A importância da capilaridade no varejo de produtos de uso contínuo

A capilaridade no varejo, especialmente em relação a produtos de uso contínuo, como gás, medicamentos e alimentos, é crucial para garantir que esses itens essenciais estejam sempre acessíveis à população. Este artigo explora a importância da capilaridade no varejo e destaca algumas boas práticas implementadas no Brasil para otimizar a distribuição desses produtos.

Capilaridade no varejo: conceito e importância

A capilaridade no varejo refere-se à capacidade de uma rede de distribuição e vendas de atingir uma ampla extensão geográfica e diferentes perfis de consumidores, garantindo presença física ou virtual em regiões urbanas e rurais. Para produtos de uso contínuo, isso significa que os consumidores podem adquirir itens essenciais sem grandes deslocamentos ou atrasos, promovendo conveniência e fidelidade.

A capilaridade vai além da presença física de lojas e revendas. Ela engloba a eficiência logística, a disponibilidade de canais de atendimento e a flexibilidade para adaptar-se às demandas regionais. Esse conceito é essencial em mercados como o brasileiro, onde há grande dispersão populacional e desafios de infraestrutura.

Principais setores impactados pela capilaridade

Gás de cozinha

O gás de cozinha é um item essencial para a maioria das famílias brasileiras. Mais de 91% delas utilizam o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) em botijões, principalmente para cozinhar alimentos.

A capilaridade no varejo de gás garante que até mesmo as regiões mais remotas tenham acesso a esse produto. As empresas investem em uma vasta rede de distribuidores e revendedores para assegurar a disponibilidade contínua do gás. A malha logística do segmento de gás é uma das mais avançadas no Brasil, incluindo entregas diretamente nas residências dos clientes. Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), existem 58 mil revendas autorizadas no Brasil. Muitas dessas revendas oferecem serviços de entrega por telefone ou aplicativos, facilitando o acesso ao gás em tempo real, especialmente em regiões periféricas.

Medicamentos

A disponibilidade de medicamentos é crítica para a saúde pública. Farmácias e drogarias espalhadas por todo o território nacional garantem que a população tenha acesso aos medicamentos necessários, independentemente da sua localização.

A indústria farmacêutica e as redes de farmácias têm estratégias robustas de capilaridade para garantir acesso aos medicamentos, mesmo em áreas de difícil alcance.

  • Grandes redes de farmácias: Drogasil, Droga Raia, Pague Menos e Drogaria São Paulo possuem milhares de lojas espalhadas por todo o Brasil. O CFF (Conselho Federal de Farmácias) contabiliza 90 mil estabelecimentos neste segmento. Muitas delas estão localizadas em áreas estratégicas, como centros comerciais, periferias urbanas e pequenas cidades.
  • Farmácia Popular: Esse programa governamental permite a distribuição subsidiada de medicamentos em parceria com farmácias privadas, alcançando uma grande população, inclusive em regiões carentes.
  • Vendas por e-commerce e entrega em domicílio: empresas como a Drogaria Pacheco e Panvel utilizam plataformas digitais para vender medicamentos, complementando sua capilaridade física e atendendo consumidores em áreas remotas.
  • Distribuição em locais remotos: para medicamentos essenciais, como insulina e vacinas, distribuidoras farmacêuticas, como a EMS e Eurofarma, utilizam sistemas logísticos avançados que garantem o transporte em condições controladas para clínicas, postos de saúde e farmácias em todas as regiões.

Alimentos

A distribuição de alimentos deve ser eficaz para evitar desperdícios e garantir que todos tenham acesso a produtos frescos e de qualidade. Redes de supermercados e pequenos comerciantes trabalham em conjunto para criar uma cadeia de suprimentos eficiente, desde a produção até o consumidor final. De acordo com o Ranking Abras 2024, o Brasil conta com aproximadamente 94 mil lojas empenhadas diariamente em atender um público estimado em 28 milhões de consumidores.

Boas práticas no varejo brasileiro

Relacionamos a seguir as boas práticas que têm feito diferença no avanço da capilaridade de grandes empresas.

Expansão por meio de franquias

Redes como Ultragaz (no segmento de gás de cozinha) e Drogasil (no setor farmacêutico) utilizam modelos de franquia para ampliar sua presença. Esse modelo permite que empreendedores locais operem lojas em suas comunidades, garantindo uma operação mais eficiente e adaptada às necessidades regionais.

Redes de distribuição

Muitas empresas brasileiras implementam redes de distribuição robustas para garantir a capilaridade de seus produtos. Utilizam centros de distribuição estrategicamente localizados para otimizar o transporte e reduzir o tempo de entrega.

Parcerias estratégicas

Formar parcerias com pequenos comerciantes locais e cooperativas é uma prática comum que aumenta a capilaridade no varejo. Essas parcerias permitem que produtos cheguem a mercados que grandes varejistas talvez não consigam alcançar diretamente.

Tecnologia e logística

Investimentos em tecnologia e logística são cruciais para melhorar a capilaridade. Sistemas de gestão de estoques, monitoramento de rotas de entrega e plataformas de e-commerce são exemplos de como a tecnologia pode facilitar a distribuição eficaz de produtos.

Programas governamentais

Programas governamentais, como o Programa Farmácia Popular, ajudam a aumentar a capilaridade de medicamentos no Brasil. Através de subsídios e parcerias com farmácias privadas, o governo garante que medicamentos essenciais estejam disponíveis a preços acessíveis em todo o país.

Desafios e oportunidades

Embora a capilaridade apresente inúmeros benefícios, também existem desafios a serem enfrentados. A infraestrutura deficiente em algumas regiões e os altos custos de logística podem dificultar a distribuição. No entanto, estas dificuldades também representam oportunidades para inovação, como o desenvolvimento de novas tecnologias de transporte e a criação de modelos de negócios mais sustentáveis. Aqui estão alguns exemplos de empresas brasileiras do varejo que possuem uma grande capilaridade de lojas:

Grupo Boticário: Com mais de 3.700 lojas espalhadas por todo o Brasil, o Grupo Boticário é uma das maiores redes de perfumarias e cosméticos do País.

Cacau Show: Especializada em produtos de chocolate e confeitaria, a Cacau Show possui mais de 4.500 lojas em várias regiões do Brasil.

Magazine Luiza: Uma das maiores varejistas do Brasil, a Magazine Luiza conta com uma vasta rede de 1.200 lojas físicas em 21 estados, além de uma forte presença online. O Magazine Luiza transformou suas lojas em pontos de distribuição de produtos, reduzindo substancialmente os prazos de entrega para os clientes.

Via Varejo: Esta empresa, que inclui as marcas Casas Bahia e Pontofrio, também possui uma vasta rede de mais de 1.000 lojas em 400 municípios de várias regiões do Brasil.

Redes como Petrobras (BR Distribuidora), Ipiranga e Shell são exemplos de empresas que possuem ampla capilaridade, com milhares de postos espalhados pelo Brasil. Elas alcançam desde grandes centros urbanos até cidades menores e rodovias remotas, garantindo o abastecimento contínuo de veículos.

Essas empresas conseguem alcançar uma ampla capilaridade graças a estratégias eficazes de distribuição, parcerias estratégicas e investimentos em tecnologia e logística.

Conclusão

A capilaridade no varejo de produtos de uso contínuo é essencial para garantir o bem-estar da população e um desafio para grandes varejistas. No Brasil, diversas boas práticas têm sido implementadas para melhorar a distribuição e garantir que todos tenham acesso a itens essenciais.

Investir em redes de distribuição eficientes, formar parcerias estratégicas e utilizar a tecnologia são estratégias fundamentais para alcançar uma capilaridade eficaz e, consequentemente, um varejo mais inclusivo e eficiente.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/31/12/2024/artigos/a-importancia-da-capilaridade-no-varejo-de-produtos-de-uso-continuo/”

Scanntech anuncia expansão no e-commerce com visão integrada do varejo brasileiro

Com cobertura de 81% do mercado digital no segmento alimentar, beleza e saúde, a companhia acelera o acesso a informações estratégicas para varejo e indústria.

A Scanntech, plataforma de soluções que usa inovação e inteligência de dados para impulsionar o varejo e indústrias de bens de consumo, acaba de anunciar a expansão de sua atuação no e-commerce, passando a permitir uma visão integrada do varejo brasileiro. Dentro do segmento, a empresa já conta com uma cobertura de 81% do mercado digital de alimentos, beleza e saúde – de acordo com estimativa do mercado total da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

“Estamos transformando o mercado ao conectar a indústria e o varejo digital, auxiliando na logística, sortimento e planejamento promocional de forma estratégica e assertiva”, revela André Biselli, head de E-commerce da Scanntech Brasil. O executivo garante que a empresa busca replicar no digital a robustez de dados já consolidada no varejo físico – hoje são mais de 45 mil PDVs conectados e R$ 763 bilhões lidos ao ano.

A expansão no comércio digital permite à Scanntech identificar padrões de consumo distintos entre os canais físico e digital. Produtos vendidos exclusivamente online, como pacotes maiores, exemplificam como os hábitos de compra diferem entre os ambientes. “É fundamental que o varejo e a indústria utilizem dados para decisões mais inteligentes, reduzindo perdas e otimizando investimentos”, completa Biselli.

Promovendo a conveniência de adquirir e receber produtos frescos diretamente em suas casas, o canal teve um crescimento expressivo de 30% em 2024, e é esse cenário que tem impulsionado tanto varejistas tradicionais, quanto startups a investirem na expansão de suas operações digitais.

Com essa nova capacidade, a empresa permite que varejistas e indústrias antecipem tendências de consumo e adaptem suas estratégias de maneira mais ágil. “No e-commerce, as decisões baseadas em dados são fundamentais para melhorar a experiência do consumidor, reduzir custos operacionais e aumentar a competitividade”, acrescenta Biselli.

A plataforma também oferece insights sobre produtos frequentemente adquiridos juntos e preferências regionais, além de proporcionar uma visão detalhada do comportamento de compra no ambiente digital.
Para o executivo da Scanntech, o mercado brasileiro de e-commerce está entrando em sua “terceira onda”, com o crescimento acelerado do segmento de alimentos e bebidas. “Estamos acompanhando a transformação do setor, em que o digital se consolida como um pilar estratégico para o varejo e a indústria”, finaliza Biselli.

Fonte:”https://mercadoeconsumo.com.br/27/12/2024/ecommerce/scanntech-anuncia-expansao-no-e-commerce-com-visao-integrada-do-varejo-brasileiro/”

Varejo ampliado deve crescer 1%, enquanto restrito recua 0,3% em 2025

Produtos essenciais como medicamentos apresentam alta, mas setores ligados à casa e vestuário mostram retração.

O varejo ampliado, que inclui os segmentos de veículos e material de construção, deve registrar crescimento de 1% no período de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025, enquanto o varejo restrito, que exclui esses segmentos, pode ter queda de 0,3%, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR).

Entre os segmentos com previsão de expansão estão produtos farmacêuticos (1,1%) e veículos (0,9%). Já os setores de alimentos e supermercados devem apresentar estabilidade. Por outro lado, projeções indicam retração em tecidos (0,3%), móveis e eletrodomésticos (2,3%) e material de construção (7,2%). Este último destaca-se pela queda acentuada, apontando para uma desaceleração no setor imobiliário e de reformas residenciais, possivelmente influenciada pelos juros elevados.

Claudio Felisoni de Angelo, presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School, avalia que o cenário reflete prioridades de consumo voltadas a itens essenciais e bens duráveis de maior valor. “Isso reflete um consumidor cauteloso, priorizando gastos essenciais e saúde, possivelmente aproveitando condições especiais de financiamento para veículos, enquanto posterga renovações domésticas e de vestuário”, afirmou.

Impulso da Black Friday

As vendas no varejo cresceram 1,4% em novembro, em relação ao mesmo mês no ano anterior, descontada a inflação. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o crescimento foi de 6,3%. Os dados são do Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA).

Sem descontar a inflação, o varejo cresceu 6,3%, registrando um avanço de 6% no e-commerce e de 6,4% no comércio físico. O fato de novembro de 2024 ter um dia útil a menos do que no ano anterior impediu um crescimento ainda maior, aponta o relatório da empresa de pagamentos.

“A Black Friday trouxe um importante impulso para o varejo em novembro. A data, famosa por promoções e ofertas, registrou crescimento relevante em relação ao ano passado”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo. Ele também diz que o feriado do Dia da Consciência Negra, celebrado pela primeira vez em território nacional, pode ter impulsionado o setor de Recreação e Lazer, que registrou alta no mês.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/10/12/2024/noticias-varejo/varejo-ampliado-deve-crescer-1-enquanto-restrito-recua-03-em-2025/”

 

Shein, Renner, C&A, Zara e Hering são as marcas de moda mais desejadas

Roupas e acessórios voltaram a ocupar o primeiro lugar entre as categorias mais desejadas, segundo i Índice de Desejo de Compra da Buzzmonitor.

Roupas e acessórios voltaram a ocupar o primeiro lugar entre as categorias mais desejadas, de acordo com a terceira edição do Índice de Desejo de Compra da Buzzmonitor, que analisou 603.611 publicações feitas entre 1º e 30 de novembro de 2024 no Bluesky e X (antigo Twitter). A categoria de moda representou 20% dos relatos no mês, registrando um aumento de seis pontos percentuais em relação ao levantamento anterior.

O levantamento revelou que camisas foram os itens mais mencionados, correspondendo a 35% dos desejos, seguidas por vestidos (20%), calças (15%), blusas (10%) e tênis ou sapatos (8%).

Na análise por marcas, Shein liderou com 30% das menções, mantendo-se no topo pelo segundo mês consecutivo. Em seguida, apareceram Renner (22%) e C&A (18%), ambas estreantes no ranking. Zara, presente desde o início da série de estudos, ficou com 12%, e Hering completou o grupo com 6%, também marcando sua estreia.

Eletrônicos e alimentos seguem como categorias fortes

Eletrônicos, com 17% das menções, ficaram em segundo lugar das categorias mais desejadas. O Kindle foi o produto mais desejado (30%), seguido por iPhone (15%) e PlayStation 5 (12%). Já alimentos e bebidas mantiveram sua terceira posição com 12% das menções, sendo os mais citados o açaí (35%), sorvete (25%) e chocolate (15%).

A categoria de artigos para o lar voltou ao radar dos consumidores em novembro, ocupando o penúltimo lugar no top 10, após um mês de ausência. Com 3% das menções, destacaram-se itens como cadeira (16%), mesa (15%) e sofá (10%). Entre os varejistas mais mencionados na categoria, lideraram Amazon (17%), Shopee (10%), Mercado Livre (10%), Americanas (7%) e Leroy Merlin (5%).

Já os produtos pet estrearam no ranking, representando 2% das menções. A procura foi dominada por ração (85%) e itens de higiene (10%), com a Petz despontando como a marca mais citada, concentrando 48% das publicações que mencionavam marcas do segmento.

O estudo destacou que as compras de fim de ano impulsionaram o volume de relatos em novembro, que dobrou em relação a outubro. Termos como “Black Friday” e “Natal” foram citados em 4,1% das menções, reforçando a sazonalidade das intenções de compra.

Com metodologias que identificam expressões como “quero comprar” e “vou comprar”, o estudo revelou o papel da análise de dados e IA na compreensão do comportamento de consumo, consolidando insights sobre as preferências dos brasileiros e as marcas que se destacam.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/06/12/2024/noticias-varejo/shein-renner-ca-zara-e-hering-sao-as-marcas-de-moda-mais-desejadas/”

 

Jequiti aposta em loja física e ampliação de portfólio para acelerar expansão

Marca quer ampliar a presença entre os consumidores da Classe C.

A Jequiti quer ampliar sua presença no varejo e prepara a inauguração de sua primeira loja física ainda neste ano no Internacional Shopping Guarulhos, em São Paulo. A iniciativa faz parte de uma estratégia multicanal que combina venda direta, e-commerce e varejo físico, com a meta de atingir R$ 1 bilhão em faturamento até 2029.

Nos últimos três anos, a marca vem se reposicionando para fortalecer sua presença entre consumidores da Classe C, ampliando o portfólio com produtos acessíveis e de alta tecnologia. Em julho, a Jequiti lançou a linha Sensi Skincare, seu maior investimento de 2024, que esgotou em 15 dias as vendas planejadas para três meses.

“Estamos nos consolidando como uma marca de cosméticos completa, não apenas de perfumaria, o que nos permite estar ainda mais próximos do dia a dia dos nossos consumidores. A ampliação para o segmento de skincare e o crescimento no varejo são passos importantes para oferecer produtos de alta qualidade e acessibilidade, especialmente para a Classe C “, afirma Eduardo Ribeiro, CEO da Jequiti Cosméticos.

Multicanalidade em prática

A inauguração da primeira loja física simboliza o avanço da Jequiti no varejo, que começou em junho deste ano com a entrada da marca em farmácias, perfumarias e lojas especializadas. Até 2029, a meta é alcançar mais de 20 mil pontos de venda em todo o Brasil.

No modelo tradicional de venda direta, a empresa busca dobrar o número de consultores e incrementar R$ 330 milhões em receita.

Fundada em 2006, a Jequiti faz parte do Grupo Silvio Santos. Com uma estratégia baseada em venda direta e produtos acessíveis, a marca conta com mais de 200 mil consultores e possui um portfólio composto por mais de 300 itens que são atualizados a cada 21 dias com novos lançamentos. A atua principalmente com venda direta e e-commerce, além de parcerias com grandes marcas do varejo.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/26/11/2024/noticias-varejo/jequiti-aposta-em-loja-fisica-e-ampliacao-de-portfolio-para-acelerar-expansao/”

O boom dos centros de distribuição no Brasil: como capacitar a mão de obra?

Nos últimos anos, o mercado de centros de distribuição (CDs) no Brasil cresceu exponencialmente e a explosão do e-commerce foi um dos principais fatores por trás dessa multiplicação. De acordo com um estudo da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL), entre 2019 e 2023, o número de centros de distribuição no Brasil cresceu em torno de 35%, especialmente nas regiões Sudeste e Sul.
Outro dado relevante é que o setor já emprega aproximadamente 1,5 milhão de pessoas no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este número tende a crescer ainda mais, com previsões que indicam a criação de cerca de 500 mil novos empregos até 2025.
O mercado logístico não se destaca apenas por seu tamanho e impacto na economia, mas também pelos desafios que enfrenta na formação de profissionais qualificados. Os CDs, especialmente aqueles que operam com grande fluxo de mercadorias e alta automação, requerem uma força de trabalho altamente capacitada. No entanto, o que observamos é que, muitas vezes, esses profissionais não possuem o treinamento adequado para lidar com as novas tecnologias e práticas avançadas do setor.
Tradicionalmente, a capacitação acontecia de forma presencial, com treinamentos em apostilas sobre o manuseio de equipamentos e segurança no trabalho. Porém, com o avanço das tecnologias, esse cenário está mudando rapidamente, trazendo um formato que atende essa nova necessidade: o híbrido.
Um exemplo é como o uso de simuladores 3D e plataformas de aprendizado virtual têm revolucionado a forma como os trabalhadores são capacitados. A Realidade Aumentada, por exemplo, permite que profissionais pratiquem o carregamento e descarregamento de mercadorias, o manuseio de sistemas automatizados de transporte e até mesmo a operação de drones.
Já a Realidade Virtual (RV) é uma excelente opção para treinamento de operadores de empilhadeiras, esteiras automáticas e outros equipamentos. Essas tecnologias permitem que os colaboradores pratiquem suas funções em um ambiente virtual seguro e controlado, eliminando o risco de acidentes e melhorando a eficiência do aprendizado.
Além disso, o aprendizado híbrido também se destaca como uma solução eficaz.
Com áreas de CDs muitas vezes localizadas em regiões de difícil acesso ou com tarefas consideradas perigosas, a parte online dessa modalidade tem se mostrado uma excelente forma de preparar os colaboradores para situações reais sem expô-los a riscos durante a fase de treinamento.
Um estudo realizado pela Gartner aponta que o uso de realidade virtual pode aumentar a retenção de aprendizado em até 75% em comparação aos métodos tradicionais. Isso significa que, além de preparar melhor os funcionários, o uso de tecnologias inovadoras também contribui para uma maior eficiência operacional dos CDs, que passam a contar com profissionais mais preparados e capazes de enfrentar os desafios do setor.
O futuro dos CDs no Brasil está intimamente ligado ao avanço tecnológico e à modernização dos processos de treinamento. A combinação de tecnologias inovadoras, como a Realidade Virtual e Aumentada, com capacitações híbridas que acompanhem as novas necessidades, será a chave para garantir que o país se mantenha competitivo no cenário global de logística e distribuição.
Dessa forma, as empresas que se anteciparem e adotarem essas tecnologias de maneira estratégica terão uma vantagem significativa, tanto na eficiência operacional quanto na atração e retenção de talentos. O setor de logística está pronto para uma nova era, e a tecnologia será sua maior aliada nessa transformação.

Varejo melhora desempenho no 3º trimestre, mas 4 fatores geram preocupação futura

Uma análise comparativa e detalhada do desempenho do varejo no 3º trimestre de 2024 feita por Eduardo Yamashita, COO do Ecossistema Gouvêa, e publicada na Mercado&Consumo na última sexta-feira, mostra o desempenho de algumas das principais empresas do setor, comparando como se comportaram Carrefour, Assaí, Magalu, Casas Bahia, RD – Raia Drogasil, Pague Menos, Renner e Riachuelo com base em seus balanços.

Como destaca o artigo, os fatores comuns positivos mostram melhorias das vendas e margens, melhoria dos resultados financeiros e redução dos custos financeiros, redução da alavancagem e a forte ênfase na frente digital.

Tudo isso é motivo para reverter um certo ceticismo que marcou as análises do varejo em 2024 quando tomamos como amostra do setor e por serem as principais empresas de capital aberto, considerando o que ocorreu em especial no 1º semestre de 2024.

O desempenho mais recente, como mostrado no artigo, é ponto positivo e sinaliza reversão. Mas o quadro futuro ainda gera preocupação, pois fatores diversos poderão criar desafios de curto, médio e longo prazo.

Sempre importante considerar a resiliência e capacidade de adaptação e reação do setor de varejo, que ao longo do tempo desenvolveu mecanismos próprios e únicos no cenário global para continuar evoluindo. Todo o modelo de crédito no Brasil é um dos diferenciais competitivos que atua para ajudar a equilibrar as flutuações de curto prazo e estimula o crescimento de longo prazo.

No cenário futuro eis os elementos que geram preocupação no varejo, no consumo e na economia como um todo e que merecem ser destacados.

1. Comportamento da inflação e taxas de juros considerando a eleição em 2026

O aquecimento do consumo e o desempenho da economia acima do previsto trouxeram aumento das vendas e algum espaço para melhoria da rentabilidade como foi mostrado no artigo. Mas fizeram também crescer a inflação, em especial em alimentos, obrigando o Banco Central a aumentar, por decisão unânime, as taxas de juros.

Esse quadro, ao que tudo indica, tenderá a se manter e as previsões indicam continuidade da tendência de aumento da inflação que só será revertida por imposição de um desaquecimento da economia, com impacto no consumo e no varejo.

Outra consequência desse aquecimento foi o crescimento da inadimplência, que atingiu o segundo mais alto patamar em relação aos últimos oito anos, e o aumento do endividamento das famílias.
Ocorre que o atual governo está com olhar fixo nas eleições de 2026 e como tem demonstrado não se curvará à responsabilidade com o futuro da Nação. Ele vai prosseguir decidido a buscar caminhos, mais ou menos ortodoxos, para manter a economia e o consumo aquecidos deixando para pensar ajustes estruturais para depois de 2027.

2. Emprego, renda, massa salarial e auxílios aquecem o consumo e assim permanecerá, porém, gerando distorções

Temos um cenário que até poderia ser considerado virtuoso combinando indicadores dos mais baixos de desemprego e com aumento da renda real e da massa salarial. Ocorre que temos uma deformação importante precipitada pelos programas de auxílio (Bolsas Brasil, Auxílio Brasil e outros) que foram criados para gerar uma renda mínima para sobrevivência dos mais desamparados, mas que hoje são destinados a 20,8 milhões de famílias com gente que prefere não ser empregada de forma fixa e pela CLT e complementam o auxílio recebido com “bicos”. E, portanto, não fazem parte dos que procuram emprego e são considerados desempregados.

E ainda gera uma distorção artificial, pois faltam profissionais para as empresas, em especial nos setores de varejo, hospitalidade, turismo e muitos outros, inflacionando salários e aumentando custos para recrutar e reter funcionário.

E é nesse cenário que se coloca em discussão uma alteração estrutural importante com potencial redução da carga de trabalho sem redução da remuneração. Tudo pela eleição e nada com responsabilidade com a Nação.

3. As bets absorvendo recursos que são esterilizados na economia local

O total das receitas das bets neste ano de 2024 será de R$ 100, 120 ou 150 bilhões? Pode apostar para ver quem vai acertar. O que é certo é que essa nova epidemia contaminou o mercado gerando problemas de saúde pública, de desajustes sociais e com apoio de clubes, estádios, atletas, influencers e veículos de comunicação que entraram também no jogo.

Com isso, espaços publicitários são disputados pelas empresas que se habilitaram para atuar nessa nova frente. E que trouxeram renda extra para o governo no processo de habilitação. O que fez também que o governo se interessasse economicamente pelo tema. Porém o próprio governo perde arrecadação, pois a taxação das bets é inferior à taxação do consumo de produtos e serviços. E inferior à taxação de fumo e bebidas.

E o que não é distribuído em relação ao que é apostado para os vencedores é esterilizado e em parte direcionado para fora do país, já que muitas dessas empresas têm sede fiscal fora do Brasil.

O Banco Central mostrou o volume de apostas sendo feitas com recursos dos programas de auxílio e o STF determinou que não podem ser usados esses recursos e que também não pode haver publicidade das bets dirigida aos jovens. Alguém acredita que isso seja possível de ser de fato controlado?

Quem vai controlar se vai ser usado o valor do auxílio ou do “bico” para apostar? Vai impedir que jovens notem a comunicação massiva nos estádios, nas camisas ou propaganda nos intervalos comerciais? É o típico “me engana que eu gosto”.

4. O devaneio do presente sobrepondo-se à responsabilidade com o futuro

O conjunto de ações e iniciativas para aquecer o mercado está trazendo resultado e é inegável, como bem demonstrado no completo artigo publicado. Mas o preço pode ser alto quando pensamos mais à longo prazo.

É uma economia em que o investimento de mais longo prazo acaba sendo desestimulado por taxas de juros de aplicações financeiras com razoável nível de segurança e rendendo patamares elevados de juros. E que levam à reflexão se vale a pena correr riscos investindo na economia real.

O esforço com forte indução do Estado com uso dos programas de auxílio, ajustes salariais e aumento do setor público com a finalidade de crescer a economia, o varejo e o consumo, o que também melhora o emprego, renda e a massa salarial do país, não deixam dúvidas sobre a opção adotada. Crescer a qualquer preço no presente! E o futuro a Deus pertence.

Controle e ajustes de gastos, busca de maior eficiência e outras questões mais ficam relegadas a outro plano. E vamos que vamos.

Nesse quadro fica a visão de que nos próximos nove trimestres, até as eleições presidenciais de 2026, economia, consumo, comércio, varejo e o desempenho das empresas ligadas a esses setores devem ser melhores do que foram no primeiro semestre deste ano. E o potencial de expansão de negócios no período deve ser mais positivo.

Passados esses nove trimestres de ilusão, talvez venhamos a discutir o futuro da Nação.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/18/11/2024/destaque-do-dia/varejo-melhora-desempenho-no-3o-trimestre-mas-4-fatores-geram-preocupacao-futura/”

Inteligência Artificial e acessibilidade no varejo

Participei na última sexta-feira (08 de novembro) de uma mesa redonda sobre Inteligência Artificial e o impacto na vida das pessoas com deficiência. O encontro foi promovido pelo Núcleo de Inovação em Acessibilidade do INOVA USP, em que profissionais do setor público e privado debateram soluções e apresentaram projetos sobre o tema.

Como especialista em desenvolvimento de pessoas no mercado de varejo e consumo, trouxe provocações de como podemos promover a inclusão de profissionais com algum tipo de deficiência, rompendo com crenças e capacitismos, que muitas vezes estão enraizadas e impactam em processos de recrutamento e seleção, além de impedir que as empresas cumpram com as cotas exigidas por lei, como ter um olhar de maior produtividade e aproveitamento desses profissionais. Assim como fazer com que as empresas de varejo ainda não tenham adotado políticas claras de inclusão, tanto do seu time, quanto durante o processo de atendimento ao cliente. E é um pouco dessa visão que compartilho com vocês nesse artigo.

A inclusão e acessibilidade no setor de varejo e consumo são questões que não podem mais ser pensadas apartadas ou deixadas de lado nas empresas que buscam inovar e garantir direitos humanos básicos aos seus públicos interno e externo, sem deixar absolutamente ninguém de fora.

Com o avanço da tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) tem se mostrado uma ferramenta poderosa para tornar o varejo mais inclusivo, beneficiando tanto clientes, quanto profissionais com deficiência. Veja alguns exemplos de como o desenvolvimento de soluções envolvendo IA podem transformar a experiência de pessoas com deficiência, promovendo um ambiente mais acessível e equitativo no mercado de consumo.

Acessibilidade, IA e inovação: uma relação transformadora

No setor de varejo e consumo, a acessibilidade vai além do simples cumprimento de normas e regulamentações; ela é uma alavanca de inovação. A inclusão de pessoas com deficiência, seja como consumidores ou colaboradores, amplia as possibilidades de interação e de experiência no varejo. Em época de Meta Experiência, que eleva a relação humana a níveis surpreendentes e existenciais, não é possível deixar de lado pontos básicos de inclusão. Afinal, experiências extraordinárias precisam ser para todos e todas. A IA, nesse contexto, atua como uma tecnologia que permite criar soluções mais adaptáveis e personalizadas, que atendem às necessidades de diferentes públicos, independentemente de questões físicas ou cognitivas, particulares de cada indivíduo.

Quando utilizada para melhorar a acessibilidade, a IA se transforma em uma ferramenta educativa e de desenvolvimento, capacitando profissionais do setor a entenderem e adaptarem suas práticas para incluir clientes e colaboradores com deficiência. Esse processo de adaptação constante impulsiona a inovação, criando formas de interação e um ambiente de trabalho mais inclusivo. Empresas que investem em acessibilidade, com o apoio de tecnologias de IA, não só expandem seu público, mas também promovem uma cultura organizacional que valoriza a diversidade. E esse processo de transformação e posicionamento é percebido e valorizado em todos os pontos de contato da empresa.

O estilista Tommy Hilfiger é pai de três filhos com espectro autista e a marca é hoje a maior referência em moda adaptável e inclusiva do mundo. A coleção Tommy Adaptive, pensada em facilitar o vestir de pessoas com algum tipo de deficiência, foi lançada em 2016 e está em território brasileiro desde 2022. A NRF (National Retail Federation, maior evento de varejo e consumo do mundo, que acontece anualmente em Nova York), elegeu o estilista e irá premiá-lo como o “visionário de 2025”.

IA e o desenvolvimento de tecnologias assistivas para o varejo

A IA oferece oportunidades inéditas para o desenvolvimento de tecnologias assistivas específicas para o varejo. Tecnologias como assistentes virtuais, sistemas de reconhecimento de voz e quiosques interativos acessíveis tornam-se cada vez mais comuns e estão sendo adaptadas para atender pessoas com deficiência. Essas ferramentas facilitam o acesso dos clientes às informações sobre produtos, permitem uma experiência de compra mais independente e garantem um atendimento mais inclusivo.

“Pessoas com deficiência visual gostariam de ter braile nas etiquetas e rótulos, maquininhas acessíveis e vendedores treinados para dar o suporte ao que eles precisam. Cadeirantes querem mais espaço entre as gôndolas e os mostradores, provadores mais amplos e banheiros acessíveis, além de mobiliário na altura certa para atendê-los. Pessoas com deficiência auditiva querem disponibilidade de uma plataforma como o ICOM, para se comunicarem em Libras durante as compras”, informou Cid Torquato, CEO do ICOM, uma plataforma de tradução simultânea de Libras que permite empresas atenderem clientes surdos em seu próprio idioma e estabelecer comunicação direta com colaboradores surdos em suas companhias.

Para os profissionais do setor, a IA possibilita o uso de simuladores que replicam cenários de atendimento inclusivo, capacitando os colaboradores a responderem de forma adequada às necessidades dos clientes com deficiência. Esse treinamento prático e imersivo promove uma compreensão mais profunda dos desafios enfrentados por esses clientes e ajuda os profissionais a desenvolverem habilidades de atendimento inclusivo. Dessa forma, a IA não apenas melhora a experiência do cliente, mas também eleva a qualidade e a eficiência do atendimento no varejo.

IA e o empoderamento profissional: inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

Para pessoas com deficiência que desejam ingressar no mercado de trabalho no setor de varejo e consumo, as tecnologias assistivas impulsionadas por IA oferecem oportunidades significativas. Ferramentas como leitores de tela e software de reconhecimento de fala permitem que esses profissionais desempenhem funções de atendimento, vendas e até operações administrativas de maneira mais autônoma e eficiente.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/14/11/2024/artigos/inteligencia-artificial-e-acessibilidade-no-varejo/”

 

Varejo brasileiro caiu 2,4% em setembro

A 21ª edição do Índice de Atividade Econômica Stone Varejo registrou uma queda de 2,4% em setembro, em comparação ao mês anterior, revertendo o resultado positivo de agosto. O estudo, em parceria com o Instituto Propague, acompanha mensalmente o desempenho do varejo no país.

“O resultado de setembro é o pior do varejo no ano, sendo a segunda queda dos últimos quatro meses. Além disso, o resultado é acompanhado de baixas também no comparativo anual, revertendo uma tendência até então positiva”, detalha Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone.

“Assim, embora haja uma diminuição generalizada, a volatilidade dos últimos meses torna a expectativa para o restante do ano ainda incerta”, completa o executivo.

O índice utiliza a metodologia introduzida pelo time de Consumer Finance do Federal Reserve Board (FED), que criou um indicador econômico semelhante nos Estados Unidos. A avaliação se baseia em transações com cartões, vouchers e Pix dentro do grupo StoneCo, com o objetivo de mapear mensalmente o varejo de pequenos, médios e grandes negócios, oferecendo um panorama do setor que pode auxiliar em estratégias empresariais e decisões de investimento.

“A partir deste mês, estamos adotando uma abordagem mais clara na composição dos índices gerais, seguindo o modelo utilizado pelo IBGE/PMC. Assim, passamos a fixar e divulgar os pesos de cada setor nos nossos índices (ampliado e restrito). Ressaltamos, no entanto, que como nossas amostras são diferentes das do IBGE, ajustes são necessários e, portanto, a composição não é exatamente igual ao benchmark”, reitera Calvelli.

Setores principais

Todos os oito segmentos analisados tiveram queda em setembro. Os setores de móveis e eletrodomésticos – além de livros, jornais, revistas e papelaria – tiveram as maiores retrações, com queda de 3,5%. Na sequência, aparecem tecidos, vestuário e calçados (3,0%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, e outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,8%), material de construção (2,0%), artigos farmacêuticos (1,9%) e combustíveis e lubrificantes (1,8%).

Destaques trimestrais

No terceiro trimestre, o setor de combustíveis e lubrificantes foi o destaque, com alta acumulada de 2,6%.O setor de tecidos, vestuário e calçados também apresentou crescimento, fechando o trimestre com alta de 0,8%.

Por outro lado, o setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico caiu 2,0%, seguido por artigos farmacêuticos (-1,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,3%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%), móveis e eletrodomésticos (-0,6%) e material de construção (-0,5%).

Detalhes por região

No comparativo anual, quatro estados tiveram resultados positivos: Roraima (5%), Amazonas (3,6%), Maranhão (1,8%) e Goiás (0,6%).

Por outro lado, 22 estados apresentaram queda em relação ao ano anterior: Ceará (10%), Mato Grosso do Sul (7,6%), Rondônia (6,4%), Tocantins e Santa Catarina (5,8%), Paraíba (5,0%), Distrito Federal (4,0%), Espírito Santo (4,2%), São Paulo (3,9%), Piauí (3,6%), Mato Grosso (3,4%), Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Pernambuco (todos com 3%), Acre (2,8%), Alagoas (2,7%), Minas Gerais (2,5%), Amapá (2,1%), Rio Grande do Norte (2,0%), Sergipe (1,6%) e Rio Grande do Sul (0,3%).

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/varejo-brasileiro-caiu-24-em-setembro”

O cliente não precisa mais ir à loja. Hoje, as lojas vão até os clientes

Peg Boggs é uma obstinada vendedora da Avon, que tenta apresentar seus produtos para as clientes, indo de porta em porta em um daqueles tradicionais condomínios do subúrbio americano.

Desanimada por receber uma enxurrada de negativas, ela decide tentar a sorte em um casarão de aparência assustadora, onde conhece uma figura peculiar. Assim começa o filme ‘Edward Mãos de Tesoura’, do aclamado diretor Tim Burton.

Marcas como Avon, Natura, O Boticário, Mary Kay e muitas outras continuam levando seus produtos até a casa das clientes, como a personagem do filme. Mas de maneiras bem diferentes.

O “porta a porta” virou “clique a clique”

“A gente brinca que o ‘porta a porta’ virou ‘clique a clique’”, diverte-se Adriana Colloca, presidente da Abevd (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas).

Assim como aconteceu com o varejo, o avanço do digital transformou também o setor de vendas diretas, ampliando as possibilidades dos revendedores e atraindo novas marcas e segmentos para o canal.

Hoje, segundo a Abevd, um exército de 3,5 milhões de pessoas, mais do que toda a população de Brasília, utiliza principalmente as redes sociais e sua vasta lista de contatos no WhatsApp para conectar marcas e consumidores. Esse pessoal é jovem (a metade tem entre 18 e 29 anos) e majoritariamente feminino – mulheres respondem por 60% dos revendedores.

O resultado? Em 2023 o volume de negócios chegou a R$ 47 bilhões de reais. Isso é quase 25% do que faturaram todos os shopping centers brasileiros no mesmo período. Não é à toa que o Brasil é o sétimo maior mercado de venda direta do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, Coreia, Alemanha, China, Japão e Malásia.

O que os brasileiros compram por venda direta?

Por aqui, vende-se de tudo. Tem gente comercializando de energia solar a maquininhas de cartão de crédito, passando por sementes, adubos e defensivos agrícolas. No entanto, a categoria de cosméticos e cuidados pessoais ainda responde por 43% das vendas diretas no Brasil. Em seguida aparecem roupas e acessórios, com destaque para lingerie (18%), e saúde e nutrição (10%).

As principais ferramentas das marcas para engajar o enorme contingente de revendedores são os eventos motivacionais, as ações de incentivo e reconhecimento e muitas sessões de treinamento, que vão de técnicas de venda a marketing digital, passando por liderança e empreendedorismo.

A importância dos PDVs: ‘Pessoas de Venda’

A ideia é que essas pessoas possam se desenvolver e virar empresários. “A Natura, quando vai abrir uma nova franquia, oferece a oportunidade primeiro para as melhores revendedoras que atuam na região”, exemplifica Adriana, da Abved.

Agora, veja só que curioso: se o varejo tradicional conta com a expansão dos ‘pontos de venda’ para crescer, a venda direta precisa expandir a quantidade de ‘pessoas de venda’. Nesse sentido, os serviços de delivery e transporte por aplicativo concorrem com a venda direta, já que ambos disputam o mesmo empreendedor individual.

A diferença é que, no caso dos motoristas de aplicativo e dos entregadores, os clientes são fornecidos pelos intermediadores de negócios. O que reduz a necessidade de esforço dos empreendedores individuais. Não são poucos os que escolhem baixo esforço, mesmo que isso represente ganhos menores.

A venda direta no varejo tradicional

Os conceitos de venda direta, veja você, começam a mudar a cara do varejo tradicional. Não são poucas as marcas que apoiam suas equipes de loja no esforço de entrar em contato com as clientes por meio de aplicativos próprios, enviando imagens, vídeos e links para fechar vendas à distância.

É verdade que isso já acontecia no passado, de maneira mais rudimentar. Agora, porém, a venda direta evoluiu no conteúdo e na forma, influenciando decisivamente os resultados do varejo moderno.

Com isso, vai se consolidando a noção de que os produtos chegarão até nós, de diferentes formas. Parafraseando Milton Nascimento, podemos dizer que o varejo tem que ir aonde o povo está. Como consequência, diminui a necessidade de irmos até uma loja. Afinal, todos os dias, as lojas vão até nós.

Como fica a dinâmica dos canais de venda, com essa crescente realidade? Quais as consequências para, por exemplo, os shopping centers?

O consumidor é o canal

Considere que cada pessoa, além de acessada pelas marcas de diferentes maneiras em distintos momentos, terá ainda uma loja inteligente no bolso ou na bolsa. Falo, é claro, dos celulares, turbinados pela Inteligência Artificial.

Nesse cenário não ganhará o jogo, necessariamente, quem tiver o melhor canal de vendas. Terá mais chances quem desenvolver o melhor relacionamento com o cliente. Muito mais importante do que fechar uma venda é conquistar o cliente. O consumidor é o canal. Simples assim.

Conhecer, identificar individualmente, engajar e desenvolver relacionamentos com os clientes da marca. Esse é o roteiro do sucesso no varejo. Como as pessoas vão adquirir seus produtos? Da maneira que quiserem. Das marcas que mais gostarem.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/10/10/2024/destaque-do-dia/o-cliente-nao-precisa-mais-ir-a-uma-loja-hoje-as-lojas-vao-ate-os-clientes/”