começamos o ano com ótimos resultados durante o período de volta às aulas”, afirma Daniel Mazini, presidente da companhia no país, sem informar dados locais. “A Amazon fechou 2022 com uma receita mundial de US$ 514 bilhões, crescendo dos US$ 469,8 bilhões de 2021”, destaca.

Ele atribui o bom desempenho à combinação de uma vasta seleção de produtos, preços competitivos e frete ágil. “Nossa capacidade de entrega está cada dia mais rápida para todo o Brasil e a expansão de nossos programas de logística para vendedores parceiros nos ajuda nesse crescimento”, ressalta. Ele conta que a expansão inclui o FBA – Logística da Amazon, que realiza desde o armazenamento e empacotamento do produto até o envio e atendimento ao cliente, e acordos logísticos, como o firmado com a Azul Cargo para acelerar as entregas na região Norte do Brasil.

A operação da Amazon no Brasil envolve 11 centros de distribuição, dez abertos entre 2019 e 2022, mais 13 estações de entrega. Mazini destaca que a empresa realiza entregas em cerca de mil cidades brasileiras em até dois dias úteis. “E em mais de 200 cidades em até um dia útil”, complementa. O catálogo para o mercado brasileiro reúne 100 milhões de produtos disponíveis em 50 categorias. Desses, em torno de 10 milhões têm remessa gratuita e rápida para membros do serviço Prime.

Alibaba anuncia maior reestruturação da história da empresa

Gigante chinesa irá dividir companhia de e-commerce em seis unidades independentes.

A Alibaba, grupo de empresas de propriedade privada cujos negócios são baseados em e-commerce, anunciou na últia terça-feira (28) que irá se dividir em seis unidades independentes com objetivo de otimização e agilidade em tomadas de decisão. A reestruturação é a maior em seus 24 anos de história.

* O conglomerado chinês terá agora as unidades de inteligência de nuvem, serviços locais, logística, comércio eletrônico, mídias digitais e entretenimento;

* A decisão vem um dia após o retorno do fundador da companhia, Jack Ma, que passou mais de um ano no exterior. O empresário adotou uma vida discreta desde que a China iniciou uma supervisão regulatória mais rígida contra empresas de tecnologia;

* A volta de Ma, que desde 2020 tem rara aparição pública, acontece após Pequim prometer aliviar repressão regulatória e apoiar empresas privadas.

Com o anúncio da Alibaba, as ações da empresa em Nova York dispararam na manhã desta terça, subindo até 8% — as ações haviam caído cerca de 70% desde que a repressão regulatória começou no final de 2020.

“A intenção original e o propósito fundamental desta reforma é tornar nossa organização mais ágil, encurtar os vínculos de tomada de decisão e responder mais rapidamente”, disse Daniel Zhang, atual presidente e CEO do Alibaba Group, em uma carta enviada à Reuters.

O diretor acrescentou que cada um dos seis grupos de negócios será administrado por seu próprio CEO e conselho de administração. Elas terão flexibilidade para levantar capital externo e buscar uma oferta pública inicial.

A única exceção seria o Taobao Tmall Commerce Group (unidade de comércio eletrônico). O setor continuará sendo uma unidade de propriedade integral do Alibaba Group. Zhang pontuou que os processos de trabalho também serão “refinados”, mas não esclareceu se realizará cortes de empregos — Alibaba demitiu, em 2022, 10 mil funcionários em três meses.

Segundo especialistas em investimentos, o anúncio traz um respiro para a Alibaba, afastando a preocupação de que a companhia tenha perdido potencial de crescimento.

“Parece uma coincidência que isso esteja acontecendo no momento em que Ma parece confortável em retornar. Para mim, isso sugere que o Alibaba está querendo fazer algo há algum tempo, mas estava esperando a oportunidade para fazer”, disse Stuart Cole, macroeconomista chefe da corretora Equiti Capital, à Reuters.

Acessos no e-commerce sofrem baixa de 15% em fevereiro

Apresentando queda desde o fim de 2022, o tráfego das plataformas de e-commerce caiu quase 15% no mês passado – pior resultado do ano e uma das retrações mais fortes dos últimos meses.

Foi o quarto mês seguido de baixa, como mostra a última edição do Relatório Setores do E-commerce, da Conversion. Contrariando até mesmo as previsões do mercado, entre novembro e fevereiro, o número de visitantes únicos caiu 19,6%, passando de 2.6 bilhões naquele mês para 2.13 bilhões agora.

O desempenho negativo foi puxado pelos acessos via dispositivos web, que caíram 17,3% entre janeiro e fevereiro, e também pelo carnaval — uma data tipicamente fraca para o varejo digital.

A queda foi tão forte que, de maneira inédita, nenhum setor cresceu nesse intervalo de tempo. Ao contrário, os resultados comemorados foram entre aqueles que caíram menos, casos de Comidas e Bebidas (-3,6%), Pet (-7%) e Importados (-7,3%).

Entre as diminuições mais expressivas estão as dos setores de Turismo (-26,5%), Cosméticos (-22,1%) e Esportes (-17,8%). O setor de marketplaces, o mais robusto do relatório, espelhou o resultado geral e também caiu 15% em fevereiro, voltando à casa dos milhões (908) após quatro meses registrando desempenhos acima de 1 bilhão de visitantes.

O mesmo fenômeno impactou os acessos das principais plataformas do e-commerce brasileiro. O Mercado Livre, principal player do país, perdeu 10% do seu tráfego ao longo do mês. A Amazon Brasil, segunda mais visitada, dissecou ainda mais: -14%. A Shopee caiu 11% e a Magalu, 15%.

O resultado mais impactante, porém, foi para a Americanas, que saiu do top 5 das plataformas mais acessadas deixando a quinta posição para a AliExpress, com 72 milhões de visitas. A empresa brasileira fechou o mês de fevereiro com 69 milhões de acessos.

Saiba quem é a próxima Shein e como ela quer desbancar a líder global de ‘fast fashion’

Chinesa Temu vem avançando nos EUA e ameaça a liderança no país da maior varejista de moda rápida do mundo.

A chinesa Shein, adorada pela Geração Z por suas roupas ultrabaratas, levou uma década para alcançar a Zara, como a maior varejista de ‘fast fashion’ do mundo. Agora, um novo estreante nas plataformas digitais quer superá-la.

A Temu, uma plataforma de compras que pertence ao peso-pesado do comércio eletrônico chinês PDD Holdings, estabeleceu meta de vendas ambiciosa para seus negócios na América do Norte: ter ao menos um único dia de vendas que supere o da Shein, entre agora e 1º de setembro, para marcar o aniversário de sua entrada no mercado americano.

Este é o primeiro passo nos planos mais amplos da Temu para dominar o cenário de compras on-line. A Temu vê a Shein como sua maior rival no curto prazo e quer superar seu domínio nos próximos anos, disseram fontes. Mas a empresa, que vende de tudo, de roupas a utensílios de cozinha, pretende ir além e enfrentar os gigantes globais do e-commerce , como a Amazon.com e o eBay

A Temu vem crescendo bem e tem sido o aplicativo mais baixado na loja da Apple nos EUA durante grande parte dos últimos meses. A empresa alcançou cerca de US$ 500 milhões em vendas nos Estados Unidos durante seus primeiros cinco meses de operação, de acordo com a empresa de análise de dados YipitData.

Somente em janeiro, as vendas foram de quase US$ 200 milhões, mostram os dados. A empresa lançou seu app no Canadá em fevereiro.

A fórmula do aplicativo de preços ultrabaixos e vendas rápidas provou ser atraente em um momento em que os consumidores estão apertando o cinto, disse Abe Yousef, analista sênior da Sensor Tower, rastreador de aplicativos.

O app da Temu foi baixado 24 milhões de vezes desde seu lançamento e reuniu cerca de 11 milhões de usuários ativos mensais em janeiro, um aumento de 47% em relação à temporada de compras de dezembro, estima Yousef.

– Dado o atual ambiente macroeconômico desafiador e o apoio da controladora PDD Holdings, a Temu está bem posicionada para continuar sua estratégia agressiva de crescimento entre os consumidores dos EUA – acrescentou.

Domínio em moda rápida
A Shein já domina o mercado de moda rápida dos Estados Unidos, superando em muito as rivais Zara e H&M, de acordo com a YipitData. No mês passado, o Financial Times informou que a Shein prevê que o as vendas globais crescerão para US$ 80,6 bilhões em 2025, um aumento de 174% em relação ao ano passado.

Com dez anos de criação, a Shein Shein domina o mercado de moda rápida dos EUA, superando em muito as rivais Zara e H&M — Foto: Bloomberg

A equipe da Temu não recebeu uma meta diária de vendas – é um número mantido entre os gerentes seniores. Em vez disso, eles foram instruídos a deixar de aumentar a base de usuários de seu aplicativo e site para criar maneiras de aumentar o quanto os clientes gastam, disseram as fontes.

Procurada pela reportagem, a empresa não respondeu aos pedidos de comentários.

Concorrente de peso
O rápido sucesso da Shein abriu caminho para uma série de empresas recém-chegadas que desejam entrar no mercado de comércio eletrônico em expansão, mas a Temu está sendo amplamente vista como a concorrente mais séria.

‘Clique djá’ para comprar: Varejistas aderem ao live shopping na internet
Ela já está correndo atrás de funcionários da Shein e visando fornecedores, ao mesmo tempo em que aproveita os altos recursos, extensas cadeias de suprimentos e experiência – particularmente em dados do consumidor que permitem mudanças rápidas nas ofertas – da controladora PDD, que já controla cerca de 13% do varejo on-line chinês por meio de sua plataforma Pinduoduo.

Embora ambas as empresas sejam sinônimo de produtos baratos e fáceis de obter, a Temu opera mais como um mercado do que como uma marca própria, como a Shein. Ela não lida com design e produção, mas recruta fornecedores para oferecer uma lista de produtos, que seleciona e permite que uma loja seja aberta em sua plataforma.

Depois que os vendedores enviam produtos para os armazéns da Temu na China, a empresa cuida da entrega, marketing e promoção e serviços pós-venda.

Estratégia para aumentar vendas
A Temu está apostando que uma grande campanha de marketing impulsionará o crescimento das vendas. A empresa fez sua estreia publicitária no Super Bowl em meados de fevereiro, exibindo dois anúncios de 30 segundos, que normalmente custam milhões de dólares para produzir e transmitir.

Os anúncios apresentavam um comprador girando e dançando entre uma variedade de roupas. Também está implementando práticas de marketing social semelhantes às estratégias da Pinduoduo na China, incluindo descontos, recompensas em dinheiro e brindes para clientes que indicarem seus amigos.

A estratégia está dando frutos, com visitas ao seu site superando as da Shein em janeiro. Se a Temu for capaz de sustentar seu ímpeto, também se juntará a um punhado de serviços de internet de propriedade chinesa que tiveram sucesso nos EUA, incluindo o Aliexpress, do grupo Alibaba, e o TikTok , o aplicativo de vídeos curtos da ByteDance.

As mudanças no comportamento de consumo depois da pandemia

Com o avanço das atividades e vendas presenciais desde 2022, os negócios de diversas áreas notaram mudanças no comportamento dos consumidores e, muito do que se previa aconteceu, mas não da forma esperada.

Confira uma perspectiva diferente de algumas previsões para o consumo os desafios que muitas empresas varejistas estão enfrentando com a volta do mundo normal.

“As pessoas não vão comprar mais online do que em lojas físicas.”

“Todas as compras serão online após a pandemia.”

“Os negócios físicos devem morrer de vez após a pandemia.”

“Vamos viver um novo normal após a pandemia.”

É comum as previsões “matarem” conceitos, estratégias, canais de aquisição, entre outros, para trazer aquele “ar sensacionalista” e chamar a atenção.

Neste artigo, vou trazer uma perspectiva diferente de algumas previsões e, principalmente, sobre os desafios que muitas empresas varejistas estão enfrentando com a volta do mundo normal.

O que saturou foi a falta de experiência, não o mercado
Leio, assisto e vejo pessoas questionando que está mais desafiador vender no “pós-pandemia” e que mercados estão saturados e mais competitivos.

De fato, a competitividade aumentou em praticamente todos os segmentos, mas o que saturou não foram as estratégias de marketing digital, mas sim a falta de uma boa experiência online e offline.

As marcas precisam se preocupar cada vez mais com a experiência do consumidor para fazer valer o tempo e o dinheiro dos seus clientes.

Como consumidores, estamos mais exigentes e, com as “fórmulas” mágicas de vendas, marketing, copywriting, entre outros, que inundaram a web desde 2020, muitas empresas aprenderam as mesmas coisas e, simplesmente, copiaram para tentar se destacar e vender mais.

Até um certo momento, copiar as “fórmulas” deu certo, mas quando todo mundo faz as mesmas coisas e usa as mesmas ações de marketing, qualquer estratégia se torna ultrapassada.

Mas se temos informações em mãos que podem nos ajudar a vender mais e a reter clientes no longo prazo, trazendo uma perspectiva que vai além do que os outros enxergam, podemos usar as mesmas estratégias de formas diferentes e pouco triviais.

Como já dizia Maurício de Sousa para justificar o sucesso da Turma da Mônica, com mais de 50 anos de carreira: “Faço a mesma coisa de formas diferentes”.

Uma coisa eu garanto. Depois que você ler este artigo, terá uma visão diferente das estratégias de marketing e vendas que está usando.

Para isso, vou usar o estudo realizado pela Dito, o Clienting Index. Serão destacados alguns dados levantados na pesquisa e como você pode enxergá-los de forma diferente.

Sobre o estudo
O estudo Clienting Index (CI) reúne dados de marcas com atuação no Brasil e tem o objetivo de oferecer ao mercado um benchmark para que as empresas possam, de fato, passar a adotar, em um nível estratégico, indicadores alinhados ao conceito de customer-centricity.

Vamos dar um “zoom in” nas oportunidades de mercado que poucos enxergam.

Mas, antes de começar, vou te mostrar como vou trazer as informações.

Primeiro, vou trazer a estatística levantada pelo relatório, criar uma pequena análise e, logo em seguida, trazer o insight para você aplicar em seu negócio, seja ele físico, online ou híbrido.

Portanto, serão as seguintes etapas: Dado => Análise => Insight acionável.

Contextualizando, o Clienting Index foi baseado em uma amostragem de 47,8 milhões de clientes que fizeram 111,7 milhões de compras, gerando uma receita de R$ 31,7 bilhões distribuídos em 140 marcas distintas.

Ou seja, temos uma excelente base e referência.

Outra informação importante é que os dados captados são de janeiro de 2019 a junho de 2022.

O relatório foi construído com seis indicadores-chave, mas vamos trabalhar apenas dois.

Vamos em frente!

Qualidade do cadastro dos clientes nas lojas
Um dos dados mais importantes do Clienting Index marca o início da trajetória do relacionamento do cliente com a sua marca.

Esse indicador é o “Data Quality Index”, que mede a qualidade do cadastro do cliente, ou seja, o quanto os cadastros dos consumidores estão corretos com o CPF que cadastraram, telefone e e-mail.

São simplesmente os principais meios de comunicação que sua empresa pode ter com seus clientes.

Logo de cara, avaliamos alguns pontos importantes:

– Em média, de 2019 a 2022, menos da metade dos clientes têm um cadastro com telefone e e-mail validados.

– Houve um aumento interessante em 2020. Justo quando ficamos mais em casa e houve mais compras pela internet. Recebimentos de confirmação de compra, chegada e etc. são feitos por e-mail e/ou telefone.

Queda em 2022, quando aconteceu a volta de praticamente 100% do presencial. Um detalhe interessante sobre essa métrica é que, em momentos de maior fluxo nas lojas, parece que a qualidade dos cadastros piora um pouco mais.

Onde estão as oportunidades?
Em 2020, com a necessidade de compra online, era crucial ter os dados certos para garantir o recebimento do produto em sua casa.

Mas ter menos que 50%, em média, dos cadastros validados é algo preocupante no longo prazo, na perspectiva do relacionamento, redução de CAC, aumento de LTV e retenção de clientes.

A realidade “nua e crua” é que, quanto mais clientes novos uma empresa precisa, normalmente maior é o investimento em estratégias de marketing para aquisição.

A oportunidade está exatamente em aumentar a sua taxa de Data Quality Index, pois, no longo prazo, você ganha possibilidades de vender mais para os clientes em que a empresa já investiu para adquirir.

E claro, além de ter uma boa taxa de cadastros validados, se concentre em obter informações corretas em seu CRM (se ainda não tem um CRM, é uma boa hora para pensar em ter), como os produtos que o consumidor comprou, quando comprou, e outras informações para determinar o perfil dos clientes e oferecer produtos que estejam mais de acordo com o interesse mapeado de cada consumidor.

Treine o seu time de vendas para cadastrar as informações corretas de seus clientes. Essa é a grande oportunidade que vai permitir você reduzir CAC (Custo de aquisição de clientes), aumentar seu LTV (Lifetime value) e aumentar sua margem no médio/longo prazo.

Consumidores estão comprando mais das mesmas marcas
Pensa comigo. Nós queremos viver boas experiências não importa onde, como ou quando. O que importa é experienciar algo diferente do comum.

Por exemplo, se você entra em uma loja de departamentos que tem várias TVs gigantes passando aquelas imagens maravilhosas e, em outra loja, que tem uma sala com TV, home theater, uma bebida grátis, com pipoca e um belo sofá para que se sinta no cinema, é possível que você frequente mais essa outra loja do que a de departamentos nos moldes antigos.

Outro indicador importante do Clienting Index é o Repurchase People Index, ou seja, o índice de recompra do consumidor.

Esse indicador nos mostra a taxa de clientes que já compraram de você pela primeira vez e que realizaram outras compras no período de 2019 a 2022. Indica também a receita gerada por clientes que compraram no período e já haviam comprado anteriormente.

A excelente notícia é que a evolução média está sensacional, saindo de 29,4% para 48,6% em quatro anos. É uma melhora significativa.

Em contrapartida, para aumentar esse índice, você precisa se comunicar bem com seus consumidores e ter cadastros bem feitos.

Repare que, de 2019 para 2020, houve um salto de praticamente 11% de recompra. Será que isso se deu por conta de haver mais cadastros validados e a possibilidade de contato mais próximo era maior? É uma hipótese.

Mas de 2021 para 2022 o crescimento foi ótimo, só que não tão representativo quanto de 2019 para 2020.

Onde está a oportunidade?
Esse tipo de informação nos dá uma direção de onde eu posso também colocar meus esforços em marketing.

Se ano a ano as taxas de recompra estão crescendo, talvez seja interessante distribuir o esforço de marketing para aumentar esse índice.

Pensa bem. Eu tenho que aumentar minha eficiência operacional em investimentos de marketing. Já tenho uma base considerável de clientes que já compraram de mim, ou seja, tiveram um primeiro contato com meu produto/serviço.

Vale o esforço e/ou experimento alocar parte do investimento de tempo e até dinheiro para trabalhar recompra?

Ter a visão de que seu índice de recompra aumenta gera maior rentabilidade e retorno sobre o investimento nas estratégias de marketing.

Aqui está a oportunidade que você precisa.

Conclusão e resumo
Vimos que ter informações nas mãos é algo valioso. Transformar um dado em informação útil ou insight acionável é o que mais gera valor.

De acordo com a Hubspot, um dos maiores desafios de marketing em 2023 é mudar as estratégias de marketing, e isso simplesmente acontece porque profissionais de marketing não contam com o inesperado em seus planejamentos.

É preciso entender que as mudanças de rota no meio do caminho fazem parte do plano. O inesperado deve ser esperado, pois, como consumidores, mudamos a todo momento.

Portanto, entender que se relacionar com seu cliente, oferecer produtos que mais têm conexão com seu perfil e fazer seu cliente se sentir adorado são coisas necessárias para crescer e continuar vendendo bem.

E o primeiro passo é treinar seu time de vendas para realizar cadastros corretos para colher frutos no futuro, relacionando-se com eles ao longo do tempo.

Se você se relacionar bem com seus clientes, terá benefícios maravilhosos, como aumento de recompra, que ocasiona em redução de CAC, aumento de LTV e aumento da rentabilidade. E para não deixar de lembrar, aumentará também a eficiência de suas estratégias de marketing.

Para baixar a pesquisa completa do Clienting Index, basta clicar aqui.

Dona da Shopee, Sea surpreende e registra lucro líquido no 4º trimestre após reestruturação

Por outro lado, no acumulado de 2022, a companhia registrou prejuízo líquido de US$ 1,65 bilhão, redução de 18,9% nas perdas quando comparado com o ano anterior.

A Sea, dona da Shopee, registrou lucro líquido de US$ 422,8 milhões no quarto trimestre, revertendo o prejuízo de US$ 616,2 milhões de um ano antes. As receitas entre outubro e dezembro somaram US$ 3,45 bilhões, crescimento de 7,12% na comparação com o mesmo período de 2021.

“Nossa decisão de mudar o foco dos negócios para eficiência e lucro já se traduz em melhora significativa na última linha do nosso balanço”, diz Forrest Li, diretor-presidente da Sea. “Entregamos resultado positivo, mostrando a resiliência e execução do nosso modelo de negócios.”

No acumulado de 2022, a Sea registrou prejuízo líquido de US$ 1,65 bilhão, redução de 18,9% nas perdas quando comparado com o ano anterior. As receitas totais chegaram a US$ 12,4 bilhões entre janeiro e dezembro, o que representa um crescimento de 25,1% no ano.

Nas operações da Shopee, as receitas chegaram a US$ 2,1 bilhões, crescimento de 31,8% no ano. Retirando efeitos cambais, o crescimento foi de 42,3%. No Brasil, a companhia destaca uma redução de 53,9% no prejuízo por pedido, na comparação com setembro, a US$ 0,47.

O volume bruto de mercadorias da Shopee chegou a US$ 18 bilhões, queda de 1% na comparação anual. Retirando efeitos cambiais, o indicador apresentou crescimento de 7,7%. Segundo a Sea, a partir de 2023 a divulgação do GMV passará a ser anual e não mais trimestral.

Na Garena, desenvolvedora do jogo “Free Fire”, a Sea registrou receitas de US$ 948,9 milhões, crescimento de 6,27% no ano, mesmo com queda no número de usuários ativos. Em serviços financeiros, as receitas da Sea subiram 92,5% no ano, a US$ 380,2 milhões, destaca.

O diretor-presidente da Sea afirma que as incertezas macroeconômicas vão continuar em 2023, com flutuações de curto prazo nas operações da companhia, mas estão confiantes que a reestruturação os deixou em posição melhor e confia no potencial de crescimento de longo prazo.

Shein e Shopee são os apps de compra preferidos dos brasileiros

Em alimentos e bebidas, o iFood lidera a categoria, segundo o levantamento feito pelo RankMyApp.

Shein e Shopee foram os aplicativos de compras mais buscados pelos brasileiros no segundo semestre de 2022, segundo um levantamento feito pelo RankMyApp com base no posicionamento diário dos apps nas principais categorias da Google Play Store Brasil e App Store Brasil.

Entre os usuários da Google Play, a Shein lidera, seguida de Shopee, Mercado Livre, Magalu e Americanas. Amazon Shopping, Casas Bahia, AliExpress, OLX e O Boticário completam a lista dos 10 preferidos.

Já entre os usuários da Apple Store, a liderança se inverte, com Shopee na primeira colocação, seguida pela Shein. Mercado Livre, Magalu, OLX, Americanas, Amazon Shopping, O Boticário, Enjoei e Lojas Renner completam o ranking.

“O estudo é fundamental para que as empresas possam avaliar como os seus apps estão posicionados em relação aos concorrentes e, a partir daí, tracem as melhores estratégias de mobile marketing”, afirma Rodrigo Thedim, head de Marketing e Vendas da RankMyApp.

iFood lidera em comida e bebida
Em alimentos e bebidas, o iFood lidera a sua categoria tanto no Google Play quanto na App Store. A surpresa fica por conta do app Zé Delivery, que ocupa a 2ª posição na Google Play, superando McDonald’s, Burger King, Habib’s, Aiqfome, Pede Pronto, Daki, Rappi e Bacio di Latte.

Atrás do iFood entre os mais buscados na Apple Store, estão McDonald’s, Burger King, Zé Delivery, Habib’s, Rappi, Ticket, Pede Pronto, Daki e Coco Bambu.

TikTok à frente na App Store e Netflix, na Google Play
As lojas de app apresentam uma diferença crucial ao definir o ranking de buscas em Entretenimento: o TikTok é incluído nessa categoria apenas pela App Store e ocupa a primeira colocação, seguido, respectivamente, por Netflix, HBO Max, Amazon Prime Video, Globoplay, Star+, Disney+, Top Figurinhas, Paramount+ e Face Dance.

Já na Google Play, que tem o TikTok na categoria Social, a líder é a Netflix, acompanhada por Pluto TV, HBO Max, Desfrutar de Dinheiro, Star+, Globoplay, Disney+, CineVision VS, Cine Flix Play V2 e ViX.

Nubank é o mais buscado em “Finanças”
O app do banco digital Nubank foi o mais buscado em Finanças tanto por usuários da Google Play quanto da App Store.

Na lista da Google Play, os melhores listados são Caixa Tem, Serasa, Inter, PicPay, C6 Bank, FGTS, Bitz, Carteira do Google e Caixa.

Já na App Store, aparecem Caixa Tem, C6 Bank, FGTS, PicPay, Inter, Caixa, Mercado Pago, Serasa e Banco Santander Brasil.

Uber lidera na Google Play e Google Maps, na App Store
Assim como em Entretenimento, as lojas avaliam de formas diferentes a categoria Mapas e Navegação. Considerada pela Google Play, a Uber lidera as buscas, seguida por 99, Waze, inDrive, Moovit, Cittamobi, Uber Life, Navegação GPS ao vivo, Radarbot e Lalamove para Entregadores.

Na App Store, que enquadra a Uber na categoria Viagens, o top 10 é composto por Google Maps, Waze, Moovit, Cittamobi, Bike Itaú, Radarbot, Urbano Norte, Waze Carpool, Spoten e Lady Driver.