E-Commerce brasileiro está no caminho do Novo Varejo

“Novo Varejo” é um termo comum, apresentado na China pelo fundador da Alibaba, Jack Ma, que descreve o futuro em que online, off-line e a logística se fundiriam para criar um mundo dinâmico varejista. As marcas líderes estão em vantagem ao usar o Nova Varejo como uma oportunidade para construir um novo modelo centrado no consumidor. No Brasil, o varejo está no mesmo caminho e tem avançado, ao longo das últimas décadas, em um esforço contínuo na criação de novos negócios e na conquista do consumidor. Os comerciantes utilizam a tecnologia para proporcionar novas experiências durante as compras e facilitar a gestão das empresas do ramo. Mas, afinal, o que esperar do futuro do setor varejista que combina online, off-line e redes sociais como peças fundamentais do negócio? E quais são as experiências no país?

O varejo brasileiro está descobrindo plataformas e caminhos para colocar o consumidor no centro da compra e do pagamento, em uma experiência conveniente e ágil. Neste cenário, os smartphones têm conquistado espaço entre o público e estão exercendo um papel principal nas atividades do varejo. Por meio de novas tecnologias, o novo varejo permite aos consumidores comprar da maneira que desejarem, seja navegando na internet ou experimentando roupas em lojas físicas. Em algumas lojas é possível passear pelos corredores e fazer a compra diretamente no celular.

No Brasil, algumas redes de supermercado disponibilizam aplicativos que facilitam, e muito, a organização da lista de compras, pois a tecnologia grava o histórico de mercadorias adquiridas da última vez. O autoatendimento, por meio de totens, ao invés de caixas registradoras, é outra ferramenta que tem conquistado os consumidores, principalmente os jovens millennials, acostumados a usar o touch screen. Segundo um levantamento, 60% dos brasileiros preferem o autoatendimento na saída do supermercado1. Entre as vantagens estão a redução das filas e o pagamento mais rápido.

O comércio eletrônico é a escolha de uma parte dos consumidores que desejam fazer compras e escolher uma variedade de produtos e a melhor forma de pagamento. Uma pesquisa da Worldpay indica que 37% dos consumidores ficariam satisfeitos em pagar mais caro por um serviço se a experiência de pagamento fosse melhor2. Para os comerciantes, existem muitas iniciativas, como o uso de várias plataformas de canais no comércio eletrônico para oferecer produtos, como redes sociais e sites, oferecendo promoções e descontos especiais. Um dos melhores ambientes é o móvel. Aproximadamente 59,1 milhões de brasileiros só acessam a internet pelo celular, de acordo com dados recentes3.

No entanto, estar presente nos dispositivos móveis não é suficiente. O novo público do varejo possui amplo conhecimento da experiência digital e móvel, com altas expectativas quando se trata de proteger a segurança de seus pagamentos. Outro levantamento indica que 72% dos consumidores baixam aplicativos apenas de marcas e empresas de sua confiança2.

Além de melhorar as experiências de compra, os comerciantes também precisam se conectar e simplificar o processo de compra. Afinal, atualmente, o consumidor é o seu próprio ponto de venda. Seja na loja online ou em um aplicativo móvel, os compradores esperam uma experiência conectada que reúna todas as etapas do pagamento: de métodos preferidos, como cnovo artões, e-wallets ou opções locais, até a segurança e criptografia mais sofisticadas. Não importa o canal.

Os comerciantes brasileiros têm uma grande oportunidade para atingir o novo varejo como fez a China. É necessário monitorar todos os setores do varejo e entender profundamente o perfil do novo consumidor, proporcionando experiências de alto nível. Oferecer uma jornada completa de compra, incluindo os métodos de pagamento, será muito importante para posicionar o setor varejista do país em linha com as tendências do mercado global.

Fonte: ecommercenews.com.br

Setor de franquias acelera processo de integração dos canais de venda

Consumidor mais conectado tem levado grandes redes a reformular seus postos tradicionais em prol da personalização de pedidos; análise de dados é ponto de partida para tendência.

O conceito de canais integrados, o chamado omnichannel, vem ganhando força no varejo brasileiro, levando a importantes mudanças nos últimos anos. E no setor de franquias isso não é diferente. As transformações do perfil do consumidor, que está cada vez mais conectado, já norteiam as estratégias de grandes franqueadores junto ao cliente final.

“As redes de franquias estão começando a se concentrar menos no faturamento por metro quadrado, e cada vez mais no faturamento por consumidor. Existe a tendência para individualização de cada cliente e entender a jornada de consumo dele”, argumentou o vice-presidente de operações da empresa de software de gestão Linx, Jean Klaumann.

De acordo com o executivo, os consumidores brasileiros estão passando por um processo de adaptação ao ato de comprar pela internet – algo que já está em estágio avançado no exterior. “O nível de penetração do e-commerce no setor de varejo da China é de 20%; enquanto no Brasil ainda está em 4%”, disse. Segundo ele, ainda que esse número seja pequeno, frente o cenário internacional, “a participação do comércio eletrônico tem crescido nos últimos quatro anos no território nacional.”

Klaumann aponta que o movimento pode ser um caminho para as franquias conhecerem melhor as demandas de cada um dos clientes. “O franchising tem a chance de analisar o fluxo de dados nessas plataformas e atender o consumidor de forma mais eficiente e inteligente. Como por exemplo, sugerindo para esse cliente a retirada do produto na unidade de franquia mais próxima de sua localização”, disse, ressaltando que a conveniência da distância e o tempo de disponibilização do item são cruciais para fisgar o novo consumidor imediatista.

No entanto, Klaumann relembra a alta concentração de participação do e-commerce no Sudeste do País (43%) como um reflexo da falta de infraestrutura logística e pouca familiaridade com o consumo online em certas regiões do Brasil.

Transformação gradual

Frente os desafios de adaptação às dificuldades logísticas e crescimento da cultura digital na sociedade, a diretora executiva da Arezzo, Silvia Machado, explica o novo modelo de franquias da companhia.

“O novo conceito Arezzo Light tem foco em regiões periféricas as quais há maior dificuldade de implementação do modelo full da marca. O modelo mais enxuto de loja tem atendimento mais interativo, um sistema de estoque rápido e sortimento diferenciado para cada região”, disse a executiva.

Para Silvia, outro ponto importante na mudança de mentalidade dos colaboradores é a concepção de que o engajamento dos clientes nas redes sociais é um campo fértil para análise de dados. “Começamos a linkar o e-commerce com a comissão de venda de cada vendedor. Isso é fundamental também para a diversidade de produtos nas lojas. Além disso, conseguimos analisar melhor o volume de comercialização dos nossos canais”, afirmou.

Ainda de acordo com a executiva, a maior integração entre os canais fornece mais autonomia flexibilidade às vendedoras. “Eliminamos a figura do caixa e do estoquista.”

Atualmente, esse novo modelo mais enxuto de negócio está implementado em 18 unidades da rede de franquias.

Em linha com a perspectiva de mudança da diretora executiva da Arezzo, o vice-presidente de franquias do McDonald’s, Dorival Oliveira, esclarece que o processo de reformulação teve como ponto de partida as demandas do cliente.

“Começamos a entender a necessidade de personalização do pedido de cada consumidor e, consequentemente, estabelecer uma relação mas próxima deles”, afirmou Oliveira.

O executivo explica que a nova estratégia de individualização exigiu a troca de todo o maquinário da rede no Brasil, movimento que teve início há dois anos. “Essas novas máquinas permitem ao cliente montar o lanche como desejar, adicionando ou retirando ingredientes”, afirmou, destacando o fato de que os anseios foram identificados por meio das pesquisas do negócio.

Oliveira exemplifica que as inovações nas unidades podem ser vistas com as instalações de totens de autoatendimento e a possibilidade de pagamento direto por meio de tablets interativos.

“Mudamos a cultura do que realmente é atender o cliente e método de estabelecimento de um relacionamento pelo nosso aplicativo, com análise de histórico dos pedidos online desse consumidor”, disse ele, lembrando a importância da arquitetura e uniformes dos funcionários, que seguiram também a tendência de flexibilização e autonomia.

Fonte: dci.com.br