O impacto da nova lei do Cadastro Positivo no varejo

Principal vantagem estaria na redução do custo do crédito ao consumidor, o que, de acordo com estimativa das entidades que formam a Frente do Cadastro Positivo, pode trazer um incremento de R$ 790 bilhões na geração de negócios e injetar, a médio prazo, até R$ 1,1 trilhão na economia.

Nesta segunda-feira (08) o presidente Jair Bolsonaro, sancionou a nova Lei do Cadastro Positivo. A matéria foi aprovada pelo Congresso Nacional no mês passado.

Todo brasileiro que tem um CPF ativo passa a ser automaticamente incluído numa espécie de cadastro de bom pagador. Até então, para integrar o cadastro, o consumidor precisava solicitar o ingresso. A partir de hoje, será o inverso, todos estarão automaticamente cadastrados, mas se quiserem sair do cadastro, terão que solicitar o descadastramento. O cadastramento de todos os consumidores do País tem um prazo de 90 dias a partir da sanção presidencial para começar.

O secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, destacou o alcance da nova lei, que deve incluir milhões de pessoas atualmente fora do mercado de crédito. “De acordo com estimativas, as mudanças no Cadastro Positivo pode beneficiar cerca 130 milhões de pessoas, inclusive 22 milhões de brasileiros hoje que estão fora do mercado de crédito, embora já apresentem bons históricos de adimplência”, afirmou. Carlos da Costa disse ainda que o estimulo à economia, com o cadastro, tem condições de gerar R$ 450 bilhões em arrecadação de impostos e contribuições federais, além de reduzir em 45% a inadimplência no Brasil.

De acordo com o Banco Mundial, a nova lei pode reduzir em até 45% a inadimplência no país, que atualmente atinge mais de 60 milhões de pessoas, segundo dados apresentados pelo secretário durante a cerimônia de sanção da nova lei no Palácio do Planalto. Carlos da Costa também disse que a expectativa é que, nos próximos anos, sejam injetados na economia, em decorrência do Cadastro Positivo, cerca de R$ 1 trilhão em investimentos, sendo que, desse total, cerca de R$ 520 bilhões apenas no âmbito das pequenas e médias empresas.

Benefícios ao varejo

O varejo, explica Marcos Piellusch, pesquisador do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), assim como bancos, financeiras e outras empresas prestadoras de serviços, terão acesso por meio da consulta aos serviços dos chamados Bureaus (birôs) de crédito, como Serasa, SPC, Boa Vista e SCPC. Essa consulta conterá a pontuação de crédito do consumidor, auxiliando na decisão de conceder ou não crédito.

Estimativa das entidades que compõem a Frente do Cadastro Positivo mostra que as alterações efetuadas no sistema podem promover um aumento de R$ 790 bilhões (12% do PIB) na geração de negócios. Para Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a avaliação de risco baseada apenas na informação negativa, como sempre aconteceu até agora, é importante, mas insuficiente para uma análise mais completa da capacidade de pagamento do consumidor porque não mostra seu endividamento. “Isso tem gerado superendividamento de muitas pessoas, que tomam crédito em vários estabelecimentos com base na mesma renda”, avalia Solimeo.

Comparado com os países mais avançados, o percentual de crédito total na economia brasileira é baixo, segundo o economista, embora tenha aumentado desde o começo do século. “Para o consumidor, esse percentual é ainda menor e tem sido reduzido recentemente”, avalia.

Para ele, o Brasil tem uma demanda de crédito reprimida por conta do seu custo, em especial, para pessoas físicas. Isso impacta diretamente no consumo. “O alto custo do crédito para as pessoas físicas é um fator limitativo para sua expansão, e a redução da taxa SELIC não se refletiu na mesma intensidade no financiamento ao consumo. Se houver redução das taxas, mais gente se habilitará a financiamentos e em valores mais elevados”, avalia.

Solimeo afirma que o Cadastro Positivo pode ajudar a baixar o custo do crédito ao reduzir os riscos dos financiamentos, que compõem parte importante do preço do crédito. O novo sistema também tem o potencial de criar condições para o bom pagador, com juros e prazos melhores. Ele avalia ainda que um novo cadastro não vai gerar uma morosidade maior para liberação. “Não vai burocratizar as transações. Com as modernas tecnologias, é possível fazer análise mais rigorosa, sem demora ou dificuldades”, afirma.

Dirceu Gardel, presidente da Boa Vista, também destaca as vantagens do Cadastro Positivo para a economia em geral e o comércio em particular, apontando que são 130 milhões de CPF de população economicamente ativa hoje, contudo, 20 milhões desses 130 milhões o mercado não consegue enxergar, segundo ele porque ou a pessoa não é bancarizada ou não tem emprego fixo. “Ela trabalha, mas paga suas contas em dia, como autônomo. Com o Cadastro, para o varejo, são 20 milhões de pessoas adicionais para o crédito”, diz.

Ricardo Thomaziello, diretor-executivo de Dados da Quod, (birô que vai trabalhar com quatro linhas de crédito do Cadastro Positivo: consórcio, cartão de crédito, parcelados e rotativos), destaca a necessidade de reduzir a assimetria de informações no comércio sobre o histórico de pagamento do consumidor. “Quando você amplia as informações disponíveis, você melhora a qualidade da carteira de crédito e assim o acesso e a qualidade do crédito”, diz.

Para ele, a inadimplência pode vir do desconhecimento que as empresas têm sobre um consumidor na hora de conceder o crédito e que a mudança desse quadro pode reduzir o número de brasileiros endividados, que extrapolou a casa dos 60 milhões no ano passado. “Todos os estudos sobre a implementação do Cadastro Positivo em outros países mostram uma queda na inadimplência”, garante Thomaziello. Gardel faz coro a Thomaziello: “Porque disso? Crédito mais assertivo, risco de inadimplência menor. Uma vez caindo a inadimplência, o consumidor vai ter a taxa de juros adequada a ele. Hoje a taxa é uma média do que perde e o de que ganha. Certamente o mau pagador será punido e o bom pagador beneficiado”, explica.

A tendência é que o varejo se beneficie do aumento da base de consumidores e do tíquete médio, dado que certos produtos (em especial, bens duráveis) só são acessados via crédito. Além disso, as grandes redes varejistas que mantém braços financeiros e concedem, elas mesmas, o crédito, terão o benefício de ter um sistema mais eficiente de financiamento, otimizando as duas pontas, a entrega do crédito e, possivelmente, as vendas. Claro que, só a otimização da análise de crédito não é suficiente. É preciso haver emprego e renda para que os compromissos sejam pagos.

Thomaziello diz que o setor de varejo pode ganhar novos consumidores via crédito porque o Cadastro Positivo vai jogar luz sobre um ponto cego do varejo e das empresas do sistema financeiro: o comportamento de compra das pessoas não bancarizadas. As contas de consumo serão incluídas como cadastro positivo alegadamente para analisar a capacidade de pagamento de quem não tem conta em banco.

Mesma análise é feita pela Confederação Nacional dos Dirigentes Logistas (CNDL) e o SPC Brasil, de que a nova lei do Cadastro Positivo deve tornar o acesso ao crédito mais fácil e com juros menores para os consumidores adimplentes. O presidente da CNDL, José César da Costa reforça a reformulação nas regras dos cadastro dará mais precisão na análise de crédito. “O Cadastro Positivo eleva o Brasil ao patamar de nações do primeiro mundo que já usam o modelo, assim como os Estados Unidos e União Europeia. As novas regras permitirão, principalmente, que micro e pequenos empresários tenham acesso a informações já utilizadas por instituições financeiras de grande porte, gerando maior segurança no processo de concessão de crédito e estimulando a competição na oferta de crédito entre fintechs, cooperativa, pequenas financeiras e empresas do varejo”, afirma.

A lei vai permitir acessar dados de pagamento relacionados a contas de serviços continuados, como água, luz e telecomunicações. “Uma grande revolução dessa nova legislação. Ela não engloba só dados financeiros. Imagine um consumidor que não tenha conta em banco ou tenha uma movimentação muito baixa. Os dados sobre pagamento de serviços continuados vão dizer o que ele consome e se tem um histórico de pagamento saudável”, ressalta Thomaziello.

Banco de dados
O texto aprovado no Congresso e agora sancionado incluiu um dispositivo que estabelece que a responsabilidade do banco de dados, das fontes de informações e dos consulentes por danos causados ao cadastrado será objetiva e solidária, como previsto no Código de Defesa do Consumidor.

A nova lei também estabelece a exigência de que os gestores de bancos de dados realizem ampla divulgação das normas que disciplinam a inclusão no cadastro, além da possibilidade e de formas de cancelamento prévio.

A lei exige ainda que o Banco Central encaminhe ao Congresso Nacional, no prazo de até 24 meses, relatório sobre os resultados alcançados com as alterações no Cadastro Positivo, com ênfase na ocorrência de redução ou aumento dos juros.

Fonte: portalnovarejo.com

Personalização e engajamento na era do novo varejo

Quanto maior o engajamento dos clientes com sua marca, mais dados podem ser coletados e, a partir daí, mais correlações podem ser estabelecidas.

O uso da tecnologia se faz cada vez mais presente em diversos setores da economia e no varejo não poderia ser diferente. A quantidade de informações disponíveis é cada vez maior e a sua análise é imprescindível para o sucesso das companhias. A análise qualificada e produtiva desses dados torna-se viável por meio de ferramentas de Big Data e inteligência analítica.

Este cenário passou a ser conhecido no setor como a Nova Era do Varejo, que se baseia em oferecer um atendimento e relacionamento personalizados para os seus consumidores ao mesmo tempo que proporciona, para o varejistas, instrumentos para evolução de vendas e rentabilidade. De acordo com um estudo realizado pela Applause, líder mundial em testes de multidões e qualidade digital, 91% dos consumidores estão mais propensos a comprar de empresas que lembram deles e são capazes de oferecer recomendações e ofertas relevantes. Outro estudo feito pelo Google mostra que uma em cada três pessoas espera recomendações de produtos personalizados de acordo com o seu perfil de compra.

Assim, percebe-se que a personalização da oferta de produtos e do atendimento é um meio de reconhecer que o cliente é único. Tal processo funciona como o alicerce para uma experiência consistente do cliente e fortalecimento da marca. Um levantamento realizado nos Estados Unidos pela Segment, empresa que ajuda a rastrear e consolidar os dados dos consumidores para entregar melhores produtos, serviços e experiências, com mais de mil consumidores mostra que 49% compraram itens que não pretendiam adquirir por causa de recomendações personalizadas da marca com quem mantêm relacionamento.

Com base nestas informações, podem-se identificar diversos benefícios que as empresas experimentam ao se valerem da personalização das ofertas e da aproximação com os clientes. Dentre eles, se destacam:

Aumento do faturamento da empresa: 40% dos consumidores americanos afirmaram que o atendimento personalizado fez com que eles comprassem algo mais caro do que pretendiam;

Reduz o volume de devoluções: Somente 5% das compras por impulso foram devolvidas quando o cliente recebeu atendimento personalizado e 85% ficaram felizes com o que compraram;

Aumenta a fidelidade dos clientes: 44% dos consumidores entrevistados pela Segment disseram que provavelmente repetiriam a compra, depois de ter uma experiência personalizada com a marca.

Mas, para que as marcas implementem um atendimento individualizado, é preciso utilizar a tecnologia como uma aliada na hora de analisar os dados. Por meio dela é possível gerar diagnósticos e insights sobre o comportamento do consumidor e antecipar padrões. Ou seja, quanto mais informações o varejo tem sobre seus clientes, maior a possibilidade de identificar hábitos de consumo e prever comportamentos.

Por mais que todo mundo queira ser único, estatisticamente é muito provável que grupos de pessoas ajam de forma parecida e se interessem por determinados produtos e serviços. Assim, quanto maior o engajamento dos clientes com sua marca, mais dados podem ser coletados e, a partir daí, mais correlações podem ser estabelecidas.

Por fim, o varejo ideal é aquele que tem o produto que o cliente quer, na hora que ele deseja. Ele precisa oferecer experiências para ser relevante, já que o novo momento do varejo é a era do encantamento do cliente. Desse modo, abrace o uso de tecnologia para conhecer cada cliente e entregar a ele um atendimento personalizado.

Fonte: portalnovarejo.com

Cada vez mais populares, marketplaces começam a revelar problemas

No México, Walmart é acusado de pressionar fornecedores que também são parceiros da Amazon. No Brasil, tendência é de redução dos shoppings virtuais.

São Paulo — Nesta semana, uma disputa entre duas das maiores empresas do varejo no mercado mexicano chamou a atenção para o lado B das operações de marketplace, cada vez mais populares, inclusive no Brasil.

A subsidiária mexicana do Walmart estaria pressionando os fornecedores de alimentos que distribuem seus produtos também para a Amazon. Esse comportamento teria forçado algumas dessas empresas a retirar suas mercadorias do site da maior varejista on-line do mundo. O caso foi revelado pela agência de notícias Reuters.

O mercado mexicano está entre os mais relevantes para as duas varejistas, mas o Walmart leva vantagem nessa briga. Ainda segundo a reportagem, a rede teria exigido descontos de empresas do setor de alimentos que tinham produtos com preços mais baixos no site da Amazon. O caso teria ocorrido no ano passado, segundo fontes.

Alguns desses fornecedores disseram que optaram por tirar seus produtos do marketplace da Amazon. Eles temiam que o relacionamento comercial com o Walmart do México fosse ameaçado no meio dessa disputa. As empresas informaram que a rede responde por mais da metade das vendas de supermercados no território mexicano. Em outras palavras, é o tipo de inimizade que ninguém que dependa do varejo quer comprar.

O Walmart mexicano negou à agência que force seus fornecedores a fazer negócio com esse ou aquele parceiro. No entanto, a multinacional admitiu pressionar por preços mais baixos, especialmente quando os concorrentes estão oferecendo um negócio melhor aos clientes. “Nunca poderíamos dizer a ninguém que eles não podem vender para outra pessoa”, declarou Ignacio Caride, diretor de comércio eletrônico do Walmart México, à Reuters.

As subsidiárias brasileiras das duas empresas foram procuradas pela reportagem para que contassem como funciona a relação com os fornecedores de seus marketplaces no país e se há alguma semelhança com a operação mexicana. Por e-mail, o departamento de comunicação da rede informa que “no momento, a agenda do Walmart Brasil para a imprensa está fechada”. Já a Amazon diz apenas que “não comentará” o caso.

Destaque no Brasil 

Os marketplaces no Brasil são cada vez mais relevantes como canal de venda. Pesquisa sobre o varejo virtual, divulgada ontem pelo Sebrae, mostra que mais da metade, ou exatos 52% dos negócios on-line, ocorrem nesses shoppings virtuais. Esse é o principal canal para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte.

A 4ª edição da Pesquisa Nacional de Varejo On-line, feita em parceria com E-Commerce Brasil, Lojas Integradas (VTEX) e B2W, apontou que os empresários já presentes no comércio eletrônico planejam ampliar as vendas em marketplaces até 2021.
Ainda segundo o levantamento do Sebrae, 30% das empresas entrevistadas trabalham apenas com e-commerce, 22% mesclam seus negócios entre loja física e comércio eletrônico, e apenas 12% têm somente loja física.

Crescimento

Com o crescimento do e-commerce cada vez mais na rotina dos consumidores, estar fora desse canal de vendas pode comprometer o caixa e o futuro de muitos negócios. Mauricio Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) e integrante do Conselho da E-commerce Foundation, diz que não vai levar muito tempo para que esse canal de vendas passe por um ajuste.

Segundo Salvador, não há notícias no Brasil de disputas entre marketplaces como o registrado entre as operações mexicanas do Walmart e da Amazon. Mas, para o presidente da Abcomm, “sob regras de livre mercado existe o direito de uma empresa se negar a atender um cliente”.

Hoje, diz ele, fica a critério do mercado se autorregulamentar. “Quando existe um desequilíbrio, como um monopólio, o governo passa a ter de interferir. Num caso como o da Amazon e do Walmart, no México, não vejo problema. Até porque, a rede sempre teve uma cultura global de pressão por pressão. Reduzindo preço, ele ganha na escala. É uma opção de o fornecedor aceitar ou não. Assim como tem o Walmart, há outras redes de varejo e o fornecedor tem a liberdade de escolher um plano B. Por isso, não vejo como isso possa causar distorção”, opina.

O representante da Abcomm acredita que, como os negócios em torno dos marketplaces estão em um processo rápido de expansão, a tendência é de que venham a fazer parte das políticas públicas. Hoje, lembra, sem uma regulação específica, esses shoppings virtuais podem ser punidos por regras mais genéricas que regulamentam o comércio, como nos casos de venda casada, questões de dumping ou de concentração de mercado.

Ajuste 

Para o presidente da associação, o Brasil deverá ver, em breve, uma fase de ajuste no segmento de marketplace. Salvador espera por uma consolidação, com menos empresas atuando como shoppings virtuais do que se vê hoje, assim como ocorreu em mercados mais maduros, como o americano. Ele acredita que sobraram poucas empresas de grande porte e outras pequenas que vão atuar em nichos, como o de petcare.

“Muitos vendedores já estão entendendo que, sem poder de barganha, não conseguem tornar suas operações lucrativas. Por isso, esse tipo de canal de venda tem de ser muito bem estudado antes de se tomar uma decisão”, explica.

Fonte: correiobraziliense.com.br

Se os robôs tomarem os postos de trabalho, quem vai comprar do varejo?

O varejo encontra na robotização a solução para melhorar a produtividade. Mas e na outra ponta, como as pessoas farão para ter renda e consumir se não tiverem emprego?

Em algumas cidades da Europa, ciclistas e motoqueiros estão sendo tirados do serviço de entrega de pizzas da Domino´s. A startup Starship Technologies, fundada pelos cofundadores do Skype, Ahti Heinla e Janus Friis, desenvolveu um robô que entrega comidas e bebidas a mais de 40 mil estudantes e funcionários da Universidade de George Mason, na cidade americana da Virgínia. Starbucks e Dunkin’ estão na fila para fazer o mesmo.

Depois de dominar a indústria e o campo, a robotização avança sobre o setor de serviços. Essa nova fase pode deslocar até 375 milhões de trabalhadores de suas funções até 2030, o que representa até 14% da força de trabalho no mundo, segundo o estudo “Trabalhos perdidos, trabalhos conquistados: transição da força de trabalho em tempos de automação”, da McKinsey.

Com a robotização, os ganhos com eficiência e redução de custos são promissores. Fundador e CEO da Olos Tecnologia, que produz robôs para centrais de atendimento, Paulo Godoy destaca que um robô custa um terço de um humano para os contact centers e que um atendimento feito em 1 minuto e 15 segundos por uma pessoa pode ser reduzido a 33 segundos quando realizado por um robô. “Uma posição de atendimento humano custa até R$ 10 mil por mês. Se você tem um contact center com cem PAs, os custos são de R$ 1 milhão por mês. Um robô sai por um terço desse valor”, aponta o executivo.

Junto com os contact centers, o segmento de restaurantes de fast-food está entre os que mais empregam jovens no País, o perfil de trabalhador mais sujeito a empregos da base da pirâmide. Para além dos subempregos e salários ruins, os jovens encontram cada vez mais dificuldades de entrar qualquer trabalho. Em dezembro do ano passado, 11 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos estavam na situação chamada de “nem nem”, nem estudam nem trabalham, o que representa um índice de desemprego de 23% – o dobro da média total no País e acima da média de desemprego entre jovens na América Latina, que é de 21%.

O Burger King trabalha com uma política de contratação de jovens de primeiro emprego, mas está iniciando seu processo de robotização no Brasil, ainda limitado ao on-line. “Existe um plano de roll out para nossos outros canais com o objetivo de, cada vez mais, estreitar esse relacionamento com nossos consumidores, resolvendo possíveis problemas e tirando dúvidas de forma mais rápida e eficiente”, diz Ariel Grunkraut, diretor de Vendas e Marketing do Burger King Brasil.

Professora de sociologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Carla Dieguez, destaca que, em uma sociedade sem emprego, o salário tende a diminuir ainda mais. “É a intensificação do leilão de salários. Quem cobra menos, o mercado emprega. Com isso, você tem menos dinheiro no consumo e, com menos consumo, crise da indústria”, avalia. A especialista lembra que, no começo do século 20, o empresário Henry Ford fez o contrário e popularizou a política de aumento salarial para estimular o consumo. “Havia a preocupação em ter um trabalhador com condição de consumir aquilo que ele produz”. Hoje não é assim, diz ela. “O cálculo do empresário é sempre a questão do custo e da eficiência, aquilo que a substituição do trabalhador vai trazer em termos práticos”, aponta.

Substituição dos trabalhos

Grunkraut destaca que a implementação da tecnologia nos atendimentos em fast-foods tem potencial para impactar de forma positiva o atendimento dos consumidores e trazer mais inteligência para o business. “No momento em que adotamos processos automatizados para alocar tarefas mais simples e repetitivas, as pessoas assumem papéis cada vez mais relevantes no processo de decisão de compra, proporcionando experiências únicas e personalizadas ao consumidor”.

Carla não concorda com a afirmação de que, com o passar do tempo, a economia será capaz de restabelecer naturalmente os postos de trabalho com a especialização da mão de obra antes dedicada a trabalhos mais simples. Ela afirma que as últimas transformações tecnológicas no mundo acabaram por deixar um saldo negativo de empregos, o que aumenta progressivamente o número de desempregados por desalento.

Fonte: portalnovarejo.com

Saiba como o deep learning vai transformar o varejo

Conceito se relaciona com a capacidade de análise que a tecnologia entrega. Com o deep learning, os varejistas podem oferecer o produto certo, no momento certo.

O avanço da tecnologia nas últimas décadas remodelou a forma como os varejistas se organizam e gerenciam seus negócios atualmente. Seja grande ou pequena, é praticamente impossível encontrar uma loja que não utilize alguma máquina para facilitar alguns processos . Entretanto, é apenas o início de um relacionamento que vai transformar o varejo como um todo graças, principalmente, ao conceito de deeplearning e à capacidade destes recursos tecnológicos entregarem relatórios e informações cada vez mais inteligentes e precisos para o futuro do negócio.

Em inglês, deeplearning pode ser traduzido como aprendizado profundo. Na prática, significa a capacidade de computadores aprenderem e realizarem tarefas como os seres humanos, mas com uma capacidade de processamento infinitamente maior. Por conta disso, é a base das soluções de Inteligência Artificial, conceito em alta no mundo dos negócios. Estimativa da MarketsandMarkets indica que este setor deve movimentar US$ 18,16 bilhões até 2023, com um crescimento médio anual de 41,7% no período.

Esse crescimento é explicado pelo boom na utilização de dados na estratégia dos negócios. O mar de informações trouxe novas ideias de gestão, mas também uma grande preocupação para os varejistas: como organizar essa quantidade cada vez maior de forma que traga inteligência de verdade para a tomada de decisão? É justamente neste ponto que entra o deeplearning. Por meio dele, é possível ver e compreender o que está acontecendo em todo processo, obtendo insights que um ser humano jamais teria tempo, conhecimento e capacidade de oferecer.

Além disso, computadores com capacidade de aprendizado conseguem juntar dados de diferentes fontes e características e, com este match, possibilitar uma visão completa sobre os perfis das pessoas que se relacionam com a sua loja. Ao identificar esses comportamentos, o lojista pode prever desejos de consumo, oferecendo o produto certo no momento mais adequado. Em um cenário de retração econômica e intensa competitividade, ele sabe que precisa ser certeiro e conhecer o seu consumidor antes mesmo dele entrar em contato com a marca. É um novo tipo de relacionamento.

Dessa forma, o negócio consegue atingir três benefícios fundamentais para a consolidação de qualquer companhia. O mais importante deles, sem dúvida, é o aumento de performance da loja por permitir que os profissionais tomem as melhores decisões e possam prever situações importantes. Também é possível desenvolver e oferecer itens e serviços cada vez mais personalizados ao levar em conta as nuances e características dos mais diferentes usuários que entram em seu estabelecimento. Por fim, há o aumento da eficiência ao reduzir o tempo dos processos internos e permitir uma maior produtividade entre os colaboradores, liberando-os de tarefas burocráticas.

O cenário atual encontrado no varejo brasileiro ainda é o do Analytics que entrega métricas “estáticas”, ou seja, sem levar em conta inúmeros fatores subjetivos que operam sobre eles. Com o deeplearning, a área torna-se “dinâmica” por se alimentar constantemente de informações e oferecer relatórios cada vez mais profundos e complexos aos empresários. O futuro passa pelo cruzamento inteligente desses dados e vai impactar não apenas o relacionamento com o cliente, mas também questões de estoque, fornecedores e colaboradores. Afinal, não adianta ter inteligência se não há precisão nas ações.

Fonte: portalnovarejo.com

Smartphone é cada vez mais protagonista na jornada de compra do consumidor digital

O consumidor digital muda seus hábitos ou os renova de acordo também com os avanços tecnológicos. Quando falamos, por exemplo, sobre o smartphone dentro da jornada de comprar do consumidor digital, é possível dizer que ele tornou-se um meio cada vez mais protagonista para o consumidor pesquisar, procurar por avaliações de um produto, até que por fim chegue a fechar de fato sua compra via smarthphone.

Um dado interessante é olhar para o quanto esse meio para fechar uma compra cresce, enquanto o e-commerce total alcançou 12% em 2018, o m-commerce (compras realizadas via dispositivos móveis: celulares, tablets, aplicativos) cresceu 41% no mesmo período, conforme dados do 39º Webshoppers.

Sendo assim, investir na jornada do consumidor nunca foi tão necessário. Contudo, as estratégias precisam ser alinhadas de acordo com o produto, o consumidor e qual experiência o lojista e varejista pretende gerar neste processo.

A conexão de internet no Brasil não é a mais elogiada, contudo, é quase impossível, salva as exceções, não ver um celular na mão de alguém ao seu redor. Talvez o leitor esteja acompanhando o texto no próprio celular. Este é um cenário que os lojistas e varejistas precisam se atentar. Ainda com dados do 39º Webshoppers, o m-commerce, por exemplo, teve outro destaque importante, eles alcançaram a marca de 42,8% de todos os pedidos do e-commerce do Brasil em janeiro de 2019.

Para tentar entender como este ano pode caminhar, em 2018 as categorias responsáveis pela alta de pedidos no m-commerce foram:

Perfumaria e Cosméticos| Saúde (com 112% de crescimento), Moda e Acessórios (com 59% de crescimento), Esporte e Lazer (com 40% de crescimento) e Casa e Decoração (com 38% de crescimento). Isso mostra a potência das vendas via mobile na decisão final do consumidor.

Loja física e loja online, mais que amigas, friends!

Tem um outro personagem nesta trama, mas o embate entre loja online e física parece já estar superado por muitos lojistas, o que muitas empresas procuram fazer no cenário atual é entender como trabalhar em conjunto, tanto o online quanto o offline.

Portanto, é necessário sempre ter na régua de estratégia uma operação consistente e um atendimento de excelência focado no consumidor, o que vai desde uma descrição ou disposição de produto até a uma entrega rápida e eficaz.
Mediante os dados extraídos no relatório do 39º Webshoppers, “a jornada de compra também se torna mais complexa a cada ano no Brasil. Em 2018, o brasileiro visitou, em média, 8 canais diferentes para fazer as suas compras ao longo do ano, e está mais conectado, utilizando as Redes Sociais para se manter informado e compartilhar informações.”

Cada cliente possui o compartilhamento de uma informação na palma da mão e transformou-se em um formador de opinião em sua comunidade e meio onde vive. Se ele compartilha sua experiência de compra ou de um produto e a propaganda é positiva, essa informação vai ficar registrada e outros poderão usufruir dela.

Sempre vai existir uma demanda maior pela boa experiência do cliente, até porque, em um mundo onde tudo caminha rápido, se renova em um piscar de olhos, correr o risco de não proporcionar uma boa experiência para cliente não pode ser opção.

Sendo assim, existem novas formas de consumo e muitos clientes que buscam por boas experiências, que se vier a acontecer, estarão dispostos a propagá-la.

Fonte: ecommercebrasil.com

Amazon Go, loja sem caixa da Amazon, começará a aceitar dinheiro

Até então, clientes só podem pagar com cartões nas lojas sem filas e caixas da Amazon, o que exclui pessoas desbancarizadas.

Amazon confirmou à CNBC nesta semana que irá aceitar outras formas de pagamento além de cartões na Amazon Go. Por enquanto, a varejista só aceita essa forma de pagamento em suas lojas sem filas e caixas. Apesar de ter confirmado a informação, a empresa não informou quando a mudança será implementada.

A rede de lojas sem caixa estava sendo alvo de críticas por discriminação e elitismo, já que pessoas desbancarizadas não conseguem entrar ou comprar qualquer produto. Isso acontece porque a experiência de compra oferecida é diferente do início ao fim e a cobrança é feita de forma automática no cartão cadastrado na conta da Amazon de cada cliente.

Para fazer compras em uma Amazon Go, você deve ter um celular e uma conta bancária e outra na Amazon. Isso porque existem cancelas que só liberam a entrada na loja quando o cliente mostra um QR Code de sua conta na Amazon.

A partir de então, ele é livre para escolher qualquer produto e simplesmente sair pela cancela novamente, saindo da loja. As câmeras de monitoramento e a inteligência artificial são os incumbidos de analisar o que o cliente comprou e fazer a cobrança através da conta cadastrada.

A varejista não deu nenhum detalhe sobre como seria pagar com dinheiro em uma loja que não possui caixas ou funcionários, mas informou que eles estão trabalhando para isso – inclusive para os clientes receberem trocos.

A experiência de comprar em um mercado autônomo

A Amazon abriu a primeira Amazon Go no ano passado, em Seattle. Atualmente, a empresa possui dez lojas desse tipo – e considera abrir mais de 3 mil unidades até 2021. Veja a experiência de comprar em uma Amazon Go:

Mercado autônomo no Brasil

Iniciativas como a da Amazon Go são raras, mas não são únicas. A startup Zaitt abriu o primeiro mercado 100% autônomo de São Paulo recentemente, que também não possui caixas e filas.

Como no caso da Amazon Go, só é possível entrar e fazer compras se o cliente estiver com o celular e possuir cartão de crédito. No entanto, a experiência é de entrar na loja, escolher o produto, confirmar a compra do que está levando e sair. Confira a nossa visita ao mercado autônomo da Zaitt.

Fonte: startse.com

Pesquisa aponta tendências nas vendas online de bens de consumo embalados

A Criteo S.A. realizou um estudo nos Estados Unidos para entender o comportamento online dos consumidores em relação aos Consumer Packaged Goods (CPG), ou bens de consumo embalados. Trata-se daqueles comprados diariamente como itens de mercearia, lanches e aperitivos, cuidados com a saúde, produtos para bebês, papelaria e cuidados pessoais.

No relatório “Digital Lists and Infinite Aisles: Putting CPG & Ecommerce on the Same Shelf”, os dados ressaltam a tendência da lista de compras sempre ativa, na qual os consumidores incluem produtos e a partir de onde fazem suas compras, utilizando um mix de aparelhos de celular, tablets e desktops baseados em conveniência. No entanto, apesar da crescente preferência por compras online nesta categoria de produtos, cada subcategoria é definida por padrões variáveis de consumo e considerações de afinidade à marca.

“Como uma vertical que contém um grande número de necessidades modernas do consumidor, os varejistas do segmento têm a oportunidade de criar uma conexão única com os consumidores por meio de seus hábitos online diários”, explica Alessander Firmino, Diretor Geral da Criteo para o Brasil e América Latina. “O desejo de conveniência impulsionou o crescimento das compras online, já que o consumidor moderno deseja experiências mais fáceis, mais rápidas e mais personalizadas para os produtos que ele usa todos os dias. No Brasil, o comportamento dos consumidores deve seguir esta mesma tendência.”

Confira as principais descobertas do relatório:

Festas de fim de ano e fins de semana têm pico de vendas: nos Estados Unidos, a compra de bens de consumo embalados apresenta alta da Cyber Monday (segunda-feira de promoções logo após o Dia de Ação de Graças) até o Ano Novo. Isso sugere que os consumidores estocam itens essenciais para começar o ano sem se preocupar.

As principais categorias que performaram foram cuidados pessoais (4,7x a média de vendas diárias), cuidados com a beleza (4,6x) e lanches/aperitivos (3,3x). Da mesma forma, os dados também demonstram que as vendas de CPG por celulares aumentam aos fins de semana, já que os consumidores navegam em busca de melhores experiências de aplicativos e de pagamentos. No ano passado, o crescimento da categoria no ambiente móvel variou de 5% a 10%.

Conveniência é a chave para o sucesso

Ao analisar as razões mais importantes para fazer uma compra em um site específico, o frete grátis nas devoluções foi classificado como a prioridade em produtos para bebês, itens de mercearia, saúde e beleza. Isto é especialmente prevalecente com mercearia, já que muitos clientes não apenas esperam por uma entrega gratuita, mas também que ela seja feita no mesmo dia.

Em seguida estão os descontos disponíveis, análises organizadas de produtos, fotos atraentes e uma boa variedade de itens exclusivos. A conveniência também tem o poder de conquistar clientes fiéis. Foi levantado que 36% das pessoas que compram na Big Box (varejista americana) voltam a fazer compras, enquanto as mercearias viram até 64% de consumidores repetidos nos primeiros seis meses de 2018.

Cuidados pessoais atraem novos compradores

A categoria com maior probabilidade de converter novos consumidores nas compras online de produtos embalados é cuidados pessoais, com marcas de beleza muitas vezes estreando novos produtos e atraindo compradores novatos. Desta categoria, 30% das compras eram feitas por novos usuários, o que é diretamente oposto à categoria de alimentos, que tem o menor percentual de compras por afinidade de marca.

Frequência nas compras online por impulso

Embora as compras não planejadas na loja física sejam mais ou menos consistentes entre as categorias, há muito mais variedade no comportamento de impulsos no ambiente online. Mais de um terço dos consumidores online de produtos para bebês fazem compras por impulso. Isto é provavelmente devido à personalização, que é possível através da tecnologia online e que pode faltar nas lojas tradicionais. Esses consumidores com alta intenção de compra sabem onde encontrar seus itens de CPG e estão mais focados na execução da transação.

Metodologia do Relatório CPG

  • Os dados do Relatório CPG foram extraídos de 17 varejistas da rede da Criteo, com volume nas categorias CPG. Para constar, nem todos os varejistas tiveram vendas em todas as categorias.
  • Para frequência de compra, os dados utilizados foram de 1º de janeiro de 2018 a 30 de junho de 2018 para todos os varejistas.
  • Para afinidade de marca, os dados foram agregados de estudos anteriores sobre grandes marcas em cada categoria.

Fonte: ecommercebrasil.com

O varejo digital será físico: veja como a tecnologia ajuda na jornada do consumidor

Até pouco tempo atrás, quando você precisava pegar um táxi, tinha que ficar na rua com o braço estendido. Hoje, poucos lembram desse hábito graças ao avanço dos aplicativos que chamam os motoristas mais próximos por meio da geolocalização dos smartphones. Este é apenas um pequeno exemplo de como a tecnologia impactou a experiência do consumidor em um setor específico – e que se transformou em um caminho sem volta para todos os empreendedores atualmente. Dessa forma, ou os varejistas utilizam soluções que melhorem o relacionamento com seus clientes, ou então enfrentarão sérias dificuldades no futuro.

Conceito em alta no ambiente corporativo, a transformação digital ainda engatinha no Brasil. Pesquisa da IDC indica que apenas 4% das empresas nacionais estão cientes da necessidade deste tema para suas estratégias e praticamente um quarto delas (24,7%) acredita que não seja algo importante. Entre os motivos que explicam esse cenário preocupante estão a dificuldade de compreensão do termo no dia a dia das empresas e os obstáculos que ainda existem no país, como aspectos políticos e econômicos.

As mudanças cada vez mais intensas proporcionadas pela evolução tecnológica ao longo das últimas décadas deixou os varejistas perdidos. Hoje, o consumidor está muito mais exigente: ele busca produtos e serviços que interessem aos seus gostos pessoais e quer isso da forma mais rápida possível. O imediatismo é o símbolo desta nova relação entre marca e indivíduo e poucas lojas se adaptaram a esta realidade. A saída, portanto, é apostar em ferramentas que consigam integrar os canais on e offline, permitindo que os profissionais possam antever aquilo que o futuro cliente deseja ao entrar em seu estabelecimento.

Por muito tempo havia a ideia de que dados e uso de tecnologia era algo restrito ao e-commerce, mas essa visão caiu nos últimos anos. Hoje, a loja física também entrega relatórios completos com informações que auxiliam na tomada de decisão para aumentar as vendas – o que só é possível graças à tecnologia que permite aferir o público que frequenta o local e permite o cruzamento de dados obtidos na web. Assim, torna-se obrigatório o uso de recursos deste tipo na jornada de compra do consumidor. Ao obter uma visão clara de quem entra e de quem compra, é possível melhorar a experiência e o relacionamento com todos.

Os varejistas que desejam sobreviver e crescer neste novo momento devem entender que o futuro não permite a existência de barreiras entre onoff, digital e físico. Seja na Internet ou dentro da loja, a pessoa não quer problemas e deseja realizar sua compra da melhor forma possível – seja retirando no estabelecimento, pedindo para um app realizar a entrega ou passando horas em frente à vitrine. A conta é simples: quanto menos atrito a jornada de compra tiver, melhor será a experiência dela com a marca. Isso exige mudanças, evidentemente. A loja deve estar aberta à transformação digital e a própria mão de obra deve se qualificar. Uma vez que a automação fará os processos burocráticos, os profissionais devem focar justamente no relacionamento com os clientes.

Considerado “morto” no início do e-commerce, o varejo tradicional segue mais vivo do que nunca porque, paradoxalmente, a evolução tecnológica valoriza cada vez mais as suas características. É o local que se transformou em um enorme laboratório de dados e um hub de logística capaz de oferecer as melhores experiências de compra das pessoas. Com a tecnologia, o estabelecimento vai capturar dados, se transformar em centro de distribuição e de entrega de relacionamento, mantendo-se perto de seu público em todas as etapas de sua jornada de compra.

Fonte: ecommercenews.com.br

Supermercados apostam no delivery

Serviços de entrega se tornam peças-chaves de expansão de redes. Atendimento inclui personal shoppers.

São Paulo — Duas das maiores redes supermercadistas do país, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) e o Carrefour, deram, nesta semana, o pontapé inicial em suas principais estratégias para se diferenciarem da concorrência na guerra do varejo: o delivery. O plano do GPA, iniciado ontem, estreou após cinco meses da aquisição da James Delivery, startup de encomenda e entrega de produtos sediada em Curitiba. Segundo o GPA, o serviço garante a entrega, em poucos minutos, desde itens vendidos em supermercados até restaurantes e farmácias. Em uma primeira etapa, toda a capital paulista estará coberta pelos serviços do aplicativo. A partir do próximo ano, a plataforma será levada para mais de 10 cidades brasileiras, incluindo Belo Horizonte e Brasília.

No caso do Carrefour, o delivery será operado em parceria com o aplicativo Rappi. De imediato, serão oferecidas duas modalidades de serviço: a “Express”, com entrega em até 35 minutos, e “Supermercados”, para entrega em até uma hora. Inicialmente, o serviço será atendido por meio do modelo tradicional de picking (separação e preparação de pedidos), em hipermercados e supermercados Carrefour. Nos próximos meses, no entanto, as empresas pilotam novo modelo operacional, a partir de dark stores da rede varejista, em que o próprio Carrefour fará o picking e a Rappi cuidará da entrega.

O novo modelo traz eficiência à operação, já que o estoque, separado da área de vendas das lojas, será dedicado somente para suprir o serviço de delivery, eliminando as etapas tradicionais e garantindo ainda mais rapidez e sortimento assertivo. “Ao investir no serviço de entregas, as grandes redes reduzem a distância entre um modelo de negócio mais centralizado para um sistema de operação que se assemelha ao varejo de vizinhança, o grande trunfo dos pequenos estabelecimentos de bairro nos últimos anos”, disse Juarez Peres Leão, consultor especializado em varejo.
Além de entregar na porta de casa, a decisão de apostar no delivery marca importante guinada tecnológica nas redes supermercadistas. Para usar o serviço do GPA, o usuário deve baixar o aplicativo no Google Play e na App Store. Depois de concluir o cadastro, poderá escolher o estabelecimento entre os parceiros disponíveis, selecionar os produtos que deseja receber e aguardar. De acordo com a empresa, a entrega será feita em minutos no endereço selecionado, desde que esteja no raio de abrangência de entrega da plataforma. A taxa de entrega será gratuita durante o primeiro mês de operação do James Delivery em São Paulo. Ainda dentro dessa transformação digital, segundo o GPA, os clientes exigem soluções cada vez mais personalizadas. “Alinhada com a estratégia omnicanal do Grupo em uma visão de longo prazo, a aquisição proporcionou ao GPA a entrada em um novo nicho de negócio, o dos ‘super apps’, que são plataformas que permitem ao usuário receber em uma hora produtos diversos, de parceiros selecionados em verticais de consumo, como supermercados, conveniência, drogarias, restaurantes e outros”, informou a empresa, em nota.

Diferencial

Atualmente, o delivery do Carrefour pela Rappi já está disponível em São Paulo, Barueri (SP), Santana de Parnaíba (SP), Santo André (SP), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), São José dos Campos (SP), Brasília, Recife, Fortaleza, Curitiba e Porto Alegre. A expectativa é chegar a mais 12 cidades nas próximas semanas e, futuramente, em todas os municípios em que o Carrefour opera e que haja cobertura da startup — presente em 15 municípios brasileiros. Oferecendo a entrega de produtos com os mesmos preços das lojas físicas, a Rappi leva às lojas do Carrefour seus personal shoppers, profissionais preparados para escolher os melhores itens para os usuários. O cliente consegue ainda conversar em tempo real com esse assistente e, inclusive, pedir foto das mercadorias para avaliá-las melhor, conseguindo fazer substituições, se necessário.
Com mais de 13 milhões de downloads na América Latina, a Rappi se tornou o principal aplicativo de serviços da região. Em 2018, a startup aumentou em sete vezes o número de produtos entregues e registrou crescimento mensal de 20% nos setes países em que atua. No Brasil, esse número foi ainda maior, ultrapassando os 30%. “Trazemos um grande diferencial para a operação dessa categoria pela Rappi, ao mesmo tempo em que aumentamos a satisfação e a qualidade da experiência de compra do nosso cliente”, destaca Paula Cardoso, CEO do Carrefour eBusiness Brasil. “Oferecemos mais um canal de compra, que complementa nossos formatos de loja e e-commerce, com uma opção ainda mais cômoda para pessoas que optam por não utilizar carro ou querem aproveitar a rapidez e frete de baixo custo”, completa.
Fonte: correiobrasiliense.com.br