Inteligência artificial: entenda como transformar as vendas do e-commerce

Com o crescimento dos e-commerces, as marcas estão cada vez mais buscando alternativas para se destacar em um mercado competitivo. Uma das maneiras que os lojistas têm encontrado para se diferenciar entre os concorrentes é aplicação de tecnologias, como inteligência artificial (IA). Além de proporcionar uma transformação na experiência da jornada de compra do cliente, ela aumenta as vendas da loja virtual.

Para te ajudar entender onde pode ser aplicada a inteligência artificial dentro de um e-commerce, separamos algumas formas como ela pode ser utilizada.

De acordo com a pesquisa da Fortune Business Insights, os serviços de IA no setor do varejo tendem a aumentar de US$ 5 bilhões para mais de US$ 31 bilhões até 2028. O relatório ainda mostrou que a transformação digital vem impulsionando o uso da inteligência artificial para otimizar e automatizar os processos dentro de um e-commerce.

Apesar desse grande avanço tecnológico, muitos trabalhadores do setor varejista têm o receio de perder seus empregos por causa da inteligência artificial. Mas, na verdade, ela permite que esses colaboradores se concentrem em tarefas mais complexas que exigem de fato a interação humana.

Para te ajudar entender onde pode ser aplicada a inteligência artificial dentro de um e-commerce, separamos algumas formas como ela pode ser utilizada. Confira!

Carrinhos inteligentes

O uso de carrinhos inteligentes permite atualizar o inventário em tempo real e ainda fazer recomendações personalizadas. Com o uso da IA, as automações de uma atividade permitem uma melhora na experiência de compra do cliente e da loja que está aproveitando essa tecnologia.

Etiquetagem e sensores inteligentes

O uso da IA nos sensores e na etiquetagem individual do produto proporciona em tempo real as atualizações sobre os dados de armazenagem, informações do cliente e visibilidade da cadeia de suprimentos. Esse processo informa aos fornecedores e clientes os prazos de entrega e confirma a quantidade de produtos no estoque.
Chatbots na satisfação do cliente

O uso de chatbots permite mais agilidade nas respostas quando o cliente faz alguma pergunta ou busca uma recomendação em tempo real. Isso surpreende o cliente, pois ele não precisará aguardar horário comercial nem ficar aguardando atendimento via ligações telefônicas. Além disso, o uso da IA no chatbot permite entender o comportamento de compra dos clientes, e com isso fazer recomendações personalizadas para as pessoas que estão comprando. Isso gera satisfação para o consumidor e aumenta vendas da loja virtual.

Vitrines de recomendação

O uso de vitrines de recomendação com inteligência artificial oferece sugestões mais personalizadas de produtos para o cliente. Isso acontece porque a IA faz análises do comportamento do usuário dentro do site de compras, e com isso consegue identificar e posicionar os produtos nos quais o cliente pode ter interesse de forma mais destacada na página.

Busca inteligente

A busca inteligente também é um recurso importante para um e-commerce de qualquer tamanho. Com o uso da inteligência artificial, o campo de busca dentro do site apresenta os resultados de forma mais rápida, mostra os resultados certos, mesmo que a escrita esteja errada, consegue identificar a cor que o cliente deseja, prioriza itens mais relevantes para cada usuário de acordo com análise de navegação, e muito mais.

A inteligência artificial vem para impulsionar as vendas e automatizar processos que eram demorados. Além de trazer benefícios para o lojista, são várias as vantagens para os clientes, como uma experiência completa na jornada de compra. Investir em inteligência artificial se tornou um diferencial para aqueles varejistas que buscam se destacar entre seus concorrentes. Se você tem um e-commerce, conheça mais sobre o assunto e entenda como transformar o seu negócio e os processos internos de forma mais ágil e segura.

Magalu busca empresas de sistema de PDV para promover integração de lojistas ao marketplace

Um estudo do Magalu, constatou que existem centenas de softwares de automação comercial no Brasil e que milhões de varejistas usam sistemas de PDV (Pontos de Venda) oferecidos por empresas locais, mas ainda não vendem online. Ou seja, são pequenos e médios empreendedores que estão digitalizados, mas ainda não usam a internet como ferramenta de potencialização de seus negócios.

Diante desta oportunidade, o Magalu busca parcerias com empresas de PDV, que poderão oferecer o serviço de integração para seus clientes e ainda venderem no marketplace da companhia, que conta com mais de 37 milhões de clientes ativos. “Atrair pequenas empresas de software cria vantagens para todos os lados. Ao seller que terá seu PDV e sua loja virtual no mesmo lugar. À empresa de PDV que pode conquistar mais clientes e fidelizar os usuários. E, ao Magalu, que alcançará novos varejistas que ainda não vendem pela plataforma”, afirma Diego Ferreira, gerente de marketplace do Magalu.

A solução, batizada de Plugue Magalu, já está disponível e funciona da seguinte forma: a empresa responsável pelo sistema parceiro cria a conexão entre a própria ferramenta e o Magalu, por meio de API (Interface de Programação de Aplicações), permitindo a troca de informações entre ambos os sistemas. Os comerciantes usuários do PDV conseguirão se credenciar no Magalu Marketplace, enviar o seu estoque para vender na plataforma online (site e app Magalu) para todo o Brasil, contando com toda a infraestrutura Magalu (plataforma, logística, meios de pagamento e análise de dados), e fazer toda a gestão por meio do sistema que já utiliza.

O sistema parceiro, por sua vez, se beneficia oferecendo uma nova funcionalidade em seu modelo de negócio e ainda podereceber parte das vendas realizadas por seus clientes comerciantes realizadas por meio da plataforma. Com isso, o Magalu aumenta o portfólio de produtos e categorias disponíveis no site, atraindo novos clientes e alimentando o ciclo da plataforma.
Modelo de negócio

Para incentivar o crescimento da parceria, o Magalu oferece um modelo de crescimento de participação sobre a venda dos comerciantes incluídos na plataforma da companhia, de acordo com o tamanho da base ativa e a elegibilidade deles (CNAE). Na prática, o sistema parceiro recebe parte das vendas totais realizadas pelos seus clientes comerciantes (estas, realizadas através da plataforma de vendas do Magalu).

‘https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/magalu-sistema-pdv-para-integracao-lojistas

Retração nas vendas e oportunidade no comércio eletrônico

Se você é do ramo do comércio eletrônico, deve ter percebido uma guinada nas vendas no primeiro semestre de 2023. Será que ainda vale a pena investir no e-commerce? Confira aqui o que realmente aconteceu nos dois primeiros trimestres e como aproveitar as oportunidades da atual situação.

O e-commerce continua a crescer e a atingir marcas impressionantes, como a de 53,0 milhões de compradores em 2023, segundo o relatório Webshoppers da NIQ Ebit. Esse aumento expressivo no número de consumidores online demonstra a contínua popularização e a adoção do comércio eletrônico como um canal de compra essencial.

Embora o crescimento constante do e-commerce ofereça oportunidades significativas para empresas que desejam expandir suas operações online, também apresenta desafios: percebe-se no primeiro semestre de 2023 uma queda nas vendas no comércio eletrônico. Essa retração se deve ao fato de que antes os consumidores compravam em várias lojas produtos de diferentes preços, tanto produtos mais em conta quanto produtos mais caros. No primeiro semestre, aconteceu que os consumidores consolidaram a fidelidade a lojas de suas preferências e aumentaram o ticket médio nas suas aquisições.

No acumulado do primeiro semestre de 2023, as vendas do e-commerce apresentaram uma retração significativa de -7,3%, o que inicialmente pode ser motivo de preocupação para empresas e analistas desse setor. No entanto, o dado também aponta para uma tendência de melhora a partir do segundo trimestre de 2023. Nesse período, a queda nas vendas diminuiu para -5,7%, o que indica uma desaceleração na retração (dados da NIQ Ebit). Essa tendência de menor intensidade na queda é um sinal positivo, sugerindo que o mercado pode estar se recuperando gradualmente. Além disso, o dado destaca que no mês de junho de 2023, a retração nas vendas foi ainda menor, atingindo apenas -2,1%. Isso pode ser um indicativo de que as condições estão melhorando ainda mais e de que o e-commerce pode estar se aproximando de uma recuperação total.

Categorias de destaque

As melhores performances dentre as demais categorias foram: perfumaria e cosméticos, saúde, alimentos e bebidas, bebês e cia.

Para explicar tal desempenho nesses setores, pode-se considerar os seguintes fatores:

– Sazonalidade: o Dia das Mães e o Dia dos Namorados (perfumaria e cosméticos).
– Mudanças no comportamento do consumidor: devido à pandemia, muita gente consolidou o hábito de fazer as compras online (alimentos e bebidas).
– Competitividade: as crianças nascem durante todo o ano e os pais procuram muitas vezes preços mais competitivos, por isso muitos optam por adquirir itens do enxoval do filho em lojas online (bebês e cia).

Categorias com crescimento no ticket médio

Tiveram crescimento no ticket médio: telefonia (5,4%), eletrodomésticos (1,5%), casa e decoração (0,4%). Setores como telefonia e eletrodomésticos estão em constante evolução tecnológica. A introdução de produtos mais avançados e inovadores, muitas vezes com preços mais elevados, pode levar os consumidores a gastar mais para obter as últimas características e os benefícios tecnológicos. Vale acrescentar que as mudanças nas tendências de estilo de vida, como um foco maior na qualidade de vida e na estética da casa, podem levar as pessoas a gastar mais em itens de casa e decoração. As pessoas estão dispostas a investir em produtos que melhorem sua qualidade de vida e bem-estar em casa.

Oportunidades

Vale ressaltar que, apesar da queda nas vendas, não houve uma redução na quantidade de shoppers ativos no canal. Pelo contrário, houve um crescimento de aproximadamente 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso sugere que a base de clientes que utiliza o canal de vendas permanece sólida e até mesmo está se expandindo, o que pode ser encarado como uma oportunidade para a retomada das vendas. Isso sugere que há um público disposto a comprar, e as empresas podem direcionar esforços para entender o que está impactando os pedidos e trabalhar em estratégias para incentivá-los. Por isso, é importante conhecer as preferências do consumidor.

A pesquisa realizada pela NIQ Ebit mostra que as compras realizadas por meio de aplicativos destacam-se com 15% da preferência do shopper:
– 32% compraram supermercado.
– 43% compraram farmácia.

Esse aumento significativo na preferência por compras por aplicativo pode ser atribuído a fatores como a conveniência, a variedade de opções disponíveis e a flexibilidade de compra que essas plataformas oferecem. Esse dado ressalta a importância crescente do comércio eletrônico e a necessidade das empresas de se adaptarem a essa mudança no comportamento do consumidor, investindo em experiências de compra online mais atraentes e eficientes.

Vale reforçar que é importante não apenas observar as métricas de vendas, mas também entender o comportamento dos consumidores e os fatores que influenciam suas decisões de compra.

Ainda segundo a pesquisa da NIQ Ebit, frete grátis, promoções e praticidade são os principais motivadores de compra.

Assim, as empresas devem acompanhar as tendências em constante evolução do e-commerce, considerando fatores como sazonalidade, mudanças no comportamento do consumidor, concorrência e eventos econômicos globais e, dessa forma, adaptar suas estratégias de negócios e considerar como podem melhor atender às necessidades e expectativas dos consumidores online em um mercado tão dinâmico.

‘https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/retracao-nas-vendas-e-oportunidade-no-comercio-eletronico

Confiança do consumidor no Brasil avança e mantém nível semelhante ao de antes da recessão de 2014

Aumento do otimismo é guiado pela chegada da percepção econômica atual ao maior nível desde dezembro de 2014, diz FGV.

Confiança do consumidor brasileiro figura aos 97 pontos

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) manteve a recente trajetória positiva e subiu 0,2 ponto em setembro, para 97 pontos, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (25) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Com a alta em ritmo mais fraco em relação aos meses anteriores, o otimismo se mantém em nível semelhante ao registrado no começo de 2014, antes do início da recessão econômica daquele ano.

“Esse quadro é heterogêneo nas faixas de renda, com melhora dos indicadores nos dois horizontes de tempo nas faixas de renda mais baixa e piora das expectativas futuras das famílias com renda mais alta”, analisa ela.

“No mês, o movimento é reflexo da continuidade de fatores positivos na economia, concomitante a um cenário desafiador ao consumidor com juros, nível de endividamento e inadimplência elevados. Para os próximos meses, a confiança do consumidor pode voltar a neutralidade dos 100 pontos, caso a tendência atual continue”, prevê Anna.

Em setembro, a acomodação da confiança foi influenciada pela combinação entre melhora da percepção em relação à situação atual e calibragem na tendência de alta das expectativas para o futuro.

Enquanto o ISA (Índice de Situação Atual) subiu 1,8 ponto, para 83,2 pontos, alcançando o maior nível desde dezembro de 2014 (86,7 pontos) após a oitava alta mensal consecutiva, o IE (Índice de Expectativas) recuou 0,9 ponto, para 106,7 pontos, após crescer 10 pontos de maio a agosto.

Faixas de renda

A análise por faixas de renda mostra resultados heterogêneos, com aumento da confiança dos consumidores das faixas mais baixas (com renda até R$ 2.100 e entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800), influenciados principalmente pela melhora na percepção sobre a situação atual.

Por outro lado, há uma percepção de queda da confiança entre as famílias que recebem salários mais elevados (entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00 e acima de R$ 9.600,01), que por sua vez são influenciados pela piora das expectativas para os próximos meses.

‘https://noticias.r7.com/economia/confianca-consumidor-fgv-setembro-2023-25092023

Shopee e Mercado Livre são os e-commerce mais escolhidos pelo moradores de periferia

Segundo estudo da Nós – Novo Outdoor Social, 59% dos entrevistados dessas regiões optam por realizar suas compras através da internet.

Consumidores de todas as classes econômicas estão mais digitalizados, inclusive moradores das periferias: 59% dos entrevistados dessas regiões optam por realizar suas compras através da internet. Shopee e Mercado Livre se destacam como as plataformas eletrônicas mais escolhidas. Mulheres das gerações Z e X são as principais consumidoras, com roupas e acessórios liderando o ranking dos itens mais adquiridos.

Os dados são do estudo “O que ninguém vê: a realidade do consumo digital nas periferias”, realizado pela Nós – Novo Outdoor Social, em parceria com a HSR Specialist Researchers. A pesquisa nacional foi feita nas comunidades espalhadas pelo Brasil nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Manaus, Belém, São Luís e Brasília.

O hábito de fazer compras online tornou-se parte integrante do planejamento financeiro mensal para muitos moradores das periferias. A praticidade de encontrar tudo o que deseja com poucos cliques e a comodidade de receber as encomendas em casa são pilares desse meio de consumo, já que 93% preferem a entrega em domicílio. Os Correios lideram a logística de transporte (85%).

Quando se trata de investimento, 10% dos entrevistados revelaram já ter gastado mais de R$ 1.200 em uma única compra.

“Esses insights requerem atenção por parte das marcas e dos anunciantes, dada a influência no poder de compra dessas regiões. Além disso, a indústria varejista e de meios de pagamento também devem levar em consideração a relevância dos negócios locais, que impulsionam a economia em um ciclo contínuo”, afirma Emilia Rabello, fundadora e CEO do Nós.

Meios de pagamento

Os métodos de pagamento preferidos nas comunidades são o Pix (74%) e cartão de crédito (58%). O parcelamento é uma prática comum e 19% preferem parcelar suas compras em 3 vezes.

A crescente adoção das carteiras digitais também é destaque no estudo. Embora 61% dos entrevistados estejam familiarizados com esse conceito, apenas 22% a utilizam nas comunidades. Esse número aumenta para 47% nas regiões metropolitanas, indicando uma oportunidade para educar os consumidores.

“A popularização das carteiras virtuais dentro das favelas é uma grande oportunidade para os bancos digitais se aproximarem e oferecerem serviços adaptados às necessidades da população periférica. Com o crescimento do consumo online, os bancos digitais podem fornecer soluções adaptadas, estabelecendo uma presença sólida, construindo confiança e fornecendo os serviços essenciais que muitos têm buscado”, concluiu Emília.

‘https://mercadoeconsumo.com.br/25/09/2023/ecommerce/shopee-e-mercado-livre-sao-os-e-commerce-mais-escolhidos-pelo-moradores-de-periferia/

E-commerce registra queda de 5% no tráfego em agosto

Apesar da retração, as expectativas são positivas para os próximos meses, que antecedem a Black Friday.

Enquanto conta os dias para a chegada da Black Friday, o comércio eletrônico brasileiro teve seu desempenho mais baixo em termos de tráfego dos últimos três meses: em agosto, 2,4 bilhões de visitas únicas foram registradas nas plataformas do país, segundo o Relatório Setores do E-Commerce, da Conversion.

É um desempenho 5,2% menor do que o de julho, quando 2,53 bilhões de acessos atravessaram o e-commerce – aquele foi, aliás, o segundo melhor mês de 2023, atrás apenas de janeiro (2,69 bilhões de visitas).

A queda se explica pela retração de alguns pilares do tráfego: o primeiro deles – o acesso via navegadores web– caiu 6% em agosto na comparação com o mês anterior.

Clique aqui e conheça o Relatório Setores E-commerce no Brasil/agosto, completo já disponível na Biblioteca do RadarIC em Pesquisas Externas.

Com Brás, Mercado Livre visa competir com popularidade de players asiáticos

Ao firmar parcerias com lojistas do comércio popular, marketplace pretende ganhar espaço no mercado de moda e competir com players internacionais.

No fim do primeiro semestre deste ano, o Mercado Livre anunciou um projeto para trazer os lojistas do Brás, polo comercial popular do centro de São Paulo, para o marketplace.

A empresa irá selecionar 400 lojas de pequenos e médios empreendedores para obter acompanhamento in loco, suporte direto e consultoria do Mercado Livre ao longo de três meses.

Marketplace amplia oferta de produtos acessíveis (Crédito: Alf Ribeiro/Shutterstock)

Essa não é a primeira vez que um e-commerce tenta levar os empreendedores do Brás para o ambiente online. Maya Mattiazzo, professora do hub de moda e luxo da ESPM, já participou de duas iniciativas com o mesmo propósito, mas cita duas dificuldades principais nessa empreitada: educar lojistas e estoque.

Adaptação do offline para o digital

Segundo a executiva, os marketplaces, incluindo o Mercado Livre, tem regras rígidas e uma base de anúncios inflacionada, o que, para um entrante, pode representar um desafio de gestão, cobertura de estoque, competitividade de preço, agilidade e manutenção dos produtos nas páginas da empresa.

“Para o lojista isso pode assustar. Se ele achar que é só colocar os produtos lá e não fazer mais nada, ele irá se frustrar”, diz. Ao mesmo tempo, Maya reconhece que vender no ambiente online é uma necessidade, tendo em vista que essa é a forma que o mercado consumidor tem se acostumado a comprar e os lojistas podem apresentar a vantagem do preço.

De acordo com uma pesquisa conduzida pela Consumoteca em 2022, 77% compram itens de moda em canais online. Já segundo a Nuvemshop, a categoria de moda faturou R$ 548 milhões.

Alimentos e moda, os próximos passos do Mercado Livre

“Os lojistas do Brás sempre fabricaram para vender volume. E as vendas aconteciam de forma muito rápida. Ensinar o ciclo do e-commerce é novo para eles. Mas é o modelo que o mercado cobra agora. Os clientes entenderam que comprar direto do fabricante traz o benefício do preço e, na hora que mexe no bolso, o caminho é sem volta”, explica.

A manutenção do estoque é importante, a medida que, no e-commerce, o cliente paga o produto de forma adiantada, o que não ocorre normalmente em lojas físicas.

Mercado Livre quer se consolidar no segmento de moda

Esse projeto também faz parte de uma estratégia do marketplace para se aproximar de polos de moda no Brasil, além de apostar em segmentos que contam com vendas mais recorrentes. Ao mesmo tempo que os lojistas do Brás podem alcançar novos públicos ao estar na plataforma, o Mercado Livre se beneficia ao se fortalecer em um setor pelo qual não é lembrado. Assim, o marketplace se torna canal para itens de qualidade e valor acessível.

“Nesse momento, homologar os lojistas é fundamental para que tenhamos produtos de qualidade duvidosa na plataforma. Por isso ,eles têm trabalhado tão perto dos lojistas, visitando suas operações para garantir qualidade para o cliente final e evitando a entrada de vendedores que comercializem produtos piratas”, esclarece a professora da ESPM.

Além disso, o projeto reforça uma tendência observada por Maya, que é a eliminação de intermediários, como lojas multimarcas, nas negociações de moda.

Competição com o mercado internacional

Com a eliminação do intermediário e o preço acessível, a empresa adiciona uma vantagem diante da ascenção das plataformas internacionais Shein e Shopee.

Mercado Livre: “não fazemos tecnologia por tecnologia”

Para Marina Roale, head de pesquisa na Grupo Consumoteca, a decisão do Mercado Livre atende a mudanças no comportamento de compra do consumidor, que procura um custo-benefício melhor. Diante do encerramento de lojas físicas durante a pandemia, marcas com experiência digital sobressaíram, principalmente em plataformas com boa logística de entrega, política de preço e boa navegabilidade. Por sua vez, isso proporcionou um terreno fértil para as plataformas internacionais.

“Diante de um consumidor com menos poder aquisitivo e muita quilometragem de experiência digital, ter uma marca sólida na moda não será mais privilégio de quem conta um bom storytelling ou possui lojas conceito, mas quem fala a língua do pragmatismo também. Os consumidores estão caindo no gosto dessa ideia de ‘tudo num só lugar’. Nestes canais, a lógica de fidelização de marca muda. Estamos vendo consumiores mais fiéis às próprias recompensas de quem vende do que a marcas que oferecem os produtos”, argumenta.

Da mesma forma, a mobilização beneficia os fornecedores, que também competem com as plataformas citadas.

Entretanto, Maya considera que o Mercado Livre apresenta vantagens, como sua presença e reconhecimento no mercado brasileiro, estratégias de gameficação e entrega, o que resulta em fidelidade por parte dos consumidores.

Impacto em toda cadeia

A iniciativa tem  potencial de retorno para os fabricantes e lojistas que não estavam no digital e,  agora, podem comercializar com mais margem de lucro. Para o próprio Mercado Livre, Maya acredita que o potencial é “gigantesco”, descreve.

“Veja que o Mercado Livre é o e-commerce mais acessado do Brasil. É uma marca amada pelos brasileiros e que ultrapassou as barreiras de ser um e-commerce ou uma marketplace. O Mercado Livre é um ecossistema, resolve problemas das pessoas, mas faltava resolver o problema da moda.
Acredito no fortalecimento da plataforma com a entrada da moda, podendo se tornar um hub importante até para B2B. Isso irá gerar um incremento de receita significativo”, avalia.

Por fim, a tática antecipa adaptações feitas ao consumidor do presente e do futuro, que é parte da Geração Z. Segundo Mariana, esse grupo valoriza players que entregam produtos desejo a preços acessíveis para seu bolso, variedade, preço e diversidade.

“Eles romperam com a má reputação de que players chineses entregavam produtos diferentes dos anunciados. Estes jovens amam a sensação de barganha e já apontam marketplaces como o canal favorito de compra. No Tiktok não faltam vídeos de achados e truques de compras nestas plataformas. Se pro millennial a peça barata era aquele básico escondido em um look high-low, para o Gen-Z, pagar barato é motivo de orgulho e passaporte para o novo #aesthetics do momento. Hackear um boa jornada de compra é tão desejado que eles dão cursos sobre como fazer bons garimpos na Shein e na Shoppe. Agora, nos resta saber se teremos aulas de achadinhos no Brás versão Mercado Livre”, reflete.

‘https://www.meioemensagem.com.br/marketing/bras-mercado-livre-moda

Marisa encontra solução para o varejo? Entenda estratégia de R$7 bilhões

A Marisa apostou em uma nova parceria para acelerar a concessão de crédito e aumentar as vendas da varejista.

Os últimos meses têm sido desafiadores para a Marisa. Não só: o varejo brasileiro vem se desdobrando para seguir, achando soluções diferentes. A Marisa resolveu transferir o negócio de crédito para consumidores para a Credsystem. 

Por quê? Depois de apresentar um grande prejuízo, a empresa aposta em um movimento para reduzir o risco financeiro do negócio, levantar capital e melhorar a estrutura financeira da empresa.

O que significa a parceria da Marisa com a Credsystem?

Fundada há 27 anos, a Credsystem atua oferecendo soluções de cartões de crédito e outros serviços financeiros focado em classes econômicas emergentes.

Já a Marisa diz que não sabe operar banco e fazer crédito. E com a entrada de um parceiro qualificado, eles criam um ciclo que é:

  • uma aceleração da concessão de crédito;
  • o que tende a estimular as vendas da varejista.
  • Além de uma melhora na experiência do cliente.

Logo, a empresa espera um volume de receita que pode ultrapassar R$7 bilhões, de acordo com o anúncio feito:

“O plano de negócios inicial concebido para o prazo de duração da Nova Parceria prevê volume de receita total potencial superior a R$ 7 bilhões, e lucro antes de impostos potencial para a Marisa da ordem de R$ 1 bilhão. Sendo assim, estima-se que através da reformulação do negócio de crédito e cartões por meio da Nova Parceria, a Marisa poderá capturar valor presente líquido de aproximadamente R$ 400 milhões, incluindo pagamentos a serem feitos pela Credsystem à Marisa nos próximos 12 meses e o recebimento de valores vinculados ao profit sharing”, escreveu a empresa em seu comunicado.

Qual o destino da instituição financeira da Marisa?

Com a Credsystem tendo exclusividade sobre o crédito para clientes (empréstimo pessoal e o cartão private label), a Marisa pode continuar dando crédito aos fornecedores.

A questão é: vale a pena manter a MBank, instituição financeira da Marisa, para isto? 

Se resolver acabar com a operação, a Marisa calcula que sobrarão R$ 100 milhões para o caixa da varejista — um saldo que inclui os empréstimos que devem ser quitados e exclui os passivos.

Como ainda há a previsão de receber mais R$ 100 milhões da Credsystem daqui a um ano, como parte do contrato, a soma de R$ 200 milhões é praticamente o tamanho da dívida da empresa.

Foco em produtividade, redução de custos e de ativos

A Marisa anunciou uma reestruturação que parecia pouco palpável para o mercado. Contudo, apostou em redução de custos e vem focando em produtividade para voltar a crescer. 

Entre as ações, nos últimos meses, a Marisa demitiu 25% de seus 8.000 funcionários e fechou 88 lojas que davam prejuízo.

Por que importa?

O crescimento acelerado durante a pandemia trouxe consequências sérias para muitas empresas. As adaptações cobram um custo, mas é possível achar caminhos alternativos. A Marisa, por exemplo, está usando sua plataforma nacional e poder de marca para endereçar soluções aos clientes através de parceiros com mais experiência.

Eles bem chamam de “monetização do nosso balcão”, uma saída propícia para o varejo.

‘https://www.startse.com/artigos/marisa-encontra-solucao-para-o-varejo/

Vendas no Varejo caem 1,9% em agosto, com menor consumo em bares e restaurantes, diz indicador da Cielo (CIEL3)

Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, houve crescimento de 0,9% no período.

As vendas reais no setor de varejo caíram 1,9% em agosto de 2023, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2022, segundo dados o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), divulgados nesta terça-feira (12).

Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, houve crescimento de 0,9% no período.

“O segmento que mais puxou o resultado do Varejo para baixo em agosto foi o de Bares e Restaurantes. A queda no consumo provavelmente ocorreu pela alta da inflação, que ficou acima da média no setor. No geral, o desempenho do Varejo só não foi mais negativo por causa das companhias aéreas. Ao desconsiderar sua participação, a queda geral no mês foi de 2,6%. Com a abertura de novas rotas e aumento da capacidade de operação, o segmento de Turismo e Transporte foi impulsionado por uma alta na demanda por viagens”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Produtos e Tecnologia da Cielo.

De forma geral, o resultado não foi afetado por efeitos de calendário. Tanto em 2022 quanto em 2023, o mês de agosto não teve feriados. Este ano, houve uma segunda-feira a menos e uma quinta-feira a mais em relação ao ano passado, dias de sazonalidade similares para o varejo.

Mais destaques negativos

Pelo 6º mês seguido, os macrossetores de Bens Duráveis e Semiduráveis e Serviços apresentaram queda. Com 4,9% e 3,1% de retração, respectivamente, eles foram os principais responsáveis pelo resultado negativo.

No caso de Bens Duráveis, o segmento com o pior desempenho foi o de Materiais para Construção. Já o setor de Alimentação (Bares e Restaurantes) foi o que mais puxou o resultado de Serviços para baixo.

As vendas do macrossetor de Bens Não Duráveis apresentaram pouca variação, com queda de 0,1%.

Regiões

De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a agosto de 2022 foram: Sudeste (-0,9%), Sul (-1,6%), Centro-Oeste (-2,4%), Norte (-2,9%) e Nordeste (-4,0%).

Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, os resultados de cada região foram: Sudeste (+1,6%), Sul (+1,5%), Centro Oeste (0,0%), Norte (-0,5%) e Nordeste (-0,8%).
‘https://www.infomoney.com.br/mercados/vendas-no-varejo-caem-19-em-agosto-com-menor-consumo-em-bares-e-restaurantes-diz-indicador-da-cielo-ciel3/.

Varejo brasileiro quer proibir Shein de pagar ICMS de comprador

Instituto do Varejo afirma que Shein não pode substituir consumidor no pagamento do imposto, enquanto especialistas veem estratégia competitiva.

A recente decisão da gigante do comércio eletrônico chinês Shein de pagar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre compras de até US$ 50 no lugar dos consumidores tem gerado intensos debates no cenário varejista brasileiro. Enquanto a Shein vê essa medida como uma forma de simplificar e garantir a arrecadação de impostos, rivais do setor questionam sua legalidade e alegam que a responsabilidade fiscal ainda recai sobre o comprador.

O Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), que congrega importantes redes do setor no Brasil, foi rápido em manifestar sua posição contrária à iniciativa da Shein. De acordo com o presidente do IDV, Jorge Gonçalves Filho, a empresa chinesa não pode ser considerada o substituto no recolhimento do ICMS, uma vez que a legislação atual estabelece que a obrigação tributária recai sobre o consumidor.

O responsável pelo pagamento do imposto é o consumidor que realizou a compra“, enfatizou Gonçalves Filho. Ele também apontou que, segundo o acompanhamento feito pelo IDV, a maioria dos estados brasileiros ainda não publicou as leis e normas necessárias para a cobrança do ICMS sobre compras de até US$ 50 vindas do exterior. Além disso, a integração dos sistemas tributários com os Correios e outros operadores logísticos permanece pendente, o que dificulta a efetivação desse recolhimento de imposto.

Isso impossibilita o recolhimento do imposto. Então, como recolher um imposto que não pode ser repassado? Talvez seja uma iniciativa para o futuro“, argumentou Gonçalves Filho. Ele assegurou que o IDV analisará a questão com mais profundidade antes de emitir uma posição mais abrangente sobre o assunto.

Advogados dizem que Shein está dentro da lei

No entanto, a advogada tributarista Bianca Xavier sustentou que a Shein está amparada legalmente para efetuar o pagamento do ICMS em nome do consumidor. Ela mencionou a cláusula terceira do convênio do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) 123/2023, que autoriza o pagamento do imposto pelo destinatário ou em seu nome.

A meu ver, a ideia é simplificar e garantir a arrecadação“, afirmou Xavier. A advogada argumentou que essa medida pode beneficiar tanto a empresa quanto o governo, ao facilitar a cobrança de impostos sobre compras internacionais de baixo valor.

Enquanto a disputa sobre a responsabilidade pelo pagamento do ICMS continua, fica claro que a chegada da Shein ao mercado brasileiro intensificou a concorrência no setor do comércio eletrônico. As estratégias tributárias adotadas pelas empresas, como a iniciativa da Shein, continuam sendo alvo de análise e discussão, à medida que o varejo brasileiro se adapta às mudanças e desafios do ambiente digital.

‘https://www.mundoconectado.com.br/governo/varejo-brasileiro-quer-proibir-shein-de-pagar-icms-de-comprador/